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Educação a distância e Ciência da Informação : uma reflexão sobre os direitos do autor

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. Educação a Distância e Ciência da Informação: Uma reflexão sobre os direitos do autor Jane Resina Fernandes de Oliveira. Orientadora:. Profª. Suzana Pinheiro Machado Mueller. Brasília 2006.

(2) UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. Educação a Distância e Ciência da Informação: Uma reflexão sobre os direitos do autor. Jane Resina Fernandes de Oliveira. Dissertação apresentada ao Departamento de Ciência da Informação e Documentação da Universidade de Brasília como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Ciência da Informação.. Orientadora:. Profª. Suzana Pinheiro Machado Mueller. Área de Concentração: Linha de Pesquisa:. Transferência da Informação Comunicação da Informação. Brasília 2006.

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(4) Seja bom com os outros. A distância que você caminha na vida vai depender de sua ternura com os jovens, da sua compaixão com os idosos, sua compreensão com aqueles que lutam, da sua tolerância com os fracos e os fortes. Porque algum dia na vida você poderá ser um deles. George Washington Carver.

(5) A minha família, razão do meu viver..

(6) AGRADECIMENTOS. À Professora Doutora Suzana Pinheiro Machado Mueller, pela orientação e apoio durante toda a pesquisa, pela sua demonstração de humildade e paciência. Ao Professor Doutor Eron Brum e aos companheiros deste curso de Mestrado, pelo apoio em todos os momentos. A todos os professores da UnB, que disponibilizaram seu tempo e convívio com os seus familiares para nos ministrar as aulas em Campo Grande, MS, na Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (UNIDERP). A minha família, que está comigo em todos os momentos da minha vida, apoiando- me de forma incondicional. Em especial, ao meu esposo e companheiro, que entendeu os momentos de ausência necessários para a realização deste trabalho. A DEUS que permitiu que estivesse apta para este trabalho..

(7) SUMÁRIO. 1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 1.1 PERGUNTA............................................................................................................. 1.2 JUSTIFICATIVA..................................................................................................... 1.3 OBJETIVOS............................................................................................................. 1.3.1 Geral...................................................................................................................... 1.3.2 Específicos.............................................................................................................. 11 13 13 14 14 14. 2 PRESSUPOSTOS DA PESQUISA........................................................................... 16. 3 REVISÃO DA LITERATURA................................................................................ 3.1 IMPORTÂNCIA DO DIREITO AUTORAL NA COMUNICAÇÃO DA INFORMAÇÃO....................................................................................................... 3.2 EAD NO BRASIL: BREVE RELATO.................................................................... 3.3 FLUXO DA INFORMAÇÃO: NOVA ERA.......................................................... 3.4 DIREITO AUTORAL.............................................................................................. 3.5 LEI DO DIREITO AUTORAL E LEI DO PROGRAMA DE COMPUTADOR... 3.6 DIREITO MORAL E PATRIMONIAL................................................................... 3.7 DAS LIMITAÇÕES DOS DIREITOS AUTORAIS.............................................. 3.8 DIREITOS AUTORAIS E EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA................................. 3.9 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E CAPACITAÇÃO DOS ENVOLVIDOS........... 3.10 MATERIAL DIDÁTICO E EQUIPE MULTIDICISPLINAR............................. 3.11 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA COMO OBRA MULTIMÍDIA/COLETIVA/ SOB ENCOMENDA......................................................................................... 3.12 PROTEÇÃO LEGAL AO DIREITO DO AUTOR NA OBRA MULTIMÍDIA, COLETIVA, CO-AUTORIA E SOB ENCOMENDA.......................................... 3.12.1 Textos e fotografias............................................................................................. 3.12.2 Design do conteúdo............................................................................................. 3.12.3 Os sons................................................................................................................. 3.12.4 Obras musicais..................................................................................................... 3.12.5 Filmes e vídeos.................................................................................................... 3.12.6 Obras audiovisuais............................................................................................... 3.12.7 Da utilização da obra coletiva............................................................................. 3.12.8 Conclusão da revisão da literatura........................................................................ 17. 4 DA PESQUISA.......................................................................................................... 4.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................. 4.2 DA COLETA E ANÁLISE DE DADOS................................................................. 4.2.1 Da coleta de dados com os coordenadores............................................................ 4.2.2 Das respostas dos coordenadores.......................................................................... 4.2.3 Análise das respostas dos coordenadores.............................................................. 4.2.4 Da coleta de dados com os professores................................................................. 4.2.5 Das respostas dos professores............................................................................... 4.2.6 Análise das respostas dos professores.................................................................... 78 78 83 83 84 97 100 101 113. 17 20 28 30 35 39 42 43 46 49 55 66 69 69 70 70 71 71 72 74.

(8) 4.2.7 Quadro síntese com as principais colocações dos segmentos entrevistados ........ 4.2.8 Dos contratos de trabalho com os conteudistas..................................................... 4.2.9 Análise do contrato de cessão................................................................................ 4.2.10 Análise do contrato de edição............................................................................ 4.2.11 Análise dos contratos de cessão e edição............................................................. 116 118 118 119 120. 5 PROPOSTA DO AUTOR COM DIRETRIZES A SEREM OBSERVADAS PELAS PARTES AO REALIZAREM CONTRATOS PARA O PROGRAMA DE EAD …………………………………………………........................................... 5.1 CONTATO DE CESSÃO....................................................................................... 5.2 CONTRATO DE EDIÇÃO ..................................................................................... 122 122 126. 6 CONCLUSÃO............................................................................................................ 131. REFERÊNCIAS............................................................................................................ 136. ANEXOS....................................................................................................................... ANEXO A – Lei nº 9.609/98 – Lei do Programa de Computador................................. ANEXO B – Lei nº 9.610/98 – Lei dos Direitos do Autor............................................ ANEXO C – Contrato de cessão.................................................................................... ANEXO D – Contrato de edição..................................................................................... 143 144 149 169 171. APÊNDICES................................................................................................................. APÊNDICE A – Questionário com os coordenadores................................................... APÊNDICE B – Questionário com os professores......................................................... 175 176 177.

(9) LISTA DE FIGURAS. Figura 1 - Diferença entre professor a distância e presencial.......................................... 48. Figura 2 - Definição de atividades de profissionais na EAD.......................................... 53. Figura 3 - Categoria de especialistas na EAD e respectivas atividades.......................... 54. Figura 4 - Quadro síntese com as principais colocações dos Coordenadores entrevistados.................................................................................................................... 116. Figura 5 - Quadro síntese com as principais colocações dos Professores entrevistados. 117.

