• Nenhum resultado encontrado

Minicurso: Algumas generalizaçoes do Teorema: A soma dos ângulos internos de um triângulo no plano é π - (Versão preliminar e incompleta)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Minicurso: Algumas generalizaçoes do Teorema: A soma dos ângulos internos de um triângulo no plano é π - (Versão preliminar e incompleta)"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

Minicurso: Algumas generaliza¸coes do Teorema:

“A soma dos ˆangulos internos de um triˆangulo no

plano ´e π” -

(Vers˜ao preliminar e incompleta)

Ryuichi Fukuoka: DMA-UEM

18 de outubro de 2006

1

Introdu¸c˜

ao

Comecemos com um exemplo para ilustrar o tema do nosso mini-curso. Mais tarde formalizaremos as id´eias expostas nesta se¸c˜ao.

Imagine que vocˆe est´a em um bal˜ao, sobrevoando um parque que possui um lago em seu centro (Vide figura 1). Sua margem ´e uma curva fechada e simples. L´a embaixo vocˆe nota um sujeito com um enorme sombrero mexicano, caminhando pela pista que circunda o lago. Existe uma enorme seta desenhada no sombrero, que est´a apontando para a frente. Ele sempre anda para a frente, no sentido anti-hor´ario. O tempo passa e vocˆe se d´a conta que o sujeito acaba de dar uma volta no parque. Com isso demonstramos que a soma dos ˆangulos internos de um triˆangulo ´e π...

O que uma coisa tem a ver com a outra? O entendimento deste fato nos levar´a `a nossa primeira generaliza¸c˜ao a respeito do teorema sobre a soma interna dos ˆangulos de um triˆangulo no plano.

Suponha, por simplicidade, que a pista tenha formato de uma circunferˆencia. Por conveniˆencia, coloque a pista em um plano cartesiano, com o centro na origem e raio r. Suponha que o nosso mexicano comece a sua caminhada no ponto (r, 0). Podemos identificar a seta no sombrero mexicano com o vetor (0, 1). A medida que o mexicano vai caminhando no sentido anti-hor´ario, a seta vai se inclinando e apontando para a esquerda, at´e que o nosso amigo chega no ponto (0, r). Nesse ponto, a seta no chap´eu do mexicano pode ser identificado com o vetor (−1, 0). A viagem prossegue no sentido anti-hor´ario, at´e que no ponto (−r, 0), a seta do sombrero pode ser identificada com o vetor (0, −1). Observe

(2)

Figura 1:

que depois de dar uma volta completa, a seta no sombrero do mexicano pode ser novamente identificado com o vetor (1, 0), mas durante a viagem, a seta deu uma volta no sentido anti-hor´ario. Em outras palavras, se identificarmos a seta a um vetor unit´ario e o colocarmos no ciclo trigonom´etrico, esse vetor ter´a completado uma volta de 2π radianos.

Afirma¸c˜ao: Se o mexicano anda no sentido anti-hor´ario de uma curva fe-chada e simples C que possui uma reta tangente em todos os seus pontos, ent˜ao a rota¸c˜ao total da seta ser´a de 2π radianos: De fato, podemos deformar C gradualmente, atrav´es de uma fam´ılia de curvas fechadas e simples com uma reta tangente em todos os pontos, at´e C virar uma circunferˆencia (vide figura ???). Pe¸ca para o mexicano dar uma volta em cada uma dessas curvas, sempre no sentido anti-hor´ario e com a seta voltada para frente (como no exemplo do lago). J´a notamos que na circunferˆencia, a seta completar´a uma rota¸c˜ao de 2π radianos. Al´em disso, em cada uma das curvas, a seta completar´a uma rota¸c˜ao que ´e m´ultiplo de 2π (omitiremos o termo radianos daqui em diante). Mas a deforma¸c˜ao das curvas se d´a de modo gradual. Portanto, em todas as curvas da fam´ılia, a seta completar´a uma rota¸c˜ao de 2π.

(3)

disso, definamos pol´ıgono: Um pol´ıgono ´e uma seq¨uˆencia finita de segmentos de reta tal que as extremidades est˜ao identificadas, formando uma curva fechada e simples (vide figura ???). Nos pontos onde as extremidades dos segmentos se identificam, podemos definir um ˆangulo externo, conforme mostra a figura ???. Parametrize o pol´ıgono de modo “anti-hor´ario”. O ˆangulo externo de um v´ertice ´e o ˆangulo formado entre vetor que “incide no v´ertice” e o vetor que “sai do v´ertice”.

