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PERGUNTAS E RESPOSTAS - DIVERSIDADE RELIGIOSA

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Academic year: 2021

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PERGUNTAS E RESPOSTAS - DIVERSIDADE RELIGIOSA 1. O que é a Diversidade Religiosa na SDH?

O Brasil é conhecido como um país de diversidades e pluralidades em vários aspectos, sejam estes culturais, étnicos, religiosos ou de própria biodiversidade. A diversidade religiosa é um dos componentes dessa diversidade brasileira. E, se, por um lado, no Brasil convivem em paz diferentes comunidades religiosas, por outro lado, convivemos com manifestações de desrespeito e violação dos direitos dos que professam religiões não hegemônicas ou que não professam religião alguma. Neste sentido, a SDH/PR tem assumido uma política de reconhecimento e respeito à diversidade religiosa, da garantia da laicidade do Estado e a superação da intolerância religiosa.

2. O que é a Assessoria da Diversidade Religiosa ?

A Assessoria da Diversidade Religiosa é a área da Secretaria de Direitos Humanos responsável pelo planejamento e pela articulação de políticas voltadas para a defesa e a promoção da liberdade religiosa no Brasil, o enfrentamento da intolerância religiosa e a promoção da laicidade do Estado.

Esta Assessoria foi criada pela Secretaria de Direitos Humanos/SDH/PR para viabilizar a operacionalização de inúmeras ações da área da diversidade, e, visando a demanda e a complexidade de tal dimensão, incluirá ações na transversalidade das políticas da Secretaria de Direitos Humanos, perpassadas pela Educação em Direitos Humanos, criança e adolescente, pessoas com deficiência, LGBT e diversidade sexual, gênero e políticas para mulheres, igualdade racial, democracia e Estado, laicidade, política internacional, concernentes com o Plano de Ação 2012-2015.

Assim, a SDH/PR abre um espaço de trabalho pautado pela transversalidade temática, pela metodologia integradora e pela articulação entre os poderes públicos e as organizações da sociedade civil na área da Diversidade Religiosa, garantindo uma resposta às demandas da sociedade.

As atribuições da Assessoria da Diversidade seriam as de ações da política de promoção e defesa da liberdade religiosa do país, acompanhando as respectivas políticas nas unidades da federação; coordenar as ações do Comitê Nascional de Diversidade Religiosa e implementar as ações programáticas da diversidade previstas no Programa Nacional de Direitos Humanos 3/PNDH-3; interagir com as diversas religiões no sentido de que possam contribuir para a superação de problemas sociais – como drogas, violência, pobreza, registro civil, analfabetismo – pelo respeito à diversidade e os direitos humanos e pela implementação da democracia no país; coordenar projetos de capacitação de educação em direitos humanos para a diversidade religiosa; promover debates sobre laicidade do Estado e liberdade religiosa; ensino religioso em escolas públicas, intolerância e violência religiosa; promover e coordenar publicações da área e promover eventos de diversidade religiosa

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O Comitê Nacional de Diversidade Religiosa foi criado e instalado em 30 de novembro de 2011 pela Ministra Maria do Rosário. E todavia ainda não tenha sido formalizado através de portaria e tampouco possua regimento interno, o Comitê é um dos referenciais para o trabalho de diversidade religiosa da SDH.

Considerando as deliberações do 1º Seminário de Diversidade Religiosa realizado pela Assessoria da Diversidade Religiosa, em 30 de novembro de 2011, a criação deste Comitê tornou-se uma proposta pertinente da SDH/PR em face da constatação de que há crescente intolerância em nosso país, especialmente em relação a determinados segmentos religiosos, como os cultos de matriz africana, gerando conflitos que, em boa medida, não vem encontrando respaldo nas instâncias nacionais para a garantia da liberdade religiosa e da laicidade do Estado.

Entende-se que este Comitê não é um grupo de diálogo inter-religioso, de ecumenismo ou de discussão de rituais, tradições e práticas religiosas, mas um grupo político para pensar políticas públicas para a diversidade religiosa. É um espaço de discussão da questão da diversidade religiosa, que inclui a intolerância, na perspectiva dos direitos humanos. É também um grupo para disseminar a cultura da paz, de acolhimento das denúncias e elaboração de ações políticas e de pensar estratégias sobre o papel do Estado na afirmação da diversidade religiosa, levando em conta os conflitos que estão na base social.

