• Nenhum resultado encontrado

Tribunal de Justiça do Estado do Paraná

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "Tribunal de Justiça do Estado do Paraná"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

Jurisprudência Juurisppruudêêncciaa p

| O DIREITO POR QUEM O FAZ Tribunal de Justiça do Estado do Paraná _________________ 1981 | JURISPRUDÊNCIA

Supremo Tribunal Federal ____ 1983 Superior Tribunal de Justiça __ 1984 Tribunais Regionais Federais __ 1985 Tribunais de Justiça __________1986

O DIREITO POR QUEM O FAZ

Tribunal de Justiça do Estado do Paraná

Direito Processual Penal. Execução Penal. Lei das Execuções Penais.

Progressão de regime prisional. Cumprimento do lapso temporal.

Unificação de penas. Individualização das penas. Finalidades da pena.

Vara de Execuções Penais da Comarca de Londrina Execução da Pena 0023166-18.2011.8.16.0014 j. 13.07.2016 – public. 13.07.2016

C. P. N., já qualificado nos autos, requer, através da Defensoria Pública, à seq. 329.1, a alteração da data-base para fins de progressão de regime, para que seja adotada a data de sua última prisão.

O Ministério Público se manifestou à seq. 331.1.

Os autos vieram conclusos.

Decido:

I – Do atual posicionamento sobre a data-base para a Progressão de Regime:

Este Juízo já adotou como data-base para a concessão de benefícios a data do trânsito em julgado da nova condenação penal no curso da execução penal, seja por crime anterior ou posterior ao início do cumprimento da pena, indistintamente, em consonância ao entendimento jurisprudencial dos Tribunais Superiores e do TJPR, sendo reiniciado a partir de referida data o prazo para a obtenção de livramento condicional ou progressão de regime prisional.

Nesse sentido, era o entendimento até então consolidado do Superior Tribunal de Justiça:

HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO.

EXECUÇÃO PENAL. CONDENAÇÃO POSTERIOR.

UNIFICAÇÃO DE PENAS. INTERRUPÇÃO DO PRAZO PARA A OBTENÇÃO DE PROGRESSÃO DE REGIME. ART. 111 DA LEP. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. 1. Ressalvada compreensão pessoal diversa, uniformizou o Superior Tribunal de Justiça ser inadequado o writ em substituição a recursos especial e ordinário, ou de revisão criminal, admitindo-se, de ofício, a concessão da ordem ante a constatação de ilegalidade flagrante, abuso de poder ou teratologia. 2. Sobrevindo nova condenação no curso da execução de pena, seja por fato anterior, seja por fato posterior, deve ser realizada a unificação das penas nos termos do artigo 111 da LEP, interrompendo-se o lapso temporal para a obtenção de novos benefícios, o qual passa a ter, como termo inicial, a data do trânsito em julgado da sentença condenatória superveniente. 3. Habeas corpus não conhecido. (STJ; HC 295.394;

Proc. 2014/0123533-9; MG; Sexta Turma; Rel. Min. Nefi Cordeiro;

DJE 13/10/2014).

Como se demonstrou, este era o entendimento que vigorava no Superior Tribunal de Justiça, adotando-se como data-base também para fins de livramento condicional a data do último trânsito em julgado para a acusação.

No entanto, em mudança da até então pacificada jurisprudência, o Tribunal da Cidadania modificou seu entendimento quanto ao tema, afirmando que a interrupção do lapso temporal não caberia para

fins de livramento condicional, entendimento este inclusive sumulado.

Súmula nº 441, do STJ: A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional.

Amoldando-se a este atual entendimento a jurisprudência do nosso TJPR. Vejamos:

HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO.

INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. EXECUÇÃO PENAL.

SUPERVENIÊNCIA DE NOVA CONDENAÇÃO. UNIFICAÇÃO DAS PENAS. ALTERAÇÃO DA DATA-BASE PARA FINS DE PROGRESSÃO DE REGIME. LIVRAMENTO CONDICIONAL.

MANUTENÇÃO DO MARCO INICIAL. 1. O Supremo Tribunal Federal, por sua primeira turma, e a terceira seção deste Superior Tribunal de Justiça, diante da utilização crescente e sucessiva do habeas corpus, passaram a restringir a sua admissibilidade quando o ato ilegal for passível de impugnação pela via recursal própria, sem olvidar a possibilidade de concessão da ordem, de ofício, nos casos de flagrante ilegalidade. Esse entendimento objetivou preservar a utilidade e a eficácia do mandamus, que é o instrumento constitucional mais importante de proteção à liberdade individual do cidadão ameaçada por ato ilegal ou abuso de poder, garantindo a celeridade que o seu julgamento requer. 2. Firmou-se nesta corte superior de justiça entendimento de que a superveniência de nova condenação no curso da execução penal acarreta a unificação das penas e a interrupção do prazo para progressão de regime, não se alterando o marco inicial para fins de concessão de livramento condicional. 3. Habeas corpus não conhecido. Contudo, ordem concedida de ofício, para determinar que a data-base para a concessão do livramento condicional não se altere em decorrência da unificação das penas. (STJ; HC 343.262; Proc.

2015/0303219-5; PR; Quinta Turma; Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca; DJE 15/02/2016).

Em razão da mudança mencionada, e mais ainda por inexistir qualquer previsão legal para a interrupção do prazo para a obtenção de livramento condicional, este Juízo passou a adotar o novo posicionamento em relação a este benefício, em respeito à missão ressocializadora da execução penal, remanescendo, porém, o entendimento acerca da adoção da data do último trânsito em julgado para a acusação para fins de progressão de regime.

II – Da problemática resultante do posicionamento adotado:

A execução penal possui como princípio basilar a individualização da pena. Tal mandamento deve ser aplicado tanto na fase de elaboração das leis, quanto nas fases de dosimetria das penas e de execução de sentença.

Com o decorrer da indistinta adoção do posicionamento da data do último trânsito em julgado, este Juízo tem se deparado com constantes e

(2)

1982

novas peculiaridades que acabam por ferir o princípio da razoabilidade, da proporcionalidade, e até da legalidade.

A primeira situação que tem se apresentado é que não há, com a aplicação indiscriminada do entendimento dos Tribunais Superiores sobre a utilização do trânsito em julgado como marco interruptivo para a concessão de benefícios em execução, distinção entre as seguintes situações, que, no caso concreto, acabam justificando soluções diversas:

1ª) Superveniência de condenação criminal por crime praticado antes do início do cumprimento da pena;

2ª) Superveniência de condenação criminal por crime praticado durante o cumprimento da pena em regime fechado ou semiaberto, ou falta disciplinar de natureza grave praticada dentro de unidade prisional;

3ª) Superveniência de condenação criminal por crime praticado no curso da execução penal, no gozo de regime aberto ou livramento condicional.

Em que pese todo o respeito ao entendimento predominante nos Tribunais Superiores, como evidenciado acima há que ser feita distinção prática para a aplicação do referido posicionamento, pensado para os casos de descumprimento da pena, eis que não se nega a necessidade de unificação das reprimendas impostas quando da superveniência de condenação penal, mas o reconhecimento de que fato criminoso cometido antes do início do cumprimento da pena não constitui falta grave disposta no art. 52 da LEP.

