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Espiritismo Estudado

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Academic year: 2021

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Informativo do Centro Espírita “Humberto de Campos” - Votuporanga / SP - Publicação Bimestral - Distribuição Gratuita Ano X - Número 56 - Setembro / 2017 - On-line: www.mocidadesespiritas.com.br - E-mail: webmaster@mocidadesespiritas.com.br

Espiritismo Estudado

Será realizado nos dias 23 e 24 de setembro, o 24º Encontro de Mocidades Espíritas do

“Humberto de Campos”, em Votuporanga/SP

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Rua Bahia, 3378 - Centro - Fone: (17) 3421-9295 - Votuporanga/SP www.brasilepi.com.br

(17) 3421-9295 vendas@brasilepi.com.br Esta definida a programação do 24º

Encontro regional de Mocidades Espíritas, do Centro Espírita “Humberto de Campos”, de Votuporanga-SP., que será realizado nos dias 23 e 24 de setembro próximo.

Dia 23, sábado, às 20 horas será apresentada a peça “Paulo e Estevão”, parte fi- nal do livro “Paulo e Estevão”, de Emmanuel/Chico Xavier, pela Mocidade Espírita “Humberto de Campos”. O livro em referência foi dividido em três partes, sendo que as duas anteriores foram apresentadas nos Encontros de Mocidades Espíritas, nos anos de 2015 e 2016.

A peça citada tem o roteiro, direção, figurino e iluminação sob a responsabilidade da própria Mocidade.

Após o evento será servido um lanche ao público presente.

Dia 24, domingo, às 9 horas, apresentação musical pela Mocidade Espírita

“Humberto de Campos” e as 9h30, o Dr. Luiz Carlos Barros Costa, da cidade de Fernandópolis-SP., fará palestra discorrendo também sobre a parte final do livro “Paulo e Estevão”.

O Encontro será encerrado com um almoço de confraternização entre todos os presentes. Não haverá cobranças de taxas, para que possam participar todos os que desejarem. Os recursos financeiros que serão dispendidos no evento fo- ram conseguidos, pela própria Mocidade, através de promoções durante o ano.

Inscrições, contato e mais informações, acesse o site:

www.mehc.com.br

Estimado leitor, o artigo “A solidão do crucifica-o!”, publicado na edição ante- rior, de numero 55, na verdade é de autoria do colaborador CLAUDIO VIANA SILVEIRA, da cidade de Pelotas / RS.

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Rua São Paulo, 3314 - Centro - Votuporanga - SP Fone: 3421-2095

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Aborto é uma delinquência inaudita

Jorge Hessen - Brasília / DF

Há uma citação adjudicada à Madre Tereza de Calcutá, pronunciada na Conferência da ONU, quando a líder religiosa teria dito que “o maior destruidor da paz no Mundo, hoje, é o aborto.

Ninguém tem o direito de tirar a vida; nem a mãe, nem o pai, nem a conferência, ou o Governo.

Sempre houve leis severas contra a prática do aborto na humanidade. No século XVIII a.C., o Código de Hamurabi destacava aspectos da reparação devida a mulheres livres em casos de abortos provocados, exigindo o pagamento de 10 siclos pelo feto morto. Na Grécia antiga, as leis de Licurgo e de Sólon e a legislação de Tebas e Mileto tipificavam o aborto como crime. Hipócrates, uma das figuras mais importantes da história da saúde, frequentemente considerado "pai da medicina", negava o direito ao aborto e exigia, dos médicos, jurar não dar às mulheres bebidas fatais para a criança no ventre. Na Idade Média, a Lex Romana Visigothorum editava penas severas contra o aborto.

O Código Penal francês de 1791, em plena Revolução Francesa, determinava que todos os cúmplices de aborto fossem flagelados e condenados a 20 anos de prisão. O Código Penal francês de 1810, promulgado por Napoleão Bonaparte, previa a pena de morte para o aborto.

Posteriormente, a pena de morte foi substituída pela prisão perpétua. Além disso, os médicos, farmacêuticos e cirurgiões eram condenados a trabalhos forçados.

Se os ditos tribunais humanos condenam a prática do aborto, “as Leis Divinas, por seu turno, atuam inflexivelmente sobre os que alucinadamente o provocam. Fixam essas leis, no tribunal da própria consciência culpada, tenebrosos processos de resgate que podem conduzir ao câncer e à loucura, agora ou mais tarde”. (1)

O primeiro país da era pós-moderna a legalizar o aborto foi a União Soviética, em 8 de novembro de 1920. Os hospitais soviéticos instalaram unidades especiais denominadas abortórios, concebidas para realizar as operações em ritmo de produção em massa. A segunda nação a legalizar o abortamento foi a Alemanha Nazista, em junho de 1935, mediante uma reforma da Lei para a Prevenção das Doenças Hereditárias para a Posteridade, que permitiu a interrupção da gravidez de mulheres consideradas de "má hereditariedade" ("não arianas" ou portadoras de deficiência física ou mental).

Entre 1996 e 2009, “ao menos 47 dos 192 países da ONU aprovaram leis com artigos mais liberalizantes”. (2) Em todos os países da Europa, exceto Malta, o aborto não é penalizado em situações controladas. Os países ibéricos são exemplos de liberalização. Em 2007, Portugal legalizou o aborto sem restrições até a 10ª semana

de gestação e, depois desse período, em casos de má-formação fetal, de estupro ou de perigos à vida ou à saúde da mãe. Na Espanha, lei com termos semelhantes começou a vigorar em 2010.

