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A "guerra do gás" na Bolívia: análise sociológica de uma crise política

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Academic year: 2018

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-A "G U E R R -A D O G Á S " N -A B O L íV I-A :

A N Á L IS E S O C IO L Ó G IC A

D E U M A C R IS E P O L íT IC A

A lg u n s in d ic a d o re s

d o p a ís

srqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Durante um m ês e m eio, de 2 de setem bro a 19 de outubro de 2003, a Bolívia sofreu um conflito político de grandes dim ensões, que só term inou com a renúncia do Presidente Gonzálo Sànchez

de Lozada. Houve a sua

substituição, constitucional, pelo Vice-presidente, Carlos M esa Gisbert, e, nesse processo, destacava-se a prom essa deste últim o de realizar um

IHGFEDCBA

p l e b i s c i t o para redefinir a política de expor-tação do gás e revisar a L e i

d e H i d r o c a r b u r o s . Desse m odo, m últiplos elem entos que convergiram no conflito

foram tem porariam ente aliviados, m as, cabe dizer, eles ainda estão latentes e prontos para em ergir de novo, em possíveis futuras crises de im previsíveis dim ensões e conseqüências.

A seguir, fazem os um a análise dessa conjuntura de crise política, tão im portante para se entender, em boa parte, contradições atuais da Am érica Latina.

A Bolívia é um país de 1.098.540 quilôm etros

quadrados; tem um a população de oito m ilhões e m eio de habitantes, dos quais dois terços, isto é, 5 m ilhões e 600 m il, estão em situação de pobreza. 30% são indígenas Quechua, 25% indígenas Aym ara; 30% m estiços e 15% brancos. No entanto, 61% da população (cinco m ilhões e duzentos m il

pessoas) se auto-identificam com o i n d í g e n a .hgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA L U C IO O U V E R G O S T IL L A '

R E S U M O

O a rtig o a n a lis a a c o n ju n tu ra n a q u a l s e p ro c e s s o u c o n

-flito p o lític o d e g ra n d e s p ro p o rç õ e s , o c o rrid o n a B o lív ia , e m 2 0 0 3 , e m d e c o rrê n c ia d e m e d id a s g o v e rn a m e n ta is re la tiv a s à e x p o rta ç ã o d o g á s , e q u e c u lm in o u c o m a re n ú n c ia d o P re s id e n te G o n z a lo L o z a d a e s u a s u b s titu i-ç ã o p e lo V ic e , G a rlo s G is b e rt. N a s u a a n á lis e , o a u to r p ro c u ra , s im u lta n e a m e n te , s itu a r ta l c o n llito n o c o n te x to

d o q u e c h a m a d e "c o n tra d iç õ e s a tu a is d a A m é ric a L a tin a ".

A B S T R A G T

T h e a rtic le a n a ly z e d a c o n ju n c tu re 01a n in te n s e p o litic a l c o n llic t th a t o c c u rre d in B o liv ia in 2 0 0 3 a s a n o u tc o m e 01

g o v e rn m e n t d e c is io n s o n th e e x p o rt01g a s w h ic h le d to th e re s ig n a tio n 01 p re s id e n t G o n z a lo L o z a d a a n d h is s u b s titu tio n b y v ic e -p re s id e n t G a rlo s G is b e rt. In th is p a p e r,

th e a u th o r trie d to lo c a te th is c o n flic t in to th e c o n te x t 01

w h a t h e d e s ig n a te d : "p re s e n t c o n tra d ic tio n s 01 L a tin A m e ric a ".

'D o u to r e m S o c io lo g ia , p ro fe s s o r T itu la r d a U n iv e rs id a d e N a c i-o n a l A u tô n i-o m a d o M é x ic o (U N A M ). P ro fe s s o r V is ita n te d o D e p a rta m e n to d e C iê n c ia s S o c ia is , n a U n iv e rs id a d e F e d e -ra l d o C e a rá (2 0 0 2 -2 0 0 4 ).

