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RESPOSTAS AO QUESTIONÁRIO COM VISTA À REUNIÃO DE TRABALHO SOBRE A COOPERAÇÃO CULTURAL ENTRE AS CAPITAIS DOS ESTADOS-MEMBROS

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DV\497682PT.doc

RESPOSTAS AO QUESTIONÁRIO COM VISTA

À REUNIÃO DE TRABALHO

SOBRE A COOPERAÇÃO CULTURAL ENTRE

AS CAPITAIS DOS ESTADOS-MEMBROS

A REALIZAR NO PARLAMENTO EUROPEU, EM

BRUXELAS, NA TERÇA-FEIRA, 20 DE MAIO DE 2003

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QUESTÃO 1:

QUAIS SÃO AS ORIENTAÇÕES DA POLÍTICA CULTURAL DA SUA CIDADE? QUAL É O ORÇAMENTO “CULTURA” DA SUA CIDADE? QUAL A PARTE DO ORÇAMENTO PARA CADA UMA DAS PRIORIDADES DEFINIDAS?

Transcreve-se a seguir um extracto da "Comunicação sobre a cultura" apresentada pelo Presidente da Câmara de Paris no Conselho de Paris de 27 de Janeiro de 2003, resumindo as orientações da política cultural da cidade de Paris aplicadas por Bertrand Delanoë e pelo seu Adjunto encarregado da Cultura Christophe Girard.

"… o município deseja que Paris se abra a todas as formas de cultura e se apoie na energia dos seus artistas e da sua população, para afirmar o seu papel de capital artística e cultural.

Paris deve assim aceitar o desafio da criação em todos os domínios das artes vivas. Paris deve igualmente agir em função de todos os parisienses, tendo consciência do paradoxo inerente à capital. Na verdade, cavou-se um fosso entre os cidadãos que frequentam assiduamente os teatros, os museus ou outras instituições e os que se sentem pouco estimulados pela oferta cultural da cidade. É, pois, necessário conduzir uma acção de fundo no sentido de permitir o acesso de todos à arte e à cultura, bem como desenvolver as actividades amadoras dos parisienses.

Permitir a cada um a prática da disciplina artística da sua escolha é o objectivo que pretendemos atingir com a nossa acção. Nesse sentido, revela-se prioritário um plano de desenvolvimento da leitura, do ensino artístico e das actividades amadoras, pois a capital demonstra um atraso bastante notório relativamente a outras autarquias francesas que desenvolveram com sucesso numerosos esforços na matéria.

Enfim, Paris deve apoiar a vida cultural local, a dos seus bairros e dos "arrondissements", no sentido de afirmar o seu lugar na Europa e no mundo.

O compromisso no sentido de duplicar o orçamento para a cultura, não salarial, no final do mandato, inscreve-se na lógica de tal ambição. Assim, o orçamento atribuído em 2003 à cultura ascende a 163,4 milhões de euros, correspondendo a um aumento de 12% comparativamente ao orçamento de 2000…."

A cultura no quotidiano

Em Paris, a descentralização relativamente aos "arrondissements" diz respeito prioritariamente à cultura. Uma dotação para a acção cultural, proporcional ao número de habitantes, permite a intervenção autónoma na vida cultural local por parte dos presidentes de Câmaras de "arrondissements".

Os "arrondissements" beneficiam igualmente da acção empreendida em prol da leitura pública (aumentar as dotações de aquisição das bibliotecas municipais, por outro lado modernizadas e renovadas, construir duas novas mediatecas e desenvolver as bibliotecas médias).

A Câmara de Paris apoia igualmente a criação de espaços culturais pluridisciplinares inseridos na vida local da sua divisão administrativa, com capacidade para se destacarem em Paris graças a uma programação de qualidade. A Maison des Métallos, seleccionada para constituir um centro cultural dedicado à criação, à formação e ao acolhimento de conferências, é um testemunho da vontade de desenvolvimento.

