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É necessário conversar e discutir com argumentos, não com calúnias

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Academic year: 2021

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Pelo Socialismo

Questões político-ideológicas com atualidade

http://www.pelosocialismo.net

_____________________________________________

Publicado em: http://inter.kke.gr/en/articles/Discussions-debates-must-be-conducted-on-the-basis-of- arguments-00001/

Tradução do inglês de TAM Colocado em linha em: 2014/07/07

É necessário conversar e discutir com argumentos, não com calúnias

Secção de Relações Internacionais do CC do KKE

1

É um facto que os desenvolvimentos internacionais e no movimento comunista e operário são complexos, requerem um exame substancial, uma discussão e uma troca de experiências, a utililização de dados concretos e de argumentos substanciais, na base dos principios da nossa teoria.

É evidente que isto não é simples porque, na prática, o que se verifica é que em vez de argumentos se utilizam aforismos e simplificações, se utilizam pretextos para esconder pontos de vista erróneos ou desvios oportunistas em questões de importância estratégica.

O traço mais negativo é o ataque e as caracterizações infundadas e sem substância que surgem neste período, porque algumas pessoas consideram que através da internet (como, por exemplo, alguns artigos recentes numa página web suíça) podem atacar o KKE usando vulgaridades sobre o “sectarismo”.

Com certeza é importante que o KKE tenha estado na vanguarda da luta de classes na Grécia durante 96 anos e que, em 2018, vá celebrar o 100º aniversário da sua fundação. Passou pelas provas mais duras. Os comunistas gregos foram postos à prova durante muitos anos de perseguições, prisões, exílios, execuções, muitos anos de clandestinidade. Desempenharam um papel dirigente na luta do nosso povo contra as ditaduras fascistas, na luta armada de resistência de 1941-1944, na guerra civil de 1946-1949. Baseados nesta experiência participamos nas lutas operárias e populares até hoje.

Com certeza é importante que, na medida das suas capacidades, o KKE tenha dado uma contribuição significativa ao Movimento Comunista Internacional. Foi o partido que contribuiu para o início dos encontros internacionais em Atenas e para a realização de novos esforços orgnizados para o reagrupamento do movimento

1 Comité Central do Partido Comunista da Grécia. – [NT]

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comunista, depois da contrarrevolução e do derrube do socialismo na União Soviética e nos restantes países da Europa central e de leste.

Com certeza é importante que o KKE tenha uma frente aberta e firme contra o oportunismo e procure conduzir a luta ideológica na base dos princípios, que desenvolva a discussão e a atividade contra o “cavalo de Tróia oportunista” que trabalha para o aprisionamento dos partidos comunistas e para a sua mutação socialdemocrata.

Mas o elemento mais importante é que o KKE aprende com a sua trajetória histórica e a do movivimento comunista internacional e utiliza esta experiência e os seus conhecimentos para assimilar melhor a cosmovisão marxista-leninista na sua atividade prática; para ajustar a sua estratégia e tática às necessidades contemporâneas da luta de classes e para contribuir para a luta pelos intereses da classe operária; para se tornar mais forte e eficiente na luta pelo derrube do capitalismo e a construção do socialismo.

Isto é o que incomoda o maquinismo oportunista multitentacular que, de diversas formas, abertas ou encobertas, trata de caluniar o KKE, regurgitando as reivindicações do inimigo de classe sobre o dogmatismo, incriminando a atividade revolucionária do partido, incriminando a sua luta inquebrantável contra a burguesia e as uniões imperialistas, apelando ao nosso povo e aos povos em geral que não se coloquem sob bandeiras alheias.

Neste artigo ocupar-nos-emos de alguns aspectos dos artigos contra o KKE que procuram provar o seu alegado “sectarismo”:

a) a recente decisão do CC do nosso partido de os seus eurodeputados não se ligarem a nenhum grupo no Parlamento Europeu;

b) as avaliações do nosso partido sobre o mundo contemporâneo, o aparecimento de novas potências capitalistas fortes na “pirâmide”

imperialista global; e

c) a posição da Grécia nessa “pirâmide”.

1. O Comité Central decidiu recentemente que o grupo europarlamentar do KKE sairia do GUE/NGL

2

e não entraria em nenhum outro grupo político, levando em consideração alguns elementos básicos.

Considerou que:

A natureza confederal do GUE/NGL foi alterada na realidade, já que os partidos do Partido da Esquerda Europeia (PEE) intervêm com uma linha política única, de forma conjunta, e falam nas comissões e nas sessões plenárias com base numa

2 Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica, no Parlamento Europeu.

