Resum o: O objetivo deste artigo é apresentar
análise de dados coletados referentes ao acom-pan h am en t o e cu m pr im en t o das con di-cionalidades da educação, saúde e assistência social do Programa Bolsa Família (PBF) em 96 municípios baianos. Para uma melhor organiza-ção, definimos os municípios pelo elemento de proximidade territorial, estipulando como crité-rios de seleção os índices de condicionalidade inferiores a 0,6 – média adotada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS) com o ideal para o Í ndice Gestão de Descentralização (I GD) através de questioná-rios semiestruturados respondidos por gestores do PBF e representantes das áreas investigadas, com o secretários, assistentes sociais, enfer-meiras, diretores e professores. Como ponto de partida para nosso estudo, fazemos o se-guinte questionamento: até que ponto o Pro-grama Bolsa Família como política pública prioriza a família como unidade de intervenção social tendo em vista a atuação do registro, oferta e envio de informações sobre os serviços da Edu-cação, Saúde e Assistência Social?
Pa la v r a s- ch a v e : Program a Bolsa Fam ília,
Polít icas Públicas, Prot eção Social.
Abst r a ct : The purpose of t his paper is t o present t he analysis of dat a collect ed for t he m onit or ing and com pliance w it h t he condit ions of educat ion, healt h and welfare of t he Bolsa Fam ilia Program ( PBF) in 96 m u n i ci p a l i t i e s i n Ba h i a . Fo r a b e t t e r or g an izat ion , w e set t h e m u n icip alit ies accor d in g t o t h eir t er r it or ial p r ox im it y, st ipulat ing crit eria for select ion as t he rat es of cross less t han 0.6 - Average adopt ed by the Ministry of Social Developm ent and Fight Against Hunger ( MDS) as ideal for t he I ndex Managem ent Decentralization (I GD) through sem i- structured questionnaires answered by m anagers of t he PBF and represent at ives of t he areas invest igat ed, such as secret aries, soci al w or k er s, n u r ses, p r i n ci p al s an d t eachers. As a st art ing point for our st udy we ask the following question: to what extent the Bolsa Fam ilia program as public policy prioritizes the fam ily as a social intervention aim ed at the actions of the registry, supply and transmission of information on the services of the Education, Health and Social Welfare?
Ke y w or ds: Bolsa Fam ília Program , Public
Policy, Social Prot ect ion.
Programa Bolsa Família, proteção social e políticas públicas:
condicionalidades e garantia de direitos nos municípios baianos
1Bolsa Família
program, social welfare and public policy:
conditionality and guarantee of rights in the municipalities of Bahia
Programa
Bolsa Fam ília
, el bienestar social y políticas públicas:
la condicionalidad y la garantía de los derechos en los
municipios de Bahía
Programme Bolsa Fam ília, la protection sociale et les politiques
publiques: la conditionnalité et la garantie des droits dans les
municipalités de Bahia
Vanessa Ribeir o Sim on Cavalcant i2
I zabel Cr ist ina Fir m o Foglia3
I ntrodução
O Programa Bol-sa Família, implan-tado em outubro de 2003 e prom ulgado em 2004, através da criação da Lei nº 10.836 de 09 de j aneiro de 2004, pela atual gestão do presidente Luis I nácio Lula da Silva que tem por princípio norteador o com bate à fom e e à pobreza no país obtida através da unificação dos Pro-gram as de Garantia de Renda Mínim a (PGRM) – Bolsa Alim entação, Bolsa Escola e Progra-m a Auxílio-Gás coProgra-m a pretensão de uProgra-m a ges-t ão descenges-t ralizada, com desges-t aque para a intersetorialidade entre os entes federados e tendo, com o suporte, a participação com uni-tária e o controle social. I sto significa que o m odelo e os princípios que orientam o dese-nho desse program a referem -se a “ proteção contra riscos; com bate à m iséria; desenvol-vim ento de capacidades que possibilitem a superação das desigualdades e o exercício pleno da cidadania; redistribuição de rique-zas; etc”. ( I vo, 2004, p.57) .As três dim ensões que pautam o program a estão articuladas de form a a que prom ovam o “ alívio im ediat o da pobreza” at ravés da t ransferência diret a da renda às fam ílias beneficiárias: reforcem ação dos direitos bá-sicos nas áreas da Saúde e Educação utili-zando as condicionalidades (ferram entas cria-das para controlar e “ garantir” o acesso aos serviços m édicos e a presença de crianças e adolescentes nas escolas), “ o que contribui para que as fam ílias consigam rom per o ciclo da pobreza entre gerações”. ( MDS, 2004) .
