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KEYWORDS: Social Work; Supervised internship; Sóciojurídico.

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Academic year: 2021

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ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM SERVIÇO SOCIAL: um relato de vivência

no projeto de extensão do núcleo sociojurídico do Centro Universitário Estácio da Amazônia em Boa Vista- RR.

Maria Gracileide Alberto Lopes1 Nathanne Andreanne Rosa Costa2 Resumo:

O presente relato versa sobre a vivência do estágio supervisionado em serviço social no projeto de extensão do Centro Universitário Estácio da Amazônia no Núcleo Sociojurídico. O mesmo pretende descrever as observações e ações vivenciadas no Campo de Estágio, como requisito obrigatório do curso de Bacharelado em Serviço Social. Em termos teóricos, trata-se de um estudo que apresenta o estágio supervisionado como inúmeras possibilidades de aprendizado, permitindo ao acadêmico a compreensão sobre a dialética da prática profissional do assistente social, entendendo a relação entre teoria e prática e a forma de intervenção que concedem respostas satisfatórias às expressões da questão social presentes em nossa sociedade. Em termos metodológicos o presente estudo envolve a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental, utilizando dos procedimentos práticos da observação participante e o registro da observação como técnica de coleta de dados. Pode-se afirmar que esta observação revelou quão significativa é o estagio supervisionado como experiência vivida e de reflexão acerca da prática profissional do assistente social na área de atuação do Sóciojurídico, ou seja, que as atividades e ações realizadas são condições basilares para a formação profissional do assistente social.

PALAVRAS CHAVE: Serviço Social; Estágio Supervisionado; Sóciojurídico. Abstract:

This report deals with the experience of supervised training in social work in the extension project of the Amazon Estacio University Center at the Center Sociojurídico. The same is intended to describe the observations and actions experienced in Stage Field, as a mandatory requirement of the Bachelor course in social work. In theoretical terms, this is a study that shows the supervised as many learning opportunities, allowing the academic understanding of the dialectic of the professional practice of social workers, understanding the relationship between theory and practice and the form of intervention that grant satisfactory answers to the expressions of social issues in our society. Methodologically this study involves a literature search and information retrieval, using the practical procedures of the participant observation and recording of observation as a data collection technique. It can be said that this observation revealed how significant is the stage supervised as lived experience and reflection on the professional practice of social worker in the Sóciojurídico area of operation, namely, that the activities carried out and actions are basic conditions for vocational training social worker. KEYWORDS: Social Work; Supervised internship; Sóciojurídico.

11Assistente social, Professora do Centro Universitário Estácio da Amazônia no Curso de Bacharelado em Serviço Social. E-mail: asgracilopes@hotmail.com

Acadêmica do Curso de Bacharelado em Serviço Social do Centro Universitário Estácio da Amazônia E-mail:

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Introdução

O objeto deste relato diz respeito às experiências vividas como estagiária do Projeto de Extensão no Núcleo Sóciojurídico focalizando a vivencia nas atividades desenvolvidas durante o processo de estágio supervisionado obrigatório do curso de Bacharelado em Serviço Social, refletindo a partir destas experiências, a atuação e supervisão profissional, no que tange a execução de suas atividades no Centro Universitário Estácio da Amazônia. O presente relato é parte do cumprimento das atividades de campo e ações extensivas desenvolvidas no período regular de estagio da referida instituição.

O referencial teórico que fundamenta este relato diz respeito às discussões acerca do estagio supervisionado e o campo de atuação sóciojuridico, norteado pelas categorias macro-teóricas de analises, a saber: serviço social; estágio supervisionado; sóciojurídico e a ênfase no relato das atividades desenvolvidas no período de estágio vigente por meio da extensão.

Para tanto, o objetivo deste relato concerne na descrição das atividades e ações realizadas durante o processo de estágio e da explicitação das experiências vivenciadas, as quais são condição importante na formação profissional. Objetivando mais especificamente a análise da reflexão a luz dos referenciais acerca da atuação profissional na área do sóciojurídico.

