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ASPECTOS SOCIOESPACIAIS DOS CONJUNTOS HABITACIONAIS NO MUNICÍPIO DE GLÓRIA DE DOURADOS MS.

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Autora: Graciele da Silva Neiva Co-autora: Flaviana Moraes Pego dos Santos Orientador: Prof. Dr. Marcos Kazuo Matushima Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul-UEMS E-mail: cieleneiva@hotmail.com E-mail: flavinha-miga@hotmail.com ASPECTOS SOCIOESPACIAIS DOS CONJUNTOS HABITACIONAIS NO

MUNICÍPIO DE GLÓRIA DE DOURADOS – MS.

OBJETIVO GERAL

 Analisar os papéis ausentes na pequena cidade que obriga ao deslocamento de moradores para cidades de maior porte (no caso, Dourados, a cidade média mais próxima).

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Verificar a realidade dos conjuntos habitacionais quanto à existência de meios de consumo coletivos (infra-estrutura, equipamentos e serviços urbanos).

 Analisar a relação entre a produção dos conjuntos habitacionais e os papéis urbanos existentes e ausentes na pequena cidade, condicionando os moradores a buscar seu atendimento em outras cidades (especialmente Dourados).

 Compreender as atividades profissionais que desempenham.

METODOLOGIA

A metodologia utilizada baseia-se em levantamento bibliográfico sobre a questão habitacional e urbana, e também buscamos informações em publicações de diversas naturezas (livros, revistas, jornais) que abordam a história da região e do município de Glória de Dourados.

Também foram feitas visitas nos conjuntos habitacionais e aplicado um breve questionário com amostra de 50% nos conjuntos menores (Alto da Glória I e II e a Nova Glória, já o BNH por ser o maior obtivemos uma amostra de 26%, esse questionário foi aplicado com o objetivo de conhecer melhor a população dos conjuntos habitacionais, e após coleta dos dados organizamos as informações nos textos e gráficos dos conjuntos pesquisados.

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INTRODUÇÃO

A partir do século XX, o processo de urbanização brasileira ocorreu de forma rápida, devido principalmente às migrações internas e externas, que contribuíram para a integração do mercado de trabalho nacional. Outro grande impulso que estimulou o processo de urbanização foi o desenvolvimento da industrialização. O modelo de desenvolvimento econômico brasileiro esteve, na maioria das vezes, associado a um modelo econômico excludente, articulado também à concentração de terras, pois durante séculos foi um país agrário. (MARICATO, 2001).

No entanto a urbanização não pode ser compreendida sem o entendimento do processo de industrialização da agricultura, pois houve uma verdadeira expulsão dos trabalhadores rurais do campo, gerando assim um fluxo migratório denominado de êxodo rural (OLIVEIRA, 1990).

Portanto no Brasil, essa urbanização intensa acarretou grandes mudanças na distribuição demográfica de seu território. De acordo com Abrahão (2009) “O processo de urbanização representa um fator crucial das sociedades capitalistas. Nele reproduz-se uma lógica permanente de hierarquização do espaço, que é processada de forma desordenada e perversa em grande parte do território brasileiro.” Dispersa e heterogeneamente distribuída pelo espaço rural, sua população passa a confluir para as cidades, sendo esta movimentação diretamente associada às transformações na estrutura produtiva, à concentração de oportunidades de trabalho e serviços nas cidades, aos investimentos predominantemente urbanos, às inovações tecnológicas, entre outros.

Em virtude da mecanização do campo e do histórico processo de concentração de terras, assistiu-se, até meados dos anos 1990, uma verdadeira expulsão dos trabalhadores rurais, que buscaram as cidades. Esse fato implica no aparecimento de grandes concentrações urbanas e conseqüentemente, esvaziamento das áreas rurais e pequenos centros. (FERREIRA, 2009, p2)

Para Sposito, “[...] a urbanização acelerada nos países de economia dependente e suas cidades, manifestam todo tipo de problemas, relacionados ao “inchaço” populacional que vive”. Pois esses problemas são decorrentes dos movimentos migratórios ocorrido entre o campo e a cidade (1991, p 70).

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A proposta desse projeto de pesquisa é realizar um estudo sobre os aspectos sócio espaciais dos conjuntos habitacionais do município de Glória de Dourados-MS, verificar a articulação entre a produção de conjuntos habitacionais financiados com recursos públicos e os setores de atividades que mais empregam os moradores, se são atividades ligadas ao rural ou ao urbano.

