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CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS FISIOTERAPIA ANA CAROLINE GALHARDO GABRIELI PALHARIM

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS FISIOTERAPIA

ANA CAROLINE GALHARDO GABRIELI PALHARIM

A FISIOTERAPIA AQUÁTICA COM A UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DE WATSU EM PACIENTES COM FIBROMIALGIA: REVISÃO DE LITERATURA

FOZ DO IGUAÇU 2020

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ANA CAROLINE GALHARDO GABRIELI PALHARIM

A FISIOTERAPIA AQUÁTICA COM A UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DE WATSU EM PACIENTES COM FIBROMIALGIA: REVISÃODE LITERATURA

Trabalho de conclusão de curso, apresentado a banca examinadora do Centro Universitário Dinâmica das Cataratas – UDC como requisito parcial para obtenção de Grau de

Bacharel em Fisioterapia. Orientadora: Dra. Simone Aparecida Vieira

Rocha.

FOZ DO IGUAÇU - PR 2020

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Agradeço a Deus pelos dons que me deu nesta existência que serviram na realização deste projeto.

Sou grato aos meus pais por sempre me incentivarem e acreditarem que eu seria capaz de superar os obstáculos que a vida me apresentou.

Agradeço à minha orientadora, Simone Aparecida Vieira Rocha por sempre estar presente para indicar a direção correta que o trabalho deveria tomar, e aos professores em geral.

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RESUMO

A fibromialgia é uma patologia reumática de etiologia desconhecida, predominante em mulheres, gera limitações à capacidade funcional, interfere diretamente na qualidade de vida o que provoca dores crônicas e difusas em todo o corpo. O tratamento da FM deve ser multidisciplinar, individualizado, contar com a participação ativa do paciente e basear-se na combinação das modalidades não farmacológicas e farmacológicas. A hidroterapia vem sendo indicada para tratamento de pacientes com fibromialgia, devido aos benefícios que a imersão em água aquecida promove.O objetivo desse trabalho foi investigar as contribuições e compreender a eficácia do Watsu como método de tratamento para pacientes com fibromialgia. Este estudo realizou uma revisão sistemática e para o desenvolvimento desta pesquisa foi escolhida a técnica de Watsu em função de suas vantagens para pacientes com fibromialgia como melhora do quadro álgico, aumento da autoestima e qualidade de vida, redução de níveis de ansiedade e sintomas de depressão, além de gerar um relaxamento de toda a musculatura. Para este estudo foi utilizado revisões das literaturas, artigos, trabalhos científicos e livros. Os resultadosmostraram que apesar de a técnica de Watsu não ser utilizada como tratamento comprovado para redução dos sintomas dos pacientes portadores de fibromialgia foi satisfatório na redução da dor, melhoria da qualidade do sono, diminuição da ansiedade e melhoria da qualidade de vida. Contudo, a necessidade de mais estudos voltados para esta temática se torna essencial.

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ABSTRACT

Fibromyalgia is a rheumatic pathology of unknown etiology, predominant in women, it generates limitations to the functional capacity, directly interferes in the quality of life, which causes chronic and diffuse pains throughout the body. FM treatment must be multidisciplinary, individualized, count on the patient's active participation and be based on the combination of non-pharmacological and pharmacological modalities. Hydrotherapy has been indicated for the treatment of patients with fibromyalgia, due to the benefits that immersion in heated water promotes. The aim of this work was to investigate the contributions and understand the effectiveness of Watsu as a treatment method for patients with fibromyalgia. This study carried out a systematic review and for the development of this research, the Watsu technique was chosen due to its advantages for patients with fibromyalgia such as improving pain, increasing self-esteem and quality of life, reducing anxiety levels and symptoms of depression, besides generating a relaxation of the whole musculature. Literature reviews, articles, scientific papers and books were used for this study. The results showed that although the Watsu technique is not used as a proven treatment for reducing the symptoms of patients with fibromyalgia, it was satisfactory in reducing pain, improving sleep quality, decreasing anxiety and improving quality of life. However, the need for further studies on this theme is essential.

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LISTA DE ABREVIAÇÕES

ACR - Colégio Americano de Reumatologia ATM - Articulação temporomandibular

CEP - Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo seres humanos EGS - Escala de Gravidade dos Sintomas

FIQ – FibromyalgiaImpactQuestionnaire FM - Fibromialgia

SNA – Sistema nervoso autônomo SNC – Sistema Nervoso Central

WHOQOL-Bref - The World Health Organization Quality of Life, bref EVA – Escala Analógica da Dor

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Pontos dolorosos associados à fibromialgia. ... 12

Figura 2. Abertura. ... 20

Figura 3. Balanço da respiração. ... 20

Figura 4. Movimentos livres. ... 21

Figura 5. Movimento de sanfona ... 21

Figura 6. Movimento de oito e tração. ... 22

Figura 7. Finalização da sessão. ... 22

Figura 8. Fluxograma de fluxo para seleção de artigos nas diferentes fases da revisão. ... 28

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Estratégia de busca e artigos encontrados por base de dados. ... 26 Tabela 2. Estudos analisados na presente revisão, população analisada,

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ... 7 2. OBJETIVO ... 9 2.1 OBJETIVO GERAL ... 9 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 9 3. REVISÃO TEÓRICA ... 10 3.1 FIBROMIALGIA ... 10

3.2 TERAPIAS CONVECIONAIS NA FIBROMIALGIA ... 13

3.2.1ABORDAGEM MEDICAMENTOSA... 13 3.2.2ABORDAGEM TERAPÊUTICA ... 14 3.3 HIDROTERAPIA ... 16 3.4 WATSU ... 18 4.METODOLOGIA ... 23 4.1 PRINCÍPIOS ÉTICOS ... 23 4.2 TIPO DE PESQUISA ... 23 4.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA ... 23 4.3.1LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO ... 23 4.4 PARTICIPANTES DA PESQUISA ... 24 4.5 CRITÉRIOS DA PESQUISA ... 24

4.5.1CRITÉRIOS DE INCLUSÃO DA PESQUISA ... 24

4.5.2CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO DA PESQUISA ... 24

4.6 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS ... 25

4.7 BENEFÍCIOS DA PESQUISA ... 27 4.8 RISCOS DA PESQUISA ... 27 4.9 ANÁLISE DE DADOS ... 27 5RESULTADOS ... 28 7CONCLUSÃO ... 38 8.REFERÊNCIAS ... 39 ANEXOS...49

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1 INTRODUÇÃO

A fibromialgia (FM) é classificada como Síndrome Dolorosa Sistêmica de etiologia desconhecida, caracterizada por dor neuromuscular generalizada e crônica, situados em pontos específicos de palpação (OLIVEIRA et al.,2017). Seu quadro crônico e doloroso é associado à fadiga, alterações de humor, rigidez matinal, dispneia, distúrbios do sono, ansiedade e capaz de evoluir para depressão, situação que interfere na qualidade de vida e na realização de suas tarefas de vida diária (MARQUES et al.,2017).

Os estudos com relação ao acometimento da FM e suas causas ainda são inconclusivos, porém, sabe-se que essa patologia acomete em maior número mulheres, com idades entre 30 a 60 anos, contudo, pode ocorrer em ambos os sexos e faixas etárias (DA SILVA; SPÓSITO; DA SILVA, 2018). Apresenta uma prevalência de 2% na população brasileira, sendo a segunda doença reumatológica mais frequente (SOUZA; PERISSINOTTI, 2018).

O diagnóstico da fibromialgia é baseado em critérios de avaliação que são a persistência da dor por mais de 3 meses associada a sensibilidade na palpação de 11, dos 18 pontos dolorosos bilaterais definidos (COSTA; SOUZA, 2017). Sendo que, a dor crônica se destaca como um de seus sintomas definidos, o que leva a graves complicações na saúde física e até mental (CORDEIRO, 2018).

O tratamento médico habitual com uso de analgésicos, anti-inflamatórios não-esteroides e antidepressivos nem sempre manifesta resultados satisfatórios, assim, os tratamentos não farmacológicos vêm ganhando destaque (SCHACTAE et al.,2018). As intervenções utilizadas para o tratamento da FM objetivam o alívio dor e a melhora na qualidade de vida (OLIVEIRA; DA ROCHA, 2019). Todavia, não existe tratamento que promova a cura, mas somente métodos para aliviar a dor, sendo a hidroterapia uma alternativa satisfatória (DE SOUZA et al., 2015).