O Comitê Nacional de Diversidade Religiosa tem como principal função atuar em cooperação com a Secretaria de Direitos Humanos na elaboração de políticas de afirmação do direito à diversidade religiosa e na implementação das ações programáticas previstas no PNDH-3, no que tange ao livre exercício das diversas práticas religiosas, à promoção do respeito às diferentes crenças e convicções, à coibição da intolerância religiosa, ao reconhecimento das diferenças culturais e na afirmação da laicidade do Estado.

Para que os trabalhos na área da Diversidade Religiosa sejam desenvolvidos consoante ao que preceitua o PNDH-3 e dispositivos legais que fortalecem esta área, é de grande relevância para esta SDH/PR o estabelecimento desta instância consultiva para ajudar a responder às demandas das diversidades religiosas e dos direitos humanos, especialmente neste universo de intolerância e religiosa resultando em violência, conflitos e tensões sociais, e a fragilidade em que se encontra a garantia da laicidade do Estado.

Entre as propostas de ações, a prioridade seria a cooperação para implementar as políticas da SDH, sobretudo o que está previsto nas ações programáticas do PNDH-3.

4. Que orientações estão previstas no PNDH-3 para a Diversidade Religiosa O PNDH-3, em sua Diretriz 10, Objetivo Estratégico VI, trata do respeito às diferentes crenças, liberdade de culto e garantia da laicidade do Estado, prevendo um conjunto de Ações Programáticas para alcançar este Objetivo Estratégico, a saber:

a) Instituir mecanismos que assegurem o livre exercício das diversas práticas religiosas, assegurando a proteção do seu espaço físico e coibindo manifestações de intolerância religiosa.

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b) Promover campanhas de divulgação sobre a diversidade religiosa para disseminar cultura da paz e de respeito às diferentes crenças.

d) Estabelecer o ensino da diversidade e história das religiões, inclusive as derivadas de matriz africana, na rede pública de ensino, com ênfase no reconhecimento das diferenças culturais, promoção da tolerância e na afirmação da laicidade do Estado.

e) Realizar pesquisas populacionais relativas a práticas religiosas, que contenha, entre outras, informações sobre número de religiões praticadas, proporção de pessoas distribuídas entre as religiões, proporção de pessoas que já trocaram de religião, número de pessoas religiosas não praticantes e número de pessoas sem religião.

5. Que dispositivos legais existem no país para a diversidade religiosa e a laicidade do Estado?

Existem dispositivos na Constituição da República Federativa do Brasil como fundamento para garantia da inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, proteção aos locais de culto e de suas liturgias. Há ainda outras leis e recomendações para a aplicação dos diplomas legais, tais como: a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, (atualizada pela a Lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997, acrescentando parágrafo no art. 140 do Decreto-Lei n º2.848, de 7 de dezembro de 1940) dispõe que “serão punidos, na forma desta Lei os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”; a Lei nº11.635, de 27 de dezembro de 2007, que institui o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa; o Decreto nº 7.037, de 21 de Dezembro de 2009 (atualizado pelo Decreto 7.177, de 12 de maio de 2010) instituindo o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3); a Recomendação nº 010, de 20 de abril de 2012, da Plenária do Conselho Nacional de Segurança Pública (CONASP/MJ) a qual: “Recomenda que nos Boletins de Ocorrência, Termos Circunstanciados ou similares pelos órgãos de Segurança Pública, seja incluído campo ou espaço obrigatório onde possa identificar ou relacionar o crime perpretado ou investigado com a motivação ou conotação de intolerância religiosa”.

6. Em que consiste a Laicidade do Estado?

A perspectiva da laicidade do Estado implica em compreender que o espaço público abrange o espaço de fronteiras sociais entre diferentes grupos religiosos, cujo papel do Estado laico é agir como mediador de conflitos, de modo a não inferir as estruturas singulares do sagrado religioso, bem como, as religiosidades não confessionais.

O papel mediador do Estado Laico não pode conferir apoio às confessionalidades religiosas em suas particularidades, mas apoio para sua existência, de modo a garantir a liberdade de culto no espaço público. A laicidade do Estado não se contrapõe à religião, mas este tem o dever de assegurar a pluralidade religiosa. O Estado não tem sentimento religioso e, sendo laico, não deve estabelecer preferências ou se manifestar por meio de seus órgãos. Isso significa que o Estado não deve estabelecer preferências ou privilégios a alguma religião, mas

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garantir que todas as religiões possam conviver em igualdade, que as escolhas individuais sejam respeitadas, que ninguém seja perseguido ou discriminado por sua crença e que o espaço público seja assegurado como espaço de todos e todas.