De fat o, a prim eira avaliação de âm bit o nacional que traça o perfil das fam ílias bene-ficiárias do PBF, realizada em m arço de 2007 e publicada em 21 de agost o de 2007 pelo Ministério do Desenvolvim ento Social e Com -bat e à Fom e ( MDS) , t raz um a fot ografia e não um diagnóstico de com o o program a está sendo desenvolvido e acom panhado nos m u-nicípios, haj a vist a as invest igações recen-t es sobre a recen-t em árecen-t ica nos m unicípios baianos ( Caldeira, 2008; Foglia, 2007) .
As condicionalidades criadas pelo Progra-m a Bolsa FaProgra-m ília visaProgra-m o acesso a direit os básicos das fam ílias, assum indo o papel de elem ento fundam ental para a inclusão social desses grupos at ravés da garant ia aos ser-viços de educação, saúde e assist ência
so-cial. As condicionalidades t êm com o prem is-sa a associação da t ransferência de renda diret a aos direit os sociais básicos, prom o-vendo e qualificando o acesso à educação e aos serviços básicos de saúde. Para t ant o, est ão focalizadas na fam ília e não apenas em alg u n s d e seu s m em b r os, seg u n d o norm ativa do ( MDS) .
O obj et ivo dest e t rabalho é analisar os dados colet ados por quest ionár ios sem iestruturados sobre os instrum entos de acom -panham ent o das condicionalidades do pro-gram a ( regist ro e envio de inform ações) em 96 m unicípios baianos que apresent aram , para o ano de 2006, o índice de avaliação inferior a 0,6, levant ando e ident ificando ações das gest ões locais que apont em se a polít ica est á cont ribuindo ou não para a grant ia de direit os das fam ílias e para a m a-nut enção da rede de prot eção social defini-da pelo governo federal.
Nos lim it es dest e art igo, nos propom os a responder duas quest ões cent rais: de que form a o conceito de fam ília determ inado pelo Program a Bolsa Fam ília, obj et o de nossa in-vest igação, responde às necessidades dos m odelos fam iliares nos m unicípios baianos t endo em vist a o obj et ivo dessa polít ica pú-blica? As gest ões locais do program a est ão priorizando as fam ílias com o unidade de in-t ervenção social considerando os m ecanis-m os de acoecanis-m panhaecanis-m ent o e fiscalização das condicionalidades da educação, saúde e as-sist ência social?
A relação entre a dim ensão
institucional e a reprodução
social das fam ílias
beneficiárias
Nessa perspect iva, a análise de Bourdieu ( 2001) que se debruça sobre a dim ensão social da fam ília aliada à reprodução social das classes pode auxiliar no ent endim ent o analít ico da dim ensão da reprodução. Sem dúvida, o aut or nos leva a pensar sobre a int erseção que há ent re a fam ília ( papel) cent ral e a est rat ificação social at ravés da const rução do habit us de classe e na m
u-dança de direção que os diferent es t ipos de capit al podem cont ribuir para a form ação de um a “ herança social, ou sej a, a t ransm issão da posição de classe dos pais aos filhos”, com o abor da a socióloga Nat h alie Reis I t aboraí ( 2005) em um art igo que versa so-bre a proteção social da fam ília brasileira con-tem porânea.
Dent ro do expost o, pode- se afirm ar que as t eorias sociais vêm encont rando na “ fa-m ília o cent ro do processo de reprodução social e, port ant o, um lugar decisivo para int ervir em realidades sociais indesej áveis, com o a pobreza e o baixo capit al hum ano”. Sobret udo, conclui I t aboraí, há um a focali-zação na “ reflexão sobre os dest inos das gerações fut uras, pensando a organização e os recursos fam iliares em suas conseqüên-cias para a socialização dos filhos”. ( I taboraí, 2005, p.02) .
Ao falarm os sobre o capit al cult ural, por exem plo, Carlos Hasenbalg advoga que o m esm o, m ensurado pelo grau de escolarida-de dos pais e escolarida-dem ais resiescolarida-dent es escolarida-de 15 anos ou m ais, é um com plicador fundam ental para com preenderm os a distribuição diferenciada dos recursos fam iliares na hierarquia social dos grupos, o que leva o aut or a concluir que “ fam ílias cuj os chefes são t rabalhado-res m anuais urbanos e rurais de cor pret a e parda cont am com sérias desvant agens na apropriação e acum ulação de recursos, con-figurando assim cont ext os m ais desfavorá-veis para a socialização das novas gerações”. ( Hasenbalg, 2003, p.81) .