A problemática envolvendo a presente questão reside no fato de que aqueles sentenciados que cumprem regularmente as penas que lhes foram impostas e são novamente condenados por crime anterior ao início do cumprimento possuem o mesmo tratamento daqueles que cometem novo crime no curso da execução penal, o que, por óbvio, também afronta o princípio da individualização da pena, ferindo o princípio da razoabilidade e da proporcionalidade.

Tal situação tem evidenciado grandes desigualdades no caso concreto, eis que, a rigor, é prejudicado aquele sentenciado que à época do crime anterior respondeu ao processo criminal em liberdade, provavelmente por ser referido crime de baixa ofensividade jurídica e por possuir circunstâncias pessoais favoráveis, em detrimento de outro que, ao contrário, respondeu preso, revelando flagrante injustiça.

Além disso, a demora na prolação de sentenças criminais, principalmente de réus soltos, tem aumentado esse quadro de injustiça, tendo em vista que a lenta entrega na prestação jurisdicional pelo Estado acarreta essa interrupção extemporânea no cumprimento da pena, o que se apresenta irrazoável, impondo integralmente ao executado o ônus desse atraso.

De igual forma, não parece razoável permitir que o trânsito em julgado referente a crime praticado antes do início do cumprimento da pena tenha reflexos na execução.

Importante se faz, assim, estabelecer distinção entre as 3 situações acima mencionadas:

1ª) Superveniência de condenação criminal por crime praticado antes do início do cumprimento da pena:

O cumprimento da pena é efetivado com o recolhimento do indivíduo à prisão, seja de forma definitiva ou provisória.

O art. 111 da LEP dispõe sobre a necessidade de unificação das penas impostas. No entanto, não determina expressamente qual a data-base para a concessão de benefícios em execução, não podendo, portanto, interromper o benefício, mas devendo levar em conta a pena já cumprida.

Art. 111, da LEP: Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das

penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.

Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar- se-á a pena ao restante da que está sendo cumprida, para determinação do regime.

Por critério de justiça, em virtude de não ter o sentenciado realizado qualquer falta grave ou cometido novo crime no curso do cumprimento da pena, com a superveniência de condenação criminal por crime anterior, há que se proceder a unificação das penas, porém sem alteração da data de início para fins de progressão de regime, devendo ser adotada a data da última prisão.

2ª) Superveniência de condenação criminal por crime praticado durante o cumprimento da pena em regime fechado ou semiaberto, ou falta disciplinar de natureza grave praticada dentro de unidade prisional:

Em relação a crime ou falta disciplinar de natureza grave praticada no curso da execução, sob o regime fechado ou semiaberto, haverá, se possível, regressão do regime prisional, após devido processo legal, além de alteração na data-base para a obtenção de nova progressão prisional, por expressa previsão legal.

Art. 118, caput e inciso I, da LEP: A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:

I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;

No entanto, de igual forma não há expressa determinação sobre qual a data-base para a concessão de benefícios em execução.

Súmula nº 534, do STJ: A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração.

Como o cometimento do novo delito ou falta grave no curso da execução interrompe o prazo para a concessão de benefícios, o mesmo fato não deve ser novamente utilizado quando da data no trânsito em julgado em face de eventual condenação, sob pena de bis in idem, o que não se admite.

Assim, com o advento de superveniência de condenação criminal nessa hipótese, a unificação das penas será realizada, porém sem nova valoração negativa sobre o mesmo fato, ou seja, sem implicar nova alteração da data-base, devendo ser adotada para a progressão de regime a data da referida falta grave ou crime.

3ª) Superveniência de condenação criminal por crime praticado no curso da execução penal, no gozo de regime aberto ou livramento condicional:

Nesses casos, a prática de novo delito em regra leva o indivíduo à prisão, com a consequente regressão ou revogação do benefício, sendo inclusive realizada a execução provisória da pena referente a este novo delito.

Assim, constituindo tal crime falta grave no curso do cumprimento da pena, interrompe-se o prazo para fins de progressão de regime, devendo, para tanto, ser utilizada a data do novo crime.

Como consequência, com o advento de superveniência de condenação criminal nessa hipótese, a unificação das penas será realizada, porém sem nova valoração negativa sobre o mesmo fato, ou seja, sem implicar nova alteração da data-base, que já foi realizada quando da prisão do indivíduo.

Em relação à concessão de livramento condicional está pacificado o entendimento de que a falta grave ou crime praticados no curso na execução não influem na data-base, sem qualquer alteração, utilizando- se a data em que iniciado o cumprimento de pena.

(3)

1983 1983

Se, contudo, o sentenciado não for recolhido quando da prática desse novo delito, deverá prevalecer o atual entendimento das Cortes Superiores, eis que o referido fato ainda não foi valorado, sendo utilizada a data da nova prisão.

III – Caráter Ressocializador:

A Lei de Execução Penal traz como principal objetivo a efetivação de condições para a harmônica integração social, como princípio ressocializador da pena. Nessa esteira, é inegável que o bom comportamento carcerário propicia tal condição de reinserção social.

Ocorre que a ausência das explanadas distinções traduz outro problema de ordem prática dentro das prisões, ao passo que também constitui desestímulo ao bom comportamento dentro das unidades prisionais, já que o sentenciado sabe que independentemente de sua conduta terá reiniciado o prazo para a obtenção de benefícios com o advento da nova condenação. Assim vigorava o entendimento.

Por fim, no mesmo sentido da alteração jurisprudencial observada em relação à data-base para a concessão de livramento condicional, verifica- se uma tendência de modificação do posicionamento dos tribunais sobre o tema também em relação à progressão de regime, eis que reiterados os casos de injustiça ora apresentados, como se demonstra através de recente jurisprudência do TJPR:

RECURSO DE AGRAVO - EXECUÇÃO PENAL - CONDENAÇÃO SUPERVENIENTE - DATA-BASE PARA A CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS - CRIME PRATICADO ANTES DO INÍCIO DA EXECUÇÃO - HIPÓTESE EM QUE DEVE OCORRER APENAS A UNIFICAÇÃO DAS PENAS, SEM ALTERAÇÃO DA DATA- BASE, TANTO PARA PROGRESSÃO DE REGIME, QUANTO PARA INDULTO, COMUTAÇÃO DA PENA E LIVRAMENTO CONDICIONAL - SÚMULAS 441 E 535 DO STJ - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (TJPR - 3ª C. Criminal - RA - 1511661-1 - Cruzeiro do Oeste - Rel.: João Domingos Kuster Puppi - Unânime - J.

09.06.2016).

Ressalta-se, de igual forma, que não há aqui afronta a posicionamento dominante dos Tribunais Superiores, eis que a presente problemática foi extraída da reiteração de casos concretos, pontuais e casuísticos, com peculiaridades ainda não enfrentadas.

IV – Do caso Sub judice:

O sentenciado possui execução de sentença referente aos autos de Processo Crime nº 2006.695-9, do Juizado Especial Criminal desta Comarca, nos autos de Processo Crime nº 2006.8014-03 e nº 2007.2356-

1, ambos do Juízo da 2ª Vara Criminal desta Comarca, com pena total imposta de 27 anos e 01 mês de reclusão, desta pena já cumprida 16 anos, 01 mês e 28 dias, conforme relatório da situação executória.