Estado laico não significa Estado ateu ou intolerante à liberdade religiosa, mas a laicidade do Estado permite que cada pessoa decida se quer ou não seguir alguma crença religiosa. O que caracteriza o Estado laico é sua imparcialidade em relação às religiões. A laicidade é a garantia de um espaço democrático onde se articulam as diferentes filosofias particulares em todos os âmbitos da esfera pública e a garantia da liberdade de consciência, de crença e de culto.

7. Em que consiste a Intolerância Religiosa?

intolerância religiosa é um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas, discriminatórias e de desrespeito a diferentes crenças e religiões e que pode, em casos extremos, tornar-se em perseguição e violência. Sendo definida como um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana, a perseguição religiosa é de extrema gravidade e costuma ser caracterizada pela ofensa, discriminação, destruição de locais e símbolos sgarados e até mesmo atos que atentam à vida de um determinado grupo que tem em comum certas crenças.

As liberdades de expressão e de crença são asseguradas pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal e pela Constituição e, portanto, todas as pessoas devem ser respeitadas e tratadas de maneira igual perante a lei, independente da orientação religiosa ou por sua opção em não ter religião.

O Brasil é um país de Estado Laico, isso significa que não há uma religião oficial brasileira e que o Estado se mantém neutro e imparcial às diferentes religiões. Desta forma, há uma separação entre Estado e Igreja; o que, teoricamente, assegura uma governabilidade imune à influência de dogmas religiosos. Além de separar governo de religião, a Constituição Federal também garante o tratamento igualitário a todos os seres humanos, quaisquer que sejam suas crenças. Dessa maneira, a liberdade religiosa está protegida e não deve, de forma alguma, ser desrespeitada.

É importante salientar que a crítica religiosa não é igual à intolerância religiosa. Os direitos de criticar dogmas e encaminhamentos de uma religião são assegurados pelas liberdades de opinião e expressão. Todavia, isso deve ser feito de forma que não haja desrespeito e ódio ao grupo religioso a que é direcionada a crítica. Como há muita influência religiosa na vida político-social brasileira, as críticas às religiões são comuns. Essas críticas são essenciais ao exercício de debate democrático e devem ser respeitadas em seus devidos termos.

8. Em que consiste a Liberdade Religiosa?

A liberdade religiosa é um direito humano fundamental, sendo parte do direito à liberdade de expressão, consciência e opinião. A liberdade religiosa não dá direito de se sobrepor sobre as demais religiões como se a própria escolha individual fosse a única verdade religiosa possível e que a escolha das demais pessoas fosse menos importante ou não passível de ser respeitada. A partir do princípio do

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livre arbítrio, pressupõe-se que não se discrimine ou desconsidere as pessoas pela sua escolha religiosa e que se garanta o respeito pela liberdade religiosa, inclusive a liberdade de não aderir à crença alguma ou mesmo de professar o ateísmo ou o agnosticismo.

9. O que são Campanhas na Diversidade Religiosa?

São as Campanhas de divulgação sobre a diversidade religiosa para promover o respeito às diferentes crenças e que contribuam para a construção de uma cultura de paz, tolerância e respeito à diversidade. No momento, a SDH faz a campanha "Democracia, Paz, Religião - Respeite".

10. O que é a Pesquisa na Diversidade Religiosa?

É a realização de pesquisa que possam indicar a composição religiosa e as práticas religiosas significativas e a incidência de intolerância religiosa no contexto brasileiro, por meio de um mapeamento religioso.

11. O que é o mapeamento de Núcleos e Grupos de Pesquisa na área de Diversidade Religiosa?

É o mapeamento de núcleos e grupos de pesquisa que tratam de temas ligados à diversidade religiosa, religião e direitos Humanos, identificando a contribuição significativa para as articulações teóricas e subsídios para eventuais pesquisas necessárias para implementação das ações da SDH, inclusive, pelo incentivo a estudos e pesquisas sobre Diversidade Religiosa e Direitos Humanos.

