Lauralice de C. F. Canale
Prof. Associada – EESC/USP
SMM 215 – Lubrificação e lubrificantes automotivos- Primeiro semestre 2015 LUBRICANTS IN OPERATION (Verlag)
U J Möller U Boor SLIDES DA
ASM Handbook Volume 18
SLIDES DO Prof. Alcir José Modolo SLIDES DO Prof George Totten
LUBRIFICANTES&LUBRIFICAÇÃO INDUSTRIAL SEMINÁRIO FAG/INA/Grupo Schaffler
•
Representam cerca de 3% do consumo total de
lubrificantes
•
São usadas em todos os ramos da indústria:
siderurgia, cimento, papel, minas, etc…
•
Vasta gama de aplicações, tais como a
lubrificação de chumaceiras, rolamentos e
engrenagens
GRAXAS
O que é um Lubrificante?
Um lubrificante é uma substância capaz de
reduzir o atrito, o calor e o desgaste quando
colocado entre duas superficíes com movimento
relativo entre si
Uma graxa lubrificante é um produto intermediário
entre um sólido e um semi-sólido obtido por
dispersão de um agente espessante num líquido
lubrificante
A graxa lubrificante não é mais do que uma “esponja” cujos
poros estão cheios de óleo.
Se uma esponja for espremida, a água é expelida e a esponja
“sangra”. Assim também o óleo “sangra” de uma graxa.
Todavia, mais do que trabalho mecânico, é a elevação da
temperatura na massa da graxa que causa “sangria” e
suplemento de óleo para as superfícies.
GRAXAS
Espessante Fase sólida 10%
Óleo base (+aditivos) Fase líquida
Determina a gama de velocidades de
funcionamento
Determina a temperatura mínima de
aplicação
Determina a resistência à oxidação
Determina a compatibilidade com as
pinturas e os elastômeros
Qual é a principal diferença entre
um óleo e uma graxa?
Os óleos são fluidos lubrificantes; a fluidez de
um óleo é definida pela sua viscosidade
As graxas são lubrificantes consistentes; a consistência
de uma massa é definida pela sua
Lubrificação a óleo ou a graxa?
Óleos
Fluidos Escapam do local de aplicação Troca de calor (arrefecimento) Remoção de partículas Remoção de resíduos ClassificaçãoGraxas
Semifluida/semi-sólida Ficam no local de aplicação
Vedam Não arrefecem os componentes Não limpam os componentes Classificação
Viscosidade (SAE; ISO VG) Consistência (NLGI)
Características das graxas e
ensaios de desempenho
• Penetração • Estabilidade mecânica • Separação do óleo • Ponto de gota • Resistência à água • Pressão de fluxo• Desempenho anti-ferrugem (Emcor)
• Desempenho de extrema pressão (Timken / ensaio 4 esferas)
Lubrificação de Rolamentos Temperatura F Ø12 Four-Ball Condições de operação: Carga: 1000 N Rotação: 1420 rpm Velocidade: 0.55 m/s Duração: 1 min. Parâmetros: Carga de Soldagem 12 Ø3 2 F Disco-Esfera Condições de operação: : Carga: 300 N Rotação: 36 rpm Velocidade: 0.06 m/s Duração: 20 h Parâmetros: Desgaste 40° 31 Ø1 3 0 Ø6 0 Ø2 2, 7
Rol. Esf. Cont. Angular
Condições de operação: : Carga: 80 kN Rotação: 7.5 rpm Velocidade: 0.04 m/s Duração: 500 h Parâmetros: Desgaste / Torque
Lubrificação de Rolamentos
Consistência
PENETRÔMETRO: (ASTM D217 / IP 50)
Penetração e classificação NLGI
National Lubricating Grease Institute Comportamento nos rolamentos
(vibrações)
Eficácia da graxa, em termos de
estanquecidade contra contaminações
Meios de distribuição possíveis
graxa nova graxa usada
As solicitações mecâncias sofridas pela graxa levam a alterações na estrutura do lubrificante e consequente perda de consistência
Lubrificação de Rolamentos
Sabões metálicos
Lítio
Cálcio
Sódio
AluminioSabões metálicos complexos
Lítio
Cálcio
Aluminio Sem sabão
ArgilasNatureza do Espessante
• As massas com sabão de lítio são as mais comuns : 70 % do mercado
Ácido graxo + Base
Sabão + Água
Sabões Metálicos
Reação de neutralização de uma solução aquosa alcalina (base), a mais utilizada e um Hidróxido metálico, com um ou mais
ácidos graxos, conhecida como saponificação, dá origem a formação de um sabão metálico ou um sabão complexo.
As graxas de Cálcio são feitas a partir de gordura animal (sebo) ou ácidos graxos vegetais, e as de Lítio utilizam os ácidos graxos derivados do óleo de mamona.
Graxas lubrificantes
Cada tipo de sabão dá uma característica à
graxa.
