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PROGRAMA DE RESGATE ARQUEOLÓGICO USINA HIDRELÉTRICA (UHE) BAIXO IGUAÇU RELATÓRIO DE ANDAMENTO Nº 08

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PROGRAMA DE RESGATE ARQUEOLÓGICO USINA HIDRELÉTRICA (UHE) BAIXO IGUAÇU

RELATÓRIO DE ANDAMENTO Nº 08

CURITIBA 07 – 02 -2014

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PROGRAMA DE RESGATE ARQUEOLÓGICO UHE - BAIXO IGUAÇU

RELATÓRIO DE ANDAMENTO –07/02/2014 ________________________________________________________

EXECUÇÃO

EPPC – Estudos e Projetos em Patrimônio Cultural Ltda. ME CNPJ 15.608.400/0001-51

Rua Conselheiro Carrão, 1274, 1º Andar – CEP 80040-130 – Curitiba - PR Telefones: (41) 3408-9080 / (41) 3203-5725/ (41) 9901-1423 Responsabilidade Cientifica: Arqueólogo M.Sc. Antônio C. M. Cavalheiro

E-mail: antonio.eppc@gmail.com

EMPREENDEDOR

GERAÇÃO CÉU AZUL SA– GRUPO NEOENERGIA (CNPJ 09.136.819/0001-55) Praia do Flamengo, 200, 11º e 12º Andar – CEP 22210-030 – Rio de Janeiro – RJ

Telefone: (55) 3235-2800 Home page: www.neoenergia.com

Responsável: Ronaldo Câmara Cavalcanti, gerente de Meio Ambiente E-mail: rcavalcanti@neoenergia.com

ENDOSSO INSTITUCIONAL

Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal do Paraná (MAE – UFPR) Diretora: Profª. Dr. Márcia Cristina Rosato

EQUIPE TÉCNICA FIXA

Arqueólogo coordenador: Antônio Carlos Mathias Cavalheiro Arqueólogo 1: Jonas Elias Volcov

Arqueólogo 2: Eloi Bora

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Sumário

1. Introdução... 4

2. Quadro de Atividades Realizadas ... 6

3. Atividades diárias ... 7 3.1. Dias 06 a 17 de janeiro ... 7 3.2. Dia 20/01/2014, Segunda-Feira ... 7 3.3. Dia 21/01/2014, Terça-Feira ... 7 3.4. Dia 22/01/2014, Quarta-Feira ... 8 3.5. Dia 23/01/2014, Quinta-Feira ...10 3.6. Dia 24/01/2014, Sexta-Feira ...11 3.7. Dia 27/01/2014, Segunda-Feira ...13 3.8. Dia 28/01/2014, Terça-Feira ...14 3.9. Dia 29/01/2014, Quarta-Feira ...15 3.10. Dia 30/01/2014, Quinta-Feira ...16 3.11. Dia 31/01/2014, Sexta-Feira ...17

4. Resultados das Atividades Executadas ...19

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4

1.

Introdução

A empresa EPPC – Estudos e Projetos em Patrimônio Cultural LTDA-ME, em cumprimento com o cronograma de desenvolvimento das atividades do Programa de Resgate Arqueológico nas áreas diretamente afetadas (ADA) e de influência direta (AID) pela planejada UHE Baixo Iguaçu, em fase de implantação sobre o rio Iguaçu entre os municípios de Capitão Leônidas Marques, Capanema, Realeza e Nova Prata do Iguaçu, expõe por meio do presente documento, intitulado de

Relatório de Andamento nº 08, o encaminhamento e delineamento das

atividades realizadas no período de 06 a 31 de janeiro de 2014.

As exposições, desenvolvidas a partir de minuciosas descrições de campo, são concernentes, especialmente, à retomada dos trabalhos de resgate arqueológico do sítio Córrego Laranjeira 1 (BI07CLM-ST) e ao monitoramento dos sítios Córrego Laranjeira 2 (BI12CLM-ST) e Monteiro 1 (BI11CLM-ST). Localizados à margem direita do rio Iguaçu, estes sítios abrangem as seguintes coordenadas UTM e infraestruturas:

No presente documento, os trabalhos de campo executados durante o supracitado período serão abordados de suas maneiras: uma, mais sucinta e na forma de quadro, e outra, mais profunda e pormenorizada, adentrando em descrições adensadas. Ao final, serão apontados os principais resultados obtidos, salientando-se a quantificação de materiais resgatados, coletados e salvaguardados, assim como suas principais tipologias e frequências por setores escavados.