Tome uma circunferˆencia C e um triˆangulo T . Chame os v´etices do triˆangulo de V1, V2 e V3. Vocˆe pode imaginar uma circunferˆencia se deformando at´e se

transformar em um triˆangulo (vide figura ???). Se o mexicano caminha no sentido anti-hor´ario de cada curva da deforma¸c˜ao, observamos que a varia¸c˜ao angular total da seta do sombrero ´e sempre 2π. Pela figura ??? podemos perceber que a soma dos ˆangulos externos α1, α2 e α3 coincide com a varia¸c˜ao

angular da seta do sombrero, que ´e 2π. Com isso, mostramos que a soma dos ˆangulos externos de um triˆangulo ´e 2π. Mas observe que o a soma do ˆangulo interno βide um v´ertice Vi com o respectivo ˆangulo externo αi ´e igual a π para

i = 1, 2, 3. Da´ı temos que

2π = 3 X i=1 βi= 3 X i=1 (π − αi) = 3π − 3 X i=1 αi 3 X i=1 αi= π

que ´e o teorema cl´assico da soma dos ˆangulos internos de um triˆangulo. Seja P um pol´ıgono qualquer, cujos v´ertices ser˜ao indicados por V1, . . . , Vk e

os respectivos ˆangulos externos por α1, . . . , αk. Podemos deformar uma

circun-ferˆencia at´e obtermos P , de maneira an´aloga ao que foi feito com o triˆangulo. Al´em disso, podemos mostrar, do mesmo modo, que a soma dos ˆangulos ex-ternos de um pol´ıgono ´e igual a 2π. Se β1, . . . , βk s˜ao os ˆangulos internos dos

v´ertices, temos que

k X i=1 βi= k X i=1 π − αi= (k − 2)π,

que ´e a f´ormula da soma dos ˆangulos internos de um pol´ıgono de k lados. Com isso conclu´ımos que o teorema sobre a soma dos ˆangulos internos de um pol´ıgono se expressa mais naturalmente como um teorema sobre a soma dos ˆangulos externos de um pol´ıgono.

Na pr´oxima se¸c˜ao, formalizaremos aquilo que foi feito intuitivamente nesta se¸c˜ao.

(4)

2

Formaliza¸c˜

ao das id´

eias da Se¸c˜

ao 1.

Nesta se¸c˜ao, formalizaremos as id´eias expostas na se¸c˜ao anterior.

Defini¸c˜ao 2.1 Uma curva planar ´e uma fun¸c˜ao f : I → R2, onde I ´e um

intervalo (aberto, fechado, semi-fechado ou inclusive o pr´oprio R). Dizemos que f ´e regular, se f for diferenci´avel e se f0(t) 6= (0, 0) para todo t ∈ I.

Observa¸c˜ao 2.2 Recordamos que a no¸c˜ao de diferenciabilidade de f na

fron-teira a de um intervalo [a, b) ´e dado pela existˆencia de uma extens˜ao diferenci´avel

˜

f : (a−ε, b) → R2de f , ou seja, ˜f ´e uma fun¸c˜ao diferenci´avel tal que ˜f (t) = f (t)

para todo t ∈ [a, b). A no¸c˜ao de regularidade em a se define da mesma maneira.

Observa¸c˜ao 2.3 Dada uma curva planar f : I → R2, ela pode ser vista como

a trajet´oria de uma part´ıcula ao longo do intervalo de tempo I. Neste contexto, f0(t) pode ser vista como o vetor velocidade `a curva no ponto f (t). Em particular

f0(t) ´e paralelo `a reta tangente da curva no ponto f (t) (vide figura).

Defini¸c˜ao 2.4 A imagem de uma curva f ´e denominada o tra¸co de f . Exemplo 2.5 Considere a curva f : R → R2 definida por f (t) = (cos t, sen t).

Primeiramente observe que a curva ´e regular, pois kf0(t)k ≡ 1, onde k · k ´e a

norma do vetor. Al´em disso, note que o seu tra¸co ´e a circunferˆencia de raio unit´ario no plano centrado na origem (Exerc´ıcio).

Teorema 2.6 Seja f : I → R uma curva regular. Ent˜ao existe um intervalo

J ∈ R e uma fun¸c˜ao diferenci´avel h : J → I tal que k(f ◦ h)0(s)k = 1 para todo

s ∈ J.

Defini¸c˜ao 2.7 Dizemos que uma curva f : J → R est´a parametrizada por

comprimento de arco se kf0(s)k = 1 para todo s ∈ J.