Espessantes das massas ao
microscópio
Graxa c/ sabão de lítio Graxa c/ sabão de sódio
Lítio Cálcio Sódio Aluminio Temp. Fusão Ponto de gota 180 - 260 90 - 110 150 - 200 110 - 120 Temp. Máx. aplicação 140-180 70 120 60 Estabilidade mecânica Boa Má a excelente Má a boa Má a boa Resistência
à água Boa Excelente Má Excelente Adesividade Boa Má Excelente Excelente
Natureza de Espessante
Sabões de Lítios são mais equilibrados daí a sua maior
utilização...
Um sabão complexo é formado a partir de dois ou
mais ácidos.
Permitem obter estruturas muito densas e estáveis.
Utilizáveis com temperaturas elevadas
150 °C com uma base mineral
200 °C com uma base sintética (PAO)
Sabão de Ca Sabão de Complexo de Ca
Sabão de Complexo de Li Sabão de Complexo de Al
H O H H O - O - O Ca2 + O O -O -O Ca2+ O O O O O H Li+ -O Li+ -O Li+ O O O O Al3+ OH -Lubrificação de Rolamentos Espessantes típicos
•
A ausência de sabão permite altas
temperaturas de utilização (200°C), devido a
uma elevada resistência à oxidação
–argilas, bentonites, ...
Espessantes
vantagens desvantagens
Li resistente a água, estável até 120/140°C, boa estabilidade mecânica
baixa resistência ao vapor Na consistência fibrosa, forma emulsão
com água, baixo custo
não é resistente à água, não
compatível com outros espessantes Ca excelente resistência à água, baixo
custo
usável até 60°C, ponto de gota de até 100°C
Li-complex resistente a água, estável até 120/140°C, boa estabilidade mecânica
produção complexa
Al-complex boa resistência à água, baixa toxicidade estável até 140°C, não compatível com outros espessantes
Ca-complex excelente resistência à água, estável até 140°C/160°C, proteção contra corrosão, suporta pressões
endurecimento, produção
complexa, decompõe-se à T>160°C Ba-complex resistente a água, estável até
150°C/170°C, proteção contra corrosão, suporta pressões
produção crítica, alto teor de sabão, alto custo
Na-complex resistente a água, estável até 160°C/180°C
alto custo
Lubrificação de Rolamentos
vantagens desvantagens
Bentonita sem ponto de gota, resistência à água, pouca variação da consistência com a temperatura, produção simples
baixa estabilidade mecânica (tixotrópica), alto teor de
espessante, aditivação é crítica para obtenção de bons resultados Poliuréia resistência à água, estável até
180°C/200°C, resistência à vibração, baixo ruído
aditivação complicada, tendência de endurecimento, produtos perigosos necessários para a produção
PTFE estabilidade depende do óleo base (PFPE), boas propriedades de lubrificação "seca"
teor de espessante muito alto,
somente utilizável à baixas rotação, alta separação de óleo
Lubrificação de Rolamentos
Compatibilidade
Importante :
NUNCA misturar graxas com
•
São produtos que permitem melhorar as
qualidades básicas de uma graxa lubrificante
•
Os aditivos podem ser:
–
Sólidos
–
Líquidos
Aditivos Sólidos
Grafite, Bissulfeto de Molibdênio, Mica, Talco
•
Melhoram as características de fricção entre as
superfícies metálicas, especialmente em situações de
cargas elevadas e de choque
•
Após o desaparecimento da película de óleo,
•
São da mesma natureza que os utilizados nos óleos
lubrificantes.
– Anti-oxidantes – Inibidores de corrosão – Extrema-pressão – Anti-desgaste – Anti-ferrugem – ...Aditivos Solúveis
Lubrificação deficiente
•Graxa lubrificante não adequada
•
Insuficiência de graxa nas zonas de contacto
•Excesso de graxa lubrificante
Suas consequências ...
Inadequada Insuficiente Excesso Contaminada Corrosão Desgaste Fissuras a altas temp. Escorregam. Fadiga Altas temperaturas Ruído Alteração da temp. de oper. Funcionam. irregular Graxa lubrificante Ap ar ênc ia do r o la me n to qu and o d esm o n ta do C om po rt. a nóm a lo dur a n te func ion.
Alguns cuidados a ter na lubrificação
com graxa
•
Bombas de lubrificação próprias para cada tipo
de graxa.
•
Embalagens sempre fechadas
•
Antes de lubrificar, limpar bem com pano (sem
fio), o copo de lubrificação.
•
Seguir sempre as recomendações dos
fabricantes relativamente à quantidade de
massa a aplicar.
Limite de trabalho para as graxas
Cálcio Lítio
Argila e todas as massas
complexas Argila e Li complexo
Te mp er atu ra (o C ) 10 30 50 70 90 110 130 150 0 200000 400000 600000 800000 1000000
dmN= dm(=diâmetro principal do rolamento em mm)* N(=rpm)
Argila Lítio
Li
Aplicação
Rápida Fluido Rígida
Lenta Viscoso Macia Baixa
Alta
Viscosidade Consistência Libertação de óleo
Numa aplicação rápida, devemos utilizar ?
