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Substrato Composto por Húmus de Minhoca e Areia na Produção de Mudas de Alface.

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Academic year: 2021

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Substrato Composto por Húmus de Minhoca e Areia na Produção de

Mudas de Alface.

Fabrício Rossi1,2; Paulo César Tavares Melo1; Keigo Minani1; Edmilson José

Ambrosano2; Nivaldo Guirado2; Glaúcia Maria Bovi Ambrosano3; Eliana Aparecida

Schammass4; Paulo Cesar Doimo Mendes2; Rogério Haruo Sakay2; Fernando Augusto

Tassani Bréfere2. (1) ESALQ-USP, Departamento de Produção Vegetal, Av. Pádua Dias, 11, 13418-260,

Piracicaba - SP, rossi@merconet.com.br; (2) DDD/APTA – Pólo Regional Centro Sul, Cx.Postal 28, 13400-970, Piracicaba – SP; (3) FOP-UNICAMP, Av. Limeira, s/n, 13418-018, Piracicaba – SP; (4) Instituto de Zootecnia.

RESUMO

O substrato exerce uma influência marcante na arquitetura do sistema radicular e no estado nutricional das plantas, afetando profundamente a qualidade das mudas. O objetivo deste trabalho foi o de viabilizar a produção de mudas de alface em substrato de húmus de minhoca produzido a partir do composto orgânico Ecosolo®. O melhor desenvolvimento das

mudas ocorreu em substrato na proporção de 75% húmus e 25% de areia.

Palavras-chave: Lactuca sativa, substrato, húmus, mudas, alface. ABSTRACT

Growing media prepared with vermicomposting and sand in the production of lettuce seedlings.

The growing media has vital influence in the architecture of the radicular system and in the nutrition seedlings, affecting their quality deeply. The aim of this work was to make possible the production of lettuce seedlings in growing media prepared with vermicomposting from the organic Ecosolo® compost. The best development of the seedlings was observed with growing media prepared with proportion of 75% humus and 25% sand.

Keywords: Lactuca sativa, substratum, vermicomposting, seedlings, lettuce.

A produção de mudas de hortaliças constitui-se numa importante etapa de cultivo em sistemas hortícolas, pois dela depende o desempenho da planta, tanto nutricionalmente quanto no tempo necessário para a produção e, conseqüentemente, no número de ciclos produtivos executados por ano (Carmello, 1994). Uma muda má formada dá origem a uma planta com produção limitada (Sganzerla, 1995). Dentre os sistemas de produção de mudas, o uso de bandejas de isopor tem se mostrado eficiente sob diversos aspectos, como

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economia de substrato e de espaço dentro da casa de vegetação, menor custo no controle de pragas e doenças, produção de mudas de alta qualidade e de alto índice de pegamento após o transplante (Oliveira et al., 1993 citado in Pagliarini et al., 2003).

O substrato exerce uma influência marcante na arquitetura do sistema radicular (Spurr & Barnes, 1982) e no estado nutricional das plantas, afetando profundamente a qualidade das mudas (Carneiro, 1983). Substrato é definido, em horticultura, como um meio físico, natural ou sintético, onde se desenvolvem as raízes das plantas que crescem em um recipiente, com volume limitado (Ballester-Olmos, 1992 citado in Salvador, 2000). Dentre as qualidades que se espera de um substrato, pode-se citar: características físicas e químicas constantes; baixa densidade; boa capacidade de retenção de água e aeração; não se alterar quando submetido à esterilização; ser um meio rico em nutrientes com pH próximo a neutralidade; ser livre de pragas, doenças e propágulos de plantas daninhas entre outras.

