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Lei de Acesso à Informação: análise da sua aplicação nos municípios da Baixada Fluminense-RJ

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CURSO DE ARQUIVOLOGIA

MARIANA REIS DE OLIVEIRA

Lei de Acesso à Informação:

análise da sua aplicação nos

municípios da Baixada

Fluminense-RJ

Niterói 2013

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CURSO DE ARQUIVOLOGIA

MARIANA REIS DE OLIVEIRA

Lei de Acesso à Informação: análise da sua aplicação nos

municípios da Baixada Fluminense-RJ

NITERÓI 2013

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Lei de Acesso à Informação: análise da sua aplicação nos

municípios da Baixada Fluminense-RJ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação de Arquivologia da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Título de Arquivista.

Orientador: Alexandre de Sousa Costa

NITERÓI 2013

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O48 Oliveira, Mariana Reis de.

Lei de Acesso à Informação: análise de sua aplicação nos municípios da Baixada Fluminense-RJ/ Mariana Reis de Oliveira. –Niterói, 2013.

61f.

Orientador: Alexandre de Sousa Costa

Trabalho de Conclusão de Curso II (Graduação em Arquivologia) – Universidade Federal Fluminense – UFF.

1. Lei de Acesso à Informação. 2. Sites Oficiais. 3. Baixada Fluminense. 4. Arquivos. I. Costa, Alexandre de Sousa (orient.). II. Universidade Federal Fluminense.

Instituto de Artes e Comunicação Social. III. Título.

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Lei de Acesso à Informação: análise de sua aplicação nos municípios da

Baixada Fluminense-RJ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação de Arquivologia da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Título de Arquivista.

Aprovado em de 2013.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________________________ Professor Alexandre de Sousa Costa – Orientador

Universidade Federal Fluminense

_________________________________________________________________________ Professora Marcia Heloisa Tavares de Figueredo Lima

Universidade Federal Fluminense

_________________________________________________________________________ Professor Eduardo Ismael Murguia

Universidade Federal Fluminense

NITERÓI 2013

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Ao meu Senhor Deus e Pai e Salvador. À minha mãe Arislene, à minha irmã e amiga Sueli, às minhas amigas e ao meu amor Jean.

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de graduação. E pelos momentos difíceis, pois em tudo me fez crescer e amadurecer como ser humano, me tornou capaz de lutar e alcançar esta vitória.

Agradeço a minha mãe Arislene, que desde sempre me ajudou em tudo o que foi possível e impossível. Agradeço aos meus queridos amigos e colegas de curso Vanessa Marchon, Thainá Alfradique, Jéssica Justino, Rosália Barrozo, Maira Araújo e Wellington Freire que cooperaram com meu desenvolvimento acadêmico, profissional e pessoal.

Às minhas amigas e irmãs Aline Hermínia, Sueli da Silva e Gabriela Rodrigues agradeço pelas contribuições, apoio e amizade que foram muito importantes neste trabalho e em minha vida.

Agradeço aos meus irmãos e amigos queridos que me apoiaram e perseveraram em oração e força para que eu pudesse vencer esta batalha. E também agradeço a todos os excelentes professores com quem que tive o privilégio de aprender e conviver nestes últimos anos. E em especial agradeço ao Professor e Orientador Alexandre de Sousa que explorou todas as minhas habilidades e me ajudou em tudo.

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“não passará esta geração sem que todas essas coisas aconteçam.”

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A partir dos conceitos veremos sobre direito à informação, política de acesso à informação e outros, daremos partida a nossa pesquisa. Esta que terá como parâmetro a recente legislação aprovada entre 2011 e 2012. Analisaremos os sítios eletrônicos oficias das prefeituras municipais de parte região metropolitana do Rio de Janeiro, a saber, a Baixada Fluminense. Antes de embarcarmos na pesquisa apresentaremos o contexto histórico da formação da Baixada Fluminense, levando em consideração a riqueza de fontes de informação e a necessidade de investimentos na área de políticas de acesso à informação.

Palavras-chaves: Política de Acesso à informação, Lei de Acesso à Informação, Baixada

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From the concepts we will see on the right to information, political access and other information, we will start our search. This will have as a parameter the recent legislation passed between 2011 and 2012. Analyze the electronic sites of official municipal governments of the metropolitan region of Rio de Janeiro, namely the Baixada Fluminense. Before embarking on the research present the historical context of the formation of the Baixada Fluminense, considering the wealth of information sources and the need for investments in the area of information access policies.

Keywords: Policy Access to information, Access to Information Act, Baixada Fluminense and files, electronic sites official.

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1. INTRODUÇÃO...12

2. CONCEITOS IMPORTANTES NA ABORDAGEM SOBRE POLÍTICAS DE ACESSO À INFORMAÇÃO...14

2.1 Direito à informação...14

2.2 Cidadania e democracia...15

2.3 Transparência governamental e políticas públicas...17

2.4 Governo Eletrônico...20

2.5 Políticas Públicas de acesso à informação...23

3. METOLOGIA APLICADA...27

3.1Analise geral da Lei de Acesso à Informação e o seu Decreto nº 7.724/2012.27 3.1.1 Lei de Acesso à Informação nº 12.527, 18 de novembro de 2011...28

3.1.2 Decreto n 7.724, de 16 de maio de 2012...34

3.2 Acesso à informação e a Baixada Fluminense...35

3.2.1 Baixada Fluminense: Contexto Histórico...36

3.2.1.1 Abertura de caminhos do ouro mineiro para a cidade carioca...36

3.2.1.2 A região do Iguaçu...38

3.2.1.3 Baixada Fluminense: século XX...40

3.2.2 Lei de Acesso à Informação, demandas e perspectivas de impactos Positivos...42

3.3 Coleta de dados...43

4. RESULTADOS...45

4.1 Análise dos sítios eletrônicos das prefeituras municipais da Baixada e a Lei de Acesso à Informação nº12. 527/11 e Decreto nº7. 724/12...45

4.2 Análise dos Sítios eletrônicos das Prefeituras municipais da Baixada Fluminense conforme a Lei nº 12.527 de 18 de novembro de 2011...46

4.3 Análise dos Sítios eletrônicos das Prefeituras municipais da Baixada Fluminense, conforme o Decreto 7.724 de 16 de maio de 2012...48

4.4 Outras observações sobre a pesquisa dos sites e a existência de arquivos na região...50

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...53

REFERÊNCIAS...55

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1. INTRODUÇÃO

A partir da Modernidade a informação apresentou-se como um instrumento relevante na execução dos direitos de uma sociedade. Ao longo da história arquivística observamos diversas dificuldades encontradas para que se chegasse ao entendimento da importância de uma gestão e de políticas que garantissem o cumprimento do direito universal, dos interesses administrativos e da fiscalização do governo.

