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Avaliação de acessibilidade dos sítios Web das empresas portuguesas

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Avaliação de Acessibilidade dos Sítios Web

das Empresas Portuguesas

Dissertação de Mestrado apresentado por

José Luís Bandeira Martins

Sob orientação do Prof. Doutor Ramiro Gonçalves e do

Prof. Doutor Carlos Rabadão

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Departamento de Engenharias

2008

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“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.”

Declaração Universal dos Direitos Humanos

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iii

Dissertação apresentada por José Luís Bandeira Martins à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro para cumprimentos dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Informática, sob orientação do Prof. Doutor Ramiro Manuel Ramos Moreira Gonçalves, Professor Auxiliar do Departamento de Engenharias da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e co-orientada pelo Prof. Doutor Carlos Manuel da Silva Rabadão, Professor Adjunto do Departamento de Engenharia Informática do Instituto Politécnico de Leiria.

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iv

O meu orgulho e admiração recaem sobre os meus Pais. Foram eles que me deram a possibilidade de ser tudo o que sou. Para eles, cuja confiança sempre me acompanhou, invoco um muitíssimo obrigado.

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v

DEDICATÓRIA

A necessidade de serem implementadas políticas de acessibilidade, relativamente aos elementos constituintes das tecnologias da informação e comunicação, faz com que o resultado da presente dissertação seja bastante importante, especialmente para todas as pessoas que, durante algum momento da sua vida, se depararam com um qualquer problema de acessibilidade enquanto interagiam com sistemas de informação ou comunicação.

Sendo que as pessoas que apresentam maior tendência para os problemas referidos são aquelas que apresentam uma qualquer deficiência auditiva, visual ou incapacidade motora ou cognitiva, a presente dissertação de Mestrado é dedicada a todas elas, para que no futuro, o processo de criação de sistemas pertencentes às tecnologias da informação e comunicação contemple preocupações relativas à acessibilidade destes mesmos sistemas.

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vi

AGRADECIMENTOS

A presente dissertação é o resultado do muito empenho e esforço dedicado à realização do Mestrado em Informática, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Ainda que todo o seu processo de construção seja individual, um agradecimento aos vários que me auxiliaram será certamente necessário, visto que, sem o seu contributo não seria possível atingir os objectivos que nos propusemos atingir.

Direcciono, em primeiro lugar um agradecimento ao Professor Doutor Ramiro Gonçalves, pelos seus ensinamentos, concelhos, apoios e também pela forma paciente como me transmitiu as suas orientações, críticas e contribuições.

Ao Professor Doutro Carlos Rabadão, co-orientador do projecto de mestrado, pela disposição e paciência em ensinar, pela sua ajuda e incentivo, um muito obrigado.

Direcciono também um agradecimento ao Professor Doutor António Pereira (IPLeiria), pela sua disponibilidade, pela motivação e encorajamento que me transmitiu durante todo o processo de desenvolvimento da presente dissertação.

À Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e ao Instituto Politécnico de Leiria pelas facilidades concedidas.

Aos meus amigos e colegas da vida académica, Ana Oliveira, Andreia Penedo, Bruno Alves, João Grilo, Jorge Henriques, Márcia Catarino, Ricardo Mendão, Rogério Mendes e Tiago Conde, que sempre me têm transmitido amizade, companheirismo, ajuda e apoio.

Ao Professor Rui Ferreira, pela ajuda, motivação e amizade demonstradas ao longo deste últimos três anos.

Aos meus pais, um muito obrigado por a hipótese de realizar este projecto, pela amizade, força, apoio e carinho transmitidos.

À Sónia, por toda a amizade, motivação, paciência e apoio demonstrado durante toda esta etapa da minha vida.

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vii

Por fim, a todos os meus amigos e colegas que, de alguma forma, contribuíram ao longo de toda a minha vida para a minha evolução e desenvolvimento pessoal e profissional.

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viii

RESUMO

A crescente utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) faz, com que sejam consideradas um factor, extremamente importante para a evolução social e económica. Desta forma, a acessibilidade a todos os recursos apresentados por estas tecnologias passa a ser um dos pilares centrais para a própria evolução social e económica.

