• Nenhum resultado encontrado

Estruturas Organizacionais: a Lente Institucional Contribui para a Construção de um Conceito sob um Novo Olhar?

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Estruturas Organizacionais: a Lente Institucional Contribui para a Construção de um Conceito sob um Novo Olhar?"

Copied!
16
0
0

Texto

(1)

Estruturas Organizacionais: a Lente Institucional Contribui para a Construção de um Conceito sob um Novo Olhar?

Autoria: Denise Ribeiro

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo responder à questão sobre as diferentes formas como a utilização do arcabouço teórico Neo-Institucional pode contribuir para a construção de um conceito de estruturas organizacionais que reflita a realidade contemporânea. Visando atingir este objetivo, realiza-se uma revisão, em perspectiva histórica, das origens e desenvolvimento desta corrente de pensamento a partir de parte da literatura nacional e internacional na área. Em seguida procura-se analisar alguns dos principais conceitos relativos às estruturas organizacionais, no âmbito de algumas correntes teóricas distintas e pelo próprio Institucionalismo. Após a feitura desta análise, são apresentadas algumas das principais objeções feitas pelas correntes teóricas concorrentes e por alguns autores neo-institucionais; na seqüência, são apresentadas refutações a cada uma destas objeções. Desta forma, chega-se à conclusão de que a incorporação da perspectiva simbólica e dos conceitos de isomorfismo, focos relevantes na análise do ambiente institucional, quando associados à análise das categorias componentes do ambiente técnico, fazem com que a lente institucional contribua para a formação de um conceito mais amplo de estruturas organizacionais.

Introdução

Este trabalho tem como ponto de partida a busca de respostas à inquietação sobre a construção de um arcabouço conceitual que espelhe as mudanças ocorridas no conceito de estruturas organizacionais, contemplando não somente seus aspectos de natureza interna, como também, aqueles referentes às suas diferentes interfaces com o contexto externo, abandonando, em certa medida, as abordagens mais usuais na área dos estudos organizacionais. Espera-se assim, através da elaboração de um processo analítico, confrontar diferentes olhares em relação à análise deste conceito, da sua origem, ao surgimento do Neo-Institucionalismo, teoria percebida como capaz de auxiliar na formulação de um conceito de estruturas organizacionais mais próximo da realidade das organizações contemporâneas. Para tanto, tem-se como questão de partida: Como a incorporação do arcabouço teórico Neo-Institucional auxilia na construção de um conceito de estrutura organizacional contemporâneo?

Neste sentido, uma justificativa à realização do trabalho consiste na incorporação do foco no simbólico, no campo das estruturas organizacionais, de forma seminal, a partir do trabalho de Meyer e Rowan (1991), autores que afirmam que na sociedade pós-industrial, a estrutura formal das organizações, reflete de forma mais sensível, os mitos existentes no seu ambiente institucional, do que as próprias demandas presentes em suas atividades cotidianas. Com isto, introduzem como foco analítico importante em relação à sobrevivência e manutenção das organizações, os conceitos de legitimidade, na perspectiva weberiana e, o de isomorfismo, ampliando o escopo do conceito de estruturas organizacionais, em relação aos pensamentos anteriores. Tem-se como outra justificativa, a relevância que o neo-institucionalismo assume, de acordo com autores tais como Tolbert e Zucker (1999), Scott (1991 e 2001), Meyer e Rowan (1991) e Vieira e Carvalho (1999 e 2003) de forma crescente, a partir dos anos 70, no campo dos estudos organizacionais, tornando-se uma corrente capaz de propiciar aos estudiosos, maior nível de capacidade analítica. Associado a este fato, tem-se também verificado, no caso brasileiro, um aumento do número de estudos na área organizacional, sob a perspectiva institucional, com trabalhos publicados tanto nas maiores revistas nacionais, quanto nos principais encontros da ANPAD, como comprovam os trabalhos de Rosa e Coser (2004) e Carvalho, Goulart e Vieira (2004).

(2)

Este ensaio é composto por quatro seções além desta introdução; na primeira, apresenta-se a evolução do pensamento institucional, das origens, as concepções mais recentes, representadas pelos estudos neo-institucionais; este trajeto foi considerado como fundamental na construção do ensaio, por se entender que os conceitos trazidos por esta corrente contribuem, juntamente com algumas das concepções mais tradicionais, para a construção de um conceito de estruturas organizacionais passível de ser utilizado na análise das organizações contemporâneas de diversas naturezas. Dando seqüência ao trabalho, são apresentados conceitos relativos às estruturas organizacionais, desenvolvidos nas diferentes correntes do pensamento. A seguir, são trazidas algumas objeções à tese defendida, as quais são posteriormente refutadas. Finalmente, na quarta seção são apresentadas algumas considerações finais, bem como limitações e possibilidades de pesquisas futuras em relação a este trabalho.

1. Institucionalismo: percorrendo a evolução de uma corrente de pensamento Esta seção aborda a evolução do Institucionalismo, das suas origens no pensamento pré-funcionalista do final do século XIX, até as concepções Neo-Institucionais, surgidas a partir dos anos 50. Em uma perspectiva histórica, afirmam Scott (1991 e 2001), Hall e Taylor (2003), Tolbert e Zucker (1991) e Machado-da-Silva e Gonçalves (1999), que esta corrente possui múltiplas influências, somando contribuições da Ciência Política, da Sociologia e da Economia, ao longo do tempo.

Iniciando a análise da evolução do institucionalismo nas ciências sociais, Scott (1991 e 2001), Machado-da-Silva e Gonçalves (1999) e Carvalho, Vieira e Lopes (1999) pontuam que suas bases foram lançadas pelos pré-funcionalistas, teóricos que viam o comportamento social como similar ao dos organismos vivos, concebendo um conceito de evolução social, semelhante ao da evolução das espécies darwiniano. A discussão sobre o papel das organizações ainda não estava presente nos trabalhos dos cientistas sociais. Este foco somente foi introduzido no século XX, por Weber e Michels, quando analisaram o papel das organizações formais na sociedade industrial, ainda que não as percebessem como atores independentes, concepção introduzida por Merton, que entendia que atores organizacionais e individuais são criadores da estrutura (TOLBERT e ZUCKER, 1999, p.197-198).

Com os trabalhos de Parsons, em meados do século passado, surge o conceito de ação social como estruturas e processos explicitados no cotidiano dos indivíduos e a definição de estrutura - composta por papéis, valores, normas e coletividade - como o “molde” delimitador das fronteiras entre os ambientes, interno e externo. Este autor vê os sistemas sociais como abertos e, efetuando trocas com outros sistemas, sendo assim classificado como precursor da Teoria Geral dos Sistemas (SOUZA, 2001, p. 10-12).

Fazendo-se uma aproximação, em relação à teoria organizacional, é importante apresentar-se o trabalho de Selznick, considerado por DiMaggio e Powell (1991), Vieira e Carvalho (1999 e 2003) e Fachin e Mendonça (2003), como o precursor dos estudos desta teoria neste campo de conhecimento. Suas contribuições são sintetizadas a partir da visão de que organizações, apesar de vistas como ferramentas, atuam no tocante às estruturas, de forma própria, baseando-se tanto na racionalidade econômica, quanto nas dimensões não-racionais do comportamento individual. A não-racionalidade surge então como uma categoria de análise importante, pois os indivíduos agem de forma distinta em relação aos seus papéis formais e, o comportamento organizacional não é totalmente moldado pelas estruturas formais, sendo sim, um sistema cooperativo e adaptativo em relação às questões políticas encontradas no ambiente. A figura a seguir traz uma síntese do pensamento institucionalista, apresentado até o momento.