12. O que são as Publicações na área de Diversidade Religiosa?

São publicações relacionadas à área da diversidade religiosa e que possam contribuir para a informação e a formação dessa temática em diversos âmbitos e grupos da sociedade, como comunidades religiosas, escolas, centros comunitários, centros de referência, órgãos públicos e profissionais de diversas áreas. São cartilha e CD-rom de Diversidade Religiosa, o caderno Diversidade Religiosa e Direitos Humanos com declarações internacionais concernentes a diversidade religiosa, cultura e princípios de tolerância e material da campanha pelo respeito à diversidade religiosa.

CARTAZ DE CAMPANHA

Democracia, Paz, Religião – Respeite

Reconhecer as diferenças, superar a intolerância, promover a diversidade

Campanha iniciada em novembro/ 2011, tem como foco o respeito à diversidade religiosa.

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CADERNO

Diversidade Religiosa e Direitos Humanos Diversidade Religiosa e direitos humanos: reconhecer as diferenças, superar a intolerância, promover a diversidade. organização STRÖHER, Marga Janete, BENEDITO, Deise, BORGES, Nadine Monteiro (Org.). Brasília, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, 2011, 72p.

Caderno que contém declarações internacionais concernentes à diversidade religiosa, cultura e princípios de tolerância e tópicos da legislação brasileira que asseguram o respeito à liberdade religiosa e a laicidade do Estado.

CARTILHA

Diversidade Religiosa e Direitos Humanos Edição revista. José Rezende Jr.(Texto). Brasília: União Planetária e Secretaria de Direitos Humanos, 2010.

Esta cartilha teve sua 1ª. Edição em 2005, sob coordenação do Centro de Referência em DH para a Diversidwde Religiosa (União Planetária) significa um marco da questão da diversidade religiosa para a SDH.

CD ROM

Diversidade Religiosa e Direitos Humanos Vídeo que acompanha a Cartilha.

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DECLARAÇÃO

‘’Declaração para eliminação de todas as formas de intolerância e discriminação com base em Religião ou Crença’’

13. O que são Programas Educativos?

Elaboração e veiculação de programas educativos sobre diversidade religiosa em diversos formatos, inclusive videográfico e radiofônico, com a inclusão da temática nos programas educativos ou outros, buscando articulação com o MEC e junto ao ao Comitê de Educação em Direitos Humanos/CEDH e à Coordenação-Geral da Educação em Direitos Humanos/CGEDH da SDH. Nestes programas serão veiculados conteúdos, temas e dados sobre liberdade e diversidade religiosa, visando a superação da intolerância e discriminação religiosa e a promoção dos respeito à liberdade religiosa e à laicidade do estado..

14. O que são materiais Educativos?

É a elaboração e veiculação de programas educativos sobre Diversidade Religiosa, consistindo na Produção de material educativo com linguagem didática, diversificada e acessível (como vídeos, histórias em formato de gibi ou de jogos didáticos) e que atenda diversos públicos e faixas etárias, incluindo o público infanto-juvenil, direcionados a educação em direitos humanos. Pressupõe ainda a produção de material em formato impresso e de outros mídias, com a inclusão da temática nos programas educativos ou outros, buscando articulação com MEC junto ao CEDH e à CGEDH da SDH.

15. O que são Eventos na área de Diversidade Religiosa?

É a realização de Seminários nacionais, regionais ou fóruns nacionais a partir de planejamento anual para a área. Estes eventos visam ampliar o debate e envolver a sociedade civil, possibilitando aprofundar a reflexão sobre a diversidade religiosa e a indicar de ações pertinentes para a área.

16. O que é a Educação Continuada para profissionais de diversas áreas e públicos diferenciados na Diversidade Religiosa?

É o processo da qualificação na temática da diversidade religiosa como direito humano, articulando a realização de capacitação de profissionais de diversas áreas e públicos para o respeito à diversidade religiosa, em parceria com outras

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áreas e ministérios. Pressupõe, ainda, a inclusão da temática da diversidade religiosa nos cursos de formação de diversos profissionais e agentes do Estado. 17. O que é a Educação Continuada na modalidade de Educação a Distância (EAD) em Diversidade Religiosa?

É o processo de realização de cursos na modalidade de educação a distância em diversidade religiosa e direitos humanos, em conjunto com a Coordenação-Geral de Educação em Direitos Humanos.