Uma das TIC cuja utilização mais tem aumentado ao longo dos últimos anos, tem sido a World Wide Web (WWW). Sendo a essência e o poder da Web a sua universalidade, a possibilidade de acesso por todos, independentemente de deficiências é um dos seus aspectos fundamentais.

O desenvolvimento económico e a importância das TIC neste mesmo desenvolvimento, faz com que a sociedade apresente uma necessidade expressa de interagir com estas mesmas tecnologias. Isto porque, de acordo com a Comissão Europeia, existem cerca de 37 milhões de cidadãos europeus com deficiências que necessitam que lhes seja possibilitado o acesso ao conteúdo Web.

Embora Portugal não apresente obrigação legal para que os sítios Web, pertencentes às empresas portuguesas, se apresentem acessíveis a todas as pessoas, torna-se claro que esta é uma necessidade a colmatar. Desta forma, surge a carência de uma avaliação dos níveis de acessibilidade dos sítios Web, que não se encontram abrangidos pela legislação nacional, de forma a poder ser criado um registo estatístico representativo da situação actual em Portugal.

A avaliação dos níveis de acessibilidade apresentados pelos sítios Web das mil maiores empresas portuguesas (relativamente ao volume de negócio), foi o nosso objectivo primordial. Para levar a cabo esta avaliação recorremos aos padrões regulamentares apresentados pelo World Wide Web Consortium, cuja importância e referência a nível mundial torna exemplares. Estes padrões foram seguidos tanto na escolha da base teórica da avaliação, como também na escolha da ferramenta de avaliação a utilizar e no método de avaliação a levar a cabo.

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ix

ABSTRACT

The growing utilization of the Information and Communication Technologies (ICT) makes it an extremely important factor in the social and economical evolution. With this said, the accessibility to all the resources presented by these technologies becomes a central pillar for that same evolution.

One of the ICT, whose use has grown more in recent years, has been the World Wide Web. Since the essence and power of the Web is it own universality, the possibility of access by all regardless of disability is one of its fundamental aspects.

The economical development and the importance of ICT in this process, as well as its importance in the European economical income, creates an express need to interact with this same technologies. According to the European Union, there are about 37million European citizens with disabilities that have the right to the accessibility of the web content.

Even though the lack in legislation that forces websites to be accessible to everyone, this is a lack that should be resolved. Thus, there is a need for an evaluation of the accessibility levels presented by those websites, which aren’t covered by the Portuguese legislation in a way that it can be created a representative statistical record, of the present Portuguese web accessibility status.

The evaluation of the web accessibility levels presented by the websites of the one thousand largest Portuguese enterprises (regarding the volume of business), has been our main goal. To undergo this evaluation we followed the regulation patterns presented by the World Wide Web Consortium, whose world importance and recognition are excellent. These patterns where followed in the choice of the theoretical basis of the evaluation, in the choice of the evaluation tool to use and in the definition of the evaluation method.

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ÍNDICE GERAL

DEDICATÓRIA... v AGRADECIMENTOS ... vi RESUMO ... viii ABSTRACT ... ix ÍNDICE GERAL ... x

ÍNDICE DE TABELAS ... xiii

ÍNDICE DE FIGURAS ... xiv

SIGLAS E ACRÓNIMOS ... xvi

1 INTRODUÇÃO ... 1 1.1 Identificação do Problema ... 3 1.2 Motivações e Objectivos ... 4 1.3 Organização da Tese ... 6 2 ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL ... 9 2.1 A Acessibilidade ... 9

2.2 Perspectiva História e Evolução do Conhecimento da Acessibilidade Web ... 11

2.3 Perspectivas Actuais da Acessibilidade Web ... 16

2.4 Acessibilidade do Conteúdo Web – W3C ... 20

2.4.1 Directivas para a acessibilidade do conteúdo Web ... 21

2.4.2 Níveis de Prioridade dos Pontos de Verificação das Directivas para a Acessibilidade do Conteúdo Web ... 22

2.4.3 Conformidade ... 22

2.4.4 Intuito das Directivas para a Acessibilidade do Conteúdo Web ... 24

2.5 Pontos de Verificação das Directivas para a Acessibilidade do Conteúdo Web 1.0 26 2.6 A Acessibilidade Web 2.0 ... 34

