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(RE) QUALIFICAÇÃO URBANA DA LAGOA DO BARREIRO EM CAPIVARI DE BAIXO

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Academic year: 2021

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(RE) QUALIFICAÇÃO URBANA DA LAGOA DO BARREIRO

EM CAPIVARI DE BAIXO

Trabalho de Conclusão de Curso Fundamentação e Projeto, apresentado ao curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina, campus Tubarão, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

Trabalho de Conclusão de Curso Fundamentação e Projeto Unisul– Arquitetura e Urbanismo

Acadêmica: Katyele Alves

Orientadora: Prof. Michelle Souza Benedet Tubarão, julho de 2020.

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Folha de assinaturas

Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo, elaborado pela acadêmica Katyele Alves e apresentado em agosto de 2020 à banca avaliadora que segue:

Prof. Michelle Souza Benedet, DRA. Orientadora

Professor avaliador 01

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Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus por me guiar no caminho certo em meio à turbulências vividas durante o meio acadêmico, me fortalecendo, fazendo com que concluísse esta meta de vida.

A família por me dar apoio durante esses 5 anos, por toda educação que me deram, me tornando melhor, entendendo a minha ausência nos dias em que tive que ficar estudando. Em especial o meu avô Antônio, que me deu zelo nos momentos mais difíceis quando pensei que tudo fosse dar errado, meu desenhista predileto que me ajudou em alguns projetos.

Ao meu amor Lucas, pessoa fundamental na minha vida que sempre teve ao meu lado, me apoiando e me ajudando desde o começo da faculdade.

A empresa Credexpress onde eu trabalhei durante os 5 anos, através deles eu pude pagar a faculdade, apesar de não ser uma empresa do ramo, me apoiaram sempre e me proporcionaram muito conhecimento, me tornando uma pessoa mais madura e pronta para a vida profissional.

Aos meus amigos que me fizeram ser forte, me encorajaram, chamaram a atenção, cuidaram de mim sempre.

As amigas que a faculdade me proporcionou, Talita, Luiza e Josiane, pessoas que entraram na minha vida e se tornaram grandes amigas, parceiras de noites em claro projetando, fazendo com que todo o desgaste do semestre se tornasse algo mais leve unindo nossas forças e sonhos.

Em especial a minha amiga Sofia, pessoa maravilhosa que Deus colocou em minha vida, com toda sua delicadeza me ensinou, me ajudou, deu todo suporte necessário.

A minha orientadora Michelle, agradeço imensamente a oportunidade de contribuir com todo seu conhecimento, de acreditar no meu trabalho, agradeço por toda a atenção e auxílio neste trabalho.

Enfim, a todas as pessoas que de uma forma ou de outra, contribuíram para a realização deste sonho.

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Resumo

This Final Graduation Project aims to develop a landscape project in the Lagoa do Barreiro area, transforming an area into an urban park for all residents of the Três de Maio neighborhood and region. The proposal comes with the concept where Lagoa becomes the heart of the project. The chapters presented in this work comprise the first phase of this TFCC, covering everything from preliminary studies to the stage of the urban park party. In the opening chapter, the area and the problems and justifications for implementing a park are presented. In the second chapter 2 we present theoretical references to better understand the topic to be studied. With that we entered chapter 3, where it provides a basis from the analysis of existing projects, in which they serve as references for the project to be presented. In chapter 4, a study is made in the project area, where from a diagnosis important information is gathered for the elaboration of the party. In the last chapter, it is presented the starting point of a requalification of the area through texts, sketches and diagrams together with the program of needs and pre-dimensioning and zoning. All of these studies will be important for the implementation of the park.

Abstract

Este Trabalho Final de Conclusão de Curso tem como objetivo o desenvolvimento de um projeto paisagístico na área da Lagoa do Barreiro transformando uma área em um parque urbano para todos os moradores do bairro Três de Maio e região. A proposta vem com o conceito onde a Lagoa torna-se o coração do projeto. Os capítulos apresentados neste trabalho compõe a primeira fase deste TFCC, no que compreende desde estudos preliminares até a etapa do partido do parque urbano. No capitulo inicial é apresentado a área e as problemáticas e justificativas para implementação de um parque. No segundo capítulo 2 apresentamos referências teóricas para entender melhor o tema a ser estudado. Com isso entramos no capítulo 3, onde trás um embasamento a partir da análise de projetos já existentes, nos quais servem de referências para o projeto a ser apresentado. No capítulo 4 é feito um estudo na área do projeto, onde a partir de um diagnóstico são levantadas informações importantes para a elaboração do partido. No último capítulo é apresentado o partido de uma requalificação da área por meio de textos, croquis e esquemas juntamente com o programa de necessidades, pré dimensionamento e zoneamento. Todos estes estudos serão importantes para a implantação do parque.

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Sumário 1. Introdução 1.1 Problemática 1.2 Justificativa 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo geral 1.3.2 Objetivos específicos 1.4 Metodologia 2. Referencial Teórico

2.1 A requalificação do espaço urbano 2.2 Parques urbanos

2.3 Relação do homem com a água 2.4 Relação público e privado 2.5 Considerações finais 3. Referencial projetual 3.1 Bosque de Chapultepec 3.2 Parque Germânia 3.3 Parque Tingui 3.4 Considerações finais 4. Diagnóstico

4.1 Dados e Localização do Município 4.2 Dimensão Simbólica 4.3 Dimensão Funcional 4.4 Dimensão Bioclimática 4.5 Dimensão Topoceptiva 4.6 Dimensão Econômica 4.7 Dimensão Co-presencial 4.8 Dimensão Estética 4.9 Dimensão Afetiva 4.10 Considerações finais 5. Proposta 5.1 Conceito 5.2 Diretrizes projetuais 5.3 Programa de necessidades 5.4 Pré dimensionamento 5.5 Zoneamento 5.6 Implantação 5.7 Croquis esquemáticos 6. Considerações finais 7. Referências 07 07 08 08 08 08 09 10 11 12 14 15 16 17 18 25 32 39 40 41 42 43 46 48 49 51 52 54 56 57 58 59 60 60 61 61 62 63 65 67

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1. Introdução

1.1 Problemática 1.2 Justificativa 1.3 Objetivos 1.4 Metodologia

No capítulo a seguir apresentaremos o tema para a proposta juntamente com a problemática para a área. Serão apresentados também os objetivos gerais e específicos que pretende-se alcançar no final deste trabalho.

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1. Introdução

Requalificação urbana é a transformação de uma cidade, zona ou outra área urbana a fim de revitalizá-la. Termo mais recorrentemente usado em operações de natureza urbanística em intervenção no espaço público.

O presente trabalho visa requalificar o entorno da Lagoa do Barreiro, no Bairro Três de Maio, localizado na cidade de Capivari de Baixo, em Santa Catarina, através da implantação de um Parque Urbano.

A região possui atraso do seu desenvolvimento e problemáticas, que serão abordados no desenvolvimento do trabalho.

Viu-se a necessidade de espaços públicos qualificados para a qualidade de vida da população. Com isso, pretende-se realizar um espaço que proporcione aos moradores do bairro e região mais lazer, integração entre as pessoas, mediante das diretrizes propostas, analise do local e seus condicionantes, buscando resolver uma série de problemas e trazer desenvolvimento e segurança.

1.1 Problemática

Atualmente a área escolhida para este projeto é uma área esquecida, possui um lago que chamam de Lagoa do Barreiro, é um lago poluído, sem nenhum cuidado.

As vias estão sendo asfaltadas agora, possui uma área vazia com vegetação alta com falta de manutenção trazendo grande quantidade de insetos.

A Lagoa também, por não ter nenhuma manutenção, acaba se tornando perigosa para os moradores próximos que possuem crianças pois é um lago de grande profundidade, poluído e podendo transmitir doenças .

Desta forma, a finalidade deste projeto é, requalificar o espaço, organizar as necessidades do bairro levantando tópicos como mobilidade urbana, integração social e sistema de espaços públicos. O trabalho será desenvolvido a partir da lagoa existente, onde será o formador do projeto final de todo estudo: o parque urbano.

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1.2 Justificativa

A escolha do tema partiu de uma conversa minha com os colegas moradores da região, que sentem muita necessidade de um espaço público de lazer, um lugar para levar os filhos para brincar e espaços recreativos.

