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CAMEX Câmara de Comércio Exterior

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Academic year: 2021

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CAMEX ­ Câmara de Comércio Exterior

RESOLUÇÃO Nº 127, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2016(Publicada no D.O.U. de 29/12/2016)   Aplica direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, às importações brasileiras de n­butanol originárias da África do Sul e da Rússia.   O COMITÊ EXECUTIVO DE GESTÃO – GECEX – DA CÂMARA DE COMÉRCIO EXTERIOR ­ CAMEX, por intermédio de seu Presidente, interino, no uso da atribuição que lhe confere o § 8 º do art. 5º do Decreto nº 4.732, de 10 de junho de 2003, para o exercício da competência designada no inciso II do § 4º do mesmo dispositivo, juntamente com o inciso II do art. 18 do Anexo da Resolução CAMEX nº 77, de 21 de setembro de 2016, e com fundamento no inciso XV do art. 2º do Decreto supracitado,   CONSIDERANDO o que consta dos autos do Processo MDIC/SECEX 52272.001728/2015­47, RESOLVE ad referendumdo Conselho:   Art. 1º  Encerrar a investigação com aplicação de direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, às importações brasileiras de n­butanol, comumente classificados no item 2905.13.00 da Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM, originárias da África do Sul e da Rússia, a ser recolhido sob a forma de alíquota específica fixada em dólares estadunidenses por tonelada, nos montantes abaixo especificados:  

Origem Produtor/Exportador Direito Antidumping Definitivo

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1.3 ­ Das notificações aos governos dos países exportadores Em 8 de janeiro de 2016, em atendimento ao que determina o art. 47 do Decreto nº 8.058, de 2013, os governos da África do Sul e da Rússia foram notificados da existência de petição devidamente instruída, protocolada por meio do SDD, com vistas ao início de investigação de dumping de que trata o presente processo. 1.4 ­ Do início da investigação Considerando o que constava do Parecer DECOM nº 3, de 8 de janeiro de 2016, tendo sido verificada a existência de indícios suficientes de prática de dumping nas exportações de n­butanol da África do Sul e da Rússia para o Brasil, e de dano à indústria doméstica decorrente de tal prática, foi recomendado o início da investigação.          Dessa forma, com base no parecer supramencionado, a presente investigação foi iniciada por intermédio da Circular SECEX nº 2, de 8 de janeiro de 2016, publicada no DOU de 11 de janeiro de 2016. 1.5 ­ Das notificações de início de investigação e da solicitação de informações às partes 1.5.1 ­ Da peticionária, dos importadores, dos produtores/exportadores e dos governos Em atendimento ao que dispõe o art. 45 do Decreto nº 8.058, de 2013, foram notificados do início da investigação a peticionária, os importadores brasileiros, os produtores/exportadores estrangeiros do produto objeto da investigação, bem como os governos da África do Sul e da Rússia. Ademais, constava, da referida notificação, o endereço eletrônico onde poderia ser obtida cópia da Circular SECEX nº 2, de 8 de janeiro de 2016, que deu início à investigação. Ressalta­se que os importadores e produtores/exportadores foram identificados por meio dos dados detalhados de importação fornecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Em atenção ao § 4º do citado artigo, foi disponibilizado, ainda na notificação aos produtores/exportadores e aos governos dos países exportadores, por meio do endereço eletrônico <www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1452604380.zip>, cópia do texto completo não confidencial da petição que deu origem à investigação, bem como das respectivas informações complementares. Conforme o disposto no art. 50 do Decreto nº 8.058, de 2013, foi informado na notificação de início, aos importadores conhecidos e aos produtores/exportadores conhecidos, que os respectivos questionários estavam disponíveis no sítio eletrônico da

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2.1 ­ Do produto objeto da investigação   O produto objeto da investigação é o n­butanol, comumente classificado no item 2905.13.00 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), exportado da África do Sul e da Rússia para o Brasil.   O n­butanol (também chamado de normal butanol, 1­butanol, álcool normal butílico, 1­hidroxibutano, propil­carbidol ou NBA) é um álcool com a fórmula molecular C4H10O, formado por cadeia linear de quatro átomos de carbono. As principais matérias­ primas para sua produção são o propileno e o gás natural.   O produto é um solvente orgânico miscível em quase todos os solventes orgânicos e com relativa solubilidade em água.   A despeito das pequenas diferenças quanto ao processo produtivo, o produto final, tanto da África do Sul quanto da Rússia, é o mesmo, não havendo diferença em sua composição.   O produto objeto da investigação não está sujeito a normas e regulamentos técnicos.   Suas principais aplicações são na produção de plastificantes, indústria de tintas e vernizes, acetatos e acrilatos. Também pode ser utilizado na produção de éteres glicólicos, perfumes, intermediários para detergentes e antibióticos. É utilizado, ainda, na produção de plastificantes, na extração de drogas, antibióticos, hormônios e vitaminas, como aditivo em polidores e limpadores, na produção de agentes de flotação e butilaminas.   No que se refere ao processo de fabricação do produto objeto da investigação na África do Sul e na Rússia, o processo produtivo é descrito com base na publicação internacional Enhancement of Industrial Hydroformylation Processes by the Adoption of Rhodium­Based Catalyst: Part I. Cabe ressaltar, contudo, que a descrição de tal fluxograma teve por referência o processo produtivo da própria indústria doméstica.   Relativamente aos canais de distribuição, o produto é, em geral, comercializado ao cliente diretamente pelo produtor/exportador.   2.1.1 ­ Da África do Sul   Foi identificada apenas a empresa Sasol como produtora de n­butanol na África do Sul e cujo processo utilizado foi licenciado pela Mitsubishi Chemical que fornece a tecnologia também para o produtor brasileiro, para produção do n­butanol a partir do propileno. Concluiu­se, a esse respeito, que o processo produtivo utilizado pelo produtor sul­africano é semelhante ao do Brasil, conforme descrito abaixo.   O processo de produção de n­butanol consiste na reação de hidroformilação de propileno, gerando aldeídos que sofrem posteriormente condensação aldólica e hidrogenação, ou apenas hidrogenação, para produzir os álcoois correspondentes.   Esse processo é desenvolvido em três grandes etapas: 1) produção de gás oxo (GOX) e hidrogênio a partir do gás natural, nas unidades de gás; 2) produção de aldeídos a partir do propileno e GOX nas seções de reação oxo; e 3) produção de álcoois e ácido a partir dos aldeídos nas seções de hidrogenação. Uma vez que essas etapas apresentam características específicas, a descrição de cada uma delas será apresentada em separado.   Para a produção de hidrogênio, o gás natural é misturado com vapor, aquecido e levado ao reformador, onde entra em contato com o catalisador à base de níquel. O gás é então craqueado termicamente, sendo convertido em hidrogênio (H2), monóxido de carbono (CO) e gás carbônico (CO2). Esta mistura gasosa resultante é formada por 97% de H2, 2,5% de CH4 e percentuais residuais de CO e CO2.