O composto orgânico Ecosolo® é produzido através de resíduos industriais em mistura

com restos vegetais de elevada relação C/N através de um sistema de aeração forçada. Esse sistema permite a obtenção de um composto orgânico com qualidades físicas, químicas e biológicas comprovadas, sendo o produto certificado pelo Instituto Biodinânico (IBD). O composto orgânico após bioestabilizado pela ação das minhocas produz um vermicomposto ou húmus de excelente qualidade. Desse modo, os objetivos deste trabalho foram: a) viabilizar a produção de mudas de alface em substrato originado a partir do composto orgânico Ecosolo®; b) determinar qual melhor proporção húmus de minhoca e

areia para produzir mudas de alface.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agroenegócios do Centro Sul (DDD/APTA), em Piracicaba – SP. O delineamento foi o inteiramente casualisado. Os tratamentos foram compostos de cinco níveis de húmus de minhoca (Tabela 1) produzido a partir do composto orgânico Ecosolo: 100%, 75%, 50%,

25% e 0% volume/volume, sendo o outro componente do substrato areia lavada. Foram feitas quatro repetições por tratamento, sendo cada parcela constituída por meia bandeja de isopor de 128 células, não sendo utilizado as duas fileiras centrais para fins de avaliação. As bandejas foram semeadas com a cultivar “Elisa” no dia 15 de outubro de 2003. As mudas foram avaliadas aos 15, 20 e 25 dias após semeio, sendo determinados o peso de matéria seca da parte aérea e da raiz, altura da muda e comprimento da raiz de 10 plântulas de cada repetição. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso com 5 tratamentos e 4 repetições, avaliados aos 15, 20 e 25 dias após semeio.

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Os dados foram analisados através dos procedimentos MIXED e medidas repetidas no tempo (Repeated Measures) (Littell et al., 1998), do programa SAS (Statistical Analysis

System), SAS Institute (1997), a fim de se determinar a melhor estrutura de matriz de variância e covariância. O nível de significância adotado para a análise de variância foi 5%. Para os efeitos significativos, foram realizados testes de comparação de médias, através do comando LSMEANS, utilizando-se o teste de Tukey – Kramer, ao nível de significância de 5%. As interações significativas foram desdobradas de acordo com os fatores envolvidos.

Tabela 1 - Resultado de Análise de Material Orgânico – Húmus*

Determinações Umidade Natural Base Seca (110oC)

pH em CaCl2 5,1

-Densidade 0,64 g/cm3

-Umidade perdida a 60-65oC 51,75%

-Umidade perdida entre 65 e 110oC 2,36%

Umidade total 54,11%

Matéria orgânica total (combustão) 18,52% 40,36%

Matéria orgânica compostável 7,61% 16,58%

Matéria orgânica resistente a compostagem 10,91% 23,77% Carbono total (orgânico e mineral) 10,29% 22,42%

Nitrogênio total 0,53% 1,15%

Fósforo (P2O5) total 0,90% 1,96%

Potássio (K2O) total 0,17% 0,37%

Cálcio (Ca) total 1,73% 3,77%

Magnésio (Mg) total 0,21% 0,46%

Enxofre (S) total 0,14% 0,31%

Relação C/N (C total e N total) 20/1 20/1

Relação C/N (C orgânico e N total) 8/1 8/1

*Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” Departamento de Solos e Nutrição de Plantas

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com relação à altura das mudas de alface análise estatística revelou efeito de tratamento (p=0,0001), épocas de avaliação (p=0,0001) e interação entre tratamento e época de avaliação (p=0,0068).

Ao 15o dia de avaliação após semeio da alface, com relação à altura das plantas, as

plântulas do tratamento com 75% de húmus de minhoca foram superiores as demais. Essa diferença desapareceu aos 20 dias em relação aos tratamentos 100% e 50% de húmus, mas tornou a reaparecer na avaliação no 25o dia. Com exceção do tratamento que só havia

areia, que entre as avaliações do 20o e 25o dia não apresentou diferença significativa, os

demais tratamentos proporcionaram ao longo das avaliações um aumento significativo da altura das mudas de alface (Tabela 2).

