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Vida aos Mortos Conrad Mbewe

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Academic year: 2021

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Vida aos Mortos

Conrad Mbewe

Paulo, chamado pela vontade de Deus para ser apóstolo de Jesus Cristo, e o irmão Sóstenes ... Porque decidi nada sa-ber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demons-tração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus.

( I Co 2:1-5).

Paulo diz que pregou de forma que a fé dos coríntios não se apoiasse em sabedoria humana, mas no poder de Deus. É importante para nós que, à medida que pensamos sobre a pregação da cruz, estejamos convencidos que estamos li-dando com o próprio poder de Deus e que não sejamos afas-tados dela (da pregação da cruz). Na mente de Paulo estava muito claro que não estamos lidando meramente com men-sagens que apenas falam às mentes das pessoas, mas somos cooperadores com Deus e que Deus usa a mensagem da cruz para dar vida aos mortos e para mudar Seu próprio povo à imagem de Jesus Cristo mais e mais.

A isso o apóstolo Paulo se refere em I Co I:17 - “Porque

não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o Evange-lho; não com sabedoria de palavra para que não se anule a cruz de Cristo”. Para que a cruz de Cristo não seja esvaziada do

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seu poder. Paulo está dizendo que era muito cuidadoso pela forma que pregava. Ele pregava de tal maneira que, quando as pessoas se convertiam, elas sabiam que nada tinha a ver com sua eloqüência ou algo especial com rela-ção a ele mesmo. Tudo era por causa da cruz de Cristo. É assim que deve ser nosso ministério. Quando as pessoas olham para sua própria conversão não devem ver nesta hora a nós e nossas habilidades, mas que sejam gratos pela cruz de Cristo. E para que possamos apreciar melhor estas verdades temos que fazer uma pergunta várias vezes a nós mesmos: qual a verdadeira condição espiritual das pessoas a quem Deus nos envia a pregar. Precisamos re-conhecer a forma como as Escrituras vêem a humanidade. Não há dúvida de que Paulo já havia chegado à conclusão certa nesse sentido. Ele diz que chegou a Corinto “em fra-queza, temor e grande tremor”. Paulo não tentou manipu-lar ninguém através de palavras persuasivas.

Como Paulo via a condição destas pessoas? Inicialmen-te ele os viu espiritualmenInicialmen-te cegos. Vamos ver isto em II Co 4:4 - “...nos quais o deus deste século cegou os

entendimen-tos dos incrédulos para que não lhes resplandeça a luz do Evan-gelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus”. O deus

deste século cegou o entendimento dos incrédulos... Paulo está indo além da mentalidade deles, está indo além da hostilidade que têm. Paulo vê que eles são de fato espiri-tualmente cegos. Embora pareçam iluminados no seu ex-terior, eles não conseguem ver a luz porque são cegos. Paulo vai adiante e em Romanos ele ressalta o fato de que

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realmente estão escravizados ao pecado (Rm 8:7): “Por

isso o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus”. Isso é escravidão

pura! Não estava naqueles a quem Paulo haveria de falar nenhuma capacidade para decidirem-se a favor de Cristo. Estavam escravizados.

Existe uma grande diferença entre o escravo e o empre-gado. Os dois podem fazer a mesma coisa, mas o traba-lhador pode entregar sua demissão e ir embora, por ter tido melhor oferta em outro lugar, mas o escravo não pode fazer isso. Você pode prometer ao escravo a metade do mundo, mas a “bola não está em seu domínio para que faça a jogada”. Ele está escravizado. É assim que se encon-tra uma pessoa que entrou neste mundo e recebeu de Adão a sua herança. Todos que estão fora de Cristo são escravos do pecado. Eles não podem prometer abandonar nada e viver vida nova porque assim decidiram ou só por você ter prometido algo para eles. Não é possível.

Na epístola de Efésios Paulo vai mais além dizendo, no capítulo 2, que o homem está morto espiritualmente. “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pe-cados” (Ef 2:1). É assim que ele descreve o quadro que te-mos relatado até aqui: Paulo usa a palavra “morte”. Paulo diz que eles estavam mortos nos seus delitos e pecados “nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mun-do, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que

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agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclina-ções da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. Paulo está olhando para uma escravi-dão que tem três ângulos: ao mundo, a Satanás, e a uma escravidão para com a natureza caída. Eles diz que esta escravidão tríplice, na verdade, é morte. Ele diz que “éra-mos por natureza filhos da ira” de Deus.