1. uma massa lubrificante com um óleo base muito
viscoso ou
2. com um óleo base mais “fino”
E numa aplicação com cargas elevadas ?
E para uma aplicação sujeita a altas temperaturas ?
Em que situações se utilizam Aditivos Sólidos ?
Quais as 3 características mais importantes relacionadas
com o espessante de uma massa lubrificante ?
Em que situações se utilizam Aditivos Sólidos ?
Quais as 3 características mais importantes relacionadas
com o espessante de uma massa lubrificante ?
Consistência
Natureza do Espessante
Ponto de Gota
SEXTA AULA
Lauralice de C. F. Canale
Prof. Associada – EESC/USP
SMM 215 – Lubrificação e lubrificantes automotivos- Primeiro semestre 2015 LUBRIFICANTES&LUBRIFICAÇÃO INDUSTRIAL
R. Carreteiro P.N. Belmiro
LUBRICANTS IN OPERATION (Verlag) U J Möller U Boor
ASM Handbook Volume 18 SLIDES DO Prof George Totten Trabalhos de:
Enrico Giorge Grando Lukas Gonçalves Sobral Pierre Neves Camargo
Lubrificantes Sólidos
Quando usar: em condições ambientais extremas:
• temperaturas acima de 500 C ,
• meios a vácuo,
Nesses casos, os lubrificantes líquidos convencionais se
tornam menos efetivos por causa da sua tendência a se
oxidar ou decompor a elevada temperatura e de sua
tendência a vaporizar ou sair da superfície pelo alto
vácuo
Lubrificantes Sólidos
Entre as características principais dessas
substâncias, as seguintes são as mais
importantes:
• Baixa resistência ao cisalhamento
• Estabilidade a temperaturas elevadas
• Elevado índice de elasticidade
• Alto índice de adesividade a metais
• Quimicamente inerte
Lubrificantes Sólidos
Embora tais características não sejam facilmente
encontradas, elas aparecem de maneira
satisfatória nos carbonos cristalinos como a
grafita e no bissulfeto (dissulfeto) de
molibdênio, que são por isso mesmo aqueles
mais comumente usados para tal finalidade.
Lubrificantes Sólidos
Os mecanismos de operação de lubrificantes sólidos não é totalmente claro.
Há certos materiais cristalinos com estruturas de camadas que possuem planos facilmente cisalháveis, ou seja, eles possuem uma habilidade de escorregamento derivada da sua estrutura cristalina (sólidos laminares).
Outros: dissulfeto de tungstênio, a mica, talco, sulfato de prata e o bórax.
Lubrificantes Sólidos
A separação de cada superfície de escorregamento produz filmes com: • Espessura de 13.4 nm no caso do grafite • Espessura de 24.6nm no caso de MoS2Lubrificantes Sólidos
• Grafita: É satisfatória para uso como lubrificante até a
temperatura de 370 C, acima da qual passa a sofrer
oxidação sendo muito utilizada como carga para graxas
de alta temperatura. (Lubrificação de moldes de vidro).
• Dissulfeto de molibdênio: extraído da molibdenita. Pó
preto brilhante. Pode ser usado até 400C, acima da
qual sofre oxidação.É muito grande a sua capacidade
de aderência às superfícies metálicas sendo usado
como aditivo de extrema pressão.
Lubrificantes Sólidos
• Nova tecnologia em termos de lubrificação
sólida: PTFE (politetra-fluor-etileno). Máxima
temperatura: 300C. Coeficiente de atrito é
extremamente baixo.
Polímero Nome usual Coefic. atrito
Polivini cloreto PVO 0.4-0.5 Poliestireno Poliestireno 0.4-0.5 Polietileno polietileno 0.6-0.8 Politetra-fluor-etileno PTFE 0.05-0.1
Lubrificantes Sólidos
• Películas secas
Novo caminho tecnológico da lubrificação sólida: o
revestimento de superfícies metálicas com
camadas de materiais sólidos de boas
propriedades lubrificantes , como grafita,
dissulfeto de Mo ou PTFE.
Uso de metais porosos que são impregnados com o
lubrificante.
Ex: mancais de metais impregnados de PTFE até
cerca de 1 mm da superfície.
Lubrificantes Sólidos
Aplicações típicas para lubrificantes sólidos são
para :
• alta pressão de contato a velocidades muito
baixas
Tratamentos para formação de
camadas redutoras de atrito
• Revestimentos superficiais: metálicos e não
metálicos (resinas)
• Formação de camadas por reação química
(fosfatização)
Dispositivos de Lubrificação
É importante usar o lubrificante especificado, em quantidades suficientes e nos pontos requeridos para garantir o perfeito desempenho da lubrificação.
• Durante o projeto de uma máquina ou na instalação de um sistema deve-se atentar para os requisitos de lubrificação, permitindo segurança operacional.
• Os sistemas de lubrificação devem ser colocados de maneira a garantir a alimentação e com isso preservar as partes do sistema.