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Tabela 2 – Altura da Mudas de Alface.

Tratamentos Época (dias)

Húmus Areia 15 20 25 Média

mm ---100% 0% 26,87 cC 53,01 AB 67,23 bA 49,03 75% 25% 39,77 aC 61,32 AB 84,48 aA 61,86 50% 50% 32,67 bC 51,48 AB 58,58 bcA 47,58 25% 75% 24,68 cC 37,47 BB 46,25 cdA 36,09 0% 100% 23,88 cB 32,48 BA 38,34 dA 31,57

Médias seguidas de mesmas letras minúsculas, nas colunas, não diferem entre si (p>0,05). Médias seguidas de mesmas letras maiúsculas, nas linhas, não diferem entre si (p>0,05).

Com relação ao comprimento das raízes das mudas de alface a análise estatística revelou efeito de tratamento (p=0,0001) e épocas de avaliação (p=0,0001), mas não houve significância da interação entre tratamento e as épocas de avaliação (p=0,2303).

Não houve diferença do comprimento das raízes das mudas de alface entre os tratamentos de 100% e 50% de húmus de minhoca, e entre os tratamentos de 50% e 75% de húmus. O menor comprimento de raízes foi obtido no tratamento de 100% de areia (Tabela 3).

Tabela 3 – Comprimento de Raiz das Mudas de Alface.

Tratamentos Época (dias)

Húmus Areia --- mm ---15 20 25 Média

100% 0% 53,85 69,42 69,62 63,20 a

75% 25% 40,52 57,96 69,47 55,98 b

50% 50% 42,95 61,82 69,32 58,03 ab

25% 75% 39,61 49,36 60,55 49,84 c

0% 100% 32,23 38,71 53,76 41,57 d

Médias seguidas de mesmas letras minúsculas, nas colunas, não diferem entre si (p>0,05). Médias seguidas de mesmas letras maiúsculas, nas linhas, não diferem entre si (p>0,05).

Com relação à massa seca da parte aérea da alface a análise estatística revelou efeito de tratamento (p=0,0001), épocas de avaliação (p=0,0001) e interação entre tratamento e época de avaliação (p=0,0068).

Ao 15o dia de avaliação após semeio da alface, em relação à massa seca da parte

aérea, as plântulas do tratamento com 75% de húmus de minhoca foram superiores as demais. Esta diferença desapareceu aos 20 dias em relação aos tratamentos de 100% de húmus, mas tornou a reaparecer na avaliação no 25o dia.

Nos tratamentos em que havia 100% e 75% de areia, entre as avaliações do 15o dia e

20o dia, houve um aumento da massa seca da parte aérea das plântulas, mas entre as

avaliações do 20o dia 25o dia houve uma diminuição (Tabela 4). Isso provavelmente ocorreu

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o substrato não conseguir fornecer os nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas. Nos tratamentos com 50%, 75% e 100% de húmus observou-se um ganho de massa seca ao longo do tempo (Tabela 4).

Tabela 4 – Massa Seca de Parte Aérea da Alface.

Tratamentos Época (dias)

Húmus Areia 15 20 25 Média

mg ---100% 0% 283,75 bB 4678,00 abA 5960,00 bA 3640,58 75% 25% 415,25 aC 4784,00 aB 8325,25 aA 4508,17 50% 50% 300,00 bB 699,25 dB 4429,25 bA 1809,50 25% 75% 252,75 bC 4149,03 bcA 1781,50 cB 2061,09 0% 100% 293,00 bC 4086,50 cA 1595,25 cB 1991,58 Médias seguidas de mesmas letras minúsculas, nas colunas, não diferem entre si (p>0,05). Médias seguidas de mesmas letras maiúsculas, nas linhas, não diferem entre si (p>0,05).

Com relação à massa seca das raízes da alface a análise estatística revelou efeito de tratamento (p=0,0001), épocas de avaliação (p=0,0001) e interação entre tratamento e época de avaliação (p=0,0001).