(10) LISTA DE ABREVIATURAS. ABED ASPI EAD CAPES CEAD CNE CNPJ CPF CES INPI OIRC LDA LDB MEC MIT OMPI PUC UNED. -. Associação Brasileira de Educação a Distância Associação Paulista de Propriedade Intelectual Educação a Distância Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Centro Nacional de Educação a Distância Conselho Estadual de Educação Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica Cadastro Pessoa Física Câmara de Educação Superior Instituto Nacional de Propriedade Industrial Internet Relay Chat Lei dos Direitos Autorais Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Ministério da Educação Massachusetts Institute of Technology – Estados Unidos Organização Mundial de Propriedade Intelectual Pontifícia Universidade Católica Universidade Nacional de Ensino a Distância - da Espanha.

(11) RESUMO. Sob o contexto da Sociedade da Informação, a pesquisa teve como objetivo identificar como a lei brasileira aborda as garantias do direito do autor que elabora os conteúdos utilizados nos programas de Educação a Distância, e como esses direitos estão sendo tratados na prática pelas instituições que propõem os cursos e pelos profissionais envolvidos na criação. A Educação a Distância inaugura um novo formato de veiculação de conteúdos e ensinoaprendizagem, e nesse sentido, a Ciência da Informação está presente, ante a preocupação do compartilhamento de informação responsável e acessível, ampliando a possibilidade da produção de conhecimento dos usuários, respeitando-se os direitos autorais, visando à recuperação e organização dos estoques informacionais para a construção desse novo segmento educacional, verificando como poderia ser classificado e caracterizado o material produzido para ser oferecido na Educação a Distância. Para verificação da existência e aplicabilidade da legislação nacional foi efetivado um levantamento sobre a Lei dos Direitos do Autor, e para o conhecimento do funcionamento do programa Educação a Distância, a pesquisadora participou de dois cursos nessa modalidade. Ante a insuficiência da coleta de dados no que concerne aos direitos do autor foi realizada uma pesquisa qualitativa com coordenadores e professores ligados a instituições que atuam na área, por meio de questionários, os quais foram analisados juntamente com dois contratos particulares realizados com conteudistas, comparando o que ocorre na prática, com a legislação existente sobre a matéria. Os resultados revelaram que não há um parâmetro na contratação dos profissionais e que há o desconhecimento da legislação brasileira, tanto pelas instituições, como pelos professores e coordenadores. Concluiu- se que não há legislação e regras específicas sobre o tema, bem como, quanto aos direitos e deveres destes autores/conteudistas e de suas modalidades de criação, havendo necessidade de estudos mais aprofundados face ao franco crescimento da Educação a Distância no Brasil. Palavras-chave: Sociedade da Informação. Educação Autores/Conteudistas. a Distância. Direito do Autor.. ABSTRACT. Based on the Information Society context, the research had as an objective to identify how the Brazilian law deals with the guarantees of the author’s right, the one who prepares the content used in Distance Education programmes and how these rights are being treated in practice by the institutions which offer the courses and by the professionals involved in the creation. The Distance Education uses a new format of content and teaching- learning propagation and, in this direction, the Information Science is present, faced with the concern of sharing the responsible and accessible information, enlarging the possibility of the users’ knowledge production, respecting the copyrights, aiming the recovering and the organization of the information stocks for the construction of this new educational segment, checking how the produced material could be classified and characterized to be offered in the distance.

(12) education. To verify the existence and applicability of the national legislation it was accomplished a survey about the Copyright Law, and to have knowledge about the functioning of the Distance Education Program, the researcher participated in two courses at this modality. In view of the shortage of the data collection relating to the author´s right, it was made a qualitative research with the coordinators and teachers joined to the institutions who work in the modality. Questionnaires were applied which were analysed together with two private contracts achieved by the responsibles for the content, comparing what it occurs in the practice with the existing legislation about the subject. The results showed that there is not a parameter at the act of contracting with the professionals and that there is the unfamiliarity about the Brazilian Legislation, both by the institutions and by the teachers and coordinators. It is concluded that there is not legislation and specific rules about the theme, as well as the rights and duties of these authors/ content responsibles and of their modalities of creation, which shows a necessity of deeper studies face to the clear growth of the Distant Education in Brazil. Key-words: Information Society. Distance Education. Copyright. Authors/Content.

(13) 1 INTRODUÇÃO. Diante do grande desenvolvimento tecnológico e da velocidade de novas informações que afetam direta e indiretamente a vida de todos os cidadãos, a Internet - Rede Mundial de Computadores tornou-se, além de meio de comunicação e entretenimento, ferramenta indispensável de trabalho na vida atual. O uso do computador passou a ser necessário em todos os segmentos da vida humana, possibilitando o acesso a uma fonte inesgotável de informação e pesquisa, o que exige que os atos e fatos ocorridos em virtude, ou por meio, da Internet tenham atuação enérgica do Direito, que não deve estar ausente dessa nova realidade. Assim, com o desenvolvimento da Internet, que acabou por introduzir novos conceitos de comunicação e possibilitou rapidez na disseminação da Sociedade da Informação, surgiram, também, inúmeras questões, inseridas em ambientes absolutamente inéditos, sem precedentes de legislação específica. Entre estas está a questão da garantia dos direitos autorais nesse novo ambiente que se propaga. A era da informação, a transformação social estabelecida com a globalização e o uso da Internet, obriga os estudiosos das mais diversas áreas a encontrar meios jurídicos e técnicos para o estabelecimento de regras aos usuários, garantindo, no ambiente virtual, os direitos já conquistados pelo homem no mundo real. O uso da Internet proporciona a diminuição da distância, a quebra de barreiras, tornando possível ao homem, por meio de um terminal de computador, realizar compras online, receber e transmitir informações para qualquer parte do mundo em tempo real, realizar pagamentos e movimentar sua conta bancária e, ainda, educar-se e adquirir conhecimento. Em razão disso, está havendo uma adoção por cursos oferecidos a distância, na qual, entre muitas outras, podem-se arrolar como vantagens, de um lado, a facilidade proporcionada pela desnecessidade de locomoção do aluno, que pode, ainda, realizar o curso no horário que lhe for mais apropriado, e de outro, a vantagem das universidades em oferecê-los, por um custo reduzido, sem a ocupação de seu espaço físico e sem o desgaste natural de prédios e equipamentos, ante a ausência física de alunos e professores. A Educação a Distancia está em pleno crescimento no Brasil e vem sendo adotada, de forma maciça, pelas instituições de ensino que vislumbram uma nova forma de educar, com métodos diferenciados, uso da Internet e do computador, baixo custo fixo, aumento de receita e da quantidade de alunos matriculados sem a utilização do espaço físico. Para tanto, há.