A base metodológica para analise dos dados é a abordagem critica de caráter qualitativa sendo desenvolvida a pesquisa bibliográfica e documental. Assim, o presente artigo esta organizado da seguinte forma. No primeiro momento será abordado acerca da instituição do Projeto de Extensão Núcleo Sóciojurídico contextualizando sua trajetória, seguido de um breve recorte dos aspectos históricos do espaço sócio ocupacional sóciojurídico e posteriormente será elencado o percurso metodológico realizado para a construção deste relato.

1 Projeto de Extensão Núcleo Sóciojurídico (NSJ)

O Núcleo Sócio Jurídico (NSJ), resultado da fusão do Projeto de Extensão de Serviço Social e do Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ) do Centro Universitário Estácio da Amazônia, realiza atendimentos ao público em conjunto com os acadêmicos de Direito e Serviço Social, em parceria com o Poder Judiciário, Defensoria Pública e Tribunal de Justiça de Roraima.

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Assim sendo, tendo a missão de levar a justiça a todos de forma igualitária, ágil, acessível e transparente, garantindo a dignidade e cidadania, através dos serviços ofertados.

O Serviço Social adaptou-se ao NPJ para realizar ações conjuntas com o curso de Direito, objetivando contribuir com as demandas apresentadas, interpretando-as e analisando-as, por meio da investigação social, conforme instrumentais técnicos e tem por objetivo desenvolver a prática profissional voltada os usuários do núcleo jurídico, de forma humanizada e compromissada com a viabilização do acesso aos direitos sociais, com vista à ampliação e consolidação da cidadania dos que buscam os serviços.

Todavia, não se atribui aos dias de hoje a atuação do Serviço Social no campo sóciojurídico, cabe ressaltar que, historicamente, o Serviço Social esteve atrelado ao sóciojurídico desde o início da década de 1940, relacionando o campo à repressão social. Diante disso, Valente (2009) assinala que:

As referências ao papel pioneiro dos assistentes sociais estão sempre presentes, quando se menciona a fundação dos Juizados de Menores no Brasil. Nas duas últimas décadas, com o crescimento da inserção do serviço social nos Tribunais e nas instituições que compõem o sistema sociojurídico, observa-se o esforço da categoria para refletir sobre seu passado, seu presente e as razões de sua permanência no campo em referência. (VALENTE, 2009, p.2)

Para Fávero (2011), o serviço social, começou a atuar formalmente com o poder judiciário quando:

O serviço social começou a atuar formalmente junto ao Juizado de Menores no final dos anos 1940, quando ocorreu a I Semana de Estudo do Problema de Menores, mais especificamente com a criação do Serviço de Colocação Familiar no Estado de São Paulo, pela Lei nº 560, de 27/12/1949. O desenvolvimento desse trabalho foi atribuído aos assistentes sociais, no Juizado, abrindo um vasto campo para a consolidação de suas atividades neste contexto. (FÁVERO, 2011, p. 48)

Posteriormente em 1957 esse serviço é reorganizado, ainda que não formalmente inserido na estrutura funcional, com a criação das “Secções de Informações e de Serviço social”, passando a ser conhecido como “Serviço Social de Gabinete”, todavia ao longo do tempo é reconhecida a sua necessidade de intervenção não só no contexto infância-juvenil e família, mas também, em outras áreas, como o sistema judiciário, o sistema penitenciário, o sistema de segurança, os sistemas de proteção e acolhimento como abrigos, internatos, conselhos de direitos, dentre outros. (Fávero, 2003)

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A interlocução do serviço social com o campo jurídico não deve limitar-se à ideia de uma “especialidade”. A história revela que a profissão, nascida no momento em que a questão social se complexificava, vem atender às novas demandas que se colocam sobre populações vulneráveis e, consequentemente exerce papel essencial na fundação das cortes juvenis. . (VALENTE, 2009, p.2)

Cabe destacar que é recente a valorização do profissional nesse campo como uma profissão de contribuição investigativa, que dar respaldo sobre uma situação processual, através da utilização de todo o seu instrumental técnico-operativo, teórico-metodológico e ético-político, com o objetivo de oferecer subsídios técnico-científicos que possibilitassem ao juiz a aplicação da lei com maior segurança, reduzindo-se a possibilidade da prática de erros ou de injustiças.