Por último, o município apoia as pequenas salas de música e cafés-concerto, que desempenham um papel importante na vida dos bairros e na paisagem cultural parisiense. Criámos um Observatório de Mediação, associando os representantes dos espaços de difusão musical, os responsáveis eleitos, bem como os representantes de sociedades de autores para apresentar propostas e dialogar com a Polícia.

A democratização do acesso à cultura

A nossa intenção de abertura cultural encontra-se presente em todas as vertentes da nossa política. Quer se trate do reconhecimento de novas expressões como as artes de rua, da abertura dos conservatórios às actividades amadoras ou da criação de uma manifestação pluridisciplinar aberta a todos tal como a Nuit Blanche, o objectivo é sempre o de tornar a cultura mais acessível a todos. É necessário facilitar o acesso de todos aos estabelecimentos culturais e favorecer os novos espaços de cultura não institucionais para que esta deixe de ser vista como algo inacessível, intimidante ou até mesmo factor de exclusão.

O município já tornou gratuito o acesso às colecções permanentes dos museus da cidade. Pretendemos prosseguir a reflexão sobre as tarifas, aplicando-a ao ensino artístico e estamos a preparar uma reforma dos direitos de inscrição em função dos recursos familiares.

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espaço urbano ilustram um outro aspecto da política de abertura levada a cabo pelo município.

A política de apoio à criação

O município encoraja a criação contemporânea através da melhoria das condições de vida dos artistas.

Nesta perspectiva, o edifício dos antigos serviços funerários municipais poderá vir a tornar-se um espaço de criação artística de dimensão internacional. Este local excepcional oferecerá aos artistas, em vários domínios, espaços de trabalho e de produção adaptados às exigências contemporâneas da criação. Constituirá um espaço único onde, sob a forma de residências, poderão nascer projectos de jovens criadores ainda desconhecidos ou mesmo projectos de artistas reconhecidos internacionalmente.

Criámos um programa ambicioso de realização de ateliers de artistas cujo modo de atribuição é igualmente mais transparente. Por último, o município está particularmente atento ao trabalho dos grupos de artistas e procura encontrar soluções adequadas para cada uma das suas dificuldades específicas.

Mostrar a criação sob todas as suas formas é a opção de base da política cultural da Câmara de Paris.

Neste sentido, o Gaîté Lyrique tornar-se-á um Centro dedicado aos músicos actuais e às artes numéricas e empenhado em favorecer o aparecimento de novos talentos e o encontro com o público. Ainda no domínio musical, o mítico Théâtre des 3 Baudets será transformado na Maison de la chanson française, local de difusão indispensável que permitirá, em particular aos jovens artistas, o encontro com o público parisiense.

O município aplica também uma verdadeira política a favor do circo e das artes da pista, que diz respeito não só ao circo de criação mas também ao circo tradicional.

Para valorizar a escrita teatral contemporânea, acompanhamos o trabalho excepcional de Jean-Michel Ribes no

Théâtre du Rond-Point. No domínio do cinema, defendemos a diversidade do parque de salas de cinema

parisienses, atribuindo subsídios para equipamento para a renovação das salas independentes. O novo evento

Paris Cinéma, criado com o apoio do município, favorecerá a difusão das diferentes formas de escrita

cinematográfica e a redescoberta do património, através de retrospectivas dedicadas a cineastas ou actores.