75% dos trabalhadores urbanos estão no cham ado setor inform al. Os idiom as oficiais são o Espanhol, o Quechua e o Aym ara. 95% dos habitantes são de religião católica. A m oe é o b o l i v i a n o e a taxa câm bio é 7,7 por dólar

O PIB é de 7.700 milhõe de dólares, sendo o país m ais pobre do Cone Sul.

A Bolívia perdeu a saída para o m ar, em 1879, com o conseqüência da der-rota num a guerra de invasão do Chile, em relação à qual os bolivianos guardam um profundo rancor, além de perm anecerem , até hoje, com um a dem anda de reaver essa perda. A capital da Bolívia é La Paz e a república está organizada em nove departam entos.

El Alto - terceira cidade do país, em população - foi a principal protagonista do conflito do gás. É a m aior cidade dorm itório da periferia da capital, form ada por quase 800 m il m igrantes indígenas, expulsos do interior pela decadência da m ineração e pela política de C o c a

Z e r o , im posta pelos Estados Unidos.

A lg u n s fa to s h is tó ric o s g e ra is

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-

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organizada politicam ente com o república dem ocrática; "ingressou" na m odernidade atual a partir de um a revolução nacional popular, em 1952. Esse m ovim ento levou à queda do regim e oligárquico, gerou um a reform a agrária e construiu um Estado nacionalista, dirigido por um a nova burguesia m ineira, racista.

Nos anos setenta do século passado, com a decadência da m ineração pelo esgotam ento das m inas e pela queda do preço internacional dos m etais, houve retrocessos econôm icos e dificuldades políticas que levaram a um a ditadura m ilitar. Nos anos oitenta, com o retorno à dem ocracia, os governantes introduziram políticas neoliberais, que criaram um a renovação econôm ica parcial e superficial, elevaram a pobreza da população indígena, e produziram um estado de desintegração social. Nesse m esm o período, surgiram m ovim entos de reivindicação da identidade indígena e de resistência nacional popular contra as políticas neoliberais e de privatização.

A n te c e d e n te s d a "g u e rra d o g á s "

As políticas de ajuste e a resistência da ociedade a elas com eçaram nos anos oitenta do éculo XX. Em 1986, o então M inistro do Planejam ento (e posterior Presidente da República, por duas vezes), Gonzálo Sánchez de Lozada -poderoso e abastado proprietário de m inas -iniciou um ortodoxo program a de liberalização com o Decreto 21.060, que introduziu as políticas de ajuste e de controle da inflação. M ais tarde, no seu prim eiro m andato com o presidente da Bolívia, de 1993 a 1997, aplicou um program a ultraliberal de privatização e entrega, aos consórcios transnacionais, de todo o patrim ônio do Estado: lerrovias, m inas, petróleo, eletricidade, telefone, ransporte aéreo e água. Im pulsionado pelos Estados Unidos, iniciou um a política de erradicação da Coca, cultura tradicional e principal do país. Tentou exportar gás para o Chile, m as o projeto foi vetado pelas Forças Arm adas e pelo Congresso.

Essas m edidas do Presidente levaram , anos depois, a revoltas populares, entre elas a "guerra da água" que, em 2000, acabou com a rejeitada privatização desse recurso natural; em 2002, a "guerra da coca", que levou a população a lutar contra a im posição da ilicitude dessa cultura agrícola e a conseguir um a cota legal de produção da planta. Em 2003, se produziu um a nova rebelião popular, a "guerra do gás", que suspendeu os planos de exportação do gás para os Estados Unidos, pelo Chile, e, possivelm ente, tam bém para o Chile, e term inou com a queda do Presidente da Nação.

A Lei de Hidrocarburos, que privatizou os

recursos naturais do gás, foi aprovada em 1997, três dias antes do fim do prim eiro m andato do ex-presidente Sánchez de Lozada. Essa lei foi acom panhada de um decreto que outorga às m ultinacionais a possibilidade de explorar, produzir e exportar o gás.

