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13/04/2016

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Academic year: 2021

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PODER JUDICIÁRIO FEDERAL TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO – 10ª REGIÃO 04ª Vara do Trabalho de Brasília ­ DF Processo nº: 0001321­35.2015.5.10.0004 Página: 7 SENTENÇA Processo nº 0001321­35.2015.5.10.0004 Autor: ASSOCIAÇÃO DOS DIPLOMATAS BRASILEIROS – ADB Réu: SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES DO MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES – SINDITAMARATY Trata­se a presente de ação declaratória de nulidade ajuizada pela ASSOCIAÇÃO DOS DIPLOMATAS BRASILEIROS – ADB contra o SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES DO MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES – SINDITAMARATY, por meio da qual pretende a autora a declaração de nulidade das deliberações da assembleia do SINDITAMARATY realizada nos dias 01 e 02/07/2015 e, consequentemente, a declaração de nulidade da votação online finalizada no dia 06/07/2015, que permitem a negociação de reajuste não­linear para os integrantes do Quadro Permanente do MRE perante a SRT/MPOG.

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Pretende, sucessivamente, em decorrência do acolhimento desse pedido, a declaração, em favor de todos os filiados à ADB, independentemente de sindicalização ao réu, do direito de deliberação e de votação nas assembleias realizadas pelo SINDITAMARATY destinadas a deliberar sobre o reajuste salarial dos integrantes do Quadro Permanente do MRE. Pretende, ainda, o pagamento de honorários advocatícios e das despesas processuais sucumbenciais. Deu à causa o valor de R$ 1.000,00. Juntou documentos. Dispensado o relatório na forma do artigo 852, I da CLT. FUNDAMENTAÇÃO PRELIMINARES Ausência de interesse de agir Alega o réu que, em que pese a autora insistir com a ação principal, a medida liminar deferida nos autos da cautelar exauriu a prestação jurisdicional que interessava à associação, sendo irrelevantes os pedidos declaratórios, uma vez que toda a pretensão principal se resumia em impedir que o sindicato apresentasse as deliberações adotadas nas assembleias dos dias 01 e 02/07/2015. Afirma que, em razão da liminar deferida, não utilizou as deliberações em questão nas audiências que teve com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, pois, autonomamente, buscou a concessão de um reajuste melhor e sem diferenças para todos os integrantes da categoria. Afirma que, tendo em vista que a partir de 07/07/2015, tornaram­se inócuas as deliberações da Assembleia impugnadas, não há interesse de agir da autora no ajuizamento extemporâneo desta demanda, devendo ser o processo ser extinto sem sem julgamento do mérito, nos termos do inciso VI do artigo 267 do CPC/1973. Pois bem. Nos autos da ação cautelar preparatória com pedido de liminar ajuizada pela Associação dos Diplomatas Brasileiros – ADB contra o Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores SINDITAMARATY (nº 0001090­08.2015.5.10.004), foi concedida a medida liminar requerida, declarando nulas as deliberações da assembleia do sindicato réu nos dias 01 e 02 de julho de 2015 e votação online finalizada no dia 06/07/2015 às 18 horas, por não refletir a manifestação de toda a categoria e em face da não observância da convocação inicial que chamou todos os servidores para participarem e votarem. No mérito, foram julgados procedentes os pedidos formulados na inicial, para confirmar a tutela antecipada anteriormente concedida. Assim, quanto ao pedido de declaração da nulidade das deliberações da assembleia do SINDITAMARATY realizada nos dias 01 e 02/07/2015 e, consequentemente, de declaração de nulidade da votação online finalizada no dia 06/07/2015, a autora não tem interesse de agir,

