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Incidência comprobatória de esôfago de barrett (metaplasia) com hipótese de diagnóstico inicial em um laboratório patológico do norte do Paraná / Comprobatory incidence of barrett's esophagus (metaplasia) as a hypothesis of initial diagnosis, in a laborat

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Incidência comprobatória de esôfago de barrett (metaplasia) com hipótese de

diagnóstico inicial em um laboratório patológico do norte do Paraná

Comprobatory incidence of barrett's esophagus (metaplasia) as a hypothesis of

initial diagnosis, in a laboratory of pathological anatomy in north of Paraná

DOI:10.34117/bjdv6n10-267

Recebimento dos originais: 13/09/2020 Aceitação para publicação: 13/10/2020

Ricardo Cardoso de Sá

Formação acadêmica mais alta: Graduando em Farmácia.

Endereço completo: Rua Nardina Rodrigues Johansen 392 Bl. 03 Ap. 708 Vila Bosque Maringá-PR CEP 87005-002

Email: ricardocardosodesa9@gmail.com

Lillian Karen da Silva de Sá

Formação acadêmica mais alta: Graduando em Farmácia.

Endereço completo: Rua Nardina Rodrigues Johansen 392 Bl. 03 Ap. 708 Vila Bosque Maringá-PR CEP 87005-002

Email: lilliankaren.lks@gmail.com

Vanessa Generale Moreno

Formação acadêmica mais alta: Especialista em Neurociência e Educação

Endereço completo: Rua Castro Alves 728, bloco 2 apto 304, Maringá – PR, CEP: 87015-440. Email: vanessa_generali@hotmail.com / ra16024.17@uninga.edu.br

Daniela Cristina de Medeiros Araújo

Formação acadêmica mais alta: Doutora em Ciências da Saúde

Endereço completo: Rod. PR 317, 6114 Parque Industrial 200, Maringá - PR, Brasil Email: prof.danielaaraujo@uninga.edu.br / danielamedeiros@hotmail.com

Ana Paula Margioto Teston

Formação acadêmica mais alta: Pós-doutora em Ciências da Saúde.

Endereço completo: Rua João Batista Mortean, 1139, centro, Jandaia do Sul – PR, 86900-000. Email: farmacia@uninga.edu.br / apmteston@gmail.com

RESUMO

O esôfago de Barrett é uma patologia secundária à doença do refluxo gastroesofágico, sendo esta uma condição para a pré-disposição ao desenvolvimento de carcinoma esofágico. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento das requisições médicas com suspeita de esôfago de Barrett, no período de janeiro a dezembro de 2019, em um laboratório patológico do norte do Paraná. Das 114 solicitações feitas no ano, 47 foram positivas para esôfago de Barrett (41,22%), sendo a maioria diagnosticado em indivíduos do gênero masculino (68,09%). A porção distal foi a mais afetada, possivelmente pela proximidade anatômica com o estômago e suco gástrico. A faixa etária foi mais variante aos extremos no gênero masculino, porém a média de idade foi semelhante entre os gêneros. Dito isso, destaca-se a importância do diagnóstico precoce do esôfago de Barrett, possibilitando

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também o diagnóstico precoce de carcinoma esofágico em estágio inicial, facilitando o acompanhamento e tratamento clínico-terapêutico e aumentando o prognóstico do paciente.

Palavras-chave: Esôfago, Barrett, Metaplasia, Carcinoma.

ABSTRACT

Barrett's esophagus is a pathology secondary to gastro-esophageal reflux disease, which is a condition for predisposition to the development of esophageal carcinoma. The objective of this study was to perform a survey of medical requests with Barrett's esophagus suspicious, from January to December 2019, in a Pathological Anatomy Laboratory in northwest Paraná. Of the 114 requests made during the year, 47 were positive for Barrett's esophagus (41.22%), the majority being diagnosed in males (68.09%). The distal portion was the most affected, possibly due to the anatomical proximity to the stomach and gastric juice. The age group was more variant to extremes in the male gender, but the average age was similar between genders. In these ways, the importance of early diagnosis of Barrett's esophagus is highlighted, also enabling the early diagnosis of esophageal carcinoma in early stages, facilitating the monitoring and therapeutic clinical treatment, and improving the patient's prognosis.

Keywords: Esophagus, Barrett, Metaplasia, Carcinoma.

1 INTRODUÇÃO

O esôfago de Barrett (EB) é definido como uma complicação da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) crônica. Esta condição patológica é caracterizada pela substituição do epitélio estratificado pavimentoso do esôfago por epitélio colunar especializado do tipo intestinal, a qual ocorre como uma medida adaptativa da mucosa frente à agressão ácida. Entre os fatores de risco para o esôfago de Barrett estão a hérnia de hiato, alteração do esfíncter inferior esofágico e refluxo do conteúdo gástrico, os quais favorecem o refluxo gastroesofágico (RODRIGUES, 2004).

