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FAMIG FACULDADE MINAS GERAIS GUSTAVO HENRIQUE MASSON TEIXEIRA A INEFICÁCIA DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO NA REDUÇÃO DOS CRIMES COM ARMAS DE FOGO

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A INEFICÁCIA DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO NA REDUÇÃO DOS CRIMES COM ARMAS DE FOGO

Belo Horizonte 2015

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A INEFICÁCIA DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO NA REDUÇÃO DOS CRIMES COM ARMAS DE FOGO

Monografia apresentada a Famig – Faculdade Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito.

Orientadora: Rosilene Queiroz/Ângela

Belo Horizonte 2015

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GUSTAVO HENRIQUE MASSON TEIXEIRA

A INEFICÁCIA DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO NA REDUÇÃO DOS CRIMES COM ARMAS DE FOGO

Monografia apresentada a Famig – Faculdade Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito.

Orientadora: Rosilene Queiroz/Ângela

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________

Prof.:

Orientador:

_________________________________________

Prof. Ms.:

Orientador:

_________________________________________

Prof. Ms.:

Orientador:

Belo Horizonte, xx de junho de 2015

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“Eu tenho uma política bem rigorosa de controle das armas: se houver uma arma por perto, eu quero ter o controle dela”

Clint Eastwood

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RESUMO

O referido trabalho tem como objetico principal mostrar que mesmo com a criação do Estatuto do Desarmamento, o índice de criminalidade não diminuiu e com isso não conseguiu atingir sua finalidade, que era a reduçao da criminalidade. Através desse trabalho, há que se falar que a vontade do povo não foi respeitada, como foi provado através do referendo de 2005, onde o povo brasileiro tinha nas mãos o voto sobre a enquete, que tinha como pergunta, se o comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?. E como resultado obtido foi que a maioria, com 63,94% das pessoas votaram pelo NÃO. E mesmo com a maioria da população sendo contra tal proibição, essa vontade não foi respeitada, continuando com a proibição do comércio de armas de fogo e munição. E tem-se o referendo como prova de que o Estatuto do Desarmamento é uma peça jurídica totalmente contra a vontade popular, com efeitos negativos.

Palavras-Chave: Estatuto; Referendo; Redução da Criminalidade; Ineficácia; Direito dos Cidadãos

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ABSTRACT

This work is primarily objetico show that even with the creation of the Disarmament Statute, the crime rate has not decreased and thus failed to achieve its purpose, which was the reduction of crime. Through this work, we must say that the people's will was not respected, as evidenced by the 2005 referendum, where the Brazilian people was holding the vote on the poll, which was to question if the arms trade and ammunition be prohibited in Brazil ?. And as a result it was that most, with 63.94% of the people voted for NO. And even with the majority of the population being against such a ban, this desire has not been fulfilled, continuing with the ban on trade in firearms and ammunition. And there is the referendum as proof that the Disarmament Statute is a legal piece totally against the popular will, with negative effects.

Keywords: Status; Referendum; Reduction of Crime; Inefficiency; Right of Citizens

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO __________________________________________________ 8

2 EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO NO BRASIL __________________________ 10 2.1 LEI 9.437/97 – LEI DAS ARMAS DE FOGO __________________________10 2.2 LEI 10.826/2003 – ESTATUTO DO DESARMAMENTO ________________ 10 2.3 FUNÇOES DO SINARM – SISTEMA NACIONAL DE ARMAS ___________ 13 2.4 REGISTRO ___________________________________________________ 14 2.5 PORTE ______________________________________________________ 16 2.6 DOS CRIMES E PENAS ________________________________________ 16 2.6.1 POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO _______________________ 17 2.6.2 OMISSÃO DE CAUTELA _____________________________________ 19 2.6.3 PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO _________ 20 2.6.4 DISPARO DE ARMA DE FOGO ________________________________ 21 2.6.5 POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO _ 22 2.6.6 COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO ________________________ 24 2.6.7 TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO _________________ 25

3 PROJETOS DE LEI RELATIVOS AO DESARMAMENTO _______________ 27 3.1 PL 3.722/12 __________________________________________________ 27 3.2 PL 4.444/12 __________________________________________________ 29 3.3 PL 5.343/13 __________________________________________________ 30

4 EFICÁCIA DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO ____________________ 31 4.1 REDUÇÃO DOS CRIMES COM ARMAS DE FOGO __________________ 31 4.2 EFICÁCIA DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO __________________ 34

5 CONCLUSÃO __________________________________________________ 37

REFERÊNCIAS ___________________________________________________ 39

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1 INTRODUÇÃO

O tema escolhido nessa trabalho foi pelo motivo de causar diversas discussões e ainda por ser muito polêmico. Por mais que a população tenha se negado a perder seu direito de possuir uma arma de fogo para sua defesa e de sua família que foi o resultado do Referendo realizado em 2005, de nada adiantou.

O presente trabalho visa desmonstrar o que mudou no decorrer dos anos, pré e pós Estatuto do Desarmamento e se realmente atingiu a sua finalidade.

Tendo em vista que a criação do Estatuto seria para beneficiar a toda sociedade brasileira com um quase slogan, utilizado por todos que defendem o desarmamento civil, “por um Brasil livre de armas e mais seguro”. Este é o slogan de diversas campanhas desarmamentistas, com o intuito de que a população acredite firmemente que as armas de fogo é a principal causa do crescente número de homicídios praticados no Brasil.

Contuto, através de diversos estudos e as próprias estátisticas utilizadas por ong´s pro-desarmamento, nos mostram que esse índice de violência não tem diminuido, pelo contrário, nos mostram que a criminalidade tem aumentado constantemente desde a criação do estatuto.

A principal finalidade da lei 10.826 de 2003, que popularmente é conhecida como Estatuto do Desarmamento, é de desarmar o cidadão de bem, como o prórpio nome diz, estatuto do DESARMAMENTO.

E com a promessa de que tendo nas mãos do Estado o controle de quem pode ter a posse de arma, através de um longo processo burocrático e de alto valor financeiro, os cidadãos estarão protegidos de sofrerem com essa violência.

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Entretanto, percebe-se, que isso está longe de acontecer. Sendo que apenas foi desarmando o cidadão de bem, que paga devidamente seus impostos e estão nos conformes com a lei, ao contrário dos cidadãos que praticam crimes, que obtem suas armas através de meios ilegais, fora do controle do Estatuto.

O referido trabalho mostrará o quão falho é o Estatuto do Desarmamento, e que de nada adianta tirar o poder de defesa do cidadão de bem, sendo que o cidadão que está a margem da lei não fora desarmado.

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2 EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO NO BRASIL

Este capítulo tratará das mudanças que a evolução das leis infraconstitucionais instituídas no Brasil que visam regulamentar o uso de armas. Percebe-se uma grande mudança na legislação, se tornando mais rigorosa e burocrática para quem necessita obter o registro e o porte de armas.

2.1 LEI 9.437/1997 – LEI DAS ARMAS DE FOGO

A lei 9.437 de 20 de fevereiro de 1997, instiu o Sistema Nacional das Armas (SINARM), que irá estabelecer condições para o registro e para o porte de arma de fogo, definindo crimes e dando outras providências.

