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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ COORDENADORIA DE CONCURSOS CCV PARECER

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ COORDENADORIA DE CONCURSOS – CCV Evento: Casas de Cultura Estrangeira Semestre I - 2016.1

Edital N° 001/2016/CCV

PARECER

A Comissão Examinadora da Prova da Casa de Cultura Semestre I Língua Portuguesa I efetuou a análise do recurso administrativo e emitiu seu parecer nos termos a seguir.

Questão 02

A questão 02 exige a identificação do significado de palavras recorrendo ao contexto, item 3, do Programa. É correta a alternativa (E). Na frase “E assim eu ia, passando rostos como se fossem páginas de um livro” (linhas 6-7), o verbo passar assume o sentido de “percorrer, passar a vista”, tal como na frase “Ficou surpreso ao passar os dizeres do cartaz”. As demais alternativas são falsas, porque apresentam sentidos diversos do sentido no texto. A alternativa (A), por exemplo, é falsa, porque o verbo está no sentido de “ultrapassar” e não faz sentido dizer “ultrapassando rostos...”. Também a alternativa (D) é falsa, pois o sentido em “passar a chuva...” é o de “utilizar determinado tempo fazendo algo”, o que não condiz com o sentido no texto.

Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.

Questão 04

A questão 4 aborda compreensão do sentido figurado de termos do texto. É correta a alternativa (E), em “E a bolha mágica de felicidade...” (linha 15), o termo “bolha” está empregado metaforicamente, para significar uma situação frágil de isolamento da realidade. As alternativas (A), (B) e (D) apresentam termos empregados em sentido denotativo. Igualmente o termo “olhos” em “Os meus olhos iam de rosto a rosto” (linha 04) também está empregado em sentido denotativo, como “órgãos da visão”. A frase do texto se refere aos movimentos oculares, ou seja, os olhos se moviam de rosto a rosto, fitando um após o outro. Não se trata de metonímia, afinal, o movimento dos olhos é um fato natural, resultante dos músculos do globo ocular que permitem aos olhos moverem-se para os lados e para cima e para baixo. Configuraria metonímia e, portanto, linguagem figurada, se o termo “olhos” estivesse empregado no lugar de outro, por contiguidade semântica, mas não é o caso.

Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial. Questão 05

A questão 05 aborda compreensão leitora. É correta a alternativa (C). No segundo parágrafo, o narrador relata o momento em que o olhar dele se encontrou com o olhar de uma jovem, que não desviou o olhar e chegou até a sorrir discretamente. A atitude da moça provocou no narrador um momento de devaneio, ao julgar erroneamente que a moça havia se interessado por ele. Isso se evidencia pela leitura do parágrafo seguinte, quando o narrador afirma que “E a bolha mágica de felicidade em que eu me encontrava estourou, pelo toque de um gesto de gentileza...” (linhas 15-16) e se confirma adiante quando afirma “Seu gesto gentil destruiu a bela cena que minha fantasia pintara” (linhas 20-21).

As demais alternativas são falsas, por apresentarem reações diversas da apresentada no texto. A alternativa (D), por exemplo, é falsa, porque a moça não o deixou apreensivo, pelo contrário, deixou-o feliz

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(“bolha mágica de felicidade” – linha 15). O trecho “O olhar silencioso do desconhecido é sempre sinistro (linha 12) não se refere ao sentimento do narrador, mas uma opinião do que seria esperado como reação natural da moça, que reagiu doutra forma: “Mas os olhos dela não tiveram medo. E chegaram mesmo a sorrir discretamente” (linhas 12-13).

Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.

Questão 08

A questão 08 trata de coesão, especificamente elipse, item 2.3 do Programa. É correta a alternativa (D). No trecho “A imagem que ela via era bela” (linha 18), a supressão do termo “ela” torna a frase ambígua, uma vez que a leitura de “A imagem que via era bela” poderia ser tanto “A imagem que ela via”, como está no texto, como “A imagem que eu via”. Nesse caso, o contexto retiraria a ambiguidade: “Mas a beleza que ela vira... (linha 19).