É neste sentido de formação e atuação profissional que Oliveira (2004, p. 61) declara que na “contemporaneidade exige cada vez mais profissionais qualificados, dotados de conhecimentos especializados e atualizados, flexibilidade intelectual no encaminhamento de diferentes situações e capacidade de analise para decodificar a realidade social’’, sendo assim é exigido que essa qualificação se iniciasse no próprio campo de estagio e prossiga até a carreira profissional.

Compreende-se assim, que pensar em estagio supervisionado, aqui especificando no campo sóciojuridico e ao processo que está relacionado a ele. Visa-se uma oportunidade de enriquecimento teórico no que diz respeito a relação com a teoria nas particularidades do campo de atuação do estagiário.

2 Fundamentação Metodológica:

Para o alcance dos objetivos propostos, o presente artigo é resultado do período de observação no estágio realizado no Núcleo Sociojurídico do Centro Universitário Estácio da Amazônia, o qual esta inserida o Núcleo de práticas jurídicas deste centro universitário, o mesmo atende famílias que demandam atendimento de questões relacionado ao judiciário. Nesse lócus de vivencia de estágio pode ser evidenciado por meio da pesquisa documental, as atividades e ações executadas atraves da extensão no atendimento as famílias.

Em se tratando dos aspectos metodológicos, o estudo é norteado pela abordagem critica de caráter qualitativo que para tanto se procedeu a pesquisa bibliográfica e documental para fins de evidenciar este campo de atuação profissional e execução de práticas extensivas.

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Em termos de observação foi possível destacar as atividades e ações registradas nos documentos do Núcleo Sociojuridico e executadas como participante da equipe de apoio docente do Projeto de Extensão. As ações foram de caráter informativo no que tange os direitos sociais realizados no primeiro semestre de 2015 “Mutirão da Casa de Timóteo”, na

“Policlínica Cosme Silva” e no “Atual Cidadania”, as quais foram desenvolvidas em

parcerias com o Tribunal de Justiça de Roraima.

3 Relato de vivência: O processo de Estágio Supervisionado no Projeto de Extensão

Núcleo Sóciojurídico:

O Núcleo Sóciojurídico foi instituído com o intuito de ofertar atividades de extensões como estratégia de estágio para os acadêmicos do curso de Bacharelado em Serviço Social do Centro Universitário Estácio da Amazônia, além de atender as demandas postas pelo Núcleo de Práticas Jurídicas no que diz respeito ao direito da família. Cabe ressaltar que durante o processo de estagio foi possível a nítida compreensão da relação da teoria e pratica, este processo configura-se item obrigatório para o desenvolvimento acadêmico vislumbrando a futura ação da prática enquanto profissional capacitado para agir em conformidade com o projeto ético politico da profissão.

Entende-se que o estágio curricular está inserido em uma perspectiva de desafio diário, mas ao mesmo tempo, adquire um espaço de privilégio de capacitação acadêmica e profissional, pois há uma articulação das teorias apreendidas com a realidade social existente, ou seja, o processo teórico-metodológico propriamente dito. (OLIVEIRA, 2004).

Em primeiro momento verifica-se a oportunidade única do estudante de Serviço Social vivenciar, na prática, todo o conhecimento teórico que ele obteve na academia, pois tal como evidencia Guerra (2009, p. 3) teoria/prática é entendida “enquanto unidade indissolúvel, na qual, a partir de um determinado referencial teórico, no enfrentamento das condições concretas do real, serão construídas alternativas e respostas profissionais”. Ou seja, toda prática requer o entendimento de determinada teoria, pois nenhuma ação pode ser pensada desvinculada de uma ideia existente.

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O estágio foi marcado pela observação e pequenas intervenções extensivas junto ao assistente social do NSJ. Acompanhou-se a utilização de instrumentais do Serviço Social ampliando os conhecimentos sobre os mesmos. Houve a oportunidade de participar ativamente do planejamento e elaboração das atividades.