A hidroterapia é uma das recomendações para pacientes com fibromialgia (SCHACTAE et al.,2018). Visto que a imersão em água aquecida, 33°C a 36°C possibilita uma série de efeitos terapêuticos, como a redução da sintomatologia e da dor, melhora na mobilidade dos tecidos e promoção de relaxamento de toda a musculatura, aliado as propriedades físicas da água (RODRIGUES et al., 2018).

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Inúmeros são os efeitos fisiológicos proporcionados por meio de atividades em água aquecida, uma vez que, o alongamento, o fortalecimento e as atividades aeróbicas obtidas a partir dos exercícios, fornecem um alívio substancial no relato subjetivo da dor (SCHLEMMER; BIAZUS; MAI, 2018). Além de atuar em diversos níveis como psicológico, espiritual, emocional e físico (DE SOUZA et al., 2015).

Os recursos hidroterápicos provocam uma redução dos sintomas da fibromialgia, visto que, os movimentos na água são lentos e oferecem suporte às estruturas corporais, permitindo um aumento da mobilidade e em consequência, alongamentos mais eficientes da musculatura (DE OLIVEIRA et al., 2016). E ainda, a imersão em água aquecida oferece aumento de suprimento sanguíneo nos músculos, suaviza a sensibilidade das terminações nervosas e favorece o relaxamento muscular, dor e rigidez (HECKER et al., 2011; MCGORM et al, 2018).

Dentre as técnicas de hidroterapia está o watsu, método constituído pela alternância de posições do paciente e do terapeuta com uma fluidez de movimentos simples a complexos (RIBEIRO et al.,2019). A transição de um movimento para o outro acontece sem interrupções, por conta disso o movimento do terapeuta é de extrema importância na elaboração de uma sessão, pois uma mecânica corporal efetiva cria movimentos suaves e harmoniosos (PASTRELLO; GARCÃO; PEREIRA, 2009).

O watsu tem destaque como meio de tratamento para a fibromialgia, pois possibilita um relaxamento, visto que é realizado por meio de movimentos passivos, alongamentos, mobilização das articulações, flutuação e equilíbrio energético (DE SOUZA et al., 2015).

O watsu proporciona benefícios tanto em condições patológicas quanto para o indivíduo que não possui nenhum tipo de patologia definida (BASTOS; CAETANO, 2010). Isto é, qualquer sujeito pode receber watsu, contanto que não apresente doença transmissível na água, febre acima de 38°C, insuficiência cardíaca, pressão arterial descontrolada, incontinência urinária e fecal, doenças sistêmicas e sintomas de trombose venosa profunda (RIBEIRO et al.,2017).

Neste contexto, este estudo busca levantar dados da bibliografia com relação ao uso da técnica de watsu em portadores de fibromialgia. Quais as vantagens que a técnica watsu pode trazer para os pacientes portadores de fibromialgia?

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2 OBJETIVO

2.1 OBJETIVO GERAL

Realizar uma revisão da literatura sobre a utilização da técnica de Watsu, na hidroterapia para o tratamento de pacientes com fibromialgia.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Analisar a técnica de Watsu no tratamento de pacientes com fibromialgia

 Descrever os estudos existentes para reabilitar os prejuízos desencadeados pela fibromialgia;

 Verificar a percepção da qualidade de vida antes e após a intervenção fisioterapêutica em pacientes fibromiálgicos;

 Investigar nos estudos já existentes a presença de sintomas depressivos antes e após a intervenção;

 Disponibilizar aos profissionais da saúde informações atuais compiladas a respeito do tratamento fisioterapêutico pela técnica de Watsu nos pacientes fibromiálgicos.

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3 REVISÃO TEÓRICA

3.1 FIBROMIALGIA

A fibromialgia (FM) é uma síndrome reumática, não inflamatória e de etiologia desconhecida (MARQUES et al., 2017). Se caracteriza por dor que se manifesta no sistema musculoesquelético de forma difusa e crônica, em sítios anatômicos específicos, e causa uma acentuada sensibilidade à palpação em determinados pontos dolorosos, os conhecidos por tender points localizados simetricamente em ambos os lados do corpo (GONÇALVES, 2019).

Classificada como uma das afecções clínicas reumatológicas mais frequentes, a FM aponta dados epidemiológicos variáveis, e no Brasil, sua prevalência ocorre em 2,5% da população geral, com predomínio no sexo feminino (HEYMANN et al., 2017).

A fibromialgia é considerada uma síndrome de caráter crônico e não inflamatório, seu diagnóstico é efetuado na presença de dor generalizada (WAGNER et al., 2020). Constantemente, a patologia é associada à fadiga generalizada, distúrbios do sono, rigidez matinal, dispneia, ansiedade e alterações de humor, com capacidade de evolução para quadros de depressão (PERNAMBUCO et al., 2014).

A principal característica da FM é a dor, sendo diferente de qualquer outra sensação sensorial, pois se configura não apenas pela dimensão sensória- discriminativa que o indivíduo vivencia, mas também pelo significante componente afetivo-emocional, que ocasiona inclusive consequências do ponto de vista social. A dor e a intolerância ao exercício físico conseguem em algumas situações reprimir a habilidade para o trabalho e execução de atividades funcionais da vida diária (CORREIA et al., 2017).

É uma doença persistente e potencialmente debilitante que pode resultar em um efeito devastador na qualidade de vida do portador, afetando diretamente sua habilidade para o trabalho e atividades de vida diárias, além da relação familiar, amigos e colegas no trabalho (MORALES et al., 2019).

Outros sintomas frequentes relacionados a doença são a ansiedade, sintomas compatíveis com síndrome do pânico, sono irregular, fadiga (em especial

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pela manhã), déficit de memória, desatenção, obstipação ou diarreia (sintomas comparados com síndrome do cólon irritável), distúrbios funcionais da articulação temporomandibular (ATM) secundário ao bruxismo, boca seca, cefaleia tensional ou enxaqueca (ROCHA et al., 2006).

Por meio de exames físicos e laboratoriais, nenhum dano tecidual é detectado na FM (COSTA et al., 2016). Entretanto, apesar da etiopatogênese não ser totalmente explanada, estudos apontam à alteração do Sistema Nervoso Central (SNC) no processamento e na compreensão da dor (YUNUS et al., 2015). Alguns artigos assinalam que pacientes com FM podem ter um aumento na ativação neural quando comparados aos indivíduos saudáveis, para qualquer estímulo de pressão (SILVESTRI et al., 2015).

A FM pode estar correlacionada à predisposição genética e a inadequada ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e do sistema nervoso autônomo (SNA) em reflexo ao estresse (HÄUSER; FITZCHARLES, 2018). Por outro lado, pode acontecer após doenças infecciosas e autoimunes, traumas físicos e psíquicos, doenças sistêmicas e infecções virais, como a hepatite C (SLUKA; CLAUW, 2016).

Os mecanismos fisiológicos ainda não estabelecidos podem estar ligados a fatores neuroendócrinos, genéticos e moleculares, no entanto as alterações mais aceitas em relação à fisiopatologia são modificações em alguns mecanismos centrais de controle da dor, o que pode ocasionar disfunções neuro-hormonais. Além de poder estar vinculado a distúrbios que se sobrepõe à FM, dentre os quais, pode-se citar o transtorno depressivo maior, síndrome do intestino irritável, distúrbios temporomandibulares, alterações sensoriais e dificuldade na inibição do mecanismo da dor (WAGNER et al., 2020).

Para diminuir a subjetividade do julgamento clínico alguns critérios foram elaborados para auxiliar no diagnóstico da fibromialgia. Em 1990 o Colégio Americano de Reumatologia (ACR) determinou os seguintes critérios diagnósticos para fibromialgia: dor difusa presente no esqueleto axial e em ambos os hemicorpos, acima e abaixo da cintura, dor em 11 ou mais dos 18 pontos dolorosos, e com dor crônica por mais de três meses (PERNAMBUCO et al.,2017).