Em agosto de 2002, Gonzálo Sánchez de Lozada , aos 72 anos de idade, foi reeleito presidente, usando com o bandeira um a proposta de luta contra a corrupçào, e incluindo na chapa,

com o Vice, um político sem partido: Carlos M esa. Naquele ano, o Presidente definiu um acordo com o consórcio internacional Pacific LNG,

de com panhias européias e estadunidenses, para a venda de gás aos Estados Unidos, via Chile, a um preço m uito m enor que o do m ercado m undial: 0,70 dólar por m il pés cúbicos (enquanto no m ercado m undial estava a 4,5 dólares e na Califórnia, nos Estados Unidos, a 10 dólares), ficando para Bolívia 1,5% da receita, por exportação, e 18% de regalias pela produção.

O prim eiro ano de governo do presidente reeleito, Sánchez de Lozada, de agosto de 2002 a agosto de 2003, foi caracterizado por um a escancarada corrupção, em função da ocupação de postos políticos adm inistrativos. Os partidos brigaram abertam ente por cotas de poder, sem nenhum a preocupação com o suposto interesse nacional. Em fevereiro de 2003, aconteceu o cham ado "fevereiro negro": o governo aum entou

os im postos e usou a repressão m ilitar contra oshgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

C O S T IL L A , L U C IO O L lV E R .

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protestos do povo, m atando 31 pessoas e instalando m edidas anti distúrbios. Criou agrupam entos táticos m ilitares, especiais, e aprovou leis estabelecendo cadeia. de 5 a 10 anos, para quem participasse de protestos sociais. Assim , tudo estava pronto para a crise política que eclodiu em setem bro de 2003, e ficou conhecida com o a "guerra do gás" ou "outubro vermelho".

A "g u e rra d o g á s ":

u m a b re v e c ro n o lo g ia d a c ris e p o lític a ,

d e s e te m b ro a o u tu b ro d e 2 0 0 3

2-5 de setembro:

perante a ratificação, pelo presidente Sánchez de Lozada, dos acordos

com os consórcios transnacionais para a

extração, cornercialização e exportação do gás boliviano, um dirigente m ineiro, Roberto De Ia Cruz, na vila de Oruro, conclam a a população a form ar um a coordenadoria de oposição ao plano de exportação por interm édio do (e para o) Chile.

15 de setembro:

o governo m uda o destino da exportação do gás e veicula a propaganda de um novo plano dessa operação, para os Estados Unidos e o M éxico. Cam poneses bloqueiam estradas para protestar. Reivindicam a industrialização do gás para produzir fertilizantes, plásticos, term oelétricas, ferro e quím icos.

19 de setembro:

estudantes, trabalhadores e docentes se unem à "guerra do gás" dos cam poneses e trabalhadores m ineiros. M obilizam um a passeata de 500 m il pessoas. O governo

responde com o Exército.

20 de setembro:

m orrem 7 pessoas, assassinadas pelo Exército. Em protesto, o Vice-presidente, Carlos M esa, rom pe com o Presidente, sem renunciar à Vice-presidência.

25 de setembro:

a Central Operária Boliviana (COB), a m aior federação operária do país, se une aos protestos e convoca a população a pedir a renúncia do presidente Sánchez de Lozada.

29 de setembro:

com eça o protesto nacional.

1

º

de outubro:

a Central dos Trabalha-dores da Bolívia (CTB) convoca a população para

um a greve por tem po indeterm inado, com a

consigna "a Bolívia não está à venda". Unem -se trabalhadores urbanos, docentes, esrudantes, cam poneses, trabalhadores sem terra e p o lic ia is .

9

a 12 de outubro:

acontecem protestos, bloqueios de estradas e se produzem confrontos com o Exército, especialm ente na cidade de EI Alto, zona m arginal de ta Paz, cuja sociedade civil

se encontra altam ente organizada. Generaliza-se a dem anda de renúncia do Presidente. Nos confrontos, m ultiplicam -se os núm eros de m ortos e feridos da população civil.

13 de outubro:

num a tentativa de apagar os protestos, Sánchez de Lozada congela o plano de exportação de gás e propõe a realização de um

IHGFEDCBA

r e f e r e n d u m .

13-14 de outubro:

o m ovim ento social rejeita a "oferta" do Presidente e exige a sua renúncia. Os confrontos se estendem a La Paz. Brasil e Argentina tentam ajudar, na procura de um a saída constitucional.