Cumpria pena em regime semiaberto nos autos de Processo Crime nº 2006.695-9, do Juizado Especial Criminal desta Comarca, e nos autos de Processo Crime nº 2007.2356-1, do Juízo da 2ª Vara Criminal desta Comarca.

No entanto, em virtude da superveniência de condenação criminal por crime cometido antes do início do cumprimento da pena, nos autos de Processo Crime nº 2006.8014-03, também do Juízo da 2ª Vara Criminal desta Comarca, onde restou condenado a 06 anos de reclusão, em regime semiaberto, cuja guia de recolhimento foi juntada à seq. 304, foi realizada por este Juízo a unificação das penas impostas, conforme decisão de seq. 317.1.

Por adotar o posicionamento ora alterado, em decorrência da unificação realizada foi determinada a regressão do regime prisional do sentenciado para o fechado, mesmo sem o cometimento de qualquer falta grave ou novo crime durante o cumprimento da pena.

No presente caso, tem-se que o executado apresenta um exemplar comportamento carcerário, atualmente cursando faculdade de Direito, em uma universidade pública nesta Comarca, sem registrar qualquer infração disciplinar.

Por esta razão, já observada a irrazoabilidade do entendimento anteriormente adotado, este Juízo, quando da decisão de unificação das penas, manteve o benefício de saída temporária ao sentenciado, determinando a sua manutenção junto à unidade denominada CERSLON, destinada a detentos que cumprem pena em regime semiaberto.

Toda esta situação já demonstrava a incoerência do posicionamento anteriormente adotado, eis que não havia motivo hábil a tolher do executado a autorização de saída da unidade prisional para o estudo, situação esta considerada fundamental para a sua integral ressocialização.

Diante do exposto, DEFIRO o pedido, adotando como data- base para fins de progressão de regime a data da última prisão do sentenciado (11.04.2007).

Atualize o relatório executório.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

Diligências necessárias.

Londrina, 13 de julho de 2016.

Katsujo Nakadomari

Juiz de Direito.

JURISPRUDÊNCIA

Supremo Tribunal Federal

Direito Processual Penal. Roubo. Causas de aumento da pena: se houver:

emprego de violência ou grave ameaça, uso de arma de fogo; concurso de duas ou mais pessoas, subtração de veículo automotor para outro Estado ou para o exterior, restrição da liberdade da vítima; se a vítima estiver em serviço de transporte de valores. Exceção de incompetência.

Nulidade dos atos decisórios. Prescrição da pretensão punitiva.

Reformatio in pejus. Limites da apelação.

Agente que, flagrado na posse de armas de fogo e de duas granadas de mão, pretendia roubar agência bancária. Inexistência de motivação política, bem como de lesão real ou potencial à integridade territorial, à soberania nacional, ao regime representativo e democrático, à Federação ou ao Estado de Direito (arts. 1º e 2º da Lei nº 7.170/83). Necessidade

de interpretação sistemática da Lei nº 7.170/83. Precedentes.

Desclassificação da imputação, em tese, para a do art. 18 do Decreto- lei nº 3.688/41, com fundamento no art. 383 do Código de Processo Penal. Admissibilidade. Artigo 617 do Código de Processo Penal.

Aplicação ao recurso ordinário criminal (art. 102, II, b, da CF), dada a sua natureza de apelação. Precedente. Inviabilidade, contudo, uma vez desclassificada a imputação, de adentrar-se, desde logo, em seu mérito.

Incompetência constitucional da Justiça Federal para processar e julgar a ação penal. Nulidade do processo decretada ab initio. Hipótese em que os autos deveriam ser remetidos à Justiça Comum estadual, uma vez que à Justiça Federal também falece competência para processar e julgar contravenção penal (art. 109, IV, CF). Recebimento da denúncia por juiz constitucionalmente incompetente, o que não interrompe o

(4)

1984

curso do prazo prescricional. Precedente. Prescrição da pretensão punitiva reconhecida. Extinção da punibilidade decretada. Recurso provido. 1. O Supremo Tribunal Federal, a partir de interpretação sistemática da Lei nº 7.170/83, assentou que, para a tipificação de crime contra a segurança nacional, não basta a mera adequação típica da conduta, objetivamente considerada, à figura descrita no art. 12 do referido diploma legal. 2. Da conjugação dos arts. 1º e 2º da Lei nº 7.170/83, extraem-se dois requisitos, de ordem subjetiva e objetiva: i) motivação e objetivos políticos do agente, e ii) lesão real ou potencial à integridade territorial, à soberania nacional, ao regime representativo e democrático, à Federação ou ao Estado de Direito. Precedentes. 3.

Na espécie, o recorrente foi flagrado na posse de armas de fogo e de duas granadas de mão, material privativo das Forças Armadas, quando pretendia roubar uma agência bancária. 4. Ausentes a motivação política, bem como a lesão a quaisquer dos bens juridicamente tutelados pela Lei de Segurança Nacional (art. 1º da Lei nº 7.170/83), a conduta do recorrente não se subsume no art. 12, parágrafo único, da Lei nº 7.170/83. 5. O art. 617 do Código de Processo Penal, que se encontra no Capítulo V, Título II, Livro III, do Código de Processo Penal, que trata “do processo e do julgamento dos recursos em sentido estrito e das apelações, nos Tribunais de Apelação”, tem inteira aplicação ao recurso ordinário criminal (art. 102, II, b, CF), uma vez que esse recurso tem a natureza de apelação. Precedente. 6. Por força do art. 617 do Código de Processo Penal, o tribunal poderá observar o disposto no art. 383 do mesmo diploma legal, “não podendo, porém, ser agravada a pena quando somente o réu houver apelado da sentença”. 7. Nada obsta, portanto, a desclassificação da imputação para a contravenção do art. 18 do Decreto-lei nº 3.688/41, com fundamento no art. 383 do Código de Processo Penal. 8. Considerando-se que, por se tratar de

contravenção penal, a Justiça Federal era absolutamente incompetente para processar e julgar a ação penal (art. 109, IV, CF), descabe adentrar-se, desde logo, em seu mérito. Hipótese em que os autos deveriam ser remetidos à Justiça Comum estadual. 9. A incompetência constitucional da Justiça Federal para processar e julgar a ação penal gera a nulidade, ab initio, do processo. 10. Dessa feita, o recebimento da denúncia não tem o condão de interromper o prazo prescricional.

Precedente. Extinção da punibilidade decretada. 11. Recurso provido.

(STF – Pleno – RC 1.472 – rel. Dias Toffoli – j. 25.05.2016 – public.

11.10.2016 – Cadastro IBCCRIM 3546)

Direito Processual Penal. Crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral. Peculato. Peculato-furto. Falta de justa causa. Rejeição da denúncia.

Inquérito. Competência originária. Penal. Processo Penal. 2. Art. 312,

§ 1º, do Código Penal (peculato-furto). Ressarcimento por despesas com contrato de prestação de serviços. Ausência de prova de que o serviço não foi prestado. Inexistência de justa causa para ação penal. 3.