(3)

Figura 1: Institucionalismo, seus principais teóricos, conceitos e fontes Elaboração própria

Já o neo-institucionalismo, para Hall e Taylor (2003), Tolbert e Zucker (1999), Machado-da-Silva e Gonçalves (1999) e Carvalho, Vieira e Lopes (1999), ganha importância a partir de meados dos anos 70, consolidando-se nas duas décadas subseqüentes, através de três escolas de pensamento que se desenvolvem de forma distinta e independente – escolha racional ou econômica, histórica ou política e sociológica. A primeira escola parte da concepção de que os problemas políticos com os quais se defrontam os legisladores são resolvidos a partir das instituições, sendo assim concebida, uma “nova economia da organização”, teoria que foca o comportamento oportunista e dotado de racionalidade limitada do indivíduo, em relação ao comportamento das instituições, os custos de transação, estruturas de governança e importância dos contratos e dos direitos da propriedade (HALL e TAYLOR, 2003, p.202-203).

Para Carvalho, Vieira e Lopes (1999), esta escola rompe com os conceitos de equilíbrio e estabilidade do mercado, introduzindo em seu marco teórico a análise da evolução cultural e a visão de processos sociais dinâmicos e responsáveis por definir os mercados, possibilitando a existência de hibridização nas estruturas organizacionais. Afirmam ainda que, o desenvolvimento das instituições ocorre em função da eficácia com que estas atendem aos objetivos materiais e aos interesses dos que as aceitam, tendo duração condicionada a sua utilidade, existindo ainda, certa prevalência da racionalidade em seu conceito mais tradicional.

INSTITUCIONALISMO Pré-funcionalistas: Spencer,Durkeim, Veblen e Worms SOCIOLOGIA C.POLÍTICA ECONOMIA Evolução social semelhante à evolução das espécies.

Perspectiva darwiniana. Merton Atores individuais e organizacionais potenciais criadores de novas estruturas. Foco dos trabalhos nos

processos envolvidos na dinâmica da mudança social. Parsons Selznick Precursor da Teoria Geral dos Sistemas.

Imperativos funcionais: estabilidade, foco em objetivos, adaptação e integração. Descrição dos processos que existem

nas organizações burocráticas objetivando dirigir seus membros à conformidade. Organizações como ferramentas alterando suas estruturas, a partir de dimensões não

racionais de comportamentos dos indivíduos, além dos

princípios da racionalidade. Processos organizacionais internos de organizações individuais originando comprometimento Scott (2001), Machado-da-Silva e Gonçalves (1999) e Carvalho, Vieira e Lopes (1999) Tolbert e Zucker (1999) e Scott (2001) Scott (2001), Fachin e Mendonça (2003) e Souza (2001) DiMaggio e Powell (1991), Scott (2001), Vieira e Carvalho (1999 e 2003) e Fachin e Mendonça (2003)

(4)

O neo-institucionalismo histórico ou político, segundo Scott (2001), Hall e Taylor (2003) e Carvalho, Vieira e Lopes (1999), por se relacionar ao direito constitucional e à filosofia moral, atribui peso analítico aos aspectos legais e às formas organizativas das estruturas governamentais, utilizando-se de uma abordagem histórico-descritiva. De acordo com Carvalho, Vieira e Lopes (1999), esta corrente, em sua origem, defende a existência de autonomia das instituições políticas, em relação aos fenômenos sociais. A partir da sua evolução, com os estudos de Meyer e Rowan (1991) e DiMaggio e Powell (2007) as dimensões simbólica e cultural são incorporadas à análise das organizações. De maneira geral, os teóricos desta corrente vêem as instituições como resultado de normas e regras, formais e informais, inerentes às estruturas organizacionais, fornecendo modelos morais cognitivos que permitem aos indivíduos interpretarem a realidade e agirem de acordo com seus interesses, sob a ótica da racionalidade (HALL e TAYLOR, 2003, p.196-198). Para estes autores e, para Carvalho, Vieira e Lopes (1999), a corrente histórica se aproxima da econômica, na medida em que considera que organizações são construídas pelos indivíduos, de forma racional, a fim de garantir que seus interesses pessoais sejam atingidos.

Por fim, surge a escola do neo-institucionalismo sociológico, a partir da contestação sobre a distinção entre um mundo social racional de fins e meios do tipo burocrático e, outra dimensão, que introduz um conjunto de práticas relacionadas aos aspectos culturais. Em outras palavras, esta nova concepção considera que até nas práticas onde há racionalidade, existem influências das questões culturais da sociedade na qual estão inseridas. Nesta ótica, as estruturas organizacionais são vistas como resultado de práticas culturais, sendo comparadas a mitos e cerimônias tradicionais, que podem não ser os mais eficientes e eficazes, de acordo com os critérios colocados pela perspectiva da escolha racional (HALL e TAYLOR, 2003, p.210-211).

Conforme estes autores, esta corrente traz alguns aspectos originais em relação às anteriores. Inicialmente, tem-se a visão de que as instituições não são compostas somente por regras, procedimentos ou normas formais como afirma o enfoque normativo. Estão também presentes, como guias da ação humana, fornecendo padrões de significação, sistemas de símbolos, esquemas cognitivos e modelos morais, assim a cultura, no enfoque culturalista em oposição ao normativo, é vista exclusivamente, como uma rede de hábitos, símbolos e cenários que possibilitam o surgimento de diferentes modelos de comportamento individuais e organizacionais.

Mais recentemente, aos modelos normativo e culturalista, acrescentou-se o da dimensão cognitiva, onde as instituições, ao fornecerem esquemas, categorias e modelos cognitivos, influenciam o comportamento dos indivíduos e organizações, levando-os a uma dada interpretação da sociedade e do comportamento de outros atores, ou seja, suas preferências são resultado das influências sociais as quais organizações e indivíduos submetem-se. Percebe-se assim, outra diferença entre a escola da escolha racional e a sociológica; enquanto os primeiros entendem que as instituições buscam o bem-estar material dos seus membros, a segunda afirma que as organizações adotam determinados modelos, em detrimento de outros, a partir da percepção de que uns são mais bem aceitos em ambientes culturais mais amplos, introduzindo-se assim o conceito de busca de legitimidade pelas organizações, a partir da sua adequação às instituições (HALL e TAYLOR, 2003, p.207-211).

A importância da legitimidade é também pontuada por Carvalho, Vieira e Lopes (1999), ao afirmarem que ao ampliar-se o conceito de ambiente com a incorporação da dimensão simbólica, a concorrência inter-organizacional não é mais vista como resultado exclusivo da busca por recursos escassos, passando a ocorrer na procura contínua por legitimidade institucional e aceitação no seu ambiente de atuação. Assim, o

(5)

mercado não é mais percebido como o responsável pelos processos de racionalização e burocratização, processos estes assumidos pelo Estado, através do seu papel regulador.

Cabe ressaltar que o neo-institucionalismo, independente da escola em análise, é definido como a corrente teórica que analisa as organizações a partir das instituições, consolidando-se como uma concepção que se contrapõe às perspectivas behavioristas que dominaram o campo dos estudos organizacionais, nas décadas anteriores. Porém, as diferenças entre as correntes do pensamento neo-institucional, de acordo com Scott (1995) apud Machado-da-Silva e Gonçalves (1999), Tolbert e Zucker (1999) e Hall e Taylor (2003), se refletem na literatura especializada levando à diversidade de níveis de análise, favorecendo a falta de consenso em relação a conceitos-chave, métodos de análise e formas de mensuração dos resultados.

