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EDITORIAL. O Clarim 3

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Academic year: 2021

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Índice

O Clarim - Ano XLIX

Nº 72 - Maio a Outubro de 2019

Diretora Editorial Lilian Gava Ferreira

Diretor do Ministério de Ensino Pr. Alan Rocha

Jornalista Responsável Lilian Mendes - MTB 22.152 Conselho Editorial

Expediente

Pr. Alan Rocha

Cibele Fresque Danúbia Guarnieri Debora Hilário

Deusa de Oliveira Teixeira Genilda Murta

Lilian Gava Ferreira Lilian Mendes

Margareth Rebouças Covre Manuela Fava Rozanez Revisão Editora Longarina Capa e diagramação Trilho Express Fotografia da capa Shutter Stock Tiragem 4.000 exemplares Impressão Hawaii Gráfica Distribuição

Gráfica e Editora A Voz do Cenáculo Colaboradores

Airton Dias Alan Rocha Anderson Guarnieri

Berenice Rodrigues Roque dos Santos Danúbia Guarnieri

Eleilton Willian de Souza Freitas Fernando dos Santos Duarte

Helida Maia

Kizie Conrado Leonardo Soares Letícia Colombo Medeiros Ferraz Marco Murta

Nancy Gonçalves Dusilek Paula Coatti

Roberto de Oliveira Soares Romi Campos Schneider de Aquino Zilda Rossi Araújo

O Clarim é uma publicação semestral do Ministério de Mulheres Adventista da Promessa. Os textos são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião dos editores. É permitida a reprodução dos artigos publicados, desde que tenha a fonte citada. “As nossas palavras devem ser como um clarim, uma

bateria, um órgão ou como um outro tipo de som que move corações, levando-os a Deus.”

Martinho Lutero, líder da Reforma Protestante ISSN 2595-3850

Correspondência

R. Boa Vista, 314 - Cj. G - 6º andar - Centro 01014-010 - São Paulo-SP - Fone/fax: 11 3104-7980 www.revistaoclarim.com / contato@revistaoclarim.com www.vozdocenaculo.com.br gevc@terra.com.br / Tel. (11) 2955-5141 Whatsapp: (11) 94216-1080 Como adquirir

Compartihar

17

Comunicando o amor de Cristo

De olho

na palavra

21

Diante das tragédias

Mulher em foco

Infidelidade

7

48

Missões

A intevitável passagem

do tempo

61

Melhor idade

43

Especial

Amor pelo povo

afrianco

59

Perfil

Costurando o véu

Costurando

o véu

Pastoral

13

Especial

40

Capa

26

mas nãoSozinho,

solitário

Faz bem para a alma

30

33

Vida em família

65

(4)

C A R T A S

Nossos

LEITORES

Se preferir, escreva para contato@revistaoclarim.com

Curta o nosso canal oficial e envie críticas, elogios ou sugestões

facebook/revistaoclarim

Enfoque para casais

Gostaria de sugerir um tema, voltado aos casais. Hoje o mundo romantizou a separação, às vezes, os cônjuges idealizam uma vida perfeita com a se-paração, e parecem estar com escamas nos olhos. Precisamos ser mais parecidos com Cristo!

Graziela Machado, Breves (PA)

NR – Sugestão aceita. Publicamos nesta edição um texto na seção

Vida em Família

Compartilhando

Há oito meses, fomos transferidos para Muaná e aqui, poucas mulheres conheciam a revista. Meu esposo, Pr. Elison, trouxe 10 revistas e as irmãs que compraram compartilharam com outras. To-das amaram a revista! Eu fiquei muito feliz por elas terem gostado e por ver algumas se identifi-cando com os artigos.

Maria Suelen, Muaná, Ilha de Marajó (PA)

Muito legal

Conheci a revista O Clarim. Quando chegou, tive que guardar na bolsa para conseguir trabalhar... queria ler inteira! Muito legal e o texto flui. Raro isso no meio cristão.

Regina Andrade , jornalista, São Paulo (SP)

M U L H E R E M F O C O

Procurar justificativas para o ato pode até

amenizar a culpa, mas não é o suficiente

para livrar-se das consequências

Romi Campos Schneider de Aquino

Se você é uma pessoa informada e está conectada com as redes sociais, já deve ter se deparado muitas vezes com o tema “infidelidade conjugal”, tratado como algo comum e até banal. Nas palavras de Au-rélio Melo, psicólogo e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie: “A liberdade atual deixou o conceito de fidelidade ultrapassado. Não somos mais fiéis a nada! Nem ao trabalho, nem aos ami-gos... Por que seríamos fiéis ao relacionamento?”.

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M U L H E R E M F O C O M U L H E R E M F O C O

Lamentavelmente, nem mesmo os casais cristãos estão livres da infidelidade e o que já era comum e tratado com certa condescendência quando prati-cado por homens, agora vem se tornando cada vez mais presente entre as mulheres também.

Há quem atribua isso ao fato de que hoje as mu-lheres são mais independentes, têm maior liberdade de escolha, buscam o prazer tanto quanto os ho-mens, conhecem e vivem em ambientes cheios de oportunidades e possibilidades. Mas o fato é que a maioria das mulheres permanece fiel aos seus mari-dos. Então, afinal, por que algumas mulheres traem? Antes de tudo, é importante observar que a infi-delidade feminina ocorre, na maioria das vezes, por motivos diferentes da masculina, sendo que os ho-mens sucumbem mais facilmente aos impulsos e à busca do prazer sexual, enquanto as mulheres o fa-zem por uma gama diversa de razões. Curiosamen-te, uma das razões mais comumente apontada para a infidelidade feminina está relacionada aos moti-vos pelos quais as mulheres se casam, buscando no relacionamento conjugal, além do sexo, companhei-rismo, amor, aceitação social, estabilidade econômi-ca e segurança. Muitas constroem expectativas que começam a se dissipar logo depois de uma bela festa de casamento ou da lua de mel dos sonhos. Para al-gumas, os problemas conjugais podem causar tanta frustração e decepção, que imaginam encontrar na infidelidade uma saída.

Vazio emocional

Um agravante em relação às expectativas é que elas também são ampliadas pela literatura, pelas artes e pelos meios de comunicação que agregam ao casamento muito romance e um êxtase de feli-cidade constante. Para as mulheres, em geral, o ro-mantismo tem um grande poder de sedução. Por isso, mesmo que um marido ame sua esposa, se não consegue demonstrar isso claramente, pode perdê--la para um homem atencioso e aparentemente bem intencionado que a leve a crer que, finalmente, terá todo o romance que merece.

Também ocorrem situações em que o sexo fora do casamento parece preencher uma carência emo-cional. Há mulheres casadas que se sentem tão ou mais solitárias do que quando eram solteiras. O diálogo, o carinho e a atenção foram se perdendo em meio à rotina, trazendo a sensação de que não são mais desejadas, amadas e valorizadas. Quando a mulher constrói seu senso de valor exclusivamen-te no relacionamento, pode começar a crer que mu-dar de companheiro irá salvá-la. Porém, mesmo um novo relacionamento se desgasta e, com o tempo, pode trazer de volta a carência e o vazio emocional.

Por outro lado, existe quase um senso comum de que as mulheres têm mais dificuldade para esquecer

e perdoar do que os homens. Uma mulher traída, ainda que permaneça casada, pode ser tomada pelo peso da humilhação e do desprezo e tentar revidar “na mesma moeda” com uma aventura sexual.

Mas é importante ressaltar que para as mulheres, geralmente a infidelidade não acontece de uma hora para outra: ela começa a ser construída no dia a dia e muitos casos poderiam ser evitados se houvesse atenção e vigilância aos primeiros sinais de peri-go. Alimentar fantasias amorosas ou sexuais com alguém que não seja o seu marido, além de ser pe-cado (Mt 5.28), pode se tornar o começo da queda. Eva se deixou seduzir pelos seus olhos e ouvidos e já sabemos no que resultou (Gn 3.1-6). Por isso, ver

pornografia, participar de sites de relacionamento, manter conversas íntimas em redes sociais, além de serem formas de traição, mesmo que virtual, podem ser um grande estímulo para a concretização de de-sejos escondidos.

“Felicidade a qualquer custo”

Ainda mais fatal para um casamento é buscar amparo no sexo oposto diante de problemas con-jugais e carência emocional, pois mesmo ouvidos muito bem intencionados podem levar a uma liga-ção emocional intensa e a uma inevitável atraliga-ção. Por mais inocente que pareça, a amizade íntima com

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M U L H E R E M F O C O M U L H E R E M F O C O

alguém do sexo oposto é um passo para o abismo. É possível que uma mulher não perceba armadilhas emocionais escondidas atrás de elogios masculinos constantes, do desejo dela em agradar esse “amigo” no seu modo de vestir, da emoção ao receber uma mensagem por Whatsapp ou um like de um homem, que não é seu marido.