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  O gás hidrogênio de pureza acima de 95% é usado na hidrogenação do isobutiraldeído (IBD), normal butiraldeído (NBD) e etil­ propil­acroleína (EPA) para produção, respectivamente, de iso­butanol (IBA), butanol (NBA), octanol (2EH) e ácido 2­ etilhexanóico (2EHA).   Para a produção de GOX, o gás natural é misturado com vapor d’água e introduzido nos tubos dos reformadores carregados com catalisador à base de níquel. Nesses equipamentos, o gás natural é convertido em H2, CO, CO2 e CH4, por meio de uma reação de reforma catalítica. A composição dessa mistura gasosa é de 49% de H2, 49% de CO e 2% de CO2 e CH4.

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O produto fabricado no Brasil é o n­butanol, com as mesmas características, usos e aplicações e canais de distribuição do produto objeto da investigação.   O produto é fabricado no Brasil pelo mesmo processo produtivo descrito no item 2.1.1, conforme informado pela Elekeiroz. Da mesma forma que o produto objeto da investigação, o n­butanol produzido no Brasil também não está sujeito a normas ou regulamentos técnicos.   2.3 ­ Da classificação e do tratamento tarifário   O produto objeto da investigação é normalmente classificado no item tarifário 2905.13.00 da Nomenclatura Comum do Mercosul ­ NCM/SH.   A alíquota do Imposto de Importação (II) desse item tarifário foi definida em 12%, conforme Resoluções CAMEX nos 43, de 2006, e 94, de 2011. Essa foi a alíquota aplicada durante a maior parte do período de investigação de dano.   Não obstante, em 1º de outubro de 2012, por meio da Resolução CAMEX nº 70, entrou em vigor, por um período de doze meses, alíquota de 20% para esse item tarifário. Assim, essa alíquota temporária esteve vigente até 30 de setembro de 2013, quando, então, foi retomado o percentual de 12%.   Há acordos comerciais celebrados entre o Brasil e alguns países da América Latina, que reduzem a alíquota do II incidente sobre as importações de n­butanol, concedendo preferência tarifária de até 100%. A tabela seguinte apresenta, por país, a normativa respectivo que prevê as preferências em menção:   Preferências Tarifárias

País Acordo Preferência (%)

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Por fim, para construção do valor normal para a África do Sul, aplicou­se o coeficiente técnico do propileno para produção de n­ butanol da própria Elekeiroz, qual seja [CONFIDENCIAL] /t, apurando­se o custo unitário do propileno de US$ [CONFIDENCIAL] /t.

 

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  Apresenta­se, nos tópicos subsequentes, a margem de dumping calculada com base na resposta ao questionário do produtor/exportador da Sasol, para fins de determinação preliminar.   4.2.1.1.1 ­ Do valor normal   O valor normal foi apurado com base nos dados fornecidos pela Sasol, relativos aos preços efetivamente praticados na venda do produto similar destinado ao consumo no mercado interno da África do Sul, consideradas apenas as operações comerciais normais, e aos seus custos de produção.   4.2.1.1.1.1 ­ Do teste de vendas abaixo do custo  

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Considerando todo o período de investigação de dumping e os ajustes acima, verificou­se que [CONFIDENCIAL] t do produto similar foram vendidos no mercado interno da África do Sul a preços inferiores ao custo unitário mensal. Esse volume representou [CONFIDENCIAL] % do volume total de vendas de fabricação própria, [CONFIDENCIAL] t.

Assim, o volume de vendas abaixo do custo unitário representou proporção superior a 20% do volume vendido nas transações consideradas para a determinação do valor normal, o que, nos termos do inciso II do § 3o do art. 14 do Decreto no 8.058, de 2013, o caracteriza como quantidade substancial.

 

Ademais, constatou­se que houve vendas nessas condições durante todo o período da investigação, ou seja, em um período de doze meses, caracterizando as vendas como tendo sido realizadas no decorrer de um período razoável de tempo, nos termos do inciso I do § 2o do art. 14 do Decreto no 8.058, de 2013.

 

Posteriormente, apurou­se que, do volume total de vendas abaixo do custo, [CONFIDENCIAL] t ([CONFIDENCIAL] %) superaram, no momento da venda, o custo unitário médio ponderado obtido no período da investigação, considerado pela autoridade investigadora, para efeitos do inciso I do § 2o do art. 14 do Decreto no 8.058, de 2013, como período razoável, possibilitando eliminar os efeitos de eventuais sazonalidades na produção ou no consumo do produto. Essas vendas, portanto, foram consideradas na determinação do valor normal.

 

O volume restante, de [CONFIDENCIAL] t, foi considerado como tendo sido vendido a preços que não permitiram cobrir todos os custos dentro de um período razoável, conforme disposto no inciso III do § 2o art. 14 do Decreto no 8.058, de 2013.

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­ Categoria [CONFIDENCIAL]: [CONFIDENCIAL] %.   Como se denota, para ambas as categorias de cliente, o volume de vendas em operações comerciais normais destinadas ao mercado sul­africano representou quantidade suficiente para a determinação do valor normal, uma vez superior a 5% do volume de n­butanol exportado ao Brasil no período de análise de dumping.   Assim, em atenção à dicção do art. 13 do Regulamento Brasileiro, para fins de apuração do valor normal, poderão ser utilizadas as vendas caracterizadas como operações comerciais normais.   4.2.1.1.1.4 ­ Da apuração do valor normal   O valor normal da Sasol foi apurado a partir dos dados fornecidos pela empresa em resposta ao questionário do produtor/exportador, relativos aos preços efetivos de venda do produto similar praticados no mercado interno sul­africano, de acordo com o contido no art. 8o do Decreto no8.058, de 2013.

