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DARIO FELIPE CAPISTRANO AVALIAÇÃO DA ACIDEZ DE DIVERSAS MARCAS DE LEITE FERMENTADO DISPONÍVEIS COMERCIALMENTE

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE ODONTOLOGIA

DARIO FELIPE CAPISTRANO

AVALIAÇÃO DA ACIDEZ DE DIVERSAS MARCAS DE LEITE

FERMENTADO DISPONÍVEIS COMERCIALMENTE

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DARIO FELIPE CAPISTRANO

AVALIAÇÃO DA ACIDEZ DE DIVERSAS MARCAS DE LEITE

FERMENTADO DISPONÍVEIS COMERCIALMENTE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista pelo Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí.

Orientadora: Profª Maria Mercês Aquino Gouveia Farias

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DARIO FELIPE CAPISTRANO

AVALIAÇÃO DA ACIDEZ DE DIVERSAS MARCAS DE LEITE

FERMENTADO DISPONÍVEIS COMERCIALMENTE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista, Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí, aos XX dias do mês de XX do ano de dois mil e onze, é considerado aprovado.

1. Prof. Maria Mercês Aquino Gouveia Farias (Presidente)________________ Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

2 Prof. Beatriz Helena Eger Schmitt__________________________________ Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

3. Prof. Eliane Garcia da Silveira____________________________________ Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

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Dedico este trabalho a minha falecida avó Maria da Gloria da Silva Marquez, que sempre me deu força e acreditou no meu potencial.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço aos meus pais Maria de Fatima Marquez Capistrano e Aldo Capistrano, por me oferecerem esta oportunidade de estudo e realização e minhas irmãs Nayara Potyra Capistrano e Daynara Maria Capistrano

pela paciência.

Agradeço aos amigos e colegas de faculdade, que me acompanharam nessa trajetória, de longe ou de perto, apoiando. À minha orientadora Maria Mercês Aquino Gouveia Farias, pelos conhecimentos transmitidos, pela paciência

e tranqüilidade em orientar este trabalho e minha colega de pesquisa Sarah Bernhardt Ozelame pela parceria, agradeço também a professora Elisabete Rabaldo Bottan da disciplina de Metodologia Científica por suas colaborações na

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Avaliação da acidez de diversas marcas de leite fermentado disponíveis comercialmente

RESUMO

Objetivo: O objetivo é a determinação do pH e da acidez titulável (capacidade de tampão) de diversas marcas de leite fermentado disponíveis comercialmente. Método: Foram analisadas sete marcas de leite fermentado: Yakult (Yakult®): sabor tradicional; Batavito (Batavo®): sabores tangerina, uva; Batavinho (Batavo®): sabores maçã e frutas cítricas; Bob esponja (Batavo®): sabores morango, frutas cítricas e uva; Danito (Danone®): sabor baunilha; Chamyto (Nestle®): sabor tradicional; Vig (Vigor®): sabor tradicional. A mensuração do pH inicial foi realizada com um potenciômetro e eletrodo combinado de vidro (Tec-2 Tecnal), sob temperatura própria para o produto. As embalagens foram agitadas manualmente por 15 segundos, coletando-se 2 amostras (15ml) de cada embalagem. Para a verificação da acidez titulável (capacidade tampão), foi coletado 50ml de cada embalagem, adicionando-se alíquotas de 100 µL de NaOH 1N, sob agitação constante (Agitador Magnético Fisaton), medindo-se subseqüentemente o pH, até elevar a valores imediatamente superiores a pH a 5,5. Resultados: Os resultados foram submetidos à análise estatística através do teste Scott-Knott (p< 0,05), onde todas as bebidas analisadas apresentaram valor de pH abaixo de 5,5 e variada capacidade tampão intrínseca. Conclusão: Todas as bebidas analisadas apresentaram valores de pH abaixo de 5,5. A presença de frutas na composição de algumas bebidas não influenciou na queda do pH, porém influenciou na capacidade tampão intrínseca. As bebidas com fruta na composição (Batavinho maçã e frutas cítricas (Batavo®)) juntamente com Yakult apresentaram a maior capacidade tampão intrínseca, e consequentemente o maior grau de acidez. A bebida Batavito uva (Batavo®) apresentou o menor grau de acidez. Assim, as bebidas analisadas podem contribuir para o potencial erosivo da dieta de crianças e adolescentes.

Descritores: Acidez, bebidas, concentração de íons hidrogênio, erosão dentária, hábitos alimentares.

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Evaluation of the acidity of different brands of commercially available fermented milk

ABSTRACT

Purpose: The purpose is the determination of the pH and the titratable acidity (buffer capacity) of various brands of commercially available fermented milk. Method: Seven brands of fermented milk were analysed: Yakult (Yakult ®): traditional flavor; Batavito (Batavo ®): tangerine and grape flavors; Batavinho (Batavo ®): apple and citrus flavors; Bob esponja (Batavo ®): strawberry, citrus and grape flavors; Danito (Danone ®): vanilla flavor; Chamyto (Nestle ®): traditional flavor; Vig (Vigor ®): traditional flavor. The pH measurement was performed with a potentiometer and combined glass electrode (Tec-2 Tecnal), under appropriate temperature for the product. The packages were manually agitated for 15 seconds, then collected 2 samples (15 mg) of each package. Fifty (50) ml was collected from each package for the verification of titratable acidity (buffering), adding aliquots of 100 μl of 1N NaOH, stirring constantly (Fisaton magnetic stirrer), and subsequently measuring the pH until rising it to values immediately above the pH of 5.5. Results: The results were submitted to a statistical analysis through the Scott-Knott test (p < 0.05), where all analyzed beverages showed pH below 5.5 and a varied intrinsic buffering capacity. Conclusion: All analyzed drinks showed pH values below 5.5. The presence of fruits in the composition of some beverages did not influence the pH decrease, however influenced in intrinsic buffering capacity. Beverages with fruits in their composition (Batavinho apple and citrus fruits (Batavo®)) and Yakult showed the highest intrinsic buffering capacity and consequently the higher degree of acidity. The The Batavito (Batavo®) grape drink presented the lowest degree of acidity. Thus, analyzed beverages may contribute to the erosive potential of child and adolescent diets.

Descriptors: Acidity, beverages, hydrogen-ion concentration, food habits, tooth erosion.

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SUMÁRIO

1 ARTIGO... 09 2 REVISÃO DE LITERATURA... 23 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 36

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1 ARTIGO

AVALIAÇÃO DA ACIDEZ DE DIVERSAS MARCAS DE LEITE FERMENTADO DISPONÍVEIS COMERCIALMENTE

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AVALIAÇÃO DA ACIDEZ DE DIVERSAS MARCAS DE LEITE FERMENTADO DISPONÍVEIS COMERCIALMENTE

Sarah Bernhardt OZELAMEI Dario Felipe CapistranoII

Maria Mercês Aquino GOUVEIA FARIASIII

I Acadêmica, Bolsista de Iniciação Científica do Curso de Odontologia da Universidade do Vale de Itajaí (UNIVALI), Itajaí/SC, Brasil. E-mail: sarah.ozelame@gmail.com

II Acadêmico do Curso de Odontologia da Universidade do Vale de Itajaí (UNIVALI), Itajaí/SC, Brasil. E-mail: dario_fc@msn.com

III Mestre em Odontopediatria, Professora da Disciplina de Odontopediatria do Curso de Graduação em Odontologia da UNIVALI, Itajaí/ SC, Brasil. E-mail: mercesfarias@gmail.com

Endereço para correspondência: Maria Mercês Aquino Gouveia Farias

Rua Bartolomeu de Gusmão, 209, Carianos, Florianópolis/SC, Brasil. CEP: 88047-520