Nos últimos três anos, tivemos marcos importante na legislação brasileira quanto o acesso à informação, a fundamentação e a garantia deste direito fizeram parte das transformações políticas em nosso país. Através do Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012, entrou em vigor a Lei de Acesso Informação n º 12.527, de 18 de Novembro de 2011, que responsabiliza as instituições municipais, estaduais e federais a divulgar e dar acesso às informações. Estes documentos legais compreendem o direito à informação, tanto em caráter coletivo, quanto individual.

Abordaremos quais providências as instituições estão adotando para atender as exigências da Lei de Acesso à Informação. Além disso, paralelamente a questão em analise, queremos averiguar a existência de arquivos na região. Entendendo como uma justificativa que o arquivo enquanto instituição é uma das melhores unidades de informação para centralizar os registros de sociedade. E um arquivo municipal representa a identidade e a memória do desenvolvimento social, política, cultural e econômico de uma cidade.

Esta pesquisa tem por objetivo colher dados das prefeituras municipais da Baixada Fluminense referente às ações para o acesso à informação delimitada pela legislação em vigor. De acordo com o Artigo 1º da Lei nº 12.527/11, todas as diretrizes apontadas por esta devem fazer parte das atividades das agendas políticas da União, Estados, Distrito Federal e Municípios para garantia do acesso às informações.

Realizaremos uma pesquisa nos sites oficiais das prefeituras municipais da Baixada Fluminense. Como está no Artigo 8º §2º da Lei nº 12.527/11, todas as instituições públicas devem divulgar as informações que lhe conferem em sítios eletrônicos oficiais na internet. Reformulamos alguns pontos de analise em nossa pesquisa a partir dos critérios estabelecidos pela lei.

Segundo os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) obtidos na última pesquisa realizada em 2010, todos os municípios desta região se adequaram as condições para nosso estudo e se excluem da situação descrita no Artigo 8º § 4º, da Lei de

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Acesso que determina os municípios com menos de 10.000 habitantes estão isentos da obrigação de criar e manter sítios eletrônicos oficiais.

Esta pesquisa não tem intenção a apontar erros ou dificuldades, somente à obtenção de dados para implementação de projetos que auxiliem a gestão de uma política de acesso à informação nos municípios da Baixada Fluminense. Este visa também não só a colaboração com seus representantes políticos, mas também da própria população, para que, ao ensejar através das informações divulgadas, cada município possa ter maior visibilidade tanto disponibilizar internamente, quanto externamente sobre a sua cultura, historia e produção de conhecimento.

Antes de partimos à pesquisa, apresentaremos no primeiro capítulo alguns conceitos necessários, como direito à informação, cidadania e democracia, transparência governamental e políticas públicas de informação, Governo Eletrônico e Políticas de Acesso à informação. No segundo capítulo discutiremos sobre a Lei de Acesso à Informação nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 enfatizando os principais procedimentos legais quanto ao tema proposto e o Decreto nº 7.724, 16 de maio de 2012 em complemento à primeira. No capítulo terceiro apresentaremos o contexto histórico da formação da Baixada Fluminense, com a abertura dos caminhos para o transporte do ouro na região até o Rio de Janeiro no período entre os séculos XVII e XVIII. Também a região do Iguaçu entre os séculos XVIII e XIX, com o transporte das cargas através dos rios da Baixada Fluminense, o desenvolvimento de Iguaçu, os vários desmembramentos de seu território culminando em seu declínio econômico e político. Ainda sobre a formação dos municípios apresentaremos um recorte temporal com algumas décadas do século XX. No ultimo capítulo daremos partida em nossa pesquisa, compilamos os artigos e incisos da legislação em vigor sobre o acesso à informação em uma seção específica para o nosso primeiro objeto de analise, que repetindo os sítios eletrônicos oficiais das prefeituras dos municípios da Baixada Fluminense. E uma breve apresentação do Arquivo da Cúria Diocesana de Nova Iguaçu, o qual se presume, ser o único arquivo oficialmente conhecido desta região, indo de encontro ao segundo objeto em questão, a existência dos arquivos municipais e sua visibilidade. Por fim estarão a análise dos dados colhidos nos sites e outra pesquisa online realizada nas redes sociais das prefeituras a fim de questionar a existência de serviços arquivísticos em cada município da Região, considerando como possível entrevistado tanto um representante político do governo ou um cidadão comum. Começaremos o primeiro capítulo com os conceitos que foram essenciais para a construção da pesquisa.

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2. CONCEITOS IMPORTANTES NA ABORDAGEM SOBRE POLÍTICAS DE ACESSO À INFORMAÇÃO.

2.1 Direito à informação

Para tratarmos sobre o acesso à informação, não podemos deixar de discutir sobre o direito à informação que fora evidenciada na Revolução Francesa, quando assim se institui o arquivo nacional como marco central na construção de uma identidade nacional e a de transformações políticas e sociais que refletiriam em vários outros países ao longo dos anos.

A noção de direito à informação encontra-se esboçada já no art. 19 da Declaração Universal dos Direitos do Homem, fruto da Revolução Francesa. No Estado liberal do século XIX, a informação ainda carecia de relevância jurídica. A proteção constitucional destinava-se à conduta capaz de gerar informação. A liberdade era garantida com a simples proibição de censura prévia. O que se protegia, portanto, era a liberdade de expressão e de informação. E assim se fazia não por sua importância política, reconhecida sem dúvida pelo Estado liberal, mas sua importância civil, como meio de auto-expressão e desenvolvimento da personalidade individual, como um apoio através do qual se manifestam de forma pacífica os desacordos, como instrumento, enfim, de tolerância (JARDIM, 1999, p.2).

Após a Segunda Guerra Mundial, a discussão sobre o direito à informação ganha maiores relevâncias, especialmente na construção de uma relação Estado e cidadão para o exercício de uma cidadania e do respeito a este estatuto. Como afirma alguns autores:

[...] a inserção/configuração do ser humano como cidadão na fruição das oportunidades que lhe dá a cidade e o Estado em que vive por isso a temática do direito de acesso, como manifestação do direito à informação, ganha relevo. (LIMA et. al., 2012).

O direito à informação pressupõe como definição o acesso às informações pertinentes a administração do Estado e sobre o país como afirmam os autores:

Por direito à informação entende-se aqui um leque relativamente amplo de princípios legais que visam assegurar que qualquer pessoa ou organização tenha acesso a dados sobre si mesma, que tenham sido coletados e estejam armazenados em arquivos e bancos de dados governamentais e privados, bem como o acesso a qualquer informação sobre o próprio governo, a administração pública e o país, ressalvados o direito à privacidade, o sigilo comercial e os segredos governamentais previstos em lei (CEPIK apud LIMA et. Al., 2012).

Segundo Jardim (1999, p.3) no Brasil este direito começa ser demarcado legalmente na constituição de 1988, mas só através da Lei 8.159 de 8 de janeiro de 1991, que este ponto

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irá ser ressaltado ao se tratar do acesso e sigilo dos arquivos públicos. Logo após o Decreto nº 2.134/1997 as classificações dos graus de sigilo são delimitadas.