Tentando suprir esta deficiência, Scott (1995) apud Machado-da-Silva e Gonçalves (1999), define três pilares básicos em relação à corrente neo-institucional: regulativo, normativo e cognitivo, cada um deles contemplando escolas específicas. Estes pilares, conforme Meyer e Rowan (1991), Tolbert e Zucker (1999), Scott (1995 e 2001), DiMaggio e Powell (2007) e Machado-da-Silva e Gonçalves (2003), devem ser vistos como aspectos diferentes de um mesmo fenômeno; como alternativas analíticas de natureza complementar e não sob uma ótica excludente. Para eles, apesar da complementaridade entre os pilares, há ainda, no campo teórico, certa ênfase analítica nos pilares, normativo e cognitivo, sendo o regulativo utilizado de forma apenas residual, identificando-se ainda, a predominância, no campo dos estudos organizacionais, do pilar cognitivo. Esta hegemonia se dá, de acordo com Scott (2001) em virtude da adoção dos pressupostos desenvolvidos por Berger e Luckmann, na sociologia do conhecimento, os quais enfatizam que situações sociais que perduram no ambiente, têm tendência a ser institucionalizadas e copiadas por organizações similares, independentemente da sua eficiência dentro da perspectiva racional de busca de resultados. O quadro a seguir apresentado sintetiza cada um dos pilares.

PILAR REGULADOR PILAR NORMATIVO PILAR COGNITIVO

• Normas, leis e sanções como mecanismos de legitimação institucional. • Mecanismos coercitivos

fazem com que se baseie na força e no medo, legitimados.

• Atores agem

racionalmente e de forma utilitária, possuindo uma base instrumental. • Dimensão moral fundamentada no contexto social. • Busca legitimidade institucional através de padrões de conduta moralmente adequados • Mecanismos normativos buscam a legitimidade. • Atores buscam adequar seus

padrões de conduta aos predominantes.

• Legitimidade através da noção de senso comum e compartilhamento de grupo.

• Mecanismos miméticos são utilizados na busca pela legitimidade (Isomorfismo). • Atores atuam a partir de

conhecimentos

culturalmente difundidos e socialmente aceitos. Quadro 1: Pilares Institucionais

Fonte: Elaboração própria a partir de Scott (2001) e Machado-da-Silva e Gonçalves (2003)

Torna-se importante aqui, a discussão trazida por DiMaggio e Powell (2007) e sintetizada por Fonseca (2003) e Carvalho, Vieira e Lopes (1999), no tocante às diferenças e semelhanças entre o velho e o novo institucionalismo. Como principal convergência, Carvalho, Vieira e Lopes (1999) trazem o contraponto em relação aos modelos racionalistas existentes nas duas correntes, associado ainda à concepção da importância das relações existentes entre as organizações e o seu ambiente, bem como no que se refere à inclusão das questões culturais na análise das organizações e das suas relações, internas e externas. A principal divergência entre as duas correntes, segundo

(6)

eles se resume ao foco político e a luta de interesses inter e intra-organizações, questões mais exploradas na corrente neo-institucional.

A contribuição do neo-institucionalismo à teoria organizacional, em comparação com as escolas que o antecederam, conforme Fonseca (2003) e Carvalho, Vieira e Lopes (1999) centra-se na importância atribuída ao ambiente, visto como algo que vai além dos aspectos objetivos, a exemplo dos diversos tipos de recursos tangíveis existentes no mercado. Esta corrente de pensamento inclui ainda no ambiente a dimensão do intangível, representada pelas regras, valores, símbolos e redes de relacionamento. Modifica-se, assim, a visão de que a sobrevivência da organização relaciona-se, exclusivamente, a sua capacidade de adaptação às questões de natureza técnica ou financeira, incorporando-se a necessidade de sua adaptação aos aspectos normativos de apoio e legitimidade, vistos como fundamentais à sobrevivência das organizações contemporâneas. Assim, a incorporação do simbólico, dos mitos e valores intangíveis, faz com que o ambiente não seja mais visto como uma categoria residual, composta por variáveis de caráter objetivo e tangível, ampliando o seu escopo analítico, pois “as organizações são criaturas dos seus ambientes institucionais, mas a maioria das organizações modernas é constituída por jogadores ativos, não por oportunistas passivos” (Scott, 1995, p.132, apud Fonseca, 2003, p.62).

Encerrando a análise do ambiente, na perspectiva neo-institucional, é importante se entender a sua divisão em dois tipos distintos e complementares: o ambiente técnico e o institucional. O primeiro diz respeito ao controle efetivo do processo de trabalho, relacionando-se diretamente às formas como as organizações interagem com o mercado, no tocante à venda de seus produtos ou serviços, possuindo assim uma ótica de caráter mais operacional. Já o ambiente institucional caracteriza-se pelas normas e regulamentos existentes no seu ambiente de atuação, características que as organizações devem contemplar na busca da legitimidade (SCOTT, 1991, p.167-169).

Assim, para Fonseca (2003) e Carvalho, Vieira e Lopes (1999), no ambiente técnico as organizações agem racionalmente ao produzir de forma eficiente aquilo que o mercado deseja, desta forma o controle se dá sobre os aspectos quantitativos e qualitativos da produção, caracterizando-se pela presença do isomorfismo competitivo conceituado como “um processo de restrição que força uma unidade em uma população a se assemelhar a outras unidades que enfrentam o mesmo conjunto de condições ambientais” (DiMAGGIO e POWELL, 2007, p.121). Pressupondo-se assim, a existência de racionalidade do sistema e o foco na competição do mercado, fatores que conduzem a mudanças de nicho e medidas de ajuste voltadas à eficiência.

Já no ambiente institucional, a organização será tão mais eficiente quanto mais legitimamente se posicionar; assim, o controle se dá sobre a adequação da forma de atuação organizacional, tendo como resultado o isomorfismo institucional, definido como o fato de a competição no meio organizacional não se dar “apenas pelos recursos e consumidores, mas por poder político e legitimação institucional, por ajustamento social, bem como econômico” (DiMAGGIO e POWELL, 2007, p.121). O isomorfismo institucional pode assumir três mecanismos distintos: coercitivo, mimético e normativo, sendo que a busca por cada uma destas tipologias pode ser vista como a necessidade das organizações se posicionarem frente às relações de poder buscando eficiência e legitimidade social, bem como reduzindo o seu nível de incerteza.

O isomorfismo coercitivo ocorre quando a organização se sujeita a um alto nível de pressões externas, formais ou informais, pressões estas provenientes de organizações das quais dependem e, das expectativas da sociedade na qual se insere. Já o isomorfismo normativo relaciona-se aos padrões estabelecidos por uma dada comunidade profissional, que busca determinar bases e legitimação cognitivas que garantam

(7)

autonomia a sua atividade. Esta forma isomórfica é em muito estimulada pela atuação das universidades como formadoras de indivíduos que são preparados para atuar quase de forma intercambiável em determinadas atividades organizacionais (DiMAGGIO e POWELL, 2007, p.125-127). Já o isomorfismo mimético associa-se a existência de uma autoridade coercitiva, sendo a incerteza organizacional um estímulo a sua prática. Segundo os dois últimos autores, as organizações podem copiar mimeticamente suas concorrentes tidas como mais bem sucedidas ou com maior legitimidade social. De acordo com Carvalho, Vieira e Dias (1999), as empresas de consultoria auxiliam em muito este tipo de isomorfismo, pela tendência à repetição de modelos de sucesso em um dado segmento, realidade esta que pode estar sendo vivenciada contemporaneamente por organizações com atuação em campos diversos.