Antes da criação dessa lei, a legislação sobre armas de fogo era de competência dos Estados, sendo que em alguns Estados não era necessário ter o registro de armas. As licenças para o porte de arma era obtido atraves do órgão de segurança publica estadual. Junto com a lei foi instituido o SINARM, órgão que passou a ser competente para fazer o registro e a liberação de porte de arma de fogo, que é controlado pela polícia federal.

O SINARM trouxe consigo mudanças significativas na legislação brasileira. Uma das mudanças foi o tratamento ao porte ilegal de arma de fogo, que antes da lei era tratado apenas como uma contravenção penal, após a lei passou a ser conduta de crime de porte ilegal de uso permitido, trazendo dezoito condutas que se igualam ao porte, e se a arma for de uso restrito, haverá um aumento na pena.

O Decreto 3.665/00 trás em seu artigo 16 as especificções de armas de uso restrito e em seguida no artigo 17 trás a definição de armas de uso permitido.

2.2 LEI 10.826/2003 – ESTATUTO DO DESARMAMENTO

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No ano de 2003, mais especificamente no mês de junho, foi realizada, em frente ao Congresso Nacional, uma Marcha Silenciosa com os sapatos das vítimas de armas de fogo. Tal fato gerou uma forte repercussão nacional chamando a atenção da mídia e da população. Os legisladorres, pressionados pela midia e por ONG`s que são contra armas de fogo, tomaram para si o tema e formou-se uma comissão mista com deputados federais e senadores para a criação de uma nova lei. Esta comissão analisou todos os temas que circulavam nas duas casa que abordavam do assunto, sendo assim criado em conjunto o Estatuto do Desarmamento. (BATISTA, Liduina Araújo, 2009)

O Estatuto do Desarmamento, regulamentado pela lei 10.826 que “Dispões sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas (SINARM), define crimes e dá outras providências”, começou a vigorar no dia 22 de dezembro de 2003, sancionada pelo então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O Estatuto passou a exigir um certificado de registro de arma de fogo; restringiu o porte para civis; penalizou a posse irregular, o porte ilegal, o disparo, o comércio ilegal e o tráfico internacional; proibiu a compra por menores de 25; estabeleceu campanhas de anistia voluntária mediante indenização e definiu regras para a produção, comércio e o transporte em todo o território nacional.

O artigo 35 do Estatuto que previa a proibição do comércio de armas e munições para todo o território brasileiro, encontrou uma grande resistência por parte dos parlamentares para ser aprovado, a solução encontrada foi de realizar um referendo poupular. A realização do referendo foi promulagada pelo Senado Federal, no dia 7 de julho de 2005 pelo decreto legislativo nº 708. No artigo 2º deste mesmo decreto, ficava estipulado que a consulta popular seria feita com a seguinte questão: “O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?” Os eleitores iriam optar pelas respostas “sim” ou “não”, pelo voto em branco ou nulo, como em uma eleição normal. O referendo ocorreu no dia 23 de outubro de 2005 com 95.375.824 de eleitores e o resultado foi de 63,94% dos eleitores rejeitando a proposta.

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As campanhas que conveceram o eleitorado, apoiaram-se em observações e estatísticas mundiais, que segundo elas não seria possível associar a redução dos crimes com armas de fogo à proibição da comercialização das armas e munições, como cita Cesare Bonesana Beccaria:

As lei que proíbem o porte de armas são leis de tal natureza; elas desarmam somente os não inclinados nem determinados aos delitios;

enquanto aqueles que têm coragem de violar as leis mais sagradas da humanidade e as mais importantes do código, como as menores e puramente arbitrárias, cujas contravenções devem ser tão fáceis e impunes, e cuja precisa execução tira a liberdade pessoal, caríssima ao legislador esclarecido, e submete os inocentes a todas as vicissitudes dos réus? Estas leis pioram as condições dos assaltados, melhorando a dos assaltantes;

não diminuem os homicídios, mas os aumentam, porque é maior a segurança em assltar os desarmados do que os armados. ( BECCARIA, 1979 ,p 104 e 105).

A idéia que o autor quis transmitir em sua obra foi o que a maioria da população que votou pela não proibição do comércio de armas de fogo e munição pensou. Idéias como essa, foram aceitas e inseridas em diversas campanhas dos defensores do armamento civil. Tais ideias seguiram o pensamento de pessoas que queriam ter uma segurança a mais para sua família e seu patrimônio, do que só a segurança que o Estado provia.

Mais essencial que a proibição seria o controle. Cabe salientar que, a obrigatoriedade do registro que está prevista no Estatuto, dá um grande avanço para o controle das armas de fogo. Pois, em tese, quem possuir uma arma de fogo devidamente registrada, terá uma maior responsabilidade com o seu uso.

Como expressa FACCIOLLI, (2012, p.19), “ Pressão intensa da mídia e de ONG’s promoveram a ilusão de que a proibição e da restrição do porte de armas de fogo poderia acabar com a violência que domina os grandes centros urbanos”.

Conforme expõe o texto do advogado Wladimir Reale, que foi publicado na REVISTA MAGNUM (2012, p.1), “ o artigo 35 está prejudicando em função do resultado do referendo, o que é lastimável, pois por duas vezes o Supremo já havia julgado inconstitucional a proibição do comércio de armas de fogo e munição nas ADIns 2035 e 2290”.

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Ainda sobre o texto da REVISTA MAGNUM (2012, p.1), “Estão no Supremo Tribunal Federal (STF) 16 tópicos em pauta nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIns), que dizem respeito ao Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03)”.

A segurança pública é o bem jurídico tutelado pelo Estado. Existe uma grande discussão em se tratando da competência para o processo e julgamento dos crimes elencados na Lei 10.826/03. Majoritariamente, à um entendimento que a competência será, em regra, da Justiça Estadual, pois o bem jurídico tutelado é a segurança pública, que não é enteresse direto e específico da União, de acordo com o artigo 109 em seu inciso IV da Constituição, segurança não se enquadra naquilo que é denominado “interesse da União”. Há entretanto, um entendimento contrário, dizendo que a competência é da Justiça Federal, pois o controle das armas de fogo é feito pela Polícia Federal, que é um órgão federal. De acordo com a Súmula 122 do STJ, a competência será de Justiça Federal se o crime elencado no Estatuto for praticado em conexão com crime de competência da Justiça Federal.

Em se tratando de tráfico internacional de armas de fogo, que está previsto no artigo 18 do Estatuto, o órgão competente será a Justiça Federal.

Nota-se que o Estatuto do Desarmamento foi criado, devido a forte pressão da sociedade e de ONGs, para satisfazer uma menoria da sociedade que votou pela proibição do comércio de armas de fogo e munição, conforme visto o resultado do referendo realizado.