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Figura 1. Pontos dolorosos associados à fibromialgia. Fonte: CAMPOS (2017).

Em 2010 foram apresentados pelo ACR novos critérios diagnósticos preliminares para a FM, nesse novo grupo de critérios foi abolida a contagem dos pontos sensíveis à palpação, e evidenciado a agregação de fadiga, distúrbios do sono, distúrbios cognitivos e sintomas somáticos à dor crônica generalizada (DIAS et al., 2017). Esses critérios utilizam a pontuação de acordo com o Índice Generalizado de Dor (IGD), formado por 19 áreas potencialmente dolorosas identificadas pelo paciente, e uma Escala de Gravidade dos Sintomas (EGS), que soma os escores de fadiga, distúrbios do sono e cognitivos, e os sintomas somáticos (MARTINEZ et al.,2017).

O tratamento médico habitual com uso de analgésicos, anti-inflamatórios não-esteroides e antidepressivos nem sempre apresenta resultados satisfatórios, desta maneira, se enfatiza a relevância de tratamentos não farmacológicos (SCHACTAE et al.,2018).

A fisiopatologia é uma área da patologia que estuda os distúrbios funcionais e seus significados clínicos. A natureza destas alterações morfológicas e sua distribuição nos tecidos influenciam diretamente no funcionamento normal destes sistemas, além de determinar suas características clínicas, o curso e o prognóstico de doenças (VARELA, 2014).A fisiopatologia da FM é amplamente estudada, e tem sido foco de um grande número de publicações científicas, contudo, os resultados encontrados ainda apresentam controvérsias (BASTOS; CAETANO, 2010).

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De acordo com a epidemiologia trata-se do estudo da distribuição e das causas das doenças ou das condições de saúde das populações de interesse (LAST, 2001).

Com relação à fibromialgia, sua prevalência varia de acordo com os autores, a população e a metodologia utilizada, entretanto alguns estudos norte-americanos e europeus apresentaram uma prevalência de 2,1% na prática clínica de família, 5,7% na clínica geral, de 5% a 8% em pacientes hospitalizados e de 14 a 20% em atendimentos de pacientes com diagnóstico de reumatologia (SCOTTON; FRAGA, 2000). O acometimento da FM ocorre especialmente em mulheres com idade entre 35 e 55 anos, faixa etária caracterizada pela plena atividade profissional, física e social, sendo que atinge em média, 15 mulheres para cada homem, pois a prevalência da patologia se dá na raça branca, com uma ocorrência entre 92 a 98% maior (SALVADOR et al., 2005).

3.2 TERAPIAS CONVECIONAIS NA FIBROMIALGIA

3.2.1 Abordagem Medicamentosa

Os pacientes com FM tendem a apresentar variações com relação a gravidade dos seus sintomas, dentre eles, os principais são os fatores cognitivos, comportamentais e sociais, e a presença de outras comorbidades e síndromes (GOLDENBERG et al., 2007). O tratamento dos indivíduos com FM comumente é voltado para aliviar a dor e melhorar a qualidade de vida do paciente, aumentando a funcionalidade por meio da minimização dos sintomas (SAÑUDO et al., 2011).

A terapia farmacológica atualmente preconizada para o tratamento de pacientes com FM inclui a utilização de antidepressivos, moduladores dos canais de cálcio, relaxantes musculares e analgésicos, contudo, grande parte dos pacientes não apresentam respostas satisfatórias a estes tratamentos, ou ainda, a longo prazo, apresentam efeitos colaterais associados ao uso de tais medicamentos (XAVIER et al., 2019).

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Por meio da avaliação dos inibidores seletivos de receptação da serotonina, há um consenso de que a fluoxetina em altas doses (acima de 40 mg) diminui a dor e frequentemente o reestabelecimento da capacidade funcional e, portanto, é recomendada para o tratamento da fibromialgia (DAYAS, 2016).Os inibidores da recaptação de noradrenalina e serotonina, conhecidos como inibidores duais, produzem analgesia central por ação em vias nervosas inibitórias descendentes, o qual apresenta melhor tolerabilidade (JUNIOR; ALMEIDA, 2018).

O tratamento mais recomendado para FM por meio das diretrizes clínicas é o multidisciplinar, que busca utilizar terapias farmacológicas em conjunto com intervenções não farmacológicas (WILLIAMS; CLAUW, 2009). O tratamento farmacológico tem apresentado resultados efetivos na minimização da dor e na melhora do sono, contudo, alguns pacientes apresentam efeitos adversos e intolerância a alguns medicamentos (SANDSTROM; KEEF, 1998).

3.2.2 Abordagem Terapêutica

A utilização de modalidades terapêuticas não medicamentosas para o controle da sintomatologia da FM vem ganhando destaque, dentre elas cita-se as terapias cognitivo-comportamentais, os exercícios aeróbicos e as técnicas de alongamentos (MATSUTANI, 2018).

A técnica de pompage, através de seus efeitos específicos, irá proporcionar uma dilatação da circulação local e melhora da nutrição dos tecidos, sendo que o alongamento teria como objetivo geral recuperar ou restabelecer a amplitude de movimento normal das articulações e a mobilidade dos tecidos moles que a cercam, poupando contraturas irreversíveis, além de corrigir alterações posturais (ROCHA et al., 2006).

Um programa de exercícios físicos realizado de maneira adequada e de forma regular melhora a coordenação motora, além de outras capacidades físicas, sendo bastante importante para a eficiência na execução das atividades diárias em pessoas comuns, e essencialmente, para os pacientes com FM (GONÇALVES, 2018).

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As terapias integrativas também são utilizadas, dentre elas, cita-se: acupuntura, yoga, terapia com ímã e quiropraxia, contudo, existem poucos dados científicos que comprovem a eficácia destas técnicas nas pessoas acometidas com FM (MATSUTANI, 2018).

A fisioterapia tem sido de suma importância no tratamento da FM, pois possibilita a análise e a intervenção na mobilidade humana, capacitando o indivíduo a realizar suas atividades ocupacionais, profissionais ou de lazer, além de restabelecer o paciente ao meio onde vive, melhorando a sua qualidade de vida (ARANTES et al., 2018).

A associação do tratamento formal com as técnicas manuais é importante para a qualidade de vida dos pacientes com FM, uma vez que minimiza suas dores. Neste contexto, a massagem relaxante apresenta-se como uma alternativa, uma vez que esta prática leva ao aumento da circulação sanguínea, e a depender do toque e velocidade utilizados, ocorre à liberação miofascial, promovendo o relaxamento muscular (ZIANI et al, 2017).

A falta de exercícios físicos aos pacientes com FM leva a redução na função neuromuscular, na resistência muscular, na velocidade de contração dos músculos e na função cardiorrespiratória, fatores que influenciam diretamente no desempenho funcional e em atividades cotidianas como, por exemplo, caminhar, subir escadas, entre outras, neste sentido, o exercício físico é um dos métodos de tratamento que demonstra excelentes resultados no controle da patologia (MATSUDO; LILLO, 2019). Os exercícios aeróbicos são mais eficientes do que os alongamentos no que tange os aspectos físicos e psicológicos, sendo o alongamento mais eficaz no tratamento da dor e os exercícios aeróbicos na redução gradual da ansiedade, podendo trazer benefícios físicos como a diminuição da tensão muscular, disfunção física e dor (VALIM, 2006).

Neste contexto, a síndrome da FM necessita de tratamento de caráter multiprofissional, envolvendo médicos, fisioterapeutas, educadores físicos e psicólogos, sendo assim, o tratamento clínico comumente está relacionado com a prescrição de medicamentos, mas que deve ser combinado com alguma forma de fisioterapia, o que leva a uma maior eficiência no controle do quadro álgico e na manutenção da funcionalidade dos pacientes (BASTOS; OLIVEIRA, 2003; MARQUES et al., 2002).

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3.3 HIDROTERAPIA

Hidroterapia é um termo originado das palavras gregas hydro (hydor, hydatos: água) e therapeia (tratamento), sendo um recurso usado como forma de tratamento desde 500 a. C., contudo, está técnica reapareceu na história clínica a partir da década de 90, e vem em busca do seu lugar, impulsionada, sobretudo pelos relatos positivos verificados por pacientes submetidos a tratamentos na água (COSTA, 2017).