Parece agora pertinente a discussão sobre a evolução dos conceitos de estruturas organizacionais ao longo do tempo, questão tratada na próxima seção do trabalho. 2. Estruturas Organizacionais: revisitando a construção de um conceito

Iniciando-se esta construção, toma-se o trabalho de Astley e Van de Ven (2007), o qual estabelece relações entre diferentes escolas funcionalistas e seus conceitos de estrutura, demonstrando a evolução do mesmo. O foco deste trabalho é a discussão das contraposições entre as visões micro e macro das organizações e, as orientações de caráter determinista e voluntarista da ação organizacional; apresentando assim, um olhar que se aproxima, por outro viés, da discussão de Morgan (2007) em relação aos paradigmas criados pelo confronto das perspectivas objetiva e subjetiva e, dos conceitos da sociologia da regulação e da sociologia da mudança.

Como primeira configuração organizacional pode ser trazida aquela que Wood (2001) conceitua como o modelo burocrático vertical e, Morgan (1996) define como organização burocrática e mecanicista. Esta configuração baseia-se na teoria da burocracia weberiana e nos conceitos de instrumentalidade introduzidos no ambiente organizacional, por Taylor, Fayol e Ford, adotando-se a visão de racionalidade técnica e instrumental, na busca por objetivos que garantam os resultados gerenciais esperados, a partir de ações racionais e da utilização também racional de recursos. Assim, conforme estes autores, as estruturas são consideradas como o suporte necessário à atuação organizacional eficiente, comportando-se como um sistema racional.

Wood (1995), Morgan (1996), Lima (2001) e Hatch (2002) criticam a adoção deste modelo de estrutura organizacional nas organizações contemporâneas a partir da concepção que não é mais possível a utilização do one best way taylorista, pois as formas de organização devem ser menos rígidas, favorecendo a mudança e não a busca da ordem, uma vez que reconhecem que uma atuação criativa e flexível é mais importante do que outra focada exclusivamente nos critérios da eficiência. Procura-se então, superar o paradigma taylorista-fordista, que não parece mais adequado às demandas contemporâneas, que exigem modelos mais complexos e flexíveis. Apesar destas críticas, não se pode ignorar a presença de estruturas organizacionais dotadas desta configuração em organizações contemporâneas, de diversas naturezas, com exemplos que vão das franquias às prestadoras de serviços nos quais “a precisão, a segurança e a responsabilidade claras sejam valorizadas” (MORGAN, 1996, p.37).

Segundo Astley e Van de Ven (2007), outra visão que pode ser trazida é a da perspectiva sistêmico-estrutural, representada nos estudos organizacionais, pelas escolas da Teoria dos Sistemas, Funcionalismo Estrutural e Teoria da Contingência, as quais percebem a estrutura organizacional como a junção de papéis e posições ordenados de forma hierárquica, tendo por objetivo a busca eficiente de resultados. Aqui, as organizações possuem um comportamento adaptativo, reativo, pré-determinado e

(8)

restrito, sendo o processo de mudança organizacional fruto de alterações em relação à integração e divisão de papéis que favorecem a adaptação da organização às mudanças ambientais e as necessidades de recursos.

Neste sentido, parece importante o pensamento de Mintzberg (2006), que afirma que toda atividade humana, independente do seu grau de complexidade, sempre se origina de dois aspectos fundamentais, explicitados no pensamento contingencialista: a divisão do trabalho entre diversas tarefas a serem executadas e, a necessidade de coordenação, que garanta a realização da tarefa. Assim, a forma como estas dimensões se relacionam e complementam em cada atividade executada no interior das organizações, é proporcional ao nível de complexidade não só das tarefas, como também em relação ao ambiente no qual a organização está inserida, sendo a configuração organizacional expressa por estes parâmetros.

Já Nadler, Gerstein, Shaw et all (1994), trabalham o conceito de arquiteturas organizacionais, como uma metáfora em relação à arquitetura física. Segundo eles, objetivando a permanência no mercado, as organizações devem desenvolver algumas qualidades fundamentais, tais como: adaptabilidade, flexibilidade, sensibilidade e capacidade e rapidez no processo de decisão. Assim, as arquiteturas organizacionais são vistas como “todos os vários sistemas, estruturas, processos de administração, estratégias etc” (Nadler, 1994, p.6), necessários a garantir a uma organização, posição diferencial em relação à concorrência. Este conceito em muito se assemelha ao introduzido anteriormente por Mintzberg (2006), incorporando, porém alguns fatores a exemplo da estratégia na busca pela vantagem em relação à concorrência.

No entanto, para os autores anteriores, tanto quanto para Mintzberg (2006) e Robbins (1999) o aumento da complexidade do ambiente organizacional, em anos mais recentes, levou às organizações a se exporem a novas e também mais complexas situações, as quais têm impactos não só sobre o seu crescimento, como também sobre sua própria capacidade de sobrevivência. Diante deste quadro, surge a necessidade de respostas organizacionais diferentes, levando às organizações a buscar novas formas de atuação, em substituição àquelas mais usuais, em passado recente.

Com isto, na maior parte dos casos, quanto maior a complexidade das atividades envolvidas, maior é o nível de detalhamento da configuração organizacional, bem como mais complexas são as formas de coordenação exercidas, tendo-se assim, que a organização deve selecionar os elementos que compõe a sua estrutura visando não somente a sua consistência interna, como também a aderência desta estrutura ao ambiente no qual se insere, ou seja, “[...] tanto os parâmetros de designquanto os fatores situacionais devem ser rigorosamente agrupados para criar o que chamaremos de estruturas” (Mintzberg, 2006, p.13).

Buscando esclarecer as formas como ocorrem estes processos, este autor, afirma, à luz da Abordagem da Configuração, que as organizações se dividem em cinco partes inter-relacionadas de acordo com seu grau de complexidade: núcleo operacional, linha intermediária, cúpula estratégica, tecnoestrutura e assessoria de apoio. Conforme a configuração organizacional existente, estas partes assumem maior ou menor importância individual, e diferentes tipos de relacionamento, condicionando assim as formas e níveis de divisão do trabalho e de coordenação.

Percebe-se que o pensamento destes teóricos, no tocante à conceituação de estruturas organizacionais pode ser sintetizado como as diferentes formas de divisão do trabalho, entre as diversas tarefas a serem executadas, as quais dão origem aos processos de divisão ou diferenciação do trabalho no interior da organização. Esta divisão do trabalho associa-se ainda, a diferentes níveis de coordenação ou integração do processo, tendo como objetivo principal garantir a realização de uma tarefa

(9)

específica. Trazem assim, a concepção de que o grau de complexidade do ambiente influencia a divisão do trabalho e as formas de coordenação, afetando as estruturas organizacionais, que se alterarão na busca pela maior eficiência. Em outras palavras, o comportamento eficaz das organizações está baseado em “um conjunto coeso de relações entre [...] estrutura, idade, tamanho, tecnologia e condições existentes no ramo de atuação da organização” (MORGAN, 1996, p. 59).

Ao utilizarem estes pressupostos, estes estudiosos não incorporam a sua conceituação e análise, a concepção de que as relações entre organizações e seu ambiente externo devem ser vistas como fenômenos socialmente construídos; onde as organizações atuam como agentes ativos nas suas relações com o ambiente, e não simplesmente sob uma ótica passiva e adaptativa. Estas perspectivas podem ser classificadas então, como deterministas, ao considerar que as relações organização-ambiente se dão de forma idêntica àquela existente entre os seres vivos e o seu meio ambiente. Na verdade, de acordo com Morgan (1996), pode-se considerar que as estruturas organizacionais são muito menos delimitadas e seguras, do que as estruturas orgânicas presentes nos seres vivos, sendo assim, estão sujeitas a fatores e influências diversos, que “quebram” a visão do binômio adaptação-seleção presente na teoria contingencial, já que as organizações levam também em conta fatores simbólicos na modificação de suas estruturas organizacionais, não considerando apenas questões relativas à eficiência.