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plataforma comum, apresentando as posições políticas do PEE como posições do GUE/NGL. A situação está a piorar na medida em que a União Europeia, no quadro do aprofundamento do seu caráter reacionário, dá prioridade ao funcionamento dos partidos europeus que garantem o fortalecimento posterior da Comissão e dos seus mecanismos de múltiplos tentáculos.

O GUE/NGL tem atacado o KKE e tenta distorcer e ocultar as suas posições.

Promovem-se “posições comuns” em questões graves relativas à política da União Europeia e aos acontecimentos internacionais, apesar dos desacordos expressos pelo grupo parlamentar do KKE, cujas posições em vários casos foram ocultadas pelo GUE/NGL.

Estão em curso tentativas de cooperação do GUE/NGL com os grupos políticos dos Socialistas e dos Verdes para a formação de um suposto “bloco de esquerda”, o que também ficou demonstrado pelas declarações do candidato do PEE à presidência da Comissão, Alexis Tsipras. Foram ainda assinadas moções conjuntas no Parlamento europeu sobre assuntos muito graves, por vezes mesmo com a participação do Partido Popular Europeu e os Liberais (p. ex. uma Moção conjunta para a resolução sobre o acordo político para o Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020).

Algumas forças do GUE/NGL, como o partido Die Linke alemão, participam na campanha anticomunista da UE de distorsão da verdade histórica, na equiparação anti-histórica do comunismo com o fascismo e na difamação da construção socialista e das conquistas da classe operária.

Durante todos estes anos, o grupo do KKE no Parlamento europeu opôs-se a estas escolhas perigosas. Lutou contra o posicionamento inaceitável dos partidos e dos deputados que participam no GUE/NGL e que apoiaram a guerra contra a Líbia, a intervenção da União Europeia na República Centro-africana, nos asuntos internos da Síria ou na campanha para sabotar Cuba, ao mesmo tempo que não condenavam a intervenção da UE na Ucrânia. Lutou contra a posição do PEE segundo a qual pode haver uma gestão da crise favorável ao povo enquanto os monopólios estiverem no poder.

Combateu as posições que branqueiam o caráter imperialista da União Europeia e que consideram que esta união de monopólios se pode converter numa união favorável aos povos. Porém, apesar dos esforços do KKE, o GUE/NGL funciona como ferramenta do PEE. Tudo isto resulta na criação de uma situação completamente negativa, e no surgimento de novas condições que impedem objetivamente a continuação da nossa participação no GUE/NGL.

A participação do KKE num grupo em que predominam estas forças converter-se-ia

num obstáculo à independência ideológica, política e organizativa do partido no

Parlamento europeu, à promoção duma estratégia favorável à classe operária e aos

setores populares no nosso país e na Europa e ao reagrupamento do movimento

comunista neste continente.

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Ao mesmo tempo, a continuação da participação do KKE no GUE/NGL seria usada como um “alibi de esquerda” para a imposição de uma linha oportunista e socialdemocrata aos partidos que atuam a favor da União Europeia e aceitam a barbárie capitalista.

Que faz o KKE?

Analisa a situação esecífica e toma decisões com o criterio da defesa dos interesses da classe operária e do povo. Explicamos de forma documentada que isto não se pode fazer através do GUE/NGL que foi aprisionado pelo PEE.

Que fazem os que se escondem atrás das calúnias sobre sectarismo?

Fecham os olhos à realidade que se criou e continuam a fomentar falsas expetativas, argumentando que é possível servir os intereses populares através da cooperação com partidos que têm objetivos socialdemocratas declarados, como o SYRIZA, Die Linke, etc., assim como com partidos mutados que ainda ostentam o nome de comunista, em nome de uma falsa unidade que favorece o oportunismo e a socialdemocracia.

Que faz o KKE?

Denuncia a verdadeira natureza imperialista de União Europeia como uma união dos monopólios, luta contra ela e apela aos povos a romper com esta aliança predadora, a mudar a correlação de forças e fortalecer a luta pelo poder operário e popular que pode conduzir ao desenvolvimento socialista, a via para o desenvolvimento que terá como critério as necesidades do povo e não os lucros, com a saída da UE e da NATO.

Que fazem os que se escondem atrás de calúnias sobre sectarismo?