Orçamento para a cultura da cidade de Paris em 2003

- Investimento – Autorizações de programas novos 60 933 800 € - Funcionamento dos serviços 27 998 315 € - Funcionamento dos subsídios 80 173 000 €

____________

Total: 169 105 115 €

Cujos principais investimentos são:

- Edifícios culturais 12,1 M€ - Monumentos (como estátuas, placas comemorativas, contratos públicos) 2,3 M€ - Grandes obras em museus (e aquisição, restauro de obras de arte, etc.) 20,0 M€ - Bibliotecas (equipamento novo e renovação) 3,4 M€ - Salas de espectáculo (como a Gaîté Lyrique) 5,9 M€ - Ensino artístico 0,55 M€ - Novos projectos (como 104, Aubervilliers, Maison des métallos…) 9,6 M€

Cujas principais despesas de funcionamento são:

- Expressão musical, lírica, dança 1,45 M€ - Artes plásticas 0,5 M€

- Teatro 0,04 M€

- Bibliotecas, mediatecas 9,6 M€

- Museus 7,8 M€

- Manutenção do património histórico 2,5 M€ - Eventos culturais (Nuit Blanche, Paris-Plage, espectáculos itinerantes de rua, etc.) 3,3 M€ - Subsídios às associações 80,0 M€

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QUESTÃO 2:

EXISTE UMA COLABORAÇÃO DE ÍNDOLE CULTURAL COM OUTRAS CIDADES EUROPEIAS?

ESSA COLABORAÇÃO ENCONTRA-SE OFICIALIZADA ATRAVÉS DE PROGRAMAS PRECISOS OU DE ACORDOS ESPECÍFICOS?

A cidade de Paris está ligada à cidade de Roma por uma geminação exclusiva, e a outras cidades europeias por acordos de amizade e de cooperação. Estes pactos dizem respeito nomeadamente a Berlim, Moscovo, São Petersburgo, Praga, Lisboa, Sofia, Genebra, Londres, Varsóvia, Madrid e Atenas.

Estes acordos são, exceptuando para Moscovo, acordos-quadro, nos quais as questões culturais apenas são evocadas de forma muito genérica. No entanto, realizam-se importantes colaborações no domínio artístico, nomeadamente com Roma, Londres, Berlim, Moscovo, São Petersburgo, Lisboa e, em breve, Viena e Bruxelas.

Para ilustrar esta política, podemos citar a intensificação da geminação com Roma (acesso gratuito a museus e monumentos municipais romanos, e reciprocamente, intercâmbio de exposições, colaboração para a

Fête de la Musique, intercâmbio de espectáculos), a organização em Londres da Manifestação Made in Paris

em Junho de 2003, a preparação de um Mois de la Photo em Paris, Viena e Berlim em 2004 e a associação de Bruxelas e Roma à manifestação Nuit Blanche.

QUESTÃO 3:

A SUA CIDADE DESENVOLVE UMA POLÍTICA DE APOIO A FESTIVAIS DE DIMENSÃO INTERNACIONAL E/OU EUROPEIA? A ACÇÃO CULTURAL DA SUA CIDADE INCLUI ACÇÕES DE APOIO AO ACOLHIMENTO DE ARTISTAS E DE ESPECTÁCULOS EUROPEUS?

A cidade de Paris co-financia três grandes festivais de dimensão internacional: o Festival d'Automne, o

Festival Paris Quartier d'Eté e Paris Cinéma.

A cidade apoia igualmente numerosas manifestações internacionais: semanas do cinema (brasileiro, israelita, latino-americano, etc.), manifestações literárias (Lire en fête, salas de exposições Maghreb des livres e Plume

Noire, dedicadas à literatura magrebina e à literatura proveniente de África e das Caraíbas, etc.), "estações"

teatrais (teatro britânico, teatro russo, etc.). O município associa-se igualmente às Saisons Etrangères organizadas pela Associação Francesa de Acção Artística.

Há já alguns anos, a cidade de Paris tem vindo a desenvolver um programa de residências de artistas com capitais europeias e estrangeiras.

A Cité Internationale des Arts, apoiada financeiramente pela cidade de Paris, acolhe artistas estrangeiros para residirem em Paris por períodos de 3 a 6 meses. A escolha dos artistas está ligada principalmente (mas não exclusivamente) aos acordos de amizade e de cooperação assinados entre Paris e as capitais culturais, bem como aos projectos de exposição nas instituições culturais municipais.