Em concordância com Morgan (1996), Hatch (2002), Caldas e Fachin (2007) e Carvalho, Vieira e Dias (1999) afirmam que a conceituação de estrutura apresentada pelos autores anteriormente citados, não mais se aplica à realidade organizacional atual, tornando-se necessário o alargamento deste conceito. Nesta perspectiva, na construção deste trabalho, a fim de se obter uma melhor definição do conceito de estrutura organizacional, optou-se pela complementação da visão funcionalista tradicional, com perspectivas existentes no pensamento institucional. Esta construção se pautou então, na retomada de conceitos desenvolvidos pelos teóricos já apresentados, acrescidos do pensamento trazido por outras correntes teóricas, em uma perspectiva que permite o alargamento do conceito em questão.

Segundo Astley e Van de Ven (2007) este modelo poderia ser representado pelos conceitos desenvolvidos pelas escolas da teoria da ação e da gestão estratégica. Estas escolas incluem na concepção da estrutura os aspectos referentes aos relacionamentos existentes entre as pessoas que atuam na organização, entendendo que o “ambiente e a estrutura são ordenados para incorporar os significados e ações dos indivíduos – particularmente dos que estão no poder” (2007, p. 56). Assim o comportamento das organizações torna-se autônomo e ordenado, além de pró-ativo, não sendo mais a organização vista como uma refém do seu ambiente.

Tem-se então, de acordo com Morgan (1996), outra configuração organizacional - o modelo matricial - que pressupõe: a existência de equilíbrio-balanceamento de poder entre os envolvidos (funções, departamentos e processos); a busca de meios que garantam a convergência de esforços levando à utilização otimizada de recursos e à necessidade de maturidade entre os envolvidos para contornar problemas relativos aos seus conflitos de interesses. Este modelo é visto por Loiola et all (2004), como ainda burocrático, caracterizando-se pela presença de estruturas organizacionais que buscam combinar os aspectos positivos das departamentalizações funcional e divisional, presentes nas organizações burocráticas tradicionais. Trata-se, porém de um modelo mais flexível que busca timidamente romper com as “rígidas e pesadas estruturas burocráticas” (LOIOLA et all, 2004, p.103) presentes na burocracia profissional, espelhada nos modelos de estrutura apresentados.

(10)

No modelo matricial, como as tarefas se dividem conforme as demandas do mercado, a subordinação mista faz com que haja dupla subordinação do indivíduo: uma, pela departamentalização funcional; outra que ocorre através da subordinação ao produto, projeto ou divisão ao qual se vincula, através da departamentalização divisional. Nesta configuração, conforme Wood (2001) tem-se a lógica gerencial moderna, consolidando-se influências do contingencialismo, da escola sócio-técnica e da visão sistêmica. Com isto, a racionalidade organizacional deixa de se guiar, exclusivamente pela racionalidade econômica, incorporando duas outras dimensões de adequação: entre organização e ambiente e, entre pessoas e sistemas técnicos.

Por fim, a partir da década de 70 com a crise do capitalismo, surgem as organizações pós-burocráticas, e o modelo das organizações em rede, que segundo Castells (1997) e Musso (2003) apesar de não se constituírem em uma nova forma organizacional têm nas tecnologias contemporâneas um facilitador a sua disseminação. Estes arranjos organizacionais são marcados por seu antagonismo em relação a alguns aspectos usuais nas estruturas burocráticas e nas organizações matriciais, possuindo, de acordo com Loiola et all (2004) e Dias (2005), como características principais a presença de estruturas mais horizontalizadas e dinâmicas; o estímulo ao empowerment e a ênfase nas competências organizacionais, tendo-se assim maior descentralização do poder e mais autonomia por parte dos envolvidos.

O aspecto de maior institucionalização necessário à viabilização destes novos arranjos é introduzido por Souza (2001), ao afirmar que na operacionalização destas estruturas com características mais fluidas, o arcabouço legal vigente necessita de normatização em maior volume e mais complexa, apesar da existência de uma aparente contradição desta situação, em relação ao processo de desregulamentação da economia contemporânea.

Complementando esta concepção, Wood (2001) afirma que as lógicas gerenciais pós-burocráticas ou pós-industriais, modificam a concepção de racionalidade nas organizações, introduzindo no campo um processo de diferenciação funcional crescente em termos de divisão do trabalho, linha e staff, níveis e, atribuindo à função de controle, papel fundamental. Esta transformação se dá a partir da quebra de fronteiras e da integração organizacional, que pode ocorrer de forma intra ou inter-organizacional. Estas duas formas de organização, segundo Farias Filho, Castanha e Breviglieri (1999) buscam capacitar as organizações a atuarem em ambientes complexos e competitivos, promovendo alterações em suas estruturas, representadas no primeiro caso por reestruturações de natureza interna e, no segundo, de natureza externa.

Este pensamento, para Astley e Van de Ven (2007), é sintetizado nas escolas da ecologia humana, da economia política e do pluralismo, que, de forma distinta, exploram a concepção de estrutura organizacional como um conjunto de comunidades e redes semi-autônomas e partidárias que interagem objetivando criar ou modificar o ambiente e as regras com as quais convivem. Adotam assim, comportamentos construídos coletivamente a partir de negociações políticas, tendo-se a mudança organizacional como fruto de negociação e compromissos coletivos objetivando a minimização dos conflitos e garantindo uma atuação interativa com o ambiente.

As redes intra-organizacionais, conforme Cândido, Goedbert e Abreu (2000), são compostas por elementos de uma mesma organização, interligados por uma teia de relações onde se encontra presente uma dada estrutura hierárquica com seus papéis e atribuições, relações horizontais e verticais etc. A diferença desta configuração, em relação às estruturas mais tradicionais anteriormente descritas, segundo Loiola et all (2004), pode ser sintetizada pela presença de mais flexibilidade, no controle descentralizado e na substituição de relações verticalizadas rígidas por outras mais

(11)

horizontais e fluidas. Esta configuração se aproxima do conceito de Cohen, March e Olsen (1972) de “anarquias organizadas” ou sistemas debilmente articulados retomado por Lima (2001) e Hardy e Fachin (1996), em relação às organizações que operam com objetivos conflitantes e por vezes pouco claros, em ambientes considerados ambíguos e incertos. Pode ser descrita mais como uma coleção de idéias do que como uma estrutura formal. Segundo estes autores, esta configuração, de toda sorte, pode estar presente em algumas atividades institucionais, mas não em todas elas.

Já as redes inter-organizacionais, conforme Peci (1999), Loyola et all (2004) e Bichara e Fadul (2006), são arranjos organizacionais, baseados na cooperação e colaboração entre empresas, na busca de competências específicas; na dificuldade de obtenção de recursos financeiros; na expectativa de divisão do risco do negócio e, na existência de confiança entre os parceiros, na busca de mais competitividade. De toda sorte, percebe-se nas concepções trazidas pelos autores, a existência da preocupação, ainda sensível, com os aspectos relativos às formas de divisão do trabalho e de coordenação, em detrimento de outros aspectos de natureza menos tangível, na definição das estruturas organizacionais. Dando seqüência ao trabalho, são apresentadas algumas reflexões sobre a possível conceituação de estruturas organizacionais à luz do neo-institucionalismo, bem como algumas objeções e refutações em relação à utilização desta corrente teórica para fins da construção deste novo conceito.