Em um mundo onde as pessoas buscam o prazer em primeiro lugar, a “felicidade a qualquer custo”, as pessoas procuram as mais diversas justificativas para a traição. Por conta disso, muitas mulheres não se sentem culpadas ou desconfortáveis ao trair, acreditando que seguir o seu coração é a melhor es-colha. Mas o fato é que, independente das

justifica-tivas, trair é sempre uma decisão pessoal e procurar motivos para o erro pode até amenizar um pouco a dor e a culpa, mas não é suficiente para se livrar das consequências.

Ao contrário do que ocorre com os homens, a traição feminina geralmente culmina em separação, afetando toda a estrutura familiar, muitas vezes, tendo os filhos como as maiores vítimas. Mesmo quando o casamento não é desfeito, a quebra da confiança e a perda da autoridade moral podem deixar marcas para toda a vida. No caso da mulher cristã, ainda ocorre a perda de uma de suas maiores riquezas – a paz interior, que é fruto da comunhão com Deus. Por meio do arrependimento sincero e

da confissão, há esperança de restauração para a vida espiritual e para um casamento abalado pela infidelidade. É preciso ter coragem para admitir o erro para as pessoas envolvidas; é preciso ter hu-mildade para achegar-se a Deus e confessar o pe-cado, sabendo que: “Ele é fiel e justo para perdoar os

nossos pecados e nos purificar de toda a injustiça” (1 Jo

1.9). Mesmo que não tenha havido contato íntimo, é preciso confessar e pedir perdão pelas fantasias ali-mentadas, pela atitude sedutora, pela aproximação inadequada e pela infidelidade moral, cometida ao falar mal do marido.

Não existe caminho fácil para receber perdão, restaurar a comunhão e derrotar o inimigo, mas

tan-to quantan-to o homem, a mulher que comete adultério, se arrepende e abandona o pecado, pode ter sua fa-mília e sua integridade restauradas. Mesmo assim, diante dos problemas, a infidelidade jamais pode ser considerada uma opção. Antes, deve-se colocar os pensamentos e sentimentos nas mãos do Senhor, que certamente oferecerá um caminho melhor!

Romi Campos Schneider de Aquinoé psicóloga, congrega na IAP em São José dos Pinhais (PR) e li-dera o Ministério de Mulheres da Convenção Sul.

Referências:

BRIGTH, B.; BRIGTH, V. Como controlar as tensões no casamento. São Paulo: Editora Candeia, 1990.

CHAPMAN, G. O casamento que você sempre quis. São Paulo: Mundo Cristão, 2007. DE MOSS, N. L. Mentiras em que as mulheres acreditam e a verdade que as libertam. São Paulo: Vida Nova, 2013.

DI MARCO, H.; DI MARCO, M. Loucuras do coração: 50 coisas tolas que os casais fazem no seu relacionamento. Rio de Janeiro: Ed. Central Gospel, 2011.

MELO, M. P. Eu prometo: o compromisso para o sucesso de seu casamento. Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2007.

VAN PELT, N. Felizes no amor: o segredo da vida a dois. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2003.

Sites consultados:

•<https://atitude.com/por-que-as-mulheres-traem/>. Acesso em: 31 mar. 2019. •<https://www.areah.com.br/cool/traicao/materia/>. Acesso em: 31 mar. 2019. •<https://www.familia.com.br/7-razoes-para-nao-trair-seu-marido/>. Acesso em: 29 mar. 2019.

•<https://angorussia.com/lifestyle/porque-que-mulheres-traem/>. Acesso em: 04 abr. 2019.

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M U L H E R E M F O C O P A S T O R A L

Eleilton Willian de Souza Freitas

Os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas con-tam-nos sobre algo importante que aconteceu por ocasião da morte do Senhor Jesus: o véu do templo se rasgou de alto a baixo (Mt 27.50-51; Mc 15.38; Lc 23.45). Este véu servia para separar o lugar santo do lugar santíssimo, no templo em Jerusalém (Ex 26.31-33; Hb 9.3). Era espesso, com cerca de doze centíme-tros. Não se sabe ao certo sua altura, mas, levando em conta a altura do templo de Jerusalém (quando foi construído, a parte interna tinha cerca de nove metros de altura – 1 Rs 6.3; 19-20), o véu devia ser bem alto e imponente. Era assim porque atrás dessa cortina estava o lugar que representava a presença viva de Deus (o Santo dos Santos). Não era qual-quer um que podia entrar ali e atravessar o véu. Só o sumo sacerdote que, uma vez por ano, no dia da expiação, tinha o privilégio de entrar.

Os evangelhos nos contam que quando Jesus morreu na cruz, este imponente véu rasgou-se de alto a baixo, não por desgaste natural, mas milagro-samente. Ser humano algum, por sua própria

for-ça, conseguiria rasgá-lo. Historiadores do primeiro século mencionaram que cavalos, puxando o véu dos dois lados, não podiam parti-lo. Os sacerdotes que serviam no templo neste dia devem ter ficado bastante assustados com o que aconteceu. E por que três evangelistas fazem questão de relatar este acon-tecimento? A razão é muito simples: ele aponta para um novo tempo no relacionamento entre Deus e o seu povo. O que exatamente isso quer dizer? Enten-der isso é vital para evitar algumas distorções bem sérias.

Primeiro, podemos afirmar que o rasgar do véu mostra-nos que o caminho até a presença de Deus está aberto (Hb 10.19-20; 4.16). Por meio de Cristo, todos nós podemos chegar até Ele. Não há mais bar-reiras. Quem está em Cristo está em paz com Deus; o acesso foi aberto e a ira afastada. Não precisamos mais que nenhum ser humano nos represente diante de Deus, peça perdão ou ofereça sacrifício a Deus por nós. Com a nova aliança, cada cristão é um sacerdote (1 Pe 2.5-9; Ap 1.6). Isso é um privilégio ímpar!

Dividir nossas atividades em seculares e espirituais é como tentar

consertar o véu do templo, rompido com a morte de Jesus, o que nos

deu livre acesso a Ele

Encare o casamento como um ato de servir e não de ser

servida, dando a ele a devida prioridade sobre a vida

social e o trabalho. Priorize também momentos a sós

entre o casal, sem os filhos.

Cultive a espiritualidade e mantenha o diálogo aberto

com seu marido, lançando fora as raízes da amargura e

da vingança.

Cuide e valorize sua intimidade sexual.

Não tome nenhuma decisão precipitada, movida pelas

circunstâncias, pois se está passando por problemas,

uma traição só irá piorar as coisas.

Diante de uma crise, procure conselhos de uma mulher

madura e experiente.

Lembre-se: um pouco de prazer pode custar toda uma

vida de dor!

(8)

P A S T O R A L P A S T O R A L

A caminhada ao

lado de Deus está

além do templo,

do culto e do clero

Tudo o que fazemos deve ser

culto a Deus

Além disso, o rasgar do véu de alto a baixo nos leva a um novo entendimento do que é sagrado. Na antiga aliança havia lugares sagrados, pessoas sa-gradas e coisas sasa-gradas. O rasgar do véu lembra--nos que isso mudou! O templo já não é mais o lugar da habitação de Deus, não existe mais uma hierar-quia religiosa mediadora e nem objetos ou coisas que devam ser consideradas sagradas. O véu rasga-do mostra que não existem mais lugares, pessoas e coisas sagradas. A nova aliança modifica a maneira do povo de Deus servi-lo. O véu rasgado mostra que Deus não está confinado em um templo, não depende de ministros sagrados oficiando por meio de objetos sagrados e atividades sagradas.

que oferecem sacrifícios, por meio de sua vida, em to-dos os lugares onde estão. A doutrina do sacerdócio dos crentes mostra que todo povo de Deus é chama-do a servi-lo. Oferecemos sacrifícios espirituais por meio da nossa vida. O sacrifício agradável a Deus é a nossa vida entregue totalmente a Deus, em todas as suas dimensões (Rm 12.1; Hb 13.15-17). Quando entendemos isso, toda a nossa vida ganha uma di-mensão sagrada. Tudo o que fazemos é oferecido a Deus como culto, desde louvar em um culto público até comer com os amigos (1 Co 12.31).

Os cristãos do primeiro século parecem ter enten-dido isso muito bem. Contudo, infelizmente, com o passar dos anos, as estruturas simples e funcionais daquela igreja, como comunidade do Reino, foram se engessando. No início do quarto século, quando a igreja deixou de ser perseguida, tornando-se, mais tarde, religião do estado, muitas mudanças aconte-ceram. Elas repercutem até hoje. A partir da supos-ta conversão do imperador Conssupos-tantino (312 d.C.) e dos favores alcançados pela igreja (dele e depois de outros imperadores), multiplicaram-se os lugares de culto e, como a igreja ficou “rica”, magníficos templos foram construídos. As reuniões concentraram-se nos templos e, aos poucos, a ideia de um lugar sagrado, a morada de Deus, nos moldes do Antigo Testamento, voltou a dominar o pensamento dos cristãos.1 Junto a isso veio o fortalecimento da ideia de um clero que ministrava em favor do povo nestes locais. Era, tam-bém, a volta do ministério sagrado nos moldes do Antigo Testamento. Infelizmente, aos poucos, o véu que Jesus rasgou foi sendo costurado. Cristãos pas-saram a ir até o templo “assistir” a um culto oficiado por um bispo.