Observa¸c˜ao 2.8 Lembre-se que se considerarmos I como a vari´avel tempo e f

como a fun¸c˜ao trajet´oria, o teorema 2.6 diz simplesmente que podemos percorrer o tra¸co de f com velocidade 1.

Daqui em diante, sempre que utilizarmos o intervalo J, estar´a impl´ıcito que estaremos utilizando a parametriza¸c˜ao por comprimento de arco.

Considere uma curva f = (f1, f2) : J → R2, onde (f1, f2) ´e a decomposi¸c˜ao

de f em coordenadas. (f0

1, f20) ´e o campo de vetores tangente ao longo de f .

Temos duas escolhas para o vetor normal unit´ario a f : (f0

2, −f10) e (−f20, f10).

(5)

Defini¸c˜ao 2.9 Dizemos que uma curva f : [a, b] → R2´e fechada e simples se f (x) = f (y) se e somente se      x = y ou {x, y} = {a, b}     .

Al´em disso, dizemos que uma curva fechada e simples f : I → R2 ´e regular se

f ´e regular e f0(a) = f0(b). Uma curva fechada e simples e regular ´e k vezes

diferenci´avel (ou deriv´avel) se f ´e k vezes diferenci´avel e al´em disso f(i)(a) =

f(i)(b) para 1 ≤ i ≤ k.

Estaremos estudando freq¨uentemente curvas regulares simples e fechadas, e neste caso, escolheremos f de modo escolheremos .

Defini¸c˜ao 2.10

Observe que mudamos um pouco a linguagem em rela¸c˜ao `a Se¸c˜ao 1. O que cham´avamos de curva na Se¸c˜ao 1 ´e o tra¸co de uma curva, sendo que uma curva ´e uma fun¸c˜ao de I em R2por defini¸c˜ao. Isso n˜ao trar´a confus˜ao, pois os objetos

matem´aticos que definiremos para uma curva ser˜ao corresponder˜ao `a objetos an´alogos definidos no tra¸co de uma curva.

Considere uma curva

??? curvatura de uma curva ???

??? curvatura como medida de varia¸c˜ao angular ???

??? Teorema de Gauss-Bonnet para curvas fechadas simples ???

3

Poliedros bidimensionais

Comecemos pela defini¸c˜ao de pol´ıgono:

Defini¸c˜ao 3.1 Uma linha poligonal ´e uma seq¨uˆencia de segmentos de reta no

plano, com a extremidade de um segmento ligado a uma extremidade do seg-mento posterior, de modo que a uni˜ao dos segseg-mentos formam uma linha que-brada no plano. Um pol´ıgono ´e a regi˜ao limitada por uma linha poligonal fechada que n˜ao se auto intercepta (o pol´ıgono inclui a linha poligonal). Os pontos da linha poligonal que formam ˆangulos s˜ao chamados de v´ertices do pol´ıgono. Cada segmento da linha poligonal ´e chamada de aresta do pol´ıgono.

Defini¸c˜ao 3.2 Um poliedro Π ´e um subconjunto de R3 tal que:

1. Π pode ser escrito como uma uni˜ao ∪n

i=1Pi de pol´ıgonos.

2. Dois pol´ıgonos Pj e Pks˜ao disjuntos ou eles se interceptam em uma aresta

(6)

4

Uma no¸c˜

ao do Teorema de Gauss Bonnet para

superf´ıcies fechadas

Referências

Documentos relacionados

São por demais conhecidas as dificuldades de se incorporar a Amazônia à dinâmica de desenvolvimento nacional, ora por culpa do modelo estabelecido, ora pela falta de tecnologia ou

Chora Peito Chora Joao Bosco e Vinicius 000 / 001.. Chão De Giz Camila e

•   O  material  a  seguir  consiste  de  adaptações  e  extensões  dos  originais  gentilmente  cedidos  pelo 

(v) na data deste Edital, não há qualquer contrato, pré-contrato, opção, carta de intenção ou qualquer outro ato jurídico entre a Ofertante ou Pessoas Vinculadas e

Para o Planeta Orgânico (2010), o crescimento da agricultura orgânica no Brasil e na América Latina dependerá, entre outros fatores, de uma legislação eficiente

Ocorre que, passados quase sete anos da publicação da Lei n o  12.651/2012 e pacificadas as discussões sobre a sua aplicação, emendas a uma medida provisória em tramitação

The provisional measure addresses the necessary extension of the deadline for entry into the Environmental Regularization Program (PRA), but also contains amendments that aim

um dos casos em que se mantiveram determinados turnos que completam 24 (vinte e quatro) horas de trabalho por dia. Essa situação se explica, para nós, por sua