A incidência da doença esôfago de Barrett está aumentando, e estima-se que ocorra entre 10 e 15% dos indivíduos com DRGE sintomática crônica (LOPES et al., 2004). A maior preocupação no esôfago de Barrett é que ele confere um grande risco de adenocarcinoma esofágico. Estudos moleculares sugerem que o epitélio de Barrett possa ser mais similar ao adenocarcinoma que ao epitélio esofágico normal, o que dá uma base para se afirmar que o esôfago de Barrett é uma condição pré-maligna. A displasia epitelial esofágica, considerada uma lesão pré-invasiva, é detectada, em 0,2% a 3,0% das pessoas com esôfago de Barrett. Embora alguns adenocarcinomas esofágicos estejam associados ao esôfago de Barrett, é importante lembrar que a o esôfago de Barrett não é uma condição obrigatória para tumores esofágicos (ROBINS e COTRAN, 2010). No entanto, em uma revisão abrangendo 16 estudos mostrou que em média 78% dos portadores de adenocarcinomas possuem displasias (GEBOE & VAN EYKEN, 2000; LOPES et al, 2004), tornando plausível a

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correlação entre o EB e a degeneração maligna (ORTIZ-HIDALGO, DE LA VEJA, AGUIRRE-GARCIA, 1998; LOPES et al, 2004).

O esôfago de Barrett, bem como outras patologias que acometem o sistema digestório, pode ser diagnosticado por meio de endoscopia digestiva alta e da biópsia, as quais são geralmente instigadas pelos sintomas da DRGE. Este pode ser reconhecido por línguas ou manchas vermelhas de mucosa aveludada se estendendo para cima a partir da junção gastroesofágica. Essa mucosa metaplásica se alterna com uma mucosa colunar escamosa (esofágica), lisa, pálida, e se conecta distalmente com uma mucosa colunar (gástrica) marrom clara (ASSIRATI et al, 2014, DE ANDRADE LOPES et al., 2020).

Diante deste contexto, este projeto tem como objetivo realizar um levantamento sobre o número de casos de EB suspeitos e diagnosticados no ano de 2019 em um laboratório patológico de Maringá-PR.

2 METODOLOGIA

Consistiu em um trabalho de levantamento retroativo de dados de diagnósticos do Laboratório de Patologia e Citopatologia Maringá por meio do sistema de informações (PATOCONTROL), entre os meses de janeiro a dezembro de 2019, para casos com hipótese de diagnóstico de Esôfago de Barrett, confrontando com o diagnóstico final. Desta forma, obteve-se o número de casos com hipótese de Esôfago de Barrett e diagnóstico confirmado, como também a incidência da doença por gênero e média de idade.

Foram utilizados também algumas fotos de lâminas de casos positivos da doença EB, lâminas coradas com Hematoxilina/Eosina (HE) e lâminas coradas com a técnica de Alcian Blue (Azul de Alcian). As imagens foram cedidas por um laboratório de patologia e citopatologia do Norte do Paraná.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

No presente estudo foram analisadas, 114 solicitações médicas de biopsia de esôfago com suspeita de esôfago de Barrett (EB), registradas no período de janeiro a dezembro de 2019, em um laboratório histopatológico do norte do Paraná.

Dos registros analisados a maioria foi proveniente de pacientes do gênero masculino, como pode ser visto na Figura 1.

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Figura 1. Classificação dos pacientes com suspeita de Esôfago de Barrett conforme o gênero. Fonte: os autores.

Fonte: Os autores.

A faixa etária dos pacientes que passaram por biopsia com suspeita de EB variou de 16 anos a 84 anos, com a média de idade em 51 anos para ambos os gêneros.

Das 114 requisições médicas, 47 avaliações histopatológicas foram positivas para EB (41,22%), com a maioria dos casos expressados no gênero masculino (68,09%; Figura 2). Nota-se que há um predomínio na localização distal do esôfago para ambos os gêneros (figura 2A e 2B). No entanto, quando se compara a incidência na porção proximal, observa-se que no gênero feminino é mais predominante do que no masculino (porção amarela das figuras 2A e 2B).

A maior incidência de casos positivos na região distal do esôfago pode ser explicada pelo fato desta ser a região mais afetada pela doença de refluxo gastroesofágico, devido à proximidade anatômica ao estômago e ação do ácido gástrico (HENHY, 2014).

62% 38%

GÊNERO

masculino feminino

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Figura 2: Proporção de casos de esôfago de Barrett positivos em relação ao gênero. A. Incidências nas porções proximais e distais para casos no gênero masculino. B. Incidências nas porções proximais e distais para casos no gênero feminino.

Fonte: os autores.

Casos positivos foram observados em faixas etárias mais extremas para o gênero masculino, afetando de jovens a idosos. Enquanto que no gênero feminino o acometimento ocorreu a partir de adultas a idosas. Porém a média de idade foi semelhante entre os gêneros (Figura 3).

Figura 3: faixa etária dos casos positivos para esôfago de Barrett de acordo com o gênero.

Fonte: os autores.

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externos, principalmente alimentação, alcoolismo e tabagismo, estes fatores são determinantes para se desenvolver a doença do refluxo gastroesofágico, uma patologia que precede o EB.

