VALDICLEY SOUZA DE ALMEIDA
ANÁLISE DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE PRISMAS DE
BLOCO ESTRUTURAL DE CONCRETO PRODUZIDOS NA CIDADE
DE SINOP-MT
Sinop-MT
VALDICLEY SOUZA DE ALMEIDA
ANÁLISE DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE PRISMAS DE
BLOCO ESTRUTURAL DE CONCRETO PRODUZIDOS NA CIDADE
DE SINOP-MT
Projeto de Pesquisa apresentado à
Banca Examinadora do Curso de
Engenharia Civil
–
UNEMAT, Campus
Universitário de Sinop-MT, como
pré-requisito para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Civil.
Prof.ª Orientadora:
Kênia Araújo de Lima
Sinop-MT
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Vantagens da alvenaria estrutural ... 12
Quadro 2: Requisitos para resistência característica à compressão ... 14
Quadro 3: Dimensões padronizadas ... 15
Quadro 4: Traços e propriedades das argamassas americanas e britânicas ... 16
Quadro 5: Variáveis de controle geométrico na produção de alvenaria ... 17
Quadro 6: Resultados dos prismas ... 18
Quadro 7: Fatores de eficiência encontrados em outras pesquisas ... 19
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE ABREVIATURAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR – Norma Brasileira Registrada
mm – Milímetros
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
1. Título: Análise da resistência à compressão de prismas de bloco estrutural de
concreto produzidos na cidade de Sinop-MT
2. Tema: Engenharia Civil
3. Delimitação do Tema: Materiais e componentes de construção
4. Proponente(s): Valdicley Souza de Almeida
5. Orientador(a): Kênia Araújo de Lima
6. Estabelecimento de Ensino: Universidade do Estado do Mato Grosso
7. Público Alvo: Acadêmicos de Engenharia Civil e Profissionais da área
8. Localização: Avenida dos Ingás, 3001 Jardim Imperial, CEP: 78550-000 Sinop /
MT.
SUMÁRIO
LISTA DE QUADROS ... I LISTA DE FIGURAS ... II LISTA DE ABREVIATURAS ... III DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ... IV SUMÁRIO ... V
1 INTRODUÇÃO ... 7
2 PROBLEMATIZAÇÃO... 9
3 JUSTICATIVA ... 10
4 OBJETIVOS ... 11
4.1 OBJETIVO GERAL: ... 11
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: ... 11
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 12
5.1 ALVENARIA ESTRUTURAL... 12
5.1.1 Bloco estrutural ... 13
5.1.2 Argamassa de assentamento ... 15
5.1.3 Graute ... 17
5.1.4 Prisma ... 18
6 METODOLOGIA ... 20
6.1 ESTUDO TEÓRICO ... 20
6.2 ESTUDO EXPERIMENTAL ... 20
6.2.1 Modelagem dos corpos de prova ... 20
6.2.2 Período de cura ... 20
6.2.3 Execução do ensaio ... 21
6.2.4 Análise e conclusão ... 21
7 CRONOGRAMA ... 22
1 INTRODUÇÃO
A alvenaria estrutural é um dos processos construtivos de grande destaque no ramo da engenharia civil, quando se trata de métodos evolutivos na construção civil. Com essas evoluções busca-se sempre racionalizar uma obra em vários aspectos, como por exemplo: desperdício de material, tempo de execução, entre outros, garantindo assim mais qualidade, sem perder ou comprometer a segurança e durabilidade da obra.
Por alguns anos a alvenaria estrutural não foi muito utilizada por motivos como: preconceito, domínio superior da tecnologia do concreto armado por partes de projetistas e pouca divulgação do assunto na universidade durante o processo de formação do profissional. (ACCETTI, 1998, p. 4).
No entendimento de Steil (2003, p. 2): “A utilização de todo o potencial da alvenaria só será possível através do conhecimento real das características dos componentes e, principalmente, da maneira correta de sua aplicação.”
E ainda o mesmo autor acrescenta que: “Os principais fatores que influenciam a resistência à compressão dos blocos são: o tipo, qualidade e proporcionamento dos materiais constituintes, a eficiência na prensagem, cura e idade dos blocos.”