Denúncia rejeitada na forma do art. 395, III, do CPP.

(STF – 2.ª T. – Inq. 2.930 – rel. Gilmar Mendes – j. 10.05.2016 – public.

20.10.2016 – Cadastro IBCCRIM 3547)

Jurisprudência compilada por

Cesar Luiz de Oliveira Janoti e Vivian Peres da Silva

Superior Tribunal de Justiça

Direito Penal. Direito Processual Penal. Habeas corpus. Cabimento do habeas corpus. Princípio da insignificância. Mínima ofensividade da

conduta. Nenhuma periculosidade social da ação. Reduzido grau de reprovabilidade. Inexpressividade da lesão jurídica. Atipicidade.

1. O Supremo Tribunal Federal, por sua Primeira Turma, e a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, diante da utilização crescente e sucessiva do habeas corpus, passaram a restringir a sua admissibilidade quando o ato ilegal for passível de impugnação pela via recursal própria, sem olvidar a possibilidade de concessão da ordem, de ofício, nos casos de flagrante ilegalidade. 2. Agente denunciado e condenado, pois, em tese, em comunhão de vontades com outra pessoa não identificada, mediante suposta escalada, tentou subtrair 1 (uma) colher de pedreiro, 1 (um) facão, 1 (uma) tampa de vaso sanitário e 1 (uma) sacola, os quais foram avaliados em R$ 48,00 (quarenta e oito reais), em 2012.

Condenação pela prática do art. 155, § 4º, II (mediante escalada) e IV (concurso de agentes), na forma do art. 14, II, todos do Código Penal.

3. A aplicação do princípio da insignificância não é irrestrita, sendo imperiosa, na análise do relevo material da conduta, a presença de certos vetores, tais como (a) a mínima ofensividade da conduta do agente, (b) a ausência de periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e (d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada. 4. Sendo assim, “a aplicação do princípio da insignificância envolve um juízo amplo (‘conglobante’), que vai além da simples aferição do resultado material da conduta, abrangendo também a reincidência ou contumácia do agente, elementos que, embora não determinantes, devem ser considerados” (STF, HC 123.108/MG, Rel. o Ministro Roberto Barroso, Tribunal Pleno, DJe 1º/2/2016). 5.

Inexistência de sentença penal condenatória alcançada pelo manto da coisa julgada. Impossibilidade de se considerar a reiteração delitiva.

Portanto, o acusado deve ser considerado tecnicamente primário.

6. Não se ergue como óbice à incidência do princípio da insignificância o fato de o suposto furto ter sido cometido em concurso de agentes.

7. Em decorrência da ausência de prova pericial, bem como ante a carência de prova testemunhal que tenha atestado a efetiva escalada, tampouco mencionado o desaparecimento de vestígios, deve-se afastar a qualificadora decorrente da escalada. Precedentes. 8. Diante das peculiaridades da hipótese em apreço, não se vislumbra a fundamentação idônea e adequada a rechaçar a aplicação do mencionado princípio com espeque na tentativa de furto qualificado pela escalada, o que, por conseguinte, culmina em patente constrangimento ilegal sanável pela presente via. 9. Habeas corpus não conhecido. De ofício, concessão da ordem para, após afastar a qualificadora da escalada, reconhecer a atipicidade da conduta, em decorrência da aplicação do princípio da insignificância, e absolver o paciente.

(STJ – 6.ª T. – HC 311.339 – rel. Antonio Saldanha Palheiro – j. 06.10.2016 – public. 19.10.2016 – Cadastro IBCCRIM 3548)

Direito Penal. Direitos do preso provisório, do condenado e do internado.

Respeito à integridade física e moral. Assistência à saúde. Estatuto do Idoso. Princípio da dignidade da pessoa humana. Prisão domiciliar.

1. Em respeito à integridade física da pessoa submetida à custódia do Poder Público, deve-se compreender, como parte do núcleo intangível que permeia esse direito fundamental diretamente ligado à dignidade da pessoa humana, o dever do Estado de prestar a devida assistência médica àqueles condenados que ostentam idade avançada. O conteúdo de tal garantia deve ser preservado em qualquer circunstância, mostrando-se arredável eventual justificativa tendente a reduzir-lhe o alcance ou a dimensão. 2. Determinadas previsões da Lei de Execução Penal devem ser interpretadas visando a sua harmonização com um dos fundamentos da República, a dignidade da pessoa humana (art. 1º, I, da

(5)

1985 1985

CF), de modo a assegurar acesso dos presos às necessidades básicas de vida, não suprimidas pela sanção criminal. Outrossim, não se sustenta a interpretação literal de dispositivo de lei que venha a fomentar, na prática, a manutenção do quadro caótico do sistema penitenciário, com implicações deletérias à integridade física dos presos. 3. A melhor exegese, portanto, do art. 117 da Lei nº 7.210/1984, extraída dos recentes precedentes da Suprema Corte, é na direção da possibilidade da prisão domiciliar em qualquer momento do cumprimento da pena, ainda que em regime fechado, desde que a realidade concreta assim o imponha. 4. Seguindo a linha de uma interpretação consentânea com o princípio da dignidade da pessoa humana e com os direitos fundamentais do condenado, entre os quais o direito a atendimento médico minimamente adequado, esta Corte, há um bom tempo, sempre na via da absoluta excepcionalidade e em consonância com o caso concreto, tem permitido a condenados em regime diverso do aberto que usufruam da prisão domiciliar sempre que necessário ao tratamento médico de que careçam e que não possa ser disponibilizado dentro dos presídios. 5. Há, na espécie, nítida singularidade na situação do paciente, que conta com 82 anos de idade e com inúmeras

patologias que requerem cuidados médicos, não disponibilizados, satisfatoriamente, pelo estabelecimento prisional em que se encontra recolhido, tornando temerária a manutenção do paciente no cárcere enquanto inalterado o quadro médico ou a insuficiência dos serviços estatais. 6. Ordem concedida a fim de autorizar que o paciente cumpra a pena em prisão domiciliar até que seu quadro clínico permita seu retorno ao estabelecimento prisional, devendo os relatórios médicos acerca da evolução das patologias ser periodicamente encaminhados ao Juízo das execuções criminais, ou até que o estabelecimento prisional tenha condições efetivas de prestar a assistência médica de que ele necessita.

(STJ – 6.ª T. – HC 366.517 – rel. Rogério Schietti Cruz – j. 11.10.2016 – public. 27.10.2016 – Cadastro IBCCRIM 3549)

Jurisprudência compilada por

Bruno Maurício, Fábio Suardi D’Elia e Milene Maurício

Tribunais Regionais Federais

Direito Penal. Direito Administrativo. Direito Administrativo Sancionador.

Independência das esferas administrativa e penal.