Subordinaram-se à UE, atuam dentro dos “muros” do sistema, defendendo diversas soluções governamentais “de esquerda”-

“progressistas” e fomentam a ilusão de que esta união dos monopólios pode ser criada a partir do zero e tornar-se uma união a favor dos povos.

Que mais faz o KKE?

Participa e coloca as suas posições nos Encontros Internacionais de Partidos Comunistas, apoia a atividade comum e ao mesmo tempo insiste na aquisição de um mais alto nível da coordenação da luta dos Partidos Comunistas contra a UE imperialista e a exploração capitalista, através da sua participação na Iniciativa de 29 Partidos Comunistas e Operários na Europa.

Que fazem os caluniadores?

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Tentam minar este importane esforço e, além disso, insultar os partidos comunistas que lutam em condições difíceis contra a burguesia e o sistema de exploração.

Os comunistas e as comunistas podem tirar conclusões.

E algo mais sobre este assunto específico: alguns caluniadores anticomunistas, como o senhor Tobias Clausen dos Vermelhos-Verdes da Dinamarca, afirmou que “o KKE se pôs completamente fora da influência do Parlamento europeu. Acabou num grupo com a escória dos eurodeputados com quem ninguém quer trabalhar. Neste grupo participam também os deputados da Aurora Dourada. O KKE deixará de ter possibilidade de acompanhar os projetos de lei, de intervir para fazer alterações e de usar da palavra.”

Esta calúnia do “homem de esquerda” dinamarquês opera no quadro da UE, que trata de “agrupar” o fascismo com o comunismo sob a consigna de “totalitarismo”.

Esta calúnia revela, entre outras coisas, os métodos sujos que os oportunistas utilizam. E isto é verdade porque este senhor que se apresenta como uma

“autoridade em assuntos da UE” deveria saber que:

Os eurodeputados do KKE não se juntarão a nenhum grupo político e defenderão a política do KKE como quadros do Partido, sem estar limitados por nenhum compromisso. Portanto, qualquer insinuação acerca da Aurora Dourada é inaceitável e subestima a inteligência mesmo daqueles que não conhecem toda a luta do KKE, mas conhecem a sua oposição aos fascistas.

Quanto à questão de saber se o KKE, depois da sua saída do GUE/NGL, terá possibilidades de usar da palavra e intervir no Parlamento europeu, temos a dizer que, a partir de agora, os eurodeputados do KKE não terão menos meios e posibilidades para denunciar o caráter reacionário da UE, das medidas antipopulares e para contribuir para o reagrupamento do movimento na Grécia e na Europa.

Em qualquer caso, o KKE e os seus eurodeputados nunca tiveram nenhuma inclinação para “corrigir” a UE e o capitalismo através dos parlamentos, como têm os partidos do PEE. Eles estão no Parlamento europeu por razões concretas:

a) Para que o KKE possa ter uma visão mais clara acerca das medidas antipopulares que se decidem neste centro imperialista.

b) Para contribuir para a preparação atempada do Partido, do movimento operário de classe e das organizações antimonopolistas e anticapitalistas para organizar a luta dos trabalhadores contra as medidas impopulares da UE e dos governos burgueses.

c) Para que o Partido tenha a capacidade de divulgar detalhadamente as suas

posições entre os trabalhadores sobre todos os assuntos, fazer luz sobre as causas

da crise capitalista, denunciar o caráter antipopular da UE, combater conceções

burguesas e oportunistas, etc.

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E continuará a fazer o mesmo, como antes, dando prioridade à cooperação com os Partidos Comunistas da Europa. E mais uma vez aqueles que recorrem ao anticomunismo usando uma máscara de “esquerda” serão desmentidos pela prática.

Os comunistas e as comunistas podem tirar conclusões.

2. A posição leninista de que o imperialismo é a fase superior e última do capitalismo é o ponto de partida para fazer a análise classista da base económica em cada Estado capitalista e para determinar a sua posição no sistema imperialista.

Contudo, há um grave problema quanto ao posicionamento de muitos partidos quanto a este assunto crucial.

Não nos preocupa a agressão verbal na internet contra o KKE. O que nos preocupa é que, enquanto falam da teoria leninista do imperialismo, na prática estão a substituí- la por uma caricatura, a caricatura que restringe o imperialismo aos EUA e às políticas externas agressivas.

Isto é uma tragédia, pois esta análise distorce a realidade e promove posições completamente erradas.

Por exemplo:

O capitalismo foi restaurado com o derrube contrarrevolucionário da União Soviética.