Sítios Arqueológicos trabalhados durante o mês de Janeiro de 2014 Código do

Sítio Nome Coordenadas Margem Infraestrutura

BI07CLM-ST Córrego Laranjeira 1 22J 231959 7176517 Direita Infraestrutura e alagamento BI11CLM-ST Córrego Laranjeira 2 22 J 232472 7176665 Direita Bota-fora BI12CLM-ST Monteiro 1 22J 233008 7176576 Direita Reservatório

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5 As metodologias e técnicas empregadas no presente Programa de Resgate Arqueológico baseiam-se naquelas definidas e especificadas no Projeto de Pesquisa (Processo nº 01508.000976/2012-86), aprovado pelo IPHAN mediante a Portaria nº 04 de 30 de janeiro de 2013, publicada no Diário Oficial da União no dia 31 de janeiro de 2013.

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6

2.

Quadro de Atividades Realizadas

No quadro abaixo, encontram-se expostas, de maneira resumida, as atividades desenvolvidas durante a vigência do mês de janeiro (06/01/2014 a 31/01/2014), ressaltando-se, especialmente, aquelas realizadas em campo:

Data Atividades Realizadas

06/01 – 17/01

• Criação e aprimoramento de croquis e mapas dos sítios já trabalhados;

• Leitura e fichamento de bibliografia especializada sobre história, arqueologia e antropologia da região, previamente levantadas e selecionadas.

20/01 • Saída, da equipe técnica, de Curitiba com destino ao município de Capitão Leônidas Marques – Paraná.

21/01

• Preparação da área a ser trabalhada no sítio Córrego Laranjeira 1 (BI07CLM-ST);

• Monitoramento arqueológico dos sítios Córrego Laranjeira 2 (BI11CLM-ST) e Monteiro 1 (BI12CLM-(BI11CLM-ST).

22/01 • Início da abertura, no Setor NO do sítio Córrego Laranjeira 1, das quadras NO 61.20, NO 71.20 e NO 81.10.

23/01 • Escavação das quadras NO 70.20, NO 70.21, NO 71.21 e NO 81.20.

24/01

• Continuidade da escavação nas quadras NO 71.20, NO 70.21, NO 71.21, NO 81.20 e NO 81.10;

• Abertura da quadra NO 91.20.

27/01 • Abertura das quadras NO 101.20, NO 111.20 e NO 121.20. 28/01 • Aprofundamento da quadra NO 121.20;

• Escavação das quadras NO 51.30, NO 61.30 e NO 71.30.

29/01 • Abertura das quadras NO 81.30, NO 91.30, NO 101.30, NO 113.30 e NO 121.30.

30/01 • Continuidade no abaixamento das quadras NO 81.30 e NO 121.30;

• Abertura das quadras NO 71.40 e NO 81.40.

31/01 • Escavação das quadras NO 91.40, NO 101.40, NO 111.40, NO 121.40 e NO 91.50

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7

3.

Atividades diárias

3.1. Dias 06 a 17 de janeiro

Durante este período, tendo como base os dados previamente obtidos em campo, foram realizados e aprimorados croquis e mapas dos sítios arqueológicos já trabalhados, evidenciando, especialmente, as quadras positivas e as negativas. Este trabalho, quando concluído, permitirá visualizar a área de dispersão do material e, em consequência, a dimensão espacial do sítio, sendo possível levantar e, até mesmo, auferir hipóteses sobre as antigas ocupações.

Ainda, foram encaminhadas leituras e reflexões sobre a bibliografia previamente selecionada e levantada, havendo a criação de fichas de resumo e análise. Nestas fichas, foram anotadas as principais descrições, teses e argumentos, gerando-se uma síntese de fácil e acessível manipulação para os pesquisadores.

3.2. Dia 20/01/2014, Segunda-Feira

Nesta data, ocorreu o deslocamento da equipe técnica de Curitiba com destino a Capitão Leônidas Marques, Estado do Paraná, para a continuidade das atividades de campo.

3.3.