Após quase cinco anos de im plantação, o Program a Bolsa Fam ília desde o ano de 2006 vem sofrendo pequenas alterações no que concerne aos valores dos benefícios recebi-dos pelas fam ílias que com põem o program a. Em relação às m udanças institucionais que dispõem sobre a política em si, identificam os no quadro histórico dois m arcos im portantes: a Medida Provisória nº 132, de 20 de outubro de 2003, que precede a Lei nº 10.836 de 2004 e a Medida Provisória nº 411 que vem a ser até então a últim a ação que antecede a criação da Lei atual nº 11.692 que dispõe sobre a inserção Program a Nacional de I nclu-são de Jovens - ProJovem , instituído pela Lei no 11.129, de 30 de j unho de 2005 e revo-gam alguns dispositivos da lei anterior.
Durant e o período com preendido ent re a prom ulgação da prim eira lei que regulam en-t ou a organização esen-t ruen-t ural, norm aen-t ivas e inst ruções, sobret udo no que diz respeit o à caract erização das sit uações de pobreza e extrem a pobreza no âm bito do Bolsa Fam ília, é possível const ruir um quadro de análises relacionado ao carát er principal do progra-m a, ou sej a, a sua propost a de inclusão so-cial e fazer algum as considerações sobre o âm bit o socioadm inist rat ivo nos m unicípios, ainda que diant e de t ais m odificações.
Lim ites do program a
encontrados pela literatura de
polít icas sociais
Algum as considerações críticas no m eio acadêm ico já questionam os cam inhos da po-lítica entre um projeto social ou de m arketing político (Moura, 2007), assim com o o enfoque nas condicionalidades do program a e no con-trole social questionando se o m esm o é um a “ nova institucionalidade no cam po da política social brasileira” (Senna et al, 2007). Entre-tanto, as produções ainda são restritas às pesquisas t eóricas, ident ificando- se ent ão um a lacuna na produção em pírica.
com o apont a I t aboraí, t ais relações “ não garant em um a redist ribuição equânim e de recursos, o que t orna fant asiosa a expres-são renda per capit a, acena para a necessi-dade de pensar a t ensão indivíduo - fam ília e o papel que o Est ado pode t er para asse-gurar o bem est ar individual e fam iliar ”. ( I taboraí, 2005, p.04) .
Ao lado de m acro- polít icas orient adas para o com bate à pobreza e à exclusão social, propuseram a im plantação de pro-gram as de geração ou com plem entação de em prego e renda e de um a rede de serviços com unitários, incluindo progra-m as de renda progra-m íniprogra-m a para as faprogra-m ílias carentes, com a condicionalidade da per-m anência de seus filhos na escola. Esse reconhecim ent o da cent ralidade da fa-m ília tornou-se praticafa-m ente consensual, apesar da absoluta insuficiência das po-líticas e dos program as sociais do país. (Carvalho & Alm eida, 2003, p.03).
O que querem os dest acar é que, diant e de t al sit uação, há um excesso de respon-sabilidades delegadas às fam ílias quando o Est ado e o m ercado não conseguem cont ro-lar socialm ent e os im pact os provocados por m udanças relat ivas ao t rabalho, à educa-ção, a saúde e a própria assist ência social traduzindo um a realidade perversa com o ca-ract eriza Ana Maria Goldani ( 2005, p.03) vi-vida pelo processo de “ passagem da m obi-lização de recursos da pobreza para a po-breza de recursos”, problem a identificado em pesquisas de âm bit o local sobre o em po-deram ent o das m ulheres beneficiárias e so-bre o controle social. (Caldeira, 2008; Foglia, 2007).
Fam ília, políticas públicas e
proteção social: breve revisão
t eórica
Os pesquisadores da Universidade Aut ô-nom a de Barcelona, Quim Brugué e Ricard Gom á (1998) desenvolvem um a reflexão so-bre as polít icas públicas locais e suas res-pect ivas agendas com plexas, respost as aos
elem ent os- chave para um debat e qualificado: a efet ivação de um a ofert a m ais com -plexa de polít icas, a adoção de novos ins-t rum enins-t os esins-t rains-t égicos e o em ergenins-t e nas-cim ent o de novos est ilos de governo.