À medida que Paulo chega a Corinto, em sua mente, se sentia como Ezequiel tendo a visão de um vale de ossos secos. Uma situação, do ponto de vista humano, sem espe-rança. Quem pode dar vida aos mortos? Ninguém, exceto o próprio Criador. À medida que estamos no mundo é preciso que tenhamos esta visão bíblica do mundo. Não são pessoas que precisam apenas de um pouco de persua-são; eles estão mortos, mortos. Conseqüentemente, preci-samos ver alguma coisa aqui que vai além do poder que qualquer pessoa tenha. Mas a situação que Paulo descreve aqui é até pior do que aquela que Ezequiel viu no vale de ossos secos. Porque, pelo menos, os ossos secos não con-seguem ser hostis a você; não podem clamar pelo seu san-gue. Mas com relação ao mundo, sem sombra de dúvida, eles vão odiar você pelo bem que está querendo fazer por suas almas. Na experiência de Paulo ele conhecia a inimi-zade do mundo.

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Quero fazer uma simples pergunta. Se isso tudo é ver-dade, e sabemos que é verver-dade, o que esses métodos cria-dos por homens podem fazer para resolver a situação? Será que uma música suave, tranqüila, gostosa, pode aju-dar a trazer vida a mortos? Será que histórias bonitas po-dem dar vida aos mortos? Popo-dem fazer as pessoas se tor-narem nossos seguidores, isso sim! Porque elas podem ver nossa inteligência, mas não lhes dará vida. Se você não consegue encarar de frente a situação de improbabilidade da ajuda humana, então, você não encarou de frente o fato de que o homem está realmente morto.

Gostaria que você ,algum dia, fizesse um pequeno exer-cício. Eu já fiz isso para mostrar a mim mesmo a minha necessidade desesperadora de ver Deus operando através de mim. Isso pode acontecer quando estamos no funeral de uma pessoa que está sendo enterrada e ver o desespero estampado no rosto das pessoas enquanto estão chorando. Você percebe que as pessoas ali ao redor estão dispostas a fazer qualquer coisa, se pudessem, para trazer o morto de volta à vida. Mas eles vêem o caixão sendo enterrado. Te-nho pensado comigo mesmo: é a última coisa que eles de-sejam fazer. Mas não têm escolha e começam a jogar a ter-ra por cima do caixão. Penso comigo: mas lá dentro há uma pessoa que eles amam. Eles não querem fazer o que estão fazendo, mas não têm escolha; não há esperança. Aquela pessoa partiu. Finalmente, eles se viram e come-çam a voltar para casa sem aquele ente querido. Eu estou ali em pé. Que figura a Palavra de Deus usa quando estou

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diante de incrédulos: morte, desespero! Em mim não há absolutamente nada que possa fazer. Dá vontade de dar as costas e voltar para minha profissão de engenheiro, por-que estou fitando a morte e estas pessoas precisam de vi-da! A vida não pode ser dada por um ser humano, mas, com relação ao apóstolo Paulo, ele tinha certeza de que era possível que os mortos se tornassem vivos. O apóstolo diz que é pelo poder do Espírito Santo.

Não é sem sentido que Paulo diz em I Co 2:4 que sua palavra e sua pregação não consistiam em linguagem per-suasiva de sabedoria humana. Linguagem perper-suasiva não pode dar vida aos mortos, mas aquela Palavra que é de-monstração de Espírito e poder. É como se Paulo estivesse diante daquele vale de ossos secos só podendo estar ali em virtude da existência do Espírito Santo que foi prometido ao Filho de Deus. Tendo Este morrido por Seus eleitos, o Espírito vem para dar vida aos eleitos, os que estão mortos nos seus delitos e pecados, e trazê-los à salvação. Com base nesta confiança o apóstolo Paulo pôde dizer que ain-da iria continuar a pregar.

Em Atos 18 lemos que Paulo estava passando por mo-mentos difíceis em Corinto. Mas vemos que nos versículos 9-11 o Senhor fala com ele: “Teve Paulo durante a noite uma

visão em que o Senhor lhe disse: Não temas; pelo contrário, fala e não te cales; porquanto eu estou contigo e ninguém ousará fazer-te mal, pois fazer-tenho muito povo nesta cidade. E ali permaneceu um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus”. Paulo

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qual Deus diz que ele não tema é porque ele está temeroso e Deus diz para ele que tem “muito povo nesta cidade”. Deus diz para ele continuar sua obra, pois Ele tinha muito povo na cidade de Corinto, tinha aqueles que ainda seriam chamados para fora, da morte para a vida. Por isso deve-ria continuar a obra. Será que, de fato, cremos nestas ver-dades? Cremos que só o Espírito Santo é aquele que pode outorgar vida aos mortos? Ele realmente dará vida aos mortos? Nós temos uma parcela em tudo isso ao fazer nossa parte: somos colaboradores com Ele. Quando o Es-pírito Santo opera através de nós os mortos virão à vida.