Dia 21/01/2014, Terça-Feira

No período da manhã, a equipe se deslocou à área do sítio Córrego Laranjeira 1 (BI07CLM-ST) – cujos trabalhos de campo foram paralisados, momentaneamente, pelo recesso de fim de ano –, sendo feitos todos os preparativos necessários para o reinício da escavação arqueológica.

No período da tarde foi realizado um monitoramento nos espaços ocupados pelos sítios Córrego Laranjeira 2 (BI11CLM-ST) e Monteiro 1 (BI12CLM-ST), onde está sendo construída, atualmente, a estrada que ligará a balsa até a área do canteiro

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8 de obras da margem direita. Os vários caminhamentos sistemáticos realizados nas delimitações de ambos os sítios resultaram na evidenciação, na coordenada 22 J 0232818 – 7176354 – pertencente ao Monteiro 1 –, de uma peça lítica (BI12CLM-ST L 13).

3.4. Dia 22/01/2014, Quarta-Feira

Após a limpeza da área de pasto – por meio da utilização de uma roçadeira – na parte mais alta do sítio Córrego Laranjeira 1 (BI07CLM-ST), as atividades de resgate foram reiniciadas, havendo a abertura de duas quadras de 1 x 1 m (NO 61.60 e NO 71.20) com níveis de 50 cm.

Figura 1. Monitoramento arqueológico no sítio Córrego Laranjeira 2 (BI11CLM-ST).

Foto: EPPC, 2014.

Figura 2. Monitoramento arqueológico do sítio Monteiro 1 (BI12CLM-ST)

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9 Na quadra NO 61.20, os vestígios arqueológicos começaram a ser encontrados a partir dos 100 cm de profundidade, sendo visualizadas duas microlascas entre 100-110 cm e três entre 110-120 cm. No nível 120-130 cm não foram encontrados materiais arqueológicos.

Na quadra NO 71.20, também aberta, inicialmente, em dois níveis de 50 cm (0-50 e 50-100 cm ), foram coletados três fragmentos cerâmicos vinculados à Tradição Arqueológica Tupiguarani aos 30 cm; no nível 50-100 cm, que se mostrou negativo, não foram evidenciados materiais. A partir de 1 m de profundidade, os níveis foram abaixados a cada 10 centímetros, sendo coletadas cinco microlascas entre 100-110 cm, oito microlascas e uma lasca entre 110-120 cm, sessenta e seis peças líticas entre 120-130 cm e, ainda, cinco líticos entre 130-140 cm.

Iniciou-se, no mesmo dia, a escavação da quadra NO 81.10, que apresentava a superfície bastante erodida devido a uma antiga terraplenagem que fez descer parte do barranco existente no local. Para o nivelamento da quadra, tomou-se como referência o piquete da quadra NO 81.20, situado na porção elevada do terreno. Os níveis, rebaixados a partir de 102 e 143 cm (102 cm no canto Nordeste e 143 cm junto ao centro da parede Sul), totalizaram em três – 143-160 cm, 160-170 cm e 160-170 a 180 cm de profundidade–, dos quais apenas um revelou material arqueológico – que consistia em uma lasca.

Figura 3. Limpeza da área com roçadeira.

Foto: EPPC, 2014.

Figura 4. Quadra NO 61.20, com 100 centímetros de profundidade.

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3.5. Dia 23/01/2014, Quinta-Feira

Devido à grande presença de materiais na quadra NO 71.20, foi iniciada a escavação das quadras de seu entorno imediato: NO 71.21, NO 70.21 e NO 70.20. Até os 100 cm, não foram encontrados materiais arqueológicos em nenhuma das aberturas.

Após 1 metro, adotaram-se, para o rebaixamento, níveis artificiais de 10 centímetros de espessura, que revelaram duas peças líticas entre 100-110 cm da quadra NO 70.20.

Foi aberta também, na mesma data, a quadra NO 81.20, que se apresentava em nível mais baixo em relação às quadras anteriores. A ocorrência de materiais arqueológicos, iniciada aos 70 cm de profundidade, mostrou-se da seguinte maneira: sete líticos entre 70-80 cm; noventa e nove entre 80-90 cm; cento e vinte e cinco entre 90-100 cm; e, por último, vinte e seis entre 100-100 cm.

Com esta elevada presença de vestígios, iniciou-se a escavação da quadra NO 80.20, situada a leste da NO 81.20. Assim como a quadra anterior, os materiais começaram a ocorrer a partir dos 70 cm de profundidade: uma peça lítica aos 79 cm e outra na base do nível; seis líticos aos 80-90 cm; e vinte e nove peças líticas entre 90-100 cm.