I. A imputação formulada contra os ora pacientes não se refere a operações específicas, como ocorre com os demais acusados. O Ministério Público os acusa, portanto, de estarem mancomunados com os demais, participando do esquema, sem precisar exatamente a conduta de cada um. O Parquet embasou sua acusação integralmente nas investigações procedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, fazendo referência apenas à apuração realizada pela CVM e a determinados documentos constantes do relatório elaborado por aquela autarquia. Ocorre que a própria CVM, através de seu Colegiado, no julgamento do Processo Administrativo Sancionador, decidiu absolver os pacientes quanto a imputação. II. A situação dos ora pacientes é distinta da dos demais acusados, inclusive daqueles que foram também absolvidos no âmbito administrativo. As demais absolvições havidas no PAS CVM pautaram-se na não comprovação de participação dos mesmos no esquema, sendo possível que tal prova seja produzida no processo criminal. Já os pacientes foram acusados porque faziam a gestão ativa da carteira do Fundo e, em razão disso, estariam envolvidos no esquema. Contudo, a CVM rejeita completamente tal premissa, de forma afirmativa e contundente. III.

A influência das decisões administrativas na esfera criminal deve ser analisada caso a caso. E na hipótese em que a ação penal tenha sido instaurada com base em apuração administrativa, havendo identidade de conteúdo probatório entre as duas instâncias portanto, dependendo do fundamento e conteúdo da decisão absolutória proferida em sede administrativa, é de se reconhecer inexoravelmente o esvaziamento da justa causa para o prosseguimento da ação penal. Tendo sido ambos os réus eximidos de responsabilidade pela CVM através de voto extensamente fundamentado e chancelado pelo colegiado daquela autarquia, é de ser reconhecida a ausência de justa causa para prosseguir com a ação penal quanto aos ora pacientes. IV.

Ordem de habeas corpus concedida, para determinar o trancamento da ação penal 050367- 85.2015.4.02.5101 em relação aos pacientes C. M. M. e A. N. N.. Acordão Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Segunda Turma Especializada deste Tribunal Regional Federal da 2ª Região, por maioria, conceder a ordem de habeas corpus, nos termos do relatório e voto, constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Vencido o Desembargador Federal André Fontes, que denegava a ordem. Rio de Janeiro, 6 de setembro de 2016.

(TRF – 2.ª R. – 2.ª T. Esp. – HC 0007677-30.2016.4.02.0000 – rel. Simone Schreiber – j. 11.10.2016 – public. 18.10.2016 – Cadastro IBCCRIM 3550)

Direito Processual Penal. Fiança. Medidas contra cautelares. Crime inafiançável. Limites de fixação da fiança. Limites de fixação do valor da fiança de acordo com a situação econômica do preso. Redução do valor da fiança em razão da situação econômica do preso.

1. O valor estabelecido a título de fiança deve guardar relação com a potencialidade lesiva da empreitada criminosa e com a situação econômica do flagrado. É certo ainda que características especiais da empreitada criminosa e eventuais antecedentes do flagrado, justificam o estabelecimento de fiança em montante mais elevado que o usual. 2. Considerando as circunstâncias do caso concreto, especialmente que o paciente já conta com idade avançada, o tempo decorrido desde a prisão, que o crime, em tese, praticado não o foi com violência ou grave ameaça, bem como o valor da anterior fiança por ele paga, cabível a redução da fiança. 3. Razoável no caso, conforme entendimento firmado pela Turma em feitos símeis, fixar a maior o equivalente a 50% do anterior valor de fiança prestada pelo paciente.

(TRF – 4.ª R. – 7.ª T. – HC 5044123-87.2016.4.04.0000 – rel. Márcio Antônio Rocha – j. 24.10.2016 – public. 25.10.2016 – Cadastro IBCCRIM 3551)

Direito Penal. Crimes contra a honra. Calúnia. Princípio da presunção de

não culpabilidade ou presunção de inocência. Regra do in dubio pro reo.

1. A leitura da missiva encaminhada pelo recorrido ao Reitor do Instituto Federal de Sergipe é o que basta para se chegar à conclusão de que não cometidos três diferentes crimes contra a honra.

Hipótese em que não se atribuiu mais de um fato determinado ao recorrente, mas fato único definido como crime. 2. Pratica o crime de calúnia o agente que atribui falsamente fato definido como crime a outra pessoa. No caso concreto, o recorrido/querelado atribuiu ao recorrente/querelante a prática do crime de difamação.

3. A prova carreada aos autos não empresta certeza à presença do elemento normativo do crime de calúnia, qual seja a falsidade da imputação de fato definido como crime. Há, nos autos, prova documental e testemunhal, no sentido de que o recorrente/querelante, em outras oportunidades, havia atribuído fato ofensivo ou criminoso ao Reitor do Instituto Federal de Sergipe. 4. Hipótese em que as pessoas que poderiam esclarecer ser falsa ou não a imputação, por terem sido apontadas como testemunhas presenciais do fato, não foram arroladas como testemunhas pela defesa, tampouco pela acusação. 5. O conjunto probatório não demonstra, com clareza, a falsidade ou não do fato delituoso atribuído pelo recorrido/

querelado ao recorrente/querelante. A fragilidade da prova conduz a um juízo de incerteza quanto ao cometimento do crime de calúnia e, por conseguinte, leva à adoção, na presente fase do processo, do

(6)

1986

princípio do in dubio pro reo. 6. Apelação a que se nega provimento.

(TRF – 5.ª R. – 4.ª T. – AP 00020322220144058500 – rel. Rubens de Mendonça Canuto – j. 25.10.2016 – public. 27.10.2016 – Cadastro IBCCRIM 3552)

Direito Penal. Crimes praticados por funcionário público contra a Administração em geral. Peculato de uso. Crimes contra o procedimento licitatório. Frustração ou fraude em procedimento licitatório. Direito

Processual Penal. Correlação entre imputação e sentença. Mutatio Libelli.

Denúncia inepta. Ausência da descrição das circunstâncias.

1. O município de João Câmara, em 23 de janeiro de 2001, por meio de seu Prefeito à época, hoje novamente gestor do Município, firmou o convênio 562/2001 com a União, no escopo de realizar a construção de três açudes comunitários em benefício de sua coletividade, para cuja consecução seriam repassados R$ 99.700, 00, e o município, de sua vez, concorreria com R$ 9.949, 50. No plano de trabalho de execução da obra, constava a implantação dos três açudes nos povoado de Santa Cruz, Valentim e Cauaçu (fls. 04/06, apenso I). 2. Em que pese a constatação de que não houve a execução integral do objeto do convênio 562/2001, não se demonstrou o desvio ou apropriação de verbas públicas, mas sim a sua aplicação indevida, o que subsume o fato ao tipo previsto no art. 1° III, do Decreto-Lei n° 201/67. 3.

Sequer se noticiou que o atraso das obras implicou aumento de gastos, ou, ainda, que houve superfaturamento de valores de modo a caracterizar desvio de verbas, razão pela qual não se apresentam típicas as condutas concernentes à execução das obras nos açudes de Santa Cruz e de Valentim. 4. Quanto à construção do açude em Cauaçu, importante salientar que tanto pela defesa do Prefeito, quão mesmo na análise da prestação de contas, aludiu-se que os recursos foram utilizados na construção do açude no povoado de Aroeira, em que pese não houvesse menção a esse respeito no plano de trabalho.

