P.P. da Faixa a Poente da Marginal de Aver-o-Mar
Participações recebidas durante o período de Discussão Pública
As participações foram numeradas por ordem de entrada na Câmara Municipal da Póvoa de Varzim – CMPV, sendo identificadas como:
Nº 1 – observação apresentada pelo Sr. António de Oliveira Rocha; Nº 2 – observação apresentada pelo Sr. Manuel Gomes Viana;
Nº3 – sugestões apresentadas pelo Sr. Jorge Manuel Finisterra Araújo Travessas;
Nº 4 – observação apresentada pela Maripraia – Construções, Lda;
Nº 5 – sugestões apresentadas pelo Sr. Carlos Alberto Maçães Gondar, Presidente da Junta de Freguesia de Aver-o-Mar, e pelo Sr. Manuel Octávio M. C. Torres, Presidente da Assembleia de Freguesia de Aver-o-Mar.
Participação nº1
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O proprietário argumenta que o prédio de que é proprietário não surgeidentificado como tal no quadro da Planta de Cadastro Original e que a delimitação da parcela (identificada com o nº 30 na Planta de Cadastro Original) está errada, reforçando que a CMPV tem, nos seus arquivos, registo da área correcta do terreno e a incompatibilidade entre as peças desenhadas nº 8 (Planta da Situação Existente) e nº 11 (Planta de Cadastro Original).
A delimitação que a Câmara possui nos seus arquivos corresponde apenas à delimitação que foi indicada pelo proprietário e que nada comprova. E tanto assim é, que parte da área reclamada integra o domínio privado municipal, como consta do documento complementar à escritura celebrada com a Maripraia em 07/04/2004. Será, pois, corrigida a delimitação que consta no quadro que acompanha a Planta de Cadastro Original, bem como da Planta de Transformação Fundiária e de Cedências para o domínio municipal em função da informação
cadastral disponível, sem prejuízo dos eventuais direitos que possam assistir ao reclamante em relação ao limite da parcela.
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O proprietário pede esclarecimentos sobre os encargos decorrentes daalteração de uso / transferência de propriedade para o domínio público.
As áreas privadas que o plano prevê que sejam integradas em domínio público terão, obviamente, que ser adquiridas de acordo com o previsto na legislação em vigor aplicável.
Participação nº2
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Proprietário argumenta que a delimitação da parcela (identificada naPlanta de Cadastro Original com o nº 7) não está correcta, defendendo que tem registado na conservatória uma área de 260m² e que a demolição da construção lhe elimina a casa de banho, ficando sem condições mínimas de habitabilidade.
Verificou-se no local que a delimitação da parcela tal como consta na Planta de Cadastro Original não está correcta, tendo ainda o proprietário apresentado certidão de registo predial que comprova a alegação efectuada aquando o período de discussão pública. Neste contexto, a Planta de Cadastro Original será corrigida, bem como as demais peças desenhadas. Com esta delimitação a casa de banho existente fica incluída na parcela privada e será considerada pelo plano como construção existente a manter.
Participação nº3
1. Enquadramento
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O participante propõe que, por uma questão de relacionamento earticulação com a envolvente, o plano deveria indicar a necessidade de criar uma ligação pedonal entre a área de intervenção e a Av. Jardim da Praia.
A sugestão apresentada refere-se a uma intervenção fora da área do Plano. De qualquer modo, no relatório que o acompanha será sugerido que seja promovido o prolongamento da ligação do passadiço previsto até à Av. Av. Jardim da Praia.
2. Estrutura Viária e Estacionamento
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O participante argumenta que o estacionamento deveria ser distribuídode uma forma mais equilibrada pela área de abrangência do Plano, e não estar apenas concentrado numa grande área de estacionamento.
Cumpre referir que o Plano prevê também estacionamento ao longo da Av. Marginal e nas parcelas destinadas a equipamentos.
Por outro lado, o facto de o plano considerar que o estacionamento é suficiente, nada prejudica que venham ser definidas novas localizações quando e se tal se vier a justificar.
3. Equipamentos
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O participante considera exagerada a concentração de equipamentos nazona do actual campo de futebol, atendendo a que a maioria das áreas previstas não está adaptada à dimensão da freguesia nem à capacidade financeira.
Grande parte do troço costeiro do plano insere-se, ao abrigo do POOC Caminha – Espinho (POOCCE), na classe de barreira de protecção, não admitindo construção nestas áreas. Como tal, os equipamentos têm que se concentrar necessariamente na zona do actual campo de futebol, dado que esta é a única área do plano disponível com menor vulnerabilidade ao galgamento oceânico. É ainda o POOOCE que estabelece equipamento como o único uso admitido para a área de intervenção.