Cuba é o único país hispânico em que o aborto é legal sem restrições. Na Colômbia, a Corte Constitucional determinou em 2006 que o aborto é legítimo em casos de estupro, má-formação fetal ou de riscos para a vida da mãe. Até então, a prática era proibida no país. Há países em que o aborto era totalmente ilegal, mas passou a ser aceito nos últimos anos se a mãe correr riscos ou se houver má-formação fetal (no Irã) ou no caso de estupro (no Togo).

Não nos enganemos, a medicina que ex- ecuta o aborto nos países que já legalizaram o assassinato do bebê no ventre materno é uma medicina criminosa. Não há lei humana que atenue essa situação ante a Lei de Deus. No Brasil a taxa de interrupção de gravidez supera a taxa de nascimento. Essa situação fez surgir no país grupos dispostos a legalizar o aborto, torná-lo fácil, acessível, higiênico, juridicamente “correto”.

Contudo, ainda que isso viesse a ocorrer, JAMAIS esqueçamos que o aborto ilegal ou legalizado SEMPRE será um CRIME perante às Leis Divinas!

Os abortistas evocam as péssimas condições em que são realizados os procedimentos clandestinos. Porém, em que pese a sua veracidade, não nos enganemos, imaginando que o aborto oficial irá resolver a questão do assassinato das crianças no útero; ao contrário, o aumentará bastante! E o pior, continuará a ser praticado por meio secreto e não controlado, pois a clandestinidade é cúmplice do anonimato e não exige explicações.

Alerte-se que se não há legislação humana que identifique de imediato o ignóbil infanticídio, nos redutos familiares ou na bruma da clandestinidade, e aos que mergulham na torpeza do aborto, “os olhos divinos de Nosso Pai contemplam do Céu, chamando, em silêncio, às provas do reajuste, a fim de que se expurgue da consciência a falta indesculpável que perpetram”. (3)

Chico Xavier disse que “se anos passados houvesse a legalização do aborto, e se aquela que foi a minha querida mãe entrasse na aceitação de semelhante legalidade, legalidade profundamente ilegal, eu não teria tido a minha atual existência, em que estou aprendendo a conhecer minha própria natureza e a combater meus defeitos, e a receber o amparo de tantos amigos que, qual você, como todos aqui, nos ouve e me auxilia tanto”. (4)

Até mesmo diante de gravidez resultante da violência sexual, “o Espiritismo, considerando o lado transcendente das situações humanas, estimula a mãe a levar adiante a gravidez e até mesmo a criação daquele filho, superando o trauma do

estupro, porque aquele Espírito reencarnante terá, possivelmente, um compromisso passado com a genitora”. (5) Lembrando também que “o governo deveria ter departamentos especializados de amparo material e psicológico a todas as gestantes, em es- pecial, às que carregam a pesada prova do estupro”.

É absolutamente indefensável, é imoral a prática do aborto “terapêutico”. Por que interromper o processo reparador que a vida impõe ao Espírito que se reencarna com deficiência? Será justo impedi-lo de evoluir, por egoísmo da gestante?

Se o aborto, em tempos idos, era usado a pretexto de terapia, devia-se à falta de conhecimentos médicos. Evocamos no contexto uma aula inaugu- ral do Dr. João Batista de Oliveira e Costa Júnior aos alunos de Direito da USP em 1965 (intitulada

“Por que ainda o aborto terapêutico?”). João Batista explicou que o aborto em questão “não é o único meio, ao contrário, é o pior meio, ou melhor, não é meio algum para se salvar a vida da gestante”. (6) Não impomos anátemas àqueles que estão sob o impacto de consciência febricitante em face do ato já consumado, até para que não caiam na vala profunda do desalento. Para quem já se equivocou, convém lembrar o seguinte: errar é aprender, contudo, ao invés de se fixarem no remorso, precisam aproveitar a experiência como uma boa oportunidade para discernimento no amanhã. Libertar-se da culpa é, sem sombra de dúvidas, colocar-se diante das consequências dos atos com a disposição de resolvê-las, corajosamente.

A adoção de criança abandonada é excelente prática de soerguimento moral. Pode-se, também, fazer opção por uma atividade, onde se esteja em contato direto, corpo a corpo, com crianças carentes de carinho, de amparo, de colo, de cuidados pessoais em creches, em escolas, em hospitais, em orfanatos etc..

Meditemos sobre isso!

Referências bibliográficas:

(1) Peralva, Martins. O Pensamento de Emmanuel. Cap.

I - Rio de Janeiro: Editora FEB, 1978.

(2) Conforme o World Population Policies 2009, da ONU, que registra o estudo realizado pela ONU e pelo Instituto Guttmacher.

(3) Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Religião dos Espíritos, ditado pelo Espírito Emmanuel. 14a edição.

Rio de Janeiro, RJ: FEB, 2001.

(4) Disponível em clique aqui, acessado em 15 de março de 2017.

(5) Cf. Manifesto Espírita sobre o Aborto - Federação Espírita Brasileira - Manifesto aprovado na reunião do Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira, nos dias 7, 8 e 9 de novembro de 1998.

(6) O jornal Folha Espírita, edição de janeiro de 2005.

(3)

Jornal: Espiritismo Estudado

Periodicidade: Bimestral – Distribuição Gratuita Tiragem: 11.000 exemplares

Coordenador redação: Waldenir Aparecido Cuin Jornalista Responsável:

Juliana P. Caldeira Cuin – MTb. 46.288/SP Diagramação: Marcelo Martins Cuin Site: www.mocidadesespiritas.com.br

E-mail: webmaster@mocidadesespiritas.com.br Realização: Centro Espírita Humberto de Campos - R ua Acre, 4034 - Vila Paes - Votuporanga - SP CNPJ: 49.109.796/0001-04

EXPEDIENTE

A cadeira “missionária”

Ricardo Orestes Forni - Tupã/SP

Conta-se que em uma época em que existia cédula de dinheiro de mil reais (sonho de muita gente!), um senhor espírita vivia a implorar aos planos maiores recursos financeiros para realizar a caridade como entendia ele deveria ser praticada.