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  ­ despesas diretas de venda (frete interno, comissões, armazenagem e frete internacional); e   ­ despesa de manutenção de estoque.   Todos os valores reportados em ZAR foram convertidos para US$ por meio da taxa de câmbio disponibilizada pelo Banco Central do Brasil, do dia de cada venda reportada, respeitadas as condições estatuídas no art. 23 do Decreto no 8.058, de 2013. Considerou­se como data da venda o dia de emissão da fatura, já que, quando da emissão da fatura, já se encontram estabelecidos os termos e condições da transação.   Para apuração do preço ex fabrica ajustado, o custo financeiro e a despesa de manutenção de estoque da empresa foram calculados por meio da mesma metodologia empregada nas vendas destinadas ao mercado sul­africano, apresentada no item 4.2.1.1.1 deste documento.   Considerando o exposto, o preço de exportação médio ponderado da Sasol, na condição ex fabrica ajustado, ponderado por categoria de cliente, alcançou US$ 734,91/t (setecentos e trinta e quatro dólares estadunidenses e noventa e um centavos por tonelada).   4.2.1.1.3 ­ Da margem de dumping   A margem absoluta de dumping absoluta é definida como a diferença entre o valor normal e o preço de exportação e a margem relativa de dumping se constitui na razão entre a margem de dumping absoluta e o preço de exportação. O art. 26 do Decreto no 8.058, de 2013, estabelece que a existência de margem de dumping seja apurada com base em comparação entre o valor normal médio ponderado e a média ponderada dos preços de todas as transações comparáveis de exportação; ou os valores normais e os preços de exportação comparados transação a transação; ou ainda entre um valor normal médio ponderado e os preços individuais de exportação, em determinadas situações.   No presente caso, comparou­se o valor normal médio ponderado e a média ponderada do preço de exportação, ambos na condição ex fabrica ajustados. A comparação levou em consideração a categoria do cliente pertinente ao n­butanol vendido/produzido. A seguir, apresenta­se o resultado alcançado com a comparação: Margem de Dumping Valor Normal Ex Fabrica

(US$/t) Preço de Exportação Ex Fabrica(US$/t) Margem de Dumping Absoluta(US$/t) Margem de DumpingRelativa (%)

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das importações russas (US$ [CONFIDENCIAL]/t), apenas 14% inferior ao preço médio das origens não investigadas, estaria muito distante do valor normal calculado pela autoridade investigadora (US$ [CONFIDENCIAL]/t).

 

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  4.2.6 ­ Dos comentários da autoridade investigadora acerca das manifestações após a verificação in loco   A Sasol apresentou reclamações quanto à decisão de se aplicar a melhor informação disponível relativamente ao frete internacional e à data de pagamento. No que compete ao frete internacional, esclarece­se, inicialmente, que constou, dos fatos essenciais sob julgamento divulgados, errata do relatório de verificação tangente a essa despesa. Menciona­se que o fato de ter­se que proceder a cálculos para fins de apuração do montante de frete correspondente a cada operação não implica na impossibilidade de individualização dessa despesa, sobretudo quando se considera a ocorrência de apenas [CONFIDENCIAL] operações de exportações de n­butanol para o Brasil no período de investigação de dumping. Deve­se repisar, ainda, que o valor médio ponderado de frete internacional apurado com base nas faturas selecionadas para fins de verificação aproxima­se mais do frete internacional médio apurado, relativamente ao n­butanol originário da África do Sul, com base nos dados de importação da RFB, qual seja US$ [CONFIDENCIAL]/t, do que o valor unitário reportado pela empresa, de US$ [CONFIDENCIAL]/t. Ademais, não se pode perder de vista que a metodologia adotada na determinação leva em conta valores de fretes associados a serviços de transporte internacional destinado exclusivamente ao Brasil, alcançando­se, após os devidos ajustes, importes associados especificamente ao produto objeto da investigação. Tem­se por óbvio que a despesa média de frete internacional calculada a partir desses valores se aproxima significativamente mais dos custos efetivamente incorridos quando da exportação de n­butanol para o Brasil que a adoção de metodologia de rateio a partir de conta contábil destinada registrar valores de fretes internacionais para qualquer país.   Quanto à data de pagamento, a orientação constante do questionário do produtor/exportador é clara no sentido de que se deve reportar a data de registro do recebimento do pagamento efetuado pelo cliente e de que, na impossibilidade de se recuperar essa data, as razões devem ser informadas. Ademais, vale destacar que o fato de a empresa não cobrar juros de seus clientes quando do atraso de pagamento em nada se relaciona com a necessidade de apuração de custo financeiro pertinente às operações de venda. Com efeito, sempre que o pagamento não for efetuado na condição à vista, o valor da transação será incapaz de indicar o ganho real da operação comercial, de modo que, a fim de se alcançar tal ganho, deve­se lançar mão de elemento responsável pelo ajuste ao valor de face. Conforme apurado quando da análise das faturas selecionadas para fins de verificação in loco, constatou­se a viabilidade de se vincular os pagamentos efetuados pelos clientes a operações de venda específicas. Além disso, ainda que essa data não pudesse ser obtida diretamente do sistema contábil da empresa, o reduzido número de transações ([CONFIDENCIAL] vendas domésticas e [CONFIDENCIAL] exportações para o Brasil) não implicaria dificuldades de se reportar a data de pagamento efetiva de cada operação.   4.3 ­ Do dumping para efeito de determinação final   Nesta seção, utilizou­se o período de julho de 2014 a junho de 2015 para verificar a existência de dumping nas exportações para o Brasil de n­butanol originárias da África do Sul e da Rússia.   Conforme já mencionado, apenas o produtor/exportador sul­africano Sasol apresentou resposta ao questionário.   4.3.1 ­ Da África do Sul   4.3.1.1 ­ Da produtora/exportadora Sasol   Apresenta­se, nos tópicos subsequentes, a margem de dumping calculada com base na resposta ao questionário e aos pedidos de informações complementares do produtor/exportador da Sasol, considerados os resultados da verificação in loco na empresa, para fins de determinação final.   4.3.1.1.1 ­ Do valor normal O valor normal foi apurado com base nos dados fornecidos pela Sasol, ajustados em decorrência dos resultados da verificação in loco na empresa, relativos aos preços efetivamente praticados na venda do produto similar destinado ao consumo no mercado interno da África do Sul, consideradas apenas as operações comerciais normais, e aos seus custos de produção. 4.3.1.1.1.1 ­ Do teste de vendas abaixo do custo  