Analisando as problemáticas da área e carência que o bairro possui em relação à infraestrutura, planejamento e falta de espaços para uso coletivos, fica clara a necessidade de um ambiente bem estruturado que promova a integração das pessoas.

Desta forma, este trabalho de conclusão de curso se justifica em solucionar os problemas presentes com a proposta de requalificação, conforme as diretrizes necessárias para solucionar as deficiências e carências da região e propor a implantação de espaços públicos nos vazios urbanos do bairro.

1.3 Objetivos

Para a elaboração deste trabalho foram estabelecidos alguns objetivos, geral e específicos.

1.3.1 Objetivos gerais

O objetivo geral do projeto consiste na implantação do Parque Urbano no bairro Três de Maio, a fim de valorizar a região e integrar as pessoas com o meio ambiente.

1.3.2 Objetivos específicos

• Compreender as necessidades da região a fim de lançar as diretrizes pensando nos frequentadores;

• Elaborar um anteprojeto de um Parque Urbano que ofereça atividades de lazer, cultura, recreação, convívio social e promover a relação do homem com a natureza; • Promover a integração do parque aos bairros, através de

vias acessíveis;

• Promover valorização do espaço público; • Garantir segurança do pedestre;

• Elaborar uma proposta de requalificação na Lagoa do Barreiro no bairro Três de Maio, da cidade de Capivari de Baixo.

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1.4 Metodologia

Para a elaboração deste trabalho será elaborado a seguinte metodologia:

• Estudo da problemática: Fazer um levantamento de dados do local do local através de visitas no local, entrevistas com os moradores locais e levantamento fotográfico;

• Levantamento teórico e projetual: Pesquisas em livros e sites falando sobre o tema abordado no trabalho e referenciais projetuais relacionados ao tema. A busca de dados sobre o tema escolhido trará mais clareza ao criar a proposta. A história sobre parques conhecidos pelo mundo todo e trazendo comparações e referencias destes para a proposta;

• Diagnóstico da área: Estudar os mapas do entorno imediato, a fim de compreender todos os aspectos que envolvem a área em estudo, como fluxos, acessos, utilização dos espaços, paisagem urbana, determinando as diretrizes do projeto.

• Lançamento da proposta: Através das entrevistas, elaborar o programa de necessidades e com base em todas as informações obtidas e será traçado a proposta do partido, que será expressa por meio de textos, croquis, plantas e cortes esquemáticos.

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2. Referencial Teórico

2.1 A Requalificação do Espaço Urbano 2.2 Parques Urbanos

2.3 Relação do homem com a água 2.4 Relação Público e Privado 2.5 Considerações finais

Embasamento teórico é necessário para um detalhamento mais rico do tema proposto. No capítulo a seguir serão apresentados assuntos para compreender melhor sobre espaços urbanos, importância da preservação do meio ambiente e sua relação com a população.

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2.1 A Requalificação do Espaço Urbano

Com o passar dos anos, o Brasil vem se tornando um país mais industrializado, com avanços no setor econômico, físico, político e urbano.

Torna-se um índice desafiador para muitos arquitetos, a desvendar índices sociais relevantes de uma enorme desigualdade social em pleno abandono do espaço urbano como um todo pelas autoridades, sejam elas municipais, estaduais ou federais. Diante disto surge a má gestão das cidades, nascida da segregação socioespacial, produtora do déficit habitacional, na baixa mobilidade dos espaços, precariedade dos equipamentos para atender a população e na irregularidade fundiária (EMERIM, 2015).

Além destes problemas, cresce a violência, a insegurança social, a qual predominantemente observa-se as zonas de baixa renda, onde as necessidades de requalificação urbana são ainda maiores.

Segundo Emerim (2015), requalificar um espaço urbano é adaptar ou reformar um local, desenvolvendo técnicas, criando soluções e serviços que irão melhorar a qualidade de vida para grande maioria da população.

O segredo é dar aos espaços públicos uma forma tal que a comunidade se sinta pessoalmente responsável por eles, fazendo com que cada membro da comunidade contribua à sua maneira para um ambiente com o qual possa se relacionar e se identificar. (HERTZBERGER, 1999, p.45)

Através da requalificação do espaço urbano no bairro Três de Maio, na cidade de Capivari de Baixo serão desenvolvidos espaços que possam proporcionar qualidade de vida que satisfaçam as necessidades das pessoas transferindo a elas a responsabilidade de manutenção e cuidado dos espaços urbanos, de forma que envolva-as como propriedade comum a todos.

(...) Num sentido mais absoluto podemos dizer que “pública” é uma área acessível a todos a qualquer momento; a responsabilidade por sua manutenção é assumida coletivamente. Privada é uma área cujo acesso é determinado por um pequeno grupo ou por uma pessoa, que tem a responsabilidade de mantê-la.(...)É sempre uma questão de pessoas e grupos em inter-relação e compromisso mútuo, i.e., é sempre uma questão de coletividade e indivíduo, um em face do outro. (HERTZBERGER, 1999, p.47)

2.1.1 Porque requalificar?

O Brasil vem sofrendo uma realidade de planejamento, no qual na maioria das vezes não possui um estudo consistente, no desenvolvimento de um planejamento urbano para décadas. Desta forma os gestores acabam desenvolvendo um planejamento a curto prazo onde o mesmo não acompanha o crescimento da cidade, desencadeando uma péssima qualidade das funções públicas, privadas e sociais. (EMERIM, 2015).

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Neste momento a requalificação urbana vem impossibilitar a mau organização a fim de criar soluções a curto, médio e longo prazo, pensando no desenvolvimento da cidade como um todo. Segundo Emerim (2015), o cidadão paga seus impostos para o governo a fim de receber em benefícios serviços públicos como: lazer, educação, esporte, cultura, segurança, saúde, moradia, mobilidade e equipamentos. Estes e outros itens são a base para se viver com qualidade em um país o qual sua legislação assegura o direito público da população porém de forma inadequada na prática.

No presente trabalho, conclui-se necessária a requalificação do espaço, propondo um parque urbano atendendo as necessidades da região.

Os parques urbanos surgem no século XIX como uma resposta à forte necessidade de humanização da cidade industrial. Neste período, os povoados se formavam em torno das grandes fábricas, com condições de vidas miseráveis aos trabalhadores. A industrialização trouxe feridas para o urbanismo, paralisando sua evolução (PRÉVE, 2013).

O congestionamento e as condições de vida cada vez mais precárias nas cidades modernas, principalmente nas fortemente industrializadas, invadida pelo fumo das fábricas, ameaçadas pelos perigos de uma circulação intensa, sem sossego por causa dos ruídos da civilização mecanizada, conduziram, em todo o mundo, a uma nova valorização dos ambientes camponeses e de vida suburbana, seguindo uma tendência que ainda perdura. (GOITIA, 2008, p.155)

2.2 Parques Urbanos

Conforme Préve (2013) afirma, o parque urbano vem para atender uma nova demanda da sociedade industrializada, agregando o espaço ao ar livre de qualidade, ideal para lazer e recreação dos habitantes, à paisagem fria da cidade, com a inserção do elemento natural na malha urbana através do paisagismo.

No Brasil, o parque é inserido às cidades não para atender esta demanda, já que não sofria destes problemas de metrópoles do exterior, mas para criar um cenário condizente como o existente fora do país. Foi uma situação criada pela elite emergente para não ficar atrás na corrida pela reestruturação urbana na nova nação (PRÉVE, 2013).

Sendo assim, Macedo (2003, p. 13) define “o papel real do parque como um espaço público estruturado por vegetação e dedicado ao lazer da massa urbana”, lazer o qual não se limita ao contemplativo como nos primeiros parques públicos. O parque urbano da atualidade deixa de lado o projeto requintado e formal, ganhando uma variedade tamanha de atividades que satisfaz um público maior e mais heterogêneo.

Segundo Préve (2013) este é, sobretudo, um dos principais fatores que diferem a praça do parque. Enquanto o parque, de dimensões elevadas, possui um programa de necessidades bastante variado, a praça, de dimensões comparadas à quadra, não comporta um grande número de atividades, o que implica no perfil e no número de usuários deste espaço público.

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Hoje em dia, outro fator que torna o parque um espaço público mais utilizado é a facilidade de locomoção da população, com o avanço da mobilidade urbana interligando pontos distantes de uma cidade ou região.