Importa ainda referir que o desenho constante da Planta de Implantação para os equipamentos não corresponde à área de implantação dos edifícios, mas sim à parcela destinada a equipamento dentro dos quais cada edifício terá necessariamente que se desenvolver, cumprindo as áreas de implantação e de construção constantes do quadro de áreas que acompanha a planta. Deste modo, ao nível do piso do rés-do-chão “sobrará”, dentro dos polígonos, área de terreno suficiente para proceder a um tratamento adequado do espaço público, bem como à criação de algum estacionamento que visa servir os equipamentos em causa.
Em todo o caso, e atendendo a que o POOCCE se encontra em revisão, há a possibilidade de que sejam definidos outros usos para a área em causa (tal como habitação). Se tal acontecer, terá de se ponderar a sua viabilidade e promover, caso se entenda ser de interesse para a população, uma alteração ao PP no sentido de alterar os usos actualmente previstos pelo Plano.
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O participante acha que o elemento mais preocupante é o protocoloentre a CMPV e a Maripraia, que prevê a entrega de parcelas destinadas a Apoio de Praia e a Uso Recreativo na zona de terrenos da freguesia (campo de futebol).
O protocolo celebrado entre a CMPV e a Maripraia – Construções, Lda é uma condicionante do plano e está devidamente salvaguardado o seu cumprimento na proposta apresentada. Importa referir que o edifício recreativo de 1.500m² destinado à Maripraia terá que ocupar necessariamente o terreno do campo de futebol, por imposição do POOCCE.
4. Espaços Verdes
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O participante refere que, se fosse possível a definição de prioridades naexecução do plano, a opção pela renaturalização da duna e a execução do passadiço seriam obras prioritárias.
Nada a comentar. 5. Habitação existente
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O participante é da opinião que a habitação existente é o elemento maissignificativo do plano e elogia a opção pela manutenção das construções existentes, preservando a referência mais forte desta zona da freguesia.
Cumpre-nos dizer que, muito embora se entenda a opinião em causa, as habitações existentes estão em risco, localizando-se em zona vulnerável ao galgamento oceânico e como tal sujeitas a erosão costeira. Neste sentido, numa fase inicial de desenvolvimento da proposta foi equacionada a hipótese de promover a deslocalização dos moradores destas habitações em risco para um edifício de habitação colectiva situado na zona de equipamentos agora prevista, solução que embora excepcional e justificada, não foi autorizada pela CCDR-N.
6. As referências existentes
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O participante sugere que sejam criados pequenos armazéns emmadeira que visem promover a fixação dos pescadores no local e proporcionar uma zona de fabrico/ reparação de aparelhos de pesca.
A construção de armazéns de madeira não é viável dado que o POOCCE não o permite: estes edifícios de apoio só se justificavam na área sul do plano, junto às casas dos pescadores, e toda esta área está classificada com barreira de protecção, constituindo área non aedificandi (art. 24º do POOCCE). Neste enquadramento,
está a ser ponderada a criação de uma estrutura de apoio, um elemento quase escultórico que funcione como abrigo para as actividades referidas, ou a utilização, para esse propósito, de parte ou da totalidade da prevista Casa dos Pescadores.
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O participante sugere que deveria ser prevista uma zona para colocaçãodos montes de sargaço e a recuperação da solução de cobertura de colmo.
Muito embora se reconheça a importância da proposta como memória da actividade agro-piscatória, nada obsta a que tal não suceda, não sendo necessário defini-lo em plano.
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O participante entende que se deveriam manter e preservar os farolinsexistentes, actualmente em ruínas.
O plano prevê a manutenção do farolim situado na duna, enquadrando-o no passadiço proposto através da criação de uma espécie de posto de vigia com área de estadia que o envolve. Relativamente ao farolim situado na Rua do Agro Velho, será prevista a deslocalização para a área central do Espaço de Recreio e Lazer.
Participação nº4
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O participante refere que o plano de pormenor não contempla os 3 lotesde terreno mencionados na escritura de permuta outorgada no dia 7 de Abril de 2004, no Edifício dos Paços do Município, defendendo que com base no estipulado no documento o PP deverá contemplar e definir a localização dos mesmos.
O plano de pormenor definiu, dentro da área de intervenção determinada pelo POOCCE, e no seguimento do estipulado na cláusula Quarta da escritura de Permuta, a localização dos lotes destinados à Maripraia – Construções, Lda:
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Lote 2, com uma área de terreno de 2.481,3m² e 1.500m² de área deconstrução, destinada a Equipamento Recreativo;
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Lote 4a e 4b, com 270m² de terreno e 150m² de área de construção,destinado a Apoio de Praia Completo.