Discutir a articulação entre Glória de Dourados (cidade de porte pequeno) e Dourados (cidade porte médio no Estado de Mato Grosso do Sul), verificando quais as funções urbanas que os moradores necessitam buscar nesta cidade, em razão da ausência de papéis urbanos pela ausência de serviços médicos, educacionais (Ensino Superior, Ensino Médio e até mesmo Fundamental) e comércios mais sofisticados e outros.

1- Um breve histórico do Município de Glória de Dourados

O Município de Glória de Dourados foi instalado em 1963, localizando-se na microrregião de Iguatemi e na mesorregião do Sudoeste de Mato Grosso do Sul. Originou-se a partir da Colônia Agrícola Nacional de Dourados (CAND) em 1955, com a chegada dos primeiros colonos que deram início ao desbravamento da região.

No entanto foi em 2 de maio de 1956 que surgiu a cidade de Glória de dourados, seu nome originou-se a partir de uma solenidade composta pela presença dos padres amadeu Amadori e José Aguiar, sendo o padre José aguiar o primerio orador, ao encerrar a missa disse “esta ainda será a Glória de Dourados”, foi assim que foi confimado o nome da cidade (LIMA, 1982, p.18). De acordo com Azevedo “[...] o dia 27 de dezembro de 1956, que a Administração da Colônia Federal havia designado para a data de fundação “Oficial” [...] da cidade. (1994, p. 13). Apartir de então surgiu o nome da cidade e no mesmo ano foi marcado a fundação oficial.

Por ser uma cidade pequena ocorreu a intensificação de diversas atividades complemetares que objetivavam atender à demanda dos moradores das zonas rurais e também aos novos fluxos de pessoas, mercadorias e capitais. Assim houve a instalação de bares, galpões, armazéns, depósitos, bem como de empresas de beneficiamento dos produtos agropecuários, lojas, comércios, etc.. As populações sobrevivem em sua maior parte dos meios de subsistências do campo (BERNARDELLI e MATUSHIMA, 2009)

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O município de Glória de Dourados-MS está localizado na região centro-oeste, na porção centro sul no Estado de Mato Grosso do Sul, faz divisa com os municípios de Ivinhema a leste, Deodápolis a norte, Fátima do Sul e Vicentina a oeste e Jateí a sul. Encontra-se situado a 220 Km da capital do Estado (Campo Grande).

Apresenta como principal característica a atividade agropecuária, com destaque para a pecuária leiteira e de corte, a produção de mandioca, de soja e milho, entre outros. O setor comercial e de serviços da cidade atende especialmente os moradores do município e parcela expressiva destes trabalham no campo e em cidades que apresentam papéis urbanos mais expressivos.

O município possui atividades econômicas de pouco destaque, e as maiores opções de trabalho estão ligados ao setor agropecuário, ao comércio local e às administrações públicas (municipal e estadual). Possui um contingente populacional de 9.644 segundo a contagem populacional realizada em 2007, ou seja, trata-se de uma pequena cidade, que apresenta um conjunto restrito de papéis e atividades econômicas que geram receitas tributárias, emprego e renda aos seus habitantes. (OLIVEIRA, 2008).

Nas últimas décadas o município tem perdido habitantes, isso se deve pelo fato de o município ter oferta de empregos insuficientes para a população. Assim, muitos habitantes vêem-se obrigados a mudarem para outras cidades em busca de emprego e melhores condições de vida.

Cada cidade tem características diferentes tanto em suas dimensões como na paisagem. Segundo Carlos “As cidades possuem diferentes dimensões e paisagens. Elas são centros de decisões e possuem mercados (comércio, indústrias, trabalhadores, etc.) com dinâmica própria” (2005, p. 22).

Ainda sobre a cidade convém destacar que ela impõe aos cidadãos estilos de vida que variam de acordo com a renda de cada um, ou seja, o espaço é apropriado de diferentes formas conforme o interesse, a necessidade e, sobretudo, a capacidade de pagar de cada indivíduo (SPOSITO, 2004 p.25). Assim, a análise da questão da moradia não foge da discussão sobre a propriedade privada da terra, pois a terra urbana na economia capitalista é uma mercadoria acessível apenas a uma parcela da população.