Consideramos como parque todo espaço de uso público destinado à recreação de massa, qualquer que seja o seu tipo, capaz de incorporar intenções de conservação e cuja estrutura morfológica é autossuficiente, isto é, não é diretamente influenciada em sua configuração por nenhuma estrutura construída. (...) (MACEDO, 2003, p.14)

2.2.1 Elementos Indispensáveis

O parque urbano atual desenvolve-se como um projeto de paisagismo no qual sua administração abrange uma vasta área com diferentes elementos a serem trabalhados (EMERIM, 2015). Deve-se levar em conta alguns pontos indispensáveis para projetar um parque urbano com qualidade, tais como:

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A partir disso, é de grande importância para a criação de um parque, entender os elementos indispensáveis para elaboração de um projeto como este, a fim de valorizar o local.

VEGETAÇÃO

A primeira característica do parque urbano é a sua massa de vegetação seja ela arbustiva, rasteira, forração, na qual fazem a conexão dos espaços do parque, possibilitando assim diversos campos de visão, cores e texturas no ambiente.

ÁGUA

Dentre os demais elementos que vem a compor os parques, podemos relacionar, os espaços molhados como grandes atrativos. Segundo MACEDO (2003, p.70), “a água permanece como um importante elemento construtivo no espaço, na forma de lagos já existentes, nascentes, espelhos d’água, fonte, jorros e bicas”.

ARTE

Intervenções artísticas ou esculturais podem tornar os espaços mais convidativos e interessantes, capaz de agregarem maior valor cultural, promovendo assim uma identidade para o local (EMERIM, 2015).

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MOBILIÁRIO

Segundo Emerim (2015), os mobiliários são complementos importantes da estrutura física do parque, com eles podemos valorizar a utilização de cada espaço. Os mobiliários devem ser projetados de acordo com os critérios de conforto e ergonomia, suprindo a quantidade necessária para cada local onde implantado. Nos espaços de contemplação e caminhos a locação de bancos com quantidades significativas são soluções importantes para incentivar as pessoas que utilizam estes locais. Iluminar bem os espaços e os caminhos proporcionam ambientes com maior segurança para seus frequentadores e proporcionam uma iluminação cênica no período noturno.

PAVIMENTAÇÃO

Os diversos caminhos que encontramos durante o percurso, sejam eles, ciclovias, calçadas, pista de corrida, caminhadas ou ainda espaços como praças secas, quadras esportivas, é fundamental que recebam materiais que tenham bom desempenho para atividades ali estabelecidas. Importante a preocupação na utilização de materiais permeáveis e que possuem boa qualidade (EMERIM, 2015).

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2.3 Relação do homem com a água

Segundo Morsch (2017), servindo como meio de circulação e fonte de recursos, os rios promoveram a sobrevivência das civilizações e estreitaram a relação do homem com a água. Os rios aparecem com frequência na formação e no desenvolvimento das cidades desempenhando um papel fundamental na estruturação das paisagens urbanas atuais. Historicamente, o homem usufruiu dos seus recursos para posteriormente escondê-los na cidade, que cresceu sem dar-se conta da importância do potencial ecológico e ambiental de seus rios (PORATH, 2003).

O espaços livres com presença de água têm grandes probabilidades de transformação no processo de construção da relação água, cidades e pessoas. São também os lugares mais sensíveis ambientalmente, e um dos mais promissores, tendo em conta a possibilidade de regeneração do espaço urbano, já que podem assumir importantes funções, como proteção dos ecossistemas e da paisagem, e como possível lugar para a ocorrência da urbanidade.

A realização dos projetos de intervenção no Brasil, assim como em outros países, buscam requalificar os espaços, sendo notável uma preocupação atual sobre o meio ambiente e estes espaços que resultam na apropriação das pessoas.

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A infraestrutura verde é indispensável para a renovação do urbanismo e para a retomada dos serviços essenciais prestados pela natureza que equivalem à maioria das funções da infraestrutura tradicional. A infraestrutura verde é fundamental no desenvolvimento sustentável das cidades em várias escalas, engloba um conceito contemporâneo e visa estabelecer uma conexão da cidade com os elementos naturais. (MORSCH, 2015)

Conforme Morsch (2017) afirma, a requalificação dos corpos d’água tem que ser colocada em prática com adoção de critérios de intervenção que venham a sanar os problemas típicos como o desrespeito, a poluição, a falta de consciência da população e a escassez de áreas verdes. É importante frisar que tais alternativas devem levar em consideração a viabilidade econômica e social buscando um equilíbrio entre a situação existente do local e o que seria o ideal, viabilizando a sua implantação (HERTZBERGER, 1999). Como neste caso a Lagoa do Barreiro, sendo um importante elemento que não possui nenhuma manutenção atualmente, necessitando de uma requalificação nesta área.

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2.4 Relação Público e Privado

Uma das maiores responsabilidades do planejamento urbano é criar cidades que sejam convenientes para a diversidade urbana, dispondo de qualidade nos seus espaços públicos, como as ruas, calçadas, praças e edificações (EMERIM, 2015).

O oposto da compulsão não é a liberdade, mas a integração. A compulsão é a realidade negativa, a integração é a positiva; a liberdade é a possibilidade, a possibilidade reconquistada. Ser compelido pelo destino, pela natureza, pelas pessoas; o oposto não é libertar-se do destino, da natureza e das pessoas, mas aliar-se e integrar-aliar-se a eles; para que isso aconteça é preciso antes de ser independente, mas independência é um caminho, não um espaço. (HERTZBERGER, 1999, p. 90)

A importância na definição destes espaços é proporcionar a estes a integração direta, evitando barreiras sociais. Segundo Hertzberger (1999), o conceito de intervalo é a solução para eliminar a divisão entre diferentes demarcações territoriais. A solução está, portanto, em criar espaços intermediários que, embora do ponto de vista administrativo, possam pertencer quer ao domínio público quer ao privado, sejam igualmente acessíveis quando aceitável para ambas as partes.

Segundo Emerim (2015), desenvolver a integração do espaço em que se vive permitindo a liberdade das pessoas, torna-se a solução para a valorização dos espaços. Tornar os espaços públicos e privados, abertos, os quais permita a circulação e a utilização dos mesmos pela população é tornar estes caminhos e serviços parte da propriedade de cada pessoa.

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Estes conceitos de espaços públicos e privados, devem ser compreendidos com palavras relativas a uma série de qualidades espaciais, as quais referem-se ao acesso à responsabilidade, à relação entre propriedade privada e a supervisão das unidades espaciais específicas, segundo Hertzberger (1999).

Busca-se na proposta deste projeto a ligação dos equipamentos públicos existentes, bem como a sua inserção urbana, buscando a qualidade dos equipamentos e transferindo a responsabilidade de utilização pela população.

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2.5 Considerações finais

De acordo com Hertzberger (1999) podemos dizer:

“De tudo que foi dito, poderíamos concluir que só nos resta projetar cápsulas nuas, tão antienfáticas e neutras quanto possível, para permitir aos moradores o máximo de liberdade para realizar seus desejos específicos.” (HERTZBERGER, 1999, p. 162)

Ainda de acordo com Hertzberger (1999), projetar espaços os quais possamos permitir às pessoas o máximo de liberdade a sentirem-se proprietárias daquele local, para que as mesmas possam expressar seus desejos, sejam eles utilizando-os cuidando e valorizando o local. Quebrar os paradigmas de limitações entre os locais, tornando-os únicos e abertos.

Integrar todos os elementos que compõem o espaço tornando as diferenças em oportunidade de desenvolvimento e criação.

Foi possível compreender que além dos fatores específicos nesta etapa, diversos fatores que influenciam no desenvolvimento do projeto.

Integrar os espaços públicos com demais elementos como a Lagoa do Barreiro, que serão projetados para valorizar o espaço urbano, possibilitando assim, uma integração com a população.

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3.

Referenciais Projetuais

3.1 Bosque de Chapultepec 3.2 Parque Germânia 3.3 Parque Tingui

3.4 Considerações finais

A fim de expressar elementos correspondentes ao da proposta, estudaremos neste capítulo referenciais para estudar estratégias que constituirão na elaboração do partido.

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3.1 Bosque de Chapultepec

De acordo com ArchDaily (2015), a cidade de Chapultepec, moderna cidade do México que inclui o Bosque de Chapultepec, consiste na totalidade da colina e zona circundante, onde se estabelece também o Castelo de Chapultepec comparável em suntuosidade aos palácios da Europa, e onde viveram os imperador Maximiliano e a imperatriz Carlota do México - atualmente alberga o Museu de História Nacional. O parque engloba também o Zoológico Dzimet e Chapultepec, o parque de diversões A Feira e o Museu Nacional de Antropologia.