(14) 12. necessidade de elaboração de conteúdos específicos e didáticos para o oferecimento dos diversos cursos oferecidos a distância. Está nascendo uma nova forma de educar, de transmitir conhecimento. Com a adoção pelas instituições de ensino dessa forma de ensino-aprendizagem, observa-se que no meio universitário não há um consenso com referência ao tratamento legal e especificidade técnica relativa aos conteúdos elaborados pelos profissionais envolvidos na criação de material para a Educação a Distância. Ocorre que não há legislação própria para orientar quanto às garantias dos direitos autorais de todos aqueles envolvidos na criação de conteúdos, e também dos formatos por meio dos quais eles são disponibilizados. Entre os profissionais envolvidos estão professores, técnicos, coordenadores,. webdesigner e. programadores. E entre os formatos, podem ser citados: CD, DVD, apostilas e livros. Esse tema é mais abrangente e preocupante do que se imagina, uma vez que, quando o professor redige um conteúdo para ser utilizado no programa da Educação a Distância, esse conteúdo não está adequado para ser transmitido para os alunos. Será necessário que ele receba um tratamento por outros profissionais, tais como os webdesigners, técnicos em informática, em animação gráfica e som. O material transformado deixa de ser obra do professor apenas e passa a ter autoria coletiva de todos aqueles que contribuíram para a sua produção. Assim, o tratamento do direito autoral não se restringe única e exclusivamente ao professor autor dos conteúdos, mas se estende a todos os envolvidos na criação. O que motivou esta pesquisa foi a percepção da grande evolução desse segmento, pois por meio da junção de vários fatores, como a necessidade de educação, a exigência cada vez maior de pessoas preparadas para o mercado de trabalho, a falta de espaço físico em universidades, a impossibilidade da presença das universidades em todos os municípios brasileiros, a possibilidade de aumentar o numero de pessoas com formação específica e a evolução tecnológica que permite a Educação a Distância sem a necessidade de se locomover, a tendência é aumentar o incentivo governamental para esse segmento educacional, e conseqüentemente aumentar a quantidade de cursos oferecidos a distância..

(15) 13. 1.1 PERGUNTA. Esta pesquisa tem a intenção de verificar como a lei brasileira aborda as garantias do direito do autor que elabora conteúdos utilizados nos programas de Educação a Distância, e como esses direitos estão sendo tratados na prática pelas instituições que ministram os cursos e pelos profissionais envolvidos na criação. Pretende verificar ainda como poderia ser classificado e caracterizado o material produzido para ser oferecido na Educação a Distância.. 1.2 JUSTIFICATIVA. A justificativa para a realização desta pesquisa é contribuir com a recuperação da informação em diversos níveis de usuários, uma vez que, a ausência de regras específicas quanto aos direitos de autor impossibilita que o fluxo da informação e a conseqüente comunicação se dêem de forma completa, uma vez que não é suficiente a existência de informação, mais sim possibilidade de o usuário acessá- la e utilizá- la para a aquisição de conhecimento. Essa área é nebulosa e não se têm de forma clara a inserção, recuperação e propagação dos conteúdos, que uma vez devidamente regulamentados poderão alcançar o objetivo proposto de transferir e transmitir conhecimento, proporcionando a Educação a Distância, preservando-se os direitos dos envolvidos. A pesquisa se justifica ainda no sentido de contribuir para que sejam iniciadas pesquisas com o objetivo de buscar uma solução referente às garantias dos direitos autorais do professor que elabora o conteúdo para ser ministrado nos cursos a distância. Verificar se há legislação própria que garanta aos autores os seus direitos morais e patrimoniais, bem como se há a classificação e caracterização como obra protegida pela lei, do conteúdo elaborado para a Educação a Distância, verificando se este conteúdo poderia ser classificado como obra sob encomenda, obra coletiva, ou em co-autoria. E se poderia ser caracterizado como obra multimídia, programa de computador ou audiovisual. O tema em questão necessita de estudo aprofundado, uma vez que o problema existe, principalmente porque é muito recente o oferecimento pelas universidades e instituições de cursos a distância, e não está claro o tratamento dado pelos interessados no oferecimento desses cursos, no que se refere à garantia dos direitos autorais dos conteúdos elaborados pelos.

(16) 14. professores, além de outros profissionais que também participam da elaboração e criação do material utilizado nessa modalidade de ensino, tais como: webdesigner, programador de computador, publicitários, especialistas em som e imagem. A pesquisa tratará exclusivamente dos direitos autorais daquele que escreve o conteúdo, que normalmente é um professor. Entende-se, no entanto, que a abordagem realizada nesta pesquisa, por analogia, poderá ser adotada para o estabelecimento de regras para os outros profissionais que atuam com o professor na elaboração do conteúdo para serem utilizados nos cursos a distância. Espera-se contribuir desta maneira para um melhor entendimento dos direitos autorais atinentes a esse novo tipo de trabalho que surgiu com a propagação da Educação a Distância e utilização da Internet. Contribuir, também, para a adoção de critérios que possam garantir os direitos autorais de todos aqueles envolvidos na criação, possibilitando que o fluxo da informação se dê de forma mais livre, com possibilidade de recuperação e armazenamento da informação e a organização dos conteúdos nos sistemas informacionais sem ferir os direitos das partes, sugerindo formas para a preservação igualitária dos direitos do autor, contribuindo para o planejamento de ações nesse sentido.. 1.3 OBJETIVOS. 1.3.1 Geral. Identificar como a lei brasileira aborda as garantias do direito do autor que elabora conteúdos utilizados nos programas da Educação a Distância, e como esses direitos são tratados na prática pelas instituições e profissionais que atuam na área. Verificar como poderia ser classificado e caracterizado o material produzido para ser oferecido na Educação a Distância.. 1.3.2 Específicos. 1 - Verificar a existência e aplicabilidade da legislação dos direitos do autor quanto a:.

(17) 15. a) direitos morais e patrimoniais (direitos morais – a garantia do autor de ter o seu nome nas obras que produziu; direitos patrimoniais – a garantia de o autor receber remuneração pela obra produzida); b) classificação das obras protegidas (se quando é contratado um professor para a realização do conteúdo, poderia ser classificado como obra por encomenda, coletiva ou em co-autoria); c) caracterização do formato do material para ser disponibilizado ao usuário (se a obra pronta para ser utilizada no curso on-line poderia ser caracterizada como obra multimídia – entendida como qualquer combinação de texto, arte gráfica, som, animação e vídeo transmitida pelo computador com base em um software (CARBONI, 2003), ou programa de computador. 2 - Verificar quais são as práticas de contratação dos profissionais. 3 - Verificar a opinião daqueles envolvidos na criação quanto à garantia dos seus direitos. 4 - Comparar a legislação sobre a matéria e o que está ocorrendo na prática..