Ainda em relação ao direito à informação o autor afirma:

[...] os aparelhos de Estado devem, portanto, comunicar suas atividades e o impacto que estas produzem na sociedade civil, à qual, por sua vez, deve ter assegurado o livre acesso a tais informações [...] (JARDIM,1999, p.2). O cidadão deve assim ter o acesso às informações pertinentes a sociedade como parte ativa na relação com o Estado, principalmente, na participação das decisões e os rumos de um país. Estes atores precisam interagir para que as questões públicas sejam discutidas e todas as ações administrativas do Estado sejam gerenciadas.

Deste modo, entendemos que a essência deste direito assume o papel intermediador na aproximação do Estado e da sociedade, sobretudo na inserção do cidadão no ambiente político. O direito à informação está diretamente ligado à questão do exercício da democracia e da cidadania.

2.2 Cidadania e democracia

Quando falamos em cidadania e democracia tratamos de dois conceitos diferentes, mas que relacionam entre si, conforme Souky (2005, p. 40) a “cidadania não é sinônimo de democracia, pois, embora guardem nexos estreitos entre si, esses dois conceitos revelam amplitudes diferentes”. Para o autor cidadania se define primeiramente como uma atividade cívica, mas, além disso, ele aponta outra à característica fundamental a “de pertencimento a uma comunidade cívica, ambas contempladas no estudo de Marshall”. (CARVALHO apud SOUKY, 2006, p. 41).

Do ponto de vista de Sanchez (2003, p. 89) sobre a democracia “Os teóricos da Democracia Deliberativa, por exemplo, tentam estabelecer mais amplos e mais diretos mecanismos de participação dos cidadãos na busca de uma maior legitimidade nas tomadas de decisões”. Ou seja, a verdade que se estabelece nesta corrente é a participação ativa da sociedade nas questões políticas e administrativas do governo.

Nesta mesma linear Gomes e Boff afirmam que tal conceito se efetiva com a participação política, porém não somente no sentido passivo de receber as informações, mas de ter participação nas discussões políticas de forma direita sem interferências de terceiros nos discursos governamentais. Em outras palavras, a comunicação direta entre o Estado e o cidadão para que não haja distorções das informações. Nesse sentido, Gomes faz uma crítica

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acerca das informações do âmbito político que passam pelos meios de comunicação em massa, intermediando a relação destes dois atores. Ao passo que o cidadão se ver fora do ambiente político, quando na verdade deveria estar envolvido diretamente na resolução das questões.

[...] a política contemporânea aparece, em grande parte da literatura que trata da relação entre os novos meios de comunicação e a política, como incapaz de satisfazer os requisitos da democracia em seu sentido mais próprio. E o fenômeno mais comumente identificado como em estreita relação ao déficit democrático contemporâneo é, em geral, designado pelo verbete “participação política”. [...] a uns bastaria que a população votasse e fosse politicamente bem informada enquanto a outros seria necessário, ademais, que o cidadão tivesse oportunidades de deliberação no que se refere às políticas adotadas pelo Estado. (GOMES, 2005, p.3-4).

Boff (2009) conclama: “Importa, pois, democratizar a democracia” e ainda, enfatiza: “Quanto mais as pessoas participam em todos os níveis imagináveis, mais igualitárias se fazem, sem perder sua singularidade. A participação supõe a partilha, a troca, a cooperação, o diálogo, o aprendizado recíproco, a busca de convergências.” (apud MALIN e SÁ, 2012, p. 8).

Os conceitos de democracia e cidadania se relacionam no momento em que ocorre a participação ativa do cidadão nas questões políticas, quando ele exerce uma atividade política, que é uma das definições da cidadania como vimos anteriormente. Quanto à democracia o indivíduo pode argumentar e interferir nas decisões, pois bem conhece as informações obtidas diretamente do Estado. Uma das formas mais cabíveis e que propiciam a comunicação direta e sem interferências, é adoção de medidas por parte do governo para que se alcance a transparência de suas atividades e por fim dando a acesso às informações aos membros da sociedade.

O direito à informação não é mais visto como simples liberdade de externar pensamento, de expressar-se, mas sim como um direito fundamental de participação da sociedade, revestindo-se ou traduzindo-se em três camadas: no direito de informar (de veicular informação), no direito de ser informado (de receber informações) e de se informar (de recolher informações), consistindo desta forma, a base para a democracia. (LIMA et. al., 2012).

Bucy e Gregson (apud GOMES, 2005, p. 2-3) afirmam que para atender as características de uma verdadeira democracia e que está torne efetiva a participação política do cidadão, é preciso que se atendam algumas condições básicas:

a) um volume adequado de conhecimento político estrutural e circunstancial, um estoque apropriado de informações não-distorcidas e relevantes, suficientes para habilitar o cidadão a níveis adequados de compreensão de

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questões, argumentos, posições e matérias relativas aos negócios públicos e ao jogo político;

b) possibilidade, dada aos cidadãos, de acesso a debates públicos já começados e possibilidade de iniciar novos debates desta natureza, onde a cidadania deveria exercitar a oportunidade de envolver-se em contraposições argumentativas, de desenvolver os seus próprios argumentos, de envolver-se em procedimentos deliberativos no interior dos quais pode formar a própria opinião e decisão políticas;

c) meios e oportunidades de participação em instituições democráticas ou em grupos de pressão - mediante ações como voto, afiliação, comparecimento a eventos políticos ou através de outras atividades políticas nacionais ou locais;

d) habilitação para e oportunidades eficazes de comunicação da esfera civil com os seus representantes (em nível local, nacional ou internacional) e para deles cobrar explicações e prestação de conta.

Em suma, o cidadão precisa está provido das informações pertinentes às discussões políticas de forma clara e objetiva. E este tenha acesso direto aos debates sobre tais questões, participando com argumentos e deliberando em meio às decisões. O acesso à informação proporciona o conhecimento para que seja estabelecida a comunicação entre o Estado e o cidadão. Para isso esta relação deverá ser transparente no sentido que estas informações alcancem o cidadão e sejam alcançadas por ele num exercício de sua cidadania.

2.3 Transparência governamental e políticas públicas de informação.

Nos últimos anos houve crescente discussão sobre a transparência das ações governamentais. O cidadão aos poucos buscou estar a par das informações que são de grande importância para o exercício de seus direitos. Alguns autores afirmam que esta situação se promove a partir do ensejo de uma efetiva democracia. Após a ditadura militar, mesmo com a constituição de 1988, ainda não se estabelecia com êxito, pois para tal objetivo demandava políticas que propusessem a prática do que foi preconizado na constituição quanto ao acesso às informações.

Do ponto de vista jurídico, apesar dos dispositivos legais favorecidos pelos princípios da Constituição de 1988, a ausência de políticas públicas de informação limita significadamente as possibilidades de acesso do cidadão à informação governamental (JARDIM, 1999, p. 24).

