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CLÍNICA E TERAPÊUTICA DAS INTOXICAÇÕES

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Academic year: 2022

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CLÍNICA E TERAPÊUTICA DAS INTOXICAÇÕES

FIGURA - ANIMAL DOMÉSTICO

FONTE: Overdog.

As intoxicações incluem por estricnina, metaldeído, hidrocarbonetos clorados, organofosforados, chumbo e ocasionalmente o etilenoglicol, plantas tóxicas e alimentos, podendo provocar diversos sintomas e até convulsões.

Os sinais clínicos de intoxicação em cães e gatos são, em geral, graves, pois se apresentam subitamente e pioram progressivamente.

O diagnóstico baseia-se na história de ingestão ou exposição a uma toxina e/ou nos sinais clínicos característicos. Porém, muitas vezes, não há história e não se consegue identificar o agente tóxico.

As intoxicações devem ser tratadas imediatamente, para assegurar ao paciente todos os recursos disponíveis para reverter o quadro: respiração assistida aporte de oxigênio, entre outros.

Somente depois de assegurar a sobrevivência do paciente, passamos ao exame minucioso de possíveis sintomas extras e identificação do veneno.

INTOXICAÇÃO POR INSETICIDAS

Hidrocarbonetos clorados

São produtos lipossolúveis, portanto, absorvíveis pela pele, usados em produtos agrícolas e inseticidas.

A intoxicação por hidrocarbonetos clorados gera hipersensibilidade,

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hipersalivação, hiper- reflexia, tremores musculares da face e do pescoço que progridem para convulsões tônico-clônicas.

Diagnóstico: toda história de intoxicação deve vir acompanhada de histórico de acesso do animal ao produto, sinais característicos, possibilidade de identificação de cheiro de inseticida na pelagem e, finalmente, análise do conteúdo estomacal.

Tratamento: banho com água morna e sabão para cortar a exposição ao tóxico e, em casos raros de ingestão, recomenda-se lavagem gástrica e administração de carvão ativado.

Organofosforados e carbamatos

São anticolinesterásicos de uso comum como inseticidas.

Os sintomas podem começar logo após a exposição e se caracterizam por salivação excessiva, lacrimejamento, diarreia, vômitos e miose, tremores dos músculos faciais e da língua, progredindo para convulsões tônico-clônicas, sintomas muito parecidos com a intoxicação por hidrocarbonetos clorados.

O diagnóstico baseia-se na história de exposição com sinais característicos e, se possível, análise do conteúdo estomacal.

Tratamento: se a exposição foi do corpo, aplicar banhos e usar pralidoxima (não usar em casos de intoxicação por carbamatos). Em caso de ingestão, lavagem gástrica e carvão ativado. Deve-se atropinizar (0,5 mg/Kg EV e 1,5 mg/Kg SC) conforme necessário.

Organoclorados

São bases de produtos utilizados em agricultura e jardinagem como BHC, DDT entre outros. Têm efeito acumulativo na gordura e sua manifestação pode ser aguda ou crônica. São lipossolúveis, logo, atravessam rapidamente a membrana eritrocitária e leucocitária, atingindo todo o organismo.

Os sinais clínicos são resultantes da estimulação inespecífica do SNC com aumento da excitabilidade neuronal e aumento da quantidade de amônia cerebral podendo levar à morte por parada respiratória.

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O animal apresenta espasmo da musculatura, aberrações de comportamento, ataxia, hipertermia pelo aumento da atividade muscular, convulsões, seguidas de depressão, cianose de mucosas e morte por insuficiência respiratória.

Diagnóstico: baseado no histórico e anamnese e no exame clínico.

Deve-se fazer o diagnóstico diferencial com intoxicação pelo chumbo e outros inseticidas como os anticolinesterásicos (nestes, as convulsões são mais brandas, e respondem bem ao tratamento com atropina).

Tratamento:

a) banho ou lavagem gástrica;

b) controle das convulsões:

Diazepínicos – 0,2 mg/kg em glicose 5% e IP em gatos;

Fenobarbital – 10 mg/kg IV ou IM;

Clorpromazina – 0,2 mg/kg IV ou IM (não usar em organofosforados);

Barbitúricos.

c) manter a função cardiovascular:

ventilação artificial e O2;

hidratação;

controle da temperatura.

d) estimulante cardiorrespiratório:

Doxapram 1 mg/kg IV;

gluconato de cálcio 10% 2-10 ml para felinos e 10-30 ml para caninos.

Piretrinas e piretroides

É uma classe de inseticida relativamente segura. Sua intoxicação gera tremores, salivação aumentada, ataxia, vômitos, depressão, hiperexcitabilidade ou hiperatividade, convulsões, dispneia e morte.

Diagnóstico: baseia-se na história, sinais clínicos, análise química dos

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resíduos no vômito, pelos e pele.

Tratamento: controle das convulsões e da hiperatividade. Remover o tóxico da pele e trato digestivo por banho e lavagem e providenciar tratamento de suporte.