3. Estruturas Organizacionais e Neo-Institucionalismo: conceito, objeções e refutações.

Parece procedente neste momento, a retomada de alguns conceitos introduzidos pela corrente neo-institucionalista, a fim de que possa ser elaborado um conceito de estrutura organizacional mais amplo do que aquele mais tradicional, anteriormente exposto. Introduz-se assim, como ponto de partida nesta construção, o pensamento de Meyer e Rowan (1977), autores que afirmam que na sociedade pós-industrial, a estrutura formal das organizações, normalmente, reflete mais fortemente o que conceituam como os mitos existentes no seu ambiente institucional, do que as demandas existentes nas suas atividades cotidianas. Com esta concepção, traz-se para o centro da análise sobre a sobrevivência das organizações os conceitos de legitimidade, na perspectiva weberiana e o de isomorfismo.

Ainda de acordo com esta perspectiva, segundo Carvalho, Vieira e Dias (1999), a teoria institucional deixa de ver o ambiente como formado exclusivamente por recursos de naturezas distintas (recursos humanos, materiais e econômicos), ou seja, o próprio ambiente técnico, anteriormente discutido; incorporando a estes recursos, as questões culturais, percebidas como fator de influência relevante e ativo na configuração da realidade social e nas próprias estruturas organizacionais contemporâneas. Há assim a preocupação com a análise das variáveis componentes do já definido ambiente institucional, ao qual é atribuída importância no que se refere aos aspectos de sobrevivência e manutenção das organizações.

Nesta busca pela sobrevivência, baseada na conjugação da análise conjunta dos ambientes técnico e institucional como fatores de influência na estrutura organizacional, torna-se importante o conceito de isomorfismo institucional, conceituado anteriormente. DiMaggio e Powell (2007) pontuam que as organizações quando buscam a homogeneidade, não o fazem apenas para superar restrições de recursos ou perda de consumidores, mas o fazem também, na luta por poder político, legitimação institucional e ajustamento social e econômico.

De qualquer sorte, independentemente da opção teórica feita pelo pesquisador, este não pode perder de vista que os diferentes tipos de estrutura organizacional,

(12)

conforme diversos autores, a exemplo de Hardy e Fachin (1996), Wood (2001), Lima (2001), Astley e Ven (2007), Mintzberg (2006 e 2000) e Nadler, Gerstein, Shaw et all (1994), são um retrato idealizado e sintetizado da organização, à semelhança do que ocorre com os tipos ideais weberianos. Devendo então, ser vistos como representações ideais da realidade existente em cada organização e, não como um espelho ou retrato fiel desta mesma realidade. Segundo Wood (2001), Hardy e Fachin (1996) e Lima (2001), podem conviver e, normalmente convivem, no interior de uma mesma organização, estruturas organizacionais de complexidades distintas que surgem de acordo com a natureza do tema em debate. Pode-se assim inferir, que não há uma melhor e única estrutura organizacional, uma vez que as estruturas além de tipos ideais, se relacionam à realidade organizacional interna e ao contexto externo em que se situam e sobre o qual atuam, podendo assim haver o fenômeno da hibridização de modelos estruturais no interior de uma mesma organização.

É possível, porém afirmar conforme Tolbert e Zucker (1999), Hall e Taylor (2003), Machado-da-Silva et all (2003), que o arcabouço teórico neo-institucional, por permitir formas distintas de análise dos fenômenos estudados, faz com que esta abordagem seja empregada, mais recentemente, na análise de temas de natureza diversa. Apesar disto, algumas objeções são feitas à utilização do neo-institucionalismo, na definição de conceitos organizacionais no geral e, de estruturas organizacionais no particular, objeções estas que serão abordadas e confrontadas a partir de agora, no desenvolvimento deste trabalho.

Como primeira objeção ao uso do arcabouço neo-institucional, tem-se na Teoria dos Sistemas, no Funcionalismo Estrutural e na Teoria da Contingência, segundo Astley e Van de Ven (2007), o conceito de estrutura organizacional como as diferentes formas como se organizam seus papéis e posições hierárquicas, objetivando produzir da forma mais eficiente possível. O foco da conformação da estrutura organizacional é a busca eficiente por recursos de diferentes naturezas, em uma concepção determinista. Sendo assim, nestas correntes de pensamento a estrutura organizacional é vista como um sistema organizado de forma rígida, podendo ser seu funcionamento entendido metaforicamente, aquele que existe nas engrenagens das máquinas em perfeito estado.

Uma refutação a esta primeira objeção, encontra-se no corpo da própria Teoria de Sistemas, pois de acordo com Morgan (1996), seus teóricos já percebem a necessidade de a organização interna possuir características similares àquelas encontradas no ambiente externo; ou seja, há a preocupação em que o sistema interno reflita o grau de complexidade presente no seu ambiente externo de atuação. Já no campo neo-institucional, como uma refutação à objeção apresentada, pode ser trazida, conforme Meyer e Rowan (1991), Scott (1991 e 2001), DiMaggio e Powell (2007) e, Tolbert e Zucker (1999), a visão de que estruturas organizacionais refletem mais as regras, normas, mitos e símbolos institucionalizados no campo organizacional, do que simplesmente se delineiam na busca por uma conformação necessária à obtenção da eficiência econômico-produtiva.

No tocante às mudanças nas estruturas organizacionais, Meyer e Rowan (1991) afirmam ainda, que estas podem não ter efeitos diretos no funcionamento das organizações, em função do que chamam de “estruturas frouxamente acopladas” e “decoupling”. Segundo eles, as mudanças que ocorrem nas estruturas formais, podem não atingir de imediato o funcionamento organizacional, como defendem os contingencialistas, funcionalistas e sistemistas. Sendo assim a estrutura organizacional não pode ser vista como um sistema estruturado e engrenado que opera adequadamente, como anteriormente afirmado.

(13)

Tem-se como uma segunda objeção, conforme a Teoria da Gestão Estratégica, a perspectiva de que estruturas organizacionais influenciam e são influenciadas pela estratégia da organização. Assim o foco na definição de uma estrutura organizacional são as diferentes combinações possíveis entre os parâmetros que definem as formas como se dão a divisão e a coordenação do trabalho. Apesar de serem levados em conta os aspectos referentes ao ambiente externo da organização, a influência das suas alterações no âmbito das estruturas ainda é vista sob a ótica da eficiência na utilização dos recursos, buscando atingir objetivos racionais. Levando a um foco analítico que prioriza, conforme Mintzberg (2006), Mintzberg e Quinn (2001), Nadler et all, (1994) e Robbins (1999) os aspectos de porte, idade, sistema de produção, formas de coordenação, não sendo contempladas questões de natureza menos tangível.

Como refutação a esta objeção, tem-se em Perrow apud Morgan (1996), que as decisões que definem as estratégias, que definiram a estrutura, podem ser resultado de controles inconscientes e socializados, em outras palavras, símbolos, crenças, práticas e suposições sobre quem é a organização e, quais as formas como suas atividades são exercidas, não refletindo somente a racionalidade estratégica. Mintzberg (2006) corrobora esta perspectiva, ao afirmar que a cultura enquanto elemento institucional influencia tanto a forma de pensar, quanto à estratégia organizacional, tendo então, efeitos, na definição das estruturas organizacionais. Fica clara, a preocupação destes teóricos com dimensões analíticas mais amplas do que aquelas anteriormente apresentadas e que expressam exclusivamente as dimensões mais tangíveis da estrutura.