Debasch (apud JARDIM, 1999, p.56) ressalta três características quanto à ideia de transparência, que claramente nos fazem entender quais conceitos demarcam o sentido

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democrático e de cidadania na relação entre o Estado e sociedade. A primeira esta relacionada ao direito de saber que se define pelo cidadão deve ter garantida a ciência das atuações da Administração pública, a segunda diz respeito a direito ao controle, que é o direito que todo cidadão tem de controlar e certificar a legalidade das ações do governo e por terceira característica refere-se ao direito do cidadão de ser atuante também no ambiente da administração governamental.

Esses aspectos nos levam entender que os direitos só poderão ser possíveis, quando se criar as possibilidades de acesso aos documentos e arquivos que detêm as informações sobre o funcionamento e regularidade da administração. Para isso será necessário estabelecer mecanismos e instrumentos legais na garantia deste acesso, além do efetivo cumprimento desta demanda.

Segundo Jardim (1999, p.60) confirma que um modelo favorável para uma real democracia e controle sobre as ações administrativas de um governo abarca uma comunicação, uma abertura de diálogo entre Estado e sociedade assim. E ainda apresenta em contrapartida um modelo de administração que tem sobre os cidadãos, onde neste obtêm as informações necessárias a sua atividade, porém dissipando a possibilidade de um dialogo, de uma interação de maneira em que a sociedade possa também obter desta as informações que lhe cabem como cidadão.

Quando o direito à informação não adquire maior possibilidade de transparência ela é limitada por uma confidencialidade privilegiando as administrações, o que torna necessário uma legislação regulamentadora, essencial na questão dos prazos dos sigilos e das classificações de restrição dos arquivos. Além disso, que ofereça condições jurídicas necessárias para promover a participação da sociedade nas decisões que vão certamente afetar seu cotidiano.

Chevalier (apud JARDIM, 1999, p.71) afirma que o acesso às informações se torna restrito quando os procedimentos se mostram intrincados e complexos para parte dos órgãos gestores ou detentores de informação. Só uma parcela da sociedade seria beneficiada: aqueles que dotassem de informações e conhecimentos prévios sobre as rotinas administrativas e burocracias. Quando falamos em igualdade entre os usuários no ambiente público não negamos a existência de diferentes tipos inseridos em classes em que há uma organização e domínio sobre instrumentos que viabilizem o acesso privilegiado às informações que lhe interessam, devido ao seu maior envolvimento como profissional e suas pesquisas. Porém há outra situação parte deste publico conforme afirma o autor tem pouca familiaridade no que

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refere à administração pública e suas rotinas. E por muitas das vezes ignoram seus direitos por tal complexidade no acesso efetiva a informação de seu interesse.

Para se contemplar as demandas sociais, o governo é responsável pela criação de políticas públicas que constituem em síntese ações governamentais, que visam atender estas demandas através de projetos e programas elaborados e regulados pelo mesmo aparelho.

Políticas públicas tendem a ser compreendidas como o “Estado em ação”, ou seja, o Estado implantando um projeto de governo. Trata-se de ações procedentes de uma autoridade dotada de poder político e de legitimidade governamental que afeta um ou mais setores da sociedade. (JARDIM, 2011, p. 200).

Entendemos para que o cidadão se note elemento importante nas decisões que concernem à sociedade em que se insere se faz necessária a ingerência do Estado através da instituição de políticas de informação. Este consiste presumidamente no uso, transferência e disseminação da informação através da comunicação e seus canais de intercessão, na geração de conhecimento e a geração de novas informações criando um circulo de geradores e consumidores de informação. Como Regime de informação Gonzáles de Gomez (apud JARDIM, 2008, p. 7) define:

[...] a noção de “Regime de Informação” como conjunto de redes, formais ou não, “nas quais as informações são geradas, organizadas e transferidas de diferentes produtores, através de muitos e diversos meios, canais e organizações, a diferentes destinatários ou receptores de informação [...]. Mas para promover políticas públicas de informação deve ser observadas peculiaridades de uma sociedade visando atender suas demandas a partir destas características e envolvendo a última na gerência destas políticas.

Uma política de informação é mais que a soma de um determinado número de programas de trabalho, sistemas e serviços. É necessário que se defina o universo geográfico, administrativo, econômico, temático, social e informacional a ser contemplado pela política de informação. Da mesma forma, devem ser previstos os diversos atores do Estado e da sociedade envolvidos na elaboração, implantação, controle e avaliação dessas políticas. (JARDIM, 2003, p.40).

Uma das intervenções estatais no fomento destas políticas é o Governo Eletrônico, pois na visão do Estado através desta ação é possível ter acesso quanto ao funcionamento e a regularidade da esfera pública. Diante da proposta de Jardim (1999) em seu livro “Transparência e opacidade do estado no Brasil: usos e desusos da informação

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governamental” presumimos que esta “opacidade informacional do governo”, de que trata ao autor, diz respeito ao acesso a informação como um direito fundamental garantido a todo o cidadão, porém preservado de forma obscura pelo poder público quanto ao seu funcionamento e as ações desempenhadas internamente, que deveriam ser esclarecidas a sociedade. No caso da “transparência” é parcial, pois o Estado disponibiliza apenas as informações que lhe convém, sem transparecer seu corpo burocrático como um todo. Como justifica o autor, faz-se necessário que o governo mostre a “face” para o cidadão.

2.4 Governo Eletrônico

Com as oportunidades geradas pelas tecnologias da informação tornou-se possível uma nova forma de promover a gerência interna e de integrar o cidadão na administração das tomadas de decisão. Como Governo eletrônico Jardim afirma:

Governo Eletrônico é uma noção que ainda carece de maior aprofundamento teórico. Na literatura a respeito, é frequentemente identificado como a estratégia pela qual os governantes fazem uso das novas tecnologias para oferecerem à sociedade melhores condições de acesso à informação e aos serviços governamentais. (JARDIM, 2004, p. 13).

Este tipo de programa reforça o objetivo democrático e de cidadania em que deve ser promovido pelas políticas públicas, pois são dadas através de maiores possibilidades de acesso às informações, importantes para formar a base à opinião pública no julgamento das decisões e até em uma melhor gerência das questões sociais. O governo através deste instrumento tem base para formar uma gestão estratégica, onde aplicará os recursos adequadamente e nos setores que são adotados como prioritários em sua agenda administrativa.

Além disso, este é um mecanismo de controle do próprio Estado sobre o corpo burocrático minimizando e de certa formar transparecendo todas as atividades e coibindo qualquer ação contrária a uma boa conduta nos serviços deste governo, como corrupção por exemplo. Os cidadãos poderão controlar estes serviços avaliando sua regularidade com a legislação e os padrões éticos. Mas Jardim afirma sobre a situação brasileira:

A ausência (ou ineficácia) destes controles e a crônica opacidade informacional favoreceram o desenvolvimento de um Estado que não consegue controlar a si mesmo e, como consequência, a sociedade não tem como controlar o próprio Estado, dadas as escassas possibilidades de acesso à informação substantiva do desempenho estatal (apud SANCHEZ, 2003, p. 99 - 100).