Telefone: (048)-3236-1192/ 48-9622-1645 E-mail: mercesfarias@gmail.com

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11 Avaliação da acidez de diversas marcas de leite fermentado disponíveis comercialmente

Evaluation of the acidity of different brands of commercially available fermented milk

RESUMO

Objetivo: O objetivo deste estudo foi a determinação do pH e da acidez titulável (capacidade de tampão) de diversas marcas de leite fermentado disponíveis comercialmente. Método: Foram analisadas sete marcas de leite fermentado: Yakult (Yakult®): sabor tradicional; Batavito (Batavo®): sabores tangerina, uva; Batavinho (Batavo®): sabores maçã e frutas cítricas; Bob esponja (Batavo®): sabores morango, frutas cítricas e uva; Danito (Danone®): sabor baunilha; Chamyto (Nestle®): sabor tradicional; Vig (Vigor®): sabor tradicional. A mensuração do pH inicial foi realizada com um potenciômetro e eletrodo combinado de vidro (Tec-2 Tecnal), sob temperatura própria para o produto. As embalagens foram agitadas manualmente por 15 segundos, coletando-se 2 amostras (15ml) de cada embalagem. Para a verificação da acidez titulável (capacidade tampão), foi coletado 50ml de cada embalagem, adicionando-se alíquotas de 100 µL de NaOH 1N, sob agitação constante (Agitador Magnético Fisaton), medindo-se subseqüentemente o pH, até elevar a valores imediatamente superiores a pH a 5,5. Resultados: Os resultados foram submetidos à análise estatística através do teste Scott-Knott (p< 0,05), onde todas as bebidas analisadas apresentaram valor de pH abaixo de 5,5 e variada capacidade tampão intrínseca. Conclusão: Todas as bebidas analisadas apresentaram valores de pH abaixo de 5,5. A presença de frutas na composição de algumas bebidas não influenciou na queda do pH, porém influenciou na capacidade tampão intrínseca. As bebidas com fruta na composição (Batavinho maçã e frutas cítricas (Batavo®)) juntamente com Yakult apresentaram a maior capacidade tampão intrínseca, e consequentemente o maior grau de acidez. A bebida Batavito uva (Batavo®) apresentou o menor grau de acidez. Assim, as bebidas analisadas podem contribuir para o potencial erosivo da dieta de crianças e adolescentes.

Descritores: Acidez, bebidas, concentração de íons hidrogênio, erosão dentária, hábitos alimentares.

ABSTRACT

Purpose: The purpose is the determination of the pH and the titratable acidity (buffer capacity) of various brands of commercially available fermented milk. Method: Seven brands of fermented milk were analysed: Yakult (Yakult ®): traditional flavor; Batavito (Batavo ®): tangerine and grape flavors; Batavinho (Batavo ®): apple and citrus flavors; Bob esponja (Batavo ®): strawberry, citrus and grape flavors; Danito (Danone ®): vanilla flavor; Chamyto (Nestle ®): traditional flavor; Vig (Vigor ®): traditional flavor. The pH measurement was

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performed with a potentiometer and combined glass electrode (Tec-2 Tecnal), under appropriate temperature for the product. The packages were manually agitated for 15 seconds, then collected 2 samples (15 mg) of each package. Fifty (50) ml was collected from each package for the verification of titratable acidity (buffering), adding aliquots of 100 μl of 1N NaOH, stirring constantly (Fisaton magnetic stirrer), and subsequently measuring the pH until rising it to values immediately above the pH of 5.5. Results: The results were submitted to a statistical analysis through the Scott-Knott test (p < 0.05), where all analyzed beverages showed pH below 5.5 and a varied intrinsic buffering capacity. Conclusion: All analyzed drinks showed pH values below 5.5. The presence of fruits in the composition of some beverages did not influence the pH decrease, however influenced in intrinsic buffering capacity. Beverages with fruits in their composition (Batavinho apple and citrus fruits (Batavo®)) and Yakult showed the highest intrinsic buffering capacity and consequently the higher degree of acidity. The The Batavito (Batavo®) grape drink presented the lowest degree of acidity. Thus, analyzed beverages may contribute to the erosive potential of child and adolescent diets.

Descriptors: Acidity, beverages, hydrogen-ion concentration, food habits, tooth erosion.

INTRODUÇÃO

Embora os estudos sobre a prevalência de erosão dental em escolares brasileiros ainda sejam escassos, estudos recentes demonstraram associação entre a prevalência da erosão dental e o consumo abusivo de alimentos e medicamentos ácidos (1,2).

A erosão dental é o resultado de um processo gradual de destruição da superfície dentária através da sua dissolução química, provocada por ácidos ou substâncias quelantes, sem que haja envolvimento bacteriano. O quadro está relacionado a uma ingestão freqüente de alimentos ácidos ou à exposição aos produtos estomacais (3).

Várias pesquisas tem se preocupado em estudar o potencial erosivo de bebidas industrializadas (4-9), pois, o consumo desregrado de alimentos e bebidas ácidas associado ao baixo consumo de água destacam-se dentre os principais fatores etiológicos da erosão dental (10,11). Por outro lado, são poucos os estudos avaliando o potencial erosivo dos leites fermentados.

Quando o consumo de bebidas de baixo pH é feito por crianças, as diferenças entre os tecidos duros dos dentes decíduos e permanentes devem ser consideradas. A literatura aponta uma maior vulnerabilidade dos dentes decíduos frente à erosão dental em relação aos dentes permanentes, especialmente em função do tempo e freqüência de consumo (12).

Algumas propriedades físico-químicas inerentes as bebidas ácidas podem modular seu potencial erosivo, dentre elas se destacam: tipo de ácido, pH, acidez titulável, presença de íons cálcio, fosfato, flúor e temperatura. Portanto, conhecê-las permite traçar o perfil destas bebidas quanto ao seu poder desmineralizante (13).

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13 Reconhecendo a grande oferta e consumo de bebidas industrializadas por crianças e adolescentes, cuja exposição a diversas fontes ácidas eleva o risco de desenvolvimento de lesões de erosão, o objetivo deste estudo foi determinar o grau de acidez de diversas marcas de leites fermentados disponíveis comercialmente.

METODOLOGIA

Foram avaliados 7 tipos de leite fermentados disponíveis comercialmente. - Yakult (Yakult®): sabor tradicional

- Batavito (Batavo®): sabores tangerina, uva

- Batavinho (Batavo®): sabores maçã e frutas cítricas

- Bob esponja (Batavo®): sabores morango, frutas cítricas e uva - Danito (Danone®): sabor baunilha

- Chamyto (Nestle®): sabor tradicional - Vig (Vigor®): sabor tradicional

A amostra foi constituída por 5 embalagens de cada sabor, sendo todas do mesmo lote.

A mensuração do pH inicial foi realizada em duplicata, sob temperatura própria para o produto, conforme fabricante (10C até 100C). Cada embalagem foi agitada manualmente por 15 segundos, coletando-se 2 amostras de 15mL. Para esses ensaios foi utilizado um potenciômetro e eletrodo combinado de vidro (Tec-2 Tecnal) previamente calibrado com soluções padrão pH 7,0 e pH 4,0, antes de cada leitura (4).

Para a verificação da acidez titulável (capacidade tampão), foi coletado 50 mL de cada embalagem, adicionando-se alíquotas de 100 µL de NaOH 1N, sob agitação constante (Agitador Magnético Fisaton), medindo-se subseqüentemente o pH, até elevá-lo a valores imediatamente superiores a 5,5.

Os resultados foram submetidos à análise estatística através do teste Scott-Knott (p<0,05).

RESULTADOS

Todas as bebidas analisadas apresentaram valores de pH abaixo de 5,5 e variada capacidade tampão intrínseca, como demonstrado na tabela 1. As figuras 1 e 2 mostram os valores médios de pH e acidez titulável para alcançar pH 5,5.