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afinal essa pretensão restou satisfeita na ação cautelar. Não obstante, consta desta ação pedido sucessivo de declaração, em favor de todos os filiados à ADB, independentemente de sindicalização ao réu, do direito de deliberação e de votação nas assembleias realizadas pelo SINDITAMARATY destinadas a deliberar sobre o reajuste salarial dos integrantes do Quadro Permanente do MRE. Com efeito, há interesse de agir quanto a esse pedido. Dessa forma, julgo extinto o processo, sem resolução do mérito, em relação ao pedido de declaração da nulidade das deliberações da assembleia do SINDITAMARATY realizada nos dias 01 e 02/07/2015 e, consequentemente, de declaração de nulidade da votação online finalizada no dia 06/07/2015, por ausência de interesse processual, nos termos do artigo 485, VI, do CPC/2015. Incompetência da Justiça do Trabalho Alega o réu que deve ser reconhecida a incompetência da Justiça do Trabalho para apreciar a questão, pois, a despeito do decidido pelo Supremo Tribunal Federal na ADI nº 3.395, o Superior Tribunal de Justiça entende que é consequência lógica a sua aplicação para qualquer causa de servidor público que envolva direito sindical, porquanto a discussão dessa matéria necessariamente passa pela análise da relação jurídico­estatutária. Nos termos do artigo 114 da CF, compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores. No caso em tela, trata­se de ação entre sindicato e trabalhadores. Patente, portanto, a competência da Justiça do Trabalho. Rejeito a preliminar. DO MÉRITO Do pedido sucessivo Alega a autora que, em razão de negociação reajuste salarial do serviço público, em curso no ano de 2015, a Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SRT/MPOG) convocou, para o dia 25/06, reunião com as entidades representativas das classes de servidores públicos federais para tratar de ajustes salariais referentes à

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recomposição da inflação. Sustenta que, naquela oportunidade, a proposta oferecida pelo Governo foi de correção de 21,3%, distribuídos em percentuais variáveis ao longo de quatro anos, sendo 5,5% em 2016; 5% em 2017; 4,8% em 2018; e 4,5% em 2019. Afirma que, para debater essa proposta oferecida pela SRT/MPOG, o Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores – SINDITAMARATY, convocou Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para o dia 01/07/2015, reconduzida no dia seguinte (02/07/2015). Alega que o objetivo da AGE foi definir a posição do Sindicato, quanto aos reajustes salariais, a ser apresentada em reunião SRT/MPOG no dia 07/07/2015. Afirma que a convocação deu­se por edital veiculado no dia 26/06/2015, disponibilizado no sítio eletrônico da entidade e enviado por correio eletrônico para alguns filiados, tendo sido convocados todos os servidores do Quadro Permanente do MRE, e não apenas dos filiados à entidade. Sustenta que, também em notícia veiculada no sítio eletrônico do Sindicato, foram conclamados os servidores do Quadro Permanente do MRE, afiliados ou não, a votarem na assembleia. Afirma que todos os servidores, filiados ou não, deveriam inscrever­se para participarem das votações, tendo esse cadastro sido realizado por Diplomatas, associados e não­associados ao SINDITAMARATY, para que lhes fosse oportunizada a chance de opinar e de votar nas negociações do reajuste salarial das Carreiras. Alega que, no dia 01/07/2015, participaram da convocatória integrantes das Carreiras de Diplomata, de Oficial de Chancelaria e de Assistente de Chancelaria, além de servidores do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE) e do Plano de Classificação de Cargos (PCC) lotados no Ministério do Trabalho e Emprego (MRE). Alega que, durante os debates, os oficiais e assistentes de chancelaria sugeriram correção não linear em favor das duas carreiras e em desfavor dos Diplomatas, ou seja, 63,2% para oficiais, 56,8% para assistentes e 5% para Diplomatas. Afirma que, após intenso debate, a assembleia foi adiada. Sustenta que outra questão foi a controvérsia de que os não filiados não poderiam votar. Alega que o direito de opinar sobre pauta afeta a todos os servidores foi sumariamente suprimido dos não filiados. Afirma que a grande maioria dos não filiados eram diplomatas. Alega que, após a suspensão, a diretoria do réu optou por submeter o questionamento aos servidores filiados e no dia seguinte aos filiados e em dia com suas obrigações. Alega que no dia 02/07/2015 os não filiados tentaram votar e foram impedidos, mas a ata não foi disponibilizada. Sustenta que a proposta aprovada não representa interesse dos Diplomatas, carreira com maior número de servidores do MRE. Alega que, em decisão de 07/07/205, foi deferida medida liminar para, em caráter cautelar antecedente (processo nº 0001090­08.2015.5.10.004), reconhecer a nulidade da deliberação da AGE e da votação online que resultariam na apresentação da contraproposta à SRT/MPOG. Afirma que a declaração de nulidade da AGE realizada pelo SINDTAMARATY e da votação online finalizada no dia 06/07/2015 resulta do fato de a forma de reajuste deliberada, ilegitimamente, pelo Sindicato não representar os interesses dos Diplomatas, Carreira que conta com maior número de servidores no MRE. Argumenta que da deliberação não participaram todos os possíveis beneficiários das alterações remuneratórias, mas apenas um número reduzido de sindicalizados, que não representam o real interesse dos integrantes do MRE. Sustenta que a contraproposta salarial (reajuste não­linear), ilegitimamente votada para apresentação à SRT/MPOG, é nula, porque contraria grande parte da categoria supostamente representada pelo SINDITAMARATY, que não teve a oportunidade de participação nas respectivas deliberações (AGE e votação online). Alega que a investidura dos sindicatos para a defesa, judicial ou administrativa, dos direitos e dos interesses coletivos e individuais ligados a seu âmbito representativo reverbera sobre toda a categoria, nos termos do inciso III do artigo 8º da CF. Sustenta que ao sindicato é atribuída a defesa de direitos e de interesses da categoria profissional que representa, que abrange todo o grupo de pessoas que exerce a mesma atividade profissional. Alega que, para legitimar a atuação coletiva sindical, é sempre necessária a convocação e a efetiva possibilidade de participação nas respectivas deliberações de todos os integrantes da categoria, filiados ou não, para debaterem e votarem questões globais afetas às Carreiras representadas, como o é a hipótese dos autos (reajuste salarial). Requer a declaração, em favor de todos os filiados à ADB, independentemente de sindicalização ao réu, do direito de deliberação e de votação nas assembleias realizadas pelo SINDITAMARATY destinadas a deliberar sobre o reajuste salarial dos integrantes do Quadro Permanente do MRE.