O consenso atual para o diagnostico histológico do EB é a presença de epitélio colunar especializado com células caliciformes, caracterizado morfologicamente como metaplasia intestinal (RODRIGUES, 2004). A figura 4, mostra células caliciformes de um caso positivo de EB, coradas com a técnica de hematoxilina-eosina (HE), exibe núcleo roxo e citoplasma róseo, onde observa-se metaplasia.

Figura 4: Corte histológico de esôfago corado com hematoxilina-eosina, evidenciando metaplasia esofágica (EB), objetiva de 200x.

Fonte: Laboratório Maringá.

A Figura 5, mostra células caliciformes coradas em azul, pela coloração de Alcian Blue, esta cora as mucinas básicas presentes nas células caliciformes, evidenciando a metaplasia em região distal do esôfago.

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Figura 5: Corte histológico de esôfago (Barrett positivo), evidenciado pelas céluas caliciformes coradas em azul pela coloração de Alcian Blue, (cora as mucinas presentes na célula), objetiva de 200x.

Fonte: Laboratório Maringá.

4 CONCLUSÃO

O esôfago de Barrett é uma condição patológica que pode indicar predisposição para o desenvolvimento de adenocarcinoma esofágico, um tipo de câncer com baixíssimo prognóstico. O diagnóstico correto, precoce e a confirmação de esôfago de Barrett é crucial para a identificação do adenocarcinoma esofágico. Podendo o paciente com esôfago de Barrett ser acompanhado pelo clínico, de forma a ter diagnóstico e tratamento precoce e melhora do seu prognóstico.

O farmacêutico desempenha papel crucial na investigação histopatológica de biópsias de esôfago. É necessário ser altamente treinado na identificação de alterações histopatológicas para precisão do diagnóstico, com o emprego de critérios diagnósticos rígidos, uma vez que a citometria é um método mais elaborado e de alto custo, porém não presente na maioria dos laboratórios.

REFERÊNCIAS

SALVADOR, Frederico. Diagnóstico Da Doença Do Refluxo Gastroesofágico Com Endoscopia De Alta Definição E “Narrow Band Imaging”. Diagnóstico, v. 27, n. 1, p. 59-65, 2014.

DILIA, Cuauro Ruíz Gabriela Díaz Arreaza et al. Frecuency Of Barrets Esophagus For Gastroesophageal Reflux In The Central University Of Venezuela. Rev. Cient. Cienc. Med. 2018.

CAUM, Leiber C. et al. Metaplasia intestinal especializada de esôfago distal na doença do refluxo gastroesofágico: prevalência e aspectos clínico-epidemiológicos. Arq. gastroenterol, p. 220-226, 2003.

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DAY, D. W. Inflammatory disorders of the large intestine: Crohn's disease of the large intestine. Morson and Dawson's gastrointestinal pathology, p. 504-508, 2003.

DE ANDRADE LOPES, Gabriela et al. Acalasia de esôfago idiopática: Relato de caso e revisão da literatura. Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 5, p. 12267-12275, 2020.

GEBOES, Karel; VAN EYKEN, P. The diagnosis of dysplasia and malignancy in Barrett's oesophagus. Histopathology, v. 37, n. 2, p. 99-107, 2000.

HENRY, Maria Aparecida Coelho de Arruda. Diagnóstico e tratamento da doença do refluxo gastroesofágico. ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo), v. 27, n. 3, p. 210-215, 2014.

KARA, Mohammed A. et al. Detection and classification of the mucosal and vascular patterns (mucosal morphology) in Barrett's esophagus by using narrow band imaging. Gastrointestinal

endoscopy, v. 64, n. 2, p. 155-166, 2006..

LOPES, César Vivian et al. Displasia no esôfago de Barrett-concordância intra e interobservador no diagnóstico histopatológico. Arquivos de Gastroenterologia, v. 41, n. 2, p. 79-83, 2004.

ORTIZ-HIDALGO, Carlos; DE LA VEGA, Guillermo; AGUIRRE-GARCÍA, Jesús. The histopathology and biologic prognostic factors of Barrett's esophagus: a review. Journal of clinical

gastroenterology, v. 26, n. 4, p. 324-333, 1998.

ROBINS & COTRAN. Patologia, Bases Patológicas Das Doenças. Elsevier Editora Ltda, Rio de Janeiro, 2016.

RODRIGUES, Maria Aparecida Marchesan. Esôfago de Barrett e displasia: critérios diagnósticos. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 40, n. 3, p. 185-191, 2004.

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Figura 1. Classificação dos pacientes com suspeita de Esôfago de Barrett conforme o gênero
Figura 3: faixa etária dos casos positivos para esôfago de Barrett de acordo com o gênero.
Figura  4:  Corte  histológico  de  esôfago  corado  com  hematoxilina-eosina,  evidenciando  metaplasia  esofágica  (EB),  objetiva de 200x.
Figura 5: Corte histológico de esôfago (Barrett positivo), evidenciado pelas céluas caliciformes coradas em azul pela  coloração de Alcian Blue, (cora as mucinas presentes na célula), objetiva de 200x.

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