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LÍNGUA PORTUGUESA. Texto: O Sabor da Palavra. José Afonso Ferraz

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Academic year: 2021

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LÍNGUA PORTUGUESA Texto: O Sabor da Palavra José Afonso Ferraz

Você já parou para pensar nas múltiplas faces de que se reveste uma língua? Há muitas e específicas formas ou faces como se fossem roupas, são formas de dizer, próprias a todas as circunstâncias: a língua regional, a língua histórica, a língua dos diferentes níveis sociais, a língua da literatura, a língua da gíria, a língua dos povos, a língua da propaganda, a língua das artes, a língua das profissões, a língua técnica, a língua interpessoal, a língua familiar, a língua pessoal, enfim, é impossível haver entrave à comunicação, quando o veículo é a língua, além do que, ela pode ainda ser uma língua falada, escrita ou emocional com a qual as pessoas interpretam, na intimidade, o que o outro intenciona dizer, ainda assim, a língua não é absoluta na comunicação.

"Não tenha medo da sua língua". Veja que uma frase como essa pode ter muitos contextos: "Não tenha medo da Língua Portuguesa", "Não tenha medo de falar a verdade", "Não tenha medo de falar mentira", "Não tenha medo da sua careta", enfim, o sentido do que se diz resulta da sintonia do indivíduo com ele mesmo e com a sociedade. Todo sentido é contextualizado, para haver texto basta que haja uma situação de mensagem, um contexto, não necessariamente uma palavra. Hoje, aparece na TV um pássaro que pousa em um aparelho de som, que está reproduzindo uma linda música clássica. Essa imagem tem um texto e não houve uma palavra sequer, porém no dia seguinte, centenas daqueles aparelhos serão vendidos.

A língua tornou-se apenas um, dentre os componentes da comunicação. Isso não significa que ela perdeu o seu valor. Não, é o contrário, comunicar-se por meio da língua passou a ser mais uma opção. Desse modo, ao utilizá-la tenho que agir de forma diferenciada para provar que estou realmente fazendo a melhor opção. A minha linguagem tem que ser direta, objetiva, sintética e, mais do que tudo, atraente.

Então?! Já imaginou como é agradável saber escrever com clareza e simplicidade? Este, aliás, é um grande desafio que você tem pela frente. Houve um tempo em que se comunicar era "escrever bonito e difícil", hoje não, essa mentalidade mudou, pensa-se muito no "escrever bem", dizer sem rodeios e conquistar o leitor que é um terrível imediatista.

A tribuna 23/10/97

Aprenda a gostar de Gramática, é muito bom escrever com segurança e "melhorar seu próprio texto". Com certeza não custa tanto assim porque é como uma conquista, muitos já conseguiram, por que não você? É só aprender a gostar de ler e dedicar-se aos exercícios com paciência e

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perseverança. Você conhece alguém que tenha obtido prejuízo com a leitura e o estudo? Em geral as pessoas dedicadas é que são bem sucedidas. É até meio estranho alguém dizer que "não gosta de português", a língua que se aprende desde o útero materno e que provavelmente transportará as intenções das nossas últimas palavras. "Não gostar de português", mesmo que seja aquele que nasceu em Portugal, continua não sendo uma boa idéia.

01-

a) O verbo “vestir” (reveste), na (1a. linha, 1o. parágrafo) revela uma ação dependente do verbo

“pensar”, expresso na oração anterior.

b) A conjunção ”ou” na oração do texto na (2a. linha, 1o. parágrafo): Há muitas e específicas

formas ou faces como se fossem roupas, apresenta uma idéia de opção para a palavra “formas” em relação a “faces”.

c) Em “além do que” no (1o parágrafo, 9a linha), tem-se um mecanismo de coesão com sentido

de progressão da idéia que lhe é anterior.

d) A conjunção “qual” em: com a qual as pessoas interpretam (1o parágrafo, 9a linha) tem como

antecedente a palavra “língua”.

e) Ao dizer, na última linha do 1o parágrafo, que a língua não é absoluta na comunicação, o

texto sugere que existem outras modalidades de língua dentro de uma mesma língua. 02-

a) Por duas vezes, no primeiro parágrafo, aparece o verbo haver. Nos dois casos ele apresenta o sentido de existir.

b) Podemos dizer com segurança que todas as palavras acentuadas do 1o parágrafo

enquadram-se, em cada caso, a uma, dentre as regras a seguir: ou dos monossílabos, ou dos oxítonos, ou dos paroxítonos terminados em ditongo.

c) Na oração da 2a linha, do 1o parágrafo: como se fossem roupas temos um sentido claro de

comparação.

d) Ocorre um acento grave em: entrave à comunicação (9a linha do 1o parágrafo), trata-se de um

simples caso de contração da preposição A com o artigo A.

e) A palavra “absoluta”, na oração a seguir: a língua não é absoluta na comunicação, aparece como adjetivo, portanto tem a função de predicativo do sujeito “a língua”. Por essa razão temos, na referida oração, um exemplo de predicado nominal.