A Teoria Neo-Institucional refuta esta segunda objeção de acordo com DiMaggio e Powell (2007), Scott (2001), Meyer e Rowan (1991) e Tolbert e Zucker (1999), ao considerar que estruturas organizacionais não devem ser avaliadas, exclusivamente, sob a perspectiva da eficiência na busca e na utilização dos recursos, ainda que se reconheça a interferência em duas vias da relação estrutura-ambiente técnico. À análise do ambiente técnico, deve ser incorporada a análise do ambiente institucional, no qual se refletem e difundem regras e procedimentos socialmente legitimados ao longo do tempo, podendo levar às organizações à adoção de comportamentos isomórficos em relação à sua estrutura organizacional, buscando legitimar-se, garantindo assim sua sobrevivência, em detrimento da adoção exclusiva dos critérios que pautam a eficiência.

Uma objeção trazida no seio do próprio Neo-Institucionalismo, apontada por Tolbert e Zucker (1999), Vieira e Carvalho (2003) e, Machado-da-Silva et all (2005), é centrada na percepção de que esta corrente apresenta uma visão determinista a partir de uma perspectiva analítica calcada em uma fundamentação dicotômica e oposta em relação a algumas dimensões analíticas, principalmente no que se refere à persistência ou mudança nas organizações e suas estruturas. Além disto, segundo estes autores, há uma abordagem monotemática e falta de foco nos atores organizacionais e individuais envolvidos nos processos. Estas críticas são sintetizadas por Oliver (1991) apud Machado-da-Silva et all (2005), como: o foco na não-escolha; a institucionalização levando à conformidade comportamental e a não-mudança como resultado da institucionalização (isomorfismo).

Estas objeções são refutadas ao se considerar que a Teoria Neo-Institucional deve ser vista como um ponto intermediário no continuum entre determinismo e voluntarismo, pautando-se em escolhas condicionadas pela racionalidade socialmente aceita, buscando mais a legitimidade do que a própria eficiência (Machado-da-Silva et

all 2005). Nesta perspectiva os atores são vistos como representantes dos significados

institucionais, através das suas ações nas organizações, sendo estes significados legitimados mediante o compartilhamento e a socialização (Scott, 2001). Já o

(14)

isomorfismo, para DiMaggio e Powell (2007) e Scott (2001), não deve ser entendido como uma não-ação, como um comportamento inercial ou ainda como uma conformidade comportamental da organização; devendo sim ser percebido, como o esforço de reprodução de uma estrutura organizacional socialmente legitimada e, que por conta da legitimação social torna-se capaz de garantir a sobrevivência da organização, ainda que esta estrutura possa não ser a mais eficiente em relação à utilização dos recursos do seu ambiente técnico. Este processo de reprodução de estruturas gera regularidade e por conta disto, legitimidade e não uma simples cópia, não havendo assim apenas permanência e continuidade (Machado-da-Silva et all, 2005). Após esta discussão, na seqüência são apresentadas algumas considerações finais. 4. Considerações Finais

Retomando-se a questão inicialmente colocada no trabalho - Como a incorporação do arcabouço teórico Neo-Institucional auxilia na construção de um conceito de estrutura organizacional contemporâneo? - pode-se considerar que a utilização do arcabouço conceitual neo-institucional contribui para a definição de um conceito de estrutura organizacional mais amplo do que os hegemonicamente utilizados. Este conceito mais amplo concebe que as estruturas organizacionais e suas mudanças, sofrem outras influências além daquelas contidas no ambiente técnico de atuação das organizações. Estas outras influências são provenientes do ambiente institucional, composto por crenças, normas e valores, que legitimados socialmente levam às organizações a adotar estruturas aceitas e testadas, mesmo que estas não sejam as mais eficientes em relação à realidade do seu ambiente técnico. Assim, vê-se a busca por legitimidade como fundamental à sobrevivência, podendo levar ao isomorfismo institucional, em detrimento da busca pela eficiência no ambiente técnico, conforme afirmam Meyer e Rowan (1991), DiMaggio e Powell (2007), Scott (2001), Tolbert e Zucker (1999), Machado-da-Silva e Gonçalves (1999), Carvalho, Vieira e Lopes (1999) e Vieira e Carvalho (2003).

Esta última consideração é possível, pois como também pontuam estes últimos autores, dois fatores - a utilização de categorias analíticas que permitam a incorporação dos valores de caráter simbólico, considerando ainda como um dos principais objetivos das organizações contemporâneas, a busca por legitimidade na perspectiva weberiana - introduzem na análise das estruturas organizacionais e suas modificações, aspectos relativos ao ambiente institucional. Com isto, torna-se viável a ampliação da perspectiva conceitual e analítica para além dos fatores tangíveis e voltados quase que exclusivamente à busca da eficiência, presentes naquelas correntes que consideram apenas o ambiente técnico das organizações, em seus processos analíticos.

Após estas breves considerações, conclui-se que o arcabouço teórico Neo-Institucional, pode ser usado como uma nova lente na concepção de um conceito de estrutura organizacional mais amplo do que os existentes em outras correntes de pensamento, auxiliando ainda na construção de um instrumental conceitual que favoreça a compreensão das formas como se dão as mudanças nas estruturas organizacionais contemporâneas, o que, de alguma forma, corrobora, os achados de Rosa e Coser (2004) e Carvalho, Goulart e Vieira (2004), anteriormente citados em relação à realidade nacional no que se refere ao uso dos referenciais neo-institucionais.

Referências

ASTLEY, W.Graham e VAN DE VEN, Andrew H.. Debates e Perspectivas centrais na teoria das organizações. In: Teoria das Organizações, Org: Miguel P.Caldas e Carlos Osmar Bertero. São Paulo, Editora Atlas, 2007, p.80-116.

(15)

BICHARA, Luiz Augusto e FADUL, Élvia. Redes e teias na gestão compartilhada dos consórcios operacionais de empresas de ônibus de Porto Alegre. CD dos Anais do XXX EnANPAD – Encontro Nacional de Pós-Graduação em Administração. BA, Salvador, 2006.

CÂNDIDO, Gesinaldo Ataíde; GOEDERT, Adriano e ABREU, Aline França de. Os conceitos de redes e as relações inter-organizacionais: um estudo exploratório. CD dos Anais do XXIV EnANPAD – Encontro Nacional de Pós-Graduação em Administração. Florianópolis, 2000.

CARVALHO, Cristina Amélia Pereira; VIEIRA, Marcelo Milano Falcão e LOPES, Fernando. Contribuições da perspectiva institucional para análise das organizações. Anais do XXIII EnANPAD – Encontro Nacional de Pós-Graduação em Administração. Foz do Iguaçu, 1999.

_____, Cristina Amélia Pereira; GOULART, Sueli e VIEIRA, Marcelo Milano Falcão. A Inflexão Conservadora na Trajetória Histórica da Teoria Institucional. Anais do III EnEO – Encontro Estudos Organizacionais ANPAD. Atibaia, 2004.

CASTELLS, Manoel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

CLEGG, Stewart e HARDY, Cynthia. Introdução: organização e estudos organizacionais. In: Clegg, R. Stewart, Hardy, Cynthia e Nord, Walter R. (orgs), Handbook de Estudos Organizacionais, volume 1. São Paulo, Atlas, 1999, p. 27-57. DiMAGGIO, Paul J. e POWELL, Walter W. Jaula de ferro revisitada: isomorfismo institucional e racionalidade coletiva nos campos organizacionais. In: Teoria das Organizações, Org: Miguel P. Caldas e Carlos Osmar Bertero. São Paulo, Editora Atlas, 2007, p.117-142.