2.3 FUNÇÕES DO SINARM – SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

O novo Estatuto do Desarmamento trouxe em seu artigo 2º o Sistema Nacional de Armas. É um órgão do Ministério da Justiça instituído no âmbito da Policia Federal, com a atuação em todo território nacional. No novo Estatuto, foram mantidos os seis incisos da antiga lei e sendo acrescentados mais cinco incisos. No artigo 2º do Estatuto estabelece as competências do SINARM, que são:

I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro;

II- cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País;

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III- cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas pela Polícia Federal;

IV- cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de segurança privada e de transporte de valores;

V- identificar as modificações que alterem as características ou o funcionamento de arma de fogo;

VI- integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;

VII- cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos policiais e judiciais;

VIII- cadastrar os armaeiros em atividade no País, bem como conceder licença para exercer a atividade:

IX- cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;

X- cadastrar a identificação do cano da arma, as características das impressões de raiamento e de microestriamento de projétil disparado, conforme marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante;

XI- informar ás Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o cadastro atualizado para consulta. (BRASIL, 2003)

Percebe-se que o SINARM é o órgão que possui o total controle relacionado a posse de armas da sociedade civil. A ideia é confirmada no parágrafo único do artigo 2º: “o dispositivo exclui da competência do SINARM as armas de fogo pertencentes ás Forças Armadas e Auxiliares”.

O Decreto 5.123/04, regulamentar do Estatuto, enuncia quais serão os órgãos públicos cujas armas serão registradas pelo SINARM: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícias Civis, órgãos policiais da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, serviços penitenciários, guardas portuárias, Guardas Municipais e demais órgãos públicos cujos servidores tenham autorização legal para portar arma de fogo.

2.4 DO REGISTRO

O Estatuto do Desarmamento em seu artigo 3º, exige o registro de arma de fogo no órgão competente. O registro da arma de fogo deverá ser feito junto à Polícia Federal, sendo esta o órgão competente para o registro de arma de fogo de uso permitido à população. E posteriormente será cadastrado no SINARM (decreto 5.123/04, art. 1º, §2º, I). As armas específicadas como sendo de uso restrito, o

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parágrafo único do artigo 3º explica que o registro dessas armas deverá ser feito no Comando do Exército.

Para adquirir uma arma de fogo de uso permitido, o artigo 4º do Estatuto cita os requisitos que o interessado deverá atender, que são: (I)- à efetiva necessidade do cidadão; (II)- à comprovação da idoneidade, com apresentação de certidões judiciais negativas de antecedentes criminais, bem como de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal; (III)- à apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e residência certa; (IV)- à comprovação da capacidade técnica e de aptidão pscológica para o manuseio de armas de fogo.

Esses reqiusitos deverão ser comprovados periodicamente em período não inferior a 3 anos (art. 5º, §2).

O artigo 4º, §1º, determina que, comprovados todos os requisitos citados acima, seja expedida a autorização para a compra de arma. O ato administrativo de expedição da autorização é de natureza vinculada.

A empresa que comercializa arma de fogo, fica obrigada a comunicar a venda à autoridade competente, manter um banco de dados com todas as características da arma e cópias dos documentos previstos, a empresa também responde legalmente pelos acessórios, armas de fogo e munições, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas (art. 4º, §3 e §4). As transações feitas entre pessoas físicas deverão ser comunicadas ao SINARM, que vai autorizar ou não a venda.

O registro da arma de fogo autoriza o seu possuidor a mantê-la no domicílio em que foi cadastrado. Caso o sujeito possua o registro, mas não o porte de arma de fogo, não poderá retirar o armamento do local em que se encontra registrado.

2.5 DO PORTE

O Estatuto elenca taxativamente quem poderá portar arma de fogo. Enquanto a antiga lei de armas (9437/97) condicionava o uso de arma de fogo de uma forma bastente genérica, a nova lei em seu artigo 6º lista o rol dos casos previstos em lei para portar arma de fogo.

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A Policia Federal é quem concederá a autorização para o porte de arma mediante os requisitos do artigo 10, sendo tal ato de natureza vinculada, pois condiciona ao atendimento dos requisitos listados em seu parágrafo 1º, que são: (I) a demonstração da efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física; (II) o atendimento às exigências do art. 4º do Estatuto; e (III) a apresentação da documentação de propriedade de arma de fogo e respectivo registro no órgão competente.

O artigo 26 e seus parágrafos do Regulamento do Estatuto do Desarmamento ( decreto 5.123/04), limita o uso da arma de fogo ainda que o cidadão tenha à autorização para o porte, o referido artigo determina que o portador não conduza o armamento ostensivamente, nem adentre ou permaneça com ele em locais públicos ou de aglomeração de pessoas, não deverá portar a arma quando se encontrar em estado de embriaguez ou sob efeito de drogas ou medicamentos que alterem seu desempenho intelectual ou motor. Sendo descumpridas as normas taxadas, será cassada a autorização de posse e arma será apreendida.

O artigo 28 do Regulamento, determina que, caso o proprietário da arma de fogo de uso permitido, se mude de domicílio ou outra situação em que o proprietário tenha que transportar a arma, o mesmo deverá solicitar junto à Polícia Federal uma guia de trânsito para as armas de fogo cadastradas no SINARM, conforme estabelecido pelo Departamento de Polícia Federal.

Conforme o artigo 29-A do Regulamento, “caberá ao Departamento de Polícia Federal estabelecer os procedientos relativos à concessão do Porte de Arma de fogo”.

2.6 DOS CRIMES E PENAS

O Estatuto especificou ainda mais o tipo legal, já que as penas aplicadas pela lei antiga eram bastante genéricas. Havia apenas três modalidades de penas:

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Art. 10. Possuir, deter, portar, fabricar, adquirir, vender, alugar, expor à venda ou fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda e ocultar arma de fogo, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar.

Pena – detenção de um a dois anos e multa.

§2º. A pena é de reclusão de dois anos a quatro anos e multa, na hipótese deste artigo, sem prejuízo da pena por eventual crime de contrabando ou descaminho, se a arma de fogo ou acessórios forem de uso proibido ou restrito.

§4º. A pena é aumentada da metade se o crime é praticado por servidor público.

Por serem tão genéricas as penalidades, causavam bastante confusão e se tornavam injustas na aplicação da norma.

Com a formulação da nova lei, sendo feita com mais especificações, percebe-se que houve uma maior rigidez na reformulação das penas. Na antiga lei as penas variavam de um a quatro anos, dependendo do crime. Com a nova lei, houve um aumento significativo das penalidades, tendo a variação de um a oito anos, com ressalvo na aplicação de multas.

2.6.1 POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO

Conforme expressa NUCCI, (2014), “ A conduta vem representada pelos verbos

“possuir” (ter, deter) e “manter” (reter, conservar). A posse ou manutenção da arma de fogo, acessório ou munição de uso permitido deve dar-se no interior da residência do sujeito ativo, ou dependência desta, ou ainda local de trabalho, desde que seja o titular ou responsável legal do estabelecimento ou empresa. Afora esses locais, estará configurado o crime do art. 14 da lei”.