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  ­ custo financeiro;   ­ despesas diretas de venda (frete interno); e   ­ despesa de manutenção de estoque.   Deve­se mencionar que, em resposta a pedido de informações complementares, a Sasol retificou o que havia caracterizado como “despesas indiretas de vendas”, informando das inaplicabilidades destas às vendas internas e ao exterior.   Cumpre notar que, relativamente às vendas no mercado interno sul­africano, foram reportadas, separadamente, notas de crédito e débito, relativas à comercialização de n­butanol. A exportadora fez a correlação entre essas notas e as respectivas operações de vendas, para fins de determinação final, e, nos casos em que essa correlação não era clara, os valores constantes dessas notas foram alocados proporcionalmente ao valor de cada venda do mesmo cliente no período. Apenas uma nota de débito, por referir­se a cliente para o qual não houve venda de n­butanol no período, foi desconsiderada dos cálculos efetuados para fins de teste de vendas abaixo do custo e, por consequência, para apuração do valor normal. As notas de débito referem­se a ajustes do preço para cada transação para refletir o preço total, ao passo que as notas de crédito estão relacionadas a descontos.   O custo financeiro, por sua vez, foi apurado conforme a seguinte equação:   * Custo financeiro = (preço unitário bruto da operação) x (taxa de juros média de P5 de empréstimos de até três meses, constantes, conforme reportado, de informações da [CONFIDENCIAL], equivalente a [CONFIDENCIAL] %) x (prazo de pagamento em dias ajustado) ÷ 365   A taxa de juros em menção foi utilizada no cálculo do custo financeiro e da despesa de manutenção de estoque, tanto nas vendas para o mercado doméstico sul­africano quanto nas exportações para o Brasil. No entanto, com relação ao prazo de pagamento, avaliou­se que seria mais adequada a apuração do prazo fatura a fatura, correspondendo à diferença entre a data do recebimento do pagamento e a data de embarque. Conforme constou do relatório de verificação in loco, considerando que a data de pagamento reportada corresponde à data calculada com base no termo de pagamento e não à data em que o pagamento efetivamente ocorreu, procedeu­se a ajustes nas datas de pagamento informadas. Considerou­se a data efetiva de pagamento, relativamente às faturas selecionadas, e, para as demais, o dia de pagamento foi ajustado com base na diferença média, em número de dias, verificada nas notas fiscais selecionadas, relativamente à data reportada. Esse ajuste correspondeu a [CONFIDENCIAL] dias, relativamente à data reportada, no caso das vendas no mercado interno, e a [CONFIDENCIAL] dias, no caso das exportações ao Brasil. Relativamente à despesa de manutenção de estoque, para fins de determinação final, manteve­se metodologia utilizada na determinação preliminar, com retificação do prazo médio de giro de estoque, conforme resultados da verificação in loco. Essa despesa foi obtida por meio da seguinte equação matemática:   * Despesa de manutenção de estoque = {[(custo de manufatura médio do mês x quantidade vendida) x (taxa de juros média de P5 de empréstimos de até três meses, constantes da [CONFIDENCIAL], equivalente a [CONFIDENCIAL] %)] ÷ 365} x (prazo médio de giro de estoque em P5, equivalente a [CONFIDENCIAL] dias).   Considerando todo o período de investigação de dumping e os ajustes acima, verificou­se que [CONFIDENCIAL] t do produto similar foram vendidos no mercado interno da África do Sul a preços inferiores ao custo unitário mensal. Esse volume representou [CONFIDENCIAL] % do volume total de vendas de fabricação própria, [CONFIDENCIAL] t.   Assim, o volume de vendas abaixo do custo unitário representou proporção inferior a 20% do volume vendido nas transações consideradas para a determinação do valor normal, o que, nos termos do inciso II do § 3o do art. 14 do Decreto no 8.058, de 2013, o que não se caracteriza como quantidade substancial.

 

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  Posteriormente, apurou­se que o volume total de vendas abaixo do custo superou, no momento da venda, o custo unitário médio ponderado obtido no período da investigação, considerado pela autoridade investigadora, para efeitos do inciso I do § 2o do art. 14 do Decreto no 8.058, de 2013, como período razoável, possibilitando eliminar os efeitos de eventuais sazonalidades na produção ou no consumo do produto.   Portanto, do volume total de vendas do produto similar no mercado interno da África do Sul, [CONFIDENCIAL] t foram analisados com vistas à determinação do valor normal.   4.3.1.1.1.2 ­ Do teste de vendas a partes relacionadas   Considerados os resultados da verificação in loco, restou inaplicável o exame das vendas realizadas pelo produtor/exportador a partes relacionadas, em atenção ao art. 14 do Decreto no 8.058, de 2013.   Conforme constou do Relatório de Verificação, as “vendas domésticas a partes afiliadas”, reportadas pela Sasol, na resposta ao questionário, [CONFIDENCIAL] equivalem a transferências internas, [CONFIDENCIAL].  Demonstrou­se não se tratar de vendas, de modo que [CONFIDENCIAL].  Com efeito, parte do n­butanol produzido é utilizada cativamente na estrutura produtiva da planta de acrilatos.   4.3.1.1.1.3 ­ Do teste de quantidade suficiente   Em atenção ao art. 13 do Decreto no 8.058, de 2013, buscou­se averiguar se o volume de vendas no mercado interno representou quantidade suficiente para apuração do valor normal. Em P5, foram realizadas exportações para o Brasil de n­butanol classificadas nas categorias de clientes [CONFIDENCIAL] e [CONFIDENCIAL].  Abaixo, encontram­se especificadas as representatividades das vendas no mercado doméstico da África do Sul (considerando apenas as operações comerciais normais) em relação às exportações para o Brasil:   ­ Categoria [CONFIDENCIAL]: [CONFIDENCIAL] %; e   ­ Categoria [CONFIDENCIAL]: [CONFIDENCIAL] %.   Como se denota, para ambas as categorias de cliente, o volume de vendas em operações comerciais normais destinadas ao mercado sul­africano representou quantidade suficiente para a determinação do valor normal, uma vez superior a 5% do volume de n­butanol exportado ao Brasil no período de análise de dumping.   Assim, em atenção à dicção do art. 13 do Regulamento Brasileiro, para fins de apuração do valor normal, poderão ser utilizadas as vendas caracterizadas como operações comerciais normais.   4.3.1.1.1.4 ­ Da apuração do valor normal   O valor normal da Sasol foi apurado a partir dos dados fornecidos pela Sasol, relativos aos preços efetivamente praticados nas vendas do produto similar destinado a consumo interno no mercado sul­africano no período de julho de 2014 a junho de 2015, consoante o disposto no art. 8o do Decreto no8.058, de 2013.