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É nesse contexto que os trabalhadores sem renda suficiente e aqueles que não têm renda (os que estão fora do “mundo do trabalho”), por não possuir dinheiro para obter a casa/moradia, são empurrados para as periferias ou áreas desprovidas de meios de consumo coletivos na cidade.

Porém, são muitos os obstáculos existentes para a satisfação desta necessidade tão básica. Rodrigues (2001) alerta que ao considerarmos o “déficit habitacional” não devemos nos esquecer que este não é decorrente exclusivamente da falta de moradia, pois cotidianamente imóveis são ofertados no mercado, para compra ou aluguel. A origem desse “déficit” ocorre em razão do baixo poder aquisitivo de uma parcela expressiva da população que se encontra à margem do mercado habitacional.

Para muitos, o chamado “déficit habitacional” é atribuído ao fato da construção de moradias não satisfazer o ritmo do crescimento populacional, porém não devemos desprezar as contradições de classes para entender essa questão, ou seja, a “mercadoria” casa está disponível a quem pode pagar por ela, ou seja, a questão se baseia na relação entre proprietários e não proprietários. (RIBEIRO e PECHMAN, 1983)

Porém, é certo que a maioria desta população apresentava limitações para inserção no mercado de trabalho urbano, além do fato dos baixos salários recebidos, o que contribuiu para a ampliação do denominado “déficit habitacional”, da ocupação periférica e das ocupações irregulares (favelização e loteamentos “clandestinos”) (MARICATO, 2001).

Devemos no ater no fato de que isso não acontece apenas nas metrópoles e cidades médias, mas também em cidades de porte pequeno no caso aqui específico do município de Glória de Dourados – MS, que possui 9.644 habitantes, e que mesma possui em média 272 unidades habitacional e 30 unidades em construção, e, no entanto não foram supridas suas necessidades habitacionais, há pessoas morando em lugares inadequados, desprovidos de higiene, ou seja, em condições precárias, pois a família não tem a condição de adiquiri- la ou alugá-la no mercado formal, sendo obrigada a morar em local inadequados. Afirma-nos Ribeiro e Pechman (1983) que

A “informalidade” na construção de cortiços e estalagens, que desrespeitam qualquer norma de construtibilidade, de higiene, de aeração, de insolução, de distribuição espacial e de arranjos internos era, na verdade, o segredo do seu sucesso. Á possibilidades de alugar uma moradia mais barata que as oferecidas no mercado contrapunha-se a aceitação da degradação da

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qualidade da habitação, devida tanto ás suas precárias condições de construção [...] (p. 49-50).

A construção da moradia no mundo capitalista é de acordo com seu “bolso”, ou seja, a moradia é definida pelo seu poder aquisitivo, quem tem dinheiro pode comprar em local com boas infra-estrutura e quem não tem o dinheiro é obrigado ir para as periferias da cidade aonde a moradia é mais barata, no entanto é desprovido quase totalmente de infra-estrutura e os que não pode pagar tem a obrigação morar em lugares inadequados e irregulares para morar.

3 – Espaço e políticas dos conjuntos habitacionais

É a partir dos anos 1960 que nas cidades brasileiras manifesta-se a questão habitacional, em função do crescimento das periferias, pois as cidades expandem-se em passos largos, advindo vários problemas de habitação, a partir de então as políticas publicas se mobilizam para a construção de conjuntos habitacionais.

Os conjuntos habitacionais constituem de moradores para a reprodução da força de trabalho, no caso do município em pesquisa essa reprodução é realizado no campo e em cidades vizinhas e até mesmo no próprio município. Enquanto sua forma, cada financiadora utiliza uma padronização nas casas, ruas e do espaço públicos (sempre construído distante do centro, ou seja, área periférica). De acordo com Depieri:

As políticas habitacionais, especialmente aquelas voltadas às parcelas da sociedade de menor poder aquisitivo, colaboram para o crescimento horizontal da cidade, muitas vezes contraditoriamente estimulando a especulação imobiliária, já que a implantação de conjuntos habitacionais em áreas distantes do tecido urbano mais compacto das cidades acaba por gerar os chamados “vazios urbanos” (2008, p. 34).