A posse legal de arma de fogo se caracteriza com o sujeito ativo tendo toda a documentação que a lei exige para ter uma arma no interior da sua residência ou dependência da mesma, ou no local de trabalho mas sendo o responsável legal do estabelecimento.

A posso ilegal é quando o sujeito ativo não possui nenhuma documetação que a lei exige para a obtenção da arma.

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Em 31/12/2009 se encerrou o prazo para o sujeito registrar a arma que não tem registro e/ou renovar o registro de arma com o registro estadual (art. 5º., §3º da Lei 10.826/03). O sujeito que obteve o registro provisório pela internet, teve noventa dias contados a partir da emissão do registro provisório para se dirigir à unidade da Polícia Federal para assim obter o Certificado de Registro de Arma de Fogo. Após 31/12/2009, quem possuir armar de fogo sem registro ou com o registro estadual vencido irá responder pelos crimes preistos na Lei.

O artigo12 do Estatuto dispõe que:

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:

Pena- detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa (BRASIL,2003)

Nota-se que, para haver o tipo legal, é essencial que o armamento esteja no interior da residência ou no local de trabalho do sujeito, desde que o mesmo seja titular responsável pelo estabelecimento. Vê-se, portanto, que não há nenhuma exigência no dispositivo legal que o sujeito seja proprietário da arma, mas apenas a possuir ou ser o detentor, desde que tenha consigo.

Na hipótese de o armamento irregular não estar alocado na residência, local de trabalho, ou dependência destes, a conduta praticada será tipificada como porte ilegal de arma de fogo, e não como posse. (ANDREUCCI, 2004).

Também será tipificado como crime quem possuir acessório de arma de fogo, já que para conseguir adquirir legalmente é necessário que o sujeito possua registro válido de arma de fogo.

Acessório de arma de fogo é definida segundo o art.3º, do Decreto nº. 3.665/2000,

“acessório de arma: artefato que, acoplado a uma arma, possibilita a melhoria do desempenho do atirador, a modificação de um efeito secundário do tiro ou a modificação do aspecto visual da arma.”

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2.6.2 OMISSÃO DE CAUTELA

Para o aperfeiçoamento do crime previsto no art. 13, caput, basta o apoderamento da arma devido à ausência de observância das cautelas. Não se exige a comprovação de que alguém, efetivamente, ficou na iminência de sofrer lesão concreta. O apoderamento é o resultado não querido, cuja oorrência completa o delito culposo. O resultado naturalístico é o perigo, isto é, o risco de dano a um número indeterminado de pessoas e ao menor ou deficiente, estando ínsito e presumido no próprio apossamento. (CAPEZ,2014)

O artigo 13 do Estatuto dispõe que:

Art.13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:

Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, multa. (BRASIL,2003)

O referido dispositivo legal atenta aos cuidados que devem ser necessários para impedir que menor de 18 anos ou pessoa que seja portadora de deficiência mental se apodere ou permitir que as mesmas possam manusear a arma. Trata-se então de crime culposo na modalidade de negligência ou imprudência do proprietário da arma.

No caso de a arma estiver carregada e disparar ferindo ou matando o menor ou a pessoa com deficiência, o proprietário da arma que negligenciou a sua guarda ou agiu com imprudência entregando-a a uma dessas pessoas, responderá pelo crime.

O parágrafo único do art. 13 dispõe que:

nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato. (BRASIL,2003)

Nesse caso trata-se de omissão na comunicação de crime ou de fato relevante que deverá ser apurado de imediato.

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2.6.3 PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE FOGO DE USO PERMITIDO

O porte de arma de fogo se tornou proibido desde de promulgado o Estatuto do Desarmamento em 2003. Mas a prórpia lei admite 11 exceções.

Portar algo significa trazê-la consigo. Em se tratando de arma de fogo, portar significa trazê-la consigo e pronta para uso (alimentada, municiada, carregada e coldreada ou nas próprias mãos).

Dispõe o Estatuto do Desarmamento:

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (BRASIL,2003)

Citando MATTOS JUNIOR ( 2011,p.55) “Para que se configure o crime, é necessário que o sujeito pratique alguma das diversas condutas indicadas no tipo, além de o ato estar em desacordo com determinação legal ou regulamentar”.

As hipoteses, adquirir, fornecer e receber são crimes instantâneos que se consumam no ato em que o agente está se apossando da arma. As outras hipoteses, portar, deter e ter em depósito, constituem o crime permanente, que é aquele cuja consumação se perde no tempo dependente da atividade, ação ou omissão de quem pratica.

O parágrafo único do artigo abre uma exceção, beneficiando o sujeito que for encontrado portando arma de fogo registrada em seu nome, dizendo que o crime previsto nesse artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, declarou a inconstitucionalidade, através da Ação Direta de Inconstitucionalidade 3112, do parágrafo único do artigo 14 do Estatuto. Foi acolhido o entendimento do Ministério Público Federal que apontou “que o porte ilegal de arma de fogo constituem crimes

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de mera conduta que, embora reduzam o nível de segurança coletiva, não se equiparam aos crimes que acarretam lesão ou ameaça de lesão à vida ou à propriedade”.

Segundo NUCCI, (2014), “ porte de arma desmuniciada: é crime. Não aquiescemos com a posição daquele que consideram fato atípico o porte de não autorizado de arma de fogo, somento pelo fato de estar sem munição à vista, leia-se, apreendida juntamente com a referida arma. Ora, a conduta é igualmente perigosa para a segurança pública. Pode o agente carregar a arma de fogo sem muniçao e, ao atingir determindado ponto, onde está a vítima em potencial, conseguir a munição das mãos de um comparsa. Por isso, carregar tanto a arma quanto a munição, mesmo que separadamente, é delito”.

Atualmente, o entendimento consolidado na jurisprudência do STF e do STJ é o de que o porte de arma de fogo, ainda que desmuniciada, é crime, independentemente de o agente ter ou não munição ao seu alcance para pronto municiamento.

Citando ainda NUCCI, (2014), “ porte ilegal de acessórios e munições: não era objeto de previsão na Lei 9.437/97, tornando-se típica pela redação do art. 14.

Parece-nos correta a postura do legislador. Quer-se, no Brasil, efetivar o controle estatal de armas de fogo em geral, contando, para tanto, com os acessórios – igualmente perigosos - bem como levando-se em conta a muniação – sem a qual a arma de fogo é inútil. Suspreender alguém portando grande quantidade de munição, por exemplo, sem autorização legal, pode ser conduta mais grave que o singelo porte de um revólver calibre 38, devidamente registrado. Logo, não vemos infrigência a nenhum princípio penal, mormente o da proporcionalidade, devendo o magistrado, por ocasião da individualização da pena, levando em conta o disposto no art. 59 do Código Penal, fixar a pena-base para mais ou para menos”.

2.6.4 DISPARO DE ARMA DE FOGO

O Estatuto do Desarmamento tipifica este crime como sendo:

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Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime.

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inanfiançável.