No Brasil, a hidroterapia originou-se na Santa Casa do Rio de Janeiro, com a utilização de banhos de água doce e salgada, na época a entrada principal da Santa Casa era banhada pelas águas do mar, onde eram feitos banhos salgados, aspirados do mar e banhos doces com a água vinda da cidade (MIRANDA et al., 2018).

As terapias aquáticas em água aquecida são recomendadas como tratamento, uma vez que a água permite a flutuação corporal, que facilita a reprodução dos movimentos de maneira segura e minimizando os impactos, quando comparados aos exercícios no solo (BASTOS; OLIVEIRA, 2003; GIMENES; SANTOS; SILVA, 2006). Com isso, os pacientes com FM relatam a sensação de “relaxamento” provocada pela água, associada a uma sensação de alívio dos sintomas, como a percepção e intensidade da dor, melhora da qualidade de vida e dos sintomas de depressão (RAMÍREZ; CUIDADOS; PEÑAILILLO, 2019).

As respostas fisiológicas durante a imersão vão variar conforme as condições de: temperatura da água, profundidade da piscina e o nível da patologia do paciente, sendo que a temperatura ideal da água varia entre 34°C e 37°C e, quanto maior a profundidade, maior é a pressão hidrostática (SANDI; SILVA, 2018). A imersão em água aquecida traz muitas vantagens, e, além disso, ao fazer a associação com os exercícios, o paciente irá experimentar as diversas propriedades físicas da água (ANTUNES et al.,2019).

Em um tratamento multidisciplinar, as atividades físicas em meio aquático agem como um recurso terapêutico complementar que emprega as propriedades físicas da água, dentre elas, empuxo, pressão hidrostática, viscosidade, turbulência e densidade da água para promover inúmeros benefícios para o indivíduo a ser

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tratado (FINHOLDT, 2007). Assim, a água atua nos diferentes sistemas do corpo promovendo diversos efeitos terapêuticos (GIMENEZ; CASTRO, 2018).

No sistema termorregulador, a ação ocorre por meio da manutenção do calor da água durante a terapia, na qual leva a diminuição da dor por meio da minimização da sensibilidade das fibras nervosas. Assim, quando a água está na temperatura entre 33° C a 36,5°C verifica-se a dilatação nos vasos sanguíneos, leva ao aumento no fornecimento sanguíneo periférico, e o acréscimo na temperatura dos músculos tende a elevar o metabolismo geral, a frequência respiratória e a atividade de glândulas sudoríparas e sebáceas (MÜLLER et al., 2020).

No sistema cardiovascular, promove alterações que melhoram a capacidade aeróbica, que intensifica o consumo de energia, ajudando no retorno venoso e amplia a irrigação sanguínea (SANT’ANNA et al. 2019). E no sistema nervoso, a hidroterapia, por meio do calor, reduz a sensibilidade das terminações sensitivas diminui assim o tônus muscular e proporciona um relaxamento de toda a musculatura (LIMA; SANTOS, 2016).

No sistema renal, a imersão leva a uma acentuação do fluxo sanguíneo renal, e com isso aumenta a liberação de creatinina e a eliminação de sódio, na qual influência nos efeitos diuréticos que vão diminuir a retenção de líquidos e ajudar no retorno da linfa em casos de edema (SHIRABE, 2017).

No caso do sistema respiratório a água aquecida vai levar a um aumento do fluxo sanguíneo pulmonar, que contribuí para uma maior troca gasosa, outrora, o tórax, quando imerso, é acometido pela pressão hidrostática que aumenta a frequência e o trabalho respiratório (FAGUNDES; SILVA, 2017).

Um efeito de destaque observado durante o tratamento na água é a redução de quadros álgicos, ocasionado pela atenuação do estresse mecânico, visto que, a flutuação interfere diretamente na diminuição das cargas sobre as articulações lesadas (ANTUNES et al.,2019).

Outro objetivo aliado a hidroterapia é a conservação ou melhora da amplitude de movimento, a redução de tônus, da dor e de outros aspectos estressantes (DORTA, 2011). A diminuição do tônus e dos espasmos musculares é observada por meio da diminuição da projeção de impulsos facilitadores aos músculos extensores e dessensibilizarão do fuso neuromuscular (COSTA, 2017).

Com a utilização da hidroterapia, pacientes verificam a melhora na situação física do músculo ganha de força e resistência em ocorrência de fraqueza muscular,

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contribuição de músculo paréticos e facilitação da marcha e ortostatismo, a qual leva a deambulação previa. E ainda, ocorre a recuperação psicológica que é facilmente evidenciada pela ocorrência de relaxamento físico, descontração, prazer, integração e socialização (VIEIRA; ALVES; LUZES, 2016).

Dentre os principais tratamentos indicados para a FM, a hidroterapia ocupa lugar de destaque como um recurso fisioterapêutico que comprova excelentes efeitos no tratamento e prevenção de diversas patologias ortopédicas, neurológicas e pediátricas (DA SILVA; SPÓSITO; DA SILVA, 2018).

A hidroterapia não aponta nenhuma contraindicação aos portadores da síndrome de FM, salvo às gerais em todas as patologias, dentre as quais, a insuficiência cardiorrespiratória, mudanças de pressão arterial, incontinência urinária e fecal infecção urinária, infecções cutâneas e alergias aos componentes químicos da água (BRAZ et al, 2011).

Neste contexto, a hidroterapia é utilizada como recurso terapêutico no tratamento de FM, como uma intervenção que emprega as atividades em meio aquático assim como as propriedades da água, que são ideais para atingir objetivos terapêuticos em um ambiente protegido, para que estas vantagens sejam obtidas deve-se estruturar um programa que leva em consideração os componentes específicos como: fortalecimentos musculares, exercícios aeróbicos ativos com e sem resistência, relaxamento muscular e alongamentos (LIMA; SANTOS, 2016).

3.4 WATSU

A técnica de Watsu foi elaborada por Harold Dull em 1980, que empregou técnicas de alongamentos e movimentos do Zen Shiatsu por meio da flutuação, em piscinas com água morna, e embora tenha sido criado primariamente como um método de massagem, atualmente é utilizado no tratamento de várias patologias, inclusive aqueles com desordens neuromusculares (RIBEIRO et al., 2017).

A aplicação dessa técnica, com a ajuda da água aquecida em temperatura média de 35°C, leva a redução da sensibilidade das terminações sensitivas, diminuio tônus muscular e promove seu relaxamento, e em consequência, o metabolismo estimula a contensão de espasmos musculares e dor (DE SOUZA et al., 2015).

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O Watsu é uma técnica baseada em movimentos passivos do paciente que recebe um profundo relaxamento por meio da sustentação da água e movimentos contínuos e rítmicos de vários fluxos de água, com o auxílio do calor, essa técnica diminui a sensibilidade das terminações nervosas sensitivas e gera um relaxamento muscular, além da diminuição do tônus (ANTUNES et al.,2016).

O Watsu atua no trajeto dos meridianos promove alongamento e melhora a circulação da energia vital, sendo que a passagem de um movimento para o outro ocorre sem intervalo, e por esse motivo a movimentação do terapeuta é importante durante a sessão, uma vez que deve buscar sempre realizar movimentos suaves e harmoniosos (RIBEIRO et al., 2017).A transferência de calor, quando na imersão em temperaturas acima do termo neutra (37°C), pode ocasionar vasodilatação e aumentar o fluxo sanguíneo muscular, o relaxamento muscular, além de diminuir os espasmos musculares e amortizar a sensibilidade à dor, melhora o condicionamento físico, e diminui sintomas como a presença de dor pós-esforço e a fraqueza musculares, comumente encontrados em pacientes com FM (SCHLEMMER et al., 2018).

Além do relaxamento muscular que o método Watsu proporciona, há benefícios como à melhora da qualidade do sono, alívio do quadro álgico e prevenção de outras patologias (ANTUNES et al., 2016). Apesar das alterações musculoesqueléticas da FM, com a execução de atividades físicas orientadas e desenvolvidas na água, é possível oferecer aos pacientes exercícios que não seriam capazes de realizar no solo, o que torna esta forma de exercício ideal para idosos, pois os exercícios aquáticos oferecem menos impacto nas articulações (SCHLEMMER et al., 2018).