O crescimento urbano exponencial da Cidade do México nas últimas décadas trouxe problemas em termos de mobilidade, desenvolvimento urbano desorganizado e poluição. Isso afetou a conectividade de suas estradas e eixos, tanto fisicamente quanto em termos de imagem. No entanto, também ofereceu importantes oportunidades para intervenções urbanas e arquitetônicas. É uma proposta para a regeneração do espaço público, a fim de criar comunidade em uma das áreas com maior potencial na cidade (ARCHDAILY, 2015).

FICHA TÉCNICA:

Arquitetos: FRENTE arquitectura, RVDG arquitectura + urbanismo

Ano: 2014/ 2015 Área: 750000.0 m²

Localização: Chapulytepec, Distrito Federal, México

Consultor Sustentabilidade: EcoStudioXV

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Fonte: Archdaily, adaptado 2015.

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3.1.2 Composição geral e traçado urbano

O Bosque de Chapultepec apresentou diretrizes para o desenvolvimento e crescimento do local. Cria um "Novo Destino" dentro da cidade, gerando uma atmosfera atraente, confortável e segura. Apresenta um lago central delimitando áreas de caminhadas ao redor. O ponto central do bosque recebe, além do lago, um grande gramado com muitas vegetações de médio porte contornando-o.

Foram criados caminhos, fazendo ligações de diversos setores do parque transformando assim em um traçado orgânico, viabilizando o usufruto das inusitadas paisagens com elementos que se envolvam ao já existente. A intervenção buscou principalmente atrair a população para que a mesma possa usufruir de diferentes atividades.

É uma estrutura urbana formada por espaços públicos de qualidade, bem arborizados, de forma que as pessoas se sintam convidadas a caminhar pelos espaços dentro do bosque.

Para a ligação do bosque com o centro cidade, a Avenida Chapultepec corta o bosque fazendo uma ligação entre eles. A avenida foi revitalizada também para uma melhor urbanização e traçado.

Fonte: Archdaily, adaptado 2015.

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3.1.3 Acessos e entradas

O parque possui diversos acessos não possuindo nenhum acesso principal, todos eles com estacionamento.

As vias são largas medindo 6 metros de comprimento e outras menores com 3,5 metros, contendo faixa para pedestres, ciclistas e carros nas vias maiores proporcionando contemplação do espaço. O uso de veículos pelo bosque é permitido mesmo com o estacionamento nas entradas.

O local é cortado por uma avenida de fluxo intenso que é a Avenida Chapultepec (um dos eixos mais importantes da cidade). Passando por ela, encontra-se três acessos ao bosque.

Possui uma estação de metrô próxima ao local que possibilita aos moradores da região uma melhor locomoção até o bosque. O percurso do centro da cidade até a área leva em torno de 30 minutos.

Figura 4 : Entrada de acesso ao bosque.

Fonte: Street view, adaptado 2015.

Figura 3: Acessos para o bosque.

Fonte: Google maps, adaptado 2020.

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3.1.4 Circulações

A circulação é realizada por todo bosque. Além disso, possui vias de 6 metros que contornam o local fazendo uma ligação com a Avenida Chapultepec, eixo principal da cidade, que corta o parque.

Os caminhos de 3,5 metros podem ser feitos a pé ou bicicleta e outras vias mais largas como as de 6 metros e a avenida, podem ser feitos de carro também.

Em todo o percurso são encontrados banheiros, bebedouros para os turistas. Alguns pontos de café, lanchonetes, gelaterias são encontrados ao longo do passeio.

Figura 5: Circulações do bosque.

Fonte: Archdaily, adaptado 2015.

LEGENDA:

Vias de 6 metros Vias 3,5 metros

Av. Chapultepec, eixo que corta o parque e uma das principais

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3.1.5 Inserção Urbana

Figura 6: Avenida Chapultepec

Fonte: Google, adaptado 2020.

Sinônimo de desenvolvimento, a implantação deste projeto é capaz de mudar o sistema e a forma como atua sobre a vida das pessoas.

Após a requalificação da Avenida Chapultepec como mostra a figura 6, apresentou-se uma melhora nas sinalizações que indicam o caminho até o bosque.

Fazendo uma análise de acordo com o Google Maps, o local de onde está inserido o bosque é residencial. No seu entorno encontram-se museu, pizzaria, galeria e shoppings.

As vias mais largas que contornam o bosque como mostra a figura 7, fazem ligação dele com bairros vizinhos e têm ligação com outra avenida muito importante que é a Avenida Passeo de La Reforma.

Figura 7: Inserção do Bosque no meio urbano

Fonte: Google earth, adaptado 2020.

Figura 8: Bosque de Chapultepec

Fonte: Google, adaptado 2020.

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3.1.6 Vegetação e materiais

Figura 9: Tipos de vegetações e materiais existentes

Fonte: SDS Chapultepec, 2017.

Foram preservadas no projeto as áreas de mata nativa e inseridas outras áreas com vegetações de diversos tipos, reconectando e preservando o ecossitema local.

No bosque consiste em um arboreto e um orquidário, no qual são exibidas 200 espécies. Foi inaugurado em 12 de outubro de 2006. Seu principal acesso é pelo Paseo de la Reforma.

Entre as trilhas, é possível conhecer El Sargento, os restos de uma árvore centenária de Ahuehuete, que se diz ter vivido 500 anos.

Destaca-se também utilização de materiais que não causassem contraste com o ambiente natural. Portanto optou-se por materiais como madeira, pisos drenantes e forrações.

É um espaço que reúne características excepcionais para promover a atividade turística e recreativa, além de pesquisa e educação ambiental baseadas no uso sustentável de seu patrimônio natural. Seu cuidado e conservação são de grande relevância por seu valor científico, educacional, recreativo, histórico e por ser o habitat da flora e fauna selvagens nativas e sujeitos a proteção.

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3.1.7 Equipamentos/ Mobiliários

Figura 10: Tipos de equipamentos e mobiliários existentes

Fonte: SDS Chapultepec, 2017.

Os equipamentos presentes em toda extensão são lugares para fazer piquenique, quiosques, áreas de gramado, área de feira, área de esportes e playground.

Em sua grande maioria bancos e lixeiras encontram-se na extensão dos caminhos. A iluminação através de postes também está presente na sua implantação.

Há um espaço ideal para os amantes da leitura e da natureza, há permanentemente uma música atmosférica delicada e leve e até livros para ler no local e, claro, bancos confortáveis.

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De acordo com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre foi feito um estudo entre alguns bairros ali da região, onde viu-se a necessidade de um espaço de lazer pois a região estava carente de espaços assim. A partir disso criaram o Parque Germania no bairro Vila Ipiranga na cidade de Porto Alegre.

O parque foi inaugurado em 26 de março de 2006 pelo prefeito, José Fogaça. Seu nome foi criado em homenagem à imigração alemã no Rio Grande do Sul. O parque possui uma placa comemorativa onde está escrito "Em memória dos que, com trabalho, fé e solidariedade, construíram o que somos".

O parque contém 15,11 hectares de extensão. Dentro dele, há uma área de proteção da vegetação nativa, que tem o acesso proibido para visitantes.

3.2 Parque Germânia

FICHA TÉCNICA:

Arquitetos: Lucia Isabel Monteiro Davolli Engenheiro: Cléo Paulo Balbinot

Empresa: Condor Ano: 2006

Área: 15 hectares

Localização: Vila Ipiranga, Porto Alegre

Figura 11: Vista Parque Germânia

(26)

O Parque possui um traçado orgânico com um eixo principal que corta o parque em sua extensão. Ligado a este eixo, possui outros caminhos menores ligando as atividades do parque e a equipamentos existentes.

Analisando estes caminhos menores percebe-se que possuem pequenos desníveis no parque onde implantaram pequenas escadas nos caminhos e rampas para facilitar a locomoção dos usuários.

A área de preservação já existente, deu mais beleza e potencial ao trabalho, mesmo que sem acesso para as pessoas, criou atrativos inesperados no decorrer do percurso. Estas estratégias mostram o poder de intervir em locais já existentes, tornando componentes do espaço público, além de funcionarem também como uma ferramenta de conscientização ambiental a população.