(BRASIL,2003)

Segundo RAMOS (2000) é o que determina o princípio da consunção, para o qual em face a um ou mais ilícitos penais denominados consuntos, que funcianam apenas como fazer de preparação ou de execução de um outro, mais grave que o(s) primeiro(s), chamado consuntivo, ou tão somente como condutas, anteriores ou posteriores, mas sempre intimamente interligado ou inerente, dependentemente, desde último, o sujeito ativo só deverá ser resposabilizado pelo ilícito mais grave.

Tadavia, é preciso ter atenção para o que venha ser o “crime mais grave”. Para RAMOS (2000), de acordo com o Direito Penal Positivo, crime mais grave é simplesmente o crime cujo tipo penal prevê sanção mais rigorosa, quantitativa e/ou qualitativamente, que a prevista nos tipos penais dos “crimes menos graves”.

Citando ainda RAMOS, (2000), “ Quantitativamente “mais grave” aquele que apresentar, em sua previsão legal (previsão da sanctio juis in abstracto), pena máxima superior que a do outro, (...), qualitativamente e nesse caso só terá sentido a inquirição do “crime mais grave” se as penas mínimas e máxima forem simultaneamente idênticas (...)”.

O parágrafo único do art. 15 do Estatuto também foi julgado inconstitucional pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, através da ADI 3112. Foi acolhido o entendimento apresentado no parecer do Ministério Público Federal, que apontou que o porte ilegal e o disparo de arma de fogo “constituem crimes de mera conduta que, embora reduzam o nível de segurança coletiva, não se equiparam aos crimes que acarretam lesão ou ameaça de lesão à vida ou à propriedade”.

2.6.5 POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE USO RESTRITO

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A nova Lei inseriu algumas modificações no art. 16, caput. Inserindo a munição como um novo objeto material. Aumentou a sanção penal, que passou a ser reclusão, de 3 a 6 anos, e multa.

Citando CAPEZ (2014), cuidou de prever as mesmas condutas do art. 10, caput, com exceção da fabricação, do aluguel, da exposição à venda da arma de fogo, as quais passaram a ser objeto de dispositivo legal específico (art. 17 - comércio ilegal de arma de fogo), cuja sanção, inclusive, é mais grave. No tocante à venda, o novo dispositivo legal empregou outro verbo, qual seja, “ceder”, pois quem cede arma de fogo, acessório ou munição de forma não gratuita nada mais realiza do que a venda.

Convém ressaltar que o tipo penal se refere a venda, que não a realizada no exercício de atividade comercial ou industrial, pois, se assim ocorrer, o crime passará a ser outro (art. 17 da Lei).

Dispõe o Estatuto:

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (BRASIL,2003)

Segundo NUCCI (2014), o art.16, no tocante a tais termos, é norma penal em branco. Torna-se fundamental consultar as normas extrapenais para conhecer as armas, acessórios e munições de uso restrito. Na realidade, o Decreto 3.665/2000, no art. 3º., LXXX, esclarece que armas de uso proibido, essencialmente, são armas de uso restrito. Logo, somente estas é que estão disciplinadas no referido decreto.

No art.16, encontra-se relação das armas, acessórios e munições controlados e de uso restrito (“controlados pelo Exército que só podem ser utilizados pelas Forças Armadas ou, autorizadas pelo Exército, algumas Instituições de Segurança, pessoas jurídicas habilitadas e pessoas físicas habilitadas”).

O parágrafo único desse mesmo artigo, estabelece as condutas que se enquadram no crime de porte ou pose ilegal de arma de fogo de uso restrito, que são:

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I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;

II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;

III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;

IV – portar, possuir, adquirir, transportar, ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;

V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e

VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo. (BRASIL,2003)

O referido dispositivo legal se diferencia dos tipos previstos nos artigos 12 e 14 do mesmo Estatuto, por se tratar de armamentos, assessórios e munições de uso restrito, indo contra determinação legal ou regulamentar.

2.6.6 COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO

O objeto materia do crime era somente arma de fogo de uso permitido, não abrangendo os acessórios e munições.

O Estatuto dispõe:

Art. 17. Adiquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (BRASIL,2003)

Nota-se que o dispositivo acima abrange todo e qualquer meio de produção e fabricação de arma de fogo.

No dispostivo não há a especificação sobre os armamentos de uso permitido ou restrito, sendo assim, aborda todos os tipos de armamento. Para haver a conduta descrita, é necessário que o sujeito esteja em desacordo com determinação legal ou

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regulamentar. Tendo o sujeito autorização para tal, não se enquadra no tipo penal.

(MATTOS JUNIOR, Armando de. 2011)

É essencial que o sujeito venha exercendo atividade comercial ou industrial, tendo a intenção de adquirir algum tipo de lucro, que é característica de quem exerce atividade comercial e industrial.

O parágrafo único do art. 17 que diz: “Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência.

Podemos citar o caso do armeiro, que conserta e comercializa armamento e acessório sem autorização regular.

A pena será aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito, é o que diz o art. 19 do mesmo diploma legal.

2.6.7 TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO

Seguindo a sistemática dos tipos penais previstos no Estatuto, o art. 18 estabelece uma série de condutas que constituem o tráfico internacional de arma de fogo.

Dispões o Estatuto:

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:

Pena - reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (BRASIL,2003)

Atenta CAPEZ, (2005, p. 165), “O tipo penal abarca tão somente o tráfico internacional de armamentos, de forma que o tráfico interno constitui comércio ilegal de armas de fogo”.

A competência é da Justiça Federal (art. 109, IV e V, CF), levando-se em conta que a saída ou entrada irregular de mercadoria proibida no país ofende o interesse da União de exercer controle sobre a zona alfandegária, sobre a arrecadação de tributos, bem como sobre a economia em geral. Nota-se, ainda, o disposto no art. 24

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desta Lei (“compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço alfandegários e o comércio de armas de fogo e demais produtos controlados” com grifos nossos). Além disso, quando o crime tem alcance internacional, iniciando-se no exterior e findando ou tratando para o combate ao tráfico de armas, insere-se na alçada da Justiça Federal. (NUCCI, 2014)

Segundo CAPEZ (2014), três são as ações típicas: importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização competente. (grifo do autor)

Ainda citando CAPEZ (2014), a importação ou exportação refere-se à entrada do artefato nacional, compreendendo este solo pátrio (espaço ocupado pela corporação política), o mar territorial (faixa de mar exterior ao longo da costa, que se estende por 12 milhas marítimas de largura – art. 1º da Lei n. 8.617/93) e o espaço aéreo (de acordo com o art. 11 da Lei n. 7.565/86, o Brasil exerce completa e exclusiva soberania sobre o espaço aéreo acima de seu território e mar territorial). Citemos alguns exemplos: indivíduo que, transportando armamento da Bolívia em um jatinho, transpõe o espaço aéreo nacional, vindo a pousar no Amazonas; indivíduo que, vindo do Paraguai com um veículo automotor carregado de munições, transpõe a fronteira do Brasil; indivíduo que, saindo de barco do Brasil em direção à Guiana Francesa, é suspreendido, no mar territorial, pela guarda costeira, transportando caixas de acessórios de arma de fogo. Estes são os meios mais comuns de traficar armamentos. Aliás, as organizações criminosas ou as grandes quadrilhas geralmente se utilizam de aviões particulares para o transporte de armas e de pistas de pouso clandestinas para a sua “desova”. Contudo, nada impede que a exportação ou importação se dê pela alfândega, isto é, pela aduana. Assim, pode suceder que o indivíduo consiga fazer com que as mercadorias passem pela fiscalização das autoridades alfandegárias, sendo liberadas. Nessa hipótese, o indivíduo que as liberou, com o fim de facilitar a sua entrada no território nacional, também deverá responder pelo delito em estudo. Vejam que a Lei pune com a mesma pena o indivíduo que importa ou exporta os armamentos ilegais e aquele que de qualquer forma favorece a entrada ou saída da mercadoria do território nacional. Se não houvesse a previsão dessa ação nuclear, a autoridade alfandegária que liberasse a entrada dos armamentos trazidos pelo traficante, sem autorização

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da autoridade competente, responderia pelo art. 18, na condição de partícipe do delito em estudo.