O problema em querer costurar o véu é que isso produz distorções terríveis. Cristãos voltam a admitir locais sagrados, rituais sagrados, pessoas sagradas e coisas sagradas. Dividem suas atividades em espiri-tuais e seculares. Tudo que fazem enquanto estão na igreja são atividades espirituais, mas cuidar da famí-lia, trabalhar, estar com amigos, são atividades secu-lares. Isso é um grande erro. Por pensar assim, muitos cristãos, inclusive, estão se esquecendo do chamado Na nova aliança, a caminhada ao lado de Deus

está além do templo, do culto e do clero. Deus dese-ja ser adorado em todos os ambientes e por todas as pessoas. Importa mais como se adora do que o local onde isso acontece (Jo 4.23-24). Toda a comunidade de discípulos é composta de adoradores sacerdotes

Ofereça sacrifícios

aceitáveis a Deus, por meio da sua vida,

mas não tente costurar a cortina que o

(9)

C O M P A R T I L H A R

Em LIBRAS

, esse sinal significa: Eu te amo.

P A S T O R A L

Pr. Eleilton Willian de Souza Freitas é copastor na Igreja Adventista da Promessa em Santana (São Paulo/SP) e diretor do Cetap - Centro de Estudos Teológicos da Igreja Adventista da Promessa. para viver em santidade em todos os ambientes, pois

têm a falsa impressão de que Deus se importa muito com aquilo que fazem no templo, mas não liga tanto com o que fazem fora daquele ambiente. E ainda, que as atividades realizadas no templo possuem mais va-lor do que as feitas em outros lugares.

Cantar louvores na igreja, por exemplo, é uma ati-vidade em que Deus é glorificado, mas brincar com os filhos em casa não é algo que pode ser oferecido como culto a Deus. Somando-se a isso, para muitos destes cristãos que costuraram o véu, uma coisa só tem valor se é produzida por alguém que é cristão, do contrário, deve ser considerada mundana (na arte, na política, na tecnologia etc.). Eles se esquecem que Deus está restaurando toda a sua criação e que Jesus é Senhor de todo universo; que a imagem de Deus e os reflexos de sua glória podem ser vistos mesmo fora dos ambientes eclesiásticos.

É lógico que não estamos dizendo que não deve-mos nos reunir mais em templos. Só não podedeve-mos considerar que estes são lugares sagrados e que é ali que Deus quer ser adorado, tão somente. Também não consideramos que a igreja não precisa de líderes. Ela precisa. Reconhecemos a admitimos a existência de líderes na comunidade do povo de Deus.

Deve-mos respeitá-los, mas não porque achaDeve-mos que eles fazem parte de uma hierarquia espiritual diferente, que são pessoas “consagradas”, que estejam em uma situação de privilégio diante de Deus. Liderança na nova aliança é uma questão de dom e chamado, não de consagração. Dentro da comunidade, temos dons diferentes segundo a graça. Todos são importantes no corpo e cada um serve onde foi chamado por Deus (1 Co 12.18).

Finalizamos lembrando o que está em Mateus, Marcos e Lucas: o véu foi rasgado. E foi de “alto a bai-xo” e não de “baixo para cima”. Foi o próprio Deus quem decidiu fazer isso. Louvemos a Deus todos os dias pelo privilégio que temos de poder viver em sua presença, em todos os lugares. Ofereça sacrifícios aceitáveis a Deus, por meio da sua vida, mas não ten-te costurar a cortina que o sacrifício da cruz rasgou.

Referências:

1SOUZA, M. Q. Cortina rasgada: a inclusão de todos os crentes no ministério do povo

de Deus. Londrina: Ministério Multiplicação da Palavra, 2008.

Ministério de Libras possibilita que

o evangelho alcance os surdos

(10)

C O M P A R T I L H A R C O M P A R T I L H A R

A história sempre permite refletir e entender os fatos atuais advindos de ligações do passado, deli-neando a importância da trajetória e seu processo. Com este olhar, aqui está uma síntese da história da Libras (Língua Brasileira de Sinais) na Igreja Ad-ventista da Promessa. É um convite aos leitores para conhecer um pouco da paixão à primeira vista para muitos dos que se envolvem com o sistema linguís-tico de natureza visual-motora.

Com as mãos, é possível transmitir desde deta-lhes até ao mais complexo dos temas. Sim, porque Libras é uma língua completa e organizada com estrutura gramatical própria, além de ter sido reco-nhecida no ordenamento jurídico por meio da Lei nº 10.436 em 2002, e sua regulamentação foi deter-minada no Decreto nº 5.626, em 2005.

Foi em 1996 que um casal de surdos1 foi visitar nossa comunidade em Vila Maria, zona norte de São Paulo. Não encontraram uma igreja preparada para que a comunicação se efetivasse. Ficaram insatisfei-tos pela ausência de comunicação mas, ao final do culto, o casal Nicolino e Simone Lombardi (ambos surdos) ofereceu gratuitamente para os interessados o curso de Libras.

Constata Bakhtin (2006, p. 32) que “Compreen-der um signo consiste em aproximar o signo apre-endido de outros signos já conhecidos”. Segundo o autor, nossa consciência se forma quando se im-pregna de um conteúdo. Nesse panorama, surge o primeiro ministério de Libras na Igreja Adventista

Parece que tudo começou ontem

da Promessa, na tentativa de diminuir as barreiras comunicativas existentes entre o mundo dos ouvin-tes e o mundo dos surdos, não tardando a se esten-der também para igrejas em outros bairros.

O começo foi e ainda é, na maioria das vezes, algo que assusta muita gente, principalmente por se tratar de algo novo. Mas, com a aprovação de Deus, as dificuldades são transpostas e hoje o Ministério de Libras é atuante em muitos lugares.

Cenário favorável

Hoje, temos um cenário muito favorável, pois a primeira dama, Michelle Bolsonaro, tem levantado a bandeira da inclusão de forma geral, inclusive uti-liza-se deste meio para se comunicar com pessoas

surdas. Nos primeiros dias do governo atual, a pro-fessora surda Priscilla Gaspar assumiu a Secretaria dos Direitos das Pessoas Deficientes. Sem dúvida, uma conquista para todas as pessoas surdas que lu-tam há tempos por seus direitos e reconhecimento.

Vemos com alegria que o Ministério de Libras se propagou nas igrejas promessistas, formando uma equipe de colaboradores de ponta. Alguns se torna-ram também profissionais da interpretação e outros se dedicam exclusivamente ao ministério da igreja local.

Torna-se interessante ressaltar que cada colabora-dor possui uma trajetória de vida diferente, em dife-rentes lugares do Brasil. Através do reconhecimento das diferenças é possível manter os colaboradores en-gajados e alcançar resultados muito positivos.

(11)

V I D A E M F A M Í L I A D E O L H O N A P A L A V R A

M U L H E R M O D E R N A

Muito a ser feito

Hoje, um levantamento de dados realizado pela equipe estima que haja 52 surdos sendo atendidos em todo o Brasil, por meio de 65 intérpretes. No link,2 é possível cadastrar, surdos, intérpretes e simpatizantes de Libras em sua igreja local.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-tística (IBGE), com base em dados de 2010, a popula-ção de surdos no Brasil é de 9,7 milhões. O que sig-nifica que há muitos surdos a serem alcançados para Cristo. Assim, é imprescindível compreender quem é o povo surdo e de que forma devemos nos organizar para que, de fato, o evangelho possa ser transmitido a essa parcela não alcançada.

A IAP começou implantando o curso de Libras, passando a interpretações propriamente ditas, nos cul-tos e reuniões. Nesta longa caminhada, a equipe cres-ceu e iniciou as gravações trimestrais de vídeos3 das lições bíblicas em Libras, entre outras atividades como encontros de surdos e intérpretes e participação nos eventos gerais da denominação, permitindo ao surdo receber a luz do evangelho em sua própria Língua.

O Ministério de Libras sempre está aberto a no-vos participantes. Todos são bem-vindos, pois há muito que fazer na pregação do evangelho às pesso-as surdpesso-as do Brpesso-asil inteiro.

Registro aqui minha alegria por estes 23 anos de Ministério de Libras na IAP, agradecida a Deus por todos os momentos vividos e pelas vitórias alcança-das. Estou certa de que os outros colaboradores vão prosseguir nesta linda missão para que os surdos que chegarem à nossa comunidade sintam-se ver-dadeiramente acolhidos e incluídos.