3.2.1 Composição geral e traçado urbano

Figuras 12, 13 e 14: Composição e traçado do parque

Fonte: Site PMPOA, 2006.

(27)

É um parque todo fechado com grades cercando o local. As entradas são limitadas nos portões de entrada que são 6 ao total.

Não possui nenhuma entrada principal ou pórtico demarcando, apenas aberturas simples nas grades.

As vias de acesso ao parque são largas possibilitando a chegada de ônibus ao local e também estacionamentos necessários ao parque. Os acessos de veículos que são feitos diretamente pelas vias arteriais, geram organizadamente o grande fluxo de veículos no local.

3.2.2 Acessos e entradas

Figuras 15, 16 e 17: Acessos de entrada ao parque

Fonte: Google street view, 2020.

(28)

A circulação é realizada por todo Parque. Possui um eixo principal que liga a Avenida Tulio de Rose a Rua Juncal, vias que contornam o parque por lados adversos.

A partir do eixo principal o parque possui outros caminhos secundários que dividem o parque para chegada nos equipamentos presentes.

Nota-se a necessidade de rampas de acesso para melhor mobilidade dos usuários. Muitos desses acessos possuem degraus e não possuem rampas, dificultando a passagem de algumas pessoas com necessidades como cadeirantes, idosos ou até mesmo pais com bebês no carrinho.

No eixo principal e eixos secundários não possui distinção dos usos para ciclistas ou pedestres, os dois acabam se tornando o mesmo.

3.2.3 Circulações

Figura 18: Circulações do parque.

Fonte: Joana Berwanger/Sul21, adaptado 2020.

LEGENDA: Eixo principal Circulação secundária Acessos ao Parque

28

(29)

Fazendo uma análise de acordo com o Google Maps, o local de onde está inserido o parque é um bairro já bem consolidado.

No seu entorno encontram-se shoppings, clínicas, clubes e pequenas praças. Apresenta-se grande número de prédios de alto padrão e comércios locais.

As vias que contornam o Parque são ruas de grande porte, possibilitando maior distância das construções ao parque; E estas não demarcados por nenhum tipo de placa ou sinalização.

Os prédios no entorno são em sua maioria de usos residenciais ou mistos e de alto gabaritos.

3.2.4 Inserção Urbana

Figuras 19 e 20: Inserção no meio urbano.

Fonte: Joana Berwanger/Sul21, 2018.

(30)

Em todo parque encontram-se árvores de médio porte e em alguns lugares árvores de grande porte para demarcar os locais de passagem.

As áreas de preservação ambiental onde não possuem acesso permitido às pessoas, possuem árvores de grande porte e algumas espécies de animais nativos no local.

Na sua grande maioria, o parque possui espaços com gramado para fazer piquenique, descanso, yoga e tomarem o tradicional chimarrão.

3.2.5 Vegetação e Materiais

Figuras 20 e 21: Vegetações e materiais existentes.

Fonte: Joana Berwanger/Sul21, 2018.

(31)

Os equipamentos presentes no local foram feitos exatamente para atender a demanda que era necessária, sendo assim o parque possui quadras de tênis, basquete, futsal e uma cancha de bocha.

Como equipamentos de lazer o parque possui grandes áreas gramadas para as pessoas sentarem e descansarem, tomar o seu famoso chimarrão e também fazer yoga. Além disso, possui também um lago e áreas com playground.

Os mobiliários presentes em toda extensão do parque são bancos e lixeiras. Apesar do parque ser fechado com edificações altas no entorno, possui iluminação presente também.

3.2.6 Mobiliários e equipamentos

Figuras 22 e 23: Mobiliários e equipamentos existentes.

Fonte: Joana Berwanger/Sul21, 2018.

(32)

De acordo com a Prefeitura Municipal de

Curitiba o Parque Tingui é um dos

principais parques de Curitiba, está localizado na região norte da cidade, no bairro São João. Sua área possui um trecho que acompanha as margens do rio Barigui. Além disso, faz parte de um projeto maior que contém a implantação de parques por todo o rio; em sua continuação existe o Parque Barigui. Fundado em 1994, possui área de 380 mil m². Seu nome foi criado em homenagem ao povo tingui (que significa "nariz afinado"), uma população indígena que habitou a região onde atualmente se localiza Curitiba, na época de sua colonização pelos portugueses.

O acesso principal do parque mostra uma homenagem ao cacique Tindiquera, que era o líder da tribo. O "Tingui" faz parte de um projeto que visa a implantação de um parque linear, onde ocorre a unificação dos parques: Tingui, Tanguá e Barigui (todos na extensão do Rio Barigui).

3.3 Parque Tingui

Fonte: PMC, 2019.

FICHA TÉCNICA:

Empresa: Prefeitura de Curitiba Ano: 1994

Área: 38.0000 m²

Localização: Bairro São João, Curitiba

32

Figura 24: Mapa do Parque.

(33)

O Parque foi criado em uma grande área linear entre os bairros, onde recebeu pistas de caminhada e ciclismo com traçado orgânico que liga todo parque e seus equipamentos. Estas pistas foram feitas com asfalto para melhoria do trecho em possíveis buracos que ocorrem em pistas de areia. Este trecho liga os pontos de lazer e esportes passando por áreas de vegetação fechada e lagos. Esses equipamentos envolvem toda extensão do parque sendo bem distribuído em todos os espaços. O parque possui três áreas: área de esporte, área para crianças e memorial ucraniano.

3.3.1 Composição geral e traçado urbano

Figura 25: Mapa do Parque dividido por áreas.

Fonte: Google Earth – adaptado pela autora, 2020.

LEGENDA:

Área esportiva Memorial ucraniano Área para crianças

(34)

Os acessos ao parque estão marcados em dois pontos: o primeiro no Memorial Ucraniano que é marcado por um pórtico de madeira com características ucranianas; o segundo acesso é marcado por um pórtico de madeira, uma estátua do índio e um totem com o nome do Parque Tingui.

Nas duas entradas são encontrados estacionamentos com vagas apenas para veículos menores. Ônibus só é possível estacionar nas ruas encontradas no entorno do parque.

Existem também estradas secundárias, porém, sem marcações ou alguma característica que seja chamativa. Um desses acessos é cortado por uma rua de grande fluxo, onde falta sinalização e faixas de pedestre no local. Outro acesso secundário é uma ligação do bairro com uma ponte existente e muito pouco observada. E o ultimo acesso secundário é encontrado em uma rua no entorno do parque onde possibilita que as pessoas estacionem no local.

3.3.2 Acessos e entradas

Figuras 26, 27, 28 e 29: Acessos de entrada ao parque.

Fonte: Monique Renne, 2018.

(35)

A circulação no parque é realizada em um grande percurso de duas pistas asfaltadas, uma é para ciclistas e outra para caminhada. Essa circulação realiza um percurso passando por toda extensão do parque.

As pistas têm tamanhos distintos: 200 centímetros de caminhada e 120 centímetros para ciclista. As marcações que distinguem os caminhos são poucas e mal percebidas entre os usuários.

Percorrendo as pistas percebe-se uma distância muito longa entre um equipamento e outro. Esse percurso se torna mais cansativo para os usuários. Esses caminhos poderiam ser realizados com alguns mobiliários para que o usuário pudesse observá-los dando uma impressão de caminho mais curto.

O local não apresenta uma grande inclinação, possibilitando o uso de usuários com necessidades especiais. Porém possui algumas irregularidades quanto a acessibilidade, quando o cadeirante só tem acesso a alguns equipamentos como quiosque com churrasqueira, por exemplo, se passar pelo gramado, pois o equipamento não tem ligação com a circulação.

3.3.3 Circulações

Figuras 30, 31 e 32: Circulações.

Fonte: Google maps, adaptado 2020.

LEGENDA:

Contorno do parque Circulação

Fonte: Google street view, adaptado 2020.

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O local onde está inserido o parque é uma área bem extensa localizada na região norte da cidade. Os acessos ao parque são feitos principalmente pela rua Melchiades Silveira do Valle que está localizado em um bairro de alto padrão com condomínios fechados. No outro lado do parque onde é dividido pelo Rio Barigui já está localizado em um bairro de padrão mais baixo, porém um bairro bem consolidado.

No seu entorno encontram-se clínicas, supermercados, postos de saúde e pequenas praças. Está situado em uma área com muitos condomínios fechados e outros locais com casas e pequenos comércios. Os usos em sua maioria são residenciais ou mistos.