17 de outubro:

após toda essa m ovim en-tação que resultou em 74 m ortos e 200 feridos, Gonzálo Sánchez de Lozada renuncia e vai para M iam i. O Congresso nom eia o Vice-presidente, Ca rlo M esa Gisbert, novo Presidente da República da Bolívia.

O recém designado presidente solicita um a trégua ao m ovim ento social e prom ete realizar um p l e b i s c i t o , para decidir sobre a política de venda do gás e para proceder a um a revisào da

L e i d e Hidrocarburos, m odificando a taxa de im postos. Prom ete tam bém convocar um a assem bléia constituinte.

19 de outubro:

o novo presidente, Carlos M esa, recebe o apoio dos dem ais países da Am érica Latina, dos Estados Unidos e da União

Européia. Os dirigentes cam poneses e c o c a l e r o s

i n d í g e n a s inform am que se m anterão vigilantes, declarando, na ocasião, que o governo não é

um governo do povo. Com unicam que vào

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-Em novembro:srqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

o Presidente Carlos M esa não m uda as políticas de erradicação da Coca,

im postas pelos Estados Unidos.

S itu a ç ã o a tu a l

A "guerra do gás" acabou. A Bolívia tem , hoje, um novo presidente, respaldado constitu-cionalm ente, Carlos M esa, de 50 anos, que não pertence a nenhum partido político. Trata-se de um ex-Iocutor de rádio e jornalista. Seu m andato presidencial se estenderá até agosto de 2007, segundo a Constituição. Ele prom eteu revisar, prim eiro, a

IHGFEDCBA

L e i d e Hidrocarburos, segundo, organizar um p l e b i s c i t o e, terceiro, convocar um a assem bléia constituinte. Prom eteu, tam bém , trabalhar para frear a desintegração social e "redesenhar" a nação com m enos desigualdades e injustiças. Porém , tem continuado com as políticas m ilitaristas de erradicação da cultura da Coca. Os m ovim entos operários e cam poneses, protagonistas centrais da crise, estão vigilantes. O Governo da Índia inform ou, oficialm ente, que seu país está disposto a com prar 75% da exportação do gás boliviano. O Governo dos Estados Unidos se declarou disposto a cooperar com o novo governo e a União Européia exigiu julgam ento político para o ex-presidente. O novo presidente disse que pedirá ajuda aos outros países latino-am ericanos e o Chile se m ostrou interessado em com prar gás à Bolívia, em outras condições. Cam poneses sem terra ocuparam fazendas do ex-presidente e do ex-m inistro da Defesa, e a Polícia reagiu, m atando um a pessoa e ferindo m eia dúzia de outras.

Nos dias 14 e 15 de novem bro de 2003, foi realizada em Santa Cruz, na Bolívia, a XIII Reunião Ibero-am ericana de chefes de Estado e de Governo, e, nela, o novo presidente tentou m ostrar que o país tem resolvido seu problem a de garantir a continuidade da dem ocracia e da estabilidade institucional. Hoje, os dirigentes do m ovim ento cam ponês se preparam para criar um a frente unida para participar da Assem bléia Constituinte e do p l e b i s c i t o .

In te rp re ta ç ã o

d a c ris e b o liv ia n a

Da análise da "guerra do gás", podem os adiantar um a leitura que leva às seguintes interpretações:

a) A "guerra do gás" foi um a rebelião m ineira-cam ponesa-indígena-popular, contra um governo que foi m uito longe nos program as ultra neoliberais, na entrega dos recursos naturais do país às com panhias m ultinacionais, na subm issão aos interesses e exigências do governo dos Estados Unidos e nas políticas de repressão.

b) O "Goni" - com o gostava de ser cham ado o ex-presidente - e o governo Bush, dos Estados Unidos, quiseram colocar um a visão da situação da crise, segundo a qual o m ovim ento social de protesto contra a exportação do gás seria um atentado à Constituição, ao Congresso e às instituições; isto é, um atentado à dem ocracia. Eles perderam . Ficou claro para a com unidade

internacional que nenhum dos grupos do

m ovim ento quis atentar contra a Constituição. Ao contrário, tais grupos sem pre procuraram um a alternativa que tivesse apoio na Constituição.