Watsu é uma técnica que aplica alongamentos passivos, mobilizações articulares, bem como pressão sobre os chamados “tubos” (acupontos) para gerar equilíbrio energético através dos meridianos. Sua essência, busca trazer o silencio a observação e o estado de presença em que o ser se torna mais importante do que fazer. Como essa técnica é realizada em água aquecida possibilita a diminuição do peso corporal, aumentando assim a sensibilidade aos movimentos que somado os exercícios respiratórios promove um relaxamento profundo (BASTOS; CAETANO, 2010).

(23)

Utiliza-se basicamente três posturas: posição de cavalo, posição de arqueiro e posição de guerreiro. Watsu possui uma sequência de movimentos durante a sessão alguns deles são:

Abertura: deve-se sempre começar com o paciente encostado na parede da piscina.

Figura 2. Abertura.

Fonte: ROUTI; MORRIS; COLE (2000 p. 369).

Balanço da respiração: o terapeuta vai manter ambos os antebraços em uma posição de pronação relaxados com um braço embaixo da cabeça do paciente e o outro embaixo do cóccix do paciente. O terapeuta então vai acompanhar o ritmo da respiração do paciente, subindo o corpo do paciente na inspiração e descendo na expiração.

Figura 3. Balanço da respiração.

Fonte: ROUTI; MORRIS; COLE (2000 p.370).

Movimentos livres: este movimento consiste em girar o corpo do paciente lentamente para a direita e depois para esquerda, fazendo com que ocorra a dissociação de quadril e quebrando a rigidez dessa região.

(24)

Figura 4. Movimentos livres.

Fonte: ROUTI; MORRIS; COLE. (2000, p. 375).

Sanfona: o terapeuta com o braço apoiado em baixo do occipital do paciente e outro embaixo dos joelhos do mesmo, vai realizar uma aproximação dos joelhos para o tórax do paciente.

Figura 5. Movimento de sanfona Fonte: ROUTI; MORRIS; COLE (2000, p. 371).

Oito e tração: neste movimento o terapeuta dá apoio na cabeça com a palma da mão e com a outra mão empurra o quadril do paciente para longe, quando a coluna do paciente se alinhar puxar para o outro lado. O terapeuta dá dois passos

(25)

rápidos e laterais, tracionando a cabeça e assim alongando a coluna contra a resistência da água.

Figura6. Movimento de oito e tração.

Fonte: ROUTI; MORRIS; COLE (2000, p. 379).

Finalização da sessão: o terapeuta apoia com um antebraço abaixo da região cervical e outro abaixo dos joelhos do paciente, e lentamente vai se aproximando da parede da piscina onde vai encostar o paciente na mesma para o paciente “acordar”.

Figura7. Finalização da sessão.

(26)

4 METODOLOGIA

4.1 PRINCÍPIOS ÉTICOS

O referido trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo seres humanos - CEP, do Centro Universitário União Dinâmica das Cataratas, com parecer de aprovação nº 4.053.677.

4.2 TIPO DE PESQUISA

Esta pesquisa possui caráter de revisãode literatura, do tipo investigação quantitativa, analítica, retrospectiva, comparativa e descritiva.

4.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA

4.3.1 Levantamento bibliográfico

Para o decorrer desta pesquisa foi realizado uma busca de material bibliográfico no acervo da biblioteca Raimundo Suassana do Centro Universitário Dinâmica das Cataratas, nos bancos de dados Scielo, PubMed, Science Direct, LILACS, PEDRoe Google Acadêmico, nos idiomas Português, Inglês e Espanhol, com publicações entre 2005 e 2020, para identificar estudos relacionado a fisioterapia aquática com a utilização da técnica de watsu em pacientes com FM.

As publicações foram escolhidas entre os anos de 2005 a 2020 afim de aumentar a abrangência, uma vez que a maior parte dos estudos publicados relacionam a utilização da técnica Watsu com outras patologias, e não com a FM. Neste contexto, os trabalhos que relacionam o Watsu com o tratamento da FM são escassos.

(27)

4.4 PARTICIPANTES DA PESQUISA

A população da pesquisa foi pacientes acometidos pelo FM e que participaram dos estudos que se enquadraram na sistemática deste trabalho

4.5 CRITÉRIOS DA PESQUISA

4.5.1 Critérios de inclusão da pesquisa

Os critérios para a inclusão foram:

 Pesquisas com pacientes com diagnósticos de FM;

 Trabalhos com foco na reabilitação com a técnica de Watsu;  Estudos publicados entre 2005 e 2020;

 Estudos quantitativos e qualitativos;

 Materiais encontrados nas bases de dados Scielo, PubMed, LILACS, PEDro, Google scholare Science Direct;

 Palavras chave: hidrotherapy, aquatic physiotherapy, fisioterapia acuática fibromyalgia, hidroterapia, fibromialgia, fibromyalgia, watsu, fibromialgia e hidroterapia.

 Pesquisas nos idiomas: português, espanhol e inglês.

4.5.2 Critérios de exclusão da pesquisa

Critérios de exclusão foram:

 Fontes que não atenderam o objetivo geral  Artigos publicados anteriormente a 2005.  Trabalhos de revisão de literatura;

(28)

 Cartas ao leitor;  Artigos de opinião

4.6 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

A seguir estão descritas as fontes utilizadas para responder à pergunta proposta:

Foram utilizados livros técnicos das temáticas de fisioterapia, fisioterapia aquática, fibromialgia, dentre outros, em idioma português, disponíveis na biblioteca Raimundo Suassana do Centro Universitário UDC e na internet, publicados no período de 2005 a 2020.

a) Artigos científicos com a temática de interesse nas bases de dados Scielo, PubMed, Science Direct, LILACS, PEDro, e Google Acadêmico publicados entre 2005 e 2020. Foram utilizados artigos nacionais e internacionais, disponíveis em texto completo de forma online. Os descritores aplicados foram: hidroterapia, técnica de watsu, pacientes com fibromialgia, fisioterapia aquática. Em inglês: hydrotherapy, watsu, fibromyalgiapatients, physiotherapy, aquaticphysiotherapy. E em espanhol: fibromialgia, fisioterapia acuática, watsu. Os resultados encontrados estão descritos na Tabela 1.

(29)

Tabela 1. Estratégia de busca e artigos encontrados por base de dados.

Bases de

Dados Palavras-Chave Idioma

Número de artigos encontrados

Science Direct

HidrotherapyANDWatsu Inglês 18

Hidroterapia ANDWatsu Espanhol 6

FibromyalgiaANDWatsu Inglês 6

FibromyalgiaANDaquaticphysiotherapy Inglês 65

Fibromialgia AND Fisioterapia acuática Espanhol 6

Pub Med HydrotherapyANDfibromyalgia Inglês 49

Watsu Inglês / Espanhol 7

Scielo

Hidroterapia e Fibromialgia Português / 4

Watsu Português /

Espanhol / Inglês 3

Google acadêmico

Hidroterapia e Watsu Português /

Espanhol / Inglês 445

Hidroterapia e Fibromialgia Português /

Espanhol / Inglês 1300 Watsu e Fibromialgia Português /

Espanhol / Inglês 180

LILACS

Watsu e Fibromialgia Português 3

Fibromialgia OR Fibromyalgia Português / Espanhol / Inglês

279

Hidroterapia ou terapia aquática Português 12

PEDRo

Fibromialgia AND hydroterapia Português /Espanhol

9

Watsu AND hydroterapia Inglês 1

b) Foram utilizadas ainda monografias, dissertações e teses disponíveis na biblioteca Raimundo Suassana do Centro Universitário Dinâmica das Cataratas e também em bases de dados da internet, publicadas no período de 2005 a 2020.

Em seguida, os dados foram coletados com base na seguinte premissa: a) Leitura Exploratória de todo o material selecionado, realizado uma leitura rápida e objetiva para compreender se a obra consultada era de interesse para o trabalho.

b) Leitura Seletiva, caracterizada como uma leitura na íntegra e com foco nos tópicos de real interesse.

c) Registro das informações extraídas das fontes utilizadas, dos autores, o ano do trabalho, a metodologia utilizada, os resultados e conclusões obtidos.