 

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Considerou­se como data da venda o dia de emissão da fatura, já que, quando da emissão da fatura, já se encontram estabelecidos os termos e condições da transação.   Para apuração do preço ex fabrica ajustado, o custo financeiro e a despesa de manutenção de estoque da empresa foram calculados por meio da mesma metodologia empregada nas vendas destinadas ao mercado sul­africano, apresentada no item 4.2.1.1.1 deste documento.   Tendo em vista que os dados de exportação foram checados, quando da verificação in loco, em dólares estadunidenses, tal como são negociados, utilizou­se, para fins de determinação final, o apêndice de vendas ao Brasil em US$, o que vai ao encontro do que reclamou a Sasol em manifestação de 17 de outubro de 2016, relativamente aos fatos essenciais sob julgamento anteriormente divulgados.   Considerando o exposto, o preço de exportação médio ponderado da Sasol, na condição ex fabrica ajustado, ponderado por categoria de cliente, alcançou US$ 903,27/t (novecentos e três dólares estadunidenses e vinte e sete centavos por tonelada).   4.3.1.1.3 ­ Da margem de dumping   A margem absoluta de dumping absoluta é definida como a diferença entre o valor normal e o preço de exportação e a margem relativa de dumping se constitui na razão entre a margem de dumping absoluta e o preço de exportação.   O art. 26 do Decreto no 8.058, de 2013, estabelece que a existência de margem de dumping seja apurada com base em comparação entre o valor normal médio ponderado e a média ponderada dos preços de todas as transações comparáveis de exportação; ou os valores normais e os preços de exportação comparados transação a transação; ou ainda entre um valor normal médio ponderado e os preços individuais de exportação, em determinadas situações.   No presente caso, comparou­se o valor normal médio ponderado e a média ponderada do preço de exportação, ambos na condição ex fabrica ajustados. A comparação levou em consideração a categoria do cliente pertinente ao n­butanol vendido/produzido. A seguir, apresenta­se o resultado alcançado com a comparação: Margem de Dumping Valor Normal Ex Fabrica

(US$/t) Preço de Exportação Ex Fabrica(US$/t) Margem de Dumping Absoluta(US$/t) Margem de DumpingRelativa (%)

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Para dimensionar o mercado brasileiro de n­butanol, foram consideradas as quantidades vendidas no mercado interno informadas pela Elekeiroz, líquidas de devoluções, bem como as quantidades importadas totais apuradas com base nos dados de importação fornecidos pela RFB, apresentadas no item 5.1.

Mercado Brasileiro

Em números­índices de toneladas

  Vendas IndústriaDoméstica Importações OrigensInvestigadas Importações OutrasOrigens Mercado Brasileiro

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Em relação às vendas no mercado externo, à exceção de P3 para P4, período em que ocorreu aumento de 34,4%, houve sucessivas quedas: de 47,2% de P1 para P2, de 68,1% de P2 para P3 e de 20% de P4 para P5. Considerando­se os extremos da série, também houve queda de 81,8%.   Quanto à totalidade das vendas, houve queda de P2 a P3, na ordem de 1,8%. Nos demais períodos, foram observados aumentos sucessivos da quantidade vendida, de 8,1% de P1 a P2, de 23,2% de P3 a P4 e de 20,3% de P4 a P5. Ao se considerar o período de análise, de P1 a P5, constatou­se crescimento de 57,2%.   6.1.2 ­ Da participação do volume de vendas no consumo nacional aparente   A tabela a seguir apresenta a participação das vendas da indústria doméstica no consumo nacional aparente. Participação das Vendas da Indústria Doméstica no Consumo Nacional Aparente Em números­índices de toneladas

Período Consumo Nacional Aparente Vendas no Mercado Interno Participação (%)

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No entanto, por meio dessa metodologia, não é possível apurar a ociosidade inerente exclusivamente ao n­butanol, tendo em conta que a ociosidade pertinente aos demais produtos resta atribuída ao n­butanol, o que prejudica a avaliação do indicador grau de ocupação.   Alternativamente, calculou­se o grau de ocupação da capacidade instalada considerando­se o volume de n­butiraldeído disponível para os processos produtivos da planta como um todo, ou seja, considerando­se o consumo de n­butiraldeído na produção de n­butanol, octanol e ácido 2­etil­hexanóico, conforme tabela abaixo: Capacidade Instalada, Produção e Grau de Ocupação (metodologia II – total planta) Em números­índices de toneladas e de % Período Capacidade Instalada n­butiraldeído (A) Consumo na produção de octanol (B) Consumo na produção de ácido­ 2­etil hexanóico (C) Consumo na produção de n­ butanol (D) Produção total de  n­ butiraldeído (E) = (B)+(C)+ (D) Grau de Utilização (E/A) (%) P1 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 P2 100,0 80,8 96,7 93,1 85,3 85,3 P3 100,0 85,2 118,4 95,3 91,2 91,2 P4 100,0 70,5 100,1 130,4 87,3 87,2 P5 100,0 59,7 82,4 135,8 79,3 79,3 Índices técnicos: 1,16 t de n­butiraldeído/ 1 t de octanol ou ácido 2EH       1,03 t de n­butiraldeído/ 1 t de n­butanol O grau de utilização da linha de produção como um todo diminuiu [CONFIDENCIAL] p.p. de P1 a P2 e cresceu [CONFIDENCIAL] p.p. de P2 a P3. Nos períodos seguintes houve sucessivas retrações: [CONFIDENCIAL] p.p. de P3 a P4 e [CONFIDENCIAL] p.p. de P4 a P5. Nos extremos da série, houve queda acumulada de [CONFIDENCIAL] p.p., o que demonstra aumento da ociosidade da planta.   Nesse ponto, cumpre ressalvar que a segunda metodologia apresentada, a despeito de mais adequada, relativamente à anterior, por demonstrar a utilização da capacidade produtiva den­butiraldeído e a ociosidade distribuída em toda a planta, também não possibilita a apuração da ociosidade relativa especificamente à produção de n­butanol. Quando da realização da verificação in loco na indústria doméstica, questionou­se acerca da viabilidade de conversão de toda a capacidade instalada de produção de n­butiraldeído ([CONFIDENCIAL] t/ano) em n­butanol apenas. A esse respeito, a empresa informou que isso seria, sim, possível, desde que considerada a limitação de hidrogenação [CONFIDENCIAL].  Demonstrou­se, assim, que se produziria, no máximo, [CONFIDENCIAL] t/ano de n­butanol a partir da máxima produção de n­butiraldeído. Considerando­se o fator operacional de [CONFIDENCIAL] % decorrente de perdas de manutenção e processo, seria produzido, no máximo, [CONFIDENCIAL] t/ano de n­butanol.   Calculou­se, assim, o grau de ocupação por meio da divisão do volume de produção de n­butanol pelo que se estimou como produção máxima de n­butanol: Capacidade Instalada, Produção e Grau de Ocupação (metodologia III) Em números­índices de toneladas e %