FACHIN, Roberto C. e MENDONÇA, Ricardo C. Selznick: uma visão da vida e da obra do precursor da perspectiva institucional na teoria organizacional. In: Vieira, Marcelo Milano Falcão e Carvalho, Cristina Amélia (orgs), Organizações, instituições e poder no Brasil. Rio de Janeiro, FGV, 2003, p.29-45.

FARIAS FILHO, José Rodrigues de; CASTANHA, Anderson Lopes Belli e BREVIGLIERI, Clarice. Arquiteturas em redes: um novo paradigma competitivo para as micro, pequenas e médias empresas. Anais do XXIII EnANPAD – Encontro Nacional de Pós-Graduação em Administração. PR, Foz do Iguaçu, 1999.

FONSECA, Valéria Silva da. A abordagem institucional nos estudos organizacionais: bases conceituais e desenvolvimentos contemporâneos. In: Vieira, Marcelo Milano Falcão e Carvalho, Cristina Amélia (orgs), Organizações, instituições e poder no Brasil. Rio de Janeiro, FGV, 2003, p.47-66.

HATCH, Mary. Explorando os espaços vazios: jazz e estrutura organizacional. São Paulo: RAE, Revista de Administração de Empresas, v.42, n.3, jul-set 2002, p.19-35. LIMA, Licínio C. A escola como organização educativa. Uma abordagem sociológica. São Paulo, Cortez, 2001.

LOIOLA, Elizabeth; BASTOS, Antonio Virgílio Bittencourt; QUEIROZ, Napoleão e SILVA, Tatiana Dias. Dimensões básicas de análise das organizações. In: Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Org: José Carlos Zanelli, Jairo Eduardo Borges-Andrade e Antonio Virgílio Bittencourt Bastos. Artmed Editora, 2004.

MACHADO-DA-SILVA, Clóvis e GONÇALVES, Sandro A. Nota técnica: a teoria institucional. In: Clegg, R. Stewart., Hardy, Cynthia e Nord, Walter R. (orgs), Handbook de Estudos Organizacionais, volume 1. São Paulo, Atlas, 1999, p. 220-226. ______, Clóvis; FONSECA, Valéria Silva da e CRUBELATTE, João Marcelo. Estrutura, Agência e Interpretação: Elementos para uma abordagem recursiva do processo de institucionalização. São Paulo, RAC, 1ª edição especial, 2005, p.09-39.

(16)

MEYER, John W. e ROWAN, Brian. Institutionalized Organizations: Formal Structure as Myth and Ceremony. In POWELL, Walter W. e DIMAGGIO, Paul J. The New Institutionalism in Organizational Analysis. Chicago: The University of Chicago Press, 1991. p.41-62.

MINTZBERG, H. Criando organizações eficazes. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006. _____. In: MINTZBERG, H. & QUINN, J. B. O processo de estratégia. 3 ed. Porto Alegre, Bookman, 2001.

MORGAN, Gareth. Imagens da Organização. São Paulo, Atlas, 1996.

______. Paradigmas, metáforas e resolução de quebra-cabeças na teoria das organizações. In: Teoria das Organizações, Org: Miguel P.Caldas e Carlos Osmar Bertero. São Paulo, Editora Atlas, 2007, p.12-33.

MUSSO, Pierre. Réseaux et Société. Paris, PUF, 2003.

NADLER, David A; GERSTEIN, Marc S. e SHAW, Robert e associados. Arquitetura Organizacional: a chave para a mudança empresarial. Rio de Janeiro, Editora Campus, 1994.

PECI, Alketa. Emergência e proliferação de redes organizacionais – marcando

mudanças no mundo dos negócios.

www.anpad.org.br/enanpad/1999/dwn/enanpad1999-org-11.pdf. Acesso no Google

Acadêmico em 20 mai 2008.

ROSA, Alexandre e COSER, Cláudia. A abordagem institucional na Administração: a produção científica brasileira entre 1993 e 2003.

http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/art_01.pdf-2004. Acesso no Google Acadêmico em

20 out 2008.

SCOTT, W. Richard. Unpacking Institutional Arguments. In POWELL, Walter W. e DIMAGGIO, Paul J. The New Institutionalism in Organizational Analysis. Chicago: The University of Chicago Press, 1991. p. 164-182.

_____. Institutions and Organizations. Thousand Oaks: Sage Publications. 2ed. 2001. SOUZA, Renato Santos de. O funcionalismo sistêmico nas teorias social e organizacional: evolução e crítica. REAd, 19.ed, vol.7, n.1, jan-fev 2001, p.1-43. Acesso em: <http://www.google.academico.com.br>. Acesso em 10 abr. 2008.

TOLBERT, Pamela S. e ZUCKER, Lynne G. A institucionalização da teoria institucional. In: Clegg, R. Stewart., Hardy, Cynthia e Nord, Walter R. (orgs), Handbook de Estudos Organizacionais, volume 1. São Paulo, Atlas, 1999, p.196-219. VIEIRA, Marcelo Milano Falcão e CARVALHO, Cristina Amélia. Introdução: sobre organizações, instituições e poder. In: Vieira, Marcelo Milano Falcão e Carvalho, Cristina Amélia (orgs), Organizações, instituições e poder no Brasil. Rio de Janeiro, FGV, 2003, p.11-26.

_____. Campos Organizacionais:de wallpaper à construção histórica do contexto de organizações culturais em Porto Alegre e em Recife. Anais do XXVII EnANPAD – Encontro Nacional de Pós-Graduação em Administração. Atibaia, 2003.

WOOD JR, Thomaz et all. Mudança Organizacional: Introdução ao Tema. In: Mudança Organizacional – aprofundando temas atuais em Administração de Empresas. São Paulo: Atlas, 1995.

_______ , Thomaz. Novas configurações organizacionais: pesquisa exploratória empírica sobre organizações locais. São Paulo, EAESP/FGV/NPP – Núcleo de Pesquisas e Publicações, Relatório de Pesquisa nº 37/2001. Acesso em: <http://www.google.academico.com.br>. Acesso em 10 abr. 2008.

Referências

Documentos relacionados

Durante as nictemerais, os valores do fósforo total e do fosfato total nos dois viveiros apresentaram também valores acima do recomendado pela GAA, exceto para o fosfato total na

Distribuição espectral dos sistemas de iluminação LED e do controle Observa-se na Figura 12A, a análise de componentes principais, relacionado à biometria das mudas pré-brotadas

A respeito das propostas de desregulamentação nas relações de trabalho e da seguridade social no Brasil, percebidas tanto nas defesas do Banco Mundial quanto nas

Estudar o efeito da plastificação do ATp com glicerol nas características físico-químicas da blenda PLA/ATp; Analisar a mudança na cristalinidade dos laminados submetidos a

O score de Framingham que estima o risco absoluto de um indivíduo desenvolver em dez anos DAC primária, clinicamente manifesta, utiliza variáveis clínicas e laboratoriais

- Se o estagiário, ou alguém com contacto direto, tiver sintomas sugestivos de infeção respiratória (febre, tosse, expetoração e/ou falta de ar) NÃO DEVE frequentar

Este desafio nos exige uma nova postura frente às questões ambientais, significa tomar o meio ambiente como problema pedagógico, como práxis unificadora que favoreça

Este trabalho tem como objetivo geral avaliar a quantidade de água pluvial que pode ser aproveitada após infiltrar em um pavimento permeável de concreto