Foi apartir dos anos de 1980 que começaram a ser implantadas políticas habitacionais no município de Glória de Dourados-MS, dando início em 1985 com a construção do primerio conjunto habitacional. Até o momento o municipio possui 04 (quatro) conjuntos habitacionais e 01 (um) em implantação. Apesar de terem 272 unidades construídas, as mesmas ainda não supriu as necessidades habitacionais, há pessoas morando em lugares de riscos e habitação indequadas.

Uma breve descrição dos conjuntos habitacionais em estudo:

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no período de atuação do BNH, com a construção do maior Conjunto Habitacional do município. O conjunto habitacional BNH, construído em 1985 possui 160 unidades, está localizado no lado leste do municipio.

No ano de 1994 o municipio recebeu recursos para a habitação, com esse recurso o municipio obteve a parceira do governo estadual (CDHU), a partir deste ano não existia mais recursos para habitação de nivel federal, o conjunto foi implantado nos anos de 1994 e 1995, conhecido como conjunto habitacional Nova Glória, possuindo 75 unidades, localizado na lado oeste da cidade.

Entretanto somente no ano de 2006 e 2007 o município foi novamente contemplado com recursos de produção de moradia popular, o mesmo teve parceiras da União (CEF) e do Estado, nestes dois anos foram implantado dois conjuntos (Alto da Glória I e Alto da Glória II), sendo um implantando no ano de 2006 e o outro em 2007, esses dois conjuntos tem menores quantidades de casas em comparações com os anteriores. O Alto da Glória I possui 19 unidades habitacional e o conjunto habitacional Alto da Glória II, possui 18 unidades, ambos localidos no lado leste do municipio, interessante é que esses dois conjuntos são separados por uma rua, ou seja, que não conhecer diz que é apenas um conjunto.

No ano de 2009 o municipio foi novamente contemplado com recursos e com parcerias do Estado (AGEHAB/MS, SEHAC) a qual esta desde 2009 com a implantação do conjunto habitacional Nova Glória II, o mesmo está em fase de acabamento. . Esse conjunto está sendo implantado ao lado do conjunto habitacional Nova Glória I, ambos separados por uma rua.

FONTE: Pesquisa de campo dos conjuntos habitacionais. ORG: Graciele da Silva Neiva, 2010.

De acordo com os dados coletado da pesquisa de campo pode-se constastar que no conjunto habitacional Alto da Glória I, o o setor de ocupação que existem uma maior

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concentração de trabalhadores está comércio e outros setores (doméstica e dono de bar).o conjunto Alto da Glória II a maior concentração de ocupação está no setor da agricultura, pois 70% dos moradores são diarista trabalhando em vários setores (carpiteiro, campeiro e na lavoura). Segundo as falas de vários pesquisadores que trabalham no setor de diarista qualquer serviço que aparece na área da agricultura eles fazem.

Esses dois conjuntos habitacionais são mais antigos em comparaçao com os anteriores, constatamos que no conjunto Nova Glória I, sua maior concentração também está na agricultura, já o conjunto BNH, quase 50% são aposentado, com os dados da pesquisa pode observar que nesse conjunto por ser o mais antigos 73,33% disseram que foram comprado desta quantidade pode observar que 50% é o quinto dono da casa. Entretando a maior parte de quem comprou essas casas foram os aposentados que segundo eles comparam a casa no conjunto habitacional devido o preço ser acessivel.

Em geral quando comparado todos os conjuntos habitacionais temos que mais de 50% do setor de ocupaçõ estão ligados nas atividades rurais. Por ser um município de pequeno porte suas atividades locais como o comércio e o setor público não consegue empregar essas pessoas, o que obrigam morar na cidade e trabalhar nas atividades rurais.

Apesar de o poder público investir em unidades habitacionais nas cidades de pequeno porte no caso específico do município de Glória de Dourados – MS, muitas das pessoas que realmente necessitam da moradia não são atendidas, pois muitos desses moradores não possuem a comprovação de renda exigida para participar da seleção das unidades habitacionais, ficando fora desse processo de seleção. De acordo com Faria (2009), a respeito da habitação nos conjuntos habitacionais se torna complicado para a população de baixa renda, que não possui comprovação de renda.