As vias que contornam o Parque são arteriais de médio porte. Estas são demarcadas por nenhum tipo de placa ou sinalização.

3.3.4 Inserção Urbana

36

Figura 33: Mapa de inserção urbana.

Fonte: Google maps, adaptado 2020.

Figura 34: Vias que contornam o parque.

(37)

Encontram-se diversas árvores de pequeno, médio e grande porte mantendo áreas verdes por toda extensão do parque, principalmente na área central, próximo ao memorial ucraniano.

Para controlar o alagamento presente nos bairros próximos ao Rio Barigui, foram feitas cavas para extração de areia para auxiliar no escoamento da água controlando este problema.

Nas trilhas asfaltadas que contornam o parque também encontram-se vegetações presentes.

Na área do Memorial Ucraniano possui uma grande número de bromélias de diversas cores dando vida ao local.

3.3.5 Vegetações e materiais

Figura 35: Tipos de vegetações e materiais presentes no parque

Fonte: PMC, 2019.

(38)

O parque possui alguns equipamentos como: o Memorial Ucraniano, a Praça dos Anos, áreas de lazer e esporte e áreas destinadas a segurança e manutenção do parque.

De acordo com a Prefeitura Minicipal de Curitiba (2019), o parque ucraniano está implantada a réplica de uma igreja ucraniana onde são realizados eventos culturais e exposições. No Memorial pode-se encontrar loja, palco, portal, mirante, monumento em forma de "pêssanka" (ovos pintados à mão em filigranas para saudar a Páscoa) e campanário, baseados no estilo que caracterizam as construções da Ucrânia, de caráter histórico/cultural, homenagem à influência da cultura ucraniana na história de Curitiba.

A Praça dos Anos foi inaugurada em homenagem aos anos do descobrimento do Brasil.

As áreas de lazer contam com quiosques com churrasqueiras, playground, equipamentos de ginástica, quadras poliesportivas e de areia.

Sente-se falta de mobiliários presentes no parque. Em todos os locais é possível observar falta de bancos e banheiros. Poucas lixeiras também são encontradas no local e as existentes, necessitam de manutenção. Postes são encontrados em toda extensão.

3.3.6 Equipamentos e mobiliários

Figura 36: Área de lazer

Fonte: PMC, 2019.

38

Figura 37 e 38: Lixeiras e postes presentes no parque.

(39)

Parque Chapultepec

A intervenção realizada na cidade de Chapultepec apresentou diretrizes para o desenvolvimento do local. O referencial apresenta um lago central delimitando áreas de caminhadas ao redor conforme os objetivos da intervenção para proposta deste trabalho.

O objetivo do referencial analisado está na forma como foi proposto o parque buscando integrar a população para usufruir de diferentes atividades.

3.4 Considerações finais

39

Parque Germânia

A escolha deste referencial se deu pela criação dos caminhos ligado a um eixo que são ligados a ruas existentes de grande importância para o local criando um traçado e uma estética harmoniosa e com identidade ímpar.

Possui vários usos, como lazer, pratica de esportes, ponto de encontro e entre outros dando maior valorização ao local.

Parque Tingui

O Parque Tingui ilustrou a diversidade de ambientes a partir da escolha de plantas e materiais, dando vida ao local.

Mostrou também, o uso da cultura e do forte conceito como fator determinante para o resultado final do projeto.

Buscaremos na proposta inserir soluções apresentadas nestes referenciais, de forma a criar um parque voltado às pessoas com espaços convidativos, valorização do pedestre, estratégias sustentáveis que visem a redução de impactos ambientais e formação de um parque compacto ao alcance de todos.

(40)

4.

Diagnóstico da área

4.1 Dados e Localização do Município 4.2 Dimensão Simbólica 4.3 Dimensão Funcional 4.4 Dimensão Bioclimática 4.5 Dimensão Topoceptiva 4.6 Dimensão Econômica 4.7 Dimensão Co-presencial 4.8 Dimensão Estética 4.9 Dimensão Afetiva 4.10 Considerações finais

A seguir apresentaremos características morfológicas da localidade em estudo, possibilitando um melhor entendimento da localidade para implantação da proposta.

(41)

Neste capítulo apresentaremos o levantamento de dados a análise realizada no local da intervenção, a fim, de compreender seu contexto urbano. Com isso, é necessário conhecer as características gerais da cidade, essenciais para o condicionamento da proposta.

4.1 Dados e localização do município

Fonte: Google Maps, adaptado 2020.

41

CAPIVARI DE BAIXO, SC População: 23.342 habitantes Área: 53.165 km²

Clima: mesotérmico úmido, média de 19,5C.

Coordenadas: latitude 28º26'41" sul e a uma longitude 48º57'28" oeste, estando a uma altitude de 12 metros. Principal atividade econômica: geração de energia termelétrica a partir do carvão.

(Fonte: Site Prefeitura de Capivari de Baixo, 2020)

Pertence a região da AMUREL (Associação dos municípios da região de Laguna) e faz divisa com os municípios, Tubarão, Pescaria Brava, Laguna e Gravatal. Capivari possui alguns acessos tendo como principal a Avenida Paulo Santos Melo que conecta a cidade à BR-101.

(42)

4.2 Dimensão simbólica

De acordo com a Prefeitura de Capivari de Baixo, o povoamento da região começou no século XVIII com o deslocamento da colônia de Santo Antônio dos Anjos, de Laguna, por volta de 1721. Os primeiros habitantes desta região foram os tupi-guarani, mais conhecidos como Carijó, que posteriormente tiveram os imigrantes açorianos, portugueses e italianos para compartilharem as suas terras. A origem do nome Capivari de Baixo vem do significado da palavra "Capivary", que no dicionário Tupi-Guarani, de Silveira Bueno, significa Rios das Capivaras. A este rio os índios denominam "Capivary" e assim deu origem ao nome. Capivari de Baixo surgiu em função de esta ser a parte final do rio que tem nascente no município de São Bonifácio.

Até 1941 Capivari era uma região agrícola, até que a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em 1945, provocou um aumento considerável na população e, assim, Capivari tornou-se um imenso canteiro de obras com operários bem pagos (PMCB, 2020).

Em 15 de março de 1992 foi realizado o plebiscito e aprovada a emancipação com 4.377 votos a favor. No dia 27 de março do mesmo ano foi aprovada pela Assembléia Legislativa a criação do município de Capivari de Baixo, desmembrando-o de Tubarão (PMCB, 2020).

No dia 30 de março de 1992 o governador Vilson Pedro Kleinubing sancionou a Lei nº 8.556 criando oficialmente o município de Capivari de Baixo. No dia 1o de janeiro de 1993 foram empossados o prefeito Nilton Augusto Sachetti e seu vice, Amadeu Felipe Maciel da Luz, os primeiros administradores do município

(PMCB, 2020). Figura 40: Capivari nos dias atuais.

Fonte: Prefeitura Capivari de Baixo (PMCB), 2020.

42

Figura 39: Vista aérea de Capivari de Baixo no ano de 1948.

Fonte: Site Diário do Sul, Túnel do tempo.

O Bairro Três de Maio, localizado em área periférica à beira da BR101, povoado à partir da apropriação do solo modo informal, encontra-se em estado de abandono por parte da prefeitura, visto que há muitas carências de infraestrutura urbana como a Lagoa do Barreiro, principal norteador para este projeto.

(43)

4.3 Dimensão funcional

Especular a relação da dimensão do espaço urbano ou arquitetônico pressupõe esclarecer o significado ou entendimento de conceitos envolvidos e compreender os aspectos que influenciam a sua inserção na estrutura urbana.

Foram analisados o contexto urbano da cidade e o funcionamento dos diferentes espaços e usos. Esta dimensão considera os gabaritos das edificações, uso do solo, taxas de ocupação dos lotes e contextualiza sobre o funcionamento dos demais aspectos da vida urbana.

Figura 41: Mapa da área de inserção da proposta.

Fonte: Google maps, adaptado 2020.

4.3.1 Inserção urbana

A área possui uma localização privilegiada próxima ao centro do bairro, com espaço amplo e Rua que liga o parque à Avenida Nereu Ramos (importante avenida da cidade), possuindo diversos equipamentos em sua proximidade.

Uma área de grande movimento no qual torna o local com grande potencial para inserção da proposta.