Em seguida foi realizada uma leitura analítica afim de organizar as informações obtidas, e posteriormente, análise e discussão a partir do referencial teórico relativo à temática deste estudo.

(30)

4.7 BENEFÍCIOS DA PESQUISA

Os benefícios desta pesquisa estão pautados na possibilidade de disponibilizar um compilado de informações atuais aos profissionais da saúde com relação ao tratamento fisioterapêutico pela técnica de Watsu nos pacientes fibromiálgicos. A descrição de estudos já realizados que abordaram a reabilitação dos prejuízos desencadeados pela FM, e a viabilidade de traçar um panorama sobre a percepçãoda qualidade de vida e dos sintomas depressivos referidos pelos pacientes com FM antes e após a intervenção.

4.8 RISCOS DA PESQUISA

Os riscos da referida pesquisa englobam a utilização de artigos com viés de seleção, trabalhos com pouca relevância na literatura, ou ainda, tendenciosidade nos resultados, além de riscos não previsíveis.

4.9 ANÁLISE DE DADOS

Os resultados encontrados nesta pesquisa foram obtidos com base nas palavras chave citadas na Tabela 1 nas diferentes bases de dados. Após a pesquisa utilizou-se um software gerenciador de referências bibliográficas afim de auxiliar na seleção de estudos que abordavam o tema em específico, assim como para exclusão de materiais que se encontravam duplicados nas diferentes bases de dados. Os trabalhos escolhidos foram então inclusos de acordo com os critérios de inclusão e exclusão supracitados, e após a leitura na íntegra dos materiais foram escolhidos aqueles artigos que abordam exclusivamente a utilização da técnica Watsu para o tratamento de pacientes com fibromialgia.

(31)

5 RESULTADOS

Um total de 2.089 artigos foram identificados pela utilização de busca eletrônica em 4 bases de dados (Tabela 1), contudo, somente 8 trabalhos foram incluídos nos resultados deste trabalho, pois atenderam aos critérios de elegibilidade. A Figura 2 apresenta o fluxograma utilizado para a seleção dos artigos.

Figura 8. Fluxograma de fluxo para seleção de artigos nas diferentes fases da revisão.

Dos 2.393 artigos iniciais publicados entre os anos de 2005 e 2020 foram excluídos 2.223 após serem aplicados os filtros nas bases de dados com os

(32)

pré-requisitos para a revisão, dentre a necessidade do termo “Watsu” ser encontrado no texto do artigo e não na lista de referências.

Os 170 estudos restantes foram analisados de acordo com o título e o resumo, e foram excluídos 154, pois não atendiam ao principal objetivo deste trabalho. Assim, sobraram 16 trabalhos que abordavam a utilização da técnica Watsu para o tratamento de pacientes com diagnósticos de FM. Contudo, dos 16 analisados foram excluídos 8 que abordavam somente estudos de revisão de literatura, uma vez que não apresentavam dados a serem levantados e analisados, ou então, estavam repetidos nas diferentes bases de dados.

Desta forma, 8 artigos científicos foram incluídos neste trabalho de revisão sistemática.

A Tabela 2 apresenta os estudos analisados na revisão deste trabalho, seus respectivos anos e países de realização da pesquisa, a população analisada, os instrumentos utilizados e seus principais resultados e conclusões.

(33)

Tabela 2. Estudos analisados na presente revisão, população analisada, instrumentos utilizados e seus principais resultados e conclusões.

Primeiro

autor e Ano País População Instrumentos Resultados e Conclusões

Chen; Grabarnick; Pilz-Burstein; 2018 Israel 20 mulheres com fibromialgia, com idades entre 40-75 anos, divididas em dois grupos.

As pacientes foram divididas em dois grupos, sendo que as do grupo 1 (n = 10) foram expostas aos tratamentos Watsu e as do grupo 2 (n = 10) participaram de atividades aquáticas instruídas. A qualidade do sono foi avaliada por meio do questionário do Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) e a intensidade da dor foi expressa por meio da Escala Visual Analógica (VAS) 1-10. Os referidos tratamentos foram aplicados uma vez por semana, durante 8 semanas consecutivas e as pacientes foram orientadas a preencher os questionários antes de ir para a cama, observando o seguinte: duas noites antes do tratamento programado, na véspera do tratamento programado e à noite pós-tratamento.

Após oito semanas de tratamentos com Watsu houve uma redução significativa da dor ao sentar, caminhar, dirigir, ficar em pé e deitada, e houve também uma melhora da qualidade do sono das pacientes com fibromialgia. Contudo, esse efeito benéfico não foi observado no grupo que participou de atividades aquáticas instruídas.

Os autores concluíram que durante os tratamentos de Watsu, o paciente tende a ficar deitado passivamente na superfície da água apoiado pelo terapeuta e exercitando padrões respiratórios. Essas condições relaxantes, juntamente com a conexão pessoal e direta entre o terapeuta e o paciente, criam uma experiência física e mental positiva, única para o grupo Watsu. Neste contexto, a técnica de Watsu pode ser recomendado e integrado como parte do protocolo para o tratamento da síndrome de fibromialgia.

Antunes et al, 2016 Brasil 17 idosas com fibromialgia, com idade média de 67,5±4,7 anos.

Para avaliação da qualidade de vida das idosas foi utilizado o instrumento Medical OutcomesStudy 36- Item Short-Form Health Survey (SF-36) na versão brasileira, adaptados e validados no Brasil, na pré e pós intervenção. O protocolo de intervenção foi a realização de 10 sessões de Watsu, sendo duas vezes por semana, com duração de 40 minutos cada. A significância adotada para os dados foi de p<0,05.

Comparando a avaliação e a reavaliação, observou-se um aumento estatisticamente significativo na capacidade funcional, limitação por aspectos físicos, dor, vitalidade, limitação

por aspectos emocionais e saúde mental. O resultado do EVA foi estatisticamente menor na segunda avaliação. Os autores abordaram ainda a necessidade da compreensão por parte das famílias e da sociedade em geral com relação as experiências dolorosas que os portadores de fibromialgia tendem a enfrentar, e a invisibilidade da síndrome. A conclusão do estudo foi que o método Watsu

proporcionou benefícios na redução da dor e melhora da qualidade de vida de idosas portadoras de fibromialgia, embora a amostra em estudo foi reduzida e não houve um grupo controle.

(34)

Leite et al.,

2013 Brasil

12 participantes com diagnóstico médico

confirmado de FM, com idade entre 30 e

60 anos.

O estudo buscou verificar a eficácia da técnica de Watsu em relação aos sintomas de dor, ansiedade e qualidade do sono nos pacientes. Os pacientes passaram por 15 sessões, 3 vezes por semana, e avaliados pré e pós tratamento. Os instrumentos de avaliação foram: Escala Visual Analógica de Dor (VAS) variando de zero (pouca dor) a 10 (dor máxima), ansiedade de Beck

Inventário variando de 0 (sem ansiedade) a 63 (ansiedade severa) e Índice de qualidade do sono de Pittsburgh variando de zero a X sendo o quanto pior o sono, maior será a pontuação.

Avaliando os dados da VAS, os autores perceberam que o sintoma de dor diminuiu de 6,04 antes do tratamento a 1,12 pós-tratamento, a ansiedade reduziu de 32,5 antes do tratamento para 13,6 após o tratamento, e a qualidade do sono melhorou de 12,67 no pré-tratamento para 5,58 no pós-pré-tratamento. Concluíram assim que o método Watsu foi eficaz na melhoria dos sintomas em pacientes com fibromialgia relacionada à dor, ansiedade e qualidade do sono.

(35)

Tabela 2. Estudos analisados na presente revisão, população analisada, instrumentos utilizados e seus principais resultados e conclusões.

(continuação)

Primeiro

autor e Ano País População Instrumentos Resultados e Conclusões

Pinkalsky et al., 2011. Brasil 5 mulheres, com idades entre 50 e 68 anos, e com diagnóstico de fibromialgia que se encontravam na lista de espera da Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Ibirapuera em São Paulo.