Período Capacidade Instalada Estimada den­butanol (A) Produção de n­butanol (B) Grau de Ocupação (B/A) (%)

P1 100,0 100,0 100,0

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P3 100,0 95,3 95,3 P4 100,0 130,4 130,6 P5 100,0 135,8 136,3   Por essa metodologia, o grau de utilização da linha de produção de n­butanol diminuiu [CONFIDENCIAL] p.p. de P1 para P2. Nos períodos seguintes houve sucessivos acréscimos: [CONFIDENCIAL] p.p. de P2 para P3, [CONFIDENCIAL] p.p. de P3 para P4 e [CONFIDENCIAL] p.p. de P4 para P5. Nos extremos da série, houve aumento acumulado de [CONFIDENCIAL] p.p., o que demonstra redução da ociosidade da planta.   Tendo em vista as dificuldades inerentes à determinação do grau de ocupação referente a produto inserido em uma planta multipropósito, tal qual é o caso do n­butanol, e, por consequência, as limitações tangentes às conclusões que decorram dessa determinação, a avaliação da capacidade produtiva e do grau de ocupação da planta de n­butanol não colaborará, de modo decisivo, na ponderação dos fatores de dano.   Isso, porém, para fins de determinação final da investigação, não prejudicará o exame do impacto das importações a preços de dumping sobre a indústria doméstica, haja vista que, consoante disposto no § 4o do art. 30 do Decreto no 8.058, de 2013, nenhum dos fatores ou índices econômicos referidos neste artigo, e objeto de análise no item 7 deste documento, isoladamente ou em conjunto, será necessariamente capaz de conduzir a conclusão decisiva.   6.1.5 ­ Dos estoques   A tabela a seguir indica o estoque acumulado no final de cada período investigado, considerando o estoque inicial, em P1, de [CONFIDENCIAL] t. Registre­se que as vendas no mercado interno e no mercado externo já estão líquidas de devoluções. Estoques Em números­índices de toneladas Período Produção (+) Vendas Mercado

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Relação Estoque Final/Produção

Período Estoque Final (números­índices de t) (A) Produção (números­índices de t) (B) Relação (A/B) (números­índices de %)

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  O número total de empregados seguiu a mesma tendência do número de empregados ligados à produção: aumentou 4% de P1 para P2 e diminuiu 7,7% de P2 para P3. Nos períodos subsequentes, foram verificados aumentos sucessivos: 27,1% de P3 para P4 e 24,6% de P4 para P5. Analisando­se os extremos da série, o número total de empregados cresceu 52%.   A tabela a seguir apresenta a evolução da produção média por empregado diretamente ligado à produção. Produtividade por Empregado  

Período Empregados ligados à produção(números­índices) Produção (números­índices de t) Produção (números­índices de t) porempregado ligado à produção

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  Preço de Venda Mercado Interno Preço de Venda Mercado Externo P2, 40,3% em P4 e 32,4% em P5, respectivamente, sempre em relação ao período anterior. Em P5, comparativamente a P1, foi observado aumento de 131,5% nesse indicador.   6.1.7 ­ Do demonstrativo de resultado   6.1.7.1 ­ Da receita líquida   O quadro a seguir indica as receitas líquidas obtidas pela Elekeiroz com a venda do produto similar nos mercados interno e externo. Cabe ressaltar que as receitas líquidas apresentadas a seguir estão deduzidas dos valores de fretes incorridos sobre essas vendas. Receita Líquida Em números­índices de mil R$ atualizados e %   ­­­ Mercado Interno Mercado Externo