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Tabela 1. Valores médios de pH inicial e volumes de NaOH 1N para elevar o pH a 5,5.

SABORES pH NaOH (µL)

BATAVINHO MAÇÃ ® 4.113 a 3720 a

BATAVINHO FRUTAS CÍTRICAS ® 3.967 a 3580 a

BOB ESPONJA UVA ® 3.918 a 3280 b

BOB ESPONJA MORANGO ® 3.912 a 2500 c

BOB ESPONJA FRUTAS CÍTRICAS ® 3.702 b 2220 d

VIG ® 3.678 b 2140 d YAKULT ® 3.672 b 3500 a BATAVITO TANGERINA ® 3.667 b 3380 b DANITO ® 3.654 b 2500 c CHAMYTO ® 3.607 b 2220 d BATAVITO UVA ® 3.607 b 1920 e

Médias seguidas da mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05) 3,3 3,4 3,5 3,6 3,7 3,8 3,9 4,0 4,1 4,2 pH

Figura 1. Valores médios de pH inicial dos diversos sabores analisados .

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 N a O H 1 N

Figura 2. Volumes médios de NaOH 1N acrescidos para elevar o o pH a 5,5.

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DISCUSSÃO

O potencial erosivo de uma bebida ácida está diretamente relacionado à presença de ácidos em sua composição (ácidos cítrico, fosfórico, ascórbico, málico, tartárico, oxálicio e carbônico) (14 ).

Várias características físico-químicas podem modular a erosividade de uma bebida ácida, como: pH, acidez titulável (capacidade tampão), tipo de ácido, concentração de ácido não dissociado, presença de íons como cálcio, fosfato, flúor e todos os cátions (15,16). Dentre estas propriedades se destacam o pH, acidez titulável e conteúdo de cálcio considerados os melhores referenciais para mensurar a capacidade das bebidas em provocar a dissolução mineral da estrutura dental (13).

No presente estudo, constatamos que todas as bebidas analisadas apresentaram valores de pH abaixo do crítico para o esmalte (5,5) variando entre 3,607 (Batavito uva e Chamyto) e 4,113 (Batavinho maçã), corroborando com os resultados descritos em um estudo anterior, o qual demonstrou acidez de leites fermentados (17). De acordo com os valores de pH obtidos podemos dividir as bebidas em 2 grandes grupos. As bebidas Batavinho maçã, Batavinho frutas cítricas, Bob Esponja sabores uva e morango, apresentaram valores de pH semelhantes entre si e estatisticamente diferente dos demais. Já os leites fermentados Bob Esponja frutas cítricas, Vig, Yakult, Batavito tangerina, Danito, Chamyto e Batavito uva, também exibiram valores de pH semelhantes entre si, diferentes estatisticamente dos demais, e ligeiramente mais baixos.

A mensuração da acidez titulável permite medir a acidez total da bebida, visto que, a presença de ácido na forma não dissociada só será identificada após a mensuração da capacidade tampão intrínseca, pois o pH se restringe a mensurar a quantidade de íons hidrogênios livres (15). Esta propriedade determina a habilidade da bebida em manter o pH estável, ou seja, em resistir as alterações do pH. Assim, clinicamente previamente a sua neutralização pela saliva, a permanência do ácido na cavidade bucal poderá afetar a severidade da perda do tecido dental (18). Este quadro pode ser especialmente importante diante de fatores comportamentais como o acondicionamento de bebidas ácidas em mamadeiras e ingestão durante o sono, potencializando o agente erosivo, visto que essas bebidas ficarão estagnadas sobre os dentes por mais tempo, em virtude da diminuição do reflexo da deglutição e do fluxo salivar, o que reduz a capacidade de tamponamento da saliva (4, 19).

Neste estudo, constatamos que os leites fermentados analisados apresentaram capacidade tampão intrínseca variada, corroborando com estudo prévio (17). Destacamos o comportamento das bebidas Batavinho maçã, Batavinho frutas cítricas e Yakult que exibiram a mais elevada capacidade tampão intrínseca, com volumes de NaOH 1N para elevar o pH a 5,5 semelhantes estatisticamente entre si, porém diferindo das demais bebidas analisadas (tabela 1) . Por outro lado, a bebida Batavinho uva mostrou a mais baixa capacidade tampão necessitando do menor volume de NaOH 1 N para elevar seu pH a 5,5, sendo este valor significante estatisticamente (tabela 1).

Vale destacar que dentre os leites fermentados com nomes de frutas citados no rótulo do produto apenas Batavinho maçã e frutas cítricas de fato apresentam fruta na composição, segundo a descrição dos ingredientes pelo

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fabricante. Já que as demais bebidas apresentam apenas o aroma idêntico ao da fruta. Dentro deste contexto, ao contrário do que observamos no pH, a presença da fruta parece interferir na acidez titulável destas bebidas, visto que os sabores Batavinho maçã e frutas cítricas, que contem polpa de maçã e laranja, respectivamente, apresentaram a mais elevada capacidade tampão intrínseca, sendo este dado significante estatisticamente. Este achado corrobora com outro estudo que observou maior capacidade tampão em iogurtes acrescido de frutas (20).

Embora produtos lácteos tenham sido pouco associados a quadros de erosão, os iogurtes e os lactobacilos fermentáveis devem ser vistos com atenção uma vez que podem contribuir para o potencial erosivo da dieta líquida infantil (21). Estudo recente demonstrou alterações morfológicas do esmalte de dente decíduo após exposição a leite fermentado (22). Certamente trata-se de uma limitação deste estudo a não mensuração do teor de cálcio, fosfato, flúor nestes produtos, pois a literatura tem demonstrado que estes íons podem interferir no potencial erosivo de uma bebida ácida reduzindo seu poder de desmineralização (17,20,23,24). Compreende-se que a interação entre diferentes aspectos físico-químicos devem ser considerados para uma caracterização mais minuciosa de potencial erosivo de bebidas ácidas (13). Somando-se a isto, estudos clínicos e in situ são necessários para o melhor entendimento do potencial desmineralizador destas bebidas, pois fatores biológicos e comportamentais desempenham um papel importante no estabelecimento das lesões de erosão.

São poucos os estudos sobre a medição do potencial erosivo de leites fermentados. Neste sentido, acredita-se que este estudo possa contribuir para que se conheça o perfil destas bebidas quanto a sua acidez e assim fornecer fundamentos para uma orientação quanto ao seu consumo seguro, especialmente em crianças que já apresentam comportamento de risco para o desenvolvimento de erosão dental, uma vez que, a somatória de produtos ácidos consumidos rotineiramente pode elevar o risco ou agravar lesões de erosão.

Reconhecendo a grande variedade de produtos ácidos disponíveis comercialmente, muitos deles com rotulações voltadas para o público infantil, este estudo busca atender as demandas da prática clínica diária onde se observa rotineiramente crianças apresentando erosão dental. Desta forma, entende-se que quanto mais conhecermos sobre os produtos consumidos pelo publico infantil, mais subsídios teremos para realização de um diagnóstico completo e adoção de medidas que busquem controlar e prevenir estas lesões.

CONCLUSÕES

Todas as bebidas analisadas apresentaram valores de pH abaixo de 5,5; A presença de frutas na composição de algumas bebidas não influenciou na queda do pH, porém influenciou na capacidade tampão intrínseca;

As bebidas com fruta na composição (Batavinho maçã e frutas cítricas (Batavo®)) e Yakult apresentaram a maior capacidade tampão intrínseca, e consequentemente o maior grau de acidez;

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17 Agradecimentos

Ao Programa de Iniciação Científica Artigo170/Governo do Estado de Santa Catarina/ Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, que financiou a pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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PESQUISA BRASILEIRA EM

ODONTOPEDIATRIA E CLÍNICA INTEGRADA

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incluindo página de identificação, resumos, referências e ilustrações (gráficos, tabelas, fotografias, etc.), com todas as páginas numeradas no canto superior direito.