Referências:

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2006. HELLER, R. Como aprimorar a gestão de pessoas. São Paulo: Publifolha, 1999. MOURA, M. C. de. História e educação: o surdo, a oralidade e o uso de sinais. In: LOPES FILHO, O. de C. Tratado de fonoaudiologia. São Paulo: Roca, 1997.

SKLIAR, C. A surdez: um olhar sobre as diferenças. 2.ed. Porto Alegre: Mediação, 2001.

1Surdo (com letra maiúscula) trata-se de um grupo cultural e refere-se à comunidade linguística e surdo (com letra minúscula) refere-se à condição de fator físico (audiológico).

Essa terminologia foi usada por Skliar e será adotada também neste texto.

2https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScxeumxRclSnl_CYOlucM6H_bHBEpapLZgEE8zM-JLK45C3sQ/viewform. 3Disponíveis em: <http://www.juntademissoes.com.br>.

Berenice Rodrigues Roque dos Santos é pedago-ga, especialista em AEE – Atendimento Educacio-nal Especializado para Alunos Deficientes Audi-tivos e intérprete de Libras. Congrega na IAP no Jardim Aeroporto (Campinas/SP)

C O M P A R T I L H A R

É com imensa gratidão a Deus que lançamos um projeto

de inclusão neste ano. Trata-se da tradução em Libras

de todas as nossas lições e estudos para Pequenos

Gru-pos, atualmente impressos. Todavia, para que o projeto

começasse, precisávamos de pessoas que aceitassem o

desafio de cumprir tão importante missão. Sendo assim,

compartilhamos a proposta com as jovens Luzia Guedes

(Araraquara/SP) e Rayssa Zilioli (São Carlos/SP). Elas se

dispuseram a preparar semanalmente um estudo bíblico

em Libras, assim, vários materiais já estão disponibilizados

em nossa página e estão disponíveis em:

<www.soudapromessa.com.br>.

A cada semana, é

publicado um vídeo com um tema diferente.

Acesse e divulgue este material. Nosso desejo é que

muitos surdos sejam alcançados pelo

poder do evangelho.

Pr. Fernando dos Santos Duarte, superintendente da Convenção Noroeste Paulista da Igreja Adventista da Promessa.

Como devemos agir de forma

cristã nas situações de crise?

Junior Mendes

Este ano começou trágico. Na verdade, um pou-co antes, as tragédias já haviam pou-começado: um ati-rador entrou na Catedral Metropolitana de Cam-pinas (SP), dia 11 de dezembro de 2018, matando cinco pessoas e se suicidando na sequência1. Dia 25 de janeiro de 2019, rompeu-se a barragem de Brumadinho (MG) e os mortos já chegaram a 236 pessoas, além dos cerca de 34 desaparecidos. E não parou por aí. Na manhã de sexta-feira, 8 de feverei-ro, um incêndio interrompeu a vida e o sonho de 10

(12)

D E O L H O N A P A L A V R A D E O L H O N A P A L A V R A

adolescentes que viviam e jogavam no Flamengo, no Rio de janeiro.2 Meninos que, talvez, daqui al-guns anos seriam joias do futebol brasileiro.

Sem tempo para respirar, o brasileiro vai almo-çar e, no dia 11, fica sabendo da queda do helicóp-tero que levava o jorrnalista Ricardo Boechat na volta para casa, no Rodoanel, em São Paulo (SP), depois de uma palestra em Campinas.3 Imagine isso: o marido sai pela manhã para dar uma pales-tra e na hora do almoço, toda a fome, a cor e a ale-gria de uma família é estancada. E quando parecia que o ano deixaria para trás tais acontecimentos, somos invadidos pela dor de Suzano, no dia 13 de março, com dois jovens entrando em uma escola e tirando a vida de oito pessoas.4 Até o fechamen-to desta edição, infelizmente, havia mais tragédia: chuvas calamitosas no Rio de Janeiro, um músico morto com 80 tiros no seu carro, quando se dirigia a um chá de bebê com a família, sem contar as tra-gédias pessoais que nos abatem.

A primeira pergunta que muitos fazem em mo-mentos como esse é: “Onde está Deus, que permite tudo isso?” A outra, muito comum, é: “Onde tudo isso vai parar? É o fim do mundo!”. Essas posturas vêm acompanhadas de duas interpretações, ambas prejudiciais ao coração humano e distantes do pon-to de vista bíblico sobre a tragédia. Alguns se re-voltam contra Deus, como se ele não se importasse ou nem mesmo existisse. Outros, encontram culpa nas pessoas e situações a tal ponto de dizer que es-sas tragédias são castigos infringidos por Deus, por conta da conduta moral dos que sofrem.

Tragédias não são castigos

O livro de Jó apresenta praticamente um trata-do sobre o assunto a partir da grande tragédia que acometeu a vida desse homem e de sua família. A

primeira coisa que aprendemos é que tragédias po-dem acontecer com qualquer pessoa: “Na terra de

Uz vivia um homem íntegro que temia a Deus e evitava o mal” (Jó 1.1). Tragédias não são castigos, porque

mesmo um homem íntegro como Jó enfrentou ca-lamidades. Quantos de nós já nos vimos em uma situação em que concluímos que não merecíamos passar por aquilo ou que não entendemos como algo tão ruim pode acontecer conosco ou com al-guém querido? Em Lucas 13.1-4, Jesus apresenta a mesma ideia ao dizer que tragédias não tornam os homens e mulheres que as enfrentam mais culpa-dos que toculpa-dos os demais.

Chegamos então ao segundo fato sobre as tra-gédias, pela perspectiva bíblica: elas são próprias a um mundo em desequilíbrio. Jó 2.1 diz que, junto com os filhos de Deus, se apresentou diante dele, Satanás. Não pode parecer normal aos nossos olhos a não ser que aceitemos o fato de que o mun-do entrou em desequilíbrio. Junto com os anjos, temos um adversário, que seduziu a humanidade ao dizer que seria possível a vida independente de Deus.

A quebra do relacionamento entre humanidade e Deus, no Éden, causou, pelo menos, quatro gran-des gran-desequilíbrios:

emocional: o casal, ao perceber que estava nu, pela primeira vez enfrentou um sentimento estra-nho: o medo, e esse descompasso de medo, ansie-dade e depressão nos acompanha até hoje;

relacional: homem e mulher se colocam pela primeira vez em lados opostos (...a mulher que tu me

destes...) e, daí por diante, está estabelecida a luta

entre gêneros, classes e tantas outras;

ecológico: a relação do ser humano com a terra

seria de luta, retirando o fruto dela à força e tornan-do-a cada vez mais hostil ao domínio desenfreado exercido pela humanidade;

espiritual: Deus disse que, no dia em que o

ho-mem decidisse pelo caminho da desobediência, ele se encontraria com a morte; portanto, distante de Deus, o homem perdeu o acesso à vida abundante.

Já que as tragédias podem acontecer com qual-quer pessoa, independente de sua conduta moral, e que são intrínsecas a um mundo em desequilíbrio, o que podemos fazer diante delas? O livro de Jó também nos mostra: a única coisa que controlamos quanto às tragédias é a nossa reação. O questiona-mento, o choro e a perplexidade estão presentes nas diversas falas de Jó, mas o texto diz que “em

tudo isso Jó não pecou” (Jó 1.22; 2.10 e 42.7). Temos o

direito de nos assustar, chorar e até mesmo ques-tionar quando as tragédias acontecem, isso só de-monstra o quanto elas são intrusas para um ser hu-mano criado por Deus.

A conversa com Deus sobre os atos

trágicos

Além disso, como cristãos, temos que adotar algumas reações. Jó, ao final do livro, diz: “sei que

podes fazer todas as coisas; nenhum dos teus planos pode ser frustrado” (Jó 42.2). A Bíblia nos oferece a

pos-tura do “enfrentamento pela fé”. Deus é soberano. Mesmo sem o completo entendimento de todas as

(13)

D E O L H O N A P A L A V R A D E O L H O N A P A L A V R A

coisas, Jó decide confiar naquele que tudo pode. A fé que é exercida todos os dias por homens e mu-lheres ao entrarem em elevadores, subirem em aviões, saírem para o trabalho sem ter certeza de como será o dia, precisa ser direcionada para o lu-gar certo: o Deus Todo-poderoso. Jó, inclusive, é exemplo de fé de algo que ele não viu: em Jesus, o Pai decidiu amar o mundo de tal maneira e termi-nar com a morte e as tragédias. Nós aguardamos a manifestação final do Filho de Deus que devolverá, por seu Reino, o completo equilíbrio entre Deus, a humanidade e a natureza.

Também é exigida do cristão a “resistência atra-vés do diálogo”. Jó conversou com Deus por longos capítulos. Ele não se fechou, mas sofreu em seu in-terior a ponto de explodir internamente. Óbvio que foram dias difíceis, mas o texto de Jó nos ensina a resistir com diálogo. Toda uma curva emocional, quando há diálogo, é percorrida: da perplexidade à revolta, às dúvidas, à pacificação do coração, ao ponto de estar preparado para ajudar outras pes-soas que passam por situações parecidas. Mas isso não é possível sem o recurso da conversa em fa-mília, com a sociedade e com Deus sobre tais atos trágicos.

