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ÍNDICE DE DESEMPENHO DA CONDIÇÃO DE SAÚDE (IDCS) NOS MUNICÍPIOS DE FRONTEIRA DO ARCO NORTE E CENTRAL DO BRASIL

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Academic year: 2020

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International Scientific Journal – ISSN: 1679-9844 Nº 1, volume 14, article nº 9, January/March 2019 D.O.I: http://dx.doi.org/10.6020/1679-9844/v14n1a9

Accepted: 26/08/2018 Published: 20/12/2018

HEALTH CONDITION PERFORMANCE INDEX (IDCS) IN THE

MUNICIPALITIES OF THE BORDER OF THE NORTH AND CENTRAL

ARC OF BRAZIL

ÍNDICE DE DESEMPENHO DA CONDIÇÃO DE SAÚDE (IDCS) NOS

MUNICÍPIOS DE FRONTEIRA DO ARCO NORTE E CENTRAL DO

BRASIL

Carlos Alberto Paraguassú-Chaves1, Fábio Robson Casara Cavalcante2, Lenita Rodrigues Moreira Dantas3 , Fabrício Moraes de Almeida4 , Ana Maria Morais

da Fonseca Cavalcante5, Jonilso Simão Souza6

1PhD in Health Sciences - University of Brasília - UnB, Brazil; PhD in Science - University of Havana (Cuba); Post-Doctor in Health Sciences - UnB and Degli Studi D'Aquila University -

IT. Professor at the Federal University of Rondônia, Brazil. E-mail: carlos.paraguassu@gmail.com

2PhD and researcher linked to the graduate program in administration and the academic Department of Social and Environmental Sciences (DACSA) - Federal University of

Rondônia, Brazil. E-mail: frcasara@hotmail.com

3Geographer expert and lawyer. Researcher of the Institute of Health Sciences and the Amazon environment - AICSA. E-mail:

lenita_dantas@hotmail.com

4PhD in Physics (UFC), with post-doctorate in Scientific Regional Development (DCR/CNPq). Researcher of the Doctoral and Master Program in Regional Development and Environment

(PGDRA/UNIR). Leader of line 2 ― Technological and Systemic Development, and Researcher of GEITEC ― Federal University of Rondonia, Brazil. E-mail:

dr.fabriciomoraes001@gmail.com 5

Mestre em Agronomia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Researcher of the Institute of Health Sciences and the Amazon environment - AICSA.

6Graduado em Gestão Ambiental pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Researcher of the Institute of Health Sciences and the Amazon environment - AICSA.

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Resumo: Objetivo: analisar o índice de desempenho da condição de saúde – IDCS nos municípios do Arco Norte e Central da Fronteira, visando pesquisar a eficiência, a eficácia e efetividade das políticas públicas de saúde do governo federal, estadual e municipal brasileiro. Método: utilizou-se da análise fatorial para a criação do índice de saúde a partir da correlação dos índices ambiental, sociodemográfico e financeiro administrativo. A ferramenta para a tabulação e geração dos índices foi a SPSS. Resultados: Os melhores índices de desempenho ambiental – IDA são apresentados pelos municípios pertencentes ao Arco Central da Fronteira, pois, dispõem de maiores e melhores sistemas de fornecimento de serviços ambientais sanitários. Os municípios situados no Arco Central da Fronteira apresentam os melhores IDSD nos dois períodos da pesquisa. Dispõem de sistemas de educação e financeiro coerentes com as necessidades locais, entretanto, ainda se faz necessário melhores e maiores políticas públicas socioeconômicas e demográficas, a fim de viabilizar o atendimento a toda sociedade. Dentre os municípios analisados o único que alcança o estado de excelência do IDFA é o de Aquidauana no Estado de Mato Grosso do Sul, assim suas ações e serviços de saúde neste período atendem as expectativas da saúde dos cidadãos locais. Os melhores índices de desempenhos da saúde – IDCS são apresentados pelo Arco Central, em que no primeiro momento consegue o IDCS bom de 0,601, dispondo de serviços coerentes com a demanda da sua sociedade, e no atual momento o desempenho cai para regular de 0,596, assim diminui o quantitativo de cidadãos beneficiados com os serviços de saúde. O Arco Norte da fronteira consegue nos dois períodos da pesquisa de índices de desempenhos da saúde ruins, assim, necessita de mudança nas políticas publicas de saúde para viabilizar a melhora dos serviços de saúde prestados pelo estado, igualmente, promover a universalidade e integralidade da saúde. Conclusão: Conclui-se que os municípios do Arco Norte e Central da Fronteira apresentam grandes dificuldades em prover e viabilizar o completo bem estar ambiental, social, e, econômico. Portanto, é necessário que os municípios da fronteira elaborem políticas públicas especificas de promoção, proteção e recuperação da saúde.

Abstract: Objective: To analyze the health condition performance index (IDCS) in the municipalities of Arco Norte and Central Fronteira, aiming to investigate the efficiency, effectiveness and effectiveness of the public health policies of the Brazilian federal, state and municipal government. Method: the factorial analysis was used to create the health index based on the correlation of the environmental, sociodemographic and administrative financial indexes. The tool for tabulation and index generation was SPSS. Results: The best indices of environmental performance - IDA are presented by the municipalities belonging to the Central Border Arch, since they have larger and better systems for the provision of sanitary environmental services. The municipalities located in the Central Border Arch present the best IDSD in both periods of the survey. They have educational and financial systems that are coherent with local needs; however, it is still necessary to have better and larger public socioeconomic and demographic policies, in order to make possible the service to all society. Among the municipalities analyzed, the only one that reaches the state of excellence of the IDFA is that of Aquidauana in the State of Mato Grosso do Sul, so its actions and health services in this period meet the health expectations of local citizens. The best health performance indicators - IDCS are presented by the Central Arc, in which at first it obtains the good IDCS of 0.601, having services consistent with the demand of its

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society, and at the present moment the performance falls to regulate of 0.596, thus reducing the number of citizens benefiting from health services. The Northern Border Arch achieves both periods of research on poor health performance indices, thus, it needs to change public health policies to enable the improvement of health services provided by the state, as well, to promote the universality and integrality of health . Conclusion: It is concluded that the municipalities of the North and Central Frontier Arch present great difficulties in providing and making feasible the complete environmental, social, and economic well-being. Therefore, it is necessary that the municipalities of the border elaborate specific public policies of promotion, protection and recovery of the health.

I INTRODUÇÃO

O espaço territorial fronteiriço é caracterizado pela diversidade cultural, econômica, social e ambiental. O sistema de saúde interfere no desenvolvimento econômico, financeiro e político-administrativo da sociedade, logo, uma sociedade desenvolvida detém de cidadão saudáveis.

Segundo Gadelha e Costa [1]:

Os municípios de fronteira do Brasil têm tido grande dificuldade em prover aos seus munícipes de atenção integral à saúde. A falta de recursos humanos especializados, a insuficiência de equipamentos para realização de procedimentos de média e alta complexidade, e a distância entre os municípios e os centros de referência são as principais justificativas apresentadas. Ademais, a dificuldade de planejamento de provisão dessas políticas, em função da população flutuante que utiliza o sistema e que, no caso brasileiro, não é contabilizada para os repasses financeiros do SUS, vem gerando dificuldades diversas cuja principal vítima é o cidadão fronteiriço.

O motivo do desenvolvimento desta pesquisa é a atual situação político-institucional dos entes da federação ao proceder com a saúde da sociedade fronteiriça, regiões caracterizadas pelo processo de integração/contato e separação/divisão de culturas, economias e ambientes.

Destarte, os municípios situados na Fronteira do Arco Norte e Central do Brasil, dentro de um olhar do serviço público de saúde, o desempenho alcançado pelo setor, apresenta divergências entre as mesmas ou trata-se de um padrão de desempenho que possa ser considerado típico de áreas de fronteira? E tem como objetivo geral analisar o índice de desempenho da condição de saúde – IDCS nos municípios do Arco Norte e Central da Fronteira, visando pesquisar a

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eficiência, a eficácia e efetividade das políticas públicas de saúde do governo federal, estadual e municipal brasileiro.