5. Insta destacar que a construção do açude em Aroeira é fato tido por incontroverso, tanto que nem a fiscalização nesse ponto se insurgiu, e sequer foi necessária a realização de inspeção judicial para maiores esclarecimentos a respeito. 6. A figura típica do art. 1° II, do Decreto- Lei n° 201/67 corresponde ao peculato de uso, e, portanto, nele não se enquadra a utilização se destinada a realizar o interesse público

em que se gera proveito para uma coletividade e não um benefício meramente particular. Decerto, o fato imputado aos acusados não se refere ao uso de bens, rendas ou serviços públicos, como descreve o art. 1° II, do Decreto-Lei n° 201/67, mas sim aplicação de recursos em finalidade diversa da estabelecida. 7. Ocorre que a denúncia não discorreu acerca do cometimento do delito do art. 1º, III, do Decreto- Lei nº 201/67, nem conteve elementos que indicassem sua existência, razão pela qual não se pode imputá-lo aos acusados. Decerto, a narração dos fatos na denúncia não apontou que houve emprego de recursos em outra finalidade pública, circunstância essa apenas suscitada pela defesa, e que, para ser considerada em seu desfavor, não prescindiria da mutatio libelli, na forma do art. 384 do CPP, a qual não foi promovida pelo Ministério Público. 8. Considerando ser ínfimo o atraso na prestação de contas, não há que se falar no cometimento do delito do art. 1° III, do Decreto-Lei n° 201/67, máxime quando de sua conduta não se pode perceber ter havido descaso na observação do prazo. 9. Quanto à alusão delito do art. 90 da Lei n° 8.666/93, a acusação sustentou o seu cometimento em razão de que o réu titular da sociedade empresária vencedora da licitação cedeu a execução das obras a outrem, o que era expressamente proibido no edital do certame, e, assim, demonstraria fraude ao caráter competitivo do procedimento licitatório. 10. A denúncia não cuidou de descrever qual teria sido o mecanismo utilizado pelo réu na burla ao caráter competitivo do certame, e de que modo este se operara, o que seria imprescindível não somente por melhor viabilizar a ampla defesa e o contraditório, mas para a própria caracterização do delito do art. 90 da Lei n° 8.666/93. 11. Absolvição dos acusados.

(TRF – 5.ª R. – Pleno – Ação penal 200684000068851 – rel. Manoel Erhardt – j. 19.10.2016 – public. 27.10.2016 – Cadastro IBCCRIM 3553)

Jurisprudência compilada por

Arthur Martins Soares, Camila Torres Cesar, Luana Oliveira, Rossana Brum Leques, Stela Silva Valim e Thaís Felix.

Tribunais de Justiça

Direito Penal. Fixação da pena. Fixação da pena-base acima do mínimo

legal. Situação econômica do réu.

A jurisprudência pacífica da corte superior e do Supremo Tribunal Federal é de que o crime de roubo se consuma no momento em que o agente se torna possuidor da coisa subtraída, mediante violência ou grave ameaça, ainda que haja imediata perseguição e prisão, sendo prescindível que o objeto subtraído saia da esfera de vigilância da vítima. Dosimetria. Fixação da pena base acima do mínimo legal. Circunstâncias judiciais não sopesadas adequadamente.

Fundamentação inidônia quanto à conduta do agente, as circunstâncias e motivos e consequências. Compreensão da ilicitude, lucro fácil e abalo psicológico na vítima. Aspectos próprios da estrutura do crime. O Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento de que elementares do tipo penal não podem ser consideradas como circunstância judicial desfavorável para majorar a pena-base. Redução da pena base ao mínimo legal. Coculpabilidade. Inaplicável. As desigualdades econômico-sociais em nossa sociedade não têm o condão de justificar a prática de condutas ilícitas. Recurso conhecido e parcialmente provido.

(TJAM – 1.ª Câm. Crim. – AP 0002716-56.2016.8.04.0000 – rel. Sabino da Silva Marques – j. 17.10.2016 – public. 20.10.2016 – Cadastro IBCCRIM 3554)

Direito Penal. Tráfico de drogas/entorpecentes. Regime inicial de cumprimento da pena. Conversão da pena privativa de liberdade em pena restritiva de direitos.

1. Não se pode deixar que uma reprimenda de 03 (três) anos de reclusão, onde incidiu o redutor do §4º do artigo 33 da Lei nº.

11343/2006 no entendimento de que o réu fosse primário, portador de bons antecedentes, sem envolvimento em organização criminosa, fosse cumprida em regime inicial fechado, principalmente quando a sentença não fundamenta o regime mais gravoso e a simples aplicação do art.

2º, caput, e seu §1º, da Lei dos Crimes Hediondos e art. 44, caput, da Lei nº. 113432/2006 não dá arrimo para isso, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal que declarou inconstitucional o art. 2º,

§ 1º, da Lei nº 8.072/90. A afronta às Súmulas 718 e 719 do Supremo Tribunal Federal e Súmula 440 do Superior Tribunal de Justiça. 2.

A negativa de substituição por restritiva de direitos, também já teve sua inconstitucionalidade apontada pelo Supremo em análise ao artigo 44 da Lei nº. 11343/2006. Aqui, a despeito da declaração de inconstitucionalidade da expressão “vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos”, não veria problema algum na negativa do Juízo se tivesse sido fundamentada em elementos concretos do processo. Sucede que o magistrado limitou-se a citar o dispositivo declarado inconstitucional, nada mais. 3. Habeas corpus conhecido e concedida a Ordem apenas e tão somente para que seja modificado

(7)

1987 1987

o regime de cumprimento de pena para aberto e substituída a pena de 03 (três) anos de reclusão para 02 (duas) restritivas de diretos por igual período, nas modalidades de prestação de serviços à comunidade e limitação de fim de semana (CP; artigos 46 e 48), por serem proporcionais e possuírem caráter pedagógico ao paciente, devendo sua fiscalização e forma de cumprimento ser fixada pelo Juízo das Execuções Penais (art. 66, V, a) da Lei nº. 7210/85.

(TJMA – 3.ª Câm. Crim. – HC 0008142-81.2016.8.10.0000 – rel. José Joaquim Figueiredo dos Anjos – j. 24.10.2016 – public. 27.10.2016 – Cadastro IBCCRIM 3555)

Direito Penal. Tráfico de Drogas/Entorpecentes. Causa de aumento de pena: a infração cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino, hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas, ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos.

I. A configuração da causa de aumento prevista pelo inciso III do artigo 40 da Lei nº 11.343/06 exige que o agente promova a disseminação do entorpecente no interior do coletivo. Afasta-se tal causa de aumento quando o coletivo é utilizado apenas para o transporte da droga; II.

Embargos infringentes acolhidos, contra o parecer.

(TJMS – S. Crim. – EIN 0003287-15.2015.8.12.0008/50000 – rel. Luiz Claudio Bonassini da Silva – j. 26.10.2016 – public.

07.11.2016 – Cadastro IBCCRIM 3556)

Direito Processual Penal. Princípio da presunção de não culpabilidade ou presunção de inocência. Pena. Cumprimento antecipado da pena.

Constituição Federal. Direitos fundamentais.