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Ou seja, na perspectiva do autor podemos ver que há uma pendência do próprio Estado em ter um controle interno do aparelho burocrático, o que vai em caminho oposto ao próprio objetivo do Governo eletrônico, à transparência de suas atividades. E desta maneira se tornam mínimas as possibilidades da sociedade ter um controle sobre as ações estatais. E retornando o que já mencionamos anteriormente, quanto mais o governo torna transparente as suas ações e administração, mais democrático ele se torna, e, não sendo assim, será consequente a inibição de um exercício da cidadania.

Governo Eletrônico como uma ferramenta provida pelas Tecnologias de informação diminui as distâncias. Um país como o Brasil de grandes dimensões territoriais torna-se difícil administrá-lo em sua totalidade sem este tipo de ferramenta. Neste caminho a gerência que se utiliza das tecnologias de informação pode viabilizar sua administração sobre todos os órgãos, conhecendo as reais deficiências de cada município e estado do país e distribuir seus recursos de forma igualitária e pontual.

A digitalização da informação e sua transmissão através de redes permite diminuir o problema da distância, devido à facilidade de interligar diferentes órgãos públicos dispersos. Isto potencializa a criação de relações de dependência e colaboração. Ademais, diminui e até faz desaparecer muitas tarefas de controle burocrático devido a que estas tarefas se automatizam e passam a ser realizadas em rede, tornando-se impessoais. O impacto da TI sobre o tempo é óbvio. O fluxo de informações tende a não mais seguir apenas a verticalização hierárquica burocrática para torna-se também horizontal, o que afeta positivamente o tempo necessário para solucionar problemas. (SANCHEZ, 2003, p. 101).

Gomes (2005, p. 11) ainda afirma que a Web é uma eficaz ferramenta que proporciona uma comunicação extensa e efetiva e em relação as interferência sobre as informações são bem menores no sentido de não se presumir qualquer oscilação na veracidade da informação.

[...] uma zona neutra onde o acesso à informação relevante que afeta o bem público é amplamente disponível, onde a discussão é imune à dominação do Estado e onde todos os participantes do debate público fazem isso em bases igualitárias [...] (CURRAN; BARNETT apud GOMES, 2005, p. 12).

Quando um governo se propõe a promover a transparência das suas ações, o cidadão terá base para realizar suas escolhas, quanto ao seu direito cívico, o voto. Conhecendo a gestão anterior de todos os candidatos, sua conduta política e suas propostas poderá fazer uma escolha segura. Diante disso, saberá que o processo eleitoral não terminará ali, mas haverá as consequências desta ao seu município, Estado ou país.

Na primeira situação, durante o processo eleitoral, os cidadãos deparam-se com o problemas do adverse selection porque têm dificuldades em distinguir

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entre os candidatos que apresentam promessas de comportamento futuro. Na situação pós-contratual – depois das eleições – os políticos eleitos deparam-se com o incentivo ao moral hazard e podem mudar deparam-seu comportamento, ou seja, renegar suas promessas de campanha tendo em vista que os principais dispõem de fracos mecanismos de informação e controle. (SANCHEZ, 2003, p.100)

Podemos dizer que o Governo Eletrônico se torna um instrumento de vinculação na relação entre o Estado e a sociedade. E através deste, são reconhecidos os limites e as demandas estatais, que, por sua vez, prioriza os recursos ao invés de manter as ações de seu aparelho burocrático transparentes. Para que haja a validação deste programa de maneira efetiva, faz-se necessário a inclusão de políticas públicas arquivísticas nas agendas governamentais. Nesse sentido pressupomos que o avanço deste só ocorrerá a medida que a instituição arquivística oferecer suporte e custódia quanto a informação dos arquivos ao governo, já que os documentos provêm do poder público.

A partir destes conceitos supracitados, seria possível entendermos o que deve ser considerado quanto às políticas públicas arquivísticas em relação às primeiras demandas envolvendo informação. A qual se mostra como instrumento e resultado de uma democracia e de ação ativa e participativa da sociedade em um processo político e administrativo de um país. E acerca de políticas publicas arquivísticas Jardim afirma:

De forma sintética entende-se por políticas públicas arquivísticas o conjunto de premissas, decisões e ações - produzidas pelo Estado e inseridas nas agendas governamentais em nome do interesse social – contemplam os diversos aspectos (administrativo, legal, científico, cultural, tecnológico etc.) relativos à produção, uso e preservação da informação arquivística de natureza pública e privada. (JARDIM, 2003, p.38)

Nesta perspectiva, podemos claramente compreender a relevância das informações arquivísticas nas ações governamentais. Para promover a disseminação desta informação são necessárias que estas políticas façam parte das agendas do Estado e as instituições arquivísticas atendam a uma política de informação emergente. Além disso, que possam gerenciar o patrimônio documental sob sua custódia de forma a bem conhecer e organizar as informações que são por estas armazenadas e a sair de suas unidades, em outras palavras, que estas informações estejam acessíveis.

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2.5 Políticas Públicas de acesso à informação

Todos os conceitos abordados anteriormente culminaram nesta seção, mostrando a importância da discussão e observação não só pelo Estado, mas por todos, em síntese como um dever cívico. Estes conceitos nos fizeram entender a necessidade sobre a implantação efetiva de políticas públicas de acesso à informação, para que os direitos e as necessidades da comunidade civil sejam atendidos neste sentido.

A ideia contemporânea de informação como um direito do cidadão está atrelada a um dos principais fundamentos da transparência dos atos governamentais, que é a garantia de acesso dos cidadãos às informações coletadas, produzidas e armazenadas pelas diversas agências estatais. (LIMA; et al. 2012)

Dessa forma o cidadão terá fortalecida a base democrática em sua sociedade, à medida que se percebe o valor da informação como instrumento principal na sua atividade política e na argumentação deste diante as questões políticas. Segundo Mendel “a informação é o oxigênio da democracia”. (apud LIMA et al, 2012).

E neste sentido entende-se que estes direitos são fundamentais na sociedade e que devem ser assegurados pela legislação:

[...] a informação como necessidade humana, como um direito fundamental que, no atual nível da civilização, é indispensável para o desenvolvimento da pessoa e requer, por conseguinte, especial proteção jurídica. (XIFRA-HERAS apud LIMA et al. 2012).

[...] os princípios para a criação de leis nacionais sobre o direito à informação são “características de um regime de direito à informação”. (MENDEL apud LIMA et al., 2012).

No ano passado foi homologada a Lei de Acesso à Informação nº 12.527 de 18 de novembro de 2011, através do Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012. Este foi um marco relevante para as transformações políticas e sociais no cenário brasileiro. Principalmente por redirecionar o cidadão para o centro das políticas de acesso à informação.