Para melhor compreensão do problema da pesquisa buscou-se como referencial termos e conceitos fundamentais para se entender a formulação do índice de desenvolvimento da condição de saúde, como sistema de informação, que segundo Maranhão [2], perpassa por quadro períodos, sendo o primeiro a coleta de dados brutos, logo após transcorrendo o tratamento de dados esses conhecidos como “dados tratados, posteriormente, a formulação dos indicadores, por fim a tabulação em índices. Segundo RIPSA [3] indicadores são medidas-síntese que contêm informação relevante sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde.

Os indicadores são métricas que proporcionam informações sobre o desempenho de um objeto (seja governo, política, programa, organização, projeto etc.), com vistas ao controle, comunicação e melhoria [4].

Maranhão [2] descreve três funções básicas dos indicadores – quantificação, simplificação da informação e comunicação.

A formulação de um indicador inicia-se pela coleta de dados brutos, sendo em seguida tratados e associados a outros já existentes, produzindo informações que conectam a base científica com a realidade, orientando decisões sustentáveis e gerando conhecimento - uma longa e trabalhosa jornada [2].

Os Estados e municípios fazem uso de uma série de indicadores no planejamento e execução de políticas públicas, constituindo um aporte de grande utilidade e considerável aceitabilidade [5].

Já, para OPAS [6] os indicadores são poderosas ferramentas de auxílio no processo de planejamento de políticas públicas, pois, disponibiliza dados da realidade social, econômica, política, ambiental e de saúde. Igualmente, no quadro abaixo e exposto o papel do indicador. Para Brasil [4] o Papel do Indicador é entre outros o de: - mensurar os resultados e gerir desempenho; - embasar a análise crítica dos resultados obtidos e do processo de tomada de decisão; - contribuir para a melhoria contínua dos processos organizacionais; - facilitar o planejamento e o controle do desempenho; - viabilizar a análise comparativa do desempenho da organização e do desempenho de diversas organizações atuantes em áreas ou ambientes semelhantes.

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Conceituar saúde é tarefa árdua, pois, integra diversas áreas do conhecimento social, econômico, político, cultural e humano [7], além disso, depende da época, lugar, classe social, valores individuais, concepções cientificas, religiosas e filosóficas [8]. Igualmente, resultante do equilíbrio dinâmico que envolve os aspectos físicos e psicológicos do organismo, assim como a interações com o meio ambiente natural e social [9].

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde não apenas como a ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem estar físico, mental e social [10]. Em conformidade com o conceito de saúde da OMS, os campos da saúde (healthfield) idealizados por Marc Lalonde em 1974, segundo Grisotto [11] são a biologia humana que compreende a herança genética e os processos biológicos inerentes à vida, incluindo os fatores de envelhecimento; o meio ambiente; o estilo de vida; e a organização da assistência à saúde.

Após a criação da OMS (1945), a saúde passou a ser considerado um direito de todo cidadão brasileiro sem distinção de raça, religião, opiniões políticas e

condições econômicas e sociais [7].

Podemos discernir três níveis interdependentes de saúde: individual, social e ecológica. “O que não é saudável para o indivíduo, não é para sociedade, e tampouco para o ecossistema global” [9].

A lei nº 8.080/1990, em seu Art. 3º caput, estabelece os fatores determinantes e condicionantes da saúde: a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais [12].

A abrangência do conceito de saúde, passa a requerer mudança na organização e prestação destes serviços, na medida em que não são levadas somente em consideração, as causas biológicas da doença, mas também as causas sociais : a fome, a ausência de saneamento básico, de moradia, de escolarização, de emprego, de combate à violência, de defesa do meio ambiente, de distribuição de rendas, enfim, de todas as condições necessárias a uma vida saudável e produtiva.

Os municípios que integram o Arco Norte da Fronteira: Feijó, Sena Madureira e Tarauacá (Estado do Acre); Benjamin Constant, Lábrea, São Gabriel da Cachoeira, São Paulo de Olivença e Tabatinga (Estado do Amazonas); Laranjal do Jari (Estado do Amapá); Alenquer, Almeirim, Óbidos (Estado do Pará) foram os

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espaços territorial análise. Municípios com população variando entre 30 a 50 mil habitantes.

Os municípios que integram o Arco Central da Fronteira: Amambai, Aquidauana, Maracaju, Naviraí, Sidrolândia (Estado de Mato Grosso do Sul); Barra do Bugres, Poconé, Pontes e Lacerda (Estado de Mato Grosso); Buritis, Guajará-Mirim, Pimenta Bueno, Rolim de Moura (Estado de Rondônia) foram os espaços territorial análise. Municípios com população variando entre 30 a 50 mil habitantes. Municípios com população variando entre 30 a 50 mil habitantes.

Figura 1: Os estados em estudo nos arco norte e central da fronteira

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Figura 2: Municípios analisados do arco norte da fronteira brasileira Fonte: elaboração da pesquisa

Figura 3: Municípios analisados do arco central da fronteira brasileira Fonte: elaboração próprio

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II MÉTODO

Esta pesquisa é considerada exploratória, em que se procede em três momentos, donde, no primeiro é executado o levantamento bibliográfico dos conceitos, princípios e normativas. Já, no segundo período da pesquisa se efetua o levantamento das informações sobre as condições de saúde (recursos materiais, recursos humanos, atendimento de média e alta complexidade e, assistência básica) e quantitativo de populacional dos municípios fronteiriços do arco norte e central [13].

Por fim, cria-se o Índice de Desempenho da Condição de Saúde (IDCS), cruzando os dados de informativos do DATASUS e IBGE em um período de 10 anos, igualmente, fruto da correlação dos índices ambiental, sociodemográfico e financeiro administrativo, com a finalidade de analisar a eficácia, eficiência e efetividade das condições de saúde na faixa de fronteira do arco norte e central.

A ferramenta adotada para a tabulação e geração dos índices foi a do SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), conforme os autores Santana [14]; [15]; Cavalcante [16].

Um modelo de análise fatorial pode ser apresentado na forma matricial como em Dillon; Goldstein [17] a:

Sendo,

X = é o p-dimensional vetor transposto das variáveis observáveis, denotado por X = (x1, x2,..., xp);

F = é o q-dimensional vetor transposto de variáveis não-observáveis ou variáveis latentes chamadas de fatores comuns, denotado por F = (f1, f2,..., fq), sendo que q < p;

ε = é o p-dimensional vetor transposto de variáveis aleatórias ou fatores únicos, denotado por ε = (e1, e2,..., ep);

α = é a matriz (p,q) de constantes desconhecidas, chamadas de cargas fatoriais.

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Conforme Gama et al. [18], no modelo de análise fatorial pressupõe-se que os fatores específicos são ortogonais, entre si, com todos os fatores comuns. Normalmente, E (ε) = E (F) = 0 e Cov (ε, F) = 0.

A estrutura inicial utilizada para determinar a matriz de cargas fatoriais, em geral, pode não fornecer um padrão significativo de cargas das variáveis, por isso não é definitiva. A confirmação ou não, dessa estrutura inicial pode ser feita por meio de vários métodos de rotação dos fatores, conforme Dillon; Godstein [17]; Johson; Wichern [19].

O método VARIMAX é um processo em que os eixos de referência dos fatores são rotacionados em torno da origem até que alguma outra posição seja alcançada. O objetivo é redistribuir a variância dos primeiros fatores para os demais e atingir um padrão fatorial mais simples e teoricamente mais significativo [20]; [21]; [15]; [18].

A escolha dos fatores foi realizada por meio da técnica de raiz latente. Assim, a matriz de cargas fatoriais, que mede a correlação entre os fatores comuns e as variáveis observáveis, é determinada por meio da matriz de correlação, conforme Dillon; Goldstein [17].

