Coleção PhilosoPhiCa
coordenada por RaChel Gazolla • A ciência e o mundo moderno
Alfred North Whitehead
• Introdução à filosofia antiga: Premissas filológicas e outras “ferramentas de trabalho” Livio Rossetti
• Busca do conhecimento: Ensaios de filosofia medieval no Islã Rosalie Helena S. Pereira (org.)
• Cosmologias: Cinco ensaios sobre Filosofia da Natureza Rachel Gazolla (org.)
• As ambiguidades do prazer: Ensaio sobre o prazer na filosofia de Platão Francisco Bravo
• Sofista Giovanni Casertano
• Platão e Aristóteles na doutrina do Nous de Plotino Thomas Alexander Szlezák
• A arte e o pensamento de Heráclito: Uma edição dos fragmentos com tradução e comentário
Charles Kahn
• Espinosa e Vermeer: Imanência na filosofia e na pintura Sara Hornäk
• A sabedoria grega (I) Giorgio Colli • O pensamento de Gadamer
Jean Grondin (org.)
• Estrutura e significado da Metafísica de Aristóteles Enrico Berti
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atorPEdiçãoE introduçãodE Vasilis Politis
traduçãoParaoinglêsdE Vasilis PolitisE John Connolly
© PAULUS – 2012
Rua Francisco Cruz, 229 • 04117-091 • São Paulo (Brasil) Fax (11) 5579-3627 • Tel. (11) 5087-3700
www.paulus.com.br • editorial@paulus.com.br ISBN 978-85-349-3411-4
Título original: Plato’s Theory of Ideas – An Introduction to Idealism © 2004, Academia Verlag, Alemanha
ISBN 3-89665-250-8
Tradução: Euclides Calloni e Saulo Krieger Direção editorial: Zolferino Tonon
Coordenação editorial: Claudiano Avelino dos Santos Assistente editorial: Jacqueline Mendes Fontes Revisão filosófica: Rachel Gazolla
Revisão: Tiago José Risi Leme (transliteração do grego) Iranildo Bezerra Lopes
Diagramação: Dirlene França Nobre da Silva Capa: Marcelo Campanhã
Impressão e acabamento: PAULUS
1ª edição, 2012
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Natorp, Paul, 1854-1924. Teoria das ideias de Platão: uma introdução ao idealismo: volume II / Paul Na- torp; edição e introdução de Vasilis Politis; tradução para o inglês de Vasilis Po-litis e John Connolly; posfácio de André Laks; tradução Euclides Calloni, Saulo Krieger. — São Paulo: Paulus, 2012. — (Coleção Philosophica / coordenada por Rachel Gazolla)
Título original: Plato’s Theory of Ideas – An Introduction to Idealism ISBN 978-85-349-3411-4
1. Idealismo 2. Ideia (Filosofia) 3. Platão - Crítica e interpretação I. Politis, Vasilis. II. Connoly, John. III. Laks, André. IV. Gazolla, Rachel. V. Título. VI. Série.
12-08139 CDD-184
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a
gradecImeNtos
Agradeço de modo muito especial ao meu cotradu-tor, John Connolly, a colaboração sempre abnegada e gra-tificante. Sou particularmente grato a John Dillon, a força motivadora original deste projeto e também tradutor do Capítulo II. Agradecimentos efusivos também para Wer-ner Beierwaltes, David Charles, André Laks, James Le-vine, Brendan O’Byrne e Cordula. E ainda para Martine Maguire-Weltecke por sua incansável dedicação à forma-tação do texto.