  Receita Total Valor % total Valor % total

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­ Quando se excluem, além do resultado financeiro, as outras despesas, o prejuízo operacional deteriorou­se 735,6%, e a margem respectiva, já negativa, decresceu [CONFIDENCIAL] p.p.; ­ Diminuição do custo de produção em 0,1%, não acompanhado por queda proporcional no preço de venda (declínio de 6,9%), de modo que a relação custo/preço aumentou [CONFIDENCIAL] p.p.   De P4 para P5, o mercado brasileiro cresceu 0,1% e o CNA retraiu 0,5%. Enquanto as importações das outras origens mantiveram trajetória de perda de participação tanto no mercado ([CONFIDENCIAL] p.p.) quanto no CNA ([CONFIDENCIAL] p.p.), as importações das origens investigadas ganharam [CONFIDENCIAL] p.p de participação no mercado e [CONFIDENCIAL] p.p. no CNA. A indústria nacional, por sua vez, avançou [CONFIDENCIAL] p.p. no mercado e em [CONFIDENCIAL] p.p. no CNA.   Com efeito, o baixo preço do produto objeto da investigação frente ao preço do produto similar doméstico se refletiu na constante subcotação dos produtos sul­africano e russo importados, conjuntamente analisados, em relação ao produto similar nacional, em todo o período de análise de dano, à exceção de P3. Dessa forma, pode­se afirmar que a subcotação dos produtos importados das origens investigadas em relação ao produto similar doméstico, em todos os períodos à exceção de P3, explica o aumento contínuo, somente não verificado de P2 para P3, da participação dessas importações no mercado brasileiro e no CNA de n­butanol ao longo de todo o período de investigação de dano. Cumpre ressaltar que a indústria doméstica somente conseguiu sustentar participação crescente no mercado e no CNA do produto similar à custa da supressão de seu preço, que, de P1 a P5, aumentou 2,9%, frente à elevação do custo de produção em 3,1% (relação custo/preço cresceu [CONFIDENCIAL] p.p.) e do CPV em 11,3%. Em consequência, P5 apresentou quadro de dano muito superior àquele constante de P1, quando o produto nacional concorria com o produto estadunidense, comercializado no Brasil a preços desleais. De fato, considerando­se os extremos do período de investigação de dano, houve: ­ Deterioração do resultado bruto em 262,8%, que passou de lucro a prejuízo bruto, bem como queda de [CONFIDENCIAL] p.p. na margem bruta, que se negativou em P5; ­ Piora em 1.879% do resultado operacional e redução da margem respectiva em [CONFIDENCIAL] p.p.; em P5, verificando­se prejuízo operacional e margem negativa mais significativos que aqueles de P1; ­ Desconsiderando­se o resultado financeiro, prejuízo operacional e a margem operacional, já negativa, decresceram 775,6% e [CONFIDENCIAL] p.p., respectivamente; ­ Quando se excluem, além do resultado financeiro, as outras despesas, o prejuízo operacional agravou­se em 1.212,6%, e a margem respectiva, já negativa, decresceu [CONFIDENCIAL] p.p. Verificou­se, portanto, que a deterioração dos indicadores da indústria doméstica ocorreu concomitantemente à elevação das importações do produto objeto da investigação. Por essa razão, pôde­se concluir que as importações de n­butanol originárias da África do Sul e da Rússia a preços de dumping contribuíram significativamente para a ocorrência do dano à indústria doméstica.   7.2 ­ Dos possíveis outros fatores causadores de dano e da não atribuição  

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Em sua manifestação de 17 de outubro de 2016, o governo da Rússia mencionou que a não participação das empresas produtoras russas não deveria prejudicar as obrigações da autoridade investigadora de considerar as disposições do artigo 2 do AAD durante a investigação e calcular uma margem de dumping justa. Mencionou ainda que, de acordo com o artigo 5.3 do Acordo, a autoridade investigadora deve avaliar a correção e a adequação das comprovações apresentadas na petição, a fim de verificar a existência de motivos suficientes que justifiquem a abertura de investigação. Argumentou, ademais, que as autoridades devem basear suas determinações com especial prudência, entre elas, as que se relacionem ao valor normal sobre informações de fontes secundárias, inclusive aquelas fornecidas na petição de início. Por fim, o governo russo considerou que a margem de dumping calculada para aquele país, 88,1% teria caráter proibitivo e inadequado, em descompasso com o previsto no artigo 9.1 do Acordo. A Elekeiroz salientou que os expressivos volumes importados a preços baixos, mesmo após a abertura da investigação, continuariam a prejudicá­la, pois isso demonstraria que os importadores estão formando estoque do produto objeto, enquanto ainda não há direito antidumping aplicado. 8.1 ­ Dos comentários da autoridade investigadora acerca das outas manifestações Sobre as alegações da Rhodia de que a indústria doméstica já recorreu a outros mecanismos restritivos de importações de n­ butanol (direito antidumping aplicado contra os EUA e aumento temporário da alíquota do II), cumpre esclarecer que nenhum desses itens tem o condão de impedir importações. No caso de um direito antidumping, este é aplicado, após a devida investigação, com a finalidade de combater a prática desleal de comércio, restabelecendo as condições normais de mercado, uma vez que não seria razoável ver fenecer um setor econômico prejudicado pela prática abusiva por parte de empresas estrangeiras. Por seu turno, a majoração, frise­se, temporária, da alíquota do II baseou­se na necessidade de sanar desequilíbrios comerciais derivados da conjuntura econômica internacional à época. Isto posto, faz­se mister repisar que nenhum dos fatores apontados impossibilitou a entrada de produto importado no Brasil. No tocante aos argumentos relativos à capacidade da indústria doméstica de atender ao mercado brasileiro, inicialmente, cumpre ressaltar que esse fator não é requisito para aplicação de direito antidumping, inclusive porque não constitui restrição quantitativa. Ressalte­se ainda que, conforme explicitado no item 6.1.4, a indústria doméstica teria capacidade de produzir, no máximo, 121.363 t/ano de n­butanol, quantidade muito superior ao consumo nacional aparente de todos os períodos de análise de dano. Além disso, por existirem outros fornecedores globais do produto, não pode se afirmar que as indústrias que utilizam o n­butanol se tornariam dependentes exclusivamente da indústria doméstica. Em relação à afirmação da Rhodia de que o consumo cativo por parte da Elekeiroz comprometeria sua capacidade de abastecimento do mercado nacional, entende­se que tal argumento não merece prosperar, uma vez que o consumo próprio de n­butanol por parte da indústria doméstica foi, em média, 2,5% de sua produção, durante o período de investigação. Assim, não há que se falar que a quantidade de produto disponível para atendimento do mercado brasileiro equivale, apenas, ao remanescente de produção não utilizado pelo produtor nacional. Quanto à alegação do governo russo de que as provas apresentadas pela Elekeiroz não são suficientes para o prosseguimento da investigação, ressalte­se que foram preliminarmente identificados os elementos suficientes de dumping, dano e nexo causal entre estes, conforme preconizado no Artigo 5.2 do AAD. 9 ­ DO CÁLCULO DO DIREITO ANTIDUMPING DEFINITIVO Nos termos do art. 78 do Decreto no 8.058, de 2013, direito antidumping significa um montante em dinheiro igual ou inferior à margem de dumping apurada. De acordo com os §§ 1o e 2o do referido artigo, o direito antidumping a ser aplicado será inferior à margem de dumping sempre que um montante inferior a essa margem for suficiente para eliminar o dano à indústria doméstica causado por importações objeto de dumping, não podendo exceder a margem de dumping apurada na investigação.

