CARGO: AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS – PROVA A QUESTÃO 74
DIREITO ADMINISTRATIVO - Professor: Waltinho Vamos analisar a assertiva:
“74. Considere o caso de uma empresa farmacêutica ter assinado contrato com o Município de Belo Horizonte, obrigando-se a fornecer inúmeros medicamentos aos hospitais municipais.
Durante a execução contratual, sobrevém a proibição, pela Presidência da República, de comercialização, em território nacional, de remédio que se descobriu ser altamente maléfico para gestantes. Tal remédio estava na lista de produtos a serem entregues pela contratada. Neste caso, e em relação ao referido medicamento, a inexecução parcial ocorreu por força de:
A) superveniência imprevista B) fato da administração C) fato do príncipe D) caso fortuito E) força maior”
O gabarito dado foi a alternativa “C”, entretanto, a alternativa “A” também está correta de acordo com a doutrina e jurisprudência:
Solicito que questão seja ANULADA, pois temos 02 assertivas corretas.
A questão teve caráter subjetivo do examinador, perdendo portanto a objetividade para análise criteriosa da questão por todos os candidatos:
FUNDAMENTAÇÃO: Jurisprudência:
“A alteração do contrato administrativo a fim de restabelecer a equação financeira inicial impõe a comprovação efetiva do desequilíbrio que, por ensejar dano imprevisível e insuportável, deve ser dividido entre os contratantes” (TRF, 5ª Região, Repertório IOB de Jurisprudência 16/93, p.305).
“(...) A teoria da imprevisão é plenamente aplicável aos contratos administrativos, se constatada a álea extraordinária a romper o equilíbrio financeiro do contrato, merecendo o mesmo ser revisto (TJDF, 1ª T. Cível, ACív. 3399194, rel. Des. José Hilário de Vasconcelos, j. 12.12.1994, DJU 1/02/1995, p. 668).”
1) DOUTRINA:
superveniência de fatos não cogitados pelas partes, criando um ônus excessivo para uma delas, com vantagem desmedida para a outra. (...)”.
A aplicação da teoria da imprevisão refere-se aos fatos posteriores à celebração contratual e não poderiam ser previstos pelas partes e que tornem impossível ou extremamente difícil o cumprimento do contrato conforme inicialmente pactuado.
Cumpre registrar que álea ordinária representa os riscos, prejuízos anormais resultantes da execução contratual, razão suficiente para embasar a aplicação da teoria da imprevisão restaurando a equação financeiro-econômica do contrato e impondo relação de igualdade entre os encargos do contratado e a correspondente remuneração a que faz jus.
O fato do príncipe refere-se à situação imprevisível e posterior à celebração do contrato, impedindo, dificultando muito a sua execução, que incide sobre todos os contratos por este celebrados, autorizando a revisão das cláusulas inicialmente pontuadas.
E, mais uma vez recorremos à lavra de Hely Lopes Meirelles, in verbis:
“Fato do príncipe é toda determinação estatal, positiva ou negativa, geral, imprevista e imprevisível, que onera substancialmente a execução do contrato administrativo. Essa oneração, constituindo álea extraordinária e extracontratual, desde que intolerável e impeditiva da execução do ajuste, obriga o Poder Público contratante a compensar integralmente os prejuízos suportados pela outra parte, a fim de possibilitar o prosseguimento da execução, e, se esta for impossível, rende ensejo à rescisão do contrato, com indenizações cabíveis.” (Meirelles, 1999, p.221).
CARGO: AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS PROVA A QUESTÃO 76
DIREITO ADMINISTRATIVO - Professor: Waltinho FUNDAMENTOS :
No caso houve um equivoco quanto ao gabarito, o que não inviabilizará a questão como um todo, não é caso de anulação, é caso de correção do gabarito.