Cada uma das pacientes passou por cinco sessões de Watsu, com duração de 60 minutos, realizadas uma vez por semana. Para avaliar a qualidade de vida foram utilizados dois instrumentos: um específico, o Questionário sobre o Impacto da Fibromialgia (FIQ) e outro genérico, o WHOQOL-brefpré e pós-tratamento. Para avaliar a dor, utilizou-se a Escala Visual Analógica (EVA) antes e após cada sessão. A significância adotada para os dados foi de p < 0,05.

Os resultados mostraram que a técnica foi eficaz na diminuição da dor avaliada pela EVA e na melhora da qualidade de vida das pacientes, pois, após as sessões todas elas afirmaram uma significativa diminuição da dor. Com relação a qualidade de vida, houve uma melhora nos 4 domínios do WHOQOL-bref (aspecto físico, psicológico, relações pessoais e meio ambiente). O aspecto físico (com as facetas de dor e desconforto) e as relações pessoais tiveram resultados estatisticamente significativos. Após o tratamento houve uma diminuição no score do questionário sobre o impacto da fibromialgia (FIQ), porém não houve diferença estatisticamente significante. Os autores concluíram que a técnica de reabilitação aquática Watsu mostrou-se eficaz na redução da sintomatologia e na melhora das atividades de vida diária, melhorando assim a qualidade de vida destas pacientes fibromiálgicas. Navarro; Cabreira Neto; Benossi, 2006. Brasil 2 pacientes com diagnóstico clínico de fibromialgia, a paciente 1 com 43 anos, e a paciente 2 com 39 anos.

As pacientes foram submetidas ao tratamento aquático, três vezes na semana, por um período de quatro semanas. A sessão de hidroterapia tinha duração de uma hora, sendo dividida em: 10 minutos com exercícios de aquecimento, 10 minutos de alongamento, 10 minutos de dinâmica e 30 minutos de Watsu adaptado, uma vez que as pacientes faziam uso de colete cervical.

Ao iniciar o tratamento, a paciente 1apontava dor em todos os 18

tender points com intensidade superior na região occipital bilateral.

Já a paciente 2 apresentava dor em todos os tender

points,principalmente na região muscular do supraespinal. Após o

tratamento, a paciente 1 afirmou não ter mais dores em nenhum ponto, e a paciente 2, afirmou dor com grau um. A paciente 2 apresentou uma melhora mais regular, pois foi mais assídua ao tratamento do que a paciente 1. Assim, os autores concluíram que as duas pacientes tratadas com o programa de exercícios aquáticos, obtiveram uma melhora acentuada do seu estado geral refletindo positivamente na qualidade de vida.

(36)

Gimenes; Santos e Silva, 2006.

Brasil 10 pacientes do sexo feminino com FM, que não participaram

de qualquer tratamento Pregresso, sem restrição de idade, variando de 40 a 82 anos (média de 53,37).

O programa de tratamento teve a duração de 4 meses, composto por diversos movimentos, todos realizados de forma bilateral (exceto a sela). As triagens e a aplicação do protocolo foram realizadas por terapeutas cegos ao estudo, devidamente treinados. Foram realizadas duas avaliações, uma inicial e uma final, em relação à dor e ao estado depressivo, utilizando, a escala visual-analógica (EVA) e a escala de depressão geriátrica – versão reduzida (GDS-15), respectivamente.

98,75% das pacientes analisadas queixavam-se de dor com intensidade variando do nível 2,5 ao 10, de acordo com a EVA (±5,82), e após o período de tratamento, houve uma redução significativa da intensidade da dor, ficando entre o nível 0 e 5 (±2,2). Antes do tratamento, por meio da escala GDS-15 observou-se que 100% das pacientes apreobservou-sentavam quadro depressivo com pontuação variando de 5 a 10 pontos (± 7,8), e após quatro meses, houve diminuição do quadro depressivo, com pontuação entre 1 e 8 pontos (±4,2). Os autores concluíram que a técnica Watsu é efetiva para o tratamento com pacientes portadores de FM, contudo, estudos com uma maior quantidade de pacientes devem ser realizados.

(37)

Tabela 2. Estudos analisados na presente revisão, população analisada, instrumentos utilizados e seus principais resultados e conclusões.

(continuação)

Primeiro

autore Ano País População Instrumentos Resultados e Conclusões

Ferreira; Matsutani, 2006. Brasil 8 pacientes com diagnóstico de FM, com idade entre 45 e 53 anos (média de 49 anos), sem hipertensão arterial sistêmica não-controlada, nem doença cutânea infectocontagiosa, insuficiência renal, cardiopatia aguda grave e doença respiratória grave. Contudo, somente 6 finalizaram o tratamento (1 desistiu e 1 não se adaptou).

A avaliação das pacientes se deu no início, meio e fim do tratamento por meio das medidas de: dor pela Escala Analógica Visual (VAS), sensibilidade dolorosa nos tender points pela dígito-palpação, impacto da fibromialgia na qualidade de vida através do Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ), e flexibilidade pelo teste da distância do terceiro dedo-solo. O tratamento consistiu em dez sessões, com atendimento individual, realizado duas vezes por semana com duração de 45 minutos, com exercícios de relaxamento na piscina terapêutica à temperatura de 34ºC. O tratamento de Watsu foi utilizado da 4ª até a 9ª sessão.

Os dados mostraram que as 6 pacientes tiveram uma diminuição da dor na VAS, cansaço matinal, fadiga, ansiedade e depressão pelo FIQ, do escore miálgico nos tender points e da distância do terceiro dedo-solo. Contudo, todas elas apresentavam queixa de rigidez matinal. Os exercícios de relaxamento na água parecem ser benéficos no tratamento de pacientes com FM, sendo capaz de reduzir a intensidade da dor e sensibilidade dolorosa, melhorando a qualidade de vida, diminuindo a fadiga, ansiedade e depressão além de proporcionar qualidade do sono e do bem-estar.

Faull, 2005. Nova Zelândia 13 mulheres com diagnóstico de fibromialgia, com idades entre 26 a 65 anos (com média de

46,3 anos).

O questionário de saúde MOS Short Form-36 foi administrado no início e na conclusão de cada tipo de tratamento de tratamento. Detalhes demográficos idade, tempo de deficiência, ocupação principal e nível de escolaridade foram coletados na conclusão do estudo. O tratamento de Watsu teve duração de 45 minutos.

O tratamento Watsu alterou de forma significativa os resultados de função física, dor corporal, vitalidade e função social. E os resultados das sub escalas de saúde mental e papel emocional ficaram próximos a significativos. Os autores afirmaram que o Watsu é uma ferramenta com grande potencial para uma eficaz intervenção para o tratamento de FM.

(38)

A partir dos dados descritos na Tabela 2percebe-se que o percentual de artigos selecionados foram de (75%) de trabalhos realizados no Brasil, país em desenvolvimento. A maior parte dos estudos selecionados (75%) avaliaram indivíduos acima de 40 anos, que possuíam diagnóstico confirmado de Fibromialgia.

Em todos os artigos (100%) os pacientes que passaram pelo tratamento com a técnica de watsu confirmaram uma diminuição da dor corporal.

Em três dos estudos citados (37,5%), os pacientes asseguraram uma melhora na qualidade do sono e diminuição da ansiedade (GIMENES, SANTOS, SILVA, 2006; CHEN, GRABARNICK, PILZ-BURSTEIN, 2018; FERREIRA, MATSUTANI, 2006; LEITE et al., 2013).

Em quatro dos artigos selecionados (50%) houve percepção da melhora do quadro de saúde mental e dos sintomas depressivos por parte dos pacientes tratados com a técnica Watsu (FAULL, 2005; GIMENES, SANTOS, SILVA, 2006; ANTUNES et al.,2016; FERREIRA, MATSUTANI, 2006).

A totalidade dos estudos (100%) citados na Tabela 2 apresentaram resultados que comprovavam eficácia da hidroterapia pela técnica Watsu para a melhora da qualidade de vida dos pacientes com FM.

6 DISCUSSÃO

Os resultados obtidos neste estudo de revisão notabilizaram a relevância da utilização da técnica de Watsu em indivíduos com diagnóstico comprovado de fibromialgia.