No sentido de reforçar o acolhimento de artistas estrangeiros na capital, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e a cidade de Paris realizam, a partir do Outono de 2003, um programa de residências com bolsas para criadores e mediadores culturais de renome internacional, no antigo Couvent des Récollets renovado (10.º "arrondissement").

QUESTÃO 4:

OS CENTROS CULTURAIS DA SUA CIDADE (SALAS DE ESPECTÁCULO, BIBLIOTECAS, MUSEUS) REALIZAM ACÇÕES EM PARCERIA COM AS ESTRUTURAS EQUIVALENTES DAS OUTRAS CIDADES EUROPEIAS?

Num esforço constante para incitar o público parisiense a descobrir a criação e os artistas estrangeiros, Paris propõe muito regularmente aberturas relativamente a países europeus. Esta acção envolve o conjunto dos centros culturais da cidade: museus, teatros, bibliotecas, conservatórios, festivais e pode adoptar diferentes formas: co-produções, encomendas, convites, intercâmbios, etc..

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NA SUA CIDADE, REALIZAM-SE ACÇÕES DESTINADAS A SENSIBILIZAR O PÚBLICO PARA O PATRIMÓNIO E A HISTÓRIA DAS OUTRAS CIDADES EUROPEIAS?

As instituições municipais especializadas, em particular o Pavillon de l'Arsenal (Centro de Informação, Documentação e Exposição de Urbanismo e Arquitectura de Paris), o Musée Carnavalet (Museu da História de Paris) e a Bibliothèque Historique de la Ville de Paris apresentam há vários anos exposições que permitem aos parisienses conhecer melhor tanto o património arquitectónico como artístico de outras cidades europeias.

QUESTÃO 6:

QUAIS SÃO OS OBSTÁCULOS AO DESENVOLVIMENTO DA COOPERAÇÃO CULTURAL ENTRE AS CIDADES EUROPEIAS? EXISTEM CONDIÇÕES PARA PREVER UMA ESTRUTURA DE COORDENAÇÃO DAS

COOPERAÇÕES CULTURAIS ENTRE CIDADES EUROPEIAS?

Os dois principais obstáculos ao desenvolvimento da cooperação cultural entre as cidades europeias dizem respeito à escassez dos meios financeiros e à falta de informação.

Os intercâmbios poderiam ser favorecidos pela aplicação de uma estrutura de centralização de

informação relativamente aos projectos dos actores culturais europeus, em um ou dois idiomas

acessíveis.

Por outro lado, apesar das grandes capitais europeias disporem de meios relativamente importantes para a sua política cultural, os orçamentos consagrados aos intercâmbios culturais internacionais ainda são limitados. Para desenvolver os intercâmbios culturais e artísticos, seria extremamente útil que a Comissão Europeia aplicasse um instrumento financeiro específico destinado à cooperação cultural entre as

cidades. Tal instrumento não comprometeria, como é evidente, a independência artística das instituições

culturais que programam as manifestações nem a dos municípios.

QUESTÃO 7:

CONSIDERA QUE A RESPONSABILIDADE DAS COLECTIVIDADES TERRITORIAIS NA ELABORAÇÃO DE UM ESPAÇO CULTURAL EUROPEU DEVERIA SER RECONHECIDA E INSCRITA NO PRÓXIMO TRATADO?

É importante que os presidentes de Câmaras da Europa partilhem as suas experiências e participem em conjunto na definição de instrumentos que deveriam ser postos em prática no sentido de favorecer o desenvolvimento de intercâmbios e defender a diversidade cultural.

Tendo em consideração a proximidade directa dos responsáveis eleitos locais relativamente aos cidadãos e os vínculos de cooperação cultural já formados entre várias cidades europeias, seria legítimo inscrever e reconhecer, no próximo tratado, o papel específico das colectividades territoriais na elaboração de um espaço cultural europeu.

Referências

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