Poderia construir creches, hospitais, abrigos para velhos desamparados e crianças órfãs. Conseguiria distribuir muitas cestas básicas todos os meses para lares pobres. No inverno cobriria os corpos desprovidos de agasalho com a proteção adequada. Não haveria nenhum pé humano sem o devido calçado. E seguia nessa linha de raciocínio os argumentos do candidato à prática da caridade se Deus lhe provesse dos recursos financeiros necessários para acudir às necessidades dos seus semelhantes.

Tanto pediu em suas orações, tantas promessas fez de muitas realizações que os Espíritos superiores resolveram fazer um teste.

Num dia de forte ventania fizeram chegar carregada pelo vento até aos pés desse homem bem-intencionado na obra do bem, uma nota de mil reais, que foi depositada pelo “acaso” ao alcance de suas mãos.

O candidato a grandes obras no campo da fraternidade olhou espantado para aquela nota de mil reais de alto valor e começou a traçar planos. Seus pensamentos como que colidiam uns com os outros em sua cabeça. Ficou perturbado, a mão tremia, estaria sonhando? Apanhou com avidez o dinheiro e correu para a loja mais perto do local e começou a adquirir vários produtos de que estava necessitado. Não teve um único pensamento para com os infortunados a quem vivia a prometer proteção aos planos maiores da vida, caso tivesse dinheiro suficiente. E os Espíritos bons se afastaram de mais aquele candidato à prática do bem que havia adiado a realização de suas promessas.

Quando contemplamos a vida de pobreza de Chico Xavier cujo salário mal dava para socorrer as muitas necessidades de sua extensa família, ficamos admirados como ele pôde ter feito tanto no campo da beneficência em favor dos sofredores se não contava com o dinheiro, mas com o desejo inabalável de servir através de si mesmo, da doação de sua vida como realmente o fez!

Da mesma forma podemos dizer sobre Divaldo com o seu gigantesco posto de socorro materializado no mundo físico através da Mansão do Caminho. Das suas incansáveis viagens como o Paulo de Tarso da atualidade a divulgar a Doutrina Espírita para os mais longínquos rincões do planeta, enfrentando viagens extremamente cansativas para a sua idade cronológica. Tudo sem o dinheiro farto como desejava a personagem da história inicial.

Aliás, sobre Divaldo, é necessário divulgar a origem sobre a cadeira “missionária”! Visitava ele a irmã Dulce que dormia em uma cadeira comum de madeira. Quando Divaldo constatou aquela realidade propôs àquele Espírito reencarnado na religião católica que iria enviar- lhe uma cama onde ela pudesse repousar de maneira mais adequada. A doce freira pede a ele que não fizesse isso porque a cadeira onde ela dormia era uma cadeira “missionária”! E tendo Divaldo sorrido diante dessa afirmação e procurado entender o sentido que irmã Dulce queria dar ao termo, recebeu o esclarecimento de que muitas pessoas por vê-la dormindo naquela cadeira sem nenhum conforto, enviavam a ela ca- mas que ela, incontinenti, direcionava aos doentes

do hospital que fundara para os pobres. Onde estava o dinheiro de irmã Dulce para exercer a caridade com Jesus?

Emmanuel, no livro Palavras De Vida Eterna, capítulo intitulado Se Aspiras a Servir, assim nos ensina: Afirmas-te no veemente propósito de servir; entretanto, para isso, apresentas cláusulas diversas. Dispões de recursos próprios, conquanto humildes, para as tarefas do socorro material; contudo, esperas pelo dinheiro dos outros. Mostras pés e braços livres que te garantem o auxílio aos irmãos em prova;

entretanto, esperas acompanhantes que provavelmente jamais se decidam ao concurso fraterno. Se aspiras a servir aos outros, servindo a ti mesmo, no reino do Espírito, não percas tempo na expectativa inútil, pois todo aquele que sente, e age com o Cristo, vive satisfeito e procura melhorar-se, melhorando a vida com aquilo que tem.

Vale muito o destaque para a última frase de Emmanuel quando ele ressalta a condição se desejamos servir aos outros, servindo a nós mesmos. Ficamos fazendo uma série de exigências, esperando um sem-número de condições para fazer o bem, esquecendo que o maior beneficiário é aquele que pratica a ação, por menor que seja ela, bastando para isso lembrarmos o óbolo da viúva narrado por Jesus aos seus discípulos e que se estende a todos nós na escola da Terra que O temos na posição de Mestre!

Você, eu e quem mais estiver sentado em uma cadeira ao ler essas linhas, que tal pensarmos em transformá-la em uma cadeira “missionária”?

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Cuidado com a língua... E com o teclado também...

Wellington Balbo - Salvador / BA

Vivemos atualmente tempos de julgamentos dos mais severos. Dirão alguns que já fomos piores, já julgamos mais e com mais severidade, o que quer dizer: estamos melhorando.

Penso, todavia, que a ideia de que já fomos piores faz-nos marcar passo na senda evolutiva porque é um convite à acomodação. Ora, se estamos melhores hoje, não há razão para preocupações ou esforço para melhorar ainda mais.

Estamos melhores e isto é o que importa.

Contudo, não é bem assim...

Mas, vamos em frente...

Com o avanço da tecnologia e a chegada das redes sociais na vida do cidadão, as opiniões sobre os mais diversos assuntos deixaram o local restrito dos churrascos em família para ganharem o mundo.

Hoje todo mundo sabe de tudo. Se o Juca do Brasil gosta de azul, o Ronaldovski da Rússia sabe disto.