ESTRUTURA

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1.1. Título do artigo: Deve ser conciso e completo. Escrito nos idiomas português e ingles.

1.2. Autor(es): Nome completo, titulação, atividade principal (professor assistente, adjunto, titular; estudante de pós-graduação, especialização), afiliação (instituição de origem ou clínica particular, cidade, estado e país) e e-mail. O limite do número de autores é seis, exceto em casos de estudo multicêntrico ou similar. Informar uma única afiliação.

1.3. Autor para correspondência: nome, endereço postal e eletrônico (e-mail) e telefone.

1.4. Se foi subvencionado, indicar o tipo de auxílio, o nome da agência financiadora e o respectivo número

do processo. 2. Corpo do Artigo:

2.1. Título do artigo: Escrito nos idiomas português e inglês.

2.2. Resumos - Os trabalhos devem ser apresentados contendo dois resumos, sendo um em português e outro em inglês (Abstract). Devem ter no mínimo 240 palavras e, no máximo, 280 palavras. Devem ser ESTRUTURADOS, apresentando os seguintes itens: Artigo Original: Objetivo (Purpose), Método (Method), Resultados (Results) e Conclusão (Conclusion). Artigo de Revisão: Introdução (Introduction), Objetivo (Objective) e Conclusão (Conclusion).

3. Descritores - Devem ser indicados, no mínimo, 3 e, no máximo, 5. Os descritores devem ser extraídos da terminologia Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Quando acompanharem o Abstract, serão denominados de Descriptors e devem ser baseados no Medical Subject Headings (MeSH).

4. Estrutura do Texto

4.1. Artigo Original: Introdução, Metodologia, Resultados, Discussão e Conclusão. 4.2. Artigo de Revisão: Introdução, Revisão de Literatura, Discussão e Conclusão. Obs. Os Artigos de Revisão são produzidos exclusivamente mediante convite da Editoria Científica.

5. Agradecimentos

Destinado às contribuições de pessoas que prestaram colaboração ao trabalho e que não preenchem os requisitos de autoria. Podem ser incluídos nesta seção agradecimentos a instituições (apoio financeiro) ou

empresas (apoio material). 6. Citações no Texto

6.1. A revista adota a citação numérica. NÃO É PERMITIDA A CITAÇÃO DO NOME DO AUTOR NO TEXTO.

6.2. As referências devem ser numeradas por ordem de aparecimento no texto e citadas entre parênteses.

6.3. Números seqüenciais devem ser separados por hífen (1-4); números aleatórios devem ser separados por vírgula (1,3,4,8).

Exemplos de Citação:

A literatura tem evidenciado possibilidade de transmissão de microrganismos bucais entre familiares, particularmente da mãe para os filhos (1,2,6-8,10,13). 7. Referências Bibliográficas

7.1. Devem ser numeradas e normatizadas de acordo com o Estilo Vancouver, conforme orientações fornecidas pelo International Committee of Medical Journal Editors no “Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals” (http://www.icmje.org).

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7.2. O número máximo de referências é 30 para artigos de pesquisa e 40 para revisão de literatura.

7.4. A lista de referências deve ser escrita em espaço simples, em seqüência numérica. A referência deverá ser completa, incluindo o nome de todos os autores (até seis), seguido de “et al.”.

7.5. Os sobrenomes dos autores devem ser seguidos pelos seus prenomes abreviados sem ponto ou vírgula.

Usar a vírgula somente entre os nomes dos diferentes autores.

7.6. As abreviaturas dos títulos dos periódicos internacionais citados deverão estar de acordo com o Índex Medicus/ MEDLINE e para os títulos nacionais com LILACS e BBO.

7.7. Referências a comunicação pessoal e artigos submetidos à publicação não devem constar da listagem de

Referências.

Artigo de Periódico:

Hargreaves JA, Cleaton-Jones PE, Roberts GJ, Williams S, Matejka JM. Trauma to primary teeth of South African pre-school children. Endod Dent Traumatol 1999; 15(2):73-6.

Huang N, Shi ZD, Wang ZH, Qin JC, Chen E, Guo CL, et al. The malocclusion of primary dentition in the suburb of Chengdu: a cross-section survey. Hua Xi Kou Qiang Yi Xue Za Zhi 2005; 23(2):173-4.

Artigo em periódicos em meio eletrônico:

Kaeriyama E, Imai S, Usui Y, Hanada N, Takagi Y. Effect of bovine lactoferrin on enamel demineralization and acid fermentation by Streptococcus mutans. Ped Dent J [serial on the Internet]. 2007 Dec [cited 2008

Jan 15 12];17:2:118-26; Available from:

http://www.jstage.jst.go.jp/browse/pdj/17/2/ _contents Livro:

Cavalcanti AL. Maus-tratos infantis: guia de orientação para profissionais de saúde. João Pessoa: Idéia, 2001. 72p.

Capítulo de Livro:

Pinkham JR. A importância prática da Odontopediatria. In: Pinkham JR, Casamassino PS, Fields HW, Mc Tigue DJ, Nowak A. Odontopediatria: da infância à adolescência. 2. ed. São Paulo: Artes Médicas, 1996. p. 2- 13.

Dissertações e Teses:

Rubira CMF. Estudo longitudinal sobre similaridade, transmissão, e estabilidade de colonização de Estreptococcus mutans em famílias brasileiras. [Tese]. Bauru: Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo; 2007.

8. Tabelas:

Devem ser numeradas consecutivamente com algarismos arábicos, na ordem em que foram citadas no texto. As tabelas deverão ter título e cabeçalho para todas colunas. No rodapé da tabela deve constar legenda para abreviaturas e testes estatísticos utilizados. Não se deve utilizar traços internos horizontais ou verticais. 9. Figuras (Gráficos, Fotografias e Ilustrações)

9.1. Devem ser citadas como figuras.

9.2. Devem ser numeradas consecutivamente com algarismos arábicos, na ordem em que foram citadas no texto e apresentadas em folhas separadas.

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9.4. As figuras devem ser suficientemente claras para permitir sua reprodução, com resolução mínima de 300 dpi e 10cm de largura. Figuras coloridas não serão publicadas, a não ser que sejam custeadas pelos autores.

9.5. Caso existam figuras extraídas de outros trabalhos, previamente publicados, os autores devem providenciar permissão, por escrito, para a reprodução das mesmas. Estas autorizações devem acompanhar os manuscritos submetidos à publicação.

10. Abreviaturas e Siglas: Devem ser precedidas do nome completo quando citadas pela primeira vez. Nas legendas das tabelas e figuras, devem ser acompanhadas de seu significado. Não devem ser usadas no título e no resumo. 11. Correção Final (Proof)

11.1. Os artigos para publicação serão encaminhados, em prova gráfica, ao autor para as correções cabíveis

e devolução no menor prazo possível. Se houver atraso na devolução da prova, o Editor Científico reserva-se o direito de publicar, independentemente da correção final.

11.2. A prova gráfica será enviada ao autor cujo endereço foi indicado para correspondência, ficando o mesmo responsável pela apreciação final do trabalho, estando os demais de acordo com a publicação do artigo.

OS CASOS OMISSOS SERÃO RESOLVIDOS PELO CORPO EDITORIAL

Como parte do processo de submissão, autores são obrigados a verificar a conformidade da submissão com todas os itens listados a seguir. Serão devolvidas aos autores as submissões que não estiverem de acordo

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2. Os arquivos para submissão estão em formato Microsoft Word, OpenOffice ou RTF (desde que não ultrapasse os 2MB)

3. O texto está em espaço simples; usa uma fonte de 12-pontos; emprega itálico ao invés de sublinhar (exceto em endereços URL); com figuras e tabelas inseridas no texto, e não em seu final.