c) O ex-presidente acom panhou a sua renúncia com o argum ento de que, na Bolívia, saía vitorioso um m ovim ento subversivo, contrário à dem ocracia. Assim , renunciando, tinha o aparente objetivo de preparar a intervenção dos Estados Unidos e a sua possível volta ao

poder, através de um golpe m ilitar.

d) Os analistas do governo dos Estados Unidos e da CIA insistiam em afirm ar que o conflito da "guerra do gás" e as rebeliões anteriores tinham a ver com profundas diferenças filosófico-ideológicas entre bolivianos. Os cham ados K o l l a , que sào do Altiplano e do Oeste do país, indígenas e pobres, seriam centralistas, "estatistas" e protecionistas, enquanto os denom inados

C a m b a , do Oriente do país, m estiços e brancos, de classe m édia e de "espírito em presarial", estariam a favor da exportação dos recursos naturais, do livre câm bio e da livre em presa. Com

tal interpretação, se quer dim inuir e ignorar ohgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(5)

profundo conteúdo racista, antipatriótico e anti popular das políticas do ex-presidente boliviano.

e)hgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAA s políticas de ajuste estrutural, de reform a do Estado e de privatizaçào foram , na Bolívia com o no restante da Am érica Latina, políticas de m odernização conservadora, e tentativas de transform ism o para cooptar os dirigentes dos partidos políticos de direita e de esquerda. Porém , na Bolívia, tais políticas foram antipatrióticas e anti-econôm icas em grau superlativo, e não criaram nenhum novo m odelo nacional de crescim ento

econôm ico. A "guerra do gás" é a ponta dum

IHGFEDCBA

I c e b e r g , sob o qual há m últiplos descontentam entos populares, que não serão resolvidos com um a nova personalidade na presidência do país, e sim com o desenvolver de um a nova política dem ocrática nacional, radical, capaz de incluir os indígenas, os cam poneses e os trabalhadores das m inas.

O No início do m ovim ento contra a

exportação do gás, os protagonistas foram os dirigentes dos partidos e m ovim entos sócio-políticos. Depois do 12 de outubro, as bases da sociedade civil lideraram o conflito, com m étodos de luta e de organização trazidos das profundezas da história popular e das m inas. Os m ovim entos políticos recuaram e os vizinhos organizados tom aram as iniciativas das lutas, sobretudo na cidade de El Alto, e souberam vencer. o entanto, os bolivianos com o que ficaram a se dever um a grande m udança, m ais am pla e profunda, depois da renúncia do Presidente, pois o grande problem a é a difícil construção político-ideológica de um a alternativa nacional-popular, o que não se resolve som ente com a rejeição espontânea a um presidente e com a colocação de outras pessoas no governo.

g) O tem a do gás aglutinou m al-estares profundos - gerados pela extensão da pobreza, pelas políticas de erradicação da cultura da Coca, pelos baixos salários, pelo desem prego, pelas perdas nos serviços de saúde e de educação da população e pela "venda do país" para benefício de um a pequena oligarquia; aglutinou tam bém rejeições várias - ao Chile, aos Estados Unidos, às em presas m ultinacionais, ao governo - e foi

resultado de m uitos m edos: da perda dos recursos naturais; de serem enganados pelas em presas m ultinacionais; da propaganda m entirosa sobre o possível destino do gás C'para os Estados Unidos ou para o Chile?").

h) No âm bito da Am érica Latina, a "guerra do gás" se som a às lutas de resistência dos povos contra as políticas neoliberais e contra a

im punidade e a corrupção dos políticos.

QPONMLKJIHGFEDCBA

N o ta d o a u to r

Jornais bolivianos consultados: B o l p r e s s , E l r n u / 1 ,

-d o , L a P a t r i a , L a R a z ô n L o s T i e t n p o s e E l P o t o s i . Além destes, consultei tam bém os pe-riódicos L a j o r n a d a , do M éxico e F o l h a d e

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