Se o príncipe do Castelo Rintintim almoçou caviar, o Josué da Albânia está sabendo.

Atualmente poucos são os homens

discretos neste mundo que conseguem não opinar sobre tudo, ou, então, não postar uma selfie quando está no restaurante com a família.

E, naturalmente, além das opiniões, os julgamentos também são proferidos na mesma velocidade e intensidade.

Hoje todos colocaram a toga a julgar o comportamento alheio sem qualquer constrangimento. A pretexto de liberdade de expressão, sentenças são dadas e reputações execradas. Interessante notar: a maioria dos que se arvoram a juízes denomina-se cristãos.

Esquecem, provavelmente, a máxima expressada por Jesus há dois mil anos e anotada por Mateus:

“Não julgueis, pois, para não serdes julgados; porque com o juízo que julgardes os outros, sereis julgados; e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós”. (Mateus, VII: 1-2)

Allan Kardec vai no mesmo tom de Jesus ao estabelecer a escala espírita e informar que apenas os Espíritos prudentes, isto já na terceira classe, é que podem fornecer um julgamento mais

Cair é acidente próprio dos que caminham

"(...) progredir sempre: tal é a Lei." - Allan Kardec.

Descoroçoamos - vezes sem conto - pelos ásperos caminhos da longa jornada evolutiva que há milênios empreendemos...

Quando mais esclarecidos, é com muita tristeza que observamos a superlativa defasagem entre o que somos e o que já deveríamos ser; e, desalentados, repetimos para nós mesmos, intimamente:

- Constato que não sirvo para nada...

- Não consigo melhorar-me...

- Como trabalhar para Jesus se não sou santo?

- Acoroçoo maus pensamentos. Não posso orar!

- Não tem jeito comigo!...

- Sou um poço de iniquidades...

- Minhas fraquezas e erros impedem a ascensão.

- Sinto-me um verme etc...

Vergados sob o peso de tais ideias,

preciso dos homens e das coisas.

Quando estudamos o tema – Escala Espírita - compreendemos que ainda somos Espíritos que pertencem à categoria de imperfeitos.

Logo, nossos julgamentos não têm base sólida, porquanto ainda estamos muito apegados aos preconceitos da Terra e, além disto, falta-nos capacidade intelectual e distanciamento emocional para julgar os homens e as coisas.

Vale a reflexão:

Quantas vezes nos equivocamos em relação às pessoas?

Quantas vezes já nos pegamos tendo de reconhecer nossa precipitação ao afirmar que fulano é assim ou assado?

As lições de Jesus sobre o julgamento e o trabalho de Kardec na escala espírita são importantes para darem um norte de nossa real condição e, assim, não nos comprometermos pela língua ou o teclado.

Aliás, se antes o homem tinha de tomar cuidado com sua língua, hoje também deve fazer o mesmo com seu teclado.

Coisas da evolução, coisas da evolução...

fugimos, envergonhados, dos arraiais de trabalho onde lograríamos a elevação espiritual e continuamos a nos autoflagelar com as farpas das nossas onipresentes limitações.

Emendar, corrigir, restaurar, refazer... Tais são os verbos que podemos e devemos conjugar em todos os tempos e modos nessa situação.

Observemos que todos esses verbos exprimem ação; e, no caso, estão a indicar-nos os processos aos quais nos devemos vincular para revertermos o quadro de impossibilidades e frustrações.

Aprendamos a reagir ao desalento e ao

"homem-velho" que teimam em ditar as normas de nossa conduta, lembrando-nos de que se todos fôssemos espiritualmente sadios, não seria necessária a vinda de Jesus ao nosso Orbe para nortear-nos.

Analisando o assunto e reconhecendo nossos impedimentos e limitações, recomenda Emmanuel[1]: “paciência incessante em todas as dores e em todas as circunstâncias, a fim de que venhamos a transpor com segurança as dificuldades que vigem por fora, mas também cul-

tivar a paciência conosco. Sim! Paciência conosco, para construirmos a nobilitação que nos é necessária. Com isso não queremos dizer que devamos acalentar as nossas fraquezas ou aplaudir as próprias faltas, mas sim, que não nos cabe interromper a edificação, no mundo íntimo, quando surjam falhas em nós, no serviço do bem que nos toca fazer.

(...) Cair é acidente próprio dos que caminham”.

Quem recorre ao refrão popular: "pau que nasce torto, morre torto e não tem jeito" esquece- se de que existem milhares de troncos, tortos na configuração externa, guardando seiva robusta e sadia, na produção dos frutos com que alimentam as criaturas.

“Na paciência possuireis as vossas almas", dizia Jesus. Isso significa que precisamos de paciência, não só para angariar a simpatia e a colaboração das almas alheias, mas também para educar-nos.

[1] - XAVIER, F. Cândido. Caminho espírita. 12. ed.

Araras: IDE, 2010, cap. 67.

Nobilização necessária

Rogério Coelho - Muriaé / MG

(5)

Rua Mato Grosso, 3621 - Votuporanga / SP

Fones: (17) 3421-9459 - 3422-8525

Fato verídico; A gratidão de Mariazinha

Waldenir Cuin - Votuporanga / SP

As atividades mediúnicas, na Casa Espírita, seguia seu curso normal de socorro aos Espíritos sofredores. Os encarnados ali reunidos se esmeravam em esforços, junto aos benfeitores espirituais, para aliviar as dores e os padecimentos que torturavam muitos desencarnados em penúria.

Foi quando um Espírito se apresentou pedindo socorro, pois que não conseguia respirar e tinha urgente necessidade de um médico.

Obviamente acreditava ainda estar vivendo num corpo físico, desconhecendo sua situação de desencarnado.