Para a determinação dos Índices de Desempenho foi adotada a matriz de escores fatoriais estimada pelo processo de rotação ortogonal de base fatorial, conforme apontada por Santana [15]. O escore fatorial, por definição, situa cada observação no espaço dos fatores comuns. Para cada fator fj, o i-ésimo escore fatorial extraído é definido por Fij, expresso da seguinte forma [17]:

Sendo que:

bi = São os coeficientes de regressão estimados para os n escores fatoriais comuns;

xij = São as n observações das p variáveis observáveis.

i = 1,2,...,n.

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Para se chegar a equação que representa o Índice de Desempenho, Gama et al. [18]; Santana [14]; [15], mostram a sequência evolutiva das fórmulas a partir da equação anterior. Assim, verifica-se que embora a variável Fij não seja observável, a mesma pode ser estimada por meio das técnicas de análise fatorial, utilizando-se a matriz de observações do vetor x de variáveis observáveis. Em notação fatorial, a equação, torna-se:

Na equação 3, F é a matriz da regressão estimada a partir dos n escores fatoriais e que podem ser afetados tanto pela magnitude quanto pelas unidades de medida das variáveis x. Para contornar esse tipo de problema, substitui-se a variável x pela variável padronizada w, dada pela razão entre o desvio em torno da média e o desvio padrão de x, como a seguir:

Com esses valores, a equação 3 é modificada tornando possível a equação 4, a seguir:

Com base na equação 4, a matriz de pesos beta (β) com q coeficientes de regressão padronizados, substitui b, dado que as variáveis estão padronizadas em ambos os lados da equação. Pré-multiplicando ambos os lados da equação 4 pelo valor w’, em que n é o número de observações e w’ é a matriz transposta de w, possibilita chegar a seguinte equação.

A matriz w’w, portanto, se constitui na matriz de variáveis inter-correlacionadas ou matriz de correlação entre as observações da matriz X, designada por R. A matriz representa a correlação entre os escores fatoriais e os próprios fatores, denotada por Λ.

Se a matriz R for não-singular, pode-se pré-multiplicar ambos os lados da equação 6 pela inversa de R, obtendo-se:

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Substituindo o vetor na equação 4, obtém-se o escore fatorial associado a cada observação, como a seguir:

Desse modo, chega-se a fórmula principal do Índice de desempenho (ID), onde o ID é definido como uma combinação linear desses escores fatoriais e a proporção da variância explicada por cada fator em relação à variância comum. A expressão matemática passa a ser representada pela seguinte fórmula:

Onde,

i = 1,2,..., n.

λ = é a variância explicada por cada fator;

Σ λ = é a soma total da variância explicada pelo conjunto de fatores comuns. O escore fatorial foi padronizado (FP) para se obter valores positivos dos escores originais e permitir a hierarquização dos municípios já que os valores do Índice de desempenho estão situados entre zero e um. A fórmula que permite essa hierarquização pode ser vista pela equação seguinte:

Percebe-se, assim, que e são os valores máximos e mínimos observados para os escores fatoriais associados aos desempenhos de cada parâmetro analisado pela pesquisa.

Os índices são analisados numa escala de 0,000 a 1,000, disperso em cinco variáveis, demonstrando os desempenhos de cada Município e Estado do Arco Norte e Central da Fronteira [13].

Índices:

0,000 a 0,200 (desempenho péssimo); 0,201 a 0,400 (desempenho ruim); 0,401 a 0,600 (desempenho regular);

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0,601 a 0,800 ( desempenho bom); 0,801 a 1,000 (desempenho excelente).

O espaço territorial de analise foi definido pelo quantitativo populacional dos municípios, sendo analisados os municípios de população variante de 30 mil a 50 mil habitantes, situados no Arco Norte e Central da Fronteira [13].

Municípios que integram o Arco Norte da Fronteira: Feijó, Sena Madureira e Tarauacá (Estado do Acre); Benjamin Constant, Lábrea, São Gabriel da Cachoeira, São Paulo de Olivença e Tabatinga (Estado do Amazonas); Laranjal do Jari (Estado do Amapá); Alenquer, Almeirim, Óbidos (Estado do Pará).

Municípios que integram o Arco Central da Fronteira: Amambai, Aquidauana, Maracaju, Naviraí, Sidrolândia (Estado de Mato Grosso do Sul); Barra do Bugres, Poconé, Pontes e Lacerda (Estado de Mato Grosso); Buritis, Guajará-Mirim, Pimenta Bueno, Rolim de Moura (Estado de Rondônia).

III RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Índice de Desempenho Ambiental (IDA)

O direito ambiental é especificado na Constituição Federal do Brasil, no artigo 225 que diz “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” [22].

O processo administrativo ambiental tem papel fundamental para a saúde eficaz, pois disponibiliza recursos capazes de minimizar o custo material e financeiro da prática de recuperação.

A gestão não é uma ciência, embora use o conhecimento das disciplinas que estudam os processos de administração das organizações; não é uma técnica, embora use um conjunto de métodos e instrumentos formais; não é uma arte, que só pode ser praticada pelos indivíduos com vocação inata. Necessita, porém, de intuição, empatia, visão, imaginação. Na verdade, gerir tem dimensões científicas, técnicas, "artísticas", da mesma forma que a medicina, por exemplo, embora em proporções diferentes [23].

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Todavia, a gestão ambiental da saúde trabalha com a prevenção das enfermidades, por meio da educação ambiental sanitarista da sociedade, assim, promovendo consciência ecológica.

A consciência ecológica viabiliza o processo de implantação do desenvolvimento sustentável, pois propicia o uso racional dos recursos matérias e imaterial.

O conhecimento ambiental é a primeira área de discussão do presente trabalho, de modo a sistematizar os dados de saneamento básico (distribuição de água, coleta de lixo e tratamento de esgoto). A formulação do Índice de Desempenho Ambiental – IDA se dá com a junção dos indicadores: 1. Domicílios com abastecimento de água. 2. Domicílios com coleta de lixo. 3. Domicílios com esgoto sanitário.

3.1.1 Índice de Desempenho Ambiental nos Municípios da Fronteira do Arco Norte

No ano de referência no Estado do Acre, os municípios de Feijó, Sena Madureira e Tarauacá, passam por grandes dificuldades no processo de promoção dos serviços ambientais de saúde, pois apresentam desempenho péssimo, conforme a escala de análise, igualmente, nenhum dos municípios ultrapassou a escala de 0,2. Logo, inexiste a proteção eficiente da saúde individual e coletiva no campo ambiental. Os serviços de distribuição de água, coleta de lixo e tratamento de esgoto se demonstra insuficiente para atender a demanda local.

Com o transcorrer de 10 anos, verifica-se uma ligeira melhora no IDA dos municípios do Estado do Acre, principalmente no município de Sena Madureira que passa do desempenho péssimo para um desempenho bom, assim, disponibiliza maiores e melhores serviços de proteção da saúde. Os municípios de Feijó e Tarauacá avançam para estado de desempenho ruim, apesar disso os serviços ambientais continuam precários.

O melhor índice de desempenho ambiental do Estado do Amazonas é apresentado pelo município de Tabatinga no ano de referência em que obtém o desempenho bom com IDA 0,605. O município disponibiliza políticas ambientais coerentes com as necessidades locais, entretanto, há um longo caminho a percorre

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para alcançar a excelência ambiental. No município de São Paulo de Olivença inexistem serviços sanitários ambientais de qualidade nos anos correspondentes aos dois períodos. Necessita urgentemente da viabilização políticas públicas sanitárias coerentes com a demanda local.

No Estado de Amapá o município de Laranjal do Jari obtém no ano de referência o IDA de 0,458, que retrata o desempenho regular. Disponibiliza os serviços sanitários de qualidade intermediária. Dez anos depois o índice aumenta para 0,770, correspondente ao considerável melhora.

O município de Almerim tem o melhor IDA do Estado do Pará nos dois momentos pesquisados, IDA de 0,656 correspondente ao bom desempenho e IDA de 0,803 com desempenho excelente. A salubridade do meio ambiente está sendo respeitada de modo a proporcionar o direito à saúde. O município de Alenquer obtém o IDA respectivamente 0,095 (um desempenho péssimo) e 0,392 (desempenho ruim), deste modo, constata-se que o caminho para desenvolvimento sustentável é longo, contudo o avanço é nítido. O município de Óbidos tem o IDA de 0,230 (desempenho ruim) e 0,317 (índice ruim). Observa-se uma ligeira melhora, porém, necessita de ações mais intensivas nas questões sanitárias.