(18) 2 PRESSUPOSTOS DA PESQUISA. A pesquisa parte do pressuposto que em razão do rápido crescimento e adoção pelas universidades e instituições de ensino do Programa de Educação a Distância, é cada vez mais valorizado e procurado o profissional capacitado para o desenvolvimento de conteúdos para serem adotados e oferecidos nesses cursos. A elaboração desses conteúdos necessita de tratamento especial, ou seja, devem ser digitalizados e tratados com sons, imagens, desenhos e músicas, para que o aluno tenha maior interesse no aprendizado. Somente o texto digitalizado não é suficiente para alcançar o objetivo desejado do aprendizado a distância, o profissional, na realização do conteúdo, deve ter noção das técnicas necessárias para a sua elaboração. Parte-se do pressuposto que as contratações de pessoal para a confecção de conteúdos para a Educação a Distância estão sendo realizadas sem critérios legais definidos, e que não há o conhecimento pelos envolvidos das garantias legais oferecidas pela legislação, e que cada universidade ou instituição elabora contratos particulares, definindo em seus artigos o que consideram correto, e os conteudistas, muitas vezes, em razão da necessidade de trabalho, aceitam e aderem ao contratado, sem qualquer interferência ou sugestão. Além disso, não há o estabelecimento de regras para o setor, o que colabora para que o fluxo de informação não se processe da forma esperada, o que contribui para a existência de interferência nesse sistema de comunicação entre a instituição-professor-usuário..

(19) 3 REVISÃO DA LITERATURA. 3.1 IMPORTÂNCIA DO DIREITO AUTORAL NA COMUNICAÇÃO DA INFORMAÇÃO Com o desenvolvimento da tecnologia, o uso da Internet pela população, o aumento da Educação a Distância, a inexistência de barreiras, o uso do computador e sistemas tecnológicos de ultima geração, propicia ao usuário o acesso a informações ilimitadas. Em razão disso, no dizer de Mueller (2000), “novos formatos e canais de comunicação se tornaram disponíveis, expandindo de maneira nunca vista as possibilidades de comunicação e eliminando barreiras geográficas”. Ocorre, no entanto, que um dos objetivos da Ciência da Informação é fazer com que o usuário tenha acesso à informação desejada e dela possa fazer uso para aquisição do conhecimento da melhor forma possível, para o seu crescimento e evolução. O fluxo da informação normalmente é representado por um modelo que caracteriza o processo de comunicação (MUELLER, 2000). Para que haja o processo de comunicação, no dizer de Berlo (1999, p. 28) alguns elementos devem ser analisados, tais como: “quem está comunicando, por que está comunicando, e com quem se está comunicando”. Os elementos do processo de comunicação, como diz Berlo (1999, p. 29), devem ser levados em consideração quando: “a) iniciamos a comunicação, b) respondemos a comunicação, ou c) servimos como observadores ou analistas da comunicação”. Para Berlo (1999, p. 32), um modelo de processo de comunicação deve ter os seguintes ingredientes: “1) a fonte; 2) o codificador; 3) a mensagem; 4) o canal; 5) o decodificador; 6) o receptor”. A educação, no dizer de Berlo (1999), é um processo, citando como ingredientes os estudantes, professores, livros, aulas, bibliotecas, debates, meditação e raciocínio, que juntos poderiam ter alcançado o objetivo de “educar”. Diz o autor citado, no entanto, que a simples junção desses ingredientes não são suficientes para proporcionar a “educação”, isto porque:.

(20) 18. [...] se o fizermos teremos esquecido o conceito de processo, a dinâmica da educação. Como qualquer bom cozinheiro sabe, é o processo de mistura, a fusão, que faz um bom bolo; os ingredientes são necessários, mas não bastam [...]. É preciso lembrar que a dinâmica de movimento que relaciona os ingredientes é de importância fundamental. O conceito de dinâmica implica também que os fatores que possamos ter esquecido em qualquer lista isolada de ingredientes também determinam o que é produzido (BERLO, 1999, p. 26-27).. Uma distinção da característica da comunicação humana é o crescente número de canais de comunicação disponíveis (MEADOWS, 2001, p. 243). No dizer do autor, um dos canais mais usados é canal digital, considerado como melhor habilidade para administrar ruídos, dizendo que esses canais “suportam a comunicação interativa, seja com computadores ou com outros seres humanos”. E continua o autor:. [...] para a comunicação, não é o computador individual que é importante, mas a totalidade de computadores ligados em rede. A combinação de computadores e redes é usualmente chamada tecnologia da informação. O significado do papel crescente da tecnologia da informação não é simplesmente sua habilidade de tratar grandes quantidades de informação muito rapidamente, mas também seu poder de reconhecer o modo como vemos a informação [...]. A tecnologia da informação está aqui para obscurecer a linha divisória entre a comunicação pessoal e a comunicação de massa [...] o uso da tecnologia da informação não representa simplesmente um novo canal de comunicação, mas um novo conjunto de possibilidades para tratar a informação (MEADOWS, 2001, p. 243-244).. Nesse sentido, para que o usuário possa ter acesso ao programa da Educação a Distância, primeiro deve ter condições de acessibilidade por meio de um terminal de computador, e para que o curso seja oferecido, professores são contratados para que sejam elaborados os conteúdos utilizados em tal programa. Para a confecção e disponibilização desse conteúdo por diferentes canais, como elearning, ou por meio de material didático ou de qualquer outro suporte, é necessário estabelecer regras específicas nesse segmento, uma vez que, sem a definição dos direitos autorais, há ruptura do fluxo da informação e a conseqüente dificuldade na recuperação da informação e acesso livre e justo ao programa da EAD. A Ciência da Informação tem a sua evolução atrelada ao desenvolvimento da tecnologia da informação (BARRETO, 1997), e as transformações do eletrônico para o virtual estão sendo construídas pela sociedade. Conforme o autor, são três os objetivos e as perspectivas da Ciência da Informação:.

(21) 19. A - o mundo da realidade subjetiva: o espaço das construções teóricas, dos conteúdos de significação, da geração, interpretação e assimilação da informação, etc.; B - o mundo da realidade dos objetos: o espaço dos sistemas materiais e dos instrumentos; C - o mundo da realidade do ciberespaço: o espaço dos símbolos cibernéticos, a região de comunicação entre os humanos, onde seus dois mundos coincidem (BARRETO, 1997, p. 6-7).. Afirma o referido autor que os objetivos da Ciência da Informação se transformam conforme as modificações sociais e assim os mundos vão se adaptando às mudanças e se transformando novamente conforme as exigências e necessidades da sociedade. Barreto (1997, p. 7) continua dizendo que dentro “desses mundos, em suas prioridades, que se localizam a pesquisa o ensino e a atuação profissional na ciência da informação”. Tais afirmativas sugerem que a Ciência da Informação está atenta às evoluções sociais, ao crescimento e desenvolvimento tecnológico, fazendo com que a informação cumpra o seu papel de penetrabilidade na vida do usuário, que deve ter condições de recuperar a informação para o uso individual e coletivo, o qual, conseqüentemente, se encarrega de impulsionar a evolução da humanidade, que deixa de ser territorializada, passando a ser globalizada. Em um contexto globalizado, no dizer de Miranda (2003, p. 67), “o volume de conteúdos operados por um país passa também a medir a sua capacidade de influenciar e de posicionar a sua população no futuro da sociedade humana”. E continua o autor dizendo que:. As instituições ligadas à pesquisa cientifica, à tecnologia, à educação e à saúde, deverão operar por meio da Internet, a geração e comunicação de conhecimento, a Educação a Distância e a promoção da saúde, de modo a contribuir decisivamente para a melhoria da qualidade de vida do brasileiro e ao aumento do chamado capital social do Brasil (MIRANDA, 2003, p. 75).. Para que o brasileiro possa conquistar a sua melhoria social, é vital, no dizer de Miranda (2003, p. 78), que:.