Rodenticidas

Estricnina

Age em nível de SNC, aumentando a excitabilidade reflexa por depressão do reflexo espinhal, não ocorrendo a moderação e a regulação normais dos reflexos.

O animal intoxicado apresenta extensão rígida dos membros e do corpo, midríase, dispneia, orelhas eretas e espasmos tetânicos induzidos por estímulos auditivos.

A história de acesso ou ingestão, os sinais característicos e a análise química do conteúdo estomacal fazem o diagnóstico. Devido à similaridade dos espasmos, deve-se fazer o diagnóstico diferencial com tétano.

Tratamento:

impedir a absorção;

provocar vômitos (se não houver sinais neurológicos), lavagem gástrica;

promover a diurese;

terapia de suporte: benzodiazepínicos, fenobarbital, fenotiazínicos ou pentobarbital até fazer efeito e o animal acalmar;

manter em local escuro, silencioso, no mínimo por 48 horas.

Metaldeído

Utilizado para combater caramujos, lesmas e ratos, sua intoxicação pode causar ansiedade, hiperestesia, taquicardia, hipersalivação, tremores musculares e nistagmo em gatos. Podem ocorrer convulsões, depressão e insuficiência respiratória.

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Diagnóstico: história de acesso ou ingestão, sinais característicos, hálito com odor de acetaldeído, análise do conteúdo estomacal.

Tratamento: lavagem gástrica, pentobarbital até fazer efeito, intubação endotraqueal e ventilação se necessário. Estabelecer a diurese.

Dicumarol

Raticida a base de anticoagulantes que provoca hemorragias.

O tratamento é feito com:

vitamina K1 (caninos, 10-20 mg de 12 em 12 horas por três a cinco dias, IM; felinos, 1 a 5 mg);

terapia de suporte – Vit C e O2;

transfusão de sangue.

INTOXICAÇÃO POR METAIS

Chumbo

Ataca o Sistema Nervoso produzindo tumores cerebrais, convulsões, paralisias e problemas comportamentais. As vias de contaminação são canos antigos de chumbo, pigmentos para pintura, material para calafetação, massa de vidraceiro (intoxicação lenta).

Sinais clínicos:

gastroentéricos – vômitos, diarreia crônica, anorexia, sialorreia;

neurológicos – irritabilidade, convulsões, paralisias das cordas vocais, cegueira;

anemia, degeneração óssea.

Diagnóstico:

histórico e anamnese;

hemograma – anemia hipocrômica microcítica, anisocitose;

radiografia abdominal para pesquisa da causa com a possível presença de chumbada de pesca, brinquedos e epífise óssea de cães jovens.

Obs.: Realizar diagnóstico diferencial para a raiva.

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Tratamento:

enema, eméticos ou cirurgia;

neutralizante – ácido tânico, albumina, leite, sulfato de magnésio;

antídoto específico – quelante.

Arsênico

sado como rodenticida, iscas para formigas e encontrado na fórmula de alguns medicamentos. Interfere no metabolismo celular atuando no grupamento sulfidrila por inibição.

O contato do animal com o arsênico pode provocar morte súbita ou sinais predominantemente gastrentéricos, como: vômitos em jatos com odor de alho, cianose, hipotensão, andar cambaleante, ataxia, anúria e paralisia dos posteriores.

Diagnóstico: histórico e anamnese; exames clínicos; exames complementares.

Tratamento:

lavagem gástrica com bicarbonato de sódio 1% diminui a absorção;

antídoto específico – British anti-Lewisite (BAL) (quelante 2,3- dimercaptopropanol);

emético depressor do sistema respiratório do gato (xilazina 0,5 mg/Kg IV ou 1 mg/Kg IM).

INTOXICAÇÃO POR BIOTOXINAS

Picada de cobras

os casos de acidente por picada de cobra, o ideal é identificar a cobra.

Caso isso não seja possível, aplicar soro polivalente. Há cobras que a picada causa intensa inflamação e hemorragias, outras, cujos venenos são neurotoxinas, oferecem extremo perigo e há urgência na aplicação do soro nas

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primeiras quatro horas depois da picada.

O diagnóstico diferencial pode ser: picada por cobra coral pode ser confundida com polirradiculoneurite, botulismo, paralisia do carrapato e miastenia grave.

O tratamento deve ser feito na clínica veterinária com aplicação do soro antiofídico.

Picadas de artrópodos

Tratamento inespecífico com corticoides ou anti-histamínicos.

OUTRAS TOXICOSES

Acetaminofeno – Paracetamol

Sinais clínicos: icterícia, anemia, hemoglobinúria, cianose, edema subcutâneo na face e extremidades são achados característicos. Anemia com corpúsculos de Heinz (precipitado de hemoglobina nas hemácias).

Os gatos são mais sensíveis que cães, mas cães requerem doses maiores. Diagnóstico: baseado na história e confirmação por análise da urina ou soro.

Tratamento: em gatos inclui um catártico osmótico e emese induzida e administração de N- acetilcisteína.