Ao 15o dia, não houve diferenças entre os tratamentos para a massa seca das raízes.

Na avaliação ao 20o dia não havia diferença entre os tratamentos com 100% de areia, 100 e

75% de húmus. Ao 25o dia a massa seca das raízes do tratamento com 75% de húmus foi

maior que dos demais tratamentos (Tabela 5), mesmo não tendo o maior comprimento (Tabela 4).

Nos tratamentos em que havia 100% e 75% de areia, entre as avaliações do 15o dia e

20o dia, houve um aumento da massa seca das raízes, mas entre as avaliações do 20o dia

25o dia houve uma diminuição (Tabela 5). A explicação para este fato, feita para a massa

seca da parte aérea, também tem validade neste caso. Nos tratamentos com 50%, 75% e 100% de húmus observou-se um ganho de massa seca ao longo do tempo (Tabela 5).

Tabela 5 – Massa Seca de Raiz da Alface.

Tratamentos Época (dias)

Húmus Areia 15 20 25 Média

mg ---100% 0% 142,50 aC 3924,25 aB 4587,0 0 bA 2884,00 75% 25% 103,00 aC 3786,36 aB 4947,50 aA 2945,62 50% 50% 114.75 aC 344,77 cB 690,54 cA 383,36 25% 75% 92,75 aC 3506,00 bA 483,25 cB 1360,37 0% 100% 91,50 aC 3766,25 aA 594,74 cB 1484,17 Médias seguidas de mesmas letras minúsculas, nas colunas, não diferem entre si (p>0,05). Médias seguidas de mesmas letras maiúsculas, nas linhas, não diferem entre si (p>0,05).

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O estudo inicial permitiu inferir que há possibilidade de se produzir mudas de alface de qualidade em substrato obtido a partir do composto orgânico Ecosolo® e que o melhor

desenvolvimento das mudas ocorreu em substrato na proporção de 75% húmus de minhoca e 25% de areia lavada.

LITERATURA CITADA

CARMELLO, Q.A. C. Nutrição e adubação de mudas hortícolas. In: MINAMI, K.; TESSARIOLI NETO, J.; PENTEADO, S.R.; SCARPARI, F.J. A produção de mudas

hortícolas de alta qualidade. Piracicaba: Gráfica Universitária de Piracicaba, 1994. p.75 a

93.

CARNEIRO, JG de A. Variações na metodologia de produção de mudas afetam os

parâmetros morfo-fisiológicos que indicam sua qualidade. Série técnica FUPEP, v.12, p. 9 a

54, 1954.

LITTELL, R.C.; HENRY, P.R.; AMMERMAN, C.B. Statistical analysis of repeated measures

data using SAS procedures. American Society of Animal Science, v.76, p.1216-1231, 1998.

PAGLIARINI, M.; AQUINO, A. M.; LEAL, M. A. Desenvolvimento de mudas de alface, para o cultivo orgânico, em diferentes tipos de substratos formulados a base de vermicomposto. In: Congresso Brasileiro de Agroecologia, 1., 2003, Porto Alegre, RS, 2003.1 cd-rom.

SALVADOR, E. D. Caracterização física e formulação de substratos para o cultivo de algumas ornamentais. ESALQ – USP, Piracicaba, 2002, 148p (Tese de Doutorado).

SAS/STAT. Softwares: changes and anhancements through release 6.12. SAS Institute Inc. Cary, NC. USA. 1997, 1167p.

SGANZERLA, E. Nova agricultura: a fascinante arte de cultivar com os plásticos. Guaíba: Agropecuária, 1995. 342p.

SPURR, S.H.; BARNES, B.V. Ecologia florestal. México: AGT, 1982.

AGRADECIMENTOS

Bioland Indústria e comércio de composto orgânico Ltda. CNPq, projeto no 520809/01-7

Referências

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