Neste contexto podemos observar a importância da fabricação dos blocos seguindo normativas e, além disso, por esse método ser uma técnica construtiva racional, faz-se necessário um conhecimento do comportamento de todos os componentes. Ramalho e Corrêa (apud VIAPIANA, 2009, p. 18) afirma que os blocos são os
principais componentes da alvenaria estrutural, e classifica-os como: vazados ou maciços, podendo ser produzidos com: argila, concreto ou silicato de cálcio. O autor faz referencias à argamassa no sentido de ter como função a união dos blocos e também de absorver e distribuir as tensões e deformações respectivamente. Já o graute, que é um concreto com alta fluidez, tem função de preencher os vazios dos blocos e proporcionar aderência da armadura com blocos.
Conforme Grohmann (2006, p.34): “[...] a resistência da alvenaria estrutural geralmente ocorre através da análise de prismas [...]”. O autor acrescenta que: “[...] a correlação prisma/parede é mais próximo do que a relação bloco/parede.”
Mendes (apud GROHMANN, 2006, p. 35) nos revela que, em uma simulação em
2 PROBLEMATIZAÇÃO
3 JUSTICATIVA
A técnica de construção em alvenaria de blocos de concreto vem obtendo ascensão no Brasil, Kalil [2002?] cita que as vantagens proporcionadas pela alvenaria estrutural incentivaram algumas construtoras, aberturas de novas fábricas e desenvolvimento de pesquisas a fim de divulgar melhor esta técnica. Porém, a mesma autora comenta que “A inexperiência por partes dos profissionais dificulta sua aplicação com vantagens [...].”
No processo de fabricação dos elementos de alvenaria estrutural é de grande importância seguir a normativa para que se obtenha um bom material, como determina a ABNT NBR 12118:2010 – blocos vazados de concreto simples, referente aos ensaios de análise de dimensão, absorção de água, resistência à compressão. Porém, além de cuidados na fabricação e nos ensaios citados acima, tem-se necessidade de outras pesquisas complementares para que haja um melhor conhecimento na concepção estrutural e execução desta técnica construtiva.
4 OBJETIVOS
4.1 Objetivo geral:
O objetivo geral deste trabalho é analisar a resistência à compressão em prisma de bloco estrutural de concreto.
4.2 Objetivos específicos:
Os objetivos específicos visam os seguintes pontos:
Realizar uma revisão bibliográfica sobre alvenaria estrutural e especificar os materiais usados para confecção dos prismas;
Determinar a resistência à compressão dos prismas de blocos de concreto com função estrutural com diferentes porcentagens de grauteamento, conforme cita a ABNT NBR 15961:2011 – Blocos de concreto, e também conforme cita outros autores;
Analisar o fator de eficiência dos prismas e sua resistência à compressão com os valores encontrados por outros pesquisadores.
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
5.1 Alvenaria estrutural
A alvenaria estrutural é um processo construtivo no qual a própria alvenaria desempenha a função estrutural, sendo os projetos dimensionados e executados de forma racional. (CAMACHO, 2006, p. 1).
As vantagens na construção de alvenaria estrutural deve-se ao fato de que todas as etapas desta construção serem realizadas de forma racional, conforme expomos no quadro abaixo:
Quadro 1: Vantagens da alvenaria estrutural
Racionalização de projeto
O projeto elaborado e pensado desde o inicio na compatibilização de todos os projetos complementares, com a finalidade de se obter o melhor uso da construção
e diminuir desperdícios. Racionalização
estrutural
Deixa-se de usar vigas e pilares como elemento estrutural e usa a própria alvenaria para tal função, simplificando a
execução. Fonte: Do autor, 2013
Por ser uma técnica simplificada se ganha rapidez na execução, porém a mão de obra deve ser especializada. (POMPEU; FERREIRA, 2010, p. 75).
Além da racionalização do projeto, da estrutura, redução de execução, este sistema construtivo tem como vantagem o isolamento térmico, acústico, proteção ao fogo e a redução de camadas de revestimentos. (BARBOSA, 2004, p. 1).