4. O texto segue os padrões de estilo e requisitos bibliográficos descritos em

Diretrizes para Autores, na seção Sobre a Revista.

5. A identificação de autoria deste trabalho foi removida do arquivo e da opção Propriedades no Word, garantindo desta forma o critério de sigilo da revista, caso submetido para avaliação por pares (ex.:artigos), conforme instruções disponíveis em Assegurando a Avaliação por Pares Cega.

6. Certifico(amos) que participei(amos) suficientemente da autoria do manuscrito para tornar pública minha (nossa) responsabilidade pelo conteúdo. Assumo (imos) total responsabilidade pelas citações e referências bibliográficas utilizadas no texto, bem como sobre os aspectos éticos que envolvem os sujeitos do estudo. Atesto(amos) que, se solicitado, fornecerei(emos) ou cooperarei(emos) na

obtenção e fornecimento de dados sobre os quais o manuscrito está baseado, para exame dos editores.

7. Concordo(amos) com o sistema de Page Charge para a correção gramatical do Resumo/Abstract no

valor de R$ 100,00 (US$ 50,00 para autores estrangeiros). Esse valor, no entanto, somente será cobrado se o artigo tiver sido aceito para publicação após a revisão por pares.

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8. Envio(amos) em arquivo anexo (metadados) a cópia do parecer de aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (em seres humanos ou animais). Estou(amos) ciente de que a ausência deste documento impossibilitará a avaliação do artigo. 9. Envio(amos) em arquivo anexo (metadados) a Declaração de Direito Autoral assinada por todos os autores do trabalho. Estou(amos) ciente de que a ausência deste documento impossibilitará a avaliação do artigo

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23

2 REVISÃO DE LITERATURA

Segundo Gray (1962), alguns fatores interferem na velocidade de desmineralização dos tecidos dentais em solução ácida, acelerando-a ou diminuindo-a, assim: o aumento da velocidade de agitação, da concentração de íons H+ e de ácido não dissociado, aceleram a desmineralização. Por outro lado, maiores concentrações de íons Ca, P, F e de todos os cátions, diminuem a velocidade de desmineralização, provavelmente por reprecipitação dos produtos de solubilidade .A dissolução do esmalte dental é desencadeada pela reação entre os íons H+ de um produto ácido (pH baixo) e a hidroxiapatita, constituinte principal do esmalte dental, que de forma simplificada manifesta-se desta maneira: Ca10 ( PO4 )6 ( OH )2 + 8H+  10 Ca++ + 6HPO4= + 2H2O. Com a queda do pH, há uma mudança de comportamento do fluido na superfície do esmalte que passa de uma condição de supersaturação para a subsaturação em relação ao fosfato de cálcio, principalmente hidroxiapatita, devido ao decréscimo na concentração dos íons ortofosfato trivalente e hidroxila.

Asher e Read (1987), ao examinarem doze crianças entre 9 e 15 anos de idade que apresentavam desgastes de severidades variadas, com características de erosão dental, observaram através de uma anamnese destes pacientes, que todos consumiam de 1 a 3 garrafas de 725 ml de suco concentrado de frutas, por semana, em concentrações maiores do que as recomendadas pelo fabricante. Destacaram que nem os pais tinham conhecimento dos efeitos nocivos dos ácidos contidos nos sucos sobre os dentes, quando utilizados de forma exagerada.

Fushida e Cury (1999) realizaram uma avaliação intra-oral do efeito erosivo do refrigerante Coca-Cola no esmalte-dentina e a capacidade da saliva em reverter as alterações, considerando a adequação do modelo e a inexistência de pesquisas em relação à dentina. Foi utilizado dentes bovinos, a partir dos quais prepararam-se blocos de esmalte e dentina radicular adequados para determinação de microdureza superficial. Nove voluntários, utilizando dispositivos intra-orais palatinos contendo 4 blocos de esmalte e 4 de dentina, participaram deste estudo de 4 etapas, nas quais Coca-Cola foi ingerida de 1 a 8 vezes ao dia. Foi feita a determinação de microdureza superficial utilizando-se o aparelho SHIMADZU HMV 2000, e cargas de 50,0 e 15,0 g, respectivamente para esmalte e dentina, durante 5,0 segundos. Os resultados

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mostraram que, em função da freqüência de ingestão de Coca-Cola, a porcentagem de perda de dureza foi de 18,7 a 27,9 para o esmalte e de 24,6 a 32,6 para a dentina. Estas reduções foram estatisticamente significativas a 5% (teste "t" pareado). A porcentagem de recuperação de dureza pela ação da saliva foi parcial, porém significativa (p < 0,05), variando de 43,6 a 35,6 para o esmalte e de 40,5 a 34,6 para a dentina. Houve também uma correlação significativa entre freqüência de ingestão de Coca-Cola e % de perda de dureza, sendo de 0,97 para o esmalte e de 0,72 para a dentina. Por outro lado, em termos de recuperação de dureza, a correlação foi negativa, -0,70 para o esmalte e -0,74 para a dentina. Os autores concluíram que em função da freqüência de ingestão de Coca-Cola há perdas proporcionais e irreversíveis da estrutura superficial tanto do esmalte como da dentina.

Farias et al. (2000) verificaram a capacidade erosiva de sucos de frutas industrializados, destinados ao mercado infantil, através da aferição da capacidade tampão, do pH e do teor de flúor. Foram selecionados 7 sabores (laranja, manga, goiaba, damasco, abacaxi, pêssego e maçã) de sucos de frutas da marca comercial Del Valle. Foram coletadas 3 amostras de 10ml, de cada sabor dos sucos. A aferição do pH foi efetuada com um potenciômetro e eletrodo combinado, de vidro, da marca Tec-2 Tecnal, previamente calibrado. Para a avaliação do teor de flúor foi utilizado um potenciômetro (Orion-modelo 720 A) com eletrodo combinado seletivo. A capacidade tampão foi obtida mediante acréscimo de 0,25 ml de NaOH 1N a amostras de 100 ml de cada sabor. Os resultados mostraram que o suco de laranja, apresentou pH mais alto (3,469) e o suco de pêssego o pH mais baixo (3,26). As concentrações médias de flúor variaram de 0,527ppm, para o suco de maçã a 0,117ppm para o suco de goiaba; desta forma, em todos os sucos a concentração de flúor ficou abaixo de 1ppm. O teste de capacidade tampão mostrou que o suco de laranja teve a mais alta capacidade tampão, necessitando de 7,76ml de NaOH 1N e o de manga o mais baixo, necessitando de 3,63ml para que os seus pHs se elevassem a valores semelhantes. Porém, o suco de laranja, mesmo tendo o pH alto, apresentou a capacidade tampão mais elevada. Assim, os autores concluíram que todos os sucos avaliados são ácidos e capazes de solubilizar as apatitas dentárias, sendo esta acidez um reflexo dos baixos valores de pH e capacidade tampão destas bebidas.

O´Sulivan e Curzon (2000) compararam, através de um estudo de caso-controle, as dietas de crianças com erosão dental, cárie ativas ou livre de cárie.

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25 Participaram do estudo 309 crianças. Para analise da dieta destas crianças foi coletado suas histórias dietéticas com a finalidade de determinar o tipo e a freqüência de ingestão de bebidas, juntamente com quaisquer hábitos de consumo que promovessem a exposição prolongada dos dentes a ácidos provenientes da dieta. Os resultados mostraram que as crianças com erosão beberam bebidas ácidas significativamente com mais freqüência do que as crianças que tinham cárie ou que estavam livres de cárie. Crianças com erosão também beberam o leite ou água significativamente com menos freqüência do que os grupos de controle. Consumo de fruta e vinagre foi maior no grupo de erosão, tal como a tomada de suplementos de vitamina C. Os resultados deste estudo sugerem que o aumento do consumo de alimentos ácidos e bebidas, especialmente quando associada a hábitos de retenção das bebidas na boca pode contribuir para o desenvolvimento da erosão em algumas crianças. Aconselhamento dietético salientando sobre os perigos de uma dieta altamente ácida, bem como cariogênica deve fazer parte da orientação destas crianças para prevenção da cárie e erosão dentária.