Tabela 1: IDA dos Municípios na Fronteira do Arco Norte Municípios do ACRE Ano de referência 10 anos depois Índice atual Feijó 0,058 0,233 Ruim

Sena Madureira 0,141 0,448 Regular

Tarauacá 0,180 0,347 Ruim Municípios do AMAZONAS Ano de referência 10 anos depois Índice atual Benjamin Constant 0,370 0,444 Regular Lábrea 0,255 0,383 Ruim São Gabriel da Cachoeira 0,200 0,347 Ruim São Paulo de Olivença 0,000 0,000 Péssimo

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Tabatinga 0,288 0,605 Bom Municípios do AMAPÁ Ano de referência 10 anos depois Índice atual

Laranjal do Jari 0,458 0,770 Bom

Municípios do PARÁ Ano de referência 10 anos depois Índice atual Óbidos 0,230 0,317 Ruim Almeirim 0,656 0,803 Excelente Alenquer 0,095 0,392 Ruim

Fonte: dados da pesquisa

3.1.2. Índice de Desempenho Ambiental dos Municípios da Fronteira do Arco

Central

O IDA dos municípios na fronteira do Mato Grosso do Sul variam entre regular e excelente. Os municípios de Amambai, Aquidauana, Maracaju e Naviraí alcançam desempenho excelente.

O município de Sindrolândia aponta o desempenho regular de 0,574 no primeiro momento e desempenho bom de 0,663 no segundo momento. Os espaços territoriais municipais na fronteira do Mato Grosso do Sul fornecem aos seus cidadãos serviços ambientais sanitários de qualidade, respeitando em parte o princípio constitucional do meio ambiente ecologicamente equilibrado [22].

O Município de Barra do Bugre obtém no ano de referência o IDA de 0,802 correspondente ao excelente desempenho, entretanto dez anos depois tem o IDA de 0,701, regredindo para o desempenho bom. O IDA de Poconé passa de 0,455 para 0,527, mantendo-o na escala de desempenho regular, assim dispõe de serviços insuficientes para viabilizar o completo bem estar social. O município de Pontes e Lacerda apresenta o melhor desempenho ambiental por município do Estado de Mato Grosso com o IDA de 0,625 (desempenho bom) para 0,889 (excelente desempenho), assim, disponibiliza aos seus munícipes serviços de saneamento básico mais efetivos e coerentes com a demanda social.

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O município de Pimenta Bueno apresenta os melhores índices ambientais do Estado de Rondônia com respectivamente 0,789 (desempenho bom) e 0,965 (desempenho excelente), dispondo de políticas mais efetivas na proteção da saúde da sua sociedade. O município de Guajará-Mirim apresenta o IDA com bom desempenho. Respectivamente com IDA de 0,658 e 0,654. O município de Rolim de Moura supera o IDA passando de 0,364 para 0,631 (desempenho bom) na atualidade.

O município de Buritis apresenta os piores índices ambientais do Estado de Rondônia com IDA de 0,059 que corresponde dentro da escala de análise a um desempenho péssimo, passando para 0,177, com uma melhora do índice, porém, permanecendo na escala de péssimo desempenho. Prontamente, verifica-se que os serviços e ações ambientais neste município são praticamente inexistentes e incoerentes com o quantitativo populacional, portanto, não viabiliza a proteção da saúde.

Tabela 2: IDA dos Municípios na Fronteira do Arco Central Municípios de MATO GROSSO DO SUL Ano de referência 10 anos depois Índice atual Amambai 0,925 0,801 Excelente Aquidauana 0,950 0,892 Excelente Maracaju 0,819 1,000 Excelente Naviraí 1,000 0,989 Excelente Sidrolândia 0,574 0,663 Bom Municípios de MATO GROSSO Ano de referência 10 anos depois Índice atual

Barra do Bugre 0,802 0,701 Bom

Poconé 0,455 0,527 Regular

Pontes e Lacerda 0,625 0,889 Excelente Municípios de RONDÔNIA Ano de referência 10 anos depois Índice atual Buritis 0,059 0,177 Péssimo Guajará-Mirim 0,658 0,654 Bom

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Pimenta Bueno 0,789 0,965 Excelente

Rolim de Moura 0,364 0,631 Bom

Fonte: dados da pesquisa

O desempenho ambiental geral dos municípios na Fronteira dos Arcos Norte e Central, em que é possível constar-se que os municípios pertencentes ao Arco Central de maneira geral apresentam índices de desempenho ambientais melhores e maiores se comparado aos municípios do Arco Norte nos dois períodos da pesquisa, igualmente, conseguem disponibilizar a mais cidadãos os seus serviços, por fim sendo mais eficientes no aspecto ambiental.

Os melhores índices de desempenho ambiental são apresentados pelos municípios pertencentes ao Arco Central da Fronteira Amazônica, pois, dispõem de maiores e melhores sistemas de fornecimento de serviços ambientais sanitários.

Deste modo, os municípios do Arco Norte apresentam desempenho inferior ao Arco Central, dispondo de sistemas de serviços ambientais sanitários incoerentes com a demanda local, fazendo-se necessária a ampliação dos mesmos.

Tabela 3: IDA Geral da Fronteira dos Arcos Norte e Central

Fronteira Ano de referência 10 anos depois Índice atual Arco Norte 0,244 0,425 Regular Arco

Central

0,668 0,741 Bom

Fonte: dados da pesquisa

Barata [24] aponta uma triste e preocupante realidade dos municípios da fronteira do Arco Norte. O esgotamento sanitário é praticamente inexiste. O esgotamento é efetuado apenas por fossas negras ou sépticas ou irregularmente nos igarapés que cortam a área urbana, fato que compromete a qualidade dos recursos hídricos locais. Na grande maioria das cidades o lixo é recolhido e depositado em um lixão sem receber qualquer tipo de tratamento. Apenas em alguns casos o lixo hospitalar contaminado é incinerado e o restante é recolhido ao lixão.

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Segundo pesquisa de Barata [24] a quantidade de domicílios com acesso a rede geral de água tratada ainda é muito baixa: apenas 16,88% dos domicílios. Enquanto que 83,91% são abastecidos por poços ou nascente na propriedade, apenas 4,84 poços ou nascente localizam-se fora da propriedade. Na sua ampla maioria dos municípios amazônicos não existe rede coletora de esgotamento sanitário. A deficiência no saneamento básico pode acarretar problemas de saúde pública, pois, a poluição das águas pode gerar doenças como: disenteria basilar, dengue, febre amarela, leptospirose, hepatite A, e outras. A falta de saneamento básico nos municípios torna-se ainda mais agravantes devido ao fato da grande maioria dos domicílios dos municípios serem abastecidos por poços ou nascente sem a devida preocupação ambiental. Portanto, a cultura local de usar, basicamente, os poços abertos em seus imóveis para consumo humano é algo extremamente perigoso que requer estudos mais aprofundados como avaliação dos impactos socioambientais decorrentes dessa prática, sobre a saúde humana.

Outra implicação decorrente da falta de saneamento refere-se aos danos ambientais, como enchentes, assoreamento dos cursos de água (devido ao desmatamento e ocupação das margens), desaparecimento de áreas verdes, desmoronamento de encostas, comprometimento dos cursos de água que viram depósitos de lixo e canais de esgoto.

Essa é uma realidade brasileira. Dos 69,2 milhões de domicílios do país, 23,6

milhões (34%) não estão conectados à rede geral de esgotamento sanitário ou tem fossa ligada à rede. Em 29,7% dos domicílios, o esgoto é lançado em fossas que não estão conectadas à rede sanitária. Nas outras 2,8% de casas existem outras formas de esgotamento [25].

A análise regional revela que há grande contraste no saneamento básico. Segundo o IBGE [25], a Região Norte do país tem apenas 18,9% dos domicílios conectados à rede geral de esgoto. Predomina o uso de fossa não ligada à rede (68,1%).

