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4.1 Análise dos sítios eletrônicos das prefeituras municipais da Baixada e a Lei de Acesso à Informação nº12. 527/11 e Decreto nº7. 724/12.

Conforme a legislação em vigor, elaboramos uma pesquisa com 20(vinte) itens de analise nos sites das prefeituras dos municípios da Baixada Fluminense. Esta região escolhida apresenta elementos a serem analisados e duas delas são: primeiro o impacto da Lei de Acesso à Informação de 2011, segundo a visibilidade e relevância dos serviços arquivísticos, sejam estes com pouca e ou muita representividade social.

Todos os municípios, reafirmando o que foi supracitado, têm a responsabilidade em promover o acesso à informação, elaborando e executando projetos divulgando as informações que estão relacionadas na LAI e no decreto que a regulamenta. Sendo obrigatório, todos deverão implementar políticas que garantam esta demanda como assim confere a lei,

Art. 1o Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal. ( Lei n º 12.527/2011)

Considerando as vantagens e a acessibilidade do uso de recursos tecnológicos como internet, buscamos realizar a pesquisa nos sítios eletrônicos de todas as prefeituras dos municípios da Baixada Fluminense, conforme a orientação descrita na Lei nº 12.527/2011, quanto à divulgação das informações através da web.

Art. 8o § 2o Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de computadores (internet).

Nenhum município da Baixada Fluminense está isento da obrigatoriedade da criação de sites oficiais que divulguem todas as informações que se inserem no uso de recursos do governo federal. Pois na lei em questão que aqueles municípios de até 10.000 habitantes não são obrigados criar e manter sítios eletrônicos, no entanto, devem divulgar em tempo real as informações de execução orçamentária e financeira, como conferimos no artigo 8º,

§ 4o Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a que se refere o § 2o,

mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Como podemos observar na tabela abaixo, todos os municípios se enquadram no referido no artigo supracitado:

Tabela 4 - Dados do IBGE 20106

Municípios Nº de habitantes Belford Roxo 469.332 Duque de Caxias 855.048 Guapimirim 51.483 Itaguaí 109.091 Japeri 95.492 Magé 227.322 Mesquita 168.376 Nilópolis 157.425 Nova Iguaçu 796.257 Paracambi 47.124 Queimados 137.962

São João de Meriti 458.673

Seropédica 78.186

Os itens representados na análise dos sites estão em conformidade com os Artigos 8º e 10º da Lei de Acesso à Informação nº 12.527/11 e os Artigos 7º e 8º do Decreto nº 7.724/12. Na análise encontramos a maior parte das prefeituras possuem seu sítio eletrônico, no entanto, não foram apresentados em completude quanto à determinação na lei e no decreto em estudo. Elaboramos 20 (vinte) pontos de análise, de alguns critérios para construção dos sites oficiais que constam na legislação supracitada.

4.2 Análise dos Sítios eletrônicos das Prefeituras municipais da Baixada Fluminense, conforme a Lei nº 12.527 de 18 de novembro de 2011. (Ver ANEXO A)

1º. Os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de computadores (internet). (Art. 8o § 2o) – Aproximadamente 12 (doze) dos municípios da Baixada Fluminense apresentaram seus sites oficiais, exceto 1 (um) dos municípios onde não verificamos a existência de um sitio eletrônico próprio e oficial da prefeitura. Todos que

identificados como oficiais no seu endereço eletrônico apresentaram os elementos referentes ao Governo do Rio de Janeiro (rj.gov.br).

2º. Devem conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão. (Art. 8o § 3o I) - Todos os municípios apresentaram em seus sites uma estrutura inteligível e de fácil compreensão.

3º. Possibilitam a gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações (Art. 8o § 3o II) - Em 12 (doze) dos sítios era possível a obtenção de relatórios em PDF e em planilhas conforme descrito na legislação e 1 (um) não disponibilizava este tipo de funcionalidade.

4º. Possibilitam o acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; (Art. 8o § 3o III) – 10 (dez) dos sites das prefeituras utilizam sistema externo ao site o através de um link é direcionado e 3 (três) não utilizam do nenhum tipo de sistema externo.

5º. Divulgam em detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação; (Art. 8o § 3o IV) - 7 (sete) dos sites descrevem quais formatos dos arquivos contidos no sítio eletrônico. Porém a grande parte dos arquivos está em PDF e nenhum outro formato, contra 6 (seis) dos sites que não tem arquivos disponíveis em qualquer formato.

6º. Mantém atualizadas as informações disponíveis para acesso. (Art. 8o § 3o VI) – 11 (onze) dos sites atualizam as informações em tempo real como indicado no Art. 10º § 2º - 1 (um) atualizam esporadicamente as informações e 1 (um) não atualizam.

7º. Indicar local e instruções que permitam ao interessado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio; e (Art. 8o § 3o VII). Todos os municípios apresentaram em seu site informações quanto a endereços eletrônicos e telefones. Outros apresentaram um link “Fale conosco” com pagina para envio de mensagem diretamente com o gabinete do prefeito.