Apesar de apresentar várias vantagens, são necessários estudos para garantir controle tecnológico, como cita Grohmann (2006, p. 25):
A alvenaria estrutural tem um comportamento complexo, exigindo que se façam estudos para otimizar o emprego dos diversos materiais e componentes. Estes estudos servem para garantir a diminuição do desperdício financeiro e de recursos naturais, bem como assegurar a qualidade das edificações. Assim, para conhecer as características do elemento estrutural básico da alvenaria – a parede – é necessário fazer um estudo detalhado de suas propriedades para assegurar a qualidade, segurança e sustentabilidade das edificações.
Figura 1 - Elemento estrutural e seus componentes Fonte: Acervo próprio, 2013
5.1.1 Bloco estrutural
Segundo Ramalho e Corrêa (2003 apud VIAPIANA, 2009, p. 18) os blocos
estruturais são um dos principais componentes da alvenaria estrutural, logo sua resistência influencia diretamente com a resistência final das paredes. Portanto de modo geral, quanto mais resistente for o bloco, maior a resistência final da construção.
Ainda o mesmo autor comenta que os blocos podem ser classificados em maciços ou vazados, e os blocos são produzidos com argila, concreto ou silicato de cálcio. No Brasil os mais utilizados são os de concreto.
Conforme Accetti (1998, p. 10):
No Brasil, a maioria das construções em alvenaria estrutural é feita com blocos de concreto. A vantagem desta opção é que as normas brasileiras de cálculo e execução em alvenaria estrutural são apropriadas para esses blocos, talvez por influência da tecnologia americana, [...].
De acordo com a ABNT NBR 6136:2007 – Blocos vazados de concreto simples para alvenaria - O bloco vazado de concreto é: “Elemento de alvenaria cuja área líquida é igual ou inferior à 75% da área bruta”. Quando o bloco não se encaixa nesse perfil será considerado bloco maciço. Assim a tensão aplicada sobre os componentes está relacionada à área liquida e à área bruta. Portanto como cita esta mesma norma, a área bruta é: “Área da seção perpendicular aos eixos dos furos, sem desconto das áreas dos vazios”. A área líquida é: “Área média da seção perpendicular aos eixos dos furos, descontadas as áreas máximas dos vazios.”
Classe A – Com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima ou abaixo do nível do solo;
Classe B – Com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima do nível do solo;
Classe C – Com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima do nível do solo;
Classe D – Sem função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima do nível do solo;
A norma ainda cita uma nota:
Recomenda-se o uso de blocos com função estrutural classe C designados M10 para edificações de no máximo um pavimento, os designados M12,5 para edificações de no máximo dois pavimentos e os designados de M15 e M20, para edificações maiores.
Esta mesma norma afirma que as resistências a compressão características referente a essas classes devem ser conforme expomos no Quadro 2.
Quadro 2: Requisitos para resistência característica à compressão
Requisitos para resistência característica à compressão
Classe
Resistênica característica fck
(MPa)
A ≥ 6,0
B ≥ 4,0
C ≥ 3,0
D ≥ 2,0
Fonte: Adaptado (ABNT, 2007)
Quadro 3: Dimensões padronizadas
Dimensões nominais
(cm) Designação
Dimensões padronizadas (mm) Largura Altura Comprimento 20 x 20 x 40
M-20 190 190 390
20 x 20 x 40 190 190 190
15 x 20 x 40
M-15
140 190 390
15 x 20 x 20 140 190 190
15 x 20 x 30 140 190 290
15 x 20 x 15 140 190 140
12 x 20 x 40
M-12,5
110 190 390
12 x 20 x 20 110 190 190
12 x 20 x 25 110 190 240
12 x 20 x 12 110 190 110
12 x 20 x 37 110 190 360
12 x 20 x - 110 190 -
8 x 20 x 40
M-10
70 190 390
8 x 20 x 20 70 190 190
8 x 20 x 20 70 190 190
8 x 20 x 10 70 190 90
8 x 20 x 30 70 190 290
8 x 20 x - 70 190 -
Fonte: Adaptado (ABNT, 2007)
5.1.2 Argamassa de assentamento
A ABNT NBR 13281:2005 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos - Requisitos, define a argamassa de assentamento como mistura homogênea, na qual são utilizados agregados miúdos, aglomerantes e água, podendo ou não conter o uso de aditivos, com propriedades como aderência e endurecimento. Quanto à sua dosagem, pode ser realizada no canteiro de obra ou instalação própria (argamassa industrializada).