3 PROJETOS DE LEI RELATIVOS AO DESARMAMENTO

Na Camara dos Deputados hà mais de 250 projetos legislativos que estão em tramitação sobre o desarmamento. Estes projetos citados abaixos são os que apresentam maior relevância sobre o assunto.

3.1 PL 3.722/2012

O projeto de autoria do deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB/SC), o projeto visa alterar o Decreto-lei 2.848/1940 e revogar a Lei 10.826/2006. Disciplinando novas normas sobre aquisição, posse, porte e circulação de armas de fogo e munições, cominando penalidades e dando providências correlatas, ou seja, consiste em uma nova Lei de Armas.

O autor justifica a criação da lei afirmando que o Estatuto do Desarmamento não atingiu com sua finalidade, ou seja, não houve redução nos crimes praticados com armas de fogo. O deputado afirma que o Estatuto conseguiu apenas desarmar o cidadão de bem, não desarmando quem comete os crimes com armas de fogo, pois essas armas provêm do comércio ilegal que é fruto do tráfico internacional de armas.

Além de não atingir sua finalidade, tem-se o descontentamento da população que votou contra a proibição da venda de armas de fogo. Assim se fez a razão pela elaboração de uma nova norma que esteja de acordo com o que foi decidido pela população e em acordo com o contexto atual do país.

Umas das alterações que propõe o projeto, é em relação ao certificado de registro de arma de fogo de uso permitido.

Art. 8º: O Certificado de Registro de Arma de Fogo de uso permitido, com validade em todo o território nacional e validade permanente, garante o direito de o proprietário manter ou portar a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência, propriedade rural ou dependência destas, ou,

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ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. (PL 3.722/12)

No atual Estatuto, o certificado de registro tem validade, sendo necessário sua renovação em período não inferior a 3 (três) anos. No projeto o certificado tem validade permanente.

No Projeto, o autor que reduzir a idade minima de 25 (vinte e cinco) para 21 (vinte e um) anos a autorização para ter o registro de arma de fogo.

O Certificado de Registro também irá autorizar que, o proprietário da arma, a transporte entre os locais descritos no caput, “desde que sem munição, acondicionada em embalagem própria, separada daquela, e, quando o tipo da arma permitir, sumariamente desmonstada, e de forma que se impossiblite seu pronto uso.”

Irá sem equiparar à residência do proprietário, que está descrito neste artigo, a sua embracação e as residências eventuais como casa de campo, praia ou veraneio, desde que habitualmente o proprietário da arma se faça presente por períodos superiores a vite e quatro horas.

No art. 61 desta PL, subiria para nove o número de armas que cada pessoa poderá manter em sua propriedade, com exceção dos colecionadores, caçadores e atiradores devidamente registrados junto ao Comando do Exército.

No art. 62 desta PL irá aumentas também o número de munições que o proprietário da arma de fogo poderá adquirir. Atualmente é permitido a compra de 50 (cinquenta) munições por ano para cada arma registrada, com a aprovação da PL, subiria para 600 (seissentas) munições por ano, 50 (cinquenta) munições por mês.

Em se tratando do porte de arma, o art. 25 do projeto diz que à autorização não é permanente, contudo tem seu prazo mínimo de renovação estendida para 5 (cinco) anos.

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O projeto de novo lei trás também alteração nas taxas instituídas para a concessão do registro de posse de arma de fogo e regularização do porte. No projeto, a taxa de registro ficará entre R$ 20,00 e R$ 50,00, sendo de arma de fogo usado e arma de fogo nova, respectivamente. No atual Estatuto, o valor das taxas podem chegar a R$

1.000,00. A taxa de emissão de porte de arma de fogo, bem como sua renovação, é fixada no valor de R$ 100,00, bem abaixo do valor da atual lei.

Nota-se que a PL 3.722 tem a finalidade de revogação total do atual Estatuto do Desarmamento, portanto, o projeto não será um novo Estatuto, pois sua finalidade não é desarmar o cidadão de bem, mas oferer uma nova política que irá regulamentar a questão das armas de fogo que se adeque mais a atual realidade do país.

Atualemte o Projeto está aguardando a Constituição de Comissão Temporária pela Mesa para o parecer do Relator na Comissão Especial.

3.2 PL 4.444/12

O projeto de autoria do deputado Edio Lopes (PMDB/RR), visa alterar a Lei nº 10.826/03, para regular a renovação do registro e do porte de armas de fogo.

A proposta do projeto é acrescentar ao artigo 4º do Estatuto do Desarmamento o inciso IV. O referido artigo trata dos requisitos que o interessado deverá preencher para adquirir arma de fogo de uso permitido, o inciso IV que o projeto quer acrescentar ao artigo é a comprovação da acuidade visual.

Art. 4º: Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de ceclarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:

IV- comprovação da acuidade visual. (PL 4444/12)

Acuidade visual é o grau de aptidão do olho para discriminar os detalhes espaciais, ou seja, a capacidade de perceber a forma e o contorno dos objetos.

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Após a ampliação do prazo de renovação do registro de 3 para 5 anos, que foi proposta pela PL 3.722/12, altera-se o disposto no artigo 5º, em seu parágrafo 2º, para o seguinte:

§2º: Os requisitos de que tratam os incisos I, II, e IV do art. 4º deverão ser periodicamente comprovados, em espaço não inferior a 5 (cinco) anos, renovando-se, a partir da data de entrega da documentação, a vigência do Certificado de Registro de Arma de Fogo.

A ultima alteração é estabelecer a inclusão do §1º-A no art. 10, que diz:

§1º-A: A renovação da autorização prevista neste artigo vigerá a partir da entrega da documentação que comprove o previsto nos incisos I, II e IV do art. 4º desta Lei, incluindo os documentos protocolados desde 1º de janeiro de 2012.

O deputado usa em sua justificativa que o projeto de lei apresentado tem o objetivo, a finalidade de eliminar alguns entraves burocráticos que vêm prejudicando quem tem a necessidade de renovar o registro ou o porte de arma de fogo. Demonstrando que o legislador na época da elaboração do atual Estatuto, buscou de toda maneira evitar que o cidadão obtivesse uma arma de fogo. Trazendo procedimentos extremamentes burocráticos, taxas abusivas e tipificando crimes.