Legenda: BR 101

Avenida Nereu Ramos Rua João Manoel Luiz Área de inserção

Região central da cidade

(44)

4.3.2 Sistema viário

Figura 42: Mapa do sistema viário

Fonte: Autora, 2020.

A hierarquia viária presente possui características semelhantes, com predominância de vias coletoras e locais que podem ser acessadas pelas vias arteriais que cortam a cidade longitudinalmente.

Por ser uma cidade de pequeno porte, o sistema viário de Capivari é bastante simples. A maior parte das vias é pavimentada, as vias no entorno do parque eram de estrada de terra, porém estão sendo pavimentadas atualmente.

O bairro pode ser acessado pela via arterial, Rua Manoel Pedro Flor (1) que segue a linha férrea e é conectada ao parque através das coletoras, Rua João Paulo I (2), Rua José João Correa (3), Rua João Manoel Luiz (4) e Rua João José Severino (5).

Legenda: BR101 Vias coletoras Vias locais Área da proposta Vias arteriais

44

(45)

4.3.3 Equipamentos urbanos

Figura 43: Mapa de equipamentos urbanos

Fonte: Autora, 2020.

A cidade possui uma boa infraestrutura de um modo geral, possui sistema de fornecimento de água em toda extensão, tratamento de esgoto, energia elétrica, coleta de lixo passando duas vezes por semana, somente a necessidade de pavimentação de ruas em alguns bairros.

Através de uma análise feita em uma área maior no mapa com raios de abrangência, identifica-se a presença de alguns equipamentos urbanos básicos para atender a necessidade da área. Foram encontrados: creches, foram três (r = 800 m); escolas de ensino fundamental, foram duas (r = 800 m); postos de saúde, foram dois (r = 1,5 km); escola de ensino médio, uma (r = 1,5 km) e praças, foram duas (r = 800 m).

Uma das praças fica localizada junto a Igreja São José no bairro onde será inserido a proposta, mas sem condições de uso, sendo assim, um dos problemas encontrados na área.

Legenda:

Escola de Ensino

Fundamental Creche

Escola de Ensino Médio

Lazer Posto de saúde

(46)

4.3.4 Análise plano diretor

Segundo as leis municipais, o plano diretor teve mudanças no início deste ano. Na área de inserção e seu entorno fica localizado as zonas: ZR2:1, ZR2:2, ZR2:3, ZR2:4, ZR2:7, ZC3:1, ZIH, ZC1:1, ZC2:4, ZUR1:3.

Zona Residencial 2 - ZR2: corresponde às áreas ocupadas ou não do bairro Santo André, bairro Centro, Caçador e áreas de expansão do bairro Santa Lúcia, onde se desenvolve grande parte da malha urbana ocupada, de uso predominantemente residencial, de média densidade, permitindo maior verticalização.

A implantação da ZIH: é parte da área central que engloba um grande número de edificações originárias do processo de ocupação da cidade caracterizando o núcleo urbano com maior expressão histórica e cultural, com interesse de incentivar a preservação das características históricas das edificações e outros elementos urbanísticos existentes. Zona Comercial 1 - ZC1: corresponde à porção que se desenvolve na área central do município, visando a criação de um centro comercial adensado, uso predominante de comércio e serviço de pequeno porte, sendo possível o uso residencial, estimulando-se uma densidade com maior verticalização, permitindo-se ocupação no alinhamento predial.

Zona Comercial 2 - ZC2: corresponde à porção que se desenvolve ao longo da Avenida das Nações Unidas, ao longo da via férrea, nas extensões da Rua do Caçador, Rua João Ernesto Ramos, Rua José Domingos Bittencourt e nas Ruas de acesso a comunidade da Ilhotinha e Cachoeirinha, sendo destinada ao uso predominantemente de comércio e serviço de pequeno e médio porte, sendo possível o uso residencial.

Zona Comercial 3 - ZC3: corresponde à porção que se desenvolve ao longo da via férrea na Avenida Nereu Ramos, entre a Rua Castro Alves e a passagem de nível, próximo à Rua Maria da Silva Alves, mantendo os índices construtivos consolidados, sendo destinada ao uso predominantemente de comércio, serviço de pequeno e médio porte, sendo possível o uso residencial, permitindo-se ocupação no alinhamento predial.

Zona de Uso Restrito 1 - ZUR1: corresponde às áreas que se localizam geralmente no entorno imediato das Áreas de Preservação Permanente e funcionam como áreas de proteção das unidades de conservação, muitas vezes cobertas por vegetação tipo Mata Atlântica ou de Restinga.

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4.3.4 Análise plano diretor

Figura 44: Mapa de zoneamento do plano diretor da cidade.

Fonte: https://leismunicipais.com.br/zoneamento, 2020. Legenda: ZC1 ZR2 ZUR1 ZC2 ZIH

47

As zonas predominantes são de uso Residencial, mas com atividades que complementam a vida cotidiana do bairro.

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4.4 Dimensão Bioclimática

Na análise a seguir, iremos estudar os condicionantes bioclimáticos da região.

Capivari de Baixo é uma cidade com predomínio de relevo plano, um clima mesotérmico úmido com as quatro estações definidas e predomínio do vento nordeste e, no inverno, presença de vento sul.

O bairro analisado está situado em uma região com cota baixa, com locais que possui impermeabilidades. Parte do bairro é desprovido de infraestrutura básica, sem sistema de esgotamento sanitário, drenagem pluvial e limpeza urbana, em vários locais é possível encontrar lixos que são jogados em terrenos vazios e na beira das ruas. O local não possui vegetação nativa ou de grande porte, há apenas presença de vegetação rasteira para criação de gados e alguns pontos com árvores de médio porte não sendo nativas.

Um dos maiores problemas é a Lagoa do Barreiro, área de inserção do projeto, localizada no bairro Três de Maio em meio às residências, originada a partir da extração de argila para olaria e empresa cerâmica da cidade que com passar do tempo o espaço foi sendo preenchido por água da chuva. Hoje em dia o local está totalmente morto, com muito lixo e vegetação, prejudicando a qualidade de vida dos moradores próximos.

O bairro tem como barreira física a BR 101 que possui uma faixa de domínio com 15m onde não pode haver construções, e pode-se perceber uma grande quantidade de edificações irregulares nessa faixa. Além disso, o bairro sofre com os ruídos sonoros provocado pela mesma, afetando a saúde e conforto dos moradores.

Figura 45: Mapa de condicionantes climáticos.

Fonte: Autora, 2020.

(49)

4.5 Dimensão topoceptiva

A participação da população é muito importante no processo de planejamento urbano, pois assim, é possível conhecer os valores e as necessidades daqueles que se beneficiaram com a proposta, como diz Saboya (2014), só é possível se aprofundar nos valores, desejos e prioridades de uma comunidade quando a ouvimos. Com isso, foram realizadas entrevistas com moradores do bairro, a fim de identificar os elementos estruturadores locais para elaboração de diretrizes que condizem com as necessidades do lugar. Análise: Compreender como as pessoas identificam o bairro e entender como as pessoas desejam o parque.

Método: Questionário virtual

Objetivo: Expor perguntas que relatam diferentes formas de parques e praças identificando elementos que estruturam um local e, solicitar que a pessoa indique o que acha bom, ruim e o que sente falta.

Entrevistados: Em torno de 31 moradores de diferentes bairros da cidade.

Forma de aplicação: Primeiramente foi realizada uma introdução sobre o trabalho, esclarecido que um bairro é composto por elementos que valorizam e marcam sua imagem e, que eles proporcionam aos indivíduos formas de se reconhecer e se localizar no bairro.

A partir disso, foi aplicado um questionário com perguntas relacionadas as diferentes formas de composição de um parque e solicitado que a pessoa marcasse, do seu ponto de vista. Também foi questionado com diferentes elementos que compõem um bairro e solicitado que eles indicassem aquilo que sentem falta, como utilizam a rua e os meios de transportes usados, segue as perguntas:

Quais serviços que sente mais falta no bairro? Como que você utiliza a Rua?

Qual meio de locomoção?

O que você deseja para o bairro?

• Parque com desenho diferente? Ou com desenho mais quadriculado?

• Rua para os carros? ou Rua para as pessoas?