As demais alternativas são falsas, porque a supressão do termo destacado não torna a frase ambígua. Esse é o caso da alternativa (E). Embora a construção sintática seja similar, uma oração adjetiva, a supressão do termo “eu” como sujeito da segunda oração adjetiva, em “Mas a beleza que ela vira não era a beleza que eu desejava” (linha 19), permitiria apenas uma leitura, pois numa sequência de orações, a elipse do sujeito permite interpretar o sujeito elíptico como sendo o mesmo da oração anterior, logo, se tivéssemos “Mas a beleza que ela vira não era a beleza que desejava”, a única interpretação coerente possível seria a de que o sujeito de “desejava” era o mesmo sujeito de “vira”, ou seja, “ela”. Ao usar o sujeito explícito “eu”, o autor marca a mudança de sujeito.

Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial. Questão 09

A questão 09 aborda compreensão leitora, especificamente, paráfrase. É correta a alternativa (C). A frase “a beleza que ela vira não era a beleza que eu desejava” (linha 19) corresponde semanticamente à frase “a beleza que eu defrasejava ela não vira”, em que frase mantêm as relações sintáticofrasemânticas entre os ver -bos desejar e ver e respectivos sujeitos e complementos. As demais alternativas propõem reescritas que modificam o sentido da frase original. Esse é o caso, por exemplo, da alternativa (E), cuja frase nega as duas si tuações e o sentido corresponde a “ela não vira a beleza que eu não desejava”. Já a frase original correspon -de a “ela não vira a beleza que eu -desejava”.

Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial. .

Questão 10

A questão 10 explora habilidade leitora. É correta a alternativa (D). No último parágrafo do texto, o narrador apresenta três premissas: “Primeira premissa: eu sou velho; o gesto da moça do metrô o atesta. Segunda premissa: a velhice é a tarde imóvel, banhada por uma luz antiquíssima; a metáfora poética assim o declara. Terceira premissa: essa tarde imóvel me encanta, é bela” (linhas 24-26). Noutras palavras:

(1) Eu sou velho;

(2) A velhice é a tarde imóvel; (3) A tarde imóvel é bela;

Essas premissas levam à seguinte conclusão: “A velhice é bela, como a tarde imóvel”.

As demais alternativas apresentam conclusões que ferem a lógica do silogismo. A alternativa (E), por exemplo, acrescenta “luz antiquíssima” que não está nas premissas, mas aparece como complemento secundário à caracterização da tarde imóvel: “banhada por uma luz antiquíssima”.

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Questão 12

A questão 12 exige interpretação da metáfora empregada em “E a bolha mágica de felicidade em que eu me encontrava estourou” (linhas 15-16). É correta a alternativa (A). Ao afirmar que a bolha mágica de felicidade estourou, o narrador alude à perda da ilusão, provocada pela gentileza da moça, como atesta a passagem “Seu gesto gentil destruiu a bela cena que minha fantasia pintara” (linhas 20-21).

As demais alternativas são falsas por apresentarem interpretações não condizentes com o texto. A alternativa (B), por exemplo, é falsa, porque não há indício de que a gentileza da moça provocara uma explosão de alegria no narrador, mas sim um sentimento de decepção, como atesta a passagem “Miserável gentileza! Eu teria preferido uma grosseria!” (linha 17).

Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.

Questão 14

A questão 14 aborda compreensão leitora. É correta a alternativa (D). O verso “tão paradas e frias e mortas” (verso 06), que caracteriza poeticamente as mãos do eu lírico, alude à inércia de alguém sem ânimo diante da vida. Ao dizer que não tinha as mãos “tão paradas e frias e ânimortas”, o eu lírico compara impli citamente sua atitude de reação à vida no passado, com sua falta de reação atual. O termo “mãos” está em -pregado também figuradamente, aludindo à capacidade de (re)agir.