Pretende-se oferecer cursos em Diversidade Religiosa e Direitos Humanos para os profissionais da educação, em particular a professoras e professores de ensino religioso e outros profissionais que interagem no diálogo inter-religioso. Outro curso é o de Especialização em Ciências da Religião, com ênfase na formação de professores de ensino religioso, em articulação transversal com a CGEDH e em parceria com o Sinpro e a União Planetária e universidades públicas (como UNB, UFPB, UFTO).

18. Como se dará o processo de articulação interna e a transversalidade da Área de Diversidade Religiosa na Interface com as outras Áreas de Ação da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República?

Este processo pressupõe o entendimento da transversalidade e da interdependência dos direitos humanos e que abrange outras áreas da SDH (Educação em Direitos Humanos, LGBT, Crianças e Adolescentes, Pessoa com Deficiência) e os Centros de Referência, buscando estratégias e metodologias de ação, inclusive aliadas às campanhas de superação da intolerância e da violência religiosa.

Outra articulação importante é com a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, viabilizando a criação de um grupo de trabalho para traçar metodologias e procedimentos para lidar com a intolerância e a violência religiosa, inclusive para o Disque 100 e oferecendo a qualificação em diversidade religiosa para os atendentes do mesmo.

19. Qual é a forma de cooperação significativa do Comitê Nacional de Diversidade Religiosa para a Diversidade Religiosa da Secretaria de Direitos Humanos?

Inicialmente, contribuindo para a contextualização da situação da diversidade e da intolerância religiosa nos Estados/Regiões de acordo com o contexto de cada membro integrante do CNDR – composto pessoas que integram diversas comunidades da religiosidade brasileira e representantes de órgãos governamentais e universidades.

O CNDR, como órgão consultivo, contribui para a efetivação das ações programáticas do PNDH-3 e os respectivos desdobramentos nos diversos contextos da realidade nacional, bem como contribuindo para implementação da campanhas nacionais de respeito à liberdade religiosa e a criação de comitês estaduais/municipais de diversidade religiosa e apresentar propostas de ações para a agenda da Diversidade Religiosa da SDH.

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20. Como se processa a criação de Comitês de Diversidade Religiosa em âmbito Estadual?

A partir do Comitê Nacional de Diversidade Religiosa cujo funcionamento de prevenção e combate a Intolerância Religiosa, cuja atuação se dará pelas estratégias estabelecidas no Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) em seu Objetivo Estratégico VI: Respeito às diferentes crenças, liberdade de culto e garantia da laicidade do Estado e em sua recomendação “aos Estados e municípios e ao DF a criação de conselhos para a diversidade religiosa e espaços de debate e convivência para fomentar o diálogo entre estudiosos e praticantes de diferentes religiões”, consolidando-se, assim, uma política para estimular a Criação de comitês ou similares para a diversidade religiosa.

21. Existem comitês ou similares estruturados nos Estados da Unidade Federativa?

Oficialmente foram instalados em fevereiro, marco e abril de 2012, respectivamente, o Grupo de Trabalho de Enfrentamento à Intolerância Religiosa pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro, o Comitê de Diversidade Religiosa pela Secretaria de Estado de Justiça do Amazonas, e o Grupo de Trabalho para implementação do Comitê Estadual de Diversidade Religiosa e o Plano Estadual de Diversidade Religiosa pela Secretaria de Estado da Justiça, Direitos Humanos e Cidadania do Rio Grande do Sul.

22. Existem dispositivos legais em âmbito internacional que tratam de assuntos relacionados à Diversidade Religiosa?

Há declarações internacionais que dispõe sobre a liberdade religiosa. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu Artigo XVIII afirma que:

Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.

E a Convenção Americana de Direitos Humanos (1969, Pacto de São José de Costa Rica), que tem importância fundamental por fazer parte de nosso ordenamento jurídico, tendo sido ratificado pelo Brasil em 1992, protege de forma explícita e incisiva a liberdade de consciência e religiosa (Art. 12):

1.Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de religião. Esse direito implica a liberdade de conservar sua religião ou suas crenças. Ou de mudar de religião ou de crenças, bem como a liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças, individual ou coletivamente, tanto em público como em privado.

2. Ninguém pode ser objeto de medidas restritivas que possam limitar sua liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crença.

