Comunicação Digital / Cibercultura
Prof. Dr. Andre Stangl
https://ambientedigitalpuc.wordpress.com/
Bitcoin e as reconfigurações do
valor compartilhado
“Em dezembro de 2017, o bitcoin bateu o recorde de US$ 20 mil (R$ 71.420,00) durante as
operações diárias. Logo depois, veio uma queda livre que durou até o início de fevereiro.
No período, a desvalorização chegou a 49% e o preço recuou para US$ 7.100 (R$ 25.354,10).
Veio, a seguir, uma leve subida, sucedida por um deslize de março a abril.”
O valor do bitcoin está se recuperando desde o início de abril e, na semana passada, circulou ao redor de US$ 9.000 (cerca de R$ 32,1 mil).
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/05/apos-altas-e-baixas-criptomoeda-fica-estagnada-e-exige-fim-de-amadorismo.shtml
Com o disparo de pessoas
investindo em mineração ao longo dos anos, a dificuldade dos blocos aumentou, diminuindo a
recompensa em bitcoins.
Isso é inevitável. O sistema foi programado para criar até 21 milhões de bitcoins. Quanto mais é criado, mais difícil fica para criar mais. Ou seja, as máquinas vão minerando cada vez menos, na medida que a dificuldade aumenta.
Após extrair tudo, os mineradores receberão das taxas de transações
do blockchain. Como o mercado de criptomoedas tem
crescido exponencialmente, entusiastas
perceberam que é mais acessível e lucrativo minerar outras moedas. Acessível porque pode ser feito com placas de vídeo.
É necessário montar um computador com uma rig de placas de vídeo. São mais baratas que máquinas de mineração e consomem muito menos.
Fonte: http://nerdbitcoin.com/mineracao-com-placa-de-video-ainda-vale-pena/
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ronaldolemos/2018/02/voce-minera-criptomoedas-sem-saber.shtml
Moedas virtuais são o assunto do momento. Muita gente está acompanhando a exuberância da ascensão (e da queda) nos preços de várias delas. O que pouca gente notou é a
popularização de um esquema sorrateiro para "minerar"
criptomoedas, utilizando o computador de usuários
comuns que não ficam sequer sabendo disso.
O esquema em geral acontece da seguinte forma: o operador de um site inclui maliciosamente um código de programação
(JavaScript) em sua página na rede. Toda vez em que a página é acessada, sem nenhum aviso, ela "rouba" a eletricidade e o processamento do computador para minerar moedas . Esse
"roubo" afeta em média 80% da capacidade de processamento e
dura enquanto a página estiver aberta.
Fonte: https://steemit.com/steemit/@cryptomoni/6-stages-of-history-and-evolution-of-money
McLuhan dizia que quando uma coisa é atual, ela cria uma moeda.
"O dinheiro é uma linguagem que traduz o trabalho do fazendeiro no trabalho do
barbeiro, do médico, do engenheiro e do encanador.
Tal como a escrita, o dinheiro é uma ponte enorme, um tradutor geral e uma vasta metáfora social, que acelera a troca e estreita os laços de interdependência das comunidades."
"A tecnologia elétrica põe em xeque o
próprio conceito de dinheiro, à medida em que a nova dinâmica da interdependência humana se desloca de meios fragmentários como a imprensa para os meios de massa, inclusivos, como o telégrafo."
Fonte: https://andrestangl.wordpress.com/2012/09/17/mcluhan-e-a-economia-criativa/
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-41614920
Não há muitas coisas nas quais a
Somalilândia pode dizer ser líder neste mundo. Mas pagamentos virtuais parecem ser uma delas. Autodeclarada independente da Somália desde 1991 - mas ainda sem o reconhecimento da comunidade internacional - ela está no caminho de se transformar no primeiro país do mundo a abolir o dinheiro.
Sem bancos credenciados
internacionalmente, e com um sistema
financeiro em que caixas eletrônicos são um conceito distante, duas empresas privadas, a Zaad e a e-Dahab, lançadas nos últimos oito anos, criaram uma economia virtual.
Valores são depositados nas contas das companhias e convertidos em créditos para telefones celulares, o que permite transações eletrônicas.
E, como não é necessário ter acesso à internet, mesmo os celulares mais rudimentares podem ser usados. Consumidores movem dinheiro de uma conta para a outra usando números e códigos em uma operação tão simples como inserir créditos em um celular pré-pago.
Segundo Bruno Latour, a economia
pode ser entendida como um amálgama entre apego, organizações e valores morais.
o “apego” seria aquilo que atrai humanos e não humanos, sem as preconcepções ideológicas que
prejulgam esta relação sob o estigma do consumo. É nos estudos dos apegos que identificamos os limites da
separação entre quantitativo e qualitativo.
Olhando etnograficamente para as
organizações, notamos a forma como se alternam situações caóticas e
organizadas. E como a escolha de valores justificam suas ações.
Mas os fins justificam os meios? Como otimizar sem perder os escrúpulos? De onde vem nossos valores?
O valor é uma construção coletiva que envolve humanos e não humanos.