A pesquisa do IBGE [25] mostrou também que 97,2% dos domicílios brasileiros possuem água canalizada. Em 85,8% deles, a fonte de abastecimento é a rede geral de distribuição. Na Região Norte do país, porém, a realidade é bem diferente. 33% dos domicílios são abastecidos por água de poços, enquanto a média nacional é de 2,1% de casas nesta condição.

Ao analisar a frequência no fornecimento de água no país, o IBGE constatou que, em média, 87,3% dos domicílios do país contam com o serviço diariamente, 5%

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recebem água entre 4 a 6 vezes na semana e 5,8% só são abastecidas de 1 a 3 vezes na semana.

No Norte do Brasil, o abastecimento diário ocorre em 88,2% das casas e em 5,4% o serviço só é realizado em até três vezes semanal.

A pesquisa do IBGE mostrou, também, que 82,6% dos domicílios brasileiros são atendidos por coleta de lixo. Nas regiões Nordeste e Norte, porém, este percentual cai para, respectivamente, 67,5% e 70,2%.

Aproximadamente 5,7 milhões de domicílios do país (8,2% do total) que não contam com serviço de limpeza urbana. O avanço e a melhoria dos serviços têm sido muito pequeno. A falta de saneamento adequado traz não apenas problemas sociais, mas também ambientais, financeiros e de saúde, já que é um fator importante na disseminação de doenças. “O saneamento é a estrutura que mais benefícios traz para a população. A questão da melhora dos índices e da própria universalização se torna tão urgente.

Os grandes déficits históricos vêm sendo combatidos, e a complexidade de grande parte das obras e o seu tempo médio de duração ainda não permitem que todos os benefícios esperados sejam sentidos de imediato pela população, nem refletidos ainda de modo mais significativo pelos índices.

A Lei do Saneamento Básico brasileira prevê a universalização dos serviços de abastecimento de água e de tratamento da rede de esgoto no país, tendo como um dos principais pilares a elaboração de um plano municipal do setor para cada cidade. Além disso, a lei estabeleceu regras básicas para o setor ao definir as competências do governo federal, dos estados e dos municípios para os serviços, bem como a regulamentação e a participação de empresas privadas. Por conta disso, a expectativa era que o setor ia crescer exponencialmente após a lei.

Os planos municipais de saneamento básico são importantes porque constituem instrumentos que visam diagnosticar a situação local existente e estabelecer prioridades para investimentos e ações no curto, médio e longo prazo. Azevedo [26] ao estudar as condições e qualidade de vida em espaço reorganizado, já havia nos alertados para quanto às desigualdades das condições socioambientais dos municípios Amazônicos, do Nordeste e do Centro-Oeste, principalmente em relação à ineficiência de abastecimento de água para consumo da população, a coleta e a destinação imediata e fina dos resíduos sólidos e em especial ao esgotamento sanitário.

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Paraguassu-Chaves [27] em sua pesquisa “Cultura, Lazer e Saúde: A (Des)organização generalizada - um estudo de caso em Rondônia” e Paraguassu-Chaves [28] em “Inclusão Social em Região de Fronteira” já demonstrara que os municípios que integram a Fronteira do Arco Norte, apresentam cenários negativos em extrema situações de precariedade em abastecimento de água, coleta de lixo e esgoto sanitário.

Os dados achados na pesquisa apenas corroboram com análise realizada por Paraguassu-Chaves [29] na pesquisa “Condições e Qualidade de Vida em Espaço Reorganizado. Machado [30] apontam que os indicadores ambientais são indicadores quantitativos e perceptivos, que melhor se aplicam à estudo de desempenho ambiental.

3.2. Índice de Desempenho Socioeconômico e Demográfico (IDSD)

O índice de desempenho socioeconômico e demográfico é segunda etapa para a efetivação do Índice de Desempenho da Saúde, disponibilizando as informações sobre a sociedade.

A formulação do Índice de Desempenho Sociodemográfico – IDSD se dá com a junção dos indicadores: Indicador 1: taxa de analfabetismo. Indicador 2: esperança de vida ao nascer. Indicador 3: índice de Geni da renda familiar per capita. Indicador 4: expectativa de anos de estudos. Indicador 5: percentagem de pobres. Indicador 6: renda média domiciliar per capita.

Indicador 7: taxa de desemprego.

3.2.1.Índice de Desempenho Socioeconômico Demográfico dos Municípios da Fronteira do Arco Norte

No Estado do Acre, é possível se verificar que o município de Sena Madureira apresentou os melhores índices de desempenho sociodemográfico, no ano de referência obtém o desempenho regular de 0,489 desta forma disponibiliza serviços sociais de qualidade intermediária. 10 anos depois mantém o desempenho regular, mas com ligeira queda, prontamente diminuindo o quantitativo da população beneficiada com as ações e serviços socioeconômicos.

Os municípios de Tarauacá e Feijó apresentaram índices que variaram entre desempenho ruim e péssimo, deste modo às ações e atividades sócias

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demográficas são menos ineficientes e menos ineficazes se comparado ao município de Sena Madureira.

No Estado do Amazonas o município de Benjamim Constant obtém o índice IDSD 0,435 (desempenho regular) no ano de referência e o índice de IDSD 10 anos depois de 0,340 (desempenho ruim). O número de analfabetos e desempregados no município é alto, logo não promove os direitos sociais a educação e renda mínima para subsistência.

No ano de referência os municípios de Lábrea, São Gabriel da Cachoeira e São Paulo de Olivença impetraram os índices socioeconômicos e demográficos de ruim desempenho, portanto, as políticas de viabilização da universalidade da educação são incoerentes com as demandas da sociedade. 10 anos depois apenas o município de Lábrea manteve o ruim desempenho com IDSD de 0,222. Os demais municípios apresentaram queda no índice passando ao péssimo desempenho, diminuindo a eficácia das políticas sociais.

O município de Tabatinga apresenta melhores IDSD do Estado do Amazonas, com índice de 0,563, correspondente ao desempenho regular, assim, fornece políticas de qualidade intermediária. Porém 10 anos depois apresenta o índice de 0,384, similar ao desempenho ruim, portanto, reduz o campo de atuação dos serviços sociais educacionais e, da disponibilidade de empregos.

No Amapá, o município de Laranjal do Jarí obtém o índice socioeconômico e demográfico de 0,718, considerado um bom desempenho conforme as escalas de análise e 10 anos depois mantém o bom desempenho com o IDSD de 0,681. Houve uma pequena diminuição no IDSD.

No Pará, no ano de referência o melhor índice é pertence ao município de Óbidos com 0,587 (desempenho regular) e 10 anos depois o melhor desempenho pertence ao município de Almeirim com IDSD de 0,585 (desempenho regular), mantendo políticas de qualidade intermediarias.

Os piores desempenhos do Estado do Pará pertencem ao município de Alenquer (índice 0,517 e 0,336 respectivamente).

Tabela 4: IDSD dos Municípios na Fronteira do Arco Norte Municípios do Ano de 10 anos Índice

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ACRE referência depois atual

Feijó 0,170 0,050 Péssimo

Sena Madureira 0,416 0,489 Regular

Tarauacá 0,177 0,059 Péssimo Municípios do AMAZONAS Ano de referência 10 anos depois Índice atual Benjamin Constant 0,435 0,340 Ruim Lábrea 0,399 0,222 Ruim São Gabriel da Cachoeira 0,376 0,169 Péssimo São Paulo de Olivença 0,248 0,099 Péssimo Tabatinga 0,563 0,384 Ruim Municípios do AMAPÁ Ano de referência 10 anos depois Índice atual

Laranjal do Jari 0,718 0,681 Bom

Municípios do PARÁ Ano de referência 10 anos depois Índice atual Óbidos 0,587 0,383 Ruim Almeirim 0,585 0,567 Regular Alenquer 0,517 0,336 Ruim

Fonte: dados da pesquisa

3.2.2. Índice de Desempenho Sociodemográfico dos Municípios da Fronteira

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Em Mato Grosso do Sul o município de Maracajú com o índice de 0,935 (índice de desempenho excelente) e o município de Naviraí com o índice de 0,915 (índice de desempenho excelente) fornecem serviços e ações socioeconômicas mais efetivas. Igualmente com o passar de 10 anos o municípios de Naviraí apresenta um índice de desempenho socioeconômico e demográfico superior ao município de Macajú.