É no campo de estágio supervisionado, que se tem:

O espaço privilegiado para que o aluno amplie as possibilidades de análise, compreenda as dimensões constitutivas das questões específicas que se põe ao campo, supere o nível de uma racionalidade imediata que é própria da vida cotidiana (uma vez que aí se coloca ao estudante processos concretos, síntese de múltiplas determinações), adquira valores e vivências dos mesmos, participe da construção de contra-hegemonias (GUERRA, 2009, p. 19).

Foi identificado que a leitura faz parte do cotidiano de todos os estagiários do NSJ, impulsionando o aprendizado e amadurecimento na prática do Serviço Social na área jurídica, sendo assim, ao adentrar o campo de estágio, passa-se por um processo de integração para o conhecimento histórico da inserção do Serviço Social no Jurídico por meio de capacitações e leituras de autores que nos permitam conhecer os aspectos técnicos e éticos-políticos acerca do trabalho profissional neste espaço sócio ocupacional antes atuarmos por meio da prática junto ao supervisor de campo.

Para Lewgoy (2010) o estágio é um processo onde informação, reflexão e ação devem ser processadas e incorporadas de forma a possibilitar tecer críticas sobre o que está sendo lido, escutado, registrado e realizado, o que ocorre na medida em que o processo de supervisão potencializa a dimensão teórico-técnico-política, considerando também “os determinantes sócio-históricos, a perspectiva teórico-metodológica, os instrumentos e processos pedagógicos e a dimensão ético-política.”.

Dando segmento, obteve-se a oportunidade de se capacitar junto à Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas de Roraima - TJRR em relação ao atendimento aos cumpridores, leis que garantem o direito dos mesmos e a atuação do profissional de serviço social na equipe interdisciplinar em busca da defesa pela efetivação de direitos, com isso trazendo outra realidade de atuação. Com a parceria do Centro acadêmico junto ao Tribunal

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de Justiça de Roraima, resultou na efetivação do Patronato, enriquecendo os conhecimentos da relação do serviço social e o judiciário.

Segundo Guerra (2009), a observação do estágio supervisionado, proporciona compreender de fato o cotidiano do Serviço Social em sua totalidade:

Proporcionar uma reflexão e releitura essencialmente crítica das ações profissionais nas suas múltiplas dimensões e articulações, que capacite estudantes para: investigar, analisar criticamente, desenvolver sua capacidade argumentativa e a utilizar, construir e renovar o instrumental técnico profissional (GUERRA, 2009, p. 20).

Trazendo uma concepção de autonomia profissional do Assistente Social no Judiciário Fávero (2004) leva em consideração as especificidades de suas atribuições na medida em que o profissional dispõe de autonomia ainda que não absoluta mas com competência para manifestar o seu saber técnico, conduzindo seu exercício profissional de acordo com os objetivos sociais da profissão.

Todavia o Assistente Social é autônomo no exercício de suas funções, o que se legitima, fundamentalmente, pela competência teórico-metodológica e ético-política por meio do qual executa o seu trabalho. Autonomia garantida legalmente, com base no Código de Ética, na lei de regulamentação da profissão, no próprio ECA, na legislação civil. (FÁVERO, 2004. p. 30)

Em consonância, o processo de estagio oportunizou o acompanhamento junto à VEPEMA em relação ao atendimento aos cumpridores, leis que garantem o direito dos mesmos e a atuação do profissional de serviço social na equipe multiprofissional, a visita in loco na instituição garantiu a estagiária melhor entendimento no que tange os tramites legais nos processos e encaminhamentos de cumpridores

Neste contexto enfatiza-se que o Assistente Social no jurídico realiza estudos sociais acerca de uma dada realidade que se constrói em meio às dimensões da questão social. Estes estudos, por sua natureza, requerem procedimentos de Serviço Social, onde, devidamente contextualizados, possam permitir e oferecer à autoridade judicial elementos que subsidiem as determinações judiciais, neste sentido Piazzol (2006, p. 25) acrescenta:

O campo sócio-jurídico tem se configurado em um espaço sócio ocupacional do Assistente Social na perspectiva de afiançar direitos, o que demanda no conhecimento da realidade, para além da obtenção e da simples coleta de dados,

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perpassando todas as dimensões da questão social que permeiam o cotidiano do individuo na sua complexidade enquanto sujeito histórico.