Além disso, há outras acordos internacionais significativos e específicas para a liberdade e diversidade religiosa, inclusive publicados peal SDH: a Declaração para Eliminação de todas as Formas de Intolerância e Discriminação com base em

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religião ou convicção (ONU, 25/11/1981); Declaração de Princípios sobre a Tolerância; Declaração Universal Sobre A Diversidade Cultural; Declaração sobre os direitos das pessoas pertencentes a minorias nacionais ou étnicas, religiosas e lingüísticas.

A Declaração Universal da Laicidade no Século XXI, em seu Artigo 1º., embora seja uma declaração orientadora e não oficial de organismos internacionais, afirma que:

Todos os seres humanos têm direito ao respeito à sua liberdade de consciência e à sua prática individual e coletiva. Este respeito implica na liberdade de se aderir ou não a uma religião ou a convicções filosóficas (incluindo o teísmo e o agnosticismo), o reconhecimento da autonomia da consciência individual, da liberdade pessoal dos seres humanos e da sua livre escolha em matéria de religião e de convicção. Isso também implica no respeito pelo Estado, dentro dos limites de uma ordem pública democrática e do respeito aos direitos fundamentais, à autonomia das religiões e das convicções filosóficas.

23. Existem dispositivos legais em âmbito federal que tratam de assuntos relacionados à Diversidade Religiosa?

Existem dispositivos na Constituição da República Federativa do Brasil como fundamento para garantia da inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, proteção aos locais de culto e de suas liturgias. A Constituição Brasileira de 1988 dispõe que.

É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias. Constituição da República Federativa do Brasil, Art. 5º, VI.

E o Artigo 19 da Constituição Federal de 1988, estabelece que Estado não pode estabelecer preferências ou privilégios a alguma religião, conforme disposto:

É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na formada lei, a colaboração de interesse público.

Há ainda outras leis e recomendações para a aplicação dos diplomas legais, tais como: a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, (atualizada pela a Lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997, acrescentando parágrafo no art. 140 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940) dispõe que “serão punidos, na forma desta Lei os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”; a Lei nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007, que institui o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.

O Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), instituído pelo Decreto nº 7.037, de 21 de Dezembro de 2009 (atualizado pelo Decreto 7.177, de 12 de maio

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de 2010), em sua Diretriz 10, Objetivo Estratégico VI, trata do respeito às diferentes crenças, liberdade de culto e garantia da laicidade do Estado, prevendo um conjunto de Ações Programáticas: a) Instituir mecanismos que assegurem o livre exercício das diversas práticas religiosas, assegurando a proteção do seu espaço físico e coibindo manifestações de intolerância religiosa; b) Promover campanhas de divulgação sobre a diversidade religiosa para disseminar cultura da paz e de respeito às diferentes crenças; d) Estabelecer o ensino da diversidade e história das religiões, inclusive as derivadas de matriz africana, na rede pública de ensino, com ênfase no reconhecimento das diferenças culturais, promoção da tolerância e na afirmação da laicidade do Estado ;e) Realizar pesquisas populacionais relativas a práticas religiosas, que contenha, entre outras, informações sobre número de religiões praticadas, proporção de pessoas distribuídas entre as religiões, proporção de pessoas que já trocaram de religião, número de pessoas religiosas não praticantes e número de pessoas sem religião. A Recomendação nº 010, de 20 de abril de 2012, da Plenária do Conselho Nacional de Segurança Pública (CONASP/MJ) a qual: “Recomenda que nos Boletins de Ocorrência, Termos Circunstanciados ou similares pelos órgãos de Segurança Pública, seja incluído campo ou espaço obrigatório onde possa identificar ou relacionar o crime perpretado ou investigado com a motivação ou conotação de intolerância religiosa”.

O conjunto recomendações e dispositivos legais do país demonstram que há garantias e orientações específicas para a garantia da liberdade religiosa e conclamam para a isonomia do Estado no trato da questão religiosa a partir do princípio da laicidade do estado e também implica que as religiões, ao mesmo tempo em que devem ser respeitadas, precisam exercer o respeito às diferenças e às diversidades, aprendendo a conviver em sociedade livre e democrática, promovendo a igualdade, a justiça, a solidariedade, a liberdade de expressão, convicção ou crença, a superação dos preconceitos e discriminações e os direitos humanos que são os fundamentos básicos da Constituição Federal brasileira.

Referências

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