Devemos lembrar o testemunho de Paulo em I Ts 1:4-5 - “...reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição,

por-que o nosso Evangelho não chegou até vós tão-somente em pala-vras, mas sobretudo em poder, no Espírito Santo e em plena convicção...”. Paulo está dizendo que reconhece que eles

foram eleitos por Deus antes da fundação do mundo. Co-mo ele sabe? Ele diz que quando veio pregando no meio dos coríntios e enquanto pessoas riam do apóstolo gozan-do gozan-do que ele estava fazengozan-do, e se tornangozan-do hostis para com o que ele fazia - visto que sua pregação, para eles, eram meras palavras, eram palavras que eles expulsavam de suas mentes - entretanto não acontecia isso com os crentes de Tessalônica, os que formaram a igreja ali. Para eles a mensagem de Paulo chegou não apenas em pala-vras, mas eram acompanhadas de poder, um poder irre-sistível, um poder que impedia de jogar para fora da men-te as argumentações de Paulo. Eles foram “presos” e se

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tornaram convencidos por Paulo. Seus olhos espirituais se abriram e viram em Cristo um Salvador suficiente. Viram na cruz a única esperança de salvação e abraçaram tudo isso pela demonstração do Espírito neles. Paulo se refere à única forma pela qual uma pessoa pode se tornar um cris-tão. O Espírito Santo precisa agir, precisa dar vida aos mortos. Poderemos fazer de tudo até ficarmos esgotados, mas nada vai acontecer. No máximo poderemos fazer com que as pessoas se filiem às nossas igrejas e talvez possam até viver por um período pelos princípios que ensinamos nas nossas igrejas. Mas eles serão corpos mortos em “mu-letas”. Ficarão susceptíveis, apenas esperando um pouco de vento soprar e quando escorregarem se afastarão por-que ainda estão mortos, mortos, embora estejam dentro da igreja. É o Espírito Santo que precisa agir.

Em Romanos 8:30 nós vemos como Deus está cumprin-do um processo histórico: “E aos que predestinou, a esses

também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou”. “Aos que

pre-destinou, a esses também chamou...”. Se não fosse por esta

frase já teria pedido demissão do pastorado. Se Deus não tivesse pré-escolhido aqueles que hão de ser salvos já teria me desesperado há muito tempo porque não tenho poder para dar vida a um morto. Não há nada que faça para que possa conseguir isso. Mas graças a Deus! Deus, antes que o tempo começasse, escolheu aqueles a quem Ele haveria de mostrar a Sua graça. Deus os escolheu de todas as par-tes da terra. No Brasil existem os Seus eleitos; no Zâmbia

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eles estão também e por isso posso labutar com a certeza plena de que, através de minhas pregações, o Espírito ha-verá de chamar com um chamado outorgador de vida, chamado que corresponde ao chamado de Ezequiel que, ao falar, os ossos secos saltaram para a vida. É o mesmo chamado a que se refere I Co 1 quando Paulo diz que os judeus exigem milagres e os gregos buscam sabedoria, mas ele diz - v. 23 - que nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios, mas poder para os que foram chamados, para os que Deus chamou. O que é uma pedra de tropeço para uns, loucura para outros e escândalo para os judeus, agora é o poder de Deus e sabedoria de Deus.

Com a pregação eles não têm escolha, seus olhos são abertos para ver a vida como verdadeiramente é. A reali-dade espiritual amanhece em suas vidas e correm para a cruz de todo coração clamando: Salvador, salva-me ou morrerei! Certo autor de hino faz a seguinte colocação: “Ele fala, e ao ouvir Sua voz, nova vida os mortos rece-bem. Os corações quebrantados e em pranto se regozijam, os humildes e pobres crêem.” Outro hino diz: “Por muito tempo aprisionado permaneceu o meu espírito, comple-tamente preso ao pecado na noite da natureza, mas foi quando vislumbrei um raio que trouxe vida; comecei a andar em minha cela cheia de luz; todas as minhas cadeias caíram; meu coração estava livre. Levantei-me, fui em frente e te segui.” Que sejamos convencidos disso. Não estamos sós, não somos meros psicólogos; não somos

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