O objetivo deste projeto é facilitar o procedimento de renovação do registro e do porte de arma. O autor do projeto utiliza esses argumentos para a propositura do projeto, algendo que o Estado deve apenas dificultar somente o primeiro acesso às armas de fogo, fazendo que o cidadão de bem que já possui o registro ou até mesmo o porte de arma de fogo, não seja impedido de permanecer com o direito de utilizar a arma.

Atualmente, o projeto aguarda o parecer do Relator na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO).

3.3 PL 5.343/13

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Projeto de autoria da deputada Flávia Morais (PDT/GO), que prevê à alteração da redação do §3º do artigo 3º da Lei 10.826, tornando obrigatório a inserção de um chip de identificação em todas as armas de fogo comercializadas no Brasil.

A alteração proposta pelo projeto, trás a ideia não apenas aos armamentos comercializados no país, mas também aos produzidos. O parágrafo 3º do art. 23, passaria a vigorar da seguindo forma:

§3º: AS armas de fogo produzidas ou comercializadas a partir de 2 (dois) anos da data de publicação desta Lei conterão:

I – dispositivo instríseco de segurança e de identificação, gravado no corpo da arma, definido pelo regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos previstos no art. 6º; e

II – um circuito eletrônico integrado (chip) que forneça as seguintes informações:

Número de identificação do cano da arma e número de série da arma;

Cadeia dominial ou órgão ou agência pública à qual a arma está vinculada.

(PL 5.343/13)

A jutificativa que a deputada usa para a propositura do projeto, é que devido aos roubos de armamentos em unidades policiais que são recorrentes em todos os Estados da Federação, a implantação de chips facilitaria a indentificação rápida dos armamentos. Sendo que muitas vezes, ou sempre, as armas roubadas tem seu número de identificação raspados, dificultando a sua identificação e origem do armamento.

A referida PL não é a única proposta que está em tramitação no Congresso Nacional em relação ao implante de chips em armas de fogo. Atualmente, o projeto passa pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, onde obteve parecer favorável do relator.

4 EFICÁCIA DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO

4.1 REDUÇÃO DOS CRIMES COM ARMAS DE FOGO

No ano em que o Estatuto do Desarmamento entrou em vigor, em 2004, o Brasil vivenciara um número assustador de 48.374 homicídios, de acordo com o Mapa da Violência de 2006. De acordo com o IBGE, nesse ano a população brasileira era de

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180 milhões de habitantes, o que nos remete a um ídice de 26,9 homicídios para cada 100 mil habitante. No ano de 1994 a 2003, o número de homicídios já havia saltado de 32.603 para 51.043. Evidenciando assim um problema grave na segurança pública.

O Mapa da violência é considerado o trabalho mais completo sobre as mortes violentas no Brasil, e é usado como base de informações pela maioria das orgnizações pró-desarmamento.

Apesar do trabalho completo que o Mapa da Violência faz sobre as mortes violentas no Brasil, contém dados muitos incosistentes. Como cita Flavio Quintela e Bene Barbosa:

Ao pegarmos o documento de 1998, o primeiro da série, encontraremos números de homicídios bastante diferentes do documento de 2006, no tocante aos dados de 1994, 1995 e 1996. Além disso é fácil perceber algumas interpretações de dados forçadas e desprovidas de embasamento estatísticos, sempre pendendo para a defesa de ações de desarmamento.

(QUINTELA, BARBOSA, p.118, 2015)

No Mapa da Violência publicado em 2006 vemos que até o ano de 2003, o número de homicídios sofreu um elevado crescimento, com uma taxa de 5,1% ao ano. Já em 2004, o número de homicídios cai 5,2% em relação a 2003. O autor dessa obra, atribui essa “queda” às políticas de desarmamento desenvolvidas nesse ano.

Ainda citando QUINTELA e BARBOSA (2015), houve realmente uma redução no número total de homicídis entre 2003 e 2004, mas para creditar essa diminuição ao Estatuto do Desarmamento o autor do Mapa da Violência deveria ter apresentado um embasament estatístico mínimo.

O autor do Mapa da Violência não apresenta uma justificativa estatística que prove essa hipótese. Como cita QUINTELA e BARBOSA (2015), ele apenas acredita que um estatuto que foi aprovado no dia 22 de dezembro de 2003, e que foi regulamentado apenas em 1 de julho de 2004, foi o responsável pela diminuição dos homicídios.

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Mas nota-se que o Estatuto não foi o responsável por essa diminuição, se essa resposabilidade foi dada ao Estatuto, essa diminuição deveria ter continuado nos proximos anos, mas isso não aconteceu. No ano de 2005, tem uma pequena queda no número de homicídios, no ano seguinte, em 2006 esse número sobre novamente acima do que fora em 2004 e em 2007 cai de novo, para voltar a subir sem parar.

No Mapa da Violência, os gráficos mostram que a partir do ano de 2007, o número de homicídios vem aumento ano após ano. Em 2007 era de 47.707 o número de homicídios no Brasil, no ano de 2012 esse número passou para 56.337.

Assim fica claro que o Estatuto do Desarmamento não reverteu a tendência de alta nos homicídios. Ainda citando QUINTELA e BARBOSA (2015), as medidas de desarmamento da população não foram acompanhadas por reformas essenciais dos aparatos judiciário, penitenciário e policial, e as quedas no número de homicídios em 2005 e 2005 não possuem correlação estatística com as entregas voluntárias de armas que foram feitas no período, mesmo quando tomadas em nível estadual.

QUINTELA e BARBOSA (2015), atenta ainda que, segundo a edição de 2010 dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável no Brasil, elaborado pelo IBGE, embora o Nordeste seja a região brasileira com o menor número de armas legais, é a que apresenta a maior taxa de homicídios (29,6 por 100 mil habitantes). Em compensação, a Região Sul, que conta com a maior quantidade de armas legais do Brasil, apresenta a menor taxa de homicídios (21,4 por 100 mil habitantes).

Para provar que o estatuto realmente foi eficaz na redução dos homicídios seria necessário mostrar mais do que apenas números de dois anos.

4.2 EFICÁCIA DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO

Percebe-se que todas as argumentações dos que defendem o desarmamento são baseadas em distorções gorsseiras de fatos aparentemente coerentes. Citando Flavio Quintela e Bene Barbosa:

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É a manipulação de conceitos de forma a incutir nas pessoas uma sensação de verdade diante de uma afirmação mentirosa. Este modus operandi não é uma exclusividade dos desarmamentistas, mas uma prática comum entre “intelectuais”, políticos, jornalistas e outros formadores de opinião de esquerda, estatólatras e coletivistas. Resumindo em duas palavras: desonestidade intelectual.

Quando dizem que as armas precisam ser controladas para facilitar as soluções de crimes, o primeiro pensamento sobre o assunto é que parece lógico, controlar as armas assim fcará mais facil solucionar or crimes, pois assim, será capaz de identificar os criminosos. Mas com o tempo, este foi um pensamento enganoso.