As demais alternativas são falsas porque apontam versos que não se relacionam à interpretação de inércia: “falta de reação, de iniciativa; imobilismo, estagnação” (HOUAISS). O verso da alternativa (B), por exemplo, alude à tristeza, à falta de interesse pela vida. Como órgãos da visão, “olhos vazios” não se re-lacionam à inércia, no sentido de não agir, mas à ideia de não ver graça na vida. A alternativa (E) também é falsa, pois o verso 08 se refere ao coração, órgão ligado a sentimentos e emoções e não à ação. Um cora-ção “que nem se mostra” indica alguém com emoções embotadas, não alguém inerte, sem acora-ção.

Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.

Questão 15

A questão 15 trata de sinonímia. É correta a alternativa (E). No verso “Eu não dei por esta mudança” (verso 09), o verbo dar pode ser substituído por “perceber”. Naturalmente, a regência de perceber é diferente da regência de dar no sentido do texto, e a substituição exige que se se respeite a regência do verbo, conforme se destaca no enunciado: “Eu não percebi esta mudança”.

As demais alternativas são falsas, porque apresentam verbos que não condizem com o sentido da construção original. A alternativa (A), por exemplo, é falsa, pois o sentido da frase não é “Eu não aceitei esta mudança”, tampouco é verdadeira a alternativa (C), cuja substituição resultaria em “Eu não esperava (por) esta mudança”, cujo sentido é “aguardar” e não “perceber, constatar”.

Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.

Questão 17

A questão 17 aborda compreensão leitora. É correta a alternativa (B). O eu lírico demonstra surpresa, ao perceber os traços da velhice, o que se evidencia pelos versos 09 e 10: “Eu não dei por esta mudança,/ tão simples, tão certa, tão fácil”.

As demais alternativas são falsas, por apresentarem reações não condizentes com o poema. A alternativa (A), por exemplo, é falsa, pois não há evidência de revolta no poema, mas de surpresa, uma espécie de estupefação, quando o eu lírico se pergunta “Em que espelho ficou perdida a minha face?”. Ademais, um sentimento de revolta não condiz com um rosto calmo, como se lê no verso 02: “assim calmo...”. Também é falsa a alternativa (D). O eu lírico não demonstra indiferença ao perceber os traços da velhice. Existe uma certa indiferença do eu lírico perante a vida “nem esses olhos tão vazios” (verso 03),

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mas a descoberta dos traços da velhice não são recebidos com indiferença, mas com clara surpresa, como demonstra a última estrofe.

Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.

Questão 18

A questão 18 aborda reconhecimento de informações implícitas, item 8 do Programa. É correta a alternativa (D). No poema, há comparação implícita nas duas primeiras estrofes. Na primeira, ao mencionar que “não tinha este rosto de hoje”, o eu lírico compara implicitamente o rosto de hoje com o de ontem. O mesmo ocorre nos demais versos da mesma estrofe, quando se refere aos “olhos tão vazios” e ao “lábio amargo”. A comparação implícita se mantém na estrofe seguinte, quando o eu lírico menciona as “mãos sem força” e o coração “que nem se mostra”. Portanto, nas estrofes 1 e 2 há comparação implícita entre presente e passado. A última estrofe não traz comparação implícita, demonstra a reação do eu lírico ao perceber a mudança.

Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.

Questão 19

A questão 19 compara os dois textos quanto às diferenças. É correta a alternativa (C). Apenas o texto 1 faz um confronto explícito baseado no tempo, como se observa na passagem: “mas de uma beleza diferente: uma jovem e um velho, manhã e crepúsculo, primavera e outono” (linhas 21-22), em que há um claro confronto entre juventude e velhice. O texto 2 faz comparação implícita entre passado e presente, não explícita, ou seja, não manifesta formalmente, literalmente.