(22) 20. [...] a universalização do ensino formal e da educação continuada como condição de ingresso da população brasileira na era do conhecimento, o treinamento massivo no uso das novas tecnologias interativas, de forma generalizada e em todos os níveis, como ferramenta de participação nas redes e sistemas do Programa Sociedade da Informação, como meio de promoção social, geração de empregos qualificados e melhoria da qualidade de vida.. Para Miranda (2003), as fontes de informações compreendem vários formatos, o que necessita, evidentemente, de regras próprias para a sua devida organização e tratamento nas tarefas de armazenamento e recuperação. Nesse sentido, verifica-se a importância e a congruência do tema objeto desta dissertação, com a Ciência da Informação e a Sociedade da Informação, uma vez que o aprofundamento da aplicabilidade dos direitos do autor, relativamente àqueles que elaboram os conteúdos para serem utilizados na Educação a Distância, poderá auxiliar o desenvolvimento, comercialização e disponibilização desses conteúdos sem ferir os direitos dos envolvidos na criação.. 3.2 EAD NO BRASIL: BREVE RELATO. A Educação a Distância no Brasil surgiu no Brasil em 1934 por intermédio do Instituto Monitor. Sete anos depois, começou a funcionar o Instituto Universal Brasileiro. O método de ambas as instituições era semelhante: iniciação profissional em áreas técnicas, sem exigência de escolaridade anterior, por correspondência (SILVA, A., 2000). Em 1947, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), com o Serviço Social do Comércio (SESC) e com a colaboração de emissoras associadas, criou a Universidade do Ar, em São Paulo. O objetivo era oferecer cursos comerciais radiofônicos. Os programas, gravados em discos de vinil, eram repassados às emissoras que programavam as aulas nos radiopostos três vezes por semana. Nos dias alternados, os alunos estudavam nas apostilas e corrigiam exercícios, com o auxílio dos monitores. Na década de 1950, a Universidade do Ar chegou a atingir 318 localidades e oitenta mil alunos (MARQUES, 2004). Em 1976, foi criado o Sistema Nacional de Teleducação. O programa, que operava principalmente por meio de ensino por correspondência, realizou, também, algumas experiências (1977/1979) com rádio e TV (MARQUES, 2004)..

(23) 21. No Brasil, fundações privadas e não-governamentais começaram a oferecer o curso supletivo a distância na década de 1970, no modelo de teleducação (telecurso), com aulas via satélite, as quais eram complementadas por kits de materiais impressos. Nessa época, o país era considerado um dos líderes da modalidade, com os pontos fortes também no Projeto SACI e Projeto Minerva, que já capacitavam professores com formação apenas em magistério (MARQUES, 2004). Entre 1988 e 1991, estabeleceram-se a informatização e a reestruturação do Sistema de Teleducação, estabelecendo-se as diretrizes válidas até hoje. Foi já nesse contexto que, em 1995, o Departamento Nacional de Educação criou um setor destinado exclusivamente à EAD, o Centro Nacional de Educação a Distância (CEAD) (MARQUES, 2004). Em 1995, já era impossível dissociar o futuro da EAD da Internet. A partir desse ano o meio começou a ser usado pelas instituições de ensino superior, que já vislumbravam um novo mercado (MARQUES, 2004). Do ponto de vista legal, tem-se em 1996 a consolidação da última reforma educacional brasileira, instaurada pela Lei nº 9.394/96 (BRASIL, 1996). Ela oficializa a era normativa da Educação a Distância no Brasil pela primeira vez, como modalidade válida e equivalente para todos os níveis de ensino (MARQUES, 2004). As primeiras experiências bem sucedidas se deram com o início da oferta de cursos de pós-graduação, em 1997. Porém, foi só em 1999 que o MEC começou a se organizar para credenciar oficialmente instituições universitárias para atuar na EAD, processo que ganhou corpo em 2002 (MARQUES, 2004). A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, por meio do seu artigo 80, instituiu que: “O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada”. E em seus parágrafos 1º e 2º, diz que a Educação a Distância, organizada com abertura e regimes especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União, que a União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma relativos a cursos de Educação a Distância. Como incentivo à Educação a Distância, instituiu o Governo Federal, no parágrafo 4º, inciso I e II, do artigo 80, que ela gozará de tratamento diferenciado, que incluirá os custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens e que.

(24) 22. referida concessão seria para canais com finalidades exclusivamente educativas. A legislação sobre a matéria é clara sobre o incentivo do governo para o investimento nesse novo segmento, que, evidentemente, fará com que as universidades busquem o credenciamento para que possam oferecer a Educação a Distância. Desta feita, para que haja o oferecimento dos cursos, obrigatoriamente, os conteúdos deles deverão ser elaborados por professores, técnicos em computação e webdesigner, sendo necessária a elaboração de contratos entre os envolvidos, com as garantias dos direitos autorais de cada um, bem como da instituição que oferecerá o curso. Há várias definições sobre a Educação a Distância, sendo uma delas, definida pelo Decreto nº. 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, que em seu artigo 1º, diz:. [...] uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação (BRASIL, 1998).. Esse novo modelo de Educação tem sido definido por diversos autores, dentre eles Moran (apud SILVA, M. 2003, p. 39) que diz: “Educação on-line é o conjunto de ações de ensino-aprendizagem desenvolvidas por meio de meios telemáticos, como a Internet, a videoconferência e a teleconferência”. No dizer de Branco (apud SILVA, M., 2003, p. 418): “Educação a Distância é a educação de que a pessoa precisa, no momento em que precisa, no lugar em ela se encontra e ao menor custo possível”. A Educação a Distância, como ensina Moore e Kearsley (1996), é o aprendizado que ocorre a distância, sendo necessário para que ele ocorra, o conhecimento e a implementação de técnicas especiais, a utilização de tecnologia adequada e a capacidade organizacional e administrativa. é o aprendizado planejado que normalmente ocorre em um lugar diverso do de ensino e como conseqüência requer técnicas especiais de planejamento de curso, técnicas instrucionais especiais, métodos especiais de comunicação, eletrônicos ou outros, bem como estrutura organizacional e administrativa específica.. Deve-se considerar que a acelerada mudança em todos os níveis leva a ponderar, no dizer de Blanch (2002), sobre uma educação planetária, mundial e globalizante. Essas.