Aspirina, Ibuprofeno, Fenilbutazona, Naproxeno (anti-inflamatórios não esteroidais)

Sintomas clínicos e tratamento: anorexia, desordens abdominais, hiperpneia, pirexia e depressão. Os sinais podem progredir para coma e morte. São indicados carvão ativado e catártico salino.

Cresóis e fenóis

Componentes de desinfetantes caseiros de efeito corrosivo, narcótico e depressor. São absorvidos pela pele intacta.

Os animais demonstram apatia, prostração, hematemese,

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oligúria/anúria, icterícia pela hemólise (caninos) e necrose da mucosa da boca.

Os felinos podem apresentar tremores, convulsões, ataxia, midríase, coma e parada circulatória. Morte por insuficiência renal e respiratória.

O tratamento sintomático segue este protocolo:

lavagem gástrica; neutralizantes – leite, albumina, carvão ativado;

analgésicos e analépticos cardiorrespiratórios.

Plantas tóxicas

Os danos causados por plantas são sempre um problema na clínica de animais de companhia, e em qualquer região do país.

Na maioria dos casos é necessária a ingestão da planta para que ocorra o envenenamento,

mas algumas plantas produzem irritação na pele e mucosas, danos mecânicos, ou fenômenos alérgicos sem que tenham sido ingeridas, e muitos filhotes têm o hábito de brincar, também, com plantas.

Os efeitos podem ser pequenos, desde náuseas e vômitos e chegar até a morte no caso da ingestão de plantas altamente tóxicas.

A seguir, são apresentadas algumas plantas ornamentais tóxicas.

Comigo-Ninguém-Pode (Dieffenbachiapicta)

Planta da família das Araceae muito apreciada por sua beleza e por seu aspecto de cunho religioso-místico de que “espanta mau-olhado”. Embora não seja palatável, cães jovens podem “brincar” com as folhas ou pedaços da planta, o que produzirá ação mecânica irritativa sobre a mucosa oral, orofaríngea e, quem sabe, esôfago e estômago, devido à presença de cristais de oxalato de cálcio em forma de agulha presentes em sua composição.

FIGURA - COMIGO-NINGUÉM-PODE (DIEFFENBACHIA PICTA)

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FONTE: Dicas de Jardinagem.

Os principais sintomas observados são:

irritação de mucosas com edema de lábios, língua e palato;

sialorreia, náuseas e vômitos.

O tratamento é sintomático, incluindo:

demulcentes;

analgésicos;

anti-histamínicos ecorticosteroides.

Trombeteira ou saia-branca (Brugmansiasuaveolens)

Planta da família das Solanaceae muito apreciada por sua beleza e cores. Cães jovens costumam brincar com as flores caídas no chão, o que pode provocar secura da boca, taquicardia, midríase, agitação devido à ação de seus princípios ativos (alcaloides de beladonados).

Tratamento: anticolinesterásico, antagonista colinérgico (neostigmina).

FIGURA - TROMBETEIRA OU SAIA-BRANCA (BRUGMANSIA SUAVEOLENS)

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FONTE: Jardim de Flores.

Espirradeira (Neriumoleander)

Planta da família das Aponyaceae que provoca dor ardente na boca, salivação, náuseas e vômitos com cólica devido ao seu princípio ativo a base de glicosídeos cardiotônicos.

FIGURA - ESPIRRADEIRA (NERIUM OLEANDER)

FONTE: Jardim de Flores (esquerda); Fiocruz (direita).

Tratamento: antiarrítmico, procainamida (100-500 mg), cloridrato de potássio (monitorar pelo ECG).

CLÍNICA E TERAPÊUTICA DAS DOENÇAS DA PELE

A pele dos animais serve para proteção contra agentes físicos, químicos

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e microbiológicos consistindo, assim, em uma barreira fisiológica e anatômica entre o corpo do animal e o meio externo. Compõe-se, basicamente de três camadas, de fora para dentro: epiderme, derme e hipoderme.

A pele possui uma flora bacteriana normal, presente, principalmente, na camada queratinizada, externamente aos folículos pilosos e ductos das glândulas sebáceas. As raízes pilosas, entretanto, são estéreis, da mesma forma que as secreções sebáceas e sudoríparas. Caso haja alguma doença, essa área pode ser invadida, deixando de ser estéril.

Animais sadios e bem alimentados devem apresentar seu pelo suave, liso e brilhante. Já os animais enfermos ou mal alimentados possuem o pelo áspero, eriçado e duro.

A pele reflete grande parte dos transtornos orgânicos e das enfermidades. Os problemas na pele podem ser derivados de problemas internos, por isso devem ser observados além da pele, os pelos, unhas, detalhes de cor, consistência, odor anormal, edemas, enfisema, prurido cutâneo, temperatura, lesões, presença de parasitas e outras características que sugiram problemas tegumentares.

DOENÇAS PARASITÁRIAS DA PELE

Demodicose ou sarna demodécica

A demodicose é uma doença parasitária, inflamatória e grave causada pelo Demodex canis, ácaro que vive normalmente, em pequenas quantidades, nos folículos pilosos e glândulas sebáceas dos mamíferos, alimentando-se das secreções sebáceas e das células epiteliais dos folículos pilosos. Devido a isso, o parasita destrói o folículo piloso, podendo levar à infecção bacteriana e à morte por septicemia.