03-

a) A palavra “essa”, da oração: “uma frase como essa pode ter muitos contextos” (linhas 1 e 2, do 2o parágrafo), faz referência à frase “...não tenha medo da sua língua”.

b) Encontramos o que presente na oração grifada abaixo. Podemos dizer que essa palavra, assim como aparece na oração, tem como classe gramatical o pronome relativo. Veja que uma frase como essa pode ter muitos contextos (linhas 1 e 2, do 2o parágrafo).

c) No 2o parágrafo, encontramos muitos sentidos para a frase: "Não tenha medo da sua língua".

Veja-os a seguir e você concordará que em nenhum deles a palavra “língua” aparece com o sentido de idioma: "Não tenha medo da Língua Portuguesa", "Não tenha medo de falar a verdade", "Não tenha medo de falar mentira", "Não tenha medo da sua careta".

d) Se trocássemos a expressão “do que”, por “daquilo que” na oração seguinte: ...sentido do que se diz resulta da sintonia (4a linha do 2o parágrafo), em nada se modificariam o sentido e a

correção gramatical da referida oração.

e) Por três vezes, seguidamente, aparece no 2o parágrafo o verbo “haver”, nos três casos ele

pode ser substituído pelo verbo “existir”. Ao substituí-los e se passarmos as orações para o plural, na hora da substituição, poderemos perfeitamente colocar o verbo “existir” para o plural.

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04-

a) Considerando a mesma situação do item anterior (item 5 da questão 3) sobre o verbo “haver”. Agora, no caso de não o substituirmos por “existir” mas apenas passarmos a oração para o plural, é claro que esse verbo também irá para o plural.

b) A conjunção “E” na oração seguinte: ...da sintonia do indivíduo com ele mesmo e com a sociedade (5a e 6a linhas do 2o parágrafo) permite estabelecer um sentido de inclusão entre

“indivíduo” e “sociedade” que se referem à “sintonia”.

c) Em: ...pousa em um aparelho de som, que está reproduzindo uma linda música clássica (7a e 8a linhas do 2o parágrafo) identificamos um pronome relativo, que encabeça uma oração de

contexto explicativo, para o sentido da oração que lhe é anterior.

d) Ficaria mantida a perfeita correção gramatical, ao substituirmos a oração: centenas daqueles aparelhos são vendidos ( “oração adaptada”: 10a e 11a linhas do 2o parágrafo), por uma outra

equivalente: Vendem-se centenas daqueles aparelhos.

e) Quando o texto diz, nas linhas 5 e 6 do 2o parágrafo, que: ...Todo sentido é contextualizado,

para haver texto basta que haja uma situação de mensagem, podemos concluir que em uma propaganda de TV, na qual não haja palavras mas apenas imagem e som, temos contexto e portanto temos texto.

05-

a) A conjunção “porém”, do trecho a seguir, em negrito, confere à oração a que ele pertence, um sentido de oposição, confira: ...não houve uma palavra sequer, porém no dia seguinte, centenas daqueles aparelhos serão vendidos (linhas 10 e 11, 2o parágrafo).

b) Em: A língua tornou-se apenas um, dentre os componentes da comunicação (1a linha do

3o parágrafo). A palavra “um” pode ser flexionada para “uma” porque assim concordará com a

palavra “língua”.

c) A palavra “isso” é um mecanismo de coesão que faz referência à oração que a antecede, confirme: A língua tornou-se apenas um, dentre os componentes da comunicação. Isso não significa que ela perdeu o seu valor (1a e 2a linhas do 3o parágrafo).

d) Por tratar-se de uma partícula expletiva, não haverá mudança de sentido para o texto, se retirarmos o “SE”, presente na oração seguinte: Não, é o contrário, comunicar-se por meio da língua passou a ser mais uma opção (3a e 4a linhas do 3o parágrafo).

e) O mecanismos de coesão “desse modo” em: Desse modo, ao utilizá-la (3a linha do 3o

parágrafo), remete o leitor a tudo que foi dito anteriormente em todo o parágrafo. 06-

a) Nesse item, vamos continuar analisando a mesma oração do item anterior: Desse modo, ao utilizá-la (3a linha do 3o parágrafo). Agora, vamos nos deter à forma “lá” em “utiliza-la”. Essa forma

faz referência à palavra “opção”, anteriormente expressa.

b) Na oração: para provar (4a linha do 3o parágrafo) temos um sentido de finalidade que se

harmoniza com a oração anterior.

c) Se retomarmos o trecho: Desse modo, ao utilizá-la tenho que agir de forma diferenciada para provar que estou realmente fazendo a melhor opção. A minha linguagem tem que ser direta, objetiva, sintética e, mais do que tudo, atraente. Podemos afirmar que temos um período composto de 8 verbos e portanto, 8 orações.

d) Ainda retomando o trecho: Desse modo, ao utilizá-la tenho que agir de forma diferenciada para provar que estou realmente fazendo a melhor opção. A minha linguagem tem que ser direta, objetiva, sintética e, mais do que tudo, atraente. Podemos afirmar que temos um período composto de 8 verbos, sendo que na última oração o verbo está elíptico e em seu lugar há uma vírgula.

e) É correto afirmarmos que todo o 3o parágrafo do texto em estudo significa que se comunicar,

por meio da Língua Portuguesa, é um desafio tanto quanto no passado, embora hoje tenhamos recursos tecnológicos de imagem e som que substituem as palavras.