Brugué e Gom á ( 1998, p.26) m ost ram de que form a o cam po t eórico dessas polít icas foi delineado a part ir da m et ade do século XX: “ por um lado, configurou- se um enfoque racional, prescrit ivo, com fort es t endências à form alização e de carát er dedut ivo”, des-crição do m odelo est adunidense. Por out ro, “ foi- se crist alizando um enfoque pós- racio-nal, crít ico, m enos m odelador e m uit o m ais indut ivo”. Est e segundo enfoque t em
cons-t ruído um quadro conceicons-t ual que perm icons-t a de m aneira crescent e análises acerca de ques-t ões cenques-t rais para a ciência políques-t ica ( esques-t ru-t ura de recursos, disru-t ribuição social de ga-nhadores e perdedores, relações de poder, hegem onias cult urais e sim bólicas) que se art iculam na avaliação dessas polít icas.
Tipologicam ent e, as polít icas são classifi-cadas de acordo com os seguint es m odelos: grupo t eórico que part ilham das ideias de Lowi: dist ribut ivas, reguladoras, redist ribu-t ivas e consribu-t iribu-t ucionais. O ouribu-t ro grupo é ca-r act eca-r izado poca-r m odelos dica-r ecionados ao cr escim ent o e ger ação de r iquezas e da redistribuição baseados no segundo enfoque descrit o acim a. ( Souza, 2006) .
Podem os ent ender nesse quadro delinea-do pelos program as sociais brasileiros que polít icas públicas são com o a ação do Est a-do, ou m elhor, o exercício de im plant ação de novos proj et os, sej a por m eio de program as ou ações volt adas para set ores e grupos det erm inados da sociedade. Devem os levar em conta, dentro dessa perspectiva, que não pode haver um a redução do Est ado à m era burocracia pública, aos seus organism os que seriam os responsáveis pela const rução e aplicação dessas polít icas. Pensam os ent ão que polít icas públicas são responsabilidades do Est ado e, dessa form a, um “ processo de t om ada de decisões que envolvem órgãos públicos e diferent es organism os e agent es da sociedade relacionados à polít ica im plan-t ada. Nesplan-t e senplan-t ido, políplan-t icas públicas não podem ser reduzidas a polít icas est at ais”. ( Höfling, 2001, p.31) .
pre-endidas com o inst rum ent os que avaliam a rede de prot eção social do Est ado, a princí-pio debruçadas no trabalho de redistribuição de serviços que beneficiem socialm ent e os suj eit os, dim inuindo as desigualdades pro-m ovidas pela econopro-m ia do país.
Nesse sent ido, as const ant es crít icas de-claradas ao Program a Bolsa Fam ília e ao pre-sident e Luís I nácio Lula da Silva1 acerca do
discurso elaborado por am bos sobre essa ins-t iins-t uição desperins-t am ains-t enção para o signifi-cado sim bólico dessa inst it uição à m edida em que, ao falarm os sobre fam ília, est am os diant e de um conceit o que assum e sent idos variáveis e com o t al possui diversos pont os de vist a, sej am eles cient íficos ou pert en-cent es ao senso com um .
Cam inhando pela t rilha dos t rabalhos sobre fam ília com o fator de proteção social lem -bram os que Goldani defende o “ reconheci-m ent o de que as fareconheci-m ílias se reconheci-m ant êreconheci-m coreconheci-m o im portante instituição form adora de valores, at it udes e padrões de condut a dos indivídu-os” e, com o t al, “ com um a im ensa flexibili-dade e capaciflexibili-dade de ger ar est r at égias adapt at ivas” com o um dos sent idos que de-senham a m esm a com o “ lócus” privilegiado para o apoio às polít icas públicas e progra-m as sociais. Dessa forprogra-m a, reafirprogra-m a-se a ideia da fam ília com o espaço prom ot or das rela-ções de gênero, da planificação do cont rat o social ent re as gerações, abrigando, con-form e a autora, a sua “im portância com o fon-t e de suporfon-t e m afon-t erial e afefon-t iva para seus m em bros”. (Goldani, 2002, pp.30-33).
Nessa m esm a linha de argum ent ação, as pesquisadoras Ana Roj as Acost a e Maria Am ália Faller Vit ale na apresent ação do livro
Fam ília: Laços, Redes e Polít icas Públicas
( 2005) , frut o de um sem inário com m esm o título realizado em São Paulo, no ano de 2002, m ost ram a ação do “ pensar e repensar” a fam ília com o um a “ exigência” social, vist o que a m esm a tem sido percebida com o “ base est r at égica par a a condução de polít icas públicas”, questão levantada por Goldani em t rabalho j á cit ado.