Não é de caráter contagioso e a transmissão se dá apenas por meio da mãe, nas primeiras mamadas, devido a uma vulnerabilidade genética. Porém, fatores predisponentes como deficiência nutricional, estresse, endoparasitoses e enfermidades debilitantes levam à manifestação sintomatológica da doença.

Dessa forma, não se deve tratar com corticoide, pois este deprime o sistema imune do animal.

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FIGURA - DEMODEX CANIS

A – face dorsal de macho de Demodex Canis;

B – face ventral de fêmea de Demodex Canis.

FONTE: Fortes, 1997.

Animais a partir dos 4 meses de idade até 1 ano de vida ou na velhice são predispostos a desenvolverem a demodicose. Uma característica importante da demodicose é que ela é apruriginosa, ou seja, o animal não se coça a não ser que já esteja com infecção bacteriana secundária.

A demodicose pode ser localizada, generalizada ou se apresentar como pododemodicose:

localizada – se concentra mais na face e nas patas dianteiras;

generalizada – mais grave, leva a infecção bacteriana secundária por S. aureus coagulase positiva, Pseudomonas sp, Proteus sp;

pododemodicose – nas patas.

FIGURA - DERMOTICOSE

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FONTE: Santos, 2004.

O ácaro no folículo piloso causa foliculite que predispõe a invasão bacteriana, responsável pelo exsudato, placas e crostas. A evolução da doença da forma localizada para generalizada ocorre se não for imediatamente tratada.

Mesmo após o tratamento que não é curativo e sim de controle, a demodicose pode voltar a se manifestar, caso haja baixa na imunidade.

Para confirmar o diagnóstico, faz-se um raspado cutâneo para pesquisa do caro em sua forma típica.

FIGURA - RASPADO CUTÂNEO

FONTE: Carlotti e Pin, 2004.

Protocolo de tratamento: a demodicose localizada se trata localmente com o uso de acaricidas.

No caso de demodicose generalizada, animais muito debilitados devem receber cuidados especiais antes mesmo do tratamento acaricida, no sentido

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de melhorar suas condições físicas e imunitárias:

alimentação com polivitamínicose sais minerais;

vitamina C, vitamina E, vitamina A;

zinco e selênio;

ômega 3 e ômega 6.

O tratamento acaricida consiste em banhar o animal com um xampu antisseborreico e/ou um xampu antibacteriano (linha veterinária), um dia antes de aplicar o medicamento.

Pode-se dividir o tratamento em duas etapas (dois dias seguidos) nos casos de animal muito contaminado, com muitas feridas pelo corpo, para evitar intoxicação.

Os medicamentos usados são:

amitraz – acaricida, 4 ml/L, uma vez por semana, por quatro semanas (não banhar o animal nos intervalos das aplicações);

cefalexina – 30 mg/kg, 12 em 12 horas ou Enrofloxacina – 5 a 20 mg/kg/dia para combater as infecções secundárias.

Para o tratamento da pododemodicose, devem-se banhar as patas com xampus de peróxido de benzoíla e depois com solução de amitraz na diluição recomendada, diariamente. Preparar a solução no momento do banho.

É muito importante para o sucesso do tratamento que o proprietário tenha paciência e persistência, pois o tratamento pode levar muito tempo até começar a aparecer melhoras.

Também é importante haver o capricho na alimentação, evitar o estresse, as doenças concomitantes, as verminoses para que o sistema imunológico do animal permaneça sempre saudável.

Escabiose canina

Escabiose ou sarna sarcóptica é uma doença parasitária, altamente pruriginosa e contagiosa causada pelo ácaro Sarcoptesscabei variedade canis.

A transmissão se dá por contato direto, cama e fômites. A escabiose se desenvolve em 15 a 17 dias após a infestação e as espécies suscetíveis e mais acometidas são cão, gato, raposa e homem.

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No cão, se localiza na porção ventral do abdome, peito, patas, região escapular e forma uma lesão típica, crostosa, na borda das orelhas.

A sarna determina dermatites transitórias caracterizadas por túneis serpenteantes na pele que evoluem para lesões eritematosas papulocrostosas, depois para crostas amarelas e em seguida crostas hemorrágicas.

Confirma-se o diagnóstico por raspado cutâneo.

O tratamento acaricida é feito com:

Amitraz: 4ml/L, uma vez por semana, quatro aplicações;

Ivermectina: 50 a 200 µg/kg, SC ou oral, repetir 15 a 20 dias após;

Milbemicinaoxima: 2 mg/kg, 7/7 dias, oral, três aplicações;

Filhotes com 2 meses de idade – banho com Deltamicina por três dias consecutivos, e mais cinco banhos com intervalo de três dias entre as aplicações.

FIGURA - ESCABIOSE

FONTE: Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa.

Disponível em: <fmv.utl.pt>.

Obs.: toda pessoa que lida com um animal com escabiose, deve fazê-lo com a mão enluvada, pois se trata de uma zoonose.