E por fim, precisamos nos encher de esperança “presente em relacionamentos saudáveis e ações sociais”. Jó diz: “meus ouvidos já tinham ouvido a seu

respeito, mas agora os meus olhos te viram” (Jó 42.5).

Esse é o último capítulo e todo esse processo de enfrentamento, resistência e esperança para Jó acontece antes dele ver qualquer solução para sua crise. Nós, que estamos olhando essas tragédias de longe, precisamos oferecer esperança às pessoas e a nós mesmos com um relacionamento crescente com Deus e uma atitude de oração e ajuda humani-tária naquilo que está ao nosso alcance. Precisamos agir como os membros das igrejas evangélicas de

Brumadinho, que se dispuseram a oferecer apoio espiritual, orações, doações e ações diversas, como lavar as roupas dos bombeiros envolvidos nas buscas.

Assim, devemos reconhecer que tragédias po-dem acontecer com qualquer pessoa por conta de vivermos em um mundo em desequilíbrio emocio-nal, social, ecológico e espiritual. Além de reconhe-cer, devemos agir: enfrentar com fé, resistir com diálogo e oferecer esperança por meio de nosso re-lacionamento com Deus e nossas ações, prenúncio e presença do Reino de Deus aqui e agora.

O mar de lama que ceifou quase 300 vidas em Bruma-dinho (MG) no início deste ano deixou a população estar-recida e despertou enorme corrente solidária, oferecendo ajuda material para confortar as famílias. Em parceria com outras entidades cristãs, a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) entendeu que era preciso ir além e levar uma palavra de consolo e esperança para atenuar o sofrimento provocado por uma das piores tragédias já registradas no País. “De to-dos os pontos do Brasil chegavam donativos para amenizar a trágica situação. Mas, naquele momento, era preciso

res-da SBB em Belo Horizonte para traçar estratégias de atendi-mento. Dois dias depois, em parceria com a Primeira Igreja Batista e a Igreja Presbiteriana do Brasil, a SBB promoveu a primeira ação na cidade com distribuição de literatura bíbli-ca. Nesse dia, a equipe da SBB visitou a Estação de Conhe-cimento da Vale, onde estava montado o Centro de Opera-ções para atender às vítimas. Na noite de 30 de janeiro, a entidade esteve presente no culto ecumênico realizado na cidade, ocasião em que fez a distribuição de literatura bíbli-ca. Como o objetivo é distribuir 10 mil Bíblias na região de

taurar um sentimento fundamental: a esperança. Por isso, a SBB procura, por meio da Bíblia Sagrada, levar amparo espiritual às vítimas de calamidades como essa”, destaca o diretor executivo, Erní Seibert.

A SBB é uma entidade beneficente de assistência social, fundada em 1948, que construiu sua trajetória com base na missão de “Semear a palavra que transforma vidas”. A SBB faz parte de uma organização mundial, as Sociedades Bíbli-cas Unidas, que está presente em 147 países.

Presença no culto ecumênico

A mobilização para ajudar as famílias de Brumadinho teve início no dia seguinte à tragédia, 26 de janeiro, quando mais de 15 organizações se reuniram na Secretaria Regional

Brumadinho, a SBB, em parceria com a Convenção Batista Mineira, continua com a campanha. Para participar desta causa, acesse: <https://goo.gl/TS4Sxq> ou faça uma transfe-rência para: Bradesco – Ag. 3390 – C/C 18502-7.

Em outro acontecimento de grande repercussão, a tra-gédia em Suzano (SP), em 13 de março, em que dois atira-dores fizeram oito vítimas fatais e tiraram a própria vida, a SBB também esteve presente no culto ecumênico, ofere-cendo Bíblias e mensagens de conforto aos familiares.

As ações acontecem em parceria com as igrejas, que são fundamentais para que a distribuição seja efetiva e alcance um maior número de pessoas.

Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil. Para saber mais acesse: <www.sbb.org.br>.

Pr. Junior Mendes é publicitário e líder do Mi-nistério de Jovens da Convenção Geral das Igrejas Adventistas da Promessa, além de coordenar o Movimento Radiação (iniciativa de missão urba-na do Ministério Jovem) em Campiurba-nas (SP).

1Disponível em:

<https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2018/12/12/o--que-se-sabe-sobre-o-ataque-na-catedral-metropolitana-de-campinas.ghtml>. Acesso em: 10 abr. 2019.

2Disponível em: <https://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/

24-horas-depois-da-tragedia-uma-alvorada-mais-triste-no-ninho-do-urubu.ghtml>. Acesso em: 10 abr. 2019.

3Disponível em:

<https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/02/11/ricardo--boechat-jornalista-morre-aos-66-anos-em-queda-de-helicoptero-em-sp.ghtml>. Acesso em: 10 abr. 2019.

4Disponível em:

<https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noti-cia/2019/03/13/tiros-em-escola-em-suzano-o-que-se-sabe-ate-agora.ghtml>. Aces-so em: 10 abr. 2019.

5Disponível em:

<https://guiame.com.br/gospel/missoes-acao-social/igrejas-de-bru-madinho-se-mobilizam-para-ajudar-vitimas-da-tragedia.html>. Acesso em: 10 abr. 2019.

Referências:

Levando a esperança

que reconstrói vidas

(14)

C A P A C A P A

Quem nunca fez algum comentário negativo sobre outra pessoa? Ou mesmo, sob a desculpa de pedir uma oração ou apenas querer pedir aju-da, contou algo que expunha a vida ou maculava a imagem de alguém? O fato é que falar o que não devemos, maldizer algo ou alguém, é uma prática que alcança a todos.

Mas, por que (e para que) falamos dos outros?

Iniciamos definindo o que compreendemos como fofoca. Hoje, a maioria dos estudiosos concorda que fofoca é falar de maneira informal, “divertida”, e, em geral, maliciosa e até cruel, sobre pessoas que não estão presentes.

Estudos da Neurociência apontam para o fato de que quando falamos mal dos outros, sensações de prazer são produzidas por nosso cérebro. Segundo a Dra. Rosana Alves, neurocientista, gostamos de fofo-car e nosso cérebro demonstra isso através das reações nele provocadas.

O comportamento de “fofocar” tem alguns objetivos quando manifesto. A primeira constatação é que ele possui uma capacidade de controle social. Ou seja, através da fofoca eu influencio o comportamento dos outros. É uma espécie de manipulação da opi-nião alheia. Isso fica bem demonstrado quando olhamos os tabloides sensacionalistas, as revistas e sites de fofocas, cujo único objetivo é explorar a infelicidade ou tragédias entre celebridades e pes-soas notáveis. Por incrível que pareça, essa prática é também infiltrada entre cristãos, existindo si-tes de “fofoca gospel”. Até mesmo no meio cris-tão, onde a maledicência é considerada contrária aos princípios bíblicos, essa tendência humana é explorada.

Segundo o Dr. McAndrew, neurocientista, os comentários sobre terceiros reforçam as normas, aparecendo quando um indivíduo não vive de acordo com a expectativa dos demais e viola as expectativas alheias. A manipulação da opinião

“Todos tropeçamos de muitas maneiras. Se alguém não tropeça no fa-lar, tal homem é perfeito, sendo também capaz de dominar todo o seu corpo” (Tg 3.2).

Assim como o cigarro, a comida ou o álcool, a prática

pode tornar-se uma fonte de prazer que vicia

(15)

C A P A

pública por meio da fofoca, exposição ao ridículo e rejeição dos “rebeldes” tornou-se um meio crucial de dominação.

A fofoca também está associada ao fato de que se torna uma forma de interação e participação no grupo por parte de quem a pratica. Segredos com-partilhados constituem uma maneira eficiente de criar vínculos, gerando uma sensação de pertenci-mento. Quando eu trago informações relevantes, que podem instigar o interesse dos outros, eu atraio para mim importância e relevância, despertando a admiração e aprovação das pessoas.

Desde a pré-história

Outra consequência da fofoca é que ela gera uma espécie de vínculo entre aqueles que se uti-lizam dela. Os que não participam, tornam-se excluídos. Afinal, passar informações a alguém é sinal de profunda confiança, pois segredos com-partilhados constituem uma maneira eficiente de criar relacionamentos. Um indivíduo que não teja incluído na rede de fofocas de um grupo es-pecífico será enquadrado como um forasteiro, em quem os colegas não confiam ou que não é aceito.

Segundo o psicólogo Collin Gill, quando critica-mos comportamentos e características de alguém que não está presente, depositamos grande interes-se no que o interlocutor tem a dizer e vice-versa. Assim, criamos laços que, consequentemente, nos fazem sentir felizes, provocando a liberação de hormônios que nos dão a sensação de satisfação.