Figura 5. Delimitação de quadra e abertura da NO 81.20 em nível de 90-100 cm.

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3.6. Dia 24/01/2014, Sexta-Feira

Foram continuadas escavações arqueológicas nas quadras NO 71.20, NO 70.21, NO 71.21, NO 81.20, NO 80.20 e NO 81.10, que apresentaram os seguintes resultados:

NO 71.20 – cinco peças líticas no nível 130 – 140 cm, ficando o solo estéril

de vestígios arqueológicos abaixo dos 135 cm.

NO 70.21 – onze peças líticas entre 110-120 cm; quatorze entre 120-130

cm; e duas entre 120-140 cm, tornando-se o solo estéril a partir dos 135 cm.

NO 71.21 – treze líticos aos 110-120 cm; onze aos 120-130 cm; e três aos

130-140 cm, ficando o solo estéril abaixo dos 135 cm.

NO 81.20 – sessenta e dois líticos no nível de 110-120 cm; dez aos 120-130

cm; e ausência de vestígios arqueológicos nos níveis 130-140 e 140-150 cm.

NO 80.20 – cinquenta e seis líticos entre 110-120 cm; cinco aos 120-130

cm; e ausência de materiais nos níveis de 120-140 e 140-150 cm.

NO 81.10 – não ocorrência de vestígio arqueológico entre 143-160 cm; um

lítico aos 160-170 cm; e ausência de materiais entre 170-170 cm.

Foi aberta no mesmo dia a quadra NO 91.20, inicialmente em dois níveis até os 90 cm de profundidade – 0-50 e 50-90 cm – e, posteriormente, em níveis artificiais de 10 cm de espessura, que se mostraram positivos até os 130-140 cm. Ali,

Figura 6. Materiais arqueológicos oriundos do nível 120-130 cm da quadra NO 70.21.

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12 encontraram-se sete peças líticas aos 90-100 cm; treze aos 100-110; quarenta e duas aos 110-120 cm; quatorze aos 120-130; e cinco aos 130-140 cm.

De maneira geral, a camada arqueológica se iniciava aos 95 cm de profundidade e se concentrava, especialmente, no nível de 110-120 cm, onde havia uma grande frequência de materiais. A concentração, a partir de então, paulatinamente diminuía, se torando escassa até os 135 cm e inexistente abaixo dessa profundidade.

Figura 7. Escavação de quadras.

Foto: EPPC, 2014.

Figura 8. Materiais arqueológicos oriundos do nível 110-120 cm da quadra NO 71.21.

Foto: EPPC, 2014.

Figura 9. Materiais arqueológicos oriundos do nível 120-130 cm da quadra NO 71.21.

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3.7.

Dia 27/01/2014, Segunda-Feira

Foram abertas as quadras NO 101.20, NO 111.20 e NO 121.20, escavadas inicialmente em dois níveis até os 90 cm de profundidade – 0-50 e 50-90 cm – e, posteriormente, em níveis artificiais de 10 cm. Os resultados dos trabalhos se despontaram da seguinte maneira:

NO 101.20 – dois líticos aos 90-100 cm ; seis líticos aos 100-110 cm; oito

líticos aos 110-120 cm; e ausência de materiais arqueológicos nos níveis 120-130 e 130-140 cm.

NO 111.20 – sem evidências arqueológicas nos níveis 90-100, 100-100 e

110-120 cm; quatro líticos aos 120-130 cm; e não existência de materiais nos níveis de 140-150 e 150-160 cm.

NO 121.20 – Não houve a ocorrência de materiais arqueológicos. Contudo,

nos níveis 130-140 e 140-150 cm, houve a presença de grandes pedaços de carvão associados a cascas de árvores.

Figura 10. Materiais arqueológicos encontrados, na quadra NO 101.20, aos 110-120 cm de

profundidade.

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3.8.

Dia 28/01/2014, Terça-Feira

Deu-se continuidade à escavação da quadra NO 121.20, com a abertura dos níveis de 150-160, 160-170 e 170-180 cm. O solo, que se apresentava um pouco mais escuro, compacto e granuloso devido à existência de grandes pedaços de carvão associados a cascas de árvores, não revelou a presença de nenhum material arqueológico.