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07-

a) No período: A minha linguagem tem que ser direta, objetiva, sintética e, mais do que tudo, atraente (5a e 6a linhas do 3o parágrafo), ao retirarmos a preposição “do” em “mais do que”, ocorre

uma incorreção gramatical mas o sentido não se altera.

b) As expressões: "escrever bonito e difícil" e "escrever bem" revelam estilos de textos de diferentes épocas.

c) A presença do “SE”, em Houve um tempo em que se comunicar, significa que alguém está comunicando consigo mesmo.

d) Não, na realidade a afirmação do item anterior está incorreta, porque o referido “SE” imprime à oração o sentido de “que alguém vai escrever para outra pessoa”.

e) A presença do “SE” nas orações: se comunicar e pensa-se registra a indeterminação do sujeito.

08-

a) Temos um quadrinho ilustrativo do texto, no qual aparece uma mensagem sobre a campanha de vacinação: Criança vacinada criança feliz. Só o texto, por si mesmo, já transmitiria o sentido pretendido, sem a imagem das crianças.

b) O sentido do quadrinho, só com a imagem das crianças na fila, já seria suficiente para transmitir a mensagem positiva sobre a vacinação.

c) As crianças chorando e a mensagem positiva na frase não combinam porque passam uma imagem negativa, para uma campanha positiva sobre a vacinação.

d) As imagens das carinhas redondas das crianças sorrindo, dentro do cartaz, ficariam mais coerentes se elas estivessem chorando, para combinar com a imagem das crianças na fila.

e) Se o texto da mensagem é dirigido aos pais, é perfeitamente coerente que ele mostre as crianças insatisfeitas com a injeção, mas ao mesmo tempo livres da doença.

09-

a) A palavra “porque”, no texto, 2a linha do 5o parágrafo, confere um sentido de explicação à

oração da qual ele faz parte.

b) A palavra “SÓ”, na oração seguinte, tem o sentido de inclusão, confira: É só aprender a gostar de ler (4a e 5a linhas, 5o parágrafo).

c) Temos na oração a seguir a partícula “É QUE”. Trata-se de uma partícula da realce, veja e confira: Em geral as pessoas dedicadas é que são bem sucedidas (6a e 7a linhas, 5o

parágrafo).

d) A palavra “ATÉ”, na oração seguinte, tem o sentido de “em direção a”, confirme: É até meio estranho alguém dizer (7a linhas, 5o parágrafo).

e) A ambigüidade do sentido da oração da 10a linha do 5o parágrafo: "Não gostar de português"

consiste no fato desta oração referir-se à Língua Portuguesa e à Matemática.

10-a) O período em negrito, a seguir (1a e 2a linhas do 5o parágrafo) é composto por coordenação

com duas orações coordenadas assindéticas e uma sindética aditiva, confirme: Aprenda a gostar de Gramática, é muito bom escrever com segurança e "melhorar seu próprio texto".

b) Em: “... é muito bom escrever com segurança” temos duas orações e a segunda subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo.

c) No período: Você conhece alguém que tenha obtido prejuízo com a leitura e o estudo? (5a

e 6a linhas do 5o parágrafo) temos duas orações e a segunda é subordinada adjetiva.

d) Na 8a linha do 5o parágrafo temos uma oração subordinada substantiva objetiva direta: ...que

se aprende desde o útero materno.

e) O sentido da oração: ...provavelmente transportará as intenções das nossas últimas palavras (9a e 10a linhas do 5o parágrafo) faz referência à morte como a última oportunidade para

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GABARITO 01-ITEM A. CORRETA ITEM B. CORRETA ITEM C. CORRETA ITEM D. ERRADA ITEM E. ERRADA 02-ITEM A. CORRETA ITEM B. ERRADA ITEM C. CORRETA ITEM D CORRETA ITEM E. CORRETA 03-ITEM A. CORRETA ITEM B. ERRADA ITEM C. ERRADA ITEM D CORRETA ITEM E. CORRETA 04-ITEM A. ERRADA ITEM B. CORRETA ITEM C. CORRETA ITEM D. CORRETA ITEM E. CORRETA 05-ITEM A. ERRADA ITEM B. ERRADA ITEM C CORRETA ITEM D ERRADA ITEM E. ERRADA 06-ITEM A. ERRADA ITEM B. CORRETA ITEM C. CORRETA ITEM D. CORRETA ITEM E. ERRADA 07-ITEM A. ERRADA ITEM B. CORRETA ITEM C. ERRADA ITEM D. CORRETA ITEM E. CORRETA

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08-ITEM A. ERRADA ITEM B. ERRADA ITEM C. ERRADA ITEM D. ERRADA ITEM E. CORRETA 09-ITEM A. ERRADA ITEM B. CORRETA ITEM C CORRETA ITEM D. ERRADA ITEM E ERRADA 10-ITEM A. ERRADA ITEM B. CORRETA ITEM C. CORRETA ITEM D. ERRADA ITEM E CORRETTA

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