Na realidade, quando falamos mal de alguém, desviamos o olhar de nós mesmos para o outro. A verdade é que sentimos prazer em falar coisas ne-gativas de uma outra pessoa. A sensação é de alí-vio. Quanto mais se diminui uma pessoa, melhor nos sentimos.

Segundo estudiosos, o hábito de falar mal da vida alheia é antigo: já na pré-história nossos an-cestrais descobriram que era importante conhecer e repercutir os pontos fracos dos adversários – e eventualmente até de companheiros – para que se sentissem fortes e valorizados. Ou seja, se eu desvalorizo o outro, valorizo a mim mesmo por consequência.

Apesar de ser uma prática comum a todos, al-guns parecem desenvolver a fofoca como um hábi-to compulsivo, hábi-tornando-se um vício. Assim como o cigarro, a comida ou o álcool, a fofoca torna-se uma fonte de prazer que dificilmente satisfaz, sendo praticada ininterruptamente.

Prática sedutora

Diante de tudo isto, acredito que devemos fazer uma reflexão sobre nossas práticas. Como vimos, fofocar é uma prática muito sedutora e atraen-te. Quanto mais nos sentimos inseguros na nossa identidade, em quem somos, mais procuramos atingir o outro e isso parece aliviar a nossa a inse-gurança. Mas não corrige a real causa do proble-ma. E quando abrimos os olhos para ver o que está acontecendo, percebemos que estamos cada vez mais afundados na prática de diminuir os outros para nos autoafirmarmos.

O fato é que, como parte da nossa humanida-de, em algum momento nos sentiremos inseguros, e para aliviar isso, nos compararemos aos outros. Ao expor o defeito do outro, que parece maior que o meu, me sinto mais aliviado. Mas as bases dessa prática não são mentalmente e nem espiritualmen-te saudáveis. Na verdade, trata-se de uma estraté-gia para promoção de interesses egoístas e da pró-pria reputação à custa do desconforto alheio.

Tiago nos faz uma exortação que fala da língua

Letícia Colombo Medeiros Ferraz é psicóloga e psicoterapeuta, especialista em Psicologia Clínica, mestre em Saúde Mental e pastora da “Chiesa Vi-vace”, em Bérgamo (Itália).

C A P A

como um fogo, capaz de incendiar todos à sua vol-ta. Ele nos convida à sabedoria e a exercermos o controle sobre nossa língua. Ele faz menção àquilo que falamos, pois seu conteúdo tanto pode destruir como construir. Fala das ambições egoístas do nos-so coração e das motivações pelas quais falamos coisas más.

Ao finalizar o capítulo 3, ele faz uma distinção entre uma aparente sabedoria dos homens e a sa-bedoria que vem de Deus. “Mas a sasa-bedoria que vem

do alto é antes de tudo pura, depois pacífica, amável, compreensiva, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera. O fruto da justiça semeia-se em paz para os pacificadores” (Tg 3.17-18).

Como membros do corpo de Cristo e partici-pantes do Reino de Deus, somos chamados a cui-darmos, nos preocuparmos e guardarmos a vida do outro. O verdadeiro amor sofre junto. A Bíblia fala de uma conduta única, tanto para os de dentro, quanto para os de fora. Quando os de fora reconhe-cem em nós tais práticas, eles são atraídos, pois a face de Cristo resplandece em nós.

Firme sua identidade em Cristo, que é fonte de aprovação, satisfação e aceitação incondicional. Quando sabemos quem somos nele, nos livramos de toda a necessidade de nos autoafirmar nas pes-soas ou circunstâncias. Ele nos garantiu que não nos deixaria só. Peça ajuda do Espírito Santo, que é capaz de transformar nosso coração e nos aproxi-mar cada vez mais da vontade do Pai.

(16)

Sozinho,

mas não

solitário

F A Z B E M P A R A A A L M A F A Z B E M P A R A A A L M A

É inegável a importância dos exercícios físicos para a saúde. É só ir ao médico e lá vem a recomendação: “Faça caminhada”, “Vá à academia”. De igual modo, se

qui-sermos ter saúde espiritual, precisamos dos exercícios espirituais ou das práticas devocionais diárias, tais como a oração, a leitura devocional da Bíblia, o jejum e assim por diante. Hoje, vamos refletir a respeito de uma delas - a solitude, um exercício espiritual que foi praticado e recomendado pelo médico dos médicos, Jesus Cristo, e que, ainda assim, muitos cristãos desconhecem.

A importância de separar tempo

para um “retiro espiritual diário”

Alan Rocha

Entendendo o exercício

A palavra “solitude” vem do latim solitudine, de onde também vem a palavra solidão. Mas embora te-nham a mesma origem, não são sinônimas. Solidão é um estado em que se sofre por estar sozinho ou por se sentir abandonado por todos. Já a solitude é a es-colha de se estar só, por um instante, e é algo benéfico e agradável.1

Segundo Richard Foster: “A solidão é o vazio do lado de dentro. A solitude é o interior preenchido”.2 Solidão é a dor de estar sozinho, mas solitude é a gló-ria de estar sozinho. Esta segunda está ligada à ideia de ficar só ou em silêncio, refletindo sobre quem so-mos e o que estaso-mos fazendo para Deus e para o pró-ximo. Como definição, pode-se dizer que solitude, como prática devocional, é o ato de privar-se, por um momento, da companhia de outras pessoas e buscar um lugar tranquilo para ficar a sós com Deus.

Com relação à solitude, Jesus é nosso melhor exemplo. Em Marcos 1.35, a Bíblia nos informa que, certa vez, “de madrugada, quando ainda estava escuro,

Je-sus levantou-se, saiu de casa e foi para um lugar deserto, onde ficou orando”. Além deste, temos outros textos

mostrando que Jesus tinha o hábito de se retirar para lugares solitários para reflexão e oração (Mt 4.1-2; 14.23; Lc 22.39-41).

Até mesmo nos dias agitados, com sua agenda lotada, nosso Senhor não abria mão de praticar a so-litude (Lc 5.15-16; 6.12). Ele sabia da importância de investir tempo na presença do Pai. Nosso desafio, como discípulos dele, é ter a mesma atitude. Nos dias atuais, nós precisamos encarar essa prática como prioridade, como fez Jesus Cristo.

Praticando o exercício

Mais importante que reservar um espaço na agen-da é saber o que fazer nesses momentos. Estar a sós, neste sentido, não é sinônimo de fazer nada ou ficar ociosos. Estar a sós significa refrear a sequência frené-tica de nossa vida cotidiana, marcada por estresse e

preocupações, a fim de aquietarmos o coração e ficar-mos mais atentos à voz de Deus.

Para que, de fato, a solitude ocorra, alguns ele-mentos são necessários:

O silêncio. Semelhantemente a Jesus, devemos procurar lugares tranquilos, onde haja quietude e si-lêncio. Assim sendo, você pode, por exemplo, esco-lher um cômodo de sua casa ou um momento mais sossegado do dia para essa prática. Comece com alguns minutos de silêncio, procure acalmar o cora-ção e os pensamentos, a fim de ouvir a Deus. O sábio afirma que há “tempo de estar calado e tempo de falar” (Ec 3.7b). Lembre-se de que o silêncio é importante para ouvir a voz de Deus.

A meditação. Este elemento pode ser relaciona-do tanto ao ato de ler e meditar sobre um texto bí-blico quanto ao de refletir sobre a vida e sobre Deus. Quando silenciamos nossas palavras e nossas vozes interiores, estamos mais aptos para meditar, seja na lei do Senhor, nas obras criadas ou mesmo em nosso relacionamento com Deus. É hora de refletir sobre o sermão do culto ou recordar as promessas de Deus, é o momento de “trazer à memória aquilo que nos dá

espe-rança” (Lm 3.21)

Meditar é pensar internamente no que lemos, ou-vimos e nos acontecimentos ao nosso redor; é conver-sar silenciosamente conosco mesmos, em uma espé-cie de diálogo interno, autoanálise ou introspecção; é fazer como Maria, que “guardava todas essas coisas

e sobre elas refletia em seu coração” (Lc 2.19). Em um

mundo tão barulhento e estressante, falar de silêncio e meditação parece um absurdo; mas, na verdade, isso é vital para todos nós (Sl 4.4; Is 30.15). É tempo de organizar as ideias e promover uma higiene mental.

A oração. Em todos os episódios que mostram Je-sus se retirando para ficar sozinho, ele ora. O silêncio e a reflexão devem levar-nos a uma conversa franca com Deus. Isso tem a ver com a “oração do quarto”, ensinada por Jesus: “... vá para seu quarto, feche a porta e

ore a seu Pai, que está no secreto” (Mt 6.6).

Enfim, a ideia básica é, simplesmente, que todo cristão precisa cultivar o hábito de ter,

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diariamen-F A Z B E M P A R A A A L M A V I D A E M F A M Í L I A

te, um momento devocional, isto é, um “retiro espiritual diário”, assim como Jesus tinha. Pois re-servar um tempo para estar a sós com Deus é algo indispensável para a vida cristã. É uma questão de sobrevivência espiritual.