Os municípios de Sindrolandia e Aquidauana nos dois períodos mantiveram o estado de bom desempenho, entretanto ambos retrocederam em seus índices, de forma a diminuir o quantitativo de cidadãos beneficiados com serviços socioeconômicos de qualidade.

Amambaí apresenta o IDSD de 0,793 (bom desempenho) e 0,620 (bom desempenho), mantendo o bom desempenho, assim sendo disponibiliza a sociedade local serviços e ações socioeconômicas coerentes com as necessidades locais.

Em Mato Grosso o município de Pontes e Lacerda obtém nos dois períodos respectivamente o IDSD de 0,823 e 0,741. De excelente desempenho apresenta uma queda para o bom desempenho, mesmo assim dispõe políticas públicas socioeconômicas satisfatórias e coerentes com a demanda local.

O município de Barra do Bugres consegue no primeiro momento superar o IDSD do Estado, com o índice de 0,810, correspondente ao excelente desempenho, todavia, retrocede o desempenho para 0,643 considerado bom.

O município de Poconé apresenta IDSD de 0,688 (desempenho bom) e 0,559 (desempenho regular), desse modo fornece serviços de qualidade intermediária.

Em Rondônia o município com melhor IDSD é de Rolim de Moura, como índice de 0,820 (desempenho excelente) e no segundo momento o IDSD de 0,749 (desempenho bom). As políticas socioeconômicas deste município são mais eficientes que os demais municípios do Estado, de modo a apresentar baixos índices de analfabetismo e desemprego.

O município de Pimenta Bueno demonstra nos dois momentos pesquisados IDSD bons, 0,789 e 0,705 respectivamente nos dois períodos, assim detém de serviços socioeconômicos estáveis.

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Guajará-Mirim obtém IDSD de 0,780 considerado de bom desempenho e o mantém com uma ligeira queda para 0,608. Assim, apresenta taxas de desemprego e analfabetismo satisfatórias. Ao compará-lo aos demais municípios de fronteira, apresenta posição intermediária, não obtendo os melhores nem piores índices. Entretanto, faz-se necessário melhorar o processo de promoção do bem estar social, assim, dispondo de melhores condições de vida "disposição de renda fixa, educação de qualidade, menores taxas de desemprego".

O município de Buritis obtém o IDSD de 0,544 que corresponde ao desempenho regular e mantém o índice de desempenho regular, logo apresenta a sua sociedade políticas de qualidade intermediaria, necessitando de maiores e melhores ações sociais.

Tabela 5: IDSD dos Municípios na Fronteira do Arco Central Municípios de MATO GROSSO DO SUL Ano de referência 10 anos depois Índice atual Amambai 0,793 0,620 Bom Aquidauana 0,788 0,722 Bom Maracaju 0,935 0,819 Excelente Naviraí 0,915 0,830 Excelente Sidrolândia 0,789 0,721 Bom Municípios de MATO GROSSO Ano de referência 10 anos depois Índice atual

Barra do Bugres 0,810 0,643 Bom

Poconé 0,688 0,559 Regular

Pontes e Lacerda 0,828 0,741 Bom

Municípios de RONDÔNIA Ano de referência 10 anos depois Índice atual Buritis 0,544 0,517 Regular Guajará-Mirim 0,780 0,608 Bom

Pimenta Bueno 0,789 0,705 Bom

Rolim de Moura 0,820 0,749 Bom

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Os municípios situados no Arco Central da Fronteira apresentam os melhores IDSD nos dois períodos da pesquisa. Dispõem de sistemas de educação e financeiro coerentes com as necessidades locais, entretanto, ainda se faz necessário melhores e maiores políticas públicas socioeconômicas e demográficas, a fim de viabilizar o atendimento a toda sociedade.

Já, os municípios do Arco Norte demonstram IDSD insuficientes e incoerentes com a demanda local, sendo que num primeiro momento consegue um índice de desempenho regular de 0,445; já, no segundo momento da pesquisa apresenta um índice de 0,312, considerado dentro da escala de análise um desempenho ruim, assim dispõem de serviços de educação e provimento de renda insatisfatórios com a demanda da sociedade, necessitando de melhores políticas de provimento do bem estar financeiro e educacional.

Tabela 6: IDSD Geral da Fronteira dos Arcos Norte e Central

Fronteira Ano de referência 10 anos depois Índice atual Arco Norte 0,445 0,312 Regular Arco

Central

0,799 0,686 Bom

Fonte: dados da pesquisa

Silva [31] trabalhando as condições econômicas analisa a cidade enquanto núcleo de atividade econômica e as questões daí decorrentes, ligadas às condições individuais de vida, como rendimento e consumo, mercado de trabalho, habitação, dinâmica econômica.

A pesquisa de Pacífico [32] tem apresenta um detalhado estudo de políticas públicas para a educação infantil em Porto Velho, o que pouco diverge nos encontrados nos municípios pesquisado na atua pesquisa.

A própria Secretaria de Educação Fundamental do Ministério de Educação do Brasil nos anunciados dos parâmetros curriculares nacionais já evidencia a desigual distribuição e de condições de indicadores e taxas de alfabetização e analfabetismo [33].

Os autores Barros; Henriques; Mendonça [34] demonstram que a desigualdade e pobreza no Brasil é como um retrato de uma estabilidade inaceitável. O mapa da

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pobreza e desigualdade dos municípios brasileiros construído pelo IBGE deixa muito claro a caótica situação da grande maioria dos municípios do Brasil [35].

Os índices da taxa de analfabetismo, esperança de vida ao nascer, índice de Geni da renda familiar per capita, expectativa de anos de estudos, percentagem de pobres, renda média domiciliar per capita e taxa de desemprego, indicadores esses do desempenho sociodemográfico dos municípios pertencentes ao Arco Norte e Central de Fronteira, já foram objetos de estudos de Paraguassu-Chaves [27];

Paraguassu-Chaves [28]; Paraguassu-Chaves [36]; Paraguassu-Chaves [37];

Paraguassu-Chaves [38]; Paraguassu-Chaves [39]; Paraguassu-Chaves [29];

Almeida [40]; Azevedo [26]; Barros; Henriques; Mendonça [34]; Brasil [33]; Cavalcante [16]; Cavalcante et al. [41]; Henriques [42]; Herculano [43]; IBGE [44]; [45]; [46]; [47]; IBGE [35]; IPEA [48]; Machado [30]; Pacífico [32]; Pereira [49]; Souza Pereira [50]; Uchôa [51].

3.3. Índice de Desempenho Financeiro e Administrativo (IDFA)

Este índice tem como principal função quantificar os recursos materiais, financeiros e humanos dos serviços de saúde, de modo a especificar se os atuais recursos são adequados para viabilização do processo de recuperação da saúde eficaz, eficiente e, efetivo.

Neste momento, trabalha-se veemente a administração física e humana dos hospitais, posto e estabelecimentos de assistência, logo, priorizando o processo de recuperação da saúde do cidadão brasileiro ou estrangeiro, estabelecido pelo artigo 196 da constituição.

A formulação do Índice de Desempenho Financeiro Administrativo – IDFA se dá com a junção dos indicadores: Indicador 1: percentual do gasto público em saúde em relação ao gasto público total.

Indicador 2: gasto público em saúde per capita. Indicador 3: número de cirurgião (por 1000 hab.). Indicador 4: número de médico clínico geral (por mil hab.). Indicador 5: número de enfermeiro (por mil hab.). Indicador 6: número de médico ginecologista-obstetra (por mil hab.). Indicador 7: número de leitos hospitalares (por mil hab.). Indicador 8: número de odontólogo (por mil hab). Indicador 9: número mamógrafo (por mil hab.). Indicador 10: número de raio X (por mil hab.). Indicador 11: número tomógrafo computadorizado (por mil hab.). Indicador 12: número ressonância magnética (por mil hab.). Indicador 13: número ultrassom (por mil hab.). Indicador 14: número de equipo odontológico (por mil hab.).