Quanto ao lote referido na alínea a) da cláusula Terceira da escritura de Permuta, este não é contemplado nem definido no presente plano, dado que se encontra fora da área de intervenção do mesmo. Para todos os efeitos, e ainda de acordo com alínea a) da cláusula terceira, este Apoio de Praia Completo já foi licenciado pela CMVP e construído.
Participação nº5
Foram apresentadas as seguintes propostas de alteração:
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Posto de Observação com integração do Farol actualmente localizado naRua do Agro Velho.
Será prevista a sua deslocalização para a área central do Espaço de Recreio e Lazer.
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Previsão de monumento ao sargaço ou ao sargaceiro.De modo a manter a memória de uma das actividades mais significativas do local, o Plano pode considerar uma localização do monumento ao sargaço ou ao sargaceiro, mais uma vez na área central do Espaço de Recreio e Lazer. Esta acção não invalida a manutenção das 3 árvores com as características propostas, sem prejuízo de que no projecto de execução do espaço público possam ser substituídas por outro elemento que cumpra o mesmo objectivo.
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Alteração do local do Museu Agro-Marítimo.Não é possível promover a localização do Museu Agro-Marítimo nas áreas sugeridas, dado que o terreno do ex-edifício da Guarda-Fiscal destina-se necessariamente a Apoio de Praia Completo, conforme estipulado pelo POOCCE (Plano de Praia da Fragosa), e a área denominada como PJo (parque de jogos), por estar classificada com barreira de protecção no POOCCE, constitui área non aedificandi, não sendo admitido qualquer tipo de construção.
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Novas áreas de estacionamento.Cumpre referir que o Plano prevê também estacionamento ao longo da Av. Marginal e nas parcelas destinadas a equipamentos.
Por outro lado, o facto de o plano considerar que o estacionamento é suficiente, nada prejudica que venham ser definidas novas localizações quando e se tal se vier a justificar.
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Ciclovia paralela ao passadiço.Não é aconselhável a criação de uma ciclovia paralela ao passadiço na base da duna, por ser ocultada pela duna. Cumpre ainda informar que a criação da mesma iria constituir um encargo suplementar.
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Ligação do passadiço até ao moinho Luísa Dacosta/ COTL.O plano irá prever e fomentar, no relatório que o acompanha, a ligação do passadiço até ao moinho Luísa Dacosta/ COTL e à Av. Jardins da Praia.
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Requalificação/ recuperação do passadiço no Rio Esteiro.Tal como se pode observar na Planta de Implantação, a requalificação/ recuperação do passadiço no Rio Esteiro é uma das propostas do Plano.
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Parque de jogos.O Parque de jogos previsto na proposta destina-se a campo de futebol, de basquetebol e de voleibol, sendo ainda previsto, no areal, um campo de voleibol de praia.
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Criação de circuito de minigolfe.O circuito de minigolfe não se enquadra no plano, não só pela área considerável que ocupa, e que poria em causa espaços públicos considerados fundamentais, bem como pela necessidade de vedação do mesmo, o que levaria a um fraccionamento do espaço público.
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Criação de circuito de manutenção.O circuito de manutenção é garantido pelo passadiço previsto ao longo da marginal e complementado pelos parques juvenil, infantil e de jogos, com destaque para o parque sénior, onde se prevê instalação de equipamentos de ginástica sénior.
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Inclusão de pequeno auditório, ao ar livre, na zona de equipamentos.A zona de equipamentos é a única onde o POOCCE admite construção, não sendo assim razoável a implementação de auditório ao ar livre nesta área.
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Deslocalização do campo de futebol só após a construção de um novonoutro local.
Nada a comentar.
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Garantir o acesso às praias com o material para a montagem dos apoiosmínimos na época balnear.
Já está garantido pela rampa existente situada imediatamente a Sul da área de intervenção e pela rampa prevista que parte do passadiço existente a recuperar, no seu limite Poente. O percurso pedonal situado a Sul da área de equipamentos, e
que faz a ligação entre a Av. Marginal e o areal, garantirá esse acesso pontual à praia.
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Condicionar possíveis construções na zona de equipamentosexclusivamente para realojamento dos moradores do aglomerado de Agro-Velho. É impossível prever construções de uso habitacional em toda a área de intervenção do Plano, dado que o POOCCE só admite a construção de equipamentos, fora da barreira de protecção, e de edifícios de apoio à praia. No entanto, é de referir que a situação proposta, e uma vez que nos estávamos a referir a realojamento de moradores cuja habitação actualmente se encontra em zona ameaçada pelo mar, mais concretamente dentro da barreira de protecção definida pelo POCCE, já foi equacionada numa fase inicial de desenvolvimento da proposta e posteriormente discutida com a CCDR-N, a qual, embora dado o seu carácter excepcional, não foi acolhida.