Não obstante o posicionamento chegado pelo pleno do Supremo Tribunal Federal no julgamento do habeas corpus nº 126.292/SP, o art. 5º, LVII, da CR/88, é muito claro ao dispor que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, não cabendo reinterpretação daquilo que é literalmente compreendido, sob pena de se reescrever preceito tido, por força do art. 60, § 4º, IV, como cláusula pétrea por nossa Constituição da República. Ainda que tivesse sido declarada a inconstitucionalidade de dispositivos infraconstitucionais, o controle incidental, apesar de ter força de orientação jurisprudencial, não vincula as decisões dos magistrados e tampouco dos tribunais de segunda instância.

Levando-se em conta que o julgamento do pretérito recurso ocorreu em data anterior a do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, impossível exigir-se a incidência dos efeitos da decisão da Suprema Corte nesta quadra. Sendo a presunção de inocência regente do microssistema processual penal, na medida em que se desdobra num dever de tratamento de todos os acusados, a execução antecipada de pena daqueles que não se encontram presos cautelarmente revela um verdadeiro retrocesso na interpretação de um reconhecido direito fundamental, que não pode ser alvo de modificação restritiva nem mesmo pelos legisladores (cláusula pétrea, art. 60, § 4º, IV, da CR/88). Assim como o legislador infraconstitucional, que produz a lei, não pode alterar restritivamente uma cláusula pétrea, tampouco o julgador pode fazê-lo no momento da aplicação ou não da norma no caso concreto. Se há sentimento de impunidade, pressão da mídia e da sociedade, protelação de processos até que se operem os efeitos da prescrição ou mesmo ineficiência de poder punitivo estatal, esses graves problemas jamais poderão ser resolvidos em detrimento de um direito fundamental elevado à condição de cláusula pétrea.

Proceder-se assim, é negar as raízes em que se fundam a Constituição da República de 1988, é tentar resolver um problema estrutural e do próprio sistema processual adotado, restringindo um direito fundamental.

(TJMG – 2.ª Câm. Crim. – HC 1.0000.16.061513-4/000 – rel. Nelson Missias de Morais – j. 15.09.2016 – public. 26.09.2016 – Cadastro IBCCRIM 3557)

Direito Processual Penal. Prisão cautelar. Prisão cautelar como medida excepcional. Medidas cautelares diversas da prisão.

A prisão cautelar é medida excepcional, que somente deverá ocorrer se comprovada sua real necessidade, que, no caso em tela, não restou devidamente demonstrada. Possível a aplicação de outras medidas cautelares, a prisão deve ser evitada. A resolução 0003/2012, que transporta as regras regimentais do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, determina em seu artigo 452 que “concedida a ordem, expedir-se-á imediatamente o alvará”, providência a qual não pode ser obstruída pela prévia confecção do termo impositivo das medidas cautelares fixadas ao Paciente, compreensão essa que se ratifica com os termos do Ofício circular nº 171/2016, assinalado pela Secretaria, confeccionado por ordem do Excelentíssimo Senhor Desembargador Primeiro Vice- Presidente deste Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais, no bojo dos autos de nº. 1.0000.13.065492-4/000, determinando a cientificação de todos os membros que atuam nesta Instância, de que devem ser

“expedidos os alvarás de soltura pelo próprio prolator da decisão concessiva de liberdade, que poderá delegar tão-somente o cumprimento da decisão de origem”. Ordem concedida em parte. V.V.: O respectivo alvará de soltura somente deverá ser expedido, após o d. Magistrado “a quo” providenciar o termo das medidas cautelares, superada a intimação e aceitação das condições pelo paciente.

(TJMG – 7.ª Câm. Crim. – HC 1.0000.16.074209-4/000 – rel.

Sálvio Chaves – j. 20.10.2016 – public. 27.10.2016 – Cadastro IBCCRIM 3558)

Execução Penal. Agravo em Execução. Regressão de regime prisional.

Oitiva prévia do condenado.

Agravo. Execução penal. Regressão definitiva de regime. Oitiva prévia do condenado em juízo. Imprescindibilidade. Precedentes do STJ. Constrangimento ilegal caracterizado. Ordem concedida.

Para a regressão definitiva de regime carcerário, o apenado deve ser ouvido previamente, em juízo, na forma do artigo 118, § 2º, da lei de execução penal.

(TJPR – 1.ª Câm. Crim. – Ag. Ex. 1508234-9 – rel. Benjamim Acacio de Moura e Costa – j. 29.09.2016 – public. 18.10.2016 – Cadastro IBCCRIM 3559)

Direito Penal. Primariedade do réu. Reincidência. Execução Penal.

Reformatio in pejus.

Tese defensiva de que o apenado é primário, pois a reincidência foi reconhecida apenas em sede de execução penal e não na sentença condenatória. Cabimento. Impossibilidade de reconhecimento da reincidência em execução penal. Ofensa à coisa julgada e ao princípio da non reformatio in pejus. Recurso a que se dá provimento.

(TJPR – 5.ª Câm. Crim. – Ag. Ex. 1567937-9 – rel. Marcus Vinicius de Lacerda Costa – j. 13.10.2016 – public. 26.10.2016 – Cadastro IBCCRIM 3560)

Direito Penal. Furto. Causas de atipicidade. Princípio da insignificância.

Princípio da intervenção mínima.

O valor da coisa subtraída, a restituição do bem à vítima e a pouca repercussão social do delito, inexistindo desvalor da conduta ou do resultado, conduzem à convicção que deve ser acolhida a insignificância como suporte à absolvição do réu, acusado de ter furtado um capacete, com base no artigo 397, inciso III, do Código de Processo Penal. 2. Recurso em Sentido Estrito não provido.

(TJPE – 1.ª Câm. Crim. – RSE 0000950-39.2015.8.17.0000 – rel.

Roberto Ferreira Lins – j. 24.11.2015 – public. 14.01.2016 – Cadastro IBCCRIM 3561)

(8)

1988

Direito Penal. Crimes contra a dignidade sexual. Crimes sexuais contra vulnerável. Sentença condenatória contrária ao texto expresso da lei penal. Suspensão condicional da pena.

Pleito revisional que persegue a retificação parcial de tal aresto, a fim de que seja substituída a PPL por restritivas de direito (face a alegada ausência de violência real na prática criminosa) ou, subsidiariamente, concedida a suspensão condicional da pena (CP, art. 77). Mérito que se resolve parcialmente em favor do requerente.

Firme jurisprudência do STJ, enaltecendo que, “sendo a presunção de violência absoluta em crimes sexuais cometidos contra menores de 14 anos, obsta a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, uma vez que ausente o requisito do art. 44, inciso I, do CP”. Precedentes jurisprudenciais e doutrinários que se alinham a tal diretriz, ensejando o descarte do pedido principal de substituição por restritivas. Postulação subsidiária que, no entanto, reúne condições de acolhimento. Firme orientação do STJ, que

“vem entendendo que é possível a correção da dosimetria da pena em sede de revisão criminal (...), com fundamento na contrariedade ao texto expresso da lei penal”. Instituto do sursis que, uma vez preenchidos seus requisitos legais, encerra direito subjetivo do réu (STJ), traduzindo-se em tópico sobre o qual recai a obrigatoriedade de manifestação, mesmo ex officio, por parte do poder judiciário.