Mandara chamar o médico da Vila, mas como eram inimigos, o facultativo se recusava a atendê-lo. Afirmava que ele não gostava do médico e nem o médico gostava dele.

O irmão que dirigia as ações mediúnicas daquela noite sugeriu a ele que o socorro já estava em andamento e que outro médico fora chamado e prestava-lhe os devidos cuidados.

- Este médico é bem mais jovem, acusa o doente.

- Sim, mas é muito competente. Está colocando uma mascara em seu rosto para que respire aliviado. Ele lhe oferece um remédio para sanar a dor do seu peito. Obedeça ao que ele determina. Tome o medicamento.

- Estou melhorando.... estou bem melhor.

Nesse instante o amigo encarnado o esclarece sobre a sua condição espiritual, informando-o sobre a sua morte física e consequentemente a sua chegada à vida espiritual.

- Não conheço vocês. Porque estão cuidando de mim uma vez que nunca me preocupei

em ter amigos. Tive muitas posses e vivia com minha mãe. Mas ela morreu. Nunca fiz nada de bom para ninguém, fiz sim foi muitas barbaridades, sou um criminoso, fui muito odiado e tinha muitos inimigos.

- Você acredita que nunca fez nada de bom? E a Mariazinha?

- Como você sabe disso? É um adivinho?

A Mariazinha era uma andarilha conhecida como Maria Louca. Vivia pelas estradas. Mas o que fiz a ela foi pouco diante do que ele fez pela minha mãe.

Um dia voltava para minha casa quando ela me parou na estrada e pediu uma carona. Fiquei com pena dela, pela sua situação, estava em farrapos e com fome. Então, a levei para minha casa. Lá minha mãe a acolheu e a amparou. Ela foi ficando lá, ajudando nas tarefas da casa. Minha mãe adoeceu e quem cuidou dela com muito carinho e zelo foi a Mariazinha, até o dia em que ela morreu.

Então, na casa da fazenda ficou eu e ela, mas apesar de todos os meus muitos defeitos, sou uma criatura respeitadora. Não poderia ficar sozinho com ela, então determinei que fosse feita uma casinha para acomoda-la, com mobiliário e tudo. Nessa casa ela viveu ainda um bom tempo até que a velhice chegou e a morte a levou também.

- Mas o que tem a ver a Mariazinha diante do socorro que estou recebendo agora, embora tendo a consciência de que nem mereço tanto, ante as barbaridades feitas nesse mundão de Deus.

- As leis de Deus, meu irmão, são de amor e de justiça, jamais de castigos e de punições.

Claro, que pela lei de causa e efeito, haveremos de conviver com os reflexos negativos das nossas ações infelizes, mas a mesma lei nos garante o direito de experimentar a alegria do bem vivenciado. Sendo assim, veja agora, quem solicitou a Deus que você fosse socorrido, ob- serve quem se aproxima de você.

- Não acredito, é você Mariazinha...

Os instantes seguintes foram de pranto emocionado.

Mesmo no contexto de uma vida mergulhada em erros e equívocos, bastou uma ação no bem para que a Providência Divina se curvasse em favor daquele irmão necessitado. Ele haverá de responder pelo mal que fez mas o bem sempre será uma notável atenuante em seu favor.

Reflitamos...

“Muitas vezes a criatura complicada que nos agrega à

família, traz consigo as marcas de sofrimento ou deficiências que lhe foram impostas por nós mesmos em

passadas reencarnações”.

(André Luiz/Chico Xavier, no livro

“Sinal Verde”, item 7).

(6)

No capítulo VIII, do Evangelho Segundo Espiritismo, "Bem-Aventurados os Puros de Coração", Jesus apresenta o ensinamento de que a pureza de coração é inseparável da simplicidade e da humildade.

Portanto, é impossível compreender a pureza sem relacionar e fundir o ensinamento com a concepção da Humildade.

Para isso, Jesus toma o exemplo da criança, da infância: é nesse período da humanidade que o ser ainda em formação, sendo como um livro com páginas em branco que durante os anos escreve sua história e marca suas primeiras impressões. Na infância, em seus primeiros anos de vida, a criança não manifesta ainda, nenhuma tendência perversa, nos oferecendo a imagem da inocência e candura.

Na infância a criança ainda não tem impregnado em seus atos e condutas, qualquer manifestação que seja movida por ardilosos pensament os de intrigas, maldades ou favorecimentos da qual nós estamos inseridos e envolvidos. A criança age e retribui ações simples daquilo que recebe, por isso copia modelos das quais ela convive.

Então a pureza, da qual Jesus nos ensina, é no sentido de que a criança ainda não está impregnada por aquilo que nós estamos com o coração cheio: orgulho e egoísmo.

Isso não quer dizer que aquele ser, seja totalmente puro e isento de defeitos e erros. O espírito é eterno e imortal e habitando um corpo frágil e pequeno, possui sim sua carga de defeitos e vícios. O espírito de uma criança é muito antigo, e que traz ao renascer na vida corpórea as imperfeições que não se livrou nas existências anteriores.

Jesus não diz de maneira absoluta que o Reino de Deus é para elas (as crianças), mas para aqueles que delas se assemelham, no sentido da pureza desvencilhada de qualquer interesse.

Quando refl et imos acerca dest e ensinamento de Jesus, observamos que desde o início faz comparações e analogias, no caso da criança por exemplo. Observamos que estas crianças somos nós, que gatinhamos na esfera do progresso, estando ainda muito distantes da evolução. Atolados nas vicissitudes da matéria, arraigados ao mal, ao prazer que a matéria, a posse e o poder nos proporcionam.

Somos a criança teimosa que se rebela contra os desígnios das leis de causa e efeito, agimos inconsequentemente como crianças mimadas ante as provações que nos surgem fruto de nossas próprias incúrias e improvidência.