Resultados: Um bairro com carência em infraestrutura e planejamento. As resoluções oferecidas mostram que os moradores desejam um local seguro e para as pessoas, onde as ruas sejam para os pedestres, um desenho urbano diferenciado. Notório a falta de qualidade das ruas, os serviços faltantes são áreas de lazer, hospital, iluminação pública, saneamento básico e segurança nas ruas.

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4.5 Dimensão topoceptiva

50

Figuras 46, 47, 48, 49 e 50: Questionários aplicado aos moradores.

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4.6 Dimensão Econômica

Considera aspectos econômicos da cidade, como a infraestrutura da área analisada. Sua infraestrutura urbana é razoável, dotado de equipamentos urbanos, comércios, saneamento, abastecimento de água e favorecido com transporte público. O bairro está inserido na área urbana do município, sendo um pouco mais afastado do centro da cidade. A apropriação do solo deu-se de modo ordenado, porém, informal devido as condições do local e pode ser considerado um bairro em crescente desenvolvimento urbano devido aos espaços livres.

Conforme as estatísticas realizadas em 2010 pelo IBGE, o bairro Três de Maio é o menos populoso da cidade, com 1.588 habitantes.

4.6.1 Cheios x Vazios

O mapa de cheios e vazios apresenta algumas características importantes para área como o uso respeitado e os recuos adequados dos lotes. As ocupações causam um pequeno efeito por se tratarem de pequeno porte.

O local em estudo apresenta um grande vazio com vegetação alta em alguns locais impossibilitando que as pessoas circulem e outro local que é onde possui o lago.

Figura 51: Gráfico da população de Capivari por bairros.

Fonte: IBGE (2010). adaptado.

Figura 52: Mapa de cheios e Vazios

Fonte: Autora, 2020.

Legenda:

Cheios Vazios Área da proposta

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4.7 Dimensão co- presencial

4.7.1 Público x Privado

Figura 53: Mapa público e privado

Fonte: Autora, 2020.

O mapa representativo em relação aos espaços públicos e privados no bairro demostrou uma predominância de espaços de uso privado, correspondendo ao elevado padrão de ocupação do uso do solo, o residencial.

O bairro possui um campo de futebol e uma Igreja, considerados como uso público. Como espaços considerados semiprivados, sendo o centro social e comunitário, porém, com uma praça externa que é de uso público.

Assim, é possível reconhecer que o bairro sofre com a falta de espaços públicos, os moradores quando procuram um espaço para lazer precisam ir para outros locais da cidade, que normalmente são mais distantes. Concluindo, a área de inserção possui grande potencial para um parque urbano.

Legenda: Público Privado Semi- privado Área da proposta

52

Conforme Kohlsdorf (1996), na dimensão co-presencial ”observam-se características configurativas do espaço propícias ou restritivas a encontros sociais não programados, em áreas públicas. Examina-se o desempenho co-presencial dos lugares em função de padrões especiais, vida especial e vida social.”

(53)

4.7 Dimensão co- presencial 4.7.2 Uso do solo

O bairro apresenta predomínio do uso residencial, mas as atividades comercias são mais notórias, sempre há um comércio em meio às residências e esses serviços são marcados por pequenos mercados, padarias, farmácias, loja de roupa, agropecuária, até funilaria e pintura.

É uma área que

apresenta crescente desenvolvimento e com isso, apresenta pouca variação de uso do solo, destinado para residências unifamiliares. Possui alguns vazios e espaços livres para expansão, porém, com a falta de planejamento, ele segue crescendo sem organização e infraestrutura adequada. Legenda: Comercial Misto Lazer Residencial Institucional

Área da proposta Industrial

53

Figura 54: Mapa de uso do solo

(54)

4.8 Dimensão estética

Figuras 55, 56, 57 e 58: Tipos de edificações presentes no bairro.

Fonte: Adaptado, 2020.

A dimensão estética analisa a linguagem arquitetônica da área em estudo, identificando a identidade e originalidade dos componentes.

A área da proposta possui grande maioria das edificações de diferentes estilos e empregam sistema estrutural convencional como: concreto armado, alvenaria, casas de madeira, coberturas com telha cimentícea ou cerâmica.

(55)

4.8.1 Gabaritos

Figura 59: Mapa de gabaritos.

Fonte: Autora, 2020.

Os gabaritos na localidade são, em sua grande maioria, de um ou dois pavimentos, apenas próximo a igreja possui um único prédio de 6 pavimentos.

Analisando o mapa de gabaritos, definimos ele como um gabarito baixo, com pouco predomínio de edificações verticais.

Em relação a área de estudo, com edificações de menor porte, permitirá um melhor aproveitamento do sol e ventos que atingem o recorte.

Legenda: 1 pavimento 2 pavimentos 6 pavimentos

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4.9 Dimensão afetiva

A dimensão afetiva tem como objetivo principal analisar a personalidade local, além de encontrar afetos que estão presentes no meio arquitetônico, pelo qual se mobiliza. Quando encontramos num bairro moradores com o despertar afetivo no meio em que se vive, cria-se uma afinidade entre eles elevando o grau de envolvimento e vitalidade da área.

A partir da análise desta dimensão compreende-se que é necessário uma requalificação do espaço proporcionando condições para o bem estar da população.

Conclui-se que a localidade possui um valor estimado para parte dos moradores pois parte avaliaram o local como grandeza, já uma porcentagem da população avalia o local como frio, indiferente e outros. Observa-se que a falta de investimentos na valorização do espaço público neste local, é evidente.

56

Figuras 60: Questionário aplicado aos moradores.

(57)

4.10 Considerações finais

57

A partir da análise apresentada neste capítulo, podemos identificar as áreas onde hoje necessitam de atuação incluindo a área do projeto.

Na área de intervenção podemos identificar que a lagoa está em degradação, necessitando de uma intervenção a fim de valorizar o lugar.

Através do estudo nos mapas, podemos identificar também que necessita criar novos eixos no entorno para um melhor sistema viário com maior mobilidade.

Por fim, com este estudo vamos gerar as diretrizes projetuais na proposta de intervenção no próximo capítulo.

(58)

5.

Proposta

5.1 Conceito 5.2 Diretrizes projetuais 5.3 Programa de necessidades 5.4 Pré dimensionamento 5.5 Zoneamento 5.6 Implantação 5.7 Croquis esquemáticos

No presente capítulo será apresentado o partido da proposta de um parque urbano. As premissas serão representadas através de conceitos, implantações, croquis e cortes esquemáticos que exibirão as estratégias.

(59)

5.1 Conceito

A Lagoa do Barreiro é considerada o

coração

da proposta, pois trata-se do elemento mais importante do projeto.

O conceito desta proposta foi inspirado na

conexão

das pessoas com a natureza dando vida e tornando o espaço um ambiente de

socialização

, valorizando a área de intervenção.

Moldar o local de modo a torná-lo único e exclusivo para sua localidade, um espaço formado por diversas formas, cores, texturas, desenvolvendo o espaço mais amplo conectando à lagoa, promovendo

atividades

em sua extensão.

O conceito abrangente busca resolver grande parte dos conflitos e problemáticas que ocorrem no local.

59

F o n te : Au to ra , 2020.

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5.2 Diretrizes projetuais

Seguindo as informações apresentadas nos capítulos anteriores associadas às participações populares, foram elaboradas diretrizes que nortearão a elaboração do projeto urbano.

• Conceber um parque conforme as características locais;

• Criar um local onde as pessoas possam se divertir;

• Propor espaço urbano multifuncional, com variedade de usos, tornando o parque vivo e com fácil acesso aos serviços oferecidos;

• Oferecer espaços públicos atraentes com segurança, promovendo mais opções de lazer e cultura;

• Desestimular o uso do transporte individual, valorizando pedestres, ciclistas e transporte público;

• Inserir equipamentos urbanos;

• Implantar estratégias sustentáveis e racionalizar o uso de recursos naturais;

• Fortalecer o senso de comunidade, através do parque.

5.3 Programa de necessidades

Com base nas entrevistas e visitas na área do projeto foi elaborado o programa de necessidades do parque:

1. ATIVIDADES • Academia • Playground • Mesa de Jogos • Quadras poliesportivas • Pista de skate • Pedalinho

• Área para cachorros • Espaço multiuso 2. CONEXÃO • Pista de caminhada • Ciclovia • Bicicletário • Posto de segurança • Lanchonetes 3. SOCIAL • Quiosques • Lagoa • Jardim frutífero • Área gramada • Horta comunitária

60

Referências

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