Em sequencia elaborou-se o projeto de intervenção e respectivamente executado, teve como proposta ampliar a rede de atendimento aos cumpridores para o âmbito privado para a melhoria do cumprimento de penas e medidas alternativas.

A autora, Shecaira traz sua contribuição sobre as penas e medidas alternativas:

(...) a questão foi encarada não como simples esvaziamento dos presídios mas como uma forma de criar alternativas à pena privativa de liberdade. A exemplo, a lei 6,416/77, que instituiu os diferentes regimes de cumprimento de pena privativa de liberdade (aberto, semiaberto e fechado). (SHECAIRA 2008, p.30)

O projeto de intervenção foi executado com êxito, atingiu-se o publico alvo, e foi possível compreender de fato a construção de um projeto social desde leitura ate a sua efetivação. Sendo assim destaca-se Lewgoy (2009), afirmado que:

A teoria e a prática são inseparáveis do processo de conhecimento, constituindo-se em unidade indissolúvel. A prática precisa ser entendida com base em categorias mais globais, colocando à prova os conceitos e as teorias que estabelecem veracidade ou falsidade. A teoria é o ponto de partida, mas não é determinante nem prevalece sobre a prática; ela se apropria do concreto para transformá-lo em concreto pensado, efetivando a abstração. A realidade mantém sua autonomia diante da teoria, que não se gesta, não brota da prática (LEWGOY, 2009, p. 11).

Compreende-se que o estágio supervisionado é um processo onde se relaciona teoria e prática é que ao ser inserido no campo, o acadêmico visualizará as expressões da questão social que fazem parte das demandas cotidianas da instituição e que se apresentam ao Serviço Social, compreendendo-as e refletindo sobre as formas e possibilidades de enfrentamento e superação.

Neste contexto, é imprescindível que exista a prática do estágio supervisionado para que o aluno entenda a funcionalidade e a dinâmica do fazer profissional bem como, possa ter a oportunidade de refletir e analisar com criticidade todo o arcabouço técnico, metodológico, político e ético da profissão em si.

A exposição acima também é contemplada na Política Nacional de Estágio da ABEPSS, que se utiliza da definição do estágio como um:

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[...] instrumento fundamental na formação da análise crítica e da capacidade interventiva, propositiva e investigativa do(a) estudante, que precisa apreender os elementos concretos que constituem a realidade social capitalista e suas contradições, de modo a intervir, posteriormente como profissional, nas diferentes expressões da questão social [...] (PNE, 2011, p11. )

Ou seja, o estágio e o processo que se desenvolve no decorrer das atividades apresentam ao acadêmico estagiário, a estrutura social e as mudanças societárias que decorrem do sistema capitalista, político e cultural, e que consolidam nas diversas expressões da questão social que precisam sofrer as intervenções do profissional propositivo e criativo em Serviço Social.

Quanto a essa realidade, deve-se estar atento ao fato de que

A contemporaneidade exige cada vez mais profissionais qualificados, dotados de conhecimentos especializados e atualizados, flexibilidade intelectual no encaminhamento de diferentes situações e capacidade de análise para decodificar a realidade social. (OLIVEIRA, 2003, p. 43).

A autora destaca que é durante o processo de estágio que o acadêmico, deve apreender e refletir com criticidade, como efetivará as ações que serão colocadas em prática enquanto futuro profissional, independentemente da instituição em que se encontrará, tendo que realizá-los com responsabilidade e compromisso, garantindo os direitos dos indivíduos que se enquadrarão como seus usuários e demanda.

Assim, as experiências observadas e adquiridas possibilitam ao estudante um olhar crítico, necessário para a apreensão das variadas questões presentes na dinâmica, a qual se realiza o construir e, consequentemente, o reconstruir da realidade.