[...] a Lei Brasileira atende à maioria dos princípios jurídico-epistemológicos sobre a temática: máxima divulgação, promoção de um governo aberto, procedimentos facilitadores do acesso, limitação das exceções, custos limitados, legitimação de quaisquer pessoas para pleitear a informação, desnecessidade da expressão do motivo no requerimento – cada cidadão pode decidir quando e qual a informação é o caso -, abrangência dos formatos de meios de reprodução documental para atender à variabilidade tecnológica, prazos de atendimento que visam o princípio da celeridade. (LIMA et al. 2012).

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Pressupõem-se duas definições sobre a transparência administrativa, como a transparência ativa que segundo Vieira é “a divulgação espontânea, proativa, de informações, pelo Estado, pelos meios disponíveis [...] referentes à estrutura organizacional, funcionamento dos órgãos, competências, o quem é quem, o horário de funcionamento...” (apud JARDIM, 2012, p. 12). A segunda diz repeito à transparência passiva que são as informações que devem estar disponíveis a sociedade, justamente por sua obrigatoriedade.

Jardim afirma que nos “planos estadual e municipal, o vazio jurídico manteve-se até a aprovação da LAI e contribuiu para a sobrevivência da opacidade e do “segredismo”, típicos do Estado brasileiro”. Ou seja, estes pontos segundo o autor que não tiveram uma contemplação mais significativa, deixando a cargo dos municípios e estados a complementação necessária. Como confirma Malin e Sá:

Por outro lado, estados e municípios já estão preparando suas regulamentações, bem como o Legislativo e o Judiciário, pois como já foi dito, a LAI se aplica à administração pública federal, estadual e municipal, direta e indireta. (MALIN; SÀ, 2012, p. 4)

Mesmo que haja limitações na implementação desta lei em nosso território, este dispositivo tem um papel importante no sentido democrático e ingerência do Estado através destas políticas de acesso à informação. Porém para que se cumpra o que a Lei de acesso determina são necessários à complementação legal por parte de cada estado e de um país como o Brasil.

[...] a LAI aponta para diversos desafios na sua implementação. Um desses desafios consiste no fato de que a LAI insere o cidadão no epicentro numa ordenação jurídica à qual não corresponde uma ordenação equivalente no plano informacional. As possibilidades de minimizar essa defasagem entre a LAI (e sua regulamentação e aplicação em diversos setores do Estado) e as condições reais de acesso à informação não estão contempladas no dispositivo legal. (JARDIM, 2012)

Segundo Mendel (apud MALIN; SÁ, 2012) existe outra situação onde se deve atentar no que se refere ao órgão responsável pela fiscalização do cumprimento da LAI nos departamentos públicos. O fato que Corregedoria Geral da União ser um órgão do Estado, para Mendel órgão fiscalizador deveria ser neutro de ligações sobre aquele em que exercerá o papel. Em concordância com esta visão uma organização a Artigo 19 (apud JARDIM, 2012) faz uma crítica quanto à mesma situação que é:

[...] a ausência de uma agência governamental “independente para decidir sobre recursos decorrentes de pedidos de informação. Esse órgão deve ter o poder de investigar os recursos de forma apropriada, remediar falhas na aplicação da lei e ordenar a liberação da informação”.

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As tecnologias da informação como já discutimos tem sido um ótimo instrumentos na disseminação das informações, especialmente informações governamentais. A maioria dos sites das instituições já apresentou um link de acesso à informação. Malin e Sá (2012, p.16) aponta outra possibilidade acerca desta ferramenta, quando fala na construção de um sistema que unifique as instituições e os trâmites que compreendem ser parte das competências do Estado.

Portanto, observa-se a necessidade de criação de um sistema de instituições, processos e práticas jurídicas, políticas, tecnológicas e operacionais, ou seja, desenvolvimento de capacidade e de competência para identificar, classificar e tratar enorme volume de informações (papel e bases de dados), usar TIC´s e definir processos de prestação de serviços à sociedade. Os processos de prestação de serviços de acesso à informação devem ser planejados sob a ótica de grande e crescente demanda.

A lei de acesso vem para fortalecer o sentido de democracia, mas em nosso país existem problemas quanto a sua implementação e outros pontos que já mostramos nesta seção. E conforme Malin e Sá a lei foi criada com um significado:

[...] consolidação democrática do Brasil e também para o sucesso das ações de prevenção da corrupção no país. Por tornar possível uma maior participação popular e o controle social das ações governamentais, o acesso da sociedade às informações públicas permite que ocorra uma melhoria na gestão pública (2012, p.2).

Com a aprovação da Lei de Acesso à Informação, houve uma concretude quanto às tentativas anteriores de democratização do país. Logo após o período da ditadura com a Constituição de 1988, vemos que iniciou uma longa caminhada até a criação da LAI. Por este percurso a Lei de Arquivos nº 8.159, de 8 de janeiro de1991, nela se apresenta o direito de acesso aos arquivos. No entanto, não dava maiores explicações em como se daria o acesso e quando se daria. De acordo com Malin e Sá (2012, p. 6):

A Lei 8.159, de 08 de janeiro de 1991, estabeleceu as diretrizes da política nacional de arquivos públicos e privados. Assegurou a todos o direito de acesso pleno a quaisquer documentos públicos, mas não disse como se daria tal acesso. Muito menos estabeleceu prazos para que os agentes do Estado forneçam informações quando solicitados.

Ainda, segundo as autoras, esta lei resultou em maior restrição de acesso dos documentos públicos, pois quando considerassem que sua divulgação poderia comprometer a segurança nacional e integridade da vida privada e intimidade eles atribuía-lhes o caráter sigiloso.

A aprovação desta lei no Brasil é muito recente, e só ocorreu por influências internacionais. Muitos estudos comprovam que as Leis de Acesso à Informação vêm sendo

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implementadas nos países recentemente. Como afirma Malin e Sá (2012, p. 9) os Estados Unidos da América foi o pioneiro a implementar a legislação em 1960, a Finlândia sendo o segundo país, teve a lei promulgada em 2000. Na atualidade cinquenta países fizeram adoção de leis equivalentes.

A partir desta situação percebemos que das primeiras iniciativas de dar acesso às informações até o momento de consagrar efetivamente esta acessibilidade levou muito tempo, como o caso dos Estados Unidos desde a década de 60 iniciou o processo, e só em 2000 deu proteção legal a este direito. No Brasil desde a primeira iniciativa com a Constituição de 1988, levou mais de duas décadas. Percebemos que é um processo moroso, e as metas sobre uma democracia só poderão ser concretizadas a partir do momento em que as políticas públicas de acesso à informação forem umas das prioridades nas agendas.

A Lei de Acesso à Informação no Brasil veio mudar não a feição, ou melhor, dar mecanismos trazendo uma feição do Estado aos cidadãos, pois através do cumprimento desta, verdadeiramente teremos concretizada uma democracia. Esta também mude o comportamento de passividade da sociedade quanto às questões políticas, no momento que munidos das informações possam ter assim uma ativa participação política.