Conforme Ramalho e Corrêa (2003 apud VIAPIANA, 2009, p. 21) a principal função
da argamassa é unir os componentes da alvenaria, facilitando o assentamento e as amarrações entre os blocos, tem ainda a função de distribuir e absorver as tensões e deformações respectivamente.
Quadro 4: Traços e propriedades das argamassas americanas e britânicas Variação das
propriedades
Tipo de argamassa
Traço em volume
Cimento Cal Areia* (a) M (i) 1 0 a 1/4 3**
S (ii) 1 1/2 4 a 4,5**
N (iii) 1 1,00 5 a 6**
(b) O (iv) 1 2 8 a 9** (a) - Aumento da resistência
(b) - Aumento da capacidade de absorver movimentos da estrutura * - A norma americana prevê um intervalo na quantidade de areia de
2,25 a 3 vezes o volume de cimento e cal somados ** - As quantidades de areia fornecidas pela norma britânica se
encaixam dentro do intervalo da norma americana Fonte: Camacho (2006)
Camacho (2010, p. 12) comenta que as argamassas são definidas como:
Argamassa tipo M: é recomendada para alvenaria em contato com o solo, tais como fundações. Possui alta resistência e durabilidade.
Argamassa tipo S: Por possuir boa resistência a compressão e a tração quando confinada entre os blocos, recomenda-se sua utilização em alvenarias sujeitas aos esforços de flexão.
Argamassa tipo N: Apresenta média resistência a compressão e boa durabilidade. É recomendada para uso geral em alvenarias expostas, sem contato com o solo. Essa é a argamassa mais comumente utilizada em obras de pequeno porte no Brasil.
Argamassa tipo O: Pode ser aplicada em blocos maciços onde a tensão de compressão não ultrapasse 0,70 MPa e não esteja exposta a meio agressivo. Apresenta baixa resistência a compressão, e é indicada sua aplicação em paredes interiores em geral.
Um elemento de alvenaria estrutural é composto basicamente por dois componentes, sendo eles, o bloco e a argamassa de assentamento, esse ultimo por sua vez de grande influência na funcionalidade estrutural da parede. (LOGULLO, 2006, p. 25).
Em relação à dosagem da argamassa, Grohmann (2006, p. 29) verbera que:
[...] pode ser feita de duas formas. Na dosagem experimental deve-se levar em conta alguns fatores como a utilização de uma relação água/cimento adequada para suprir as necessidades de resistência à compressão e durabilidade, trabalhabilidade compatível com as características dos materiais e teor de cal em relação ao cimento não deve ultrapassar o limite de 0,25. A dosagem não experimental é feita em canteiro de obra e somente deve ser permitido em obras de pequeno vulto quando a resistência à compressão do prisma for menor que 3,0 MPa na área bruta.
Quadro 5: Variáveis de controle geométrico na produção de alvenaria
Fator Tolerância
Junta horizontal
Espessura ± 3 mm
Nível 10 mm no máximo 2 mm/m Junta
vertical
Espessura ± 3 mm
Alinhamento vertical 10 mm no máximo 2 mm/m
Alinhamento da parede
Vertical (desaprumo)
± 2 mm/m ± 10 mm no máximo ±25 mm na altura total
do edifício
Horizontal (desalinhamento) ± 10 mm no máximo ± 2 mm/m Nível
superior das
paredes Nivelamento da fiada respaldo
± 10 mm
Fonte: (ABNT, 2011)
Por fim, Grohmann (2006, p. 30) compreende que “Variações significativas nesta espessura, tanto para mais como para menos, causa perdas na resistência da parede ou de capacidade de acomodar deformações.”
5.1.3 Graute
Segundo a ABNT NBR 8798:1985 – Execução e controle em obras de alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto – Procedimento- o graute é o componente proveniente da mistura de cimento, agregado miúdo e graúdo, água e cal, além de aditivos, sua função principal é aumentar a capacidade portante e solidarização da armadura, é utilizado para preencher os vazios dos blocos e caneletas.