Cairns et al. (2002) investigaram in vitro os efeitos da diluição sobre o potencial erosivo de bebidas, através da mensuração do seu nível de acidez. Para tanto, avaliou quatro bebidas que são comumente diluídas: Robinson´s Whole Orange Drink, Robinson´s Special R No added Sugar Orange, Ribena Original Blackcurrant e Ribena ToothKind Blackcurrant, medindo seu pH e tritabilidade ácida, em variados graus de diluição. Para diluição foi utilizado água, com a medida de uma parte de suco para até 100 partes de água. A mensuração do pH foi feita utilizando um eletrodo conectado a um Orion EA940 Ion Analyser. As quatro bebidas demonstraram um alto grau de resistência ao aumento do pH, indicando alta capacidade tampão intrínseca. O pH medido mudou pouco com o aumento da diluição, quando comparado com ao ácido cítrico e ao ácido clorídrico, mesmo quando extremamente diluído, em contrapartida, a acidez titulável de cada uma das bebidas reduziu proporcionalmente com o aumento da diluição, reduzindo assim, consideravelmente o seu potencial erosivo. Enquanto a diluição tinha pouco efeito sobre os valores de pH medidos, a acidez titulável era reduzida à medida que a bebida tornava-se mais diluída. Parece haver uma relação direta entre a diluição e a capacidade tampão, o potencial erosivo dos sucos, podem ser reduzidos consideravelmente através da adição de água. É pouco provável, no

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entanto, que a bebida possa ser consumida em um nível seguro de diluição devido a diminuição da cor e do sabor.

O objetivo de Cavalcanti et al. (2002) foi analisar a dieta liquida ingerida pelos pacientes de 4 a 12 anos, atendidos na Clínica de Odontopediatria da UFPB, quanto ao pH e valor nutricional. Analisaram as bebidas mais consumidas pelas crianças nas quatro refeições, desjejum, almoço, jantar e lanche. Determinou-se o pH utilizando-se um pHmetro do Laboratório de Bioquímica Molecular e Ecologia. A análise nutricional dos líquidos em relação aos macro nutrientes (glicídios, proteínas e lipídeos), as vitaminas A e C e ao mineral Ca foram baseadas na Tabela de Guilherme Franco. Concluíram que os sucos, os refrigerantes, os iogurtes e os lactobacilos fermentáveis podem contribuir para o aumento do potencial erosivo da dieta líquida infantil, sendo expressiva a ingestão de refrigerantes principalmente, no almoço e nos lanches. Portanto, os pais devem ser esclarecidos para elegerem uma dieta adequada para os seus filhos visando a obtenção de uma boa saúde bucal e nutricional destas crianças.

Bartlett (2005) estudou o papel da erosão no desgaste dentário, que além da erosão compreende outras lesões como atrição e abrasão. As lesões de erosão compreendem a dissolução dos dentes pela ação de ácidos quer sejam de origem gástrica ou alimentares, formando a princípio lesões suaves de aspecto côncavo nas superfícies buco/faciais e cavitações incisivo/oclusais. As lesões de atrição apresentam-se com as superfícies oclusais ou incisais achatadas e que se interligam quando em oclusão. Quando estas lesões estão combinadas há uma potencialização do desgaste. O desgaste dentário reduz a superfície do esmalte, expondo a dentina subjacente. A frequência e o modo como se consomem bebidas ou alimentos ácidos desempenham um importante papel na erosão alimentar. Manter alimentos e bebidas ácidas na boca, prolonga a exposição dos dentes aos ácidos, aumentando o risco de erosão. Concluiu-se que o desgaste dental geralmente é progressivo, embora possa ser lento. O reconhecimento de sinais precoces de desgaste e erosão deve encorajar a prevenção necessária, num esforço para prolongar a longevidade da dentição.

De acordo com Zero e Lussi (2005), erosão dental resulta de uma dissolução superficial dos tecidos duros dentários por ácidos sem envolvimento de microorganismos, podendo ser causada por uma série de fatores extrínsecos e intrínsecos. Os fatores extrínsecos incluem, em grande parte, o consumo de alimentos

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27 acídicos, bebidas gaseificadas, bebidas energéticas, vinhos tintos e brancos, citrinos e, em menor grau, a exposição profissional a ambientes acídicos. Os fatores intrínsecos mais comuns incluem distúrbios gastrintestinais crônicos como, por exemplo, a doença gastroesofágica e problemas de saúde como a anorexia e a bulimia, nas quais a regurgitação e o ato frequente de vomitar são comuns. Uma série de estudos indica que o potencial erosivo de uma bebida acídica não está totalmente dependente do seu pH, sendo bastante afetado pelo conteúdo de ácido titulável (capacidade tampão). Além disso, o valor do pH, a concentração de cálcio, fosfato e, em menor grau, o teor de fluoreto de uma bebida ou alimento são fatores importantes que influenciam no potencial erosivo. Por outro lado, os fatores biológicos modificadores como a saliva, a composição e estrutura do dente, a anatomia e oclusão dentária e a anatomia dos tecidos moles da boca em relação aos dentes e aos movimentos fisiológicos dos tecidos moles, como padrão de deglutição, podem modificar o potencial erosivo. Dentre as funções da saliva, que protegem contra a erosão, inclui-se neutralização e tamponamento de ácidos, diluição e desobstrução de substâncias erosivas na cavidade oral e a formação da película adquirida, a qual demonstra ter um efeito protetor contra a desmineralização por ácidos. A erosão é um processo insidioso no qual os pacientes não tomam consciência até atingir um estado avançado. Algumas recomendações são feitas para os pacientes, como, por exemplo, aconselha-se reduzir ou eliminar a exposição freqüente a bebidas e sucos ácidos, evitar escovar os dentes imediatamente depois de um desafio erosivo, e evitar usar dentifrícios com baixo pH, entre outros.

Cavalcanti et al. (2006), avaliaram a quantidade de sólidos solúveis totais (°Brix) e o valor do pH de bebidas lácteas (iogurtes e achocolatados) e sucos de frutas prontos para o consumo. Foram testados 20 bebidas lácteas (10 iogurtes e 10 achocolatados) e 10 sucos de frutas prontos para o consumo, utilizando 3 repetições para cada amostra. As leituras do grau Brix foram feitas por refratometria e o pH foi avaliado por potenciometria. Os resultados mostraram que as médias dos sólidos solúveis totais (°Brix) diferiram entre si, apresentando-se em ordem decrescente na seguinte sequência: achocolatados > iorgutes > sucos de frutas. Verificou-se que os sucos de frutas apresentaram menor média do pH (3,45), seguindo dos iogurtes (3,86) e dos achocolatados (6,06). Concluíram que, a elevada concentração de sólidos solúveis totais verificado nas bebidas lácteas e sucos de frutas, associados a um baixo

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pH podem contribuir para o desenvolvimento de lesões de cárie e erosão caso estes alimentos sejam consumidos em excesso pelas crianças.