No próximo capítulo será analisada a LAI, abordando alguns pontos importantes e mostrando ao fim deste, quais programas foram elaborados para a sua implementação, como as unidades receberam esta lei e quais foram suas providências.

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3. METODOLOGIA APLICADA

Para dar início a nossa pesquisa, realizamos um levantamento bibliográfico sobre política de acesso à informação, sobre a Baixada Fluminense e a existência de unidades da informação nesta região. Não obtendo dados sobre a existência de outras unidades de informação além do Arquivo da Cúria Diocesana de Nova Iguaçu, optamos por realizar a pesquisa sobre as prefeituras municipais.

Como já mencionamos o objetivo desta pesquisa é analisar a aplicabilidade da LAI quanto à criação de sites oficiais nas prefeituras municipais. Para isso utilizamos o formulário1 com vinte itens para analise dos sítios eletrônicos, contando assim qualificar conforme a demanda legal.

Alem do objetivo principal, buscamos através de um questionário2 fechado sobre a existência de unidades de informação (arquivos, bibliotecas e centro de documentação e outros) enviado por meio eletrônica as prefeituras, seja por seus sites ou por suas redes sociais.

3.1 Analise geral da Lei de Acesso à Informação e o seu Decreto nº 7.724/2012.

Começaremos a analisar a Lei de Acesso à Informação nº 12.527 de 18 de novembro de 2011, referida pela LAI como alguns teóricos da área da Ciência da informação a nomeiam. Diante das características da LAI será necessário que voltemos primeiramente a Constituição Federal Brasileira de 5 de outubro de 1988, onde pressupostamente, já se vislumbrava um futuro para desenvolvimento de uma legislação direcionada ao direito de acesso à informação.

Como já vimos no primeiro capítulo, a Constituição brasileira deu ponto de partida para o que o direito de acesso à informação fosse então consolidado no Brasil. Como bem dissemos, nos seus dispositivos estão garantidos a todos o acesso à informações públicas desde que esta não seja relacionada a segurança da sociedade e do Estado.

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

1 ANEXO E

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Outra característica refere-se à ao termo Habbeas data, por este recurso jurídico é garantido ao cidadão o conhecimento de informações que sejam relevantes para o andamento de um processo. Como se aponta no Art.5º,

LXXII-conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

Como podemos observar, a Constituição Federal garante o direito de acesso, mas não mostra como se dará este acesso, ou que tipos de informações são de caráter sigiloso ou o que estará acessível ao público. Três anos após sua homologação, é regulamentada a Lei de Arquivos nº 8.159/91, que diz em seu art. 4º,

Art. 4º - Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular ou de interesse coletivo ou geral, contidas em documentos de arquivos, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, bem como à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas.

A lei acrescenta especificações sobre as características atribuídas às informações de caráter sigiloso cujo acesso é vetado. Além disso, responsabiliza os órgãos públicos a fornecer o acesso aos arquivos. E ainda no artigo 6º, é garantido o direito de indenização para aquele que tiver prejuízos matérias e morais, pela infringência do que é mencionado no artigo 4º.

No artigo 134º, relaciona os arquivos privados cujo acesso é dado mediante a autorização do proprietário. Mas o mais importante a ser analisado nesta lei está relacionado aos seus artigos 22º, 23º e 24 que foram revogados com aprovação da LAI. Estes artigos estabeleciam os prazos de sigilo dos documentos que estivesse relacionado ao estado ou a honra e imagem de um cidadão, estes que foram retificados pela nova lei.

3.1.1 Lei de Acesso à Informação nº 12.527, 18 de novembro de 2011.

Sabemos que a Lei vigora sobre todas as esferas públicas, como pode ser observado no artigo 1º. Sendo assim nestes é determinado a obrigatoriedade do acesso à informações que compete a cada órgão. Vem assim cumprir o que fora disposto na Constituição Federal de 1988.

Art. 1o Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o

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acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal.

Além dos órgãos federais, estaduais e municipais as organizações sem fins lucrativos que recebem qualquer tipo de recursos ou de interesses públicos devem assim da mesma forma produzir meios para disponibilizar as informações. Todos os recursos para este fim devem ter também a mesma prestação de contas como se afirma no artigo 2º.

Art. 2o Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realização de ações de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos congêneres.

Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as entidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que estejam legalmente obrigadas.

Devem ser tomadas algumas providencias pelos órgãos para promover o acesso à informação requisitos necessários, como definido no Art. 3o.

I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;

II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações;

III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação;

IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública;

V - desenvolvimento do controle social da administração pública.

Um ponto importante enfatizado nas publicações referentes ao acesso das informações é que a publicação seja máxima e o sigilo seja a exceção. Podemos nos remeter a Lei de Arquivos nº 8.159/91 que ao contrario do que fora dito demonstra mais as informações sigilosas do que propriamente as quais se pode ter acesso.

Outro destaque que devemos realizar está no artigo 5º da LAI, onde está determinado quais os órgãos, que ao divulgarem as informações, devem considerar o uso de formas de comunicação clara, objetiva e próxima ao cidadão, sem que haja nenhum tipo de ruído ou a má compreensão das informações.

Art. 5o É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão.

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Quanto ao acesso e divulgação das informações no artigo 6º, menciona-se que os órgãos e entidades devem aplicar as normas e procedimentos que promovam a gestão transparente, ou seja, promovam a ampla divulgação das informações relacionadas as suas atividades; sobre a garantia de legitimidade das informações, certificando a sua autenticidade e integridade; sobre a proteção da informação assegurando o sigilo referente à pessoas, disponibilizando indicações sobre a possíveis restrições e outras observações.

Sobre as informações que devem ser disponibilizadas, a Lei dispõe no artigo 7º, que o cidadão deve receber as devidas orientações referentes ao local para que se obtenha a informação requerida; informar o conteúdo dos conjuntos documentais sejam estas relacionadas instituições publicas ou privadas ou pessoas físicas. Também informações referentes às suas atividades e projetos entre outras ações dos órgãos, e toda informação relativas à fiscalização e prestação de contas.

Ainda no mesmo artigo são definidas quais informações não têm obrigatoriedade de acesso, ou seja, aquelas referidas a projetos de pesquisa e desenvolvimento técnico-científicos, ou seja, a estas é vetado o acesso, pois se referem à segurança do Estado e sociedade. Nos três últimos incisos do artigo, determina medidas disciplinares ao responsável pela informação requerida que negar a informação sem fundamentar o motivo, se houver extravio de documentação será acionada uma sindicância para averiguar ocorrido, neste caso é previsto que no prazo de dez dias este comprove o fato indicando testemunhas.

No Art. 8o § 2o determina obrigatório a todos os órgãos a divulgação das informações em sítios oficiais na web. Exceto os municípios com menos de 10.000 habitantes isentos desta obrigatoriedade como disposto no§ 4o, mas mantendo a divulgação atualizada acerca de informações para prestações de contas.