A tipologia construída por Thomas Humphrey Marshall (1967) acerca da garantia de direi-tos, que a organizou em blocos específicos, a citar, direitos civis (para o século XVI I I o au-tor aponta as liberdades individuais), políticos
(determ inados pela participação na esfera pú-blica, válida para o século XI X) e sociais (a segurança e o bem -estar tão desejado pelo século XX) seguem um a linha de argum enta-ção que, à exceenta-ção do “evolucionism o linear” – adjetivado de equivocado, inegavelm ente garante o lugar central para debaterm os a definição de cidadania e seu espaço no m un-do contem porâneo.
Para a sociedade m oderna, a t eoria de Marshall segue ideias at reladas à conform i-dade da polít ica e das necessii-dades sociais dos Est ados- nações, t endo com o est rut ura para sua legit im ação e norm alização, o apa-rat o est at al. A “ conquist a de direit os” em épocas que se debruçam sobre a lut a por post os de poder na esfera pública vem so-frendo m odificações frent e ao enfraqueci-m ent o do papel do Est ado coenfraqueci-m o garant ia de direit os, com o observa List z Vieira ( 2001) .
A fam ília, no ent ant o, não pode ser vist a apenas com o est rat égia dessas m et as. Nes-t e senNes-t ido, Nes-t em - se quesNes-t ionado se essas ini-ciat ivas são eficient ese eficazes para o for-t alecim enfor-t o das com pefor-t ências fam iliares, se respondem às necessidades das próprias fa-m ílias atendidas e se contribuefa-m para o pro-cesso de inclusão e prot eção social desses grupos. Por est as razões, as redes de socia-bilidade passam a ser cent rais no t rat o das polít icas sociais. ( Acost a & Vit ale, 2005) .
Program a Bolsa Fam ília nos
m unicípios baianos e a gestão
de cum prim ento e
acom panham ento das
condicionalidades
Para a et apa quant it at iva, t rabalhou- se com banco de dados – resultado da tabulação das inform ações colet adas por quest ionári-os e análise de docum ent ionári-os inst it ucionais disponibilizados pelo MDS e dem ais Minist é-rios da Educação ( ME) e Saúde ( hist órico do Í ndice de Gestão Descentralizada - I GD para as dim ensões avaliadas – educação, saúde e assist ência social) .
A prim eira etapa foi encarregada da reali-zação de Oficinas de I nst ância de Cont role Social com 387 m unicípios baianos e part ici-pação de m ais de seiscent os e cinquent a e oito ( 658) entre gestores m unicipais e socie-dade civil – onde verificam os os problem as m ais frequent es e os principais desafios do program a, em que pudem os traçar um m apa das questões essenciais que queríam os abor-dar com o desej o de conhecer e analisar a realidade relativa ao cum prim ento das condi-cionalidades em âm bito local, o que nos apon-t ou que m enos da m eapon-t ade dos m unicípios possui o Cent ro de Referência da Assist ên-cia Soên-cial ( CRAS) , o que t orna ainda m ais fraca a at uação desse set or nos m unicípios, j á que para receber alguns benefícios e pro-gram as sociais ofert ados por est es, devem est ar habilit ados nesse conselho, inclusive os próprios recursos do I GD que só é repas-sado àqueles nessa condição. Esse fat or foi um dos problem as que im pulsionaram a ela-boração dos inst rum ent os de pesquisa, es-t endidos às oues-t ras áreas.
Para a segunda et apa foram confeccio-nados questionários que abordaram questões que indicassem , ou não, se havia int erfe-rência sensível dos problem as de com unica-ção e organizaunica-ção social enfrent ados pelo PBF na ofert a, regist ro e envio de inform a-ções sobre os serviços prest ados às fam íli-as, conform e descrição abaixo:
1. Ações: Escola/ Fam ília/ Secret aria de Educação. Essa ação exist e no m u-nicípio?
• Frequência dos Alunos Beneficiários; • Pr een ch i m en t o d o s Rel at ó r i o s d e
Frequência Escolar;
• Recebim ent o dos Relat órios das Es-colas;
• Regist ro dessa Frequência;
• Com preensão dos Procedim ent os pela Secr et ar ia;
• Encam inham ent o dos relat órios para o Gest or;
• Encam inham ent o dos relat órios para o MEC/ CAI XA;
2. Essas ações são cum pridas pelo m u-nicípio ( Saúde) ?:
• Regist ro do Acom panham ent o às Fa-m ílias beneficiárias pelo PBF;
• Encam inham ent o dos Relat órios para o Gest or;
• Encam inham ent o dos Relat órios para o Sist em a de Vigilância Alim ent ar e Nut ricional ( SI SVAN) ;
3. Essas ações são realizadas pelo m u-nicípio ( Assist ência Social) ?
• Possui inst rum ent os para acom panhar as condicionalidades?