Flavio Quintela e Bene Barbosa citam alguns motivos que fazem desses pensamentos serem enganosos.

1. Ele abre portas para uma violação da liberdade individual, pois sempre que o governo ganha poder para controlar algum aspecto de sua vida, você perde um pouco de sua liberdade;

2. Ele assume que há uma relação clara entre mais controle e mais resolução de crimes, deixando de lado, como sempre, os benefícios do uso defensivo das armas;

3. Ele ignora o custo-benefício dos controles, e o impacto que esse tipo de atividade causa às forças policiais;

4. Ele ignora os detalhes e estudos técnicos sobre balística, criando um paralelo falso com as impressões digitais humanas.

Aos poucos percebe-se que o controle sobre as armas é mais uma falácia dos que defendem o desarmamento, geralmente produzindo resultados negativos e assim piorando os índices de criminalidade.

Atenta, QUINTELA e BARBOSA (2015), a respeito da liberdade individual. O Brasil, infelizmente, é um país em que somos controlados desde o momento em que nascemos. Somos um dos poucos países dos mundo que registra as impresoas digitais de todos os cidadão. A coisa é tão comum que a maioria dos brasileiros não vê isso como uma violação de direitos individuais, mas em democracias mais sérias os cidadãos não aceitam ser catalogados como criminosos, pois nesses países somente quem tem ficha criminal é que tem duas digitais coletadas.

Ainda citando QUINTELA e BARBOSA (2015), o segundo ponto que elencamos diz respeito à associação imediata que se faz entre o controle de armas e a diminuição dos crimes. Aqueles que defendem o registro de todas as armas nas mãos dos

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cidadãos alegam que essa medida é inerentemente positiva; afinal, um controle desses não tem como ser prejudicial, já que só afeta os criminosos. Esse argumento, que na verdade está mais para uma crença, ignora o efeito negativo dos controles e restrições sobre os índices de propriedade de armas entre cidadãos de bem. Ao mesmo tempo em que diminiu a quantidade de armas nas mãos dos cidadãos honestos, esses controles não facilitam a resolução de crimes, pois estes são cometidos ou por indivíduos portando armas sem registro, ou portando armas com registro roubado. No primeiro caso não há como rastrear a origem da arma, e no segundo caso esse rastreamento vai chegar no máximo ao antigo dono da arma, que provavelmente terá um boletim de ocorrência em maõs dizendo que a arma foi roubada e que, portanto, também não pode ser rastreada. Há somente um caso em que o registro poderia ajudar na resolução de crimes: no caso em que a pessoa resolver utilizar a arma registrada em seu nome ou no mode de um familiar para cometer um crime.

Citando ainda QUINTELA e BARBOSA (2015), nossa terceira questão, que é simplesmente ignorada pelos defensores do desarmamento, é sobre o custo- benefício dos controles, no tocante ao uso da forã policial. Senda a polícia a responsável pelo registro das armas, como é o caso do Brasil, é claro que há um certo número de policiais que têm que deixar suas funções ostensivas para se dedicarem ao trabalho de registro das armas; a outra opção é a contratação de outros agentes para isso, que também significa deixar de contratar policiais para o trabalho de combate direto ao crime. Isso é especialmente verdadeiro no caso brasileiro, onde a segurança pública sofre com contenções orçamentárias e falta de verbas.

Citando ainda QUINTELA e BARBOSA (2015), e, finalemte, abordaremos a quarta questão, que diz respeito a uma parte mais técnica – a ciência balística. A mídia, o governo e mesmo os filmes e séries policiais que vemos passam a impressão falsa de que uma arma é como uma pessoa, e possui uma “impressão digital” única.

Ocorre que, ao contrário de nossos dedos, que conservam sua impressões por toda a vida, a impressão balística é algo que muda a cada disparo de uma arma. Quando uma arma é disparada, a fricção entre o metal do projétil e o metal do cano provoca marcas neste projétil, mas ao mesmo tempo modifica o cano da arma, mesmo que

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minimamente. A polícia brasileira, com sua taxa baixíssima de resolução de crimes, mal consegue manter um registro atualizado das armas com seus números de série, que dirá um registro atualizado das características de cada arma de fogo registrada.

Percebe-se que o Estatuto não foi eficaz e que o controle de armas de fogo tão pouco trás resultados favoráveis. Em vez de tirar os meios de defesa prórpia dos cidadãos, o governo deveria reformar todo o seu apareto de combate ao crime.

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5 CONCLUSÃO

Como foi demonstrado, o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826) sancionada em dezembro de 2003, que é regulamentada pelo decreto 5.123 de julho de 2004.

Desde então, o Brasil passou a ter umas das legislações mais restritivas do mundo no que se refeere à compra, registro e porte de armas de fogo e munição.

A finalidade, o objetivo central ou principal do Estatuto era proibir por completo a comercialização de armas de fogo e munição em todo o Brasil, o que está previsto no artigo 35 da referida lei. Com a grande polêmica gerada por esta proposta, foi incluído um dispositivo para validar este artigo, seria então feito um referendo popular em 2005, que deixaria nas mãos da população o poder de decisão.

Como fora visto, o NÃO foi o vencedor do tal referendo. A população brasileira foi bastante clara a respeito do assunto de proibição do comércio de armas de fogo e munição. E como visto também, não foi respeitado pelo governo a vontade da maioria dos brasileiros que votaram contra a proibição da venda de armas e munições.

Com o passar dos anos, é comprovada o aumento da criminalidade no país.

Monstrando então o quão falho é o Estatuto. E que as mentiras contadas pelo governo sobre a proibição da posse de armas por cidadãos de bem seriam cada vez mais desmentidas, e os mitos seriam desmistificados.

Com o passar dos dias, é noticiado cada vez mais nos meio de comunicação que gente de bem é vítima de bandidos, e que o cidadão honesto não tem nenhum meio rápido para sua defesa, a não ser esperar pela polícia, que não tem como estar em todos os lugares e proteger todos os cidadãos ao mesmo tempo. E sem poder contar com um governo que atenda as nossas nessecidades, que cada vez mais faz investimentos em vão, ao invés de investir na polícia, que é o meio de segurança que temos a disposição.

É notícia também, em vários lugares do Brasil, cidadãos que estão cansados de tanta impunidade e descrença em um governo que parece se importar mais com

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bandidos e esquecendo dos cidadãos que pagam cada vez mais impostos e que não tem pouco retorno e as vezes nenhum retorno do seu dinheiro.

Cada vez mais se vê cidadãos agindo por conta própria contras aqueles que certeza que a população está desprotegida. Note-se a revolta dassa parcela de bem da sociedade, que cada vez exige mais o seu direito de legítima defesa que lhe foi tirado.

Conclui-se que, não aditanta nada tirar os meios de defesa dos cidadãos de bem, sendo que os bandidos estão cada vez mais armados e perigosos. É direito de todo cidadão, a defender-se e defender sua família daqueles que querem fazer o mal.

Referências

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