Escabiose felina

Escabiose felina ou sarna notoédrica é uma doença parasitária

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altamente pruriginosa causada pelo Notoedriscati. Sua localização preferencial é nas margens das orelhas, face, pálpebras, pescoço, patas e genitálias (períneo). Pode também afetar coelhos, cães, raposas e causam lesões transitórias no homem.

As lesões, geralmente, iniciam-se na cabeça, podendo se estender para regiões posteriores dos animais e extremidades. Como os felinos têm o hábito de dormir “encaracolados”, os ácaros da cabeça e orelhas podem se espalhar para regiões próximas da cauda.

A pele torna-se espessada, escurecida e com crostas densas, aderentes, amarelas e cinzas.

Causa alopecia e linfadenopatia.

É altamente contagiosa entre gatos, principalmente naqueles que têm origem de ninhadas em péssimas condições de higiene. Como resultados do intenso ato de se coçar, ocorrerão crostas, descamações, escoriações e feridas.

O diagnóstico é feito pelo raspado cutâneo. Para o tratamento podem ser feitos banhos semanais com sabonete de enxofre.

FIGURA - ESCABIOSE FELINA

FONTE: Notican.

Otite parasitária

Doença causada pelo Otodectescynotis que se localiza no conduto

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auditivo externo dos animais. Pode acometer conduto auditivo, pescoço, cauda e períneo de cães e gatos. Produz um prurido intenso, irritação e leva à formação de copioso cerume escuro e de crostas.

O tratamento é feito com:

Ivermectina: 200µg/kg, SC ou oral;

Amitraz: 1 ml do produto em 33 ml de óleo mineral – aplicar no conduto auditivo duas vezes por semana.

Leishmaniose

É uma doença infecciosa causada por protozoário, apresentando manifestação tegumentar (Leishmania brasiliensis) e visceral (L. donovani). É uma zoonose.

É transmitida por vetores (mosquitos de hábitos noturnos: Lutzomya nas Américas), ocorrendo em zonas rurais, periurbanas e urbanas. Os reservatórios são: o cão doméstico ou selvagem, roedores e outros mamíferos. Possui um período de incubação que pode levar de semanas a anos.

Acomete primariamente cães com menos de 5 anos.

Os sintomas na pele são:

dermatite esfoliativa crônica (com caspas branco-prateadas) na cabeça, orelhas e extremidades, ou generalizada, com hipotriquia ou alopecia da região envolvida;

dermatite ulcerativa;

despigmentação nasal com erosão e ulceração;

dermatite pustular estéril;

dermatite nodular.

Obs.: ferimentos que não saram nas pontas das orelhas podem ser indicativos da doença.

Os sintomas da manifestação visceral (sistêmica – Calazar canino) são variados, dependendo da resposta imunológica do animal. Em mais de 50%

dos casos, causa diminuição da resistência, perda de peso e letargia.

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É comum ocasionar linfadenopatia generalizada e hepatomegalia. O animal pode apresentar anorexia, atrofia muscular, caquexia, febre, ceratoconjuntivite e claudicação, epistaxe, melena (fezes sanguinolentas), osteoartrose deformante, principalmente na face.

FIGURA - LEISHIMANIOSE

FONTE: Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa.

Disponível em: <fmv.utl.pt>.

O diagnóstico envolve uma boa anamnese com o histórico completo do animal. O exame parasitológico pode detectar as formas amastigotas. Podem- se solicitar os seguintes exames:

esfregaço – de sangue, linfonodo e medula óssea;

impressão em lâmina com fragmentos de pele;

biópsia – hepática e de pele (ponta da orelha – dermatite perivascular superficial e profunda; dermatite intersticial);

provas sorológicas – imunofluorescência indireta, Elisa, fixação do complemento. Podem dar falso positivo e falso negativo.

Os achados laboratoriais são: anemia não regenerativa, hiperglobulinemia, hipoalbuminemia e proteinúria.

O diagnóstico diferencial é feito com pênfigo foliáceo, lúpus eritematoso sistêmico, dermatose responsiva ao zinco (raça Husk), linfoma, demodicose, fungo.

O tratamento não é feito, pois é norma do Ministério da Saúde a

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eutanásia, por se tratar de uma zoonose.A prevenção é feita com o uso de repelentes nos cães e estratégias públicas de controle dos vetores.

DOENÇAS FÚNGICAS DA PELE

Dermatofitose

É uma zoonose muito comum (atinge tanto o homem como os animais domésticos) com elevada prevalência na América Latina. Os dados epidemiológicos referentes ao alcance da doença entre os animais são escassos, mas a literatura relata uma ocorrência bastante comum entre cães e gatos no meio.

Os animais da faixa etária de até 12 meses parecem ter uma maior predisposição quanto à infecção por dermatófitos, bem como animais adultos ou idosos imunodeprimidos.

O dermatófito isolado com maior frequência em cães e gatos é o Microsporumcanis, seguido pelo M. gypseum e Trichophytonmentagrophytes.