No que se refere á habitação, há tempos que os conjuntos habitacionais são implantados e carregam consigo o discurso da solução para a falta de moradia. No entanto, quando consideramos a parcela da população que não possui recurso financeiro (ou que não pode aferir renda pelo emprego ou trabalho), a possibilidade de habitar uma casa em um conjunto habitacional é remota, pois a grande maioria desses projetos está condicionada a financiamentos, que exigem a comprovação de renda. Essa condição impede o acesso daquela que, a princípio, seria a parcela da população mais necessitada de ser atendida por projetos habitacionais. (p. 137)

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Através da visita nos conjuntos habitacionais pode ser observado que há falta do poder público ao apresentar propostas para atender as necessidades da população de menor poder aquisitivo.

4 - O papel da cidade de Dourados enquanto pólo regional

O município de Dourados está localizado na latitude 22°13'18.54"S e longitude 54°48'23.09” O, na região centro-oeste, na porção centro sul no Estado de Mato Grosso do Sul, está próximo à divisa com o estado do Paraná e próximo à fronteira com o Paraguai. Encontra-se situado a 220 km da capital do Estado (Campo Grande).

Dourados era povoado por indígenas, no entanto em 1909 cerca de 50 pioneiros iniciaram a construção de um patrimônio. Pelo decreto estadual de nº 30 de 20 de dezembro de 1935

,

foi oficialmente criado o município de Dourados, desmembrado de Ponta Porá (GRESSLER, 1988).

A população de Dourados vem aumentando de forma constante, esse aumento foi e é provocado pelos imigrantes de pessoas oriundas de várias localidades próximas e também de outros estados como São Paulo, Rio Grande do Sul e entre outros. Devido a essas migrações, o setor urbano vem se evoluindo de forma intensa, tornando-se uma cidade pólo na porção sul do Estado do Mato grosso do Sul. Segundo Gressler

O centro regional de Dourados destaca-se dos demais centros do estado com exceção de Campo Grande – capital administrativa, pelo grau de fluxos que matem com grande parte da população de outros municípios. Sua zona de influência atinge toda a extremidade sul e sudoeste do Estado, estando-lhe subordinado:

- o centro regional de Fátima do Sul. Cuja zona de influência abrange o centro regional de Glória de Dourados e os Municípios de Jateí e Deodápolis; - [...] (1988, p. 142).

Por ser uma cidade que possui vários papéis importantes, os municípios vizinhos buscam soluções nessa cidade, soluções essas voltadas para as questões de saúde, educação, comércios, serviços gerais (equipamentos agropecuários, matérias de construções entre outros) e lazer.

A relação que este municipio Glória de Dourados (cidade pequena) tem com a cidade de Dourados (cidade médias comparado em nível do estado de Mato Grosso do Sul), foi constado que 50% dos moradores dos conjuntos habitacionais buscam em setor de saúde na

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cidade de Dourados, segundos eles por ter maior especialização e equipamentos hospitares médicos sofisticados e pessoas especializadas isso se deve devido o município na maiorias das vezes por ser pequeno não possui equipamentos de saúde e pessoas especializadas para determinada área.

5. Considerações Finais

A partir das leituras realizadas acerca do tema desta pesquisa, podemos afirmar que o processo de industrialização redefiniu o espaço urbano em todas as cidades brasileiras, seja ela pequena, média ou grande. O espaço urbano é resultante desse processo de produção e reprodução social, o capitalismo é que define o local da moradia, ou seja, vai depender das possibilidades de consumo de cada pessoa o direto da escolha de local que possua mais infra-estrutura.

Foi a partir da industrialização que as cidades passaram a receber um grande contingente de pessoas, modificando a estrutura social existente. No entanto as cidades não tinham estrutura física para receber esse contingente de pessoas, gerando um déficit habitacional.

Devido à procura intensa de áreas urbanas, o mercado de terra urbana se valoriza, favorecendo aqueles que podiam pagar pela infra-instrutora urbana, e aqueles que não podiam pagar que acabaram indo para os locais desprovidos de infra-estrutura, áreas de riscos, foi nesse momento que se intensifica o processo de segregação sócio-espacial nas cidades.

Portanto, pode-se concluir que as políticas públicas de habitação não atingiram seus objetivos estabelecidos, que é resolver o problema de moradia para toda a população. Através da visita podemos constatar que tal política beneficiou apenas uma parcela da população, pois as parcelas mais pobres da população acabaram por não ter acesso a infraestruturas urbana adequada.

6 - Referências bibliográficas

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