Os cálculos desenvolvidos indicaram a existência de dumping nas exportações da Sasol para o Brasil, conforme evidenciado no item 4.2.1 e demonstrado a seguir:

Margem de Dumping

País Produtor/Exportador Margem de DumpingAbsoluta (US$/t) Margem de DumpingRelativa (%)

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calcular a margem de subcotação da África do Sul e da Alemanha, embora a finalidade fosse a mesma: calcular a margem suficiente para mitigar o dano causado à indústria doméstica. Acrescentou que na investigação do mesmo produto contra os EUA, o preço da indústria doméstico utilizado para o cálculo da subcotação não foi ajustado para um cenário de ausência de dano. Ainda, que o volume exportado pelos EUA foi consideravelmente maior que aquele considerado como danoso, oriundo da África do Sul, bem como a queda da rentabilidade estaria mais acentuada em P5 da investigação anterior. Ao comparar as duas investigações, a empresa entendeu que haveria inovação na análise, o que estaria em desacordo com o Decreto no 8.058, de 2013. A esse respeito, citou o § 2o do art. 30 do Regulamento Brasileiro, que estabelece que os critérios sob os quais deve ser feita a análise do efeito das importações nos preços do produto similar nacional no mercado brasileiro. Afirmou que a autoridade investigadora parece confundir a definição de subcotação, prevista na legislação, já que não há indicação de que o preço das importações a preço de dumping deva ser comparado a um preço doméstico ajustado de não dano. Ademais, o cenário de ausência de dano simulado com base no CPV, despesas de P5 e a melhor margem de lucro calculada de todos os períodos não teria respaldo nos incisos II e III do § 2o do art. 30 do Decreto no 8.058, de 2013.

Ainda segundo a Sasol, analisar a possível preço da indústria nacional na ausência de importações não é suficiente, simplesmente usando o CPV da empresa em P5­ período em que, os custos de produção teriam registado crescimento, devido, principalmente, ao aumento da principal matéria­prima utilizada, o propileno, e adicionar despesas diretas de vendas e uma margem de lucro calculada em outro período da investigação. Adicionalmente, destacou que o propileno, por ser um gás, caso não seja transportado por tubo via, torna­se extremamente caro e que o propileno consumido pela Elekeiroz teria um custo mais elevado do que os preços praticados no mercado internacional, comprometendo sua rentabilidade. O mesmo não aconteceria com as importações provenientes da África do Sul. Alegou que, de fato, para determinar um eventual preço da indústria doméstica na ausência de importações a preços de dumping, deveria ser observado o preço do n­butanol no mercado internacional. Além disso, o preço da indústria doméstica ajustado para um cenário de ausência de dano, no montante de USD 1.656,06/t, não teria sido praticado pela indústria doméstica, em qualquer período da investigação, representando, portanto, um preço irrealista e impossível. Com efeito, o preço do produto nacional na ausência de importações seria sempre limitado por aquele praticado no mercado internacional, característica relacionada ao mercado petroquímico, que não poderia ser ignorada, acarretando um preço fora de qualquer parâmetro reconhecido internacionalmente. Essa interferência, se mantida, prejudicaria o direito de defesa das partes, já que a regra do direito inferior estaria comprometida por uma manobra para aumentar artificialmente a margem de subcotação, prática condenada pela Organização Mundial do Comércio. A Sasol também questionou o critério para a atualização dos preços utilizado, por considerar que não foi suficientemente fundamentado, ajustes específicos e arbitrários, de forma que a margem de subcotação nunca fosse inferior à margem de dumping. Segundo a empresa, isso seria questionável, especialmente, por envolver recomendação de direito provisório. Ressaltou que, caso não se ajustasse o preço da indústria doméstica para fins de cálculo de subcotação da Sasol, este seria equivalente a USD 76,72/t ou 5,77%. Portanto, a variação dessa proporção, bem como a diferença encontrada no cálculo da subcotação realizado pela autoridade investigadora, são normais em qualquer mercado, quando a principal matéria­prima tem seu preço fixado por fornecedores internacionais. Por fim, a Sasol requereu que a metodologia de cálculo da subcotação seja alterada, sem ajustes no preço da indústria doméstica como indicado no art. 30, II do Decreto no 8.058/2013, e que, no caso de aplicação de direito provisório ou definitivo, este seja calculado na forma de tarifa ad valorem. Em 18 de agosto de 2016, a Oxiteno argumentou que eventual aplicação de direitos definitivos na forma de alíquota específica representaria proteção excessiva à indústria brasileira de n­butanol. Ressaltou que, se mantidas as margens apuradas preliminarmente, constantes da circular de determinação preliminar, tornar­se­ia inviável a importação de n­butanol das origens investigadas, pois o direito naquelas proporções estaria dissonante da realidade do mercado internacional de n­butanol. A empresa citou que as margens absolutas da presente investigação são bem superiores àquelas aplicadas no caso contra os EUA (entre US$ 102,67/t e US$ 272,12/t) e que o preço desse produto vem reduzindo no mercado internacional. Ademais, ainda que o direito seja calculado com base nos valores de P5, ao se projetá­lo para valores do período posterior ao da investigação (julho de 2015 a junho de 2016), seria bastante impeditivo, se aplicado. Segundo dados apresentados e considerando as margens preliminares, o impacto de direito antidumping nos preços atuais do produto importado, no caso da África do Sul, alcançaria 57,3% e 82,7%, para a Sasol e para os demais produtores/exportadores, respectivamente. Já para a Rússia, o impacto para todos os produtores/exportadores chegaria a 158,6%. Em termos absolutos, as diferenças acima representariam um adicional de US$ 176,44/t ao antidumping devido, no caso da Sasol; US$ 105,70/t, para os demais exportadores sul­africanos; e US$ 430,40/t no caso da Rússia. Para a Oxiteno, considerando a correlação em termos de preço existente entre o propeno e o n­butanol e a manutenção da tendência de redução, no médio e longo prazos, um eventual direito antidumping aplicado como alíquota específica representaria excesso de proteção não condizente com os propósitos da legislação antidumping. A aplicação de uma alíquota específica implicaria em distorções que poderiam fechar por completo as rotas comerciais existentes. A Oxiteno solicitou, então, que, caso se conclua que estão presentes as condições para imposição de direito definitivo, que seja alterada a forma de cobrança para alíquotas ad valorem, inclusive por se tratar de commodity. Além disso, tal alíquota para a Sasol deve ser calculada com base na margem relativa de subcotação, uma vez que essa exportadora tem cooperado com a investigação, conforme previsto no art. 78, § 1o, do Decreto no 8.058, de 2013.

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