FIGURA - ALOPÉCIA CIRCULAR, ERITEMA, DESCAMAÇÃO E CROSTAS NO MEMBRO POSTERIOR ESQUERDO DE CANÍDEO COM DERMATOFITOSE LOCALIZADA

FONTE: Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa.

Disponível em: <fmv.utl.pt>.

Os animais podem apresentar infecções subclínicas com lesões quase

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imperceptíveis, mas representam importante fonte de disseminação da doença.

A manifestação clínica clássica é de lesões circulares de alopecia, com cicatrização central.

Os gatos desenvolvem o granuloma de Majocchi, uma dermatite granulomatosa causada por e prurido intenso, a dermatofitose provoca reação de lambedura excessiva que resulta em perda de pelo.

Microsporum canis.

O Trichophytonmentagrophytes é o agente responsável por infecções das unhas denominadas onicomicose.

O diagnóstico se faz pelas lesões e pelos sintomas, mas deve ser confirmado por exames específicos como a Lâmpada de Wood, exame microscópico direto e cultura. Alguns casos mais rebeldes necessitam de exames de biopsia.

O tratamento deve se basear na eliminação da infecção. Em casos localizados, tratamentos tópicos podem ser suficientes, mas em casos de infecção generalizada, o tratamento sistêmico se faz necessário.

Esporotricose

É uma micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrixschenckii, que acomete uma grande variedade de animais e, por ser uma zoonose, também o homem.

A esporotricose do gato doméstico apresenta algumas características importantes, como uma superpopulação de fungos.

O Sporothrixschenckii é encontrado no solo e em plantas e como o gato tem o hábito de enterrar seus dejetos, o que o faz escavando o solo, carrega em suas unhas o microrganismo e pode se contaminar, contaminar outros gatos e o homem.

A transmissão da esporotricose felina ao homem ocorre, principalmente, por mordeduras e arranhaduras de gatos doentes. O homem pode se

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contaminar também por arranhões e cortes em espinhos de roseira, por exemplo.

As formas clínicas de esporotricose são: cutânea (localizada e disseminada) ou extracutânea (pulmonar e disseminada). Em muitos casos, mais de uma forma clínica pode ser observada.

A lesão inicial é sólida, circunscrita, avermelhada e levemente elevada, que progride até uma úlcera e em casos graves, pode haver comprometimento generalizado do organismo, desenvolvendo sinais clínicos como: apatia, perda de apetite, febre e perda de peso e sintomas relacionados à infecção pulmonar.

O diagnóstico da esporotricose baseia-se no histórico, no exame físico (sempre com as mãos enluvadas) e em exames laboratoriais, cujo mais simples é o citodiagnóstico, onde se encosta uma lâmina de vidro na lesão ulcerada (in print) e corada pelo Giemsa ou Gram e examina-se ao microscópio óptico. Pode-se recorrer também à biopsia, em um exame histopatológico.

O tratamento da esporitricose se faz com antimicóticos orais e tópicos. A medicação deve ser utilizada até a total cicatrização das feridas para evitar uma recidiva.

Como profilaxia recomenda-se o uso de luvas na manipulação de animais, isolamento dos animais doentes até a completa cicatrização das lesões, e a castração dos gatos machos que, por circularem pela rua, são mais propensos a brigas que podem causar feridas e acidentalmente abrigar o fungo.

DOENÇAS BACTERIANAS DA PELE

Dermatopatias por infecções bacterianas superficiais

Ocorrem em ambiente úmido, com pouca higiene ou pelo atrito. Os patógenos envolvidos mais comuns são: Staphylococcusintermedius, em cães, e Pasteurellamultocida, em gatos (por mordidas e arranhaduras).

Os tipos de infecções superficiais são detalhados a seguir.

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Dermatite piotraumática ou eczema úmido

É causada por traumatismos provocados ou autoinduzidos: coleira e roupinhas apertadas e tosa malfeita, entre outros.

Clinicamente, manifestam-se por lesão cutânea inflamatória, aguda e pruriginosa, com progressão comum na região lombossacral, membros posteriores e próximo às orelhas.

O diagnóstico clínico é feito pela observação dos sintomas e o tratamento envolve cuidar da causa inicial e:

promover a remoção dos pelos ao redor da ferida com tesoura;

usar antisséptico tópico ou antibiótico tópico;

eventualmente, pode-se fazer uso de antibiótico sistêmico.

FIGURA - DERMATITE PIOTRAUMÁTICA

FONTE: Veterinary it.

Dermatite das dobras cutâneas ou intertigo

Causada por traumatismo, umidade alta (não secar o animal direito após o banho), falta de higiene (acúmulo de secreções e excreções).

Os sinais clínicos são: dermatites das pregas labiais (em Cocker), pregas faciais (Sharpei), pregas da cauda (Buldog), pregas vulvares (cadelas obesas), pregas corporais (animais obesos e Sharpei).

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O tratamento é promover a higiene do animal pelo uso de antissépticos tópicos (iodopovidona, clorexidine, permanganato de potássio), antibióticos e corticoides tópicos.