O espaço do estágio é entendido como um campo de treinamento e aprendizagem para o acadêmico. Nesse espaço ele tem a possibilidade de contemplar e vivenciar as várias manifestações das expressões sociais, fortalecendo seu conhecimento teórico. Essa oportunidade também pode ou não confirmar a sua futura identidade profissional, pois essa identidade depende da construção do conhecimento obtido na academia. (BURIOLLA, 2011).

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Portanto, está inserido no espaço do estágio é ter a oportunidade e a possibilidade de compreender e apreender todo o conhecimento teórico estudado em sala de aula e aproximá-lo com toda a realidade social vivenciada no campo a qual está inserido como estagiário. Esse conjunto certamente fortalece e embasa o arcabouço próprio para a futura ação prática do acadêmico, tornando-o um profissional diferenciado, qualificado e pronto a ser propositivo e criativo em seu campo de atuação e intervenção. Em suma, os estágios realizados no NSJ contribuíram na formação acadêmica, adquiriu-se conhecimento de planejamento, gestão e relações interpessoais como um valioso arcabouço teórico.

Considerações finais

Diante do que foi exposto, pode-se observar a importância do estágio no que diz respeito a praticas futuras no âmbito profissional, abrangendo ensinamentos interpessoais em sua totalidade e principalmente respeitar a individualidade e conceitos sobre si. Em suma passar pelo processo de estágio como prática extensiva se torna um momento importantíssimo de contribuição positiva para formação, oportunizando aproximações investigativas da realidade e do contexto social que envolve a prática cotidiana do assistente social no ensino superior privado e simultaneamente na área jurídica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABEPSS. Política Nacional de Estágio da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em

Serviço Social. Brasília: ABEPSS, maio 2010.

BURIOLLA, Marta Alice Feiten. O Estágio Supervisionado. - 7ª. ed. – São Paulo: Cortez, 2011.

CARTILHA ESTÁGIO SUPERVISIONADO. Meia Formação não Garante um Direito. 2013.

FÁVERO, Eunice Terezinha. O Serviço Social e a Psicologia no Jurídico – 4. Ed. – São Paulo: Cortez, 2011.

FORTES, Paulo Antonio de Carvalho. Ética, direitos dos usuários e políticas de

humanização da atenção à saúde. Saúde e Sociedade v.13, n.3, p.30-35, set-dez 2004.

Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v13n3/04.pdf. Acesso em: fev/2016.

GUERRA, Yolanda e BRAGA, M. E. Supervisão em Serviço Social. In: CFESS/ABEPSS. Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília-DF, 2009.

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LEWGOY, Alzira Maria Baptista. Supervisão de Estágio em Serviço Social: Desafios para

a Formação e Exercício Profissional. – 2. ed. – São Paulo: Cortez, 2010.

_____________________________. Supervisão de estágio em Serviço Social: desafios para

a formação e o exercício profissional. São Paulo: Cortez, 2009.

MANUAL de Estágio Supervisionado em Serviço Social. Faculdade Estácio Atual. Boa Vista, 2009.

OLIVEIRA, C. A. H. S. A centralidade do estágio supervisionado na formação

profissional em serviço social. Franca: UNESP/ FHDSS, 2003.

OLIVEIRA, Cirlene Aparecida Hilário da Silva. O Estágio Supervisionado na Formação

Profissional do Assistente Social: desvendando significados. Revista Serviço Social e

Sociedade. n° 80. São Paulo, Cortez, 2004.

PIAZZOL, Alcebir Dal. Estudo social ou pericia social? : um estudo teórico-prático na justiça catarinense. 2. Ed. Ver. Florianópolis: Insular, 2006.

PROJETO DE EXTENSÃO DO NUCLEO SOCIOJURÍDICO. In:. Laboratório interdisciplinar de pesquisa e prática profissional. Centro universitário Estácio da Amazônia. 2012.

SHECAIRA, Sérgio Salomão. Sistema de garantias e o direito penal Juvenil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. Acesso em: fev/2016.

VALENTE, Maria Luiza Campos da Silva. Serviço social e poder judiciário: Uma nota

histórica. Libertas, Juiz de Fora, v.3/ 2009. Disponível em:

http://www.editoraufjf.com.br/revista/index.php/libertas/article/view/1844/1293. Acesso em:

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