(25) 23. mudanças exigem que as pessoas estejam preparadas para aprender ao longo da vida, podendo adaptar-se e criar novos cenários. O surgimento das redes de computadores, segundo Jaques (1999), e o advento da Internet beneficiaram a Educação a Distância, com a disponibilização de ferramentas e técnicas que propiciaram novas perspectivas de ensino. A EAD carecia de mecanismos que permitissem aos alunos e professores comunicação de maneira direta, rápida e barata, por meio de serviços de comunicação, tais como: endereço eletrônico (e-mail), listas de discussão, newsgroups, Internet Relay Chat (IRC - sistema que permite conversa via texto para qualquer pessoa que usa a Internet para se conectar aos servidores de IRC), áudio e videoconferência. A Internet, em ambiente multimídia, permite que o professor apresente o conteúdo de maneira mais atraente ao aluno, dispondo de recursos como sons, imagens, animação entre outros. Este também é o entendimento de Araújo e Maltez (2005) que dizem:. [...] a partir das décadas de 60 e 70, a educação a distância, embora mantendo os materiais escritos como base, passa a incorporar articulada e integradamente o áudio e o videocassete, as transmissões de rádio e televisão, o videotexto, o computador e mais recentemente, a tecnologia de multimeios, que combina textos, sons, imagens, assim como, mecanismos de geração de caminhos alternativos de aprendizagem (hipertextos, diferentes linguagens) e instrumentos para fixação de aprendizagem com feedback imediato (programas tutoriais informatizados), etc.. As bases legais atuais da Educação a Distância no Brasil foram estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (BRASIL, 1996), pelo Decreto n.º 2.494, de 10 de fevereiro de 1998 (BRASIL, 1998a), Decreto n.º 2.561, de 27 de abril de 1998 (BRASIL, 1998b) e pela Portaria Ministerial n.º 301, de 7 de abril de 1998 (BRASIL, 1998f). Em 3 de abril de 2001, a Resolução n.º 1, do Conselho Nacional de Educação estabeleceu as normas para a pós-graduação lato e stricto sensu (BRASIL, 2001). O artigo 3º, tendo em vista o disposto no § 1º do artigo 80 da Lei nº 9.394/1996, determina que os cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) a distância serão oferecidos exclusivamente por instituições credenciadas para tal fim pela União e obedecem às exigências de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento estabelecidas na referida Resolução. No artigo 11, a Resolução nº 1, de 2001, também conforme o disposto no § 1º do art. 80 da Lei nº 9.394/96, de 1996, estabelece que os cursos de pós-graduação lato sensu a distância só poderão ser oferecidos por instituições.

(26) 24. credenciadas pela União. Os cursos de pós-graduação lato sensu oferecidos a distância deverão incluir, necessariamente, provas presenciais e defesa presencial de monografia ou trabalho de conclusão de curso (BRASIL, 2001). A Educação a Distância pode ser oferecida, por todas as Instituições públicas ou privadas legalmente credenciadas para o ensino superior a distância, conforme parecer do Conselho Nacional de Educação, homologado pelo Ministro da Educação e Cultura, por meio de Portaria publicada no Diário Oficial, nos termos da Lei nº 9.394/96 , do Decreto 2.494/98 e da Portaria MEC Nº 301/98. Quanto à oferta de programas de pós-graduação stricto sensu, mestrado e doutorado a distância, no Brasil, ainda será objeto de regulamentação específica, conforme texto do Decreto nº 2.494/98. Os critérios para reconhecimento desses cursos encontram-se em fase de definição pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) do MEC. Os cursos de pós- graduação lato sensu, chamados de “especialização”, até recentemente eram considerados livres, ou seja, independentes de autorização para funcionamento ou reconhecimento por parte do MEC. Porém, com o advento do Parecer n.º 908/99, aprovado em 2 de dezembro de 1998 (BRASIL, 1998e) e da Resolução nº 3, de 5 de outubro de 1999 (BRASIL, 1999), da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, que fixam condições de validade dos certificados de cursos presenciais de especialização, tornou-se necessária a regulamentação de tais cursos na modalidade a distância. Acredita-se que, brevemente, haverá a publicação da regulamentação para a Educação a Distância, pois já se encontra no portal do MEC1 o texto com a minuta do decreto para tal regulamentação, onde em seu artigo 37, revoga o Decreto n° 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, o Decreto n° 2.561,de 27 de abril de 1998 e demais disposições em contrário, possibilitando às instituições o oferecimento de:. I - a educação básica de jovens e adultos; II - a educação profissional técnica; III - a educação superior, abrangendo os seguintes cursos: a) seqüenciais;. 1. Ministério da Educação e Cultura. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/min_ead.pdf>. Acesso em: 17 maio 2005..

(27) 25. b) de graduação; c) de especialização; d) de mestrado; e e) de doutorado.. No artigo 5º, da mesma minuta2 , consta que:. [...] para a oferta de cursos e programas na modalidade a distância, as instituições de ensino interessadas deverão solicitar credenciamento prévio junto à União, nos termos deste Decreto, e mediante comprovação dos seguintes requisitos legais: I - habilitação jurídica, regularidade fiscal e capacidade econômico-financeira, conforme dispõe a legislação em vigor; II - qualificação técnico-pedagógica; III - histórico de funcionamento da instituição de ensino; IV - plano de desenvolvimento institucional (PDI), para as instituições de educação superior, que contemple a oferta de cursos na modalidade a distância; V - plano de desenvolvimento escolar (PDE), para as instituições de educação básica, que contemple a oferta de cursos na modalidade a distância; VI - projetos pedagógicos, com a concepção dos cursos e programas da educação a distância, respectivos currículos, número de vagas, sistema de avaliação e descrição detalhada dos serviços de suporte e atendimento remoto aos estudantes e em pólos de EAD, quando for o caso; VII - corpo docente com as qualificações exigidas na legislação em vigor; VIII - corpo técnico e administrativo qualificado; IX - instalações físicas gerais e específicas adequadas à realização do projeto pedagógico, com especial atenção para os laboratórios e para a infra-estrutura física e técnica de suporte e atendimento remoto aos estudantes da educação a distância, inclusive, quando for o caso, o pólo de EAD, entendido como unidade operativa, geralmente organizada com o concurso de diversas_ instituições, para a execução descentralizada de algumas funções didático-administrativas de curso, consórcio, rede ou sistema de educação a distância; X - bibliotecas adequadas, inclusive com acervo eletrônico e acesso por meio de redes de comunicação e sistemas de informação com regime de funcionamento e atendimento aos estudantes de educação a distância”. MEC (2005) 1.. No conteúdo da legislação que será adotada, percebe-se que a demanda pela Educação a Distância aumentará, pois haverá a possibilidade de o aluno graduar-se e pós- graduar-se por meio da Internet, possibilitando da mesma forma, a maior necessidade de contratação de profissionais capacitados para preparar o material didático nessa modalidade. Verifica-se também a preocupação dos profissionais que militam na área de como adequar as bibliotecas. 2. Idem..