Impetigo ou dermatite pustulosa superficial

São causadas por traumatismos, parasitoses, infecções debilitantes como viroses, ambientes sujos, desnutrição e mordidas de carrapatos.

Caracteriza-se clinicamente pelo aparecimento de mácula, pápula eritematosa, pústula, crosta, colarete epidérmico (área avermelhada em torno da mácula ou pápula), hiperpigmentação e alopecia das regiões abdominal, axilar e ingnal (glabras).

O tratamento consiste em eliminar os fatores debilitantes, usar antissépticos tópicos e antibióticos tópicos.

FIGURA - COLARETES EPIDÉRMICOS NA FACE INTERNA DA COXA

Colaretes epidérmicos na face interna da coxa (setas) que correspondem a pequenos círculos de pele eritematosa que à periferia são rodeados por uma “gola” de epiderme enrolada para fora.

FONTE: Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa.

Disponível em: <fmv.utl.pt>.

Foliculite superficial

Infecção por Staphilococcusintermedius no interior do folículo piloso,

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secundária a ectoparasitas, fatores hormonais, dermatite alérgica a picada de pulga (DAPP) e atopia.

O sinal clínico é a presença de lesão pustular com folículo piloso no centro. O tratamento consiste em eliminar os fatores predisponentes e o uso de antibioticoterapia sistêmica.

Dermatopatias por infecções bacterianas profundas

Geralmente ocorrem em decorrência de condições imunossupressoras (hipotiroidismo, hiperadrenocorticismo, demodicose, erlichiose). Invadem a derme e o tecido subcutâneo e podem ocorrer por solução de continuidade de infecções superficiais ou de feridas penetrantes.

Os patógenos mais comuns que caracterizam as infecções mistas são:

Staphylococcusintermedius, Mycobacterium sp, ActinobacilluseNocardia spp. O diagnóstico é feito por sinais clínicos, raspado de pele, cultura, antibiograma e biópsia.

O tratamento deve ser mais demorado, em geral sistêmico, eventualmente cirúrgico, principalmente nas infecções profundas e crônicas.

Os tipos de infecções profundas são:

a) furunculose – é uma evolução da foliculite. Causa uma lesão fistular purulenta, presente principalmente nos calos (é uma área mais queratinizada);

b) piodermite nasal – é uma lesão furunculosa profunda e dolorosa, localizada na ponte nasal causada por traumatismo local;

c) piodermite perianal ou furunculose anal – trata-se de fístulas perianais múltiplas na pele e junção mucocutânea com ulcerações. Provoca dor, disquesia (dor na evacuação), tenesmo (faz força para urinar ou evacuar e não consegue) e apresenta sangue retal. As causas são: deficiência de ventilação, falta de higiene, contaminação das glândulas adanais e folículos pilosos locais. O tratamento é tópico e sistêmico, com antibióticos;

d) abscessos subcutâneos – a causa mais comum é por mordeduras e arranhaduras em gatos. A bactéria envolvida nesse caso é a Pasteurellamultocida. A localização mais frequente é pescoço, ombros e base da cauda. O tratamento envolve antibióticos sistêmicos;

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e) piodermite dos calos – causada por traumatismo e contaminação de calosidades, comum nas raças grandes e gigantes, além da região peitoral de Daschshound. O tratamento envolve reduzir o atrito, acolchoar o local para proteger a calosidade, utilizar hidratantes. Antibioticoterapia local, sistêmica se necessário e cirurgia nos casos mais graves;

f) pododermatites ou piodermite interdigital – causada por corpo estranho, traumatismo localizado, queimaduras, secundária a infecções fúngicas e parasitárias, infestação de carrapatos. Pode ser uma dermatite psicogênica. Os sinais clínicos são: eritema, edema, nódulos, úlceras e fístulas com exsudato serossanguinolento, claudicação.

FIGURA - PIODERMITE INTERDIGITAL

FONTE: Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa.

Disponível em: <fmv.utl.pt>.

Dermatopatias de origem imunológica

Dermatite por alergia alimentar

Alguns alimentos se compõem de elementos alérgenos que podem exigir do organismo uma perfeita imunocompetência. As imunodeficiências acarretam deficiência de IgA circulante, refletidas em casos de infecções da pele e respiratórias. As características são:

problemas dermatológicos relacionados com sintomas gastrintestinais (vômitos, diarreia, prurido anal);

histórico de mudança alimentar;

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infecções recorrentes (ex.: eczema úmido) sem outra causa aparente;

pápulas, pústulas, urticárias, eritema e crostas. Em gatos, principalmente na cabeça; e em cães, pododermatite;

podem estar associadas a outras alergias;

otite externa recidivante, que começa em animais jovens, podendo ser o único sinal.O diagnóstico se dá pelo exame clínico, raspado negativo para ácaros, biópsia (infiltrado rico em eosinófilos e mastócitos), exclusão de alimentos suspeitos por no mínimo dois meses (para verificar se a alergia irá passar).

O diagnóstico diferencial é feito para micose, foliculite, dermatite alérgica a picada de pulga (DAPP), sarna e atopia.