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3.3.1. Índice de Desempenho Financeiro Administrativo nos Municípios da Fronteira do Arco Norte

Os três municípios do Estado do Acre apresentam índices péssimos. Os recursos financeiros e administrativos da saúde são incoerentes com a demanda local, necessitando de maiores investimentos e políticas públicas de recuperação da saúde. A situação é de alerta total, pois os recursos material, humano e financeiro da saúde são insuficientes, incoerentes e ineficientes ao transcorrer com o processo de recuperação da saúde do cidadão acreano fronteiriço.

No Amazonas o município de São Gabriel da Cachoeira obtém os maiores índices de desempenho financeiro administrativo do Estado de Amazonas com IDFA de 0,459 (desempenho regular), dispondo-se assim de serviços e ações de recuperação da saúde intermediárias. Na atualidade o IDFA índice de 0,337, correspondente ao desempenho ruim, desta forma apresenta uma queda no desempenho, por consequente diminui o número de cidadãos beneficiados com os serviços de recuperação da saúde.

O município de Tabatinga apresenta IDFA de 0,339 (desempenho ruim) e atualmente mantém o desempenho ruim com IDFA de 0,216. Logo, as políticas públicas de recuperação da saúde são ineficientes, não contendo recursos matérias e humanos suficientes para o atendimento da sociedade local, assim se faz necessário maiores investimentos por parte do estado brasileiro as regiões de fronteira.

Os municípios de São Paulo de Olivença e Lábrea apresentam IDFA (desempenhos péssimos), portanto, os recursos materiais e humanos são incoerentes e insuficientes para viabilizar o processo eficiente de recuperação da saúde do cidadão. O município de Lábrea também apresenta desempenho péssimo. Apresentando assim sua ineficiência em seus serviços financeiros administrativos.

O município de Laranjal do Jari no Estado Amapá obtém índice financeiro administrativo de 0,156 caracterizando de péssimo desempenho, logo, as políticas de recuperação da saúde são incoerentes com a necessidade local. Igualmente, na atualidade o desempenho continua péssimo com IDFA de 0,149.

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Os municípios de Óbidos e de Alenquer tem os piores IDFA no Estado do Pará. Óbitos apresentam IDFA 0,112 e 0,108 respectivamente no período estudado, enquanto Alenquer também apresenta índices inferior a 0,200 considerados índices de desempenho péssimos. Diante dessa realidade existe uma deficiência clara nos serviços de recuperação da saúde local.

O município de Almeirim é que apresenta o melhor índice. Mesmo assim apresenta o IDFA ruim. Com esses índices há a necessidade de melhoras nas políticas financeiras administrativas.

Tabela 7: IDFA dos Municípios na Fronteira do Arco Norte Municípios ACRE Ano de

referência 10 anos depois Índice atual Feijó 0,132 0,116 Péssimo

Sena Madureira 0,205 0,168 Péssimo

Tarauacá 0,169 0,127 Péssimo Municípios AMAZONAS Ano de referência 10 anos depois Índice atual Benjamin Constant 0,245 0,148 Péssimo Lábrea 0,125 0,134 Péssimo São Gabriel da Cachoeira 0,459 0,337 Ruim São Paulo de Olivença 0,158 0,094 Péssimo Tabatinga 0,339 0,216 Ruim Municípios AMAPÁ Ano de referência 10 anos depois Índice atual

Laranjal do Jari 0,156 0,149 Péssimo

Municípios PARÁ Ano de referência 10 anos depois Índice atual Óbidos 0,112 0,108 Péssimo Almeirim 0,435 0,237 Ruim

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Alenquer 0,196 0,161 Péssimo Fonte: dados da pesquisa

3.3.2. Índice de Desempenho Financeiro Administrativo nos Municípios da Fronteira do Arco Central

Merece destaque ao IDFA do município de Aquidauana com desempenho excelente (IDFA 0,850), com condições de promover serviços e ações financeiras administrativas da saúde coerentes com a demanda social local.

Os municípios de Amambaí, Naviraí, Maracaju e Sidrolândia apresentam índices de desempenho ruim. Nesses municípios os recursos materiais e humanos são insuficientes para atender a demanda local.

Os municípios de Barra de Bugres, Poconé e Pontes e Lacerda apresentam desempenhos de IDFA ruim. Os recursos humanos, estrutural, financeiro e administrativo encontram-se insuficientes para a efetivação do processo de recuperação da saúde eficiente, fazendo-se necessários melhores e maiores investimentos financeiros administrativos.

O município de Rolim de Moura obtém o IDFA regular de 0,472, e esse índice cai para 0,355, considerado um desempenho ruim.

Os municípios de Guajará-Mirim, Pimenta Bueno e Buritis apresentam desempenhos ruins. Deste modo, o sistema de recuperação da saúde se encontra aquém das demandas da sociedade, sendo necessários maiores e melhores recursos financeiros, materiais, administrativos e humanos para cumprir com os princípios constitucionais da “universalidade e integralidade” da saúde

Tabela 8: IDFA dos Municípios na Fronteira do Arco Central Municípios de MATO GROSSO DO SUL Ano de referência 10 anos depois Índice atual Amambai 0,523 0,340 Ruim Aquidauana 0,520 0,850 Excelente Maracaju 0,290 0,346 Ruim Naviraí 0,394 0,398 Ruim

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Sidrolândia 0,364 0,345 Ruim Municípios de MATO GROSSO Ano de referência 10 anos depois Índice atual

Barra do Bugres 0,402 0,308 Ruim

Poconé 0,210 0,256 Ruim

Pontes e Lacerda 0,299 0,280 Ruim

Municípios de RONDÔNIA Ano de referência 10 anos depois Índice atual Buritis 0,087 0,289 Ruim Guajará-Mirim 0,364 0,326 Ruim

Pimenta Bueno 0,225 0,239 Ruim

Rolim de Moura 0,472 0,355 Ruim

Fonte: dados da pesquisa

O IDFA demonstra que os municípios dos dois arcos de fronteira analisados, necessitam de políticas mais efetivas de recuperação da saúde, pois é nítido que os atuais recursos materiais, financeiros e humanos são insuficientes para a completa efetivação do direito à saúde dos cidadãos fronteiriços.

Dentre os municípios analisados o único que alcança o estado de excelência do IDFA é o de Aquidauana no Estado de Mato Grosso do Sul, assim suas ações e serviços de saúde neste período atendem as expectativas da saúde dos cidadãos locais.

O Arco Central da Fronteira obtém os melhores índices nos dois períodos da pesquisa, todavia, apresentam apenas índices de desempenho ruins, logo os serviços financeiros e administrativos são insuficientes e incoerentes com a demanda da sociedade fronteiriça.

Tabela 9: IDFA Geral da Fronteira dos Arcos Norte e Central

Fronteira Ano de referência 10 anos depois Índice atual Arco Norte 0,208 0,180 Péssimo

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Central

Fonte: dados da pesquisa

Os serviços de atenção médica ou à saúde foram objeto de pesquisa de Paraguassu-Chaves [52]. Esse autor procurou identificar, sob a ótica da geografia da saúde, a distribuição e planejamento dos componentes de infraestrutura e recursos humanos, do sistema de atenção à saúde.

Na análise de Paraguassu-Chaves [52], os serviços públicos de saúde têm cumprido, ao longo do processo histórico, apenas parcialmente seus objetivos. Este autor analisa os elementos que compõem o sistema de saúde, a partir de alguns indicadores. Dentre eles, o autor apresenta: recursos humanos na saúde, formação, experiência profissional, distribuição territorial e espacial dos profissionais, atribuições e competência legal; equipamentos tecnológicos e materiais pensos – aplicações e reais necessidades; distribuição territorial e espacial das unidades de saúde; leitos hospitalares em instituições públicas e privadas, entre outros.