Moraes et al. (2006), com o objetivo de esclarecer a etiologia, características clínicas e o diagnóstico da erosão dental, realizaram uma revisão de literatura a fim de alertar a comunidade odontológica da necessidade de orientar seus pacientes quanto à dieta ingerida e enaltecer a necessidade da multidisciplinaridade em tratamentos odontológicos. A Odontologia restauradora alia-se de forma crescente à Odontologia preventiva no intuito de tratar o paciente de forma integral, não apenas interferindo nas conseqüências, mas também nas causas. Dentre os agravantes para os altos índices de erosão dental no Brasil, citam-se a grande oferta de bebidas no mercado juntamente com a diversidade de frutas, a falta de orientação aos pacientes quanto ao cuidado antes e depois da ingestão deste tipo de dieta, bem como a ausência da visão multidisciplinar entre o médico e o cirurgião-dentista. As lesões erosivas podem estar associadas ao consumo frequente de bebidas, cujos valores de pH estão abaixo do pH crítico, culminando em dissolução do esmalte dental. Problemas parafuncionais também estão intimamente envolvidos no acometimento por perimólise (erosão dental).

Thachibana et al. (2006) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a perda de estrutura dentinária bovina quando submetida à imersão em suco de laranja seguida de escovação empregando diferentes dentifrícios. Foram utilizados setenta segmentos radiculares de dentes bovinos que foram mantidos armazenados em uma solução de água destilada sob refrigeração. Todos os segmentos foram pesados, e todas as superfícies foram impermeabilizadas, exceto a face teste. Na sequência, foram levados a um projetor de perfil, onde foram realizadas 4 medições, resultando no contorno inicial. Para a escovação foram utilizadas escovas dentais de média dureza (Kolynos do Brasil Ltda), e nove marcas de dentifrícios (grupo 1- Creme Dental Sensodyne; grupo 2 – Controle (água destilada); grupo 3 – Creme Dental Sorriso Dentes Brancos; grupo 4 – Creme Dental Colgate Ação Total; grupo 5 – Creme Dental Close-up Micropartículas; grupo 6 – Creme Dental Close-up Liqui Fresh; grupo 7 – Creme Dental Phillips; grupo 8 – Creme Dental Colgate Controle de Tártaro; grupo 9 – Creme Dental Confident; grupo 10 – Creme Dental Tandy Tutti-frutti. Os dentifrícios foram diluídos em água destilada na proporção 1:4. O pH de cada dentifrício foi mensurado 3 vezes no pHmetro microprocessado, tendo ao final a média do pH. Os

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29 corpos-de-prova foram imersos em suco de laranja por um período de 90 segundos e em seguida foram submetidos à escovação em uma máquina simuladora. A escovação foi realizada com uma carga de 200g. A cada 1.000 ciclos, a escovação foi interrompida e os corpos de prova foram imersos novamente no suco de laranja por 90 segundos. Esse procedimento de imersão foi realizado 7 vezes. Após esse processo foi realizada a pesagem final e a medição do projetor de perfil dos corpos-de-prova. A alteração de peso foi obtida pela subtração do peso inicial pelo final, e a alteração do perfil foi obtida pela subtração do contorno inicial menos o contorno final. Os resultados foram submetidos aos Teste de Kruskal-Wallis para análise estatística. A maior perda de peso ocorreu no G10 e a menor no G4, porém, não se encontrou diferença estatística significante entre os grupos. As maiores perdas de perfil ocorreram nos grupos G1, G2, G4, G5, G8, G9. A imersão em suco de laranja seguida de escovação conduz à perda de estrutura dentinária. As variações na composição do dentifrício podem determinar o desgaste da dentina em diferentes intensidades.

Davis et al.(2007), compararam o pH e acidez titulável de sucos de frutas industrializados fortificados com cálcio e a ação destas bebidas sobre a superfície dentária. O pH foi mensurado em triplicata usando um pHmetro e a acidez titulável com o acréscimo de 1Molar de KOH (hidróxido de Potássio) a 50 mililitros de suco de fruta até atingir pH 7,0. Para confecção dos blocos de esmalte e superfícies radiculares foram utilizados 64 dentes molares e premolares. Em cada superfície foi confecionada uma janela de 1x4 milímetro, de tal forma que 4 amostras de esmalte e superfície radicular fossem expostas a cada bebida. As amostras foram expostas as bebidas durante 25hs, sendo então lavadas com água e secas com ar. Os blocos foram seccionados e observados em luz polarizada para verificar a profundidade das lesões. Os resultados demonstraram que os valores de pH variariam de 3,20 a 4,33. E a acidez titulável de 2,65 a 9,36 mililitros de KOH. Os sucos de maçã, laranja e toranja fortificados com cálcio preveniram a erosão em esmalte e reduziram a erosão na superfície radicular (P<0.01), porém o suco de uva branca com cálcio reduziu apenas a erosão no esmalte (P<0.001). Também observaram que a profundidade das lesões foi maior nas superfícies radiculares que no esmalte depois da exposição ao suco de laranja sem cálcio e em todos os sucos fortificados com cálcio. (P<0.001). Os autores concluíram que as bebidas fortificadas com cálcio são capazes de provocar redução e

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prevenção da erosão. Desta forma orientam o consumo destas bebidas por pessoas com risco de experimentar a erosão dental.

Kargul, Caglar, Lussi (2007), realizaram uma pesquisa com o objetivo de mensurar o pH inicial de vários tipos de iogurte e testar o grau de saturação com relação a hidroxiapatita e fluorapatita, determinar a capacidade tampão e avaliar o potencial erosivo dos iogurtes. Assim, em 7 tipos de iogurtes foi avaliada a acidez tutilável adicionando alíquotas de 0,5 ml de NaOH 1N até atingir pH 10. Os graus de saturação em relação à hidroxiapatita e fluorapatita foram avaliados com um programa de computador desenvolvido para este estudo. Os resultados mostraram que a capacidade tampão seguiu a seguinte ordem: iogurte com frutas>iogurte desnatado> bioiogurte>iogurte amanteigado> iogurte natural> iogurte light com frutas> iogurte light. Os resultados sugerem que, in vitro, o iogurte com frutas apresentou a mais alta capacidade tampão, e todos os iogurtes foram saturados com relação à hidroxiapatita e fluorapatita, sugerindo que as bebidas testadas não apresentariam potencial erosivo.

O objetivo de Dantas (2008) foi estudar as características físico-químicas de bebidas líquidas cafeinadas comercializados em João Pessoa, PB. Os produtos utilizados para este estudo foram: os cafés, Nescafé®, Santa Clara®, São Brás®, Pilão®; chás pretos Dr. Oetker®, Madrugada®, Leão® ; refrigerantes de cola, Coca Cola® , Coca Cola light lemon®, Coca Cola zero®, Coca Cola light®. Para o preparo das soluções foi convencionado a uma proporção de 0,8g do pó, medido em balança digital, no caso do café, e um sachê para o chá, utilizando 50ml de água destilada fervida para ambos. Os refrigerantes foram analisados naturalmente, após sua abertura. Utilizando-se pHmetro digital foram feitas as aferições dos valores de pH, logo após o preparo das amostras, sendo obtida a média das três medições para cada produto analisado. Procedeu-se a medição da ATT utilizando 5ml de cada produto, adicionando-se 100ml de água destilada e deionizada acrescida de 5 gotas de indicador fenoftaleína a 1%. Adicionou-se NaOH a 0,01 N à solução até atingir o ponto de viragem. A medição do Brix foi feita com auxílio de um refratômetro com faixa de leitura de ºBrix de 0~32% e precisão de 0,2, utilizando-se aproximadamente 2 gotas de cada produto. Os dados foram analisados descritivamente. Os resultados obtidos foram: pH, acidez e sólidos solúveis, para os cafés: variaram, respectivamente de 4,69 a 4,78, 0,07% a 0,09%, 1,0 a 2,0 ºBrix; para os chás: foram respectivamente de 4,81 a 4,93, 0,06% a 0,07%, 0,0 ºBrix; e para os refrigerantes obteve-se os respectivos

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31 resultados: de 2,33 a 2,83, 0,23% a 0,49%, 0,0 a 0,7 ºBrix. Foi concluído que o pH de algumas bebidas cafeinadas é baixo, confirmado pelo valor encontrado para acidez, além disso, o açúcar presente nestas amostras contribui para agravar o potencial cariogênico e erosivo das mesmas.