O que fazer?

Para essa prática, reserve um espaço em sua agen-da. Procure um lugar tranquilo para, realmente, você ficar a sós com Deus. Afaste-se um pouco de toda barulheira. Desligue a TV, o computador e o celular. Esqueça, por um instante, as redes sociais. Faça um momento de silêncio. Leia um texto da Bíblia, pausa-damente, e medite em cada palavra. Concentre-se em Deus e ore de todo coração.

No momento da solitude reflita sobre Deus, mas também reflita sobre você. Faça uma autoanálise. Per-gunte-se: “Quem sou eu?”; “O que os outros pensam de mim?”; “O que Deus pensa e espera de mim?”; “Que áreas da minha vida precisam melhorar?”. Faça essas reflexões silenciosamente e ore, pedindo ajuda a Deus para conseguir mudar suas atitudes.3

Você pode começar aos poucos. Separe dois, três ou quatro minutos diários para a prática da solitude

e vá aumentando esse tempo com o passar dos dias. Depois, além do ambiente escolhido em sua casa, veja a possibilidade de ir a bosques, parques e fazer caminhadas, para se exercitar na solitude.

Oração

“Senhor, que eu consiga ter tempo de qualidade contigo. Ajuda-me a reservar espaço na minha agen-da para ficarmos a sós. Quero ter plena comunhão contigo, meu Deus. Amém!”.

Pr. Alan Rocha é copastor na IAP em Vila Me-deiros (São Paulo, SP) e diretor do Ministério de Ensino da Convenção Geral da Igreja Adventista da Promessa da Igreja Adventista da Promessa.

Referências:

1MANNING, B. Convite à solitude. Trad. de Fabiano Medeiros. São Paulo: Mundo

Cristão, 2010. p. 12.

2 FOSTER, R. Celebração da disciplina. São Paulo: Vida, 2007. p. 144.

3THROUP, M. Reflexões de uma vida: memórias de um ministério. Curitiba: Encontro,

2013. p. 73-74.

Como edificar um casamento duradouro em

um mundo onde tudo é descartável

(18)

M I S S Õ E S

V I D A E M F A M Í L I A

Diante de nós a realidade: somos uma geração que pode ser definida por sua incansável busca pela perfeição. Corpos perfeitos: as academias estão lota-das de pessoas que buscam a perfeição – corpos de-finidos, sem gordura, musculosos; clínicas de estética prosperam, pois oferecem massagens, drenagens e uma infinidade de tratamentos que prometem dar adeus às imperfeições; clínicas médicas sempre dis-poníveis para realizar qualquer procedimento cirúr-gico com a promessa de perfeição.

Esta busca de perfeição não para por aqui. Já fo-mos contaminados com este desejo... Querefo-mos perfeição em um prato de comida (somos a geração

MasterChef), queremos a perfeição no atendimento

de um banco, de um restaurante (adoramos ser VIP,

Platinum ou Black) e queremos a perfeição na pessoa

amada! Aham! Pegamos você! Chegamos onde que-ríamos: melhor acalmar seu coração neste sentido! As outras “perfeições” você pode até comprar, mas essa última não!

Você encontra alguém especial (falando franca-mente, Deus coloca diante de você alguém especial) e iniciam uma conversa. O coração acelera, as mãos transpiram, você fica sem jeito e, literalmente, sem palavras. Então, os dois começam a compartilhar histórias de vida e ficam encantados com as coinci-dências (inclusive aquelas que só vocês veem, pois já estão apaixonados!). O namoro começa e sabe qual é uma das primeiras frases que vocês usam? “Ele(a) é perfeito(a)!”. Confesse: você já usou esta frase! O lan-ce continua: vocês trocam mensagens apaixonadas,

fazem planos, ficam noivos e se casam. O dia mais perfeito de suas vidas, celebrado ao lado de familia-res e amigos, noiva e noivo deslumbrantes em suas roupas. Mas assim que chegam da lua de mel, perce-bem que as coisas não são tão lindas e simples como nos livros e filmes. Parecia muito mais fácil antes do que agora!

Depois de algum tempo, pensando com um pou-co mais de maturidade sobre a relação a dois, a per-gunta que não quer calar é essa: é possível alcançar a perfeição no casamento?

Diante da realidade (im)perfeita dos casais, mui-tos casamenmui-tos sucumbem, se perdem, simplesmente acabam. Preste atenção: a (im)perfeição não está no casamento, na instituição do casamento (até porque quem o instituiu foi O Perfeito!). A (im)perfeição está em nós. E isso se reflete nos números: de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no Brasil, um a cada três casamentos termina em di-vórcio. Em 1984, o divórcio era realidade em cerca de 10% dos casamentos, com 93.300 divórcios. Essa cor-relação saltou para 31,4% em 2016 – com 1,1 milhão de matrimônios e 344.000 separações.1 Nos EUA, este índice passa de 50%.

Como manter casamentos duradouros em um mundo do descartável? A Bíblia sempre tem a res-posta certa! É nela que encontramos o que fomos en-sinados (por um amado casal (im)perfeito) a chamar de “os quatro pilares do casamento”: Deus, família, dinheiro e sexualidade. A ordem você escolhe, mas nós não tiraríamos Deus do início!

Em Eclesiastes 4.12 lemos sobre o cordão de três dobras. Preste atenção nisso: a presença de Deus é a terceira dobra e deve ser cultivada na vida do casal. Nada é mais importante que a presença dele! Não há casa edificada (Sl 127.1) sem ele!Certa vez, ouvi uma mensagem sobre relacionamento. O orador citou uma frase que estava anotada em um papel rasgado, segun-do ele, para que não houvesse a menor chan-ce de errá-la. No papel estava escrito: “Nós somos de uma época em que quando uma coisa quebrava, nós consertávamos ao invés de jogar fora”. Essa frase me marcou profunda-mente. Esse papel está comigo até hoje, está no meio da minha Bíblia e não pretendo tirá-lo de lá. Um casal precisa aprender a consertar as coisas em vez de jogar tudo para o alto. Um casal precisa aprender que quando se chuta o balde, chuta-se tudo o que está dentro dele e muita coisa de valor é descartada. Mas como aprendemos isso? Com a presença de nosso Deus. Poderão existir momentos no seu casa-mento em que só a presença de Deus evitará o colapso, por isso, mantenha-o por perto, man-tenha-o no seu casamento, afinal, o cordão de três dobras não se quebra.

Não é nenhuma novidade que homem e mulher são diferentes, e não apenas no aspecto físico, mas prin-cipalmente no que diz respeito a emoções e visões de mundo. Quando um homem e uma mulher resolvem se casar, trazem com eles na bagagem, costumes, ideias e histórias de vida completamente diferentes, um do outro. A família está incluída neste “pacote” cheio de novidades! O marido e a mulher precisam ter em men-te que manmen-ter um bom relacionamento com sogros, cunhados e parentes é algo a ser buscado com em-penho, de maneira a manter uma convivência saudável e harmoniosa. Não despreze isso, é muito perigoso. Você ama seu(sua) esposo(a)? “É claro” – você dever ter respondido em sua mente! Que pergunta óbvia! Pois bem, um ponto importante a ser enfatizado aqui é justamente baseado no amor que você diz sentir. Você o(a) ama, prometeu amar e respeitar, e fez lindos votos na presença de todos seus amigos e familiares. Por que pensar então que amar sogro(a), cunhado(a), tios e tias não está incluído? Está na hora de aumentar sua

(19)

V I D A E M F A M Í L I A Ao refletir sobre estes aspectos, voltamos à

per-gunta inicial: é possível alcançar a perfeição em nosso casamento? A (im)perfeição não está no casamento, mas em nós mesmos, portanto, temos uma luta a tra-var todos os dias, buscando crescer como marido ou esposa. Mas há um detalhe: quando essa luta é trava-da em parceria, tudo fica mais fácil.

Em I Coríntios 13.11 lemos: “Quando eu era menino,

falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino... quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino”. Chega uma hora em que é

neces-sário amadurecer, precisamos nos entender e deixar as birras, biquinhos e charmes de criança para trás. Um casal, já citado aqui, nos escreveu em nosso ani-versário de casamento: “casal que a gente gosta de ter por perto, de admirar e de conviver. Casal sim-ples com seus defeitos e qualidades... Afinal, os bons exemplos que precisamos não são de casais perfeitos que não existem, mas de casais imperfeitos transfor-mados por Jesus todos os dias”.

Percebemos que vale sempre a pena, como casais (im)perfeitos, continuar buscando ser melhor a cada dia. Façam isso também. Entreguem suas vidas ao Deus perfeito; entendam que ele é o idealizador e o sustentador do casamento; submetam-se à sua

von-tade e soberania e entreguem todas as suas decisões a ele; sejam gratos pelas diferenças, riam delas; res-peitem-se e desfrutem do presente chamado sexo; sejam sábios em suas finanças, desfrutem do trabalho árduo juntos. Por último, e não menos importante: você, esposa, aprecie o que ele faz, elogie, em vez de criticar, seja submissa e demonstre ternura. E você, marido, faça uma massagem nela de vez em quando, compre flores periodicamente e a ame sempre, como Cristo amou a igreja.