Em seus mapas temáticos, Paraguassu-Chaves [52] ainda demonstra a fragilidade dos recursos humanos; dos infraestruturais do sistema de saúde. Moret e Guerra [53] apontam que falta de recursos financeiros suficientes, recursos humanos especializados e equipamentos aliada a distribuição desigual desses componentes de saúde pública, resulta no caos que se transformou os serviços de atenção médica e de saúde à população em geral. Segundo Moret e Guerra [53] a população necessita de pelo menos o dobro de unidades de saúde em relação às já em funcionamentos. Esses autores já alertavam para o agravamento da demanda reprimida na saúde em relação a quantidade de médicos, de médicos por especialidades, de clínicas básicas e especializadas, de equipes médicas, leitos hospitalares, equipamentos, aparelhos e materiais penso. Afirma que são necessidades urgentes que precisam de resolutividade.

Para Toda [54], a concentração das unidades públicas de saúde encontram-se distribuídas desigualmente. Como encontram-se sabe existem áreas desprovidas de concentração de atendimento [54]. Para Paraguassu-Chaves [52], a distribuição espacial de unidades de saúde tem obedecido, primeiramente, a critérios e interesses políticos. Deste modo, a distribuição desigual dos aparelhos estatais de saúde resulta no intenso fluxo de usuários, a procura de unidades fora do perímetro

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de seu bairro. Além disso, os serviços de média e alta complexidade ainda são gargalos no sistema de atenção médica.

Sobre a qualidade do serviço de saúde, tem-se a dizer que, segundo a Constituição Federal [22], é assegurado a todas as pessoas o direito ao atendimento público de saúde, de modo universal e igualitário. Esse parâmetro é indicado como aspecto negativo da qualidade de vida. Além disso, é dever do Estado proporcionar acesso aos serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde.

Mas, apesar disto estar assegurado na Carta Magna, há algumas barreiras de acesso nos serviços ambulatoriais e hospitalares. Dentre essas barreiras, destaca-se a indisponibilidade de oferta de destaca-serviços básicos e especializados à maioria da população, além da distribuição geográfica das unidades de saúde. Ainda conforme o Ministério da Saúde, a distância instalada entre demanda e oferta, estabelece uma dificuldade adicional no uso desses serviços.

Por sua vez, o SUS envolve-se, em sua dimensão, os postos e centros de saúde, assim como hospitais. A tratar-se desses, inclui os universitários, os laboratórios e os hemocentros, além de fundações e institutos de pesquisa. De acordo com a lei que descentraliza o Sistema Público de Saúde, a responsabilidade de gestão dos hospitais, hemocentros e policlínicas passam ao município. No entanto, os hospitais públicos estão a cargo do Estado. Precisamente e conforme informações obtidas na Secretaria Estadual de Saúde, isso ocorre em função de o município não possuir condições financeiras para assumir o ônus dos hospitais do Estado.

Os indicadores: percentual do gasto público em saúde em relação ao gasto público total; gasto público em saúde per capita; número de cirurgião (por 1000 hab.); número de médico clínico geral (por mil hab.); número de enfermeiro (por mil hab.); número de médico ginecologista-obstetra (por mil hab.); número de leitos hospitalares (por mil hab.); número de odontólogo (por mil hab.); número mamógrafo (por mil hab.); número de raio X (por mil hab.); número de tomógrafo computadorizado (por mil hab.); número de ressonância magnética (por mil hab.); número de ultrassonografia (por mil hab.) e número de equipo odontológico (por mil hab.) foram estudados no âmbito dos municípios que compõem o Arco Norte e Arco Central, pelos autores Paraguassu-Chaves [52] em Geografia médica ou da saúde: espaço e doença na Amazônia Ocidental; Pereira [49] em Geoprocessamento das

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doenças ocupacionais em Rondônia na última década; Souza Pereira [50] em “Trabalho e doença ocupacional”; Toda [54] em Análise espacial da distribuição do sistema público de saúde de Porto Velho; Paraguassu-Chaves [38] em “Trabalho e

Doenças Ocupacionais”; Paraguassu-Chaves [29] em “Condições e Qualidade de

Vida em Espaço Reorganizado”.

3.4. Índice de Desempenho da Condição de Saúde (IDCS)

O equilíbrio dos conhecimentos ambiental, social e econômico da saúde é a base instrumental do processo de elaboração do índice de desempenho da condição saúde, outrossim, se fazendo da visão holística e sistemática dos problemas, soluções e possibilidades. (CAPRA 1982),

Já, a base ideológica e jurídica do IDCS é o Artigo 196 da constituição cidadã, que diz:

“a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” [22].

O processo de formulação do Índice de Desempenho da Condição de Saúde (IDCS), constituído pelos índices de desempenho “ambiental, socioeconômico e demográfico, financeiro e administrativo”. O IDCS é constituído dos índices IDA + IDSD + IDFA.

O escopo do IDCS é fornecer informações para o processo de formulação de políticas públicas de saúde da faixa de fronteira do Arco Norte e Central.

3.4.1 Índice de Desempenho da Condição de Saúde nos Municípios do Arco Norte da Fronteira

No Estado do Acre o município de Sena Madureira nos dois períodos de pesquisa, apresenta IDCS 0,279 (desempenho ruim) e IDCS 0,353 (desempenho ruim). O município Tarauacá no primeiro período da pesquisa apresenta IDCS 0,199 (desempenho péssimo) e mantém desempenho péssimo IDCS 0,180, no momento atual.

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O município de Feijó obtém os piores índices de desempenho da saúde no Estado do acre, com IDCS 0,123 (desempenho péssimo) e no segundo momento manteve o péssimo desempenho (IDCS 0,135).

No Estado de Amazonas o município de Tabatinga, obtém o desempenho regular de 0,410 e 0,444 nos dois períodos. O município de Lábrea demonstra índices ruins nos dois períodos, como também o município de Benjamin Constant, com IDCS 0,350 e 0,311 respectivamente. O município de São Paulo de Olivença obtém os piores desempenhos do Estado de Amazonas, no primeiro momento em 2000 apresenta o desempenho péssimo de 0,135, e na atualidade o desempenho recua para 0,064.

No Estado do Amapá, o município de Laranjal do Jari, obtém índice ruim de 0,399, e consegue melhorar seu índice para regular com IDCS de 0,535.

No Estado do Pará, o município de Almeirim é o detentor dos melhores índices de desempenho da saúde do Estado, com desempenho regular de 0,559 e 0,536, respectivamente.O município de Óbidos apresenta desempenho ruim com IDCS 0,310, e regride seu índice para 0,269, na atualidade. Da mesma maneira o município de Alequer obtém nos dois momentos da pesquisa desempenhos ruins, como 0,269, e 0,296.

Tabela 10: IDCS dos Municípios na Fronteira do Arco Norte Municípios do ACRE Ano de referência 10 anos depois Índice atual Feijó 0,123 0,135 Péssimo

Sena Madureira 0,279 0,353 Ruim

Tarauacá 0,199 0,180 Péssimo Municípios do AMAZONAS Ano de referência 10 anos depois Índice atual Benjamin Constant 0,350 0,311 Ruim Lábrea 0,260 0,246 Ruim São Gabriel da Cachoeira 0,345 0,285 Ruim São Paulo de Olivença 0,135 0,064 Péssimo

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Figura 1: Os estados em estudo nos arco norte e central da fronteira  Fonte: Adaptado de Peiter  [13]
Figura 2: Municípios analisados do arco norte da fronteira brasileira   Fonte: elaboração da pesquisa
Tabela 1: IDA dos Municípios na Fronteira do Arco Norte  Municípios do  ACRE  Ano de  referência  10 anos depois  Índice atual  Feijó  0,058  0,233  Ruim
Tabela 2: IDA dos Municípios na Fronteira do Arco Central  Municípios de MATO  GROSSO DO SUL  Ano de  referência  10 anos depois  Índice atual  Amambai  0,925  0,801  Excelente  Aquidauana  0,950  0,892  Excelente  Maracaju  0,819  1,000  Excelente  Navira
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