• Há algum plano de aplicação do I GD? • No Plano há int egração ent re a
As-sist ência Social e o PBF?
• O m unicípio t em o Cent ro de Refe-rência da Assist ência Social ( CRAS) ? • O Recurso do I GD é aplicado nas at
i-vidades do CRAS?
(segun-do fonte I BGE para o ano de 2004) de duzen-tas e trinta e três m il e oitocenduzen-tas (233.800) pessoas, com estim ativa de fam ílias pobres (perfil Bolsa Fam ília) de vinte e três m il, oito-cen t os e d ezesseis ( 2 3 . 8 1 6 ) e, p ar a o Cadastram ento Único, de trinta e um m il, no-vecentas e treze (31.913).
I lhéus assinou o term o de adesão em 07/ 10/ 2005 e está habilitado no CRAS, condição para que o m unicípio receba a política. As in-form ações fornecidas pelo MDS para o ano de 2007 traçam o seguinte perfil: até 28/ 02/ 2007, vinte e duas m il, cento e um a (22.101) fam íli-as foram cadíli-astradíli-as. Desse total, vinte e um m il, oitocentas e noventa e oito (21.898) pos-suem o perfil Cadastro Único, ou seja, renda per capita fam iliar até cento e setenta e cin-co reais (R$175,00).
Desse universo, vinte mil, novecentas e vin-te e duas fam ílias declararam renda per capita inferior até cento e vinte reais (R$ 120,00). Para a m esm a data, foram atualizados a partir de m arço de 2005, doze m il, trezentos e no-venta e um cadastros. Cadastros válidos so-m aso-m treze so-m il e oitocentos e oito, resultando em um índice de validade dos Cadastros igual a 0,43 e 0,98 para o índice de atualização de cadastro. Para a educação, o valor do índice é de 0,59 e para a saúde 0,29.
Depois de realizado o cálculo pelo MDS, o m unicípio de I lhéus apresenta para o m ês de m arço desse ano I GD equivalente a 0,58, va-lor abaixo da m édia estabelecida pelo progra-m a para uprogra-m a boa avaliação: 0,6. os recursos transferidos a gestão Bolsa Fam ília para a re-ferida data foi de vinte oito m il, duzentos e set ent a reais e sessent a e cinco cent avos (R$ 28.270, 65), sendo que o teto m áxim o que a gestão pode alcançar é o m ontante de sessenta m il e quarenta reais (R$ 60.040,00). Para atingir essa m eta, I lhéus precisa buscar a avaliação m áxim a do I GD, igual a 1,0. Com o ponto de partida para nosso estudo fazem os o seguinte questionam ento: até que ponto o Program a Bolsa Fam ília com o política pública prioriza a família como unidade de intervenção social tendo em vista a atuação do registro, oferta e envio de inform ações sobre os servi-ços na Educação, Saúde e Assistência Social dos m unicípios baianos avaliados?
Para nossas considerações, a prim eira área avaliada foi a educação, ou m elhor, ressaltan-do, a presença das crianças e adolescentes
nas escolas: há intersetorialidade, isto é, arti-culação entre a gestão PBF, escolas e Secre-tarias de Educação? 76,18% dos questionári-os mquestionári-ostram que a frequência escolar está sendo realizada; 75,38% preenchem os relatórios de frequência escolar; 72,76% afirm am que re-cebem das escolas os r elat ór ios com a frequência, enquanto 67,70% confirmam o re-gistro da mesma. Apenas 25,70% afirmam com-preender os procedimentos referentes aos itens anteriores. Do total, 38,76% encam inham os relatórios aos gestores do program a contra a declaração de envio de relatórios diretam ente ao MEC/ CAI XA de 75,21% .
Os dados aqui descritos possuem um a re-ferência numérica importante para colocarmos as im ediatas ponderações: apesar de superar em quase m ais de 70% as ações que form am o conj unt o da educação, as parcelas que correspondem à negativa das perguntas de-senham um quadro preocupante em relação à situação do acom panham ento da educação. Garantir a presença das crianças e adoles-centes nas escolas por um período do dia pode ser caracterizado com o prim eiro passo no pro-cesso de apro-cesso à educação dessas m eninas, m eninos e adolescentes. Todavia, esse ele-m ento não se caracteriza coele-m o ele-m etas no cur-to prazo e sim no longo prazo, haja vista a com plexidade do processo educacional. Signi-fica, portanto, que o programa não possui uma visão de futuro para que se interrom pa o ciclo intergeracional da pobreza, situação que con-firm a os problem as apontados pela prim eira etapa da nossa pesquisa.