Pr. Airton Dias (Tom) é professor doutor da Uni-versidade Federal de São Carlos (UFSCar). É co-pastor na Igreja Adventista da Promessa em Vila Helena, Sorocaba, SP. Helida Maia atua na área bancária. Ambos integram a equipe do Ministério de Jovens da Convenção Geral da IAP e aguar-dam, ansiosos, a chegada da bebê Sara.

O primeiro mandamento estabelecido por Deus está ligado a uma das melhores sensações (biologicamente falando) que o ser humano pode experimentar. Deus dá no momento inicial de vida sobre a Terra um incrível e maravilhoso presente (Gn 1.27-28). Há uma realidade inequívoca: Deus criou o sexo! Deus é Criador de todas as coisas. Ele cria os órgãos sexuais, o sexo, a sexualidade. Assim como ele fez o rosto, as mãos e o coração para fins específicos, da mesma forma fez também os órgãos sexuais e o cérebro com objetivos claros. Ele colocou em nosso corpo regiões específicas para a atração física, o prazer sexual e a sensualidade.

Isso é surpreendente para aqueles que mantêm suas mentes na constante “viagem” de que o sexo é pecado por si só! Ele não é! Pecado é desfrutar desta bênção fora do casamento. É isso que Deus define. Desfrute deste prazer junto ao seu marido ou sua esposa:

“deixará homem seu pai e mãe e se unirá à sua mulher e se tornarão uma só carne” (Mc 10.7-8). Então, não feche os seus olhos para a

impor-tância da sexualidade. Deus não nos privou disso. Ele só deseja que a desfrutemos da maneira certa. Deus quer ver alegria no rosto dos jovens casais, homens e mulheres, ao experimentarem e descobrirem a sexualidade disponível a eles.

Diante da base bíblica, lembrem-se: Deus pede que a nossa cama seja pura (Hb 13.4). Não permita que a pornografia, o adultério, as fantasias destrutivas e outras práticas que podem sujar moralmente sua cama façam parte da vida amorosa que Deus deu de presente a vocês! Somos ainda ensinados que “as obras da carne são manifestas” (Gl 5.19): imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Não permita que seu casamento seja um ambiente onde esses sentimentos e compor-tamentos tenham espaço!

Falar de dinheiro é um assunto delicado, afinal, é através dele que alcan-çamos nossos objetivos. Dentro do casamento é preciso ter uma postura equilibrada em relação ao seu uso, pois além de garantir a estabilidade financeira do presente, é uma forma de prevenção para o inesperado do futuro. Temos uma tendência errada de pensar que fé e dinheiro não tem nada em comum, que não se misturam. Muito pelo contrário, a Bíblia é um manual de boas práticas financeiras, e o bom uso do nosso dinheiro é im-portante para o Reino de Deus. Quando o casal se empenha para ter uma boa administração financeira, é fiel nos dízimos e ofertas, o dinheiro será bênção não só para eles, mas também para outras pessoas. Antes de tudo, é preciso estabelecer uma rotina de diálogo e de transparência, para que cada um se comprometa e faça sua parte. Precauções devem ser tomadas, afinal, as despesas do lar não devem ultrapassar o que se ganha. Ter um orçamento familiar bem elaborado é fundamental para quem planeja o seu futuro e o de sua família. O casal deve saber a diferença entre aquilo que é necessário e o que é supérfluo, cooperando mutuamente.

O dinheiro deve ser administrado para o bem comum, para o crescimento do casal. O “cada um por si” não cabe em um casamento. Esta mentalida-de é egoísta e mesquinha, gerando uma barreira mentalida-desnecessária e muito perigosa: brigas, mentiras e dívidas. Não deve existir o “meu” ou o “seu” di-nheiro. Só deve existir o “nosso” didi-nheiro. E é claro, como trabalhamos, nos esforçamos para economizar, pagamos contas e poupamos, é importante também que o casal planeje momentos de lazer, viagens e presentes. O dinheiro deve ser utilizado para momentos de desfrute também.

(20)

C A P A

O início de nossa vida de casados foi bastante agitada. Ambos estávamos fazendo pós-graduação, o que exigia bastante de nós. Eu, na residência em Enfermagem, que exigia dedicação de 12 horas por dia e ele, no pós-doutorado, com muitas responsabili-dades, em uma Universidade em Ribeirão Preto (SP), sendo que nós morávamos em Campinas, distante cerca de 230 quilômetros. Foi um início complicado. Ele tinha que dormir algumas noites durante a sema-na fora de casa, em Ribeirão Preto, e eu correndo com minha vida, tentando dar conta de 12 horas de traba-lho/estudo por dia.

Além disso, precisávamos aprender a nos organi-zar com tudo. Não morávamos mais sozinhos, não era mais a conta de cada um, tudo era nosso – o di-nheiro, as contas, as responsabilidades. O casamento uniu também os nossos objetivos e planos profissio-nais. Tínhamos que aprender a administrar uma casa e pensar a longo prazo, sendo que esses planos não eram referentes somente à carreira, mas a todos os as-pectos da vida.

Pouco antes de completarmos dois anos de

casa-dos, ele assumiu a liderança regional do Ministério de Jovens – então Rumap Paulista. Era uma nova mudança, mas rapidamente nos adaptamos. Planejá-vamos nosso futuro, pensáPlanejá-vamos na compra da casa própria, em ter filhos, fazer viagens etc. Até que fo-mos chamados por Deus para o pastorado em tempo integral integral.

Quando aconteceu, não me surpreendeu, Deus já estava me preparando. Eu e ele dissemos “sim” ao Senhor, abrimos mão de tudo para nos mudar para para Sorocaba (SP), mudando novamente. Mas, desta vez, mais maduros, mais confiantes, com mais expe-riências com Deus.

Assim esperamos seguir por toda nossa vida. Juntos na caminhada, passando pelos desafio e cres-cendo na presença de Deus, sempre um apoiando o outro.

Nestes 14 anos juntos, temos o prazer e o privilé-gio de viver a vida conjugal de uma maneira bastante saudável, mas isso não nos isenta de passar por di-versos conflitos, crises, choros e dissabores. Acredi-te: é normal isso acontecer em qualquer casamento! Anormal é desistir do casamento por causa disso!

Estamos apenas começando a vida a dois, mas já aprendemos algumas preciosas lições:

Uma frase muito impactante de John Piper diz uma verdade absoluta: “Não é o amor que sus-tenta a aliança, mas a aliança que sussus-tenta o amor”. Nós nos casamos primeiramente para glorificar a Deus e não para ser feliz (isso é apenas a cereja do bolo). Porque quando a crise chega, naqueles dias em que amor parece que se perdeu pelo caminho, nós sabemos que temos uma aliança primeiramente com Deus e isso nos dá forças e ânimo para não desistir.

Somos duas pessoas diferentes: tempera-mento, criação, cosmovisão, humor etc. Não precisa-mos ser iguais, as diferenças somam e isso precisa ser compreendido e respeitado. O casamento também revela a multiforme graça de Deus.

Conversar, dialogar, a famosa D.R. sabe? É fundamental! Muitos problemas podem ser evitados se as ideias são expostas antes e muitos problemas podem ser resolvidos quando conversamos.

Oração: somente o Espírito Santo pode trans-formar o coração de alguém, ou seja, nossas palavras podem influenciar nosso cônjuge, mas mudá-lo(a)... não! Então, ore por seu(sua) esposo(a), mas aqui pre-cisamos redobrar a atenção: porque muitas vezes queremos que o outro mude simplesmente porque “não está do nosso jeito”.

Quando os filhos chegam, a dinâmica fami-liar muda, mas não podemos esquecer de cultivar a vida a dois.

Lembro-me de uma vez que estávamos passando por uma crise e eu estava bem irritada com o Ander-son e a doce (naquele momento, não foi tão doce) voz de Jesus sussurrou no meu ouvido: “Ame-o, apenas ame-o. Faça comidas que ele goste, faça massagens nos pés, dê carinho”. A minha vontade definitiva-mente não era essa, mas o fiz. A partir do momento em que apenas demonstrei o amor e deixei de exigir, ele foi se acalmando, e eu também, até que pudemos conversar sobre o assunto e passar juntos por aquela crise. Lembre-se: nós não nos casamos com a pessoa errada, apenas nos comportamos de maneira errada!

Kizie Conrado Leonardo Soares e Pr. Roberto de Oliveira Soares (Beto) estão casados há cinco anos.

Danúbia Guarnieri e Pr. Anderson Guarnieri estão casados há 14 anos e são pais do Caleb (6 anos) e Lia (3 anos).

Arquivo pessoal

Referências

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