Ainda foram abertas as quadras NO 51.30, NO 61.30 e NO 71.30, que seguiram a mesma metodologia das trabalhadas anteriormente: rebaixamento, até os 90 cm, em dois níveis de profundidade – 0-50 e 50-90 cm – e, depois, em níveis artificiais de 10 cm de espessura.

Na quadra NO 51.30, ocorreram dois fragmentos cerâmicos aos 15 cm, estando todos os outros níveis negativos. Diferentemente, na quadra NO 61.30 foram encontrados dois líticos aos 100-110 cm, três aos 110-120 cm, dois aos 120-130 cm e, ainda, onze aos 130-140 cm. Na quadra NO 71.30, última quadra trabalhada no dia, evidenciou-se somente um lítico no nível de 120-130 cm.

Figura 11. Abertura de quadras.

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3.9.

Dia 29/01/2014, Quarta-Feira

Foram abertas, a partir da mesma metodologia das escavações anteriores, as quadras NO 81.30, NO 91.30, NO 101.30, NO 111.30 e NO 121.30, que se apresentaram da seguinte forma:

NO 81.30 – nove líticos aos 110-120 cm; oito aos 120-130 cm; vinte e seis

aos 130-140 cm; vinte e sete aos 140-150 cm; nove aos 150-160 cm; e sete aos 160-170 cm.

NO 91.30 – localizada em área que foi terraplenada para a retirada de areia,

mostrou onze peças líticas entre 90-100 cm de profundidade.

NO 101.30 – localizada também em área que foi terraplenada para a

remoção de areia e estando, aproximadamente, 30 cm mais baixa do que as laterais não atingidas pela terraplenagem, apresentou seis líticos aos 90 cm, trinta e três aos 90-100 cm, trinta e sete aos 100-110 cm e dezessete aos 110-120 cm, estando os níveis de 120-130 e 130-140 cm ausentes de vestígios arqueológicos.

NO 111.30 – situada na lateral oeste da área terraplenada e estando,

aproximadamente, 22 cm mais baixa do que a parede oeste não atingida pela terraplenagem, a quadra mostrou entre a superfície e os 30 cm de profundidade uma camada de areia marrom-clara, bem arenosa e friável oriunda de uma deposição de enxurrada. Aos 30 cm, essa areia entrou em contato com um solo marrom-claro avermelhado, onde foram encontrados trinta e dois fragmentos cerâmicos associados a grandes pontos de carvão e fragmentos de cascas de árvores trazidas pela enxurrada. Ainda, foram evidenciados oito líticos aos 160-170 cm, nove aos 170-180 cm e três aos 180-190.

NO 121.30 – até os 100 cm de profundidade, o solo era marrom-claro e

oriundo de enxurrada, transformando-se, em níveis mais profundos, em marrom escuro, areno-argiloso e granuloso. A quadra, aberta até os 140 cm, se apresentou negativa, não havendo a presença de qualquer vestígio arqueológico.

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3.10.

Dia 30/01/2014, Quinta-Feira

Deu-se continuidade à abertura das quadras NO 81.30 e NO 121.30, escavadas, respectivamente, até 220 e 180 cm de profundidade. Na primeira quadra, foram localizados vinte e três líticos aos 170-180 cm, sete aos 180-190 cm e três aos 190-200 cm; já na segunda, onde o solo, a partir dos 160 cm, se tornava areno-argiloso, pouco compacto e marrom-avermelhado claro, nenhum material arqueológico foi encontrado.

Foram abertas, também, duas quadras: a NO 71.40, até os 160 cm e onde foram visualizados materiais apenas nos níveis de 130-140 (dois líticos) e 140-150 cm (oito líticos), e a NO 81.40, que se aprofundando até os 180 cm, revelou o seguinte

Figura 12. Escavação arqueológica nas quadras NO 81.30 e 91.30.

Foto: EPPC, 2014.

Figura 13. Ponta de projétil encontrada entre os 100-110 cm da quadra NO 91.30.

Foto: EPPC, 2014.

Figura 14. Materiais arqueológicos oriundos do nível 50-90 cm da quadra NO 101.30.

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17 perfil: um lítico aos 90-100 cm; quatro aos 100-110 cm; sete aos 110-120 cm; nove aos 120-130 cm; quatro aos 130-140 cm; cinco aos 140-150 cm; e sete aos 150-150 cm.