Vamos analisar a assertiva:
“76. O tipo de controle exercido pela Câmara Municipal, com o auxílio do Tribunal de Contas, assegura ao Legislativo, quanto à matéria de sua competência, o poder de adotar corretamente a seguinte conduta em relação ao ente público envolvido:
A) realizar, por iniciativa própria, auditoria de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas do Poder Judiciário
B) fiscalizar a execução de convênio, acordo, ajuste, ou outros instrumentos congêneres, com a União e o Estado para a aplicação de programas comuns
C) permitir o processamento e julgamento dos crimes comuns praticados pelo Chefe do Poder Executivo Municipal perante o Superior Tribunal de Justiça
D) determinar ao Ministério Público Estadual o ajuizamento de ação penal por ilícito praticado pelo Chefe do Poder Executivo em prejuízo ao erário
E) impedir qualquer pagamento de firma contratada pelo Poder Executivo submetida à investigação por Comissão Parlamentar de Inquérito”
Gabarito divulgado pela organizadora: alternativa “C” O gabarito correto é a alternativa “B”
FUNDAMENTAÇÃO:
Até a própria instituição na prova tipo “B” divulgou o gabrito como correto sendo a alternativa “B”
“78. Pondere acerca de uma licitação realizada pela Secretaria Municipal de Saúde para aquisição de medicamentos. O Secretário Municipal de Saúde, sem promover a avocação, é a autoridade indicada para:
A) adjudicar o objeto da licitação B) apreciar o envelope de técnica
C) julgar o resultado do envelope de habilitação
D) ratificar a entrega de documentos de regularidade fiscal E) conclamar os licitantes para a abertura do envelope de Preços” Gabarito divulgado pela organizadora: alternativa “B”
O gabarito correto é a alternativa “A” FUNDAMENTAÇÃO:
Até a própria instituição na prova tipo “B” divulgou o gabarito como correto sendo a alternativa “A”
CARGO: AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS PROVA A QUESTÃO 80
DIREITO ADMINISTRATIVO - Professor: Waltinho FUNDAMENTOS :
No caso houve um equivoco quanto ao gabarito, o que não inviabilizará a questão como um todo, não é caso de anulação, é caso de correção do gabarito.
Vamos analisar a assertiva:
Analise um caso de acidente de trânsito, em cruzamento com semáforo defeituoso, no qual ficou provado que os motoristas envolvidos trafegavam, imprudentemente, com excesso de velocidade.
A responsabilidade civil no evento danoso é caracterizada como:
A) exclusiva das vítimas porque praticaram ato ilícito pelo desrespeito ao limite de velocidade
B) exclusiva do Estado porque o evento danoso só ocorreu pelo defeito da sinalização C) integral do Estado porque não fiscalizou o bom funcionamento de um serviço público
D) exclusiva das vítimas porque o evento danoso foi mitigado por ato de multidão E) parcial do Estado porque as vítimas concorreram culposamente para o dano Gabarito divulgado pela organizadora: alternativa “A”
O gabarito correto é a alternativa “E” FUNDAMENTAÇÃO:
Sabendo que no direito brasileiro foi adotado a responsabilidade civil objetiva, baseada no risco administrativo, exige de forma conjunta a atividade administrativa, a ocorrência do dano, a existência de nexo causal entre aquela atividade e o dano e a ausência de culpa excludente da vítima. Verificando-se estas quatro condições, o Estado é obrigado a reparar a lesão que causou.
Nas palavras de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a responsabilidade do Estado prevista no art. 37, § 6º da Constituição Federal de 1988 exige a concorrência de seis condições, quais sejam:
1 que se trate de pessoa jurídica de direito público ou de direito privado prestadora de serviços públicos; (...)
2.que essas entidades prestem serviços públicos, o que exclui as entidades da administração indireta que executem atividade econômica de natureza privada; (...) 3.que haja um dano causado a terceiro em decorrência da prestação se serviço público; (...)
comissiva (ato positivo) quanto omissiva (omissão).
c) a ocorrência do dano, para que surja o dever de recomposição do patrimônio atingido. Segundo Celso Antônio BANDEIRA DE MELLO, não é qualquer dano que atrai a responsabilização do Estado, mas aquele (i) que represente uma lesão a um direito da vítima, pois quem não sofreu gravame em um direito seu não tem título jurídico para pleitear indenização; (ii) que seja certo, não apenas eventual ou possível, tanto podendo ser atual como futuro, mas certo, real.
A situação diversa citada na questão acima trata da hipótese do semáforo que sinaliza a cor vermelha ou em que o dispositivo está desligado. Exceto em ocorrências específicas, como descumprimento à legislação de trânsito, entendo que haja culpa concorrente do Estado: "há concorrência de culpas: a do motorista por atravessar o cruzamento simplesmente ignorando a ausência da sinalização que ali deveria existir, a da Municipalidade em decorrência de omissão que permitiu e contribuiu para um tal proceder "Resp n. 716.250/RS (2005/0004734-7) – Rel. ministro Franciulli Netto – j. 12.09.2005”
"Se o autor e réu admitem que o semáforo estava com defeito, tal fato se torna incontroverso. Assim, a ação é procedente em relação à Prefeitura, responsável pela colocação, manutenção e funcionamento dos semáforos na cidade. Na hipótese presente, a culpa é concorrente, porque o autor, em virtude da falha de sinalização, poderia ter sido mais cauteloso" 1° TACivSP, 3 ª Câmara Especial, Ap. 527.112, j. 02.07.1993.
Sabendo que a responsabilidade objetiva admite excludentes, e no caso da questão mostra que houve culpa concorrente do poder publico, sendo um caso de atenuante de responsabilização, mas não uma excludente de acordo com a teoria do risco administrativo.
Até a própria instituição na prova tipo “B” divulgou o gabarito como correto sendo a alternativa “E”