Conforme Grohmann (2006, p. 32):
O graute pode ser classificado de duas formas conforme a presença ou não de agregado graúdo. O graute fino é aquele cujo diâmetro máximo do agregado for igual ou inferior a 4,8 mm e o graute grosso é aquele cujo diâmetro é superior a 4,8 mm. Recomenda-se que a escolha pelo tipo de graute seja de acordo com o tamanho dos furos a serem preenchidos [...].
Quanto aos agregados foi notado que, em grautes compostos por agregados graúdos têm menor retração e maior aderência bloco/graute, mas em relação a resistência à compressão não apresentou diferença significativa. (KINGSLEY et al. apud GROHMANN, 2006, p. 34).
quantidades de modo que não afete a armadura da alvenaria . (GROHMANN, 2006, p. 34).
5.1.4 Prisma
Prismas são elementos constituídos de dois ou mais blocos unidos entre si por juntas de argamassa, podendo ter seus vazios preenchidos ou não por graute. Normalmente é composto por um componente de comprimento e um de largura, tendo sua altura entre 1,5 e 5 vezes a largura (CALÇADA,1998 apud STEIL, 2003, p.
21).
Se tratando da confecção dos prismas, Viapiana (2009, p. 23) cita que: “Nos prismas de três blocos, o bloco central, geralmente livre do efeito de confinamento dos pratos da prensa, representa melhor o tipo de ruptura da alvenaria.”
Para Mendes (apud GROHMANN, 2006, p. 34) “Primas[sic] de alvenaria, são
simulações mais simples e econômicas para a verificação das propriedades mecânicas de uma parede de alvenaria.”
Conforme Mohamad et al. (2011, p. 8): “[...] o desempenho estrutural de paredes de
alvenaria não pode ser estimado sem a realização de testes com paredes ou prismas dos materiais que serão utilizados.”
Tendo os prismas suas células com porcentagens diferentes de grauteamento, Hamid et al. (apud GROHMANN, 2006, p. 65) concluem: “que a resistência à
compressão dos prismas cresce à medida que aumenta o percentual de células grauteadas.”, Figura 2. O autor comenta ainda que: “em prismas parcialmente grauteado preferiram analisar as cargas de ruptura em relação à área bruta, devido os esforços de compressão não se distribuírem uniformemente na área liquida.” No Quadro 6 o autor demonstra alguns resultados de ensaio de prisma.
Quadro 6: Resultados dos prismas
Grauteamento Resistência à compressão Mpa Área líquida Área Bruta
Oco 15,61 5,82
50% 22,94 16,19
100% 17,67 17,67
Figura 2 - Prisma oco, grauteado 50% e 100% Fonte: Acervo próprio, 2013
Com esses valores obtidos da resistência à compressão dos prismas com diferentes porcentagens de grauteamento, será definido o índice de resistência conforme a fórmula abaixo:
Onde:
= Índice de resistência;
= Resistência média do prisma de cada porcentagem de grauteamento; = Resistência média do prisma oco.
Um conceito importante referente à resistência da compressão em alvenaria estrutural é o fator de eficiência, que de acordo com Grohmann (2006, p. 36): “é a relação entre a resistência do bloco e do componente em questão, é calculado dividindo-se o valor da resistência à compressão do prisma ou da parede pela resistência do bloco.”
No Quadro 7 o autor cita alguns fatores de eficiência em blocos estruturais de concreto:
Quadro 7: Fatores de eficiência encontrados em outras pesquisas
Autores Resistência a compressão (Mpa) eficiência Fator de Argamassa Bloco Prisma
Calçada (1998) 5,22 17,11 11,05 0,65
Calçada (1998) 5,22 24,61 13,81 0,56
Calçada (1998) 5,22 29,66 18,71 0,63
Mohamad (1998) 4,20 15,70 8,84 0,56
Mohamad (1998) 8,63 15,70 10,80 0,69
Mohamad (1998) 19,90 15,70 11,70 0,75
6 METODOLOGIA
O desenvolvimento deste projeto será voltado para estudos teóricos e experimentais, com as seguintes definições:
6.1 Estudo teórico
Nessa parte serão realizadas pesquisas e leituras em artigos, teses, livros e normativas para se obter um maior conhecimento sobre o tema deste projeto.