§ 4o Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a que se refere o § 2o, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Na seção do procedimento de acesso à informação da LAI, determina que as exigências dos requerentes devam ser devidamente identificadas, juntamente com a viabilização dos pedidos, e também, de outros meios para encaminhamento dos mesmos. Além disso, o Art. 11.§ 1o fixa que não sendo a solicitação atendida de imediato, o responsável pela informação não pode demorar a fazê-lo em prazo superior a vinte dias. Ainda a lei prever na Seção II, Art. 15 que, ocorrendo à negativa do acesso, o solicitante

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poderá recorrer contra a decisão no prazo de dez dias contados a partir do momento da ciência da mesma. Ele poderá recorrer ao órgão superior competente que deverá ter prazo de cinco dias a definir a causa, em esgotado o recurso, poderá recorrer a CGU (Controladoria Geral da União) que também igual prazo para delibera, no entanto atendendo alguns precedentes como está no Art. 16º:

I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for negado;

II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classificadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou desclassificação;

III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e

IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimentos previstos nesta Lei.

Se ainda negado o recurso pela CGU o requerente, conforme o Art. 16, § 3o deve recorrer à Comissão Mista de Reavaliação de informações. Caso seja indeferido o pedido de desclassificação de informação, poderá ainda recorrer ao Ministro de Estado da área.

Quanto o acesso, a LAI indica que não poderá ser negada a informação que seja importante em processo judicial, administrativo de direitos fundamentais. Especialmente não se deve impossibilitar o acesso à documentação que comprove a violação dos direitos humanos, como também esta na Constituição Federal de 1988. Mas exclui informações de segredo de justiça e da indústria, da economia do Estado, de pessoa física e entidade, como descrito no Art. 22º.

Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômica pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha qualquer vínculo com o poder público.

Outras de informações cujo acesso não é cabível são dispostos no Art. 23º, referentes à segurança da sociedade e do Estado:

I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território nacional;

II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais;

III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população;

IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País;

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V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das Forças Armadas;

VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional;

VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou

VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações.

A LAI apresenta três classificações ao grau de sigilo da informação, como ultrassecreta, secreta ou reservada. O prazo de restrição do acesso às informações contado a partir da data da produção deve está conforme descrito na Lei de Acesso à Informação. São ultrassecreta cujo prazo de restrição é de vinte e cinco anos; secreta seu prazo corresponde quinze anos e por reservado o prazo estabelecido é de cinco anos.

O Estado deve assegurar a proteção das informações em que há restrição de acesso mantendo o controle sobre divulgação destas. Devem ser observados os procedimentos e normas quanto à segurança da informação dentro do corpo burocrático da Administração Pública.

Podemos ainda mencionar que a LAI atribui as competências sobre os processos de classificação do sigilo das informações, seguindo uma lógica de hierarquia na Administração Pública. O artigo 27 demonstra quais autoridades devem atribuir cada tipo de classificação: ao grau de ultrassecreto, a competência é atribuída à Presidência da República, a Vice-Presidência, aos ministros de Estado e autoridades com as mesmas designações, Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica e Chefes das Missões Diplomáticas e por fim os Consulares com permanência no exterior. Referentes ao grau de secreto permanecem as mesmas autoridades acrescentados os titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de economia mista. E para reservado todos os anteriores acrescentando aquelas autoridades de comando ou chefia, diretoria ou de grupos de diretoria e Assessoria Superiores. Estes devem discriminar sobre quais informações estas classificações são aplicáveis, devem fundamentar e observar os critérios dispostos no Art. 24 e identificar a autoridade classificadora, identificar os prazos em anos, meses e dias. Neste, restringe-se a classificação dada de maneira aleatória, inadequada e descabida às informações.

Ainda é dado o recurso para se reavaliar as classificações, para que se averigue se ainda existem motivos para a permanência do sigilo ou que problemas poderão ocorre

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derivados do acesso a certas informações e a sua divulgação. Mas independente do que seja decidido, o prazo estará contado da sua produção como descrito no Art. 29º, § 3o.

Aquelas informações que receberam as respectivas classificações ou desclassificações devem ser divulgadas pela autoridade máxima de cada órgão. Além disso, devem publicar relatório anuais com a estatística de pedidos de informação entre outras informações, estas disposto na internet e exemplares das publicações em suas sedes, conforme disposto no Art. 30.

A Comissão Mista de Reavaliação de Informações foi criada para rever as classificações dadas no momento anterior a Lei de Acesso à Informação. A comissão tem por competência o tratamento e a classificação de informações sigilosas como proferido no Art. 35, § 1o,

I - requisitar da autoridade que classificar informação como ultrassecreta e secreta o esclarecimento ou conteúdo, parcial ou integral da informação;

II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou secretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada, observado o disposto no art. 7o e demais dispositivos desta Lei; e

III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania nacional ou à integridade do território nacional ou grave risco às relações internacionais do País, observado o prazo previsto no § 1o do art. 24.

Quanto às informações referentes à intimidade, vida privada de pessoas, segundo o que é determinado na LAI estas informações terão o acesso restrito pelo menos por cem anos contados da sua produção. Poderá ser obtida a autorização sobre a divulgação ou acesso às informações mediante autorização judicial.

Na LAI estão descritas condutas que são passiveis de penalidade, quem cometer umas destas infringências, estará sujeito a tais punições, mas tem o direito de atestar idoneidade no prazo de dez dias. As punições vão desde advertência até exoneração do cargo público ou militar, conforme o Art.32º tal má conduta se referida nos incisos:

I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos desta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa;

II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conhecimento em razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou função pública;

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III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso à informação;

IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal;

V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou por outrem;

VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente informação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo de terceiros; e VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de agentes do Estado.

3.1.2 Decreto n 7.724, de 16 de maio de 2012.

O Decreto n 7.724, de 16 de maio de 2012, regulamenta a LAI, um dos aspectos mais importantes nele, é o que mencionamos no capítulo, a transparência ativa, espontaneamente divulgam-se as informações em meio eletrônico como está no Art. 7º.

Art. 7o É dever dos órgãos e entidades promover, independente de requerimento, a divulgação em seus sítios na Internet de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas, observado o disposto nos arts. 7o e 8o da Lei no 12.527, de 2011.

Da transparência passiva, é o acesso às informações que é de obrigação à publicação das informações. Um dos meios para promover essa transparência é através do Serviço de Informação ao Cidadão, todos os órgãos devem ter este serviço visando o atendimento e orientação do cidadão, informar a tramitação dos documentos nos departamento, e receber e registrar o pedido.

Das competências do SIC:

I - o recebimento do pedido de acesso e, sempre que possível, o fornecimento imediato da informação;

II - o registro do pedido de acesso em sistema eletrônico específico e a entrega de número do protocolo, que conterá a data de apresentação do pedido; e III - o encaminhamento do pedido recebido e registrado à unidade responsável pelo fornecimento da informação, quando couber.

Complementando o que na Lei nº 12.527, está disposto no artigo 27, no decreto acrescentado outras observações sobre atribuição às competências referente à classificação de

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