(28) 26. e sistemas de informação à Educação a Distância e em como disponibilizar obras on-line, sem infringir os direitos autorais. Para que instituições preparem programas de graduação a distância, o Ministério da Educação arrola dez indicadores que servem como referência de qualidade de Educação a Distância de Cursos de Graduação, que servirão para orientar as instituições e as comissões de especialistas na análise de projetos, como seguem:. São dez os itens básicos que devem merecer a atenção das instituições que preparam seus programas de graduação a distância: 1. integração com políticas, diretrizes e padrões de qualidade definidos para o ensino superior como um todo e para o curso específico; 2. desenho do projeto: a identidade da Educação a Distância; 3. equipe profissional multidisciplinar; 4. comunicação/interatividade entre professor e aluno; 5. qualidade dos recursos educacionais; 6. infra-estrutura de apoio; 7. avaliação de qualidade contínua e abrangente; 8. convênios e parcerias; 9. edital e informações sobre o curso de graduação a distância; 10. custos de implementação e manutenção da graduação a distância.. Há no portal do MEC3 , a informação de que, além desses aspectos, a instituição proponente poderá acrescentar outros mais específicos e que atendam a particularidades de sua organização e necessidades socioculturais de sua clientela, cidade, região. Verificando-se os itens de qualidade especificados pelo MEC, nota-se que não há neles qualquer referência quanto à necessidade de apresentação para análise do órgão, do conteúdo elaborado pela instituição e que serão utilizados para ser ministrado nos programas de Educação a Distância. Não há da mesma forma, a análise do material didático, a forma e característica deles. Houve apenas a exigência da apresentação dos recursos educacionais e de equipe de profissional multidisciplinar. Isto denota que ainda não há uma preocupação maior quanto à qualidade do conteúdo, ou forma de remuneração e contratação dos profissionais que o redigem, mas pelo fato de ser especificada a necessidade de uma equipe multidisciplinar, verifica-se que haverá uma mudança de paradigma do perfil dos profissionais que atuam nesse. 3. Ibidem. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seed/index.php?option=content&task=view&id=62&Itemid =191>. Acesso em 17 maio 2005..

(29) 27. segmento, pois os professores deixarão de exercer a sua função exclusivamente nas salas de aula e passarão a exercê- la também a distância. A adoção deste novo segmento de ensino-aprendizagem é latente como demonstra recentes estudos na área. Takahashi (2005) demonstra o crescimento da Educação a Distância (EAD) com a divulgação de uma pesquisa que traz a evolução dessa modalidade de ensino no Brasil. Segundo o autor, há um total de 309.957 alunos em instituições autorizadas a dar certificados válidos no ensino nacional, dos quais 159.366 são de escolas federais, em cursos de graduação e pós-graduação, 20 são municipais, nível técnico, e 150.571, nível estadual em educação de jovens e adultos, técnico, médio e fundamental. Interessante observar nessa pesquisa que de 2004 a 2005, houve um crescimento de 100% no número de estudantes matriculados na graduação e pós-graduação. O referido estudo divulgou que em porcentagem das instituições, as mídias utilizadas são: 84% de conteúdo impresso, 63% de e- learning (Internet) e 56% CD-ROM. Pela porcentagem de 84% de conteúdo impresso, verifica-se a urgência do estabelecimento de regras especificas nesse segmento. A Educação a Distância também foi alvo de matéria da Revista Época (PEREIRA; RUBIN, 2005), na qual relata que no ano de 2004, 159.366 brasileiros fizeram cursos de graduação e de pós- graduação a distância no Brasil, número 90 vezes maior que em 2000. Pelas contas da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), há 3 milhões de brasileiros estudando pela Internet, por apostilas e correspondência. A pesquisa revela como explicação ao crescimento o número cada vez maior de gente com acesso a computador, tempo escasso, opção de universidades variadas, ausência de custo com transporte e viagens. Segundo a matéria, hoje há 166 instituições credenciadas no MEC que oferecem 278 tipos de curso a distância. O secretário de Educação a Distância do Ministério, Ronaldo Mota, disse nessa matéria que “até 2015, o número de graduados por esse sistema em nível universitário será igual ao dos formados da educação presencial”. E o Governo Federal está incentivando esse crescimento, e prova disso é a matéria publicada na Revista Época (PEREIRA; RUBIN, 2005) que relata que o governo resolveu investir R$ 100 milhões na área, o que inclui a criação de uma universidade aberta, como a inglesa Open University e a Universidade Nacional de Ensino a Distância (UNED), da.

(30) 28. Espanha, demonstrando a urgência dos debates sobre esse tema e a atualidade desta pesquisa.. 3.3 FLUXO DA INFORMAÇÃO: NOVA ERA. A transformação social ocasionada pela “era da informação“, onde a Internet é considerada como um dos maiores meios de comunicação, obriga os profissionais a se adaptarem a esse novo contexto, cuja tarefa exige desprendimento e aceitação, pois o profissional convive com tarefas e técnicas tradicionais de sua profissão, preparando-se no presente para o enfrentamento de um futuro incerto, devendo estar preparado para constante renovação da novidade (VALENTIM, 2002). Nesse novo contexto, diante da grande evolução tecnológica, muitos institutos jurídicos são colocados em discussão, dentre eles, o direito autoral que sempre foi obrigado a se adaptar às inovações tecnológicas, e agora precisa adaptar-se ao novo ambiente digital, pois, na verdade, “a história do direito reflecte (sic) o desenvolvimento da tecnologia”, e no dizer de Gomes e Mendes (2002), está-se vivendo um novo marco histórico, tão significante quanto à invenção da imprensa. Pois a tecnologia digital da informática tornou possível a Internet e, em decorrência, surgiu um meio de comunicação interativo em escala global, que permite combinar as utilidades da mídia tradicional (imprensa, audiovisual) e as facilidades da comunicação por telefone com as potencialidades do processamento de informação dos computadores. Nesse fluxo da informação, segundo Barreto (1997), permeiam dois critérios: o da tecnologia da informação – que almeja possibilitar o maior e melhor acesso à informação disponível - e o critério da Ciência da Informação - que intervém para, também, qualificar esse acesso em termos das competências para assimilação da informação, como sendo uma condição, que deve ter o receptor da informação acessada em elaborar a informação para seu uso, seu desenvolvimento pessoal e dos seus espaços de convivência. Nesse sentido, a ausência de regras específicas do direito autoral impede que o fluxo de informação se dê de forma completa, uma vez que, hoje, com a informação on-line, em tempo real, fluxos de informação multidirecionados podem ser virtuais quando o tempo se.