Orientação tranquila do STJ, sublinhando que “o magistrado, ao condenar o réu à pena privativa de liberdade não-superior a 2 (dois) anos, deve, obrigatoriamente, se manifestar sobre a concessão, ou não, da suspensão condicional da pena, por força do disposto no art. 697 do CPP”. Acórdão impugnado que, mantendo a dosimetria posta em primeira instância (apenação final de 02 anos de reclusão), nada dispôs sobre o instituto, caracterizando omissão e contrariedade manifesta a texto expresso de lei (CP, art. 77). Pedido revisional que se conhece e se julga parcialmente procedente, para conceder, ao requerente, suspensão condicional da pena, pelo prazo de 02 anos, segundo as condições estabelecidas.

(TJRJ – 2.º Gr. Câm. Crim. – Rev. Crim. 0074937-54.2015.8.19.0000 – rel. Carlos Eduardo Freire Roboredo – j. 05.10.2016 – public.

10.10.2016 – Cadastro IBCCRIM 3562)

Direito Processual Penal. Ministério Público. Deveres e vedações dos membros do Ministério Público. Prova testemunhal.

Cabe ao Ministério Público, na denúncia, descrever o fato criminoso imputado, requerer diligências e arrolar testemunhas (art. 41 do CPP).

De outro lado, a identificação de testemunha do interesse da acusação compreende providência investigatória, que cabe ao Ministério Público promover ou, diante de suas prerrogativas legais, requisitar à autoridade policial, podendo, eventualmente, com o oferecimento da denúncia, requerer que seja determinada pelo juízo a diligência à polícia judiciária. Todavia, mesmo nesse caso, não está obrigado o juízo a deferi-la, pois pode o órgão ministerial, diretamente, requisitar a providência. Além disso, não é atribuição da autoridade judiciária a identificação de testemunha para sua posterior ouvida, mas, sim, da parte interessada, no caso, o Ministério Público. Indeferimento justificado. Correição improcedente.

(TJRS – 2.ª Câm. Crim – Cor. Par. 70045562865 – rel. José Ricardo Coutinho Silva – j. 22.09.2016 – public. 11.10.2016 – Cadastro IBCCRIM 3563)

Execução Penal. Direito do preso provisório, do condenado e do internado. Direito de receber visitas. Visita de parentes. Estatuto da Criança e do Adolescente. Criança. Doutrina da Proteção Integral.

Conflito entre o direito de visitação do preso e a proteção integral prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente. Ponderação de direitos à luz do princípio da proporcionalidade. A finalidade da pena é a ressocialização do apenado, e a visita de pessoas com quem o

reeducando deseja conviver é primordial para a reinserção gradativa do sentenciado na vida social. A criança, também, tem direito à convivência socioafetiva, ainda que esparsa, também na linha de recente inovação legislativa (art. 19, § 4º, do ECA, com redação dada pela Lei nº 12.962/2014). No caso, há demonstrativo do vínculo afetivo entre as partes e o pedido partiu da genitora da infante, o que torna adequada a autorização de visitas. Agravo provido. Por maioria.

(TJRS – 1.ª Câm. Crim. – Ag. Ex. 70071207997 – rel. Jayme Weingartner Neto – j. 19.10.2016 – public. 08.11.2016 – Cadastro IBCCRIM 3564)

Execução Penal. Trabalho do condenado. Trabalho externo.

Preenchidos os requisitos do art. 37 da LEP, é possível a concessão do serviço externo ao apenado. A condição de empreendedor individual não impossibilita a concessão do benefício, caso haja indicação de local específico para o desenvolvimento do trabalho. No caso, devem preponderar os benefícios do trabalho em prol da ressocialização sobre eventual dificuldade de fiscalização, uma vez que demonstrada a possibilidade de ser o apenado encontrado no local indicado no registro. Inobstante, o benefício foi concedido sob a condição de o apenado não se afastar do local de trabalho indicado, sem prévia autorização judicial, durante o horário em que é liberado. Agravo não provido.

(TJRS – 4.ª Câm. Crim. – Ag. Ex. 70071010631 – rel. Julio Cesar Finger – j. 27.10.2016 – public. 17.11.2016 – Cadastro IBCCRIM 3565)

Direito Processual Penal. Princípio do contraditório. Princípio da presunção de não culpabilidade ou presunção de inocência. Regra do in dubio pro reo.

Ameaça em contexto de Violência Doméstica. Absolvição. Autoria não foi suficientemente demonstrada nos autos. Depoimentos conflitantes da vítima e do réu. Ministério Público alega que restou comprovada a ameaça do réu contra a vítima, sua irmã. Sem razão.

Necessidade de comprovação da prática delituosa sob o crivo do contraditório. Aplicação dos princípios da presunção de inocência e do in dubio pro reo. Apelo não provido.

(TJSP – 8.ª Câm. Crim. – AP 0003196-58.2014.8.26.0625 – rel.

Carlos Monnerat – j. 27.10.2016 – public. 04.11.2016 – Cadastro IBCCRIM 3566)

Jurisprudência compilada por

Ana Beatriz Tabarelli Krasovic, André

Campagnaro Rampinelli, Caroline Bussoloto

de Brum, Caroline Mutaf, Dafne Sena

Coutinho Ribeiro, Felício Nogueira Costa,

Frederico Brusamolin, Gabriela Rodrigues

Moreira Soares, Giancarlo Silkunas Vay,

Karen Regina Amorim Carmo, Marcela

Vieira da Silva, Paula Mamede, Pedro

Fernandes, Renato Silvestre Marinho,

Roberta Werlang Coelho Beck, Roberto

Mendes Valadão, Rodrigo Olhiara da Silva,

Verônica Carvalho Rahal

e Wilson Tavares de Lima.

Referências

Documentos relacionados

Nas mídias sociais, dados gerais sobre as coletas realizadas entre 12 de junho e 2 de julho de 2014: 865 mil mensagem sobre a Copa em São Paulo, com mais de 500 milhões de pessoas

A6, Lt 15/24, Jardim Goiás, Goiânia–GO, a Pregoeira, nos termos das Leis 10.520/2002 e 8.666/1993, do Ato PGJ 030/2009 e das demais normas legais aplicáveis, conforme a

“Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.” (Súmula 695 do STF.); “Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão

Trata-se de habeas corpus substitutivo ao recurso especial impetrado em favor de DENIS BERNARDES DOS SANTOS contra o ato do Tribunal de Justiça do Estado de São

Um amigo, possuidor de uma quinta, tinha-se oferecido para instalar o bicho no campo e os meus pais – com aquele irritante bom senso que compete aos mais crescidos –

Trata-se de habeas corpus substitutivo de recurso ordinário impetrado em favor de C.A.N.G.M., devidamente qualificado na atrial mandamental (fls.02), em face de

O processo sobre as regras que a Petrobras deve seguir para a venda de ativos volta ao plenário do TCU (Tribunal de Contas da União) em até três semanas, avalia o ministro

Isto se consegue com a ancoragem de BoNT-L-peptide na proteína sináptica associada (SNAP-25), proteína citoplasmática necessária para acoplamento das vesículas de