Entretanto, percebem os que não há coe-rência entre as ações desenvolvidas pelas gestões, secretarias e escolas: se existe a garantia do controle sobre o cum prim ento do Í ndice da Condicionalidade da Educação (I CE), o m esm o não se pode dizer sobre a qualidade desses relatórios enviados ao MEC. Com o es-tão sendo preenchidos esses relatórios, se apenas um quarto (¼ ) dos m unicípios entre-vistados possuem inform ações e orientações corretas que formam o conhecimento ideal para essa atividade?
secre-tarias e escolas. Nesse caso, a gestão acaba por não ter acesso aos documentos antes do envio, impedindo uma possível avaliação e fis-calização de informações incorretas e um co-nhecimento do trabalho que está sendo de-senvolvido. Um número considerável de muni-cípios alega falta de funcionários e contribui-ção entre essas instituições, o que prejudica a intersetorialidade prevista pela política.
Para a saúde, encontram os um contexto que legitim a os índices para essa condicio-nalidade que não apresentou m elhorias entre o m ês de julho de 2006 e m arço de 2007. Som ente registram o acom panham ento reali-zado nos postos de saúde (PSFs) e outros pontos de atendim ento 58,96% dos entrevis-tados. Dessa parcela, apenas 6,37% apresen-tam os relatórios à gestão do program a e 78,52% enviam diretam ente ao Sistem a de Vigilância Alim entar e Nutricional (SI SVAN). Todavia, os índices nulos relacionados ao I CS (Í ndice Condicionalidade Saúde), ou seja, o não recebim ento do acom panham ento pelas equipes de saúde com o m ostram os dados do Ministério da Saúde alertam para um proble-m a: coproble-m o poderia ao proble-m enos garantir que as fam ílias estivessem recebendo serviços bási-cos com o pré-natal, vacinação, acom panha-m ento de peso e panha-m edida das crianças e orien-tações acerca do aleitam ento m aterno?
Porém , a situação da Assistência Social (A.S.) ofertada às fam ílias nesses m unicípios talvez seja o problem a m ais grave enfrentado pelo program a na atividade de priorizar esse grupo social com o unidade interventora da política. Devem os, antes de qualquer crítica, apontar que essa área é a única que não pos-sui valor num érico que participe e interfira di-retam ente no cálculo do I GD e, portanto, na avaliação do program a e das gestões locais. I sso significa que a Assistência Social possui um a função de suporte às ações com plem en-tares à saúde e à educação, para não esque-cerm os o CadÚnico. Só 6,38% do universo pesquisado possuem instrumentos para acom-panhar as condicionalidades.
Ressaltamos também, o fato de que em mui-tos casos, a Secretaria de Assistência Social é a responsável pela gestão do programa. 25,21% informam que possuem algum plano de aplica-ção do recurso repassado de acordo com os valores alcançados pelo IGD, o que traduz uma frágil atuação no que tange à proposta de apli-cação dos recursos disponibilizados pelo MDS à
melhoria da política através da promoção de programas complementares de geração de renda e de educação de jovens e adultos, símbolos da porta de saída do PBF, por exem plo. Desses 25,21% , somente 19,43% constroem ativida-des que integrem a A.S. e o PBF.
E, por fim , um núm ero gritante: só 3,24% das gestões PBF aplicavam para o período es-tudado os recursos do I GD nos planos de ação do CRAS. A partir desse quadro, percebem os que as ferramentas de controle social que com-põem o m ecanism o de gestão dos benefícios ainda precisam colocar as pedras ordenadas que form em a longa estrada da Bolsa Fam ília. Por trás desses índices estão os m esm os pro-blem as e desafios listados pelas oficinas que usam os com o am ostra na prim eira etapa da investigação. Falta de inform ações corretas, or ien t ações acer ca de pr ocedim en t os e norm ativas da política, a ausência de com uni-cação entre as instituições (MDS, CAI XA, MS, MEC, Gestões Municipais e Estaduais do PBF, sociedade civil e principalm ente as fam ílias beneficiárias). Contam os tam bém com a pre-cária estrutura ( com putadores, transporte, espaços físicos e internet) para não esque-cerm os o pouco contingente de profissionais ligados de form a direta ou indireta na oferta dos serviços básicos.