Quando na verdade deveríamos manter a

pureza dos corações desses pequenos, como exemplifica Jesus. Um coração sem interesses, sem maldades, sedento somente pelo amor emanado de pureza e simplicidade.

Porém, nos dias atuais em que a sociedade age e prega a lei do mais forte, do audacioso, daquele que deve passar por cima de tudo e qualquer coisa para angariar posses e poderes materiais, parece- nos impossível agir com essa ingenuidade e pureza como de uma criança!

A questão é que Jesus foi muito além destes preceitos, quando fala-nos da pureza de coração vem nos mostrar aquilo que está em plena atividade, maquinando as mais variadas articulações de nossa vida, agindo incessante seja em qualquer indivíduo:

o pensamento!

"A verdadeira pureza não está apenas nos atos, mas também no pensamento, pois aquele que tem o coração puro nem sequer pensa no mal". (ESE, VIII -item 6)

É nesse sentido que conhecemos a passagem: "vigiai e orai", vigiar pensamentos e as ações que advém desse pensamento, orar para que tenhamos forças para fugir dessas amarras de pensamentos maléficos e doentios que nos arrastam ao erro. Lembrando que só nos arrastamos a esse mal, porque utilizamos do nosso livre arbítrio nas escol has dos cami nhos que segui mos e simpatizamos!

“Os bons ou maus pensamentos do ser encarnado afetam a organização psíquica de seus irmãos na Terra, aos quais sejam dirigidas?

Os corações que oram e vigiam, realmente, de acordo com as lições evangélicas, constroem a sua própria fortaleza, para todos os movimentos de defesa espontânea. Os bons pensamentos produzem sempre o máximo bem sobre aqueles que representam os seus objetivos, por se enquadrarem na essência da Lei Única, que é o Amor em todas as suas divinas manifestações;

os de natureza inferior podem afetar o seu objeto, em identidade de circunstâncias, quando a criatura se faz credora desses choques dolorosos, na justiça das compensações. Sobre todos os feit os dessa natureza, todavi a, prevalece a Providência Divina, que opera a execução de seus desígnios de equidade, com misericórdi a e sabedori a”. (Livro “O CONSOLADOR” , de Emmanuel/Chico Xavier, item 53)

Portanto, todo mau pensamento é resultado da imperfeição da alma. Se agimos com pensamentos de ódio, vingança, intrigas, desejamos mal a alguém, pensamentos torpes, são porque nós alimentamos esse imaginário ativo em nós! Nos

comprazemos e arquitetamos muitas vezes com esses pensamentos maléficos e isso mostra o tamanho de nossa imperfeição moral.

Porém, se tivermos o desejo de nos modificar e purificar, repelimos o mau pensamento com energia e isso se torna um motivo de progresso.

"A pessoa que nem sequer concebe o mau pensamento, já realizou o progresso; aquela que ainda tem esse pensamento, mas o repele, está em vias de realizá-lo; e por fim, aquela que tem esse pensamento e nele se compraz, ainda está sob toda a força do mal. Numa, o trabalho está feito; nas outras, está por fazer. Deus, que é justo, leva em conta todas essas diferenças, na responsabilidade dos atos e dos pensamentos do homem". (ESE, VIII - item 7).

Então observamos como distantes ainda estamos desta purificação tal qual Jesus mencionou em seus ensinamentos. Pois, em pensamento ferimos, odiamos, melindramos, xingamos, mentimos, disseminamos veneno que fere o outro com uma emanação de energia devastadora aos corações que nos cercam.

É nesse capítulo que Jesus toma o exemplo de "lavar as mãos", quando escribas e fariseus o indagam que seus discípulos não lavavam as mãos enquanto comiam. E Ele utiliza desse momento para mais uma vez nos ensinar de que como era mais fácil observar a prática dos atos exteriores, do que se reformar moralmente, de lavar as mãos do que limpar o coração!

"Assim t ambém aconteceu com a doutrina moral do Cristo, que acabou por ser deixada em segundo plano, o que faz que muitos cristãos, à semelhança dos antigos judeus, creiam que a sua salvação está mais assegurada pelas práticas exteriores do que pelas da moral.(...) Ela faz supersticiosos, hipócritas e fanáticos, mas não faz homens de bem.

Não é suficiente ter as aparências da pureza, é necessário antes de tudo ter a pureza de coração". (ESE, VIII - item 10)

Enquanto estivermos presos na aparência exterior, enquanto ainda estivermos ocupados em expor o que somos fisicamente, mais distantes estaremos do progresso moral.

Nunca estivemos tão preocupados com a aparência física e a beleza exterior como ocorre hoje, porém esquecemos que o corpo físico perece e acaba. Somente o amor e o coração puro nos proporcionará uma beleza da qual ainda estamos distantes, mas que Jesus a dois mil anos sinalizava como sendo a única condição de progresso e moralização do homem.

Purificar o nosso pensamento

Juliana P. C. Cuin - Votuporanga / SP

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Em busca da cura

Orlando Ribeiro - Votuporanga / SP

Em tempos como o nosso, em que a permanência no mercado de trabalho nos exige uma permanente atividade, a saúde precisa estar em dia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define Saúde como um estado de completo bem estar físico, psíquico e social e não meramente a ausência de doenças; visão esta mais ampliada dentro da doutrina espírita, que a enxerga sob o prisma da imortalidade da alma, elencando as experiências de vida como construções pessoais, intransferíveis. Emmanuel nos afirma que “Saúde é a harmonia da alma”, dando-nos a orientação precisa para compreender que o foco de atenção não deve ser a matéria, mas o espírito imortal, este viajante da eternidade, que é construtor de seu destino e mantenedor dos estados íntimos que haverão de constituir a saúde e a doença

Pesquisa recente demonstrou que o número de "consultas" nos centros espíritas cresceu mais que as consultas nas unidades de saúde. Mas, a Doutrina Espírita, cura? Se a resposta fosse simplesmente "sim", iríamos desmentir categoricamente toda a existência de Chico Xavier, por exemplo.