O tratamento consiste em dieta hipoalergênica (rações terapêuticas ou arroz integral com peixe, carneiro, rã, coelho) por no mínimo dois meses.

Dermatite alérgica por inalação (atopia)

Pode ser causada por produtos de limpeza, cigarro, perfume. As características dessa dermatite são:

hipersensibilização tipo I ou IV (reação imediata ou tardia);

mais frequentemente em cães do que em gatos, incidência maior nas fêmeas;

início em animais jovens até 2 anos (depende do contato com o alérgeno);

são sazonais;

causam intenso prurido na face e no pavilhão auricular;

provocam descarga nasal e ocular, e causam conjuntivite;

o animal costuma ficar lambendo as patas e a região interdigital;

são comuns as piodermites axilar, inguinal e na região do cotovelo;

causa hiperpigmentação da pele nas regiões afetadas;

pode ocorrer prurido sem lesão.

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O diagnóstico é por exame clínico, raspado negativo, biópsia, teste cutâneo intradérmico (esse teste não é muito preciso), RAST ou Elisa.

tratamento consiste na aplicação de vacinas para IgE e IgG, levando a hipossensibilização, anti-histamínicos, glicocorticoides sistêmicos (prednisolona ou prednisona – cão: 0,5 mg/kg por cinco a dez dias, em dias alternados, e ir diminuído gradativamente; gato: 1 mg/kg duas vezes ao dia, por sete dias seguidos de dias alternados).

FIGURA - OTITE HIPERPLÁSICA EM CÃO COM HISTÓRIA CLÍNICA DE ATOPIA

Observe que o conduto auditivo externo está completamente obstruído pelo anormal desenvolvimento dos tecidos da sua parede

FONTE: Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa.

Disponível em: <fmv.utl.pt>.

Dermatite alérgica a picada de pulgas (DAPP)

É a forma mais comum de dermatite alérgica em cães. As características dessa dermatite são:

hipersensibilidade tipo I e IV (reação imediata ou tardia);

ocorre principalmente no verão e no outono;

apresenta-se como dermatite pruriginosa, eritematosa, de distribuição caudal e atrás das orelhas no cão, e cervicodorsal nos gatos

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(dermatite miliar);

geralmente acompanha eczema úmido e piodermites.

No exame clínico e no histórico do animal, verificar a presença de pulgas, raspado negativo para ácaros e biópsia.

O tratamento consiste no controle das pulgas adultas (Front line spray ou topspot, Advantage, Defendog spray, Revolution, entre outros) e formas imaturas (Lufenuron, Program), corticoterapia e controle das pulgas no ambiente.

FIGURA - DERMATITE ALÉRGICA

FONTE: Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa.

Disponível em: <fmv.utl.pt>.

Dermatoses autoimunes

Afecções penfigoides (pênfigo)

É uma desordem cutânea vesiculobolhosa, erosiva e ulcerativa que, com frequência, afeta também as mucosas. É rara em caninos e felinos. Existem três tipos de pênfigo: vulgar, foliáceo e bolhoso.

O diagnóstico é clínico, com biópsia e imunofluorescência.

Não existe cura. O tratamento consiste no controle dos sintomas. Usam- se imunossupressores (azatioprida, ciclofosfamida) e corticosteroides.

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FIGURA - LESÕES CROSTOSAS DE PENFIGUS FOLIÁCEO NA SUPERFÍCIE DORSAL DO FOCINHO DE UM “SETTER”; DIAGNÓSTICO FEITO POR BIÓPSIA

FONTE: Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa.

Disponível em: <fmv.utl.pt>.

FIGURA - DETALHE DO ASPECTO DAS LESÕES CUTÂNEAS EM GATO COM PENFIGUS VULGARIS

FONTE: Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa.

Disponível em: <fmv.utl.pt>.

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Lúpus eritematoso sistêmico

É polissintomático (febre, poliartrite, linfadenopatia, lesões dérmicas) e ocorre em cães e gatos. A distribuição das lesões cutâneas se dá de forma simétrica, com sinais sistêmicos. Agrava-se na presença do sol.

A célula LE (do lúpus eritematoso) formada na doença é um neutrófilo normal que fagocita o núcleo (sem cromatina) de um neutrófilo anormal. A formação dos neutrófilos anormais é ativada por um fator desconhecido que envolve predisposição genética e esses são enviados para todos os tecidos, sensibilizando todo o organismo.

O diagnóstico é clínico, com teste de pesquisa de anticorpos antinuclear (FAN), pesquisa de células binucleadas leucocitárias (LE), biópsia e imunofluorescência do material de biópsia.

O tratamento é baseado na imunossupressão.

No tratamento de longa duração, os antibióticos de preferência são a enrofloxacina, cefalexina, oxaciclina e amoxilina com ácido clavulâmico.

Existem terapias mais recentes, entre elas:

prednisona: cães, 2 a 4 mg/kg duas vezes ao dia; gatos, 4 a 8mg/kg/dia duas vezes ao dia;

dexametasona: 0,2 a 0,6 mg/kg/dia, após 14 dias diminuir a dose.

Referências

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