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Em contestação, o réu afirma que, ao contrário do que afirma a autora, em verdade não houve alteração das regras de votação, mas sim observância das regras de deliberação em assembleias pré­definidas estaturiamente, as quais especificam que apenas os filiados em dias com os seus deveres com sindicato podem votar nas assembleias. Alega que consta do seu Estatuto que apenas os filiados em dias com os seus deveres com o sindicato podem votar nas assembleias. Sustenta que a justificativa para o resultados das assembleias deriva da tentativa da categoria em corrigir a disparidade ocasionada com a vinda do regime de subsídios para as demais carreiras do Serviço Exterior Brasileiro (Lei nº 12.775/2012). Afirma que, expressa ou implicitamente, não exige a filiação para que os servidores gozem das vitórias coletivas da categoria (fim), no entanto isso não significa que aqueles não sindicalizados possam eleger a forma como a coletividade associada conduzirá a ação sindical para alcançar tal finalidade(meio). Sustenta que é insustentável a participação gratuita solicitada pela autora. Argumenta que os servidores representados pela autora não arcam com qualquer responsabilidade financeira para com o sistema sindical do qual faz parte o réu, embora seja evidente que a perquirida participação (votação) tenha custos para o SINDITAMARATY. Alega que a permissão de que não associados participem das deliberações sem quaisquer responsabilidade para com a categoria desconsidera dois custos, que prejudicam o funcionamento do sindicato: (i) o que decorre da votação dos próprios não filiados, que passam a ser arcados indevidamente por aqueles que contribuem para com o sistema; e (ii) as perdas decorrentes do evidente incentivo às desfiliações, uma vez que, pela relação custo/benefício, permaneceriam com as prerrogativas mais importantes sem qualquer contrapartida. Alega a ausência de irregularidades no procedimento de votação. Requer a declaração, em favor de todos os filiados à ADB, independentemente de sindicalização ao réu, do direito de deliberação e de votação nas assembleias realizadas pelo SINDITAMARATY destinadas a deliberar sobre o reajuste salarial dos integrantes do Quadro Permanente do MRE. Passo à análise da controvérsia. O Estatuto do SINDITAMARATY, às fls. 131/152, estabelece que: “Art. 11. Compete à Assembleia Geral, composta pelo corpo de filiados do SINDITAMARATY: (...) IV – Decidir sobre o exercício de direitos coletivos e outras formas de mobilização, observado o disposto no § 2º; (...) § 2º. As deliberações que envolvam decisão sobre exercício de direito coletivos dependerão da presença na Assembleia Geral da aprovação de no mínimo 5% (cinco por cento) dos filiados, e deverá ser convocada pelo Presidente da Diretoria Executiva com a antecedência de 15 (quinze) dias”. “Art. 13. O Conselho Deliberativo é formado por filiados há, pelo menos, 6 (seis) meses ao SINDITRAMARATY e que integram o Quadro Permanente do Ministério das Relações Exteriores – MRE, sendo: 2 (dois) Diplomatas, 2 (dois) Oficiais de Chancelaria; 2 (dois) Assistentes de Chancelaria e 2 (dois) servidores do PGPE's ou PCC's”.