(31) 29. aproxima de zero, a velocidade se acerca do infinito e os espaços são de vivência pela não presença (BARRETO, 1997). Diante de todas as novidades inventadas pelo homem, cuja capacidade de criação é infinita, entende esta pesquisadora que quando se fala em Educação a Distância, além dos dois critérios citados por Barreto (1997), o da tecnologia da informação e o critério da Ciência da Informação, deverá haver o critério e a preocupação quanto à aplicabilidade da lei e o respeito aos direitos dos cidadãos no mundo digital, tanto dos alunos, usuários que pagam para ter acesso ao ensino on-line, e que buscam a aquisição do conhecimento, como para os professores, que elaboram o material para tal fim, o qual deverá alcançar o objetivo de transmitir a informação desejada ao usuário, e a instituição que é um elo entre o aluno e o professor, e um não completa o ciclo educacional sem o outro. É nesse sentido que o respeito à lei e ao cidadão deve ser fiscalizada, para facilitar a recuperação, o aproveitamento e o acesso à informação pelo usuário. A lei é necessária para o estabelecimento de regras para a evolução da sociedade, uma vez que ela define até onde o cidadão poderá ir sem prejudicar o direito do outro. Hoje, fala-se em mundo globalizado, sociedade em rede, informação on-line no qual a noção de territorialidade se transforma.. Na sociedade da informação, a comunicação e a informação tendem a permear as atividades e os processos de decisão nas diferentes esferas da sociedade, incluindo a superestrutura política, os governos: federal, estaduais e municipais, a cultura e as artes, a ciência e a tecnologia, a educação em todas as suas instâncias, a saúde, a indústria, as finanças, o comércio e a agricultura, a proteção do meio ambiente, as associações comunitárias, as sociedades profissionais, sindicatos, as manifestações populares, as minorias, as religiões, os esportes, lazer, hobbyes etc. A sociedade passa progressivamente a funcionar em rede. O fenômeno que melhor caracteriza esse novo funcionamento em rede é a convergência progressiva que ocorre entre produtores, intermediários e usuários em torno a recursos, produtos e serviços de informação afins (MIRANDA, 2003, p. 65-66).. O acesso virtual a todo tipo de informação permite ao usuário uma diversidade de temas, além da rapidez e precisão, o conhecimento da legislação aplicada à espécie por todos os envolvidos no processo, o que garante a legalidade na utilização do ambiente digital. Ocorre, no entanto, que, com a evolução e transformação dos padrões sociais, deve ocorrer a evolução do direito e das normas que regem a vida em sociedade. E neste novo ambiente, em razão de sua grande evolução e transformação, deverá ser realizada uma.

(32) 30. adaptação da legislação atual dos direitos do autor que deverá se adequar à realidade contemporânea.. 3.4 DIREITO AUTORAL. Há muitas definições do direito autoral, dentre elas Carboni, (2003, p. 28) entende que o direito autoral é:. [...] o conjunto de prerrogativas que a lei reconhece a todo criador intelectual sobre suas produções literárias, artísticas ou científicas, de alguma originalidade: de ordem extrapecuniária, em princípio, sem limitação de tempo; e de ordem patrimonial, ao autor, durante toda a sua vida, com o acréscimo, para os sucessores indicados na lei, do prazo por ela fixado.. Direitos autorais podem ser entendidos e explicados no dizer de Abraão (2002, p. 41):. Como um instituto composto por uma dupla ordem de direitos: uma, fundamental da pessoa, de características morais, baseadas em sua personalidade, e no exercício da liberdade de expressão, e características patrimoniais, baseadas em relações de caráter real e obrigacional, de uso e gozo das obras intelectuais materializadas; e outra, da sociedade, baseada no direito de todos ao progresso científico, ao acesso ao conhecimento, ao lazer e à cultura.. Abraão (2002) argumenta que o autor é o criador da obra protegida e titular de direitos, e que a criação cria um vínculo indissolúvel entre autor e obra, mas a titularidade pode ser adquirida por terceiros por meio da realização de contrato, ou ainda, perante a morte do autor, onde os herdeiros a adquirem por sucessão, antes que elas caiam em domínio público. Há uma diferença entre autor e titular da obra, pois nem sempre o titular é o criador. Nesse sentido, Abraão (2002), diz que o titular da obra pode ser definido de duas formas: o titular originário que é pessoa física, ou, na hipótese singular da obra coletiva, o organizador, seja ele pessoa física ou jurídica, e o titular derivado que adquire a obra do autor por transmissão, que é aquele ou aqueles que adquiriram o exercício de alguns direitos sem participação no processo criativo originário e assumem, por delegação do autor, seus direitos patrimoniais na comercialização dela, ou em qualquer outro modo de utilizá- la publicamente..

(33) 31. O direito do autor após o advento da Internet está sendo estudado e debatido por muitos estudiosos e pesquisadores, dentre eles: Cabral (1998), Carboni (2003) e Corrês (2000), e isto se deve à facilidade de publicação de obras na Rede, e a conseqüente cópia e utilização delas, muitas vezes, sem a devida autorização do autor. É importante salientar que por causa do uso constante da tecnologia, o alargamento das fronteiras em virtude das modernas e sofisticadas tecnologias de comunicação de massa, surgiu a necessidade de o autor, ao comercializar a sua obra, deixar claro nos contratos em quais modalidades de publicação a autorização é dada. Essa necessidade, não definida em lei, é uma das adequações que em tese deveria ser realizada para amparar aqueles envolvidos na criação, pois no dizer de Gandelman (1997), houve uma mudança radical, de Gutenberg à Internet com o surgimento após a impressão tipográfica, do livro, jornais e a cultura impressa em papel. Depois veio a fotográfica, o rádio, o filme, a TV, vídeos, satélites, cultura audiovisual, ou seja, o conhecimento integrado passando para a atualidade da explosão tecnológica, a era da obra coletiva, da obra derivada, da pirataria, da reprografia e da utilização quase que involuntária. Gandelman (1997) também salienta que é necessário um equilíbrio justo entre o titular da autoria e as próprias obras intelectuais, porque hoje perante a evolução tecnológica, os suportes físicos, onde são fixadas as obras, atingiram um importante estágio como bens de troca, necessitando de proteção legal para dar continuidade à criação e garantia dos direitos do autor. A garantia dos direitos do autor sempre foi tema de debates na tentativa de proteger o criador da obra intelectual. No renascimento, segundo Cabral (1998), foi o apogeu dos direitos morais do autor, uma vez que o artista do renascimento era pago. Como agregado da corte era honrado e dignificado, porém a sua obra pertencia ao encomendante. A paternidade da obra dos renascentistas – um ponto alto nos direitos morais do autor – chegou até nós. Seus patronos e pagantes desapareceram. A industrialização mudou a face do mundo e o caráter da propriedade. O que reclama a proteção legal, no dizer de Cabral (1998), é a produção que brota do interior do artista, ou seja, aquele “toque-especial” que o artista dá a obra, tornando-a única. A visão da abrangência e necessidade da existência da proteção legal dos direitos do autor é compartilhada por diversos autores, dentre eles, Chaves (1987), alegando que o direito do autor está tão implantado nas necessidades primordiais da civilização, da cultura e do progresso, que transcendem os estreitos limites das legislações internas e dão origem a convenções internacionais, sendo uma delas a Declaração Universal dos Direitos do Homem,.

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