8º. Adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9o da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008. (Art. 8o § 3o VIII) - Nenhum dos sítios analisados não apresentaram nenhum tipo de ação para dar acesso à pessoa de qualquer deficiência.

9º. Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de seus sítios oficiais na internet. (Art. 10. § 2o). Somente 5 (cinco) das prefeituras encaminham pedidos de acesso para através de seus sites para outros sites com a funcionalidade que divulgar informações pertinentes à execução de recursos e financiamentos e entre outros tipos de informações como pagamento de impostos (IPTU, ISS, NFE entre outros). Outros 8 (oito) não redirecionam nenhum pedido de acesso à informação.

4.3 Análise dos Sítios eletrônicos das Prefeituras municipais da Baixada Fluminense, conforme o Decreto 7.724 de 16 de maio de 2012. (Ver ANEXO B)

10º. Conter banner na página inicial, que dará acesso à seção específica de que trata o § 1º do Art. 7º. (Art. 7o § 2o I) – 9 (nove) dos sites das prefeituras apresentaram seção intitulada de “Transparência” ou “acesso à informação”, mas em alguns encontramos somente informações de setores específicos como saúde, deixando não registrados gastos das receitas federativas e outras origens de outros setores. Já 4 (quatro) dos sites não possui nenhuma seção referente ao solicitado na LAI.

11º. Conter barra de identidade do Governo federal, contendo ferramenta de redirecionamento de página para o Portal Brasil e para o sítio principal sobre a Lei no 12.527, de 2011. (Art. 7o § 2o II). Nenhum dos sites possui a Barra de identidade do Governo Federal ou seção que redirecione ao Portal Brasil (www.brasil.gov.br)

12º. Conter informações relacionadas à estrutura organizacional, competências, legislação aplicável, principais cargos e seus ocupantes, endereço e telefones das unidades, horários de atendimento ao público. (Art. 7o § 3o I) – 6 (seis) atenderam grande parte do que refere este ponto, 7 (sete) atenderam parte das informações requeridas, só informando telefones, endereços, não descriminando todos os critérios e 2 (dois) não divulgaram nenhuma das informações requeridas.

13º. Divulgar programas, projetos, ações, obras e atividades, com indicação da unidade responsável, principais metas e resultados e, quando existentes, indicadores de resultado e impacto. (Art. 7o §3 o II) – 7 (sete) apresentaram claramente todas as atividades e informações referentes à demanda. 4 (quatro) mostraram parcialmente os dados e 2 (dois) não apresentaram nenhumas dos dados em seu sítio eletrônico.

14º. Divulgar informações sobre repasses ou transferências de recursos financeiros. (Art. 7o § 3o III) - 5 (cinco) possuem arquivos em PDF ou redirecionam para outros sistemas que tem funcionalidade de divulgar informações específicas e 8 (oito) não divulgam esta informação.

15º. Apresentar arquivo divulgando informações sobre Execução orçamentária e financeira detalhada. (Art. 7o § 3o IV) - 7 (sete) divulgam estes dados em seu próprio site ou sistemas externos e 6 (seis) não divulgam nenhum dado.

16º. Divulgar processo de licitações realizadas e em andamento, com editais, anexos e resultados, além dos contratos firmados e notas de empenho emitidas. (Art. 7o § 3o V) - 4 (quatro) possuem arquivos em sites com informações atuais sobre os processos de licitação e 9 (nove) não dão acesso a este tipo de dado.

17º. Divulgar informações referentes à remuneração e subsídio recebidos por ocupante de cargo, posto, graduação, função e emprego público, incluindo auxílios, ajudas de custo, jetons e quaisquer outras vantagens pecuniárias, bem como proventos de aposentadoria e pensões daqueles que estiverem na ativa, de maneira individualizada, conforme ato do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. (Art. 7o § 3o VI) - Nenhum dos sites analisados apresentou todas as informações neste ponto, colocando parte das informações requeridas e omitindo as que presumidamente sejam mais importantes serem divulgadas, sendo 3 (três) deles que divulgam parte das informações e 10 (dez) não divulgam nenhuma parte das informações pedidas.

18º. Conter link de respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. (Art. 7o § 3o VII) – Nenhum dos sítios apresentou este tipo de link.

19º. Contato da autoridade de monitoramento, designada nos termos do art. 40 da Lei no 12.527, de 2011, e telefone e correio eletrônico do Serviço de Informações ao Cidadão - SIC. (Art. 7o § 2o VIII) – Nenhum dos sítios atendeu o requerido neste ponto.

20º. Conter formulário para pedido de acesso à informação. (Art. 8o I) – Nenhum dos analisados tinha o formulário mencionado acima neste requisito do LAI.