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“Art. 17. Compete ao Conselho Deliberativo: I – Elaborar as propostas de negociação e projetos de interesse dos Servidores do Quadro Permanente do Ministério das Relações Exteriores; (...)” Conforme o Estatuto do SINDITAMARATY, portanto, o direito de deliberação e de votação nas assembleias realizadas pelo SINDITAMARATY, inclusive sobre reajuste salarial dos integrantes do Quadro Permanente do MRE, é restrito aos filiados. Entendo que deve prevalecer o disposto no Estatuto do SINDITAMARATY, não havendo que se falar em violação ao dever de representação, uma vez que o Conselho Deliberativo, a quem compete elaborar as propostas de negociação e projetos de interesse dos Servidores do Quadro Permanente do Ministério das Relações Exteriores, é composto por representantes de todas as categorias integrantes do Quadro Permanente do MRE, inclusive Diplomatas. Dessa forma, julgo improcedente o pedido de declaração, em favor de todos os filiados à ADB, independentemente de sindicalização ao réu, do direito de deliberação e de votação nas assembleias realizadas pelo SINDITAMARATY destinadas a deliberar sobre o reajuste salarial dos integrantes do Quadro Permanente do MRE. Honorários advocatícios Em face da sucumbência, não há falar­se em honorários advocatícios. DISPOSITIVO Pelo exposto, nos autos da ação declaratória de nulidade ajuizada pela ASSOCIAÇÃO DOS DIPLOMATAS BRASILEIROS – ADB contra o SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES DO MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES – SINDITAMARATY; julgo extinto o processo, sem resolução do mérito, em relação ao pedido de declaração da nulidade das deliberações da assembleia do SINDITAMARATY realizada nos dias 01 e 02/07/2015 e, consequentemente, de declaração de nulidade da votação online finalizada no dia 06/07/2015, por ausência de interesse processual, nos termos do artigo 485, VI, do CPC/2015; julgo improcedentes os demais pedidos nos termos da fundamentação.

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A fundamentação passa a fazer parte integrante do presente dispositivo. Arbitro o valor da causa em R$ 1.000,00, sendo as custas pela autora no importe de R$ 20,00 (art. 789 da CLT). Intimem­se as partes. Publique­se. Brasília, 12 de abril de 2016. PATRÍCIA BIRCHAL BECATTINI Juíza do Trabalho Substituta 4ª Vara do Trabalho de Brasília/DF

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