O médium de Pedro Leopoldo passou por cinco cirurgias; não deveria ter recorrido aos vários médiuns que lhe ofereceram seus serviços? Não, quando apenas considerou uma destas possibilidades de fazer uma "cirurgia espiritual",

"Emmanuel lhe repreendeu: Você deveria ter vergonha até em pensar em receber esse tipo de cura, porque todos os outros doentes vertem sangue, usam éter, tomam determinados remédios para melhorar. Como você pretende se curar numa cadeira de balanço?”.

Em uma destas passagens, o médium de Uberaba, quando estava para se submeter a uma cirurgia de um tumor na próstata, em 1968, o famoso curandeiro Zé Arigó, que não era espírita, mandou lhe avisar que estava pronto para realizar a operação. Chico respondeu: “como é que eu

ficaria diante de tanto sofredor que me procura e que vai a caminho do bisturi, como o boi vai para o matadouro? E eu, sabendo disso, vou querer facilidades? Eu tenho é que operar com médicos encarnados, assim como os outros, sofrendo com eles!" (trechos de uma entrevista concedida por Chico aos jornalistas goianos Batista Custódio, do Diário da Manhã, e Consuelo Nasser, da Revista Presença, publicada no jornal “Goiás Espírita”, edição 284, de janeiro/fevereiro de 1988). Na verdade, longe de não querer ser curado, Chico sabia que doença não é praga, não é maldição e nem castigo. Quase sempre, uma enfermidade é prova, resgate, expiação. Portanto, ir ao Centro Espírita só para obter a cura, muito pouco ou nada adiantará, se esta ida não se fizer acompanhada, digamos, de um tratamento complementar.

O Espiritismo não tem como finalidade principal, urgente, a cura das doenças do corpo, embora deva, sem alarde, cooperar nesse sentido.

Entretanto, os objetivos basilares da doutrina codificada por Kardec são ensinar e orientar o espírito para que ele possa libertar-se de seus recalques ou instintos inferiores, almejando alcançar a “saúde moral”. Espiritismo passa longe de competir com a Medicina do Mundo, pois que, se fosse este o objetivo, os mentores teriam indicado todos os recursos e métodos técnicos para que os médiuns obtivessem seguro êxito terapêutico no combate à todas as doenças que afetam a humanidade. O propósito da doutrina espírita é ir além de só oferecer curas, a intenção é mirar na reforma íntima, na mudança interior da pessoa, na evangelização do ser. Enfim, fazer

"nascer o homem novo". Por isso, o Centro Espírita é um hospital de almas, onde se ministram passes; oferece-se água fluidificada; favorece a desobsessão; onde se abrem canais de ajuda espiritual pela força da prece e do esclarecimento;

revigorando a esperança das promessas de Jesus.

Trocando em miúdos, se os hospitais do mundo tratam o corpo no mundo físico, uma casa espírita séria trata das mazelas do espírito. Divaldo Pereira Franco, no livro Diretrizes de Segurança, afirma que “não devemos trazer para o Espiritismo o que pertence aos outros ramos do conhecimento. A missão de curar é do médico. O Espiritismo não veio competir com a ciência médica. Não devemos pretender transformar a Casa Espírita em nosso consultório médico”.

A chamada cura espírita existe, mas precisa existir merecimento. Lendo o capítulo 5 do Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, iremos encontrar as causas da aflição do homem. Veremos que a maior parte das doenças têm como origem mágoa, raiva, falta de perdão, erros morais, vícios, apenas alguns poucos padecimentos são opções do próprio espírito para aprendizado e fortalecimento de decisões. As curas milagrosas que "acontecem" nos cultos espetaculosos nos programas de TVs, se verdadeiras, serão temporárias, se não vierem acompanhadas pela reforma íntima, por modificações morais e de caráter. Ler, estudar o Evangelho Segundo o Espiritismos, o Livro dos Espíritos, ambos de Allan Kardec, nos ajuda a entender nossas enfermidades e nossas dores para que possamos mudar atitudes, e assim pleitear melhoras.

Bezerra de Menezes dizia sempre que temos que ter conduta, na vida e perante a doença.

Bezerra era médico, e espírita, primeiro curava a causa física, depois dava indicativos para homens e mulheres se curarem do vício, condutas morais, paciência e etc.:"Melhore seus pensamentos, sua conduta, e terá mais que uma cura se for merecedor." Os bons espíritos atuam quando existe merecimento, senão o balsamo é temporário. Jesus nunca buscou ninguém para curar, ele chamava: "Vinde a mim e eu vos aliviarei".

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Parábola do semeador: reflexões

Claudio Viana Silveira - Pelotas / RS

“Um semeador saiu a semear. .. ” (Mateus, 13:4).

Profundamente sábio e utilizando-se de analogias com figuras pertinentes à Palestina de seu tempo, (figuras da pesca e agropecuária local), o Mestre das alegorias não agiria diferentemente na parábola do semeador. O Benfeitor Emmanuel trabalhará em cima de tais ensinamentos e aqui fazemos nossas próprias reflexões:

O primeiro ensinamento da parábola é aquele que nos adverte que a cada reencarnação temos deveres intransferíveis: na qualidade de ‘donos do campo’, somos os próprios lavradores. Não podemos contratar ‘peões’ e ordenar-lhes que evoluam por nós! Ou pedir-lhes que, enquanto descansamos ao pé da escadaria, galguem todos os degraus que nós próprios precisaremos subir.