4.4 Outras observações sobre a pesquisa dos sites e a existência de arquivos na região.

Verificamos em uma analise geral dos dados obtidos nos sites, 53,8% dos municípios mostraram o atendimento dos critérios da Lei de Acesso à Informação e o Decreto nº 7.724 consideravelmente “Bom”. Já 15,3% dos sites tiveram uma média Parcial no atendimentos dos vinte itens contra 23% dos sites apresentaram um desenvolvimento considerável Ruim quanto requisitos obrigatório na criação de sites oficiais. Como podemos ver no gráfico abaixo:

Figura 1- Indice percentual desenvolvimento dos

sites

Bom Parcial Ruim

Além da primeira analise referente à legislação quanto seus requisitos obrigatórios para criação de sites oficiais, enviamos uma seleção de perguntas através dos mesmos e para redes sociais de cada município. Não nos utilizamos do atendimento eletrônico, pois justamente queríamos testar a eficiência dos contatos por via eletrônica e o potencial das redes sociais como auxiliar o cidadão a encontrar o caminho ao acesso à informação que requer de seu município. Enviamos as seguintes perguntas:

 Existem em seu município unidades de informação (arquivos, bibliotecas, centro de documentação)?

 Eles são reconhecidos pela população do seu município?

 Se existem estas unidades, se tem o conhecimento sobre que tipos de informação podem ser oferecidos?

 Existe o livre acesso e a divulgação das informações de interesse público?

 Há sítios eletrônicos que divulguem todas as informações pertinentes ao município, e também informando locais e horário de funcionamentos para que se tenha acesso às informações requeridas pelo público?

Porém não obtivemos resposta de nenhum dos municípios ou até mesmos de suas redes sociais (somente oficiais). O que indica presumidamente a falta de visibilidade da unidade nesta região.

A única referencia que encontramos de uma unidade de informação (registrada oficialmente) localizada Baixada Fluminense é o Arquivo da Cúria Diocesana de Nova Iguaçu, seus dados estão disponíveis no Cadastro Nacional de Entidades Custodiadoras de Acervos Arquivísticos do Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ).

O Arquivo da Cúria Diocesana de Nova Iguaçu, criado em 1960, localizado em Moquetá no município de Nova Iguaçu, tem suas informações no site7 da CONARQ. É relevante menciona que as informações mais importantes estão disponíveis quanto seus acervos que são documentos de batismo, casamento, óbitos e manuscritos desde o século XVII, livro de tombo, de ata das pastorais, conselhos diocesanos, documentos referente às diversas paróquias e outros locais pertencentes à Diocese, movimentos populares e outros inúmeros documentos de diversos tipos como mapas, fotografias, além de possui um biblioteca temática de historia da Baixada, outra de Direitos humanos. E ainda estão disponíveis periódicos da própria Diocese e sua administração também têm serviços de emissão de certidões e entre outros.

A partir destas informações podemos compreender a riqueza que a fonte de conhecimento que este acervo possui. Mas a será que toda a população do município ou da Baixada tem conhecimento da existência deste arquivo?

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Informações do Arquivo da Cúria Diocesana de Nova Iguaçu estão disponíveis em:

<http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=605&sid=101>. Acesso em: 13 fev. 2013.

No sítio eletrônico8 da Diocese de Nova Iguaçu não tem nenhum link ou mecanismo de buscar para obter informações sobre o arquivo, o que já diminui as possibilidades de acesso às informações do acervo, a não ser que o pesquisador (acadêmico ou não) desloque para o local e assim faça sua investigação.

Nos dois objetos desta pesquisa, a saber, o impacto da Lei de Acesso à Informação em relação aos sites oficiais nas prefeituras municipais da Baixada Fluminense e o segundo a existência de arquivos na região, buscamos diagnosticar a importância e quais os investimentos oferecidos à implementação de políticas de acesso à informação.

Sabemos que o atendimento dos critérios da legislação referente da divulgação de informações fiscais e de execução e outros também são importantes. Mas a questão do acesso não se limita a prestação de contas, mas as que também relacionam aos direitos humanos, de educação, cultura e conhecimento. A existência de arquivos centraliza e referência o cidadão quanto ao local para busca das informações sejam elas quais forem, de comprovação de diretos ou para fins culturais. A pesquisa aos sites das prefeituras foi justamente para ter em vista o grau de visibilidade desta unidade de informação tanto quanto por parte dos representantes políticos da instituição quanto do próprio cidadão em ter conhecimento da existência de arquivos em sua cidade.

Um ponto a ser destacado foi o fato de ter o site da Prefeitura de Magé9, onde nele há uma chamada aos cidadãos da cidade ou até visitantes doassem fotos ou algo da cidade para que fosse construindo a memória daquele lugar. Este é um bom exemplo e incentivo a envolvimento de todos na busca de desenvolver melhores políticas de acesso à informação, não aquelas que nos foi negado o acesso por um tempo anterior à criação da Lei de Acesso à informação e o Decreto nº 7.724, mas o acesso a toda sociedade aos arquivos (quando existem como instituição ou setores) com informações são públicas e que contribui para construção de uma identidade social quanto ao município que a unidade de informação representa.

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Sitio eletrônico da Diocese de Nova Iguaçu. Disponível em:< http://www.mitrani.org.br/> Acesso em: 13 fev.2013.

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