As demais alternativas apresentam traços presentes nos dois textos. A alternativa (B), por exemplo, é falsa porque, tanto no texto 1 como no texto 2, há lamento das perdas resultantes da passagem do tempo. No texto 1, isso se evidencia na passagem “Miserável gentileza! Eu teria preferido uma grosseria!” (linha 17) e “Mas a beleza que ela vira não era a beleza que eu desejava” (linha 19). Ora, se o narrador desejava outro tipo de beleza e teria preferido uma grosseria para manter a fantasia que criara ao perceber o olhar da moça, é que lamentava a perda da passagem do tempo, afinal, a percepção da própria velhice deu-se pelo olhar do outro. Até então, o narrador mantivera a ilusão de que a moça pudesse estar interessada nele, a ilusão de que se tratava de uma paquera. Ao oferecer o lugar para ele se sentar, a moça faz o narrador se dar conta da própria velhice. A reação do narrador é de lamento e revolta, embora depois perceba a beleza da situação. Também o texto 2 mostra o lamento das perdas da passagem do tempo, quando o eu lírico compara implicitamente o que era antes e em que se tornou.

A alternativa (E) também é falsa, pois ambos os textos fazem uso de linguagem figurada, em mais de um trecho. Isso é claro no texto 2, um poema carregado de linguagem figurada. Todavia, no texto 1, há uso de linguagem figurada em mais de um trecho, como demonstram as passagens a seguir:

“E a bolha mágica de felicidade em que eu me encontrava estourou, pelo toque de um gesto de gentileza...” (linhas 15-16)

“Seu gesto era uma declaração de amor, quase um abraço” (linha 18-19) “a bela cena que minha fantasia pintara” (linha 21)

“uma jovem e um velho, manhã e crepúsculo, primavera e outono.” (linha 22) “a velhice é a tarde imóvel, banhada por uma luz antiquíssima” (linhas 24-25)

Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.

Questão 20

A questão 20 compara os dois textos quanto às semelhanças. É correta a alternativa (A). Tanto o narrador do texto 1 como o eu lírico do texto 2 consideram a face um reflexo da alma. No texto 1, isso se evidencia na passagem: “a leitura dos rostos... Rostos são objetos oníricos. Cada um deles revela e escon-de um sonho escon-de amor” (linhas 03-04) e adiante “’os corpos naqueles bancos, as almas por longes terras...’”. Minha imaginação fantasiava as terras por onde andavam aqueles corpos assentados. E assim eu ia, pas sando rostos como se fossem páginas de um livro” (linhas 0507). Se os rostos podiam ser lidos, na concep ção do narrador, é porque revelavam algo, eram reflexo da alma, como na alusão ao poema de Cecília Mei

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reles “Já se ouve cantar o negro. Que saudade, pela serra! Os corpos, naquelas águas, as almas, por lon -ge terra. Em cada vida de escravo, que surda, perdida guerra! (Romance VII ou do negro das Catas). No texto 2, a ideia da face como reflexo da alma é demonstrada no poema todo, em que o eu lírico se dá conta das mudanças psíquicas por meio da visão de sua face no espelho, como se observa claramente na 1ª es-trofe.

As demais alternativas apresentam características presentes em apenas um dos textos. A alternativa (C), por exemplo é falsa, porque apenas o narrador do texto 1 se dá conta da velhice pelo olhar do outro, no caso, pelo olhar da moça. No texto 2, a percepção da velhice se dá pelo próprio olhar, quando o eu lírico vê a si mesmo no espelho: “Eu não tinha esse rosto de hoje” (verso 01) e “Em que espelho ficou perdida a minha face?”.

A alternativa (E) também é falsa, pois apenas o texto 2 cita as mudanças físicas (rosto magro) e psíquicas (lábio amargo) da velhice. O narrador do texto 1 não cita as mudanças físicas e psíquicas típicas da velhice. Fala da velhice em geral. No máximo, pode-se vislumbrar uma sutil menção a um direito típico da idade, que é o de ter assento em transporte público, provavelmente pela característica do fraco equilíbrio físico. Não há, porém, citação de mudanças psíquicas típicas da velhice. Não há nenhuma passagem que fale de algum traço desse tipo.

Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.

Fortaleza, 28 de março de 2016. Profa. Maria de Jesus de Sá Correia Presidente da Coordenadoria de Concursos – CCV

Referências

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