Como segundo ensinamento, nós, na qualidade de cooperados – Espíritos não evoluem sozinhos – seremos convidados a abandonar personalismos ou pontos de vista e convocados a lavrarmos na “terra das almas, sufocada de

espinheiros, ralada de pobreza, revestida de pedras ou intoxicada de pântanos, oferecendo-nos a divina oportunidade de agir em benefício de todos.” Pode- nos parecer até contraditória tal consideração se comparada à primeira, mas não é: uma coisa é

‘desejarmos’ evoluir, no sentido de utilizarmos nossa vontade de fazê-lo; outra coisa é a cooperativa fra- ternal.

Terceira e última consideração é a de que se o divino Semeador, da manjedoura de Belém ao Gólgota, se fez pequeno em suas lides, por que nós seus terceirizados não deveremos nos vestir com a túnica e sandálias da humildade? Se ele nasceu entre pastores; cresceu no anonimato de Nazaré;

conviveu com a hipocrisia de sacerdotes, doutores da lei e fariseus; teve como colaboradores, humildes pescadores; e morreu cruelmente numa cruz entre malfeitores... Será óbvio que o tipo de berço que nos trouxer a esta reencarnação não será relevante;

que o anonimato será o tempero de qualquer frente Crística que abracemos; que opositores se farão presentes na lavoura, travestidos de lavradores ou

semeadores, desejosos de plantar cizânias; que dos que ombrearem conosco, nenhum será perfeito; e que a nós, cruzes se depararão sob os mais diversos aspectos.

* * *

Impossível raciocinarmos com semeadura sem os naturais constrangimentos do Orbe: o vento que espalha as sementes; a diversidade dos solos a serem semeados; o orgulho e o egoísmo a desejarem a perfeição do plantio e a santidade das ajudas; as sementes de joio infiltradas; e o cansaço que gera deserção e desânimo no cultivo.

A parábola do semeador é só uma das provas da sabedoria de nosso divino Professor atento a este Planeta muito antes da manjedoura;

da manjedoura ao Gólgota; e em Espírito de Verdade até que se faça necessário.

(Sintonia com Xavier, Francisco Cândido, Fonte viva, ditado por Emmanuel, em seu Cap. 64, Semeadores, 1ª edição da FEB).

O homem e a geração do futuro

Altamirando Carneiro - São Paulo / SP

Revendo as edições anteriores do jornal

"O Semeador", órgão da Federação Espírita do Estado de São Paulo, encontrei no número 632, referente à segunda quinzena de outubro de 1990, texto final de uma série que o jornal publicou da palestra proferida em 16 de junho de 1985, no Setor III da Fraternidade dos Discípulos de Jesus, da Aliança Espírita Evangélica, na capital paulista, por Valentim Lorenzetti (17/2/1938 - 14/8/1990) sobre o tema "O Homem do Futuro".

Lorenzetti fala sobre algumas características que, segundo Cal Rogers, identificam o homem do futuro: o indivíduo aberto para novas maneiras de ver e de ser, novas ideias, novos conceitos. Respeitador da experiência de seu semelhante. São pessoas dedicadas ao outro.

Profundamente harmonizado com a natureza e com as Leis Divinas, é ligado à flora, à Ecologia, ao respeito pelos animais. Acha que as instituições são feitas para servir ao homem. É con- tra a instituição rígida, inflexível, que não muda nunca, que é a mesma coisa há milênios, ou há dezenas de anos; que não absorve a experiência de ninguém, que não quer saber da experiência de outrem.

O homem do futuro é um homem que

cresceu, é um homem adulto. Não precisa ninguém dizer-lhe: faça isso. Sabe exatamente o que é essencial para ele. É muito mais ligado às coisas espirituais. Seus heróis são personalidades com Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Teilhard de Chardin.

Lorenzetti reporta-se a Allan Kardec, no capítulo XVIII de A Gênese, quando fala sobre a nossa geração, a mesma geração retratada por Rogers em seu livro e em sua obra psicológica:

uma geração moral. Diz que cabe a nós reforçarmos a chegada desse homem. Ele pode estar entre nós. Entre nossos filhos, em casa, en- tre nossos amigos.

O homem do futuro é o que apresenta todas as características do homem de bem, explícitas em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, questão 918: o que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade na sua mais completa pureza; faz o bem pelo bem; é bom, humano e benevolente; considera os dons como depósitos, para serem usados para o bem; trata com bondade e benevolência a todos; é indulgente para com as fraquezas dos outros; não é vingativo;

respeita os direitos dos semelhantes, como desejaria que respeitassem os seus.

São esses Espíritos que contribuirão para a regeneração da Humanidade.

Contudo, segundo A Gênese, essa regeneração não exige a renovação integral dos Espíritos, mas a modificação em suas disposições morais, que se opera em todos os que estejam dispostos.

Composta por Espíritos melhores ou Espíritos antigos que se melhoraram, diz A Gênese que "o resultado é sempre o mesmo. Desde que trazem disposições melhores, há sempre uma renovação, Assim, segundo suas disposições naturais, os Espíritos encarnados formam duas categorias: de um lado, os retardatários, que partem; de outro, os progressistas, que chegam.

O estado de costumes da sociedade estará, portanto, no seio de um povo, de uma raça, ou do mundo inteiro, em relação com aquela das duas categorias que preponderam".

Ainda no capítulo citado, em "Sinais dos Tempos": "a geração que desaparece levará consigo seus erros e prejuízos; a geração que surge, retemperada em fonte mais pura, imbuída de ideias mais sãs, imprimirá ao mundo ascensional movimento, no sentido do progresso moral que assimilará a nova fase da evolução humana".

Referências

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