6.2 Estudo experimental
Após o estudo teórico, o estudo experimental será voltado para o ensaio em prismas, o mesmo será realizado nas dependências laboratoriais do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI de Sinop, Mato Grosso. Todo processo terá acompanhamento de técnicos da instituição, assim a garantir uma maior confiabilidade na execução deste ensaio.
Este estudo será realizado conforme a ABNT NBR 15961 (2011), e também conforme elementos disponibilizados por alguns pesquisadores. Possibilitando desta forma, fazer comparativos dos valores encontrados. Para alcançarmos nossos objetivos este estudo será desenvolvido nas seguintes etapas:
Modelagem dos corpos de prova;
Período de cura;
Execução do ensaio;
Análise e conclusão;
6.2.1 Modelagem dos corpos de prova
Nesta etapa para expor as resistências à compressão dos componentes, exceto do bloco estrutural de concreto, serão preparados 05 corpos de prova da argamassa industrial e 05 corpos de prova do graute, ambos moldados in loco.
Serão moldados também prismas com sobreposição de 03 blocos estruturais de concreto, sendo 12 amostras para cada porcentagem de grauteamento, totalizando 36 amostras, confeccionados com a argamassa e o graute citado acima.
O processo de modelagem de todos os corpos de prova dos prismas será realizado conforme parâmetros indicados na ABNT NBR 15961-2 (2011).
6.2.2 Período de cura
6.2.3 Execução do ensaio
Os ensaios serão realizados de acordo as normativas específicas para métodos de ensaios de argamassa, graute e prisma, realizando as anotações dos valores obtidos.
6.2.4 Análise e conclusão
Quadro 8: Atividades
Ano 2014 / Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Períodos do mês/
Atividades previstas 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª Pesquisa
bibliograficas Fundamentacão
teórica Preparo dos corpos
de provas
Execução do ensaio
após 28 dias Análise e tratamento
dos valores obtidos Elaboração das
conclusões Revisão do trabalho
Apresentação do
trabalho Correção versão
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12118: Blocos
vazados de concreto simples para alvenaria – Método de ensaio. Rio de Janeiro,
2010, 16 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15961-1: Alvenaria
estrutural – Projeto. Rio de Janeiro, 2011, 43p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15961-2: Bloco de
concreto – Execução e controle de obras. Rio de Janeiro, 2011, 41 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8798: Execução e
controle de obras em alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto. Rio
de Janeiro, 1985, 15 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6136: Blocos
vazados de concreto para alvenaria – Requisitos. Rio de Janeiro, 2007, 9 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13281: Argamassa
para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Requisitos. Rio de
Janeiro, 2005, 12 p.
ACCETTI, K. M. Contribuição ao projeto estrutural de edifícios em alvenaria.261 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia das Estruturas) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos. 1998.
BARBOSA, C. S. Resistência e deformabilidade de blocos vazados de concreto e suas correlações com as propriedades mecânicas do material constituinte. 162 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia das Estruturas) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos. 2004.
CAMACHO, J.S. Projeto de edifícios de alvenaria estrutural. 53 f. Universidade Estatual Paulista, Ilha Solteira. 2006.
GROHMANN, L. Z. Análise do comportamento de prismas grauteados de alvenaria estrutural cerâmica. 160 f. Dissertação (Mestrado em Construção Civil e Preservação Ambiental) – Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul. 2006.
KALIL, S. M. B. Alvenaria Estrutural. 86 f. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. [2002?].
MOHAMAD, G.; RIZZATTI, E.; ROMAN, H. R. Modo de ruptura, deformabilidade e resistência de pequenas paredes estruturais. Ambiente Construído, Porto Alegre, v.11, n. 3, p. 7-22, jul./set. 2011.
POMPEU, L. G. J.; FERREIRA, B. L. O. Alvenaria estrutural de bloco de concreto – Método executivo, vantagens e desvantagens de seu uso. 85 f. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Civil) – Universidade da Amazônia, Belém. 2010.
STEIL, R. O. Efeito da geometria do bloco de concreto e do tipo de argamassa no desempenho à compressão de prismas de alvenaria não grauteados. 178 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 2003.