3.11.

Dia 31/01/2014, Sexta-Feira

Foram abertas e trabalhadas as quadras NO 91.40, NO 101.40, NO 111.40, NO 121.40 e, também, NO 91.50. Todas as quadras foram escavadas, até os 90 cm, em dois níveis principais – 0-50 e 50-90 cm –; posteriormente, as quadras foram rebaixadas em níveis artificiais de 10 cm, atingindo uma fundura de 130 a 160 cm. As quadras escavadas apresentaram os seguintes resultados arqueológicos:

NO 91.40 – aberta até os 150 cm, foram evidenciados dois líticos aos

90-100 cm; seis aos 90-100-110 cm; seis aos 110-120 cm; e nove aos 120-130 cm.

NO 101.40 – aprofundada até os 160 cm, localizaram-se oito líticos aos

90-100 cm; cinco aos 90-100-110; onze aos 110-120 cm; e doze aos 130-140 cm.

NO 111.40 – trabalhada até os 140 cm, não foram identificados quaisquer

vestígios arqueológicos.

NO 121.40 – aos 70 cm de profundidade, ocorreu a presença de cinco

fragmentos cerâmicos filiados à Tradição Arqueológica Tupiguarani.

Figura 15. Início da abertura da quadra NO 71.40

Foto: EPPC, 2014.

Figura 16. Escavação da quadra NO 81.40.

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18 Além destas atividades, iniciaram-se os trabalhos de escavação no alinhamento NO de 50 metros com a abertura da quadra NO 91.50, situada em local terraplenado e recoberto por troncos e galhos. A quadra foi aprofundada até os 50 cm.

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4.

Resultados das Atividades Executadas

Esta primeira etapa de resgate do ano de 2014, desenvolvida exclusivamente no sítio Córrego Laranjeira 1 (BI07CLM-ST), resultou na abertura de 26 quadras no setor NO, que foram aprofundadas, em média, até os 130-140 e 140-150 cm, atingindo algumas 170, 180 e 220 cm. Com o a realização destes novos trabalhos, já foram escavadas, neste sítio, 129 quadras: 31 no Setor SE, 21 no Setor SO, 33 no Setor NE e 44 no Setor NO. Desta ampla quantidade de quadras, foram coletados até o presente momento 1544 materiais arqueológicos, com proeminência das peças líticas, que englobaram 79,02% do total (1220 materiais), e dos fragmentos cerâmicos, que atingiram um percentual de 20,60% (318 materiais). Além destes vestígios, foram coletadas cinco telhas francesas (0,32%) e um fragmento vítreo (0,06%).

Gráfico 1. Materiais arqueológicos, por quantidade, setor e classificação, no sítio Córrego Laranjeira 1. 0 200 400 600 800 1000 1200 SE SO NE NO Lítico Cerâmico Outros

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20 Os vestígios arqueológicos até o momento resgatados trazem à tona elementos essenciais para a (re)construção e reflexão acerca do passado ameríndio e de seu mosaico sociocultural, muitas vezes ocultado e silenciado pelos discursos históricos propagados pela historiografia tradicional. Este amplo mosaico, constituído por diversas populações caçadoras-coletoras e agricultoras que lá se estabeleceram em tempos antigos e muito antes da chegada de qualquer europeu aos trópicos, é um importante exemplo de como homens e mulheres viviam nas terras que posteriormente seriam conhecidas como brasilianas, possibilitando o saber de cotidianos, formas de viver e, sobretudo, relações entre homens e ecossistemas regionais.

A Arqueologia, questionando visões e rompendo as barreiras estabelecidas pelo tradicionalismo histórico e pelo etnocentrismo, vêm tirando, paulatinamente, o indígena de sua posição de mero, obscuro e silenciado expectador, transformando-o em prtransformando-otagtransformando-onista, prtransformando-oduttransformando-or e agente ativtransformando-o de sua própria história. Assim sendtransformando-o, as antigas populações indígenas, através de seus vestígios materiais, libertam-se da homogeneidade a partir da qual foram por muito tempo tratadas e elucidadas, se tornando culturalmente muito mais ricas, heterogêneas e abrangentes.

07 de fevereiro de 2014

Antônio Cavalheiro

Historiador e Arqueólogo M.Sc. Coordenador do Projeto

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