Pelo generoso apoio, eu gostaria de agradecer: Ao Dublin Centre for the Study of the Platonic Tra-dition;
Ao Programme for Mediterranean and Near Eastern Studies em Trinity College, Dublin;
À Trinity College Dublin Association and Trust; Ao Trinity College Dublin Arts and Social Sciences Benefactions Fund.
| 7 | Volume II 9 VII. Parmênides
95 VIII. O Sofista
147 IX. O Filebo e O Político 211 X. O Timeu e As Leis 255 XI. Aristóteles e Platão
309 XII. A crítica aristotélica à teoria das ideias 367 Apêndice Metacrítico (1920). Logos – Psique – Eros 451 Notas
ANDRÉ LAKS
485 Platão entre Cohen e Natorp
485 Aspectos da interpretação neokantiana das ideias platônicas 493 Kant e a “interpretação moderada” da Ideia platônica 495 O Platão do jovem Hermann Cohen (1866)
505 Platão e o programa neokantiano 512 A interpretação de Cohen de 1878 524 O Platão de Paul Natorp
537 A abordagem por Natorp da lógica do conhecimento puro de Cohen
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caPÍtulo VII
ParmÊNIdes
introdução
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sejam representadas como desdobramentos paulatinos de modos de procedimento significados por ideias, eles se-riam pensados como tais. Ideias significam o objetivo, o ponto infinitamente distante que determina a direção do caminho de experiência, já que significam a lei do proces-so da experiência.
O termo “dialética”, porém, tem sido usado para descrever a elaboração pura dos modos de processo em si mesmos. E foi de tal forma enfatizado, que só mesmo nos desdobramentos puros do método, nas puras lógica e matemática – que dispensam a ajuda dos sentidos –, que o rigor total da justificação, e, portanto, da ciência no pleno sentido da palavra, é algo que pode ser atingido. Isso enquanto toda aplicação desses modos de procedi-mento quanto aos fenômenos sensíveis e, portanto, todo e qualquer enunciado feito acerca deles – até mesmo pela ciência que, de maneira mais rigorosa, se ocupa do sen-sível com base em números, medidas e pesos – se man-têm meramente hipotéticos enquanto não puderem ser derivados puramente da lei do processo, e sem produzir premissas auxiliares. Essa derivação é requerida de forma incondicional e universal, mas tal exigência, na verdade, jamais é satisfeita na experiência real, nem pode ser satis-feita de modo algum que se possa antever.
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O próprio Platão parece transitar sem nenhuma reserva nesse capricho. Muito embora passos significativos para uma introdução real do método das ideias no campo da experiência já estejam presentes na teoria da ciência, o que se tem no Fédon e na República, esse jogo dava mos-tras de prevalecer em última instância: só existe propria-mente ciência das ideias em si mesmas — então, deixem os fenômenos em paz! (República, 529b: “Não há ciência do sensível”; ou 530c: “O que quer que esteja nos céus, deixem-no em paz!”).
Se, por uma ânsia natural pelo absoluto, algum indi-víduo ainda estiver insatisfeito com o trabalho conceitual puro e simples, se o indivíduo se recusa a lidar com as coisas conhecidas, é quase que inevitável deixar que as ideias se insinuem no lugar das coisas. O significado do método das ideias foi perdido. Mas, com isso, a teoria das ideias, precisamente em sua nítida oposição à experiência como ciência ostensiva [angeliche Wissenchaft na edição alemã], acabou sendo uma nova e a mais peculiar varian-te do empirismo. Tal como o próprio Platão o admivarian-te, na realidade o indivíduo adquire até os conceitos mais puros trabalhando com a experiência, concedendo-se, porém, que aqueles não sejam derivados desta. O indivíduo para quem a experiência deixou de ser um problema, e, por-tanto, para quem as próprias ideias já não podem des-dobrar-se no problema da experiência considerada como ciência, para ele, o mundo das ideias está fadado a ser fossilizado em alguma coisa na natureza de outro mun-do de coisas dadas, mera contraimagem mun-do munmun-do das coisas da experiência comum não científica que, mesmo verbalmente negada, assumiu suas obstinadas reivindica-ções de fato. Estava fadado a ser algo que, no fundo, era
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não mais e sim menos que o mundo das coisas e sua mera sombra; ostensivamente, um objeto de puro pensamen-to, mas na realidade sensível como o mundo, exceto por ter sua sensibilidade esvanecida, não supersensível, e sim subsensível.