Isto é inquestionável. Os monopólios dominam a base económica da Rússia, e falamos dos grandes grupos económicos como a Gazprom, Rosneft, Lukoil, Rusal, VTB Bank etc. Prevalecem as relações de produção exploradoras.

É precisamente esta situação que a presidência e o governo russos estão a tentar gerir com o objetivo de servir melhor os intereses dos monopólios rusos, que competem mas também colaboram com os monopólios dos EUA, da UE, da China, etc., sempre com o objetivo de controlar os mercados, as fontes de energia e os gasodutos.

Numa ou noutra conjuntura histórica, a política externa da Rússia pode opor-se, por exemplo, à agressividade dos EUA contra a Síria. Contudo, isto não é razão para se considerar a Rússia como uma potência anti-imperialista a que os povos e os partidos comunistas devam submeter-se.

Os acontecimentos na Ucrânia demonstram claramente este facto, porque estão ligados à intervenção da UE e dos EUA, à concorrência com a Rússia, e ao “dilema”

de saber se a Ucrânia cairá no regaço da UE ou no da união aduaneira da Rússia com a Bielorússia e o Kazaquistão.

O posicionamento da Rússia e de Putin é determinado pelos interesses dos monopólios russos e não o dos povos.

Mesmo os Estados Unidos, em certas circunstâncias, adaptam a sua politica externa.

Por exemplo, tomam iniciativas pressionando uma “solução” para a questão cipriota

neste período, assim como para a questão palestiniana, fazem manobras; mas isto

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Mediterrâneo, pelo controlo e a utilização dos hidrocarbonetos, ou para contrariar os planos e os objetivos dos seus concorentes, que também estão ativos na região.

Estas verdades simples são muito úteis para superar confusões e para que predomine o critério de classe que está a ser subvertido em algumas intervenções na internet.

O que deve ser cuidadosamente examinado?

A tendência para importantes mudanças na correlação de forças entre os Estados capitalistas tornou-se mais clara com a profunda crise de sobreacumulação do capital em 2008-2009, que ainda não foi verdadeiramente superada em diversas economias capitalistas. Este processo ocorre sob a atuação da lei do desenvolvimento desigual do capitalismo. Esta tendência abarca também os níveis supriores da pirâmide imperialista.

Os EUA continuam a ser a primeira potência económica, mas com uma diminuição significativa da sua quota no Produto Mundial Bruto. Até ao ano de 2008, a zona euro no seu conjunto, mantinha a segunda posição no mercado capitalista internacional, mas perdeu-a depois da crise.

A China já se tornou a segunda potencia e a aliança BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) reforçou-se nas uniões capitalistas internacionais, tais como o FMI e o G20. A alteração na correlação de forças entre eles acarreta mudanças nas suas alianças, uma vez que estão a agudizar-se as contradições interimperialistas sobre o controlo e a nova repartição de territórios e mercados, de zonas de influência económica, principalmente no que se refere a fontes de energia, de recursos naturais e de vias de tansporte de mercadorias.

A política externa dos Estados que pertencem ao grupo BRICS é diferente da dos EUA (conforme a conjuntura histórica) porque têm diferentes pontos de partida e outros objetivos. Contudo, esta serve também os interesses e os planos das burguesias e dos grupos monopolistas. Esta é a característica básica que emerge da trajetória destes Estados.

E mesmo o mais fervoroso dos seus defensores não pode questionar que na sua base económica predominam os grupos monopolistas, que o seu critério de desenvolvimento são os lucros e que o traço característico é a exploração da classe operária pelo capital e o elevado nível de taxa de exploração.

3. Nunca dissemos que o capitalismo na Grécia, em Portugal e em outros países que têm uma posição intermédia no sistema imperialista atingiu o mesmo nível de concentração e centralização do capital e que se desenvolveu no mesmo nível do capitalismo dos EUA e dos países capitalistas mais fortes da UE.

Todos sabemos que o sistema não se desenvolve uniformemente, de maneira

equilibrada. Pelo contrário, a sua característica fundamental é o desenvolvimento

desigual, lei absoluta do capitalismo.

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Porém, a questão fundamental é que a concentração e a centralização do capital levou, há já muitos anos, ao aparecimento e desenvolvimento dos monopólios que são o coração, as células do capitalismo na sua fase imperialista. E isto é inquestionável e demonstrável pelos próprios dados económicos.