A hidroterapia traz benefícios para os pacientes com diagnóstico de FM, uma vez que é baseada em movimentos suaves e influenciada pelas propriedades físicas da água, e ainda, a imersão do paciente é realizada em água aquecida (entre 33º a 36ºC) o que leva a melhora do quadro álgico, diminui a rigidez articular e os espasmos musculares do paciente, e em consequência, promove o relaxamento e a melhora da qualidade de vida do paciente (SOUZA et al., 2017).

(39)

O método de Watsu comumente não é introduzido em programas de reabilitação para tratamento de patologias (RUOTI et al., 2000). Contudo, a melhora da saúde mental e a diminuição de sintomas depressivos em pacientes tratados por esta metodologia, se deve ao fato de que é baseado em técnicas relaxantes, o paciente fica deitado de forma passiva na superfície da água e exercita padrões respiratórios, fator que leva a uma experiência mental positiva (CHEN et al., 2018).

Apesar de não ser um método desenvolvido com fins terapêuticos, o Watsu foi introduzido a programas de reabilitação para beneficiar a melhora de patologias, a técnica consiste em um trabalho passivo do paciente que geralmente experimenta um relaxamento profundo, a partir da sustentação pela água e o contínuo movimento rítmico de vários fluxos (RIBEIRO et al., 2017).

Além dos benefícios de relaxamento, o Watsu também se caracteriza como uma técnica de alongamento e postura, o que leva a um alívio do quadro álgico e pode ser utilizado como forma de prevenção para indivíduos que não possuem nenhuma forma de patologia definida (FREITAS, 2005).

A tensão muscular pode causar disfunções articulares, na qual entraem um ciclo de dor, espasmo muscular, estocagem de metabólicos e movimentos enfraquecidos, por tal razão elegeu-se a água aquecida como alternativa de tratamento, para um relaxamento muscular, aumenta a circulação, reduz espasmos e reduz efetivamente o nível de dor, com interrupção do ciclo da dor (PARIZOTTO, 2016).

Outros estudos utilizaram a hidroterapia de forma geral como tratamento para a fibromialgia também obtiveram sucesso foram usadas técnicas de alongamento, pompagem e hidroterapia como tratamento para pacientes com fibromialgia e observaram uma significativa melhora na qualidade do sono, a redução da positividade dos trigger points e da dor, o aumento da flexibilidade muscular, e ainda, a melhora na postura e no bem estar geral da paciente (ROCHA et al., 2006; SOUZA et al., 2017).

No entanto, a relação entre as emoções e os sintomas físicos provavelmente coopera para os muitos fatores que contribuem para a progressão da doença, ainda assim, as intervenções e esforços para melhorar o apoio social em pacientes com FM parecem ser um componente crucial a ser

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incluído na prática para melhorar a qualidade devida dessa população (DE ABREU FREITAS, 2017).

Estudos realizados anteriormente demonstram que existe relação entre a fibromialgia e os sofrimentos emocionais, principalmente a sintomatologia depressiva, sendo que esta influencia diretamente os sintomas dolorosos, na qual os sintomas apresentados por pacientes causa limitações funcionais e diminuição na qualidade de vida, o que afeta negativamente a sua saúde emocional (LÓPEZ et al., 2019).

E ainda foi avaliado diversos tipos de intervenções para tratamento de pacientes com FM, os quais mostraram efetividade na utilização de exercícios aeróbicos de baixa intensidade, técnicas de alongamento e de hidroterapia no tratamento,minimização dos sintomas da FM, e consequente melhoria na qualidade de vida (MARQUES et al.,2002; XAVIER, 2019).

Neste sentido, os estudos realizados com pacientes diagnosticados com FM submetidos a tratamentos de hidroterapia apresentam melhora satisfatória com relação aos sintomas da referida patologia, especialmente devido às propriedades físicas da água e sua temperatura, que está diretamente ligada com o relaxamento dos pacientes (RAMBO; FILIPPIN, 2019; CHEN; GRABARNICK; PILZ-BURSTEIN, 2018; ANTUNES et al., 2016; PERREIRA et al., 2014; LEITE et al., 2013).

A técnica Bad Ragaz utilizada na hidroterapia incorpora técnicas de movimento com planos diretos e padrões diagonais com resistência e estabilização, na qual a técnica consiste em: redução do tônus, treino de marcha, estabilização do tronco e exercícios ativos e resistidos, normalmente aplicadas em pacientes ortopédicos e neurológicos na qual não se enquadra no tratamento de pacientes com FM (CUNHA, 2016).

A técnica Halliwick que tem como princípios o controle da respiração, do equilíbrio e a liberdade de movimentos. A técnica busca desenvolver as habilidades já existentes do paciente na água e não suas inabilidades (GARCIA et al., 2012).

Já a técnica de Watsu, o paciente permanece em flutuação e a partir desta postura são realizados alongamentos e rotações do tronco, na qual auxiliam o relaxamento profundo, obtido pelo suporte da água e dos movimentos rítmicos dos batimentos cardíacos, o que promove uma

(41)

reeducação muscular dirigida regulada basicamente alongamentos (Robert, 1981; SCHITTER, et al., 2015)

Cabe ressaltar que a técnica de Watsu demonstrou-se suficiente para o tratamento desta patologia, uma vez que proporcionou aos pacientes ganhos expressivos como: alongamento, relaxamento muscular, diminuição do quadro álgico, melhora do estado psicológico, diminuição da ansiedade e dos sintomas de depressivos, melhora na qualidade do sono e retomada de qualidade de vida (RIBEIRO et al., 2017).

Em uma única sessão de Watsu foi possível observar respostas positivas relativas ao bem estar, relaxamento da mente e do corpo, seguido de sonolência. A sensação de integração mente e corpo que a maioria dos indivíduos percebem com o Watsu resulta do fato de que, para mover-se e alongar-se em uma sessão, é necessário flutuar por meio dos braços de outro indivíduo (ACOSTA, 2010).

O método Watsu, mesmo que aplicado uma vez, parece ser eficaz para a promoção de estados físicos e mentais de relaxamento e bem-estar, atua diretamente na melhora da qualidade de vida de indivíduos aparentemente saudáveis. As alterações observadas nas variáveis fisiológicas parecem estar mais relacionadas com a temperatura da água do que, diretamente, com a sessão de Watsu. Na qual mostrou-se eficaz melhorando a circulação periférica, beneficiando o retorno venoso, além de proporcionar um efeito massageador e relaxante imediato ( RIBEIRO, et al., 2017; PARIZOTTO, 2016).

Como também a flutuação na água se torna um grande aliado, na qual reduz o peso corporal contrapondo-se a gravidade e reduz, desta forma, as forças de pressão e compressão sobre as articulações, o que leva a sensação de bem-estar e consequentemente melhora da qualidade de vida (PEREIRA, et al., 2016).

Entretanto, a realização de mais estudos que envolvam o tratamento de pacientes com FM pelo método Watsu, afim compreender e esclarecer seus benefícios com maior clareza e profundidade faz-se extremamente necessário. Entre tais benefícios faz-se urgente a comprovação que uma ação agregativa da técnica de Watsu, das propriedades físicas da temperatura da água

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somadas ao equilíbrio energético do paciente, incorporado como um protocolo de tratamento áureo para fibromiálgicos.

7 CONCLUSÃO

Dessarte a partir dos achados nos artigos científicos constatou-se que a técnica de Watsu utilizada como um plano de tratamento é capaz de reduzir os sintomas, melhorar o estado geral de saúde de pacientes com FM e mostrou resultados satisfatórios com evidencias efetivas para a redução da dor, a minimização da ansiedade, sintomas depressivos e conseqüente incremento na qualidade de vida.

Os estudos reportados na literatura voltados para a utilização da técnica de hidroterapia Watsu para o tratamento de pacientes com fibromialgia, são insuficientes, quando comparados a eficiência na estabilização dos agravos inerentes a FM. Nesse sentido sugere-se o fomento de mais estudos, embora, há várias propriedades da água que podem ser exploradas, com maior abrangência para pacientes fibromiálgicos para que usufruam da real efetividade da técnica para o tratamento da patologia.

Referências

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