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Re su m é : Le but de ce docum ent est de
présent er des données recueillies pour le su i v i e t l e r e sp e ct d e s co n d i t i o n s d e l’éducat ion, la sant é et le bien- êt re de la
Bolsa Fam ilia ( PBF) dans 96 com m unes de la
province de Bahia. Pour le m eilleur organism e, nous avons m is les m unicipalités par l’élém ent de proxim it é t errit oriale, en précisant les crit ères de sélect ion que les t aux de croix ci- dessous 0,6 - Moy enne adopt é par le Ministère du développem ent social et de lutte cont re la faim ( MDS) com m e idéal pour la gest ion indicielle Décent ralisat ion ( I GD) par le biais de sem i- st ruct uré quest ionnaires rem plis par les gest ionnaires et les repré-sent ant s de la PBF enquêt e des dom aines t els que les secr ét air es, les t r av ailleur s sociaux, infirm ières, enseignant s et direc-t eurs. Com m e poindirec-t de dépardirec-t pour nodirec-t re ét ude nous nous la quest ion suivant e: dans quelle m esure la Bolsa Fam ília program e
com m e la priorité des politiques publiques de la fam ille com m e une int ervent ion sociale visant à les act ions du regist re, l’offre et la transm ission des inform ations sur les services de l’éducation, de la santé et de la protection sociale?
M ot s clé s: Program m e Bolsa Fam ília, La
polit ique publique, De la prot ect ion sociale.
Re su m e n : El obj et ivo de ese art ículo es
present ar análisis de dat os recolect ados re-ferentes al acom pañam iento y cum plim iento de las condicionalidades de la educación, salud y asist encia social del Program a Bolsa Fam ilia (PBF) en 96 m unicipalidades de Bahia.
Para una m ej or organización, definim os los m unicipios por el elem ent o de proxim idad t er r i t o r i al , el eg i n d o co m o cr i t er i o s d e selección los índices de condicionalidad in-fer ior es a 0 , 6 – m edia adopt ada por el Minist erio del Desarrollo Social y Com bat e el Ham bre ( MDS) com o ideal para el Í ndice Gest ión de Descent ralización ( I GD) a t ravés de cuestionarios sem i-estructurados respon-didos por gest ores del PBF y represent ant es de las áreas invest igadas, com o secret arios, asist ent es sociales, enferm eras, direct ores y profesores. Com o punt o de part ida para n u est r o est u d i o h a cem o s el si g u i en t e cuest ionam ient o: hast a que punt o el Pro-gram a Bolsa Fam ilia com o polít ica pública
prioriza la fam ilia com o unidad de intervención social con m iras a la act uación del regist ro, ofert a y envío de inform aciones sobre los servicios de la Educación, Salud y Asist encia Social?
Pa la br a s- cla v e : Program a Bolsa Fam ília,
Polít icas Públicas, Prot ección Social.
Not as
1 O pr esiden t e Lu la, assim m ais con h ecido en t r e a popu lação br asileir a, apoia seu discu r so polít ico n a definição de fam ília est abelecida pelo MDS que t r abalha com o m odelo nuclear de fam ília que pode adapt ar seu conceit o aos núcleos est endidos, ut ilizando os dem ais m odelos par a car act er izar quadr os fam iliares que event ualm ent e fuj am “ a norm alidade” brasileira o que cont raria, em part e, os est udos e t e o r i a s d e se n v o l v i d o s d e sd e a d é ca d a d e 1 9 8 0 e m â m b i t o n a ci o n a l , p o r e x e m p l o , o s m o d e l o s m onopar ent ais e as fam ílias chefiadas por m ulher es.
2 Hist or iador a, pós- dout or a pela Univer sidad de Salam anca- Espanha. Dout or a em Hist ór ia pela Univer sidad de León, m est re em Hist ória pela Pont ifícia Universidade Cat ólica de São Paulo PUC – SP. Professora e I n v est igadora n os Pr ogram as de Pós- Gradu ação, Mest r ado em Fam ília n a Sociedade Con t em por ân ea ( Univ er sidade Cat ólica do Salv ador ) e Mest r ado em Polít icas Públicas, Gest ão do Conhecim ent o e De-senv olvim ent o Regional ( Universidade do Est ado da Bahia- UNEB) . E- m ail: vanessa.cav alcant i@uol.com .br. 3 Socióloga, m est re em Fam ília na Sociedade Cont em porânea ( Universidade Cat ólica do Salvador) . Diret ora de I nclusão e Prom oção Social da Secret aria Municipal de Assist ência Social de Alagoinhas – BA. Em ail: cr ist inaffoglia@t er ra. com . br.
4 Hist oriadora, m est randa em Polít icas Públicas, Gest ão do Conhecim ent o e Desenvolvim ent o Regional ( Uni-v er sidade do Est ado da Bahia- UNEB) . E- m ail: bar baracaldeira@yahoo. com . br.
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