Segundo Magalhães (2008) a erosão dental está definida como a perda esmalte dental por exposição ácida que não envolve bactérias. A etiologia da erosão está relacionada a fatores de comportamento, biológicos e químicos. Baseado em revisões de literatura atuais, apresentam um resumo das estratégias preventivas pertinente para pacientes que sofrem de erosão dental. Fatores comportamentais, como hábitos, estilo de vida insalubre ou exposição ácida profissional, poderia modificar a extensão de erosão dental. Assim, estratégias preventivas devem incluir medidas para reduzir a frequência e duração de exposição ácida como também uma higiene oral adequada. Fatores biológicos, como saliva ou placa, favorecem a desmineralização. Então, a produção de saliva deveria ser aumentada, especialmente em pacientes com xerostomia. Com respeito a fatores de substâncias químicas, as modificações de soluções ácidas com íons, especialmente de cálcio, mostraram uma redução de desmineralização, mas a eficácia depende dos outros fatores químicos, como o tipo de ácido. Para aumentar a remineralização das superfícies corroídas e prevenir a progressão é recomendado o uso de fluoreto de alta concentração. Atualmente, poucas informações estão disponíveis sobre a eficácia de outras estratégias preventivas, como aplicação, de cálcio e laser, como também o uso de inibidores de metalloproteinase de matriz. São requeridos estudos adicionais que considerem estes fatores. Portanto, estratégias preventivas para pacientes que sofrem de erosão são obtidas principalmente in vitro e in situ é importante aconselhar uma melhor dieta, excitação de fluxo salival, uso de fluoreto, modificação de bebidas erosivas e melhor higiene oral.

Waterhouse et al. (2008), investigaram a associação entre erosão dentária e o consumo regular alimentos e bebidas ácidas em escolares no sudeste do Brasil. As informações foram obtidas por meio de um questionário sobre a freqüência de ingestão e padrões de consumo de alimentos e bebidas ácidas, em um grupo de escolares, compondo uma amostra de 458 escolares, com idade média de 13,8 anos, seguindo do exame dentário para identificar a erosão dental. Verificou-se que as crianças que consumiam diariamente refrigerantes tinham uma maior prevalência de

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erosão, sendo este dado estatisticamente significante em relação aos que tinham um baixo consumo. Os autores sugerem que haja aconselhamento dietético para favorecer a saúde oral e geral, desencorajando o consumo de refrigerantes e encorajando o de frutas e vegetais.

Farias et al. (2009) afirmaram que o termo clínico erosão dental é usado para descrever a perda de minerais em razão da dissolução da superfície dental pela ação química de ácidos de origem não bacteriana, formando a princípio lesões suaves de aspecto côncavo nas superfícies palatinas e cavitações incisivo/oclusais. Uma série de estudos indica que o potencial erosivo de uma bebida ácida não está totalmente dependente do seu pH, sendo bastante afetado pelo conteúdo de ácido titulável (capacidade tampão). A frequência e o modo como se consomem bebidas e alimentos ácidos desempenham um importante papel na erosão dental. Quando o consumo é feito por crianças, variáveis como utilização destas bebidas em concentrações maiores que as recomendadas pelo fabricante, acondicionamento em mamadeiras e ingestão durante o sono potencializam o agente erosivo, visto que essas bebidas ficarão estagnadas sobre os dentes por mais tempo, em virtude da diminuição do reflexo da deglutição e do fluxo salivar, o que reduz a capacidade de tamponamento da saliva. O objetivo desta pesquisa foi determinar o pH e a capacidade tampão das bebidas industrializadas com soja em sua composição (Ades®) na sua concentração normal e diluída em 50% e comparar os valores obtidos de pH e capacidade tampão destas bebidas em suas concentrações normais e diluídas em 50%. Foram avaliados 6 sabores (limonada suíça, uva, maçã, laranja, morango, pêssego) de sucos de frutas industrializados de uma mesma marca comercial (Ades®), mais um sabor denominado original, sem acréscimo de fruta em sua composição. Estas bebidas foram divididas em 2 grupos: Grupo I (puro): sucos acrescidos de soja e sabor original e Grupo II (diluído): sucos acrescidos de soja e sabor original diluídos em 50%. O pH inicial das bebidas testadas acrescidas de fruta (pêssego, limonada suíça, laranja, maçã, morango e uva), tanto em sua forma pura (grupo I) quanto diluída (grupo II), apresentaram-se abaixo de 4,0, variando entre 3,17 (morango) e 3,73 (limonada suíça), para os puros, e de 3,18 (morango) a 3,82 (limonada suíça) para os diluídos. Apenas o sabor original possuía um pH acima do crítico (5,5) para o esmalte (6,99 quando em concentração pura e 7,05 quando diluído), sendo este valor estatisticamente diferente dos demais. A respeito da capacidade tampão, nos

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33 intervalos entre 1,00 a 2,25ml de volume de NaOH 1N acrescidos nas amostras do grupo I (puro) e 0,50-1,50 para o grupo II (diluídos) houve uma variação de comportamento das embalagens de mesmo sabor diante de mesmo volume de base acrescido. Os autores concluíram que todas as bebidas com fruta na composição (grupo I e grupo II), apresentaram pH abaixo de 4,0, e a diluição não provocou alterações significantes de pH. Apenas o sabor original apresentou pH acima do crítico e estatisticamente diferente dos demais. Todos os sabores apresentaram baixa capacidade tampão intrínseca, sendo este comportamento mais evidente nas bebidas diluídas, demonstrando que a diluição pode reduzir o seu potencial erosivo.

Hanan e Marreiro (2009) avaliaram o pH de refrigerantes, sucos de frutas e iogurtes industrializados na cidade de Manaus-Amazonas e consumidos pela população local. Foram avaliados quatro sucos de frutas, quatro iogurtes e catorze refrigerantes prontos para consumo, totalizando vinte e duas marcas comerciais. Foram adquiridas quatro embalagens de cada produto, sendo de dois lotes diferentes, em supermercados da cidade de Manaus. Os produtos foram divididos em três grupos (iogurtes, sucos e refrigerantes), sendo comparados entre si. O pH das bebidas foi avaliado com o uso de pHmetro previamente calibrado. As bebidas foram avaliadas em dois momentos: logo após a quebra do lacre das mesmas e após 5 minutos. Os resultados foram submetidos à análise estatística, sendo utilizado o teste paramétrico de ANOVA. Os iogurtes apresentaram maior média de pH, seguido dos sucos e refrigerantes, respectivamente. Uma grande amplitude entre os valores de pH foi observada, sendo que o Gury Cola® apresentou o menor valor (2,44) e o iogurte Fazendinha® sabor morango (4,24) o maior valor. O suco de pêssego apresentou o valor de pH mais elevado seguido dos sabores maracujá, frutas cítricas e uva. Com relação aos iogurtes, o sabor morango teve o maior pH, seguido dos sabores coco, abacaxi e banana. Os refrigerantes, sucos de frutas e iogurtes analisados apresentaram valores médios de pH abaixo do pH crítico de desmineralização dental (5,5), sendo, portanto potencialmente capazes de ocasionar lesões erosivas na estrutura dental.

Correr et al. (2009) realizaram um estudo transversal, envolvendo 389 crianças, com o objetivo de avaliar a prevalência de erosão dental entre estudantes de 12 anos de idade em Piracicaba, São Paulo, Brasil e determinar se o gênero, hábito alimentares e características salivares influenciam a erosão dental. Dados sobre

Referências

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