Este mesmo desenvlvimento constitui a base da análise do KKE para a elaboração da estratégia e da tática que decorrem deste facto.

O Programa do Partido que foi aprovado no 19º Congresso coloca as seguintes questões:

nicialmente, a burguesia grega beeficiou do derrube contrarrevolucionário nos países balcánicos vizinhos e da adesão à UE, conseguiu uma importante acumulação e exportações de capitais em forma de investimentos diretos, que contribuiram para o fortalecimento dos negócios gregos e dos grupos monopolistas.

As exportações de capitais alargaram-se à Turquia, Egito, Ucrânia, China, assim como à Grã-Bretanha, EUA e outros países. Participou ativamente em todos as intervenções e guerras imperialistas, como a que se desenvolveu contra a Jugoslávia, Iraque, Afeganistão, Líbia, etc.

Na década que precedeu o rebentamento da atual crise, a economia grega manteve uma taxa anual do crescimento do PIB significativamente mais alta que o nível correspondente da União Europeia e da zona euro, sem mudar grandemente a sua posição dentro da UE. Porém, melhorou a sua posição nos Balcãs.

Depois da eclosão da crise degradou-se a posição da economia capitalista grega, no quadro da zona euro e da UE e no quadro da pirâmide imperialista internacional em geral, o que não invalida o facto de que a entrada da Grécia na CEE e na UE serviu os setores mais dinâmicos do capital monopolista nacional e contribuiu para o fortalecimento do seu poder político.

A participação da Grécia na NATO, a dependência político-económica e político- militar da UE e dos EUA limitam a margem para a atuação independente da burguesía da Grécia, uma vez que todas as relações de alianças do capital se regem pela concorrência, a desigualdade e, consequentemente, pela posição vantajosa do mais forte; formam-se como relações de interdependência desigual.

Nos últimos 20 anos, desenvolveram-se ainda mais as condições materiais já maduras para o socialismo na Grécia, expandiram-se e fortaleceram-se as relacões capitalistas na produção agrícola, na educação, na saúde, na cultura, nos desportos e nos meios de comunicação de massas.

Registou-se uma maior concentração de trabalhadores assalariados e de capital na

indústria, no comércio, na construção civil, no turismo. Desenvolveram-se empresas

de capital privado após a eliminação do monopólio estatal nas telecomunicações e em

setores monopolizados na energia e nos transportes.

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Aumentou a percentagem do trabalho assalariado no emprego total, enquanto se manteve estável o número de trabalhadores por conta própria, pois a redução de uma parte específica destes trabalhadores foi acompanhada por um aumento no setor de serviços.

As pré-condições materiais já maduras para o socialismo desenvolveram-se ainda mais. Esta é uma questão crucial e este desenvolvimento não diz apenas respeito à Grécia, como se conclui pelo desenvolvimento do capitalismo monopolista nas últimas décadas.

A contradição entre o caráter social do trabalho e a apropriação capitalista privada da maior parte dos seus resultados, por força da propriedade capitalista dos meios de produção está a tornar-se completamente clara em todos os aspetos da vida económica e social. A necessidade da propriedade social e da planificação central com o poder operário está a surgir de modo imperativo. Do ponto de vista das condições materiais, o socialismo é mais necessário e atual que nunca.

Na base desta análise, o programa do KKE destaca que o seu objetivo estratégico é conquistar o poder operário revolucionário, a ditadura do proletariado, para a construção do socialismo como fase não madura da sociedade comunista.

A mudança revolucionária na Grécia será socialista.

O povo grego será libertado das amarras da exploração capitalista e das uniões imperialistas, quando a classe operária com os seus aliados levar a cabo a revolução socialista e avançar para a construção do socialismo-comunismo.

Por isso insistimos em dizer que aqueles que recorrem a calúnias contra o KKE devem estudar as nossa posições, devem falar na base dos factos reais e justificar a sua crítica com argumentos e não com palavras vazias.

Por último, devem evitar o uso dos argumentos utilizados pela

apologética burguesa e o oportunismo na Grécia para atacar o nosso

partido, que, evidentemente, desempenha o papel principal na luta de

classes, tem forças significativas no movimiento operário e popular e,

recentemente, apesar das dificuldades, alcançou várias centenas de

milhares de votos de trabalhadores nas eleições municipais, regionais e

europeias, elegeu centenas de conselheiros municipais e regionais, 4

presidentes de câmara em importantes cidades, como é o caso da terceira

cidade da Grécia, e 2 eurodeputados.

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