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xi

2.7 Relação entre Pessoas com Deficiência, as TIC e as Empresas Portuguesas ... 38

2.8 Desafios, Problemas e Oportunidades ... 40

2.8.1 Desafios ... 40

2.8.2 Problemas ... 41

2.8.3 Oportunidades ... 43

3 AVALIAÇÃO DA ACESSIBILIDADE DE SÍTIOS WEB ... 45

3.1 O Processo de avaliação ... 45

3.1.1 Determinar o alcance da avaliação ... 45

3.1.2 Ferramentas de avaliação da acessibilidade Web a utilizar ... 46

3.1.3 Avaliação manual ... 46

3.1.4 Relatórios e conclusões ... 47

3.2 Ferramentas de avaliação da acessibilidade Web ... 48

3.2.1 Test Acessibilidad Web – TAW 3 ... 52

3.3 Grupo alvo Inicial ... 55

3.4 Grupo Alvo Final ... 56

3.5 Metodologia de avaliação ... 58

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 63

4.1 Resultados Globais ... 66

4.2 Resultados da Avaliação do Grupo Alvo Final ... 68

4.2.1 Resultados relativos aos pontos de verificação de Prioridade 1 das WCAG 68

4.2.2 Resultados relativos aos pontos de verificação de Prioridade 2 das WCAG 69

4.2.3 Resultados relativos aos pontos de verificação de Prioridade 3 das WCAG 71

4.3 Resultados da Avaliação do Grupo Alvo Final Agrupados por Sector Económico 77

4.3.1 Resultados relativos aos pontos de verificação de prioridade 1 das WCAG 77

4.3.2 Resultados relativos aos pontos de verificação de prioridade 2 das WCAG 82

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xii

4.4 Discussão dos Resultados ... 92

5 CONCLUSÃO ... 95

5.1 Síntese do Trabalho ... 95

5.2 Principais Contributos e Trabalho Futuro ... 99

5.3 Considerações Finais ... 101

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xiii

ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 1-PONTOS DE VERIFICAÇÃO DE NÍVEL 1(ADAPTADO DE (CHISHOLM,VANDERHEIDEN ET AL.

1999A)) ... 28

TABELA 2-PONTOS DE VERIFICAÇÃO DE NÍVEL 2(ADAPTADO DE (CHISHOLM,VANDERHEIDEN ET AL. 1999A)) ... 31

TABELA 3-PONTOS DE VERIFICAÇÃO DE NÍVEL 3(ADAPTADO DE (CHISHOLM,VANDERHEIDEN ET AL. 1999A)) ... 33

TABELA 4-FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO DE ACESSIBILIDADE APRESENTADAS PELO W3C... 51

TABELA 5-DADOS RELATIVOS À AVALIAÇÃO DO GRUPO ALVO FINAL. ... 68

TABELA 6-NOMENCLATURA DE ABREVIATURAS PARA AS SECÇÕES ECONÓMICAS. ... 76

TABELA 7 - RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DA ACESSIBILIDADE REFERENTE AOS PONTOS DE VERIFICAÇÃO DE PRIORIDADE 1 DAS WCAG AGRUPADOS PELA SECÇÃO ECONÓMICA... 77

TABELA 8 – RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DA ACESSIBILIDADE REFERENTE AOS PONTOS DE VERIFICAÇÃO DE PRIORIDADE 2 DAS WCAG. ... 82

TABELA 9 - RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DA ACESSIBILIDADE REFERENTE AOS PONTOS DE VERIFICAÇÃO DE PRIORIDADE 3 DAS WCAG. ... 87

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ÍNDICE DE FIGURAS

ILUSTRAÇÃO 1 - RESULTADOS DA AVALIAÇÃO ORGANIZADOS PELAS PRIORIDADES DAS

WCAG1.0 DO W3C ... 53 ILUSTRAÇÃO 2 - RESULTADOS DA AVALIAÇÃO ORGANIZADOS PELOS PONTOS DE VERIFICAÇÃO DAS WCAG1.0 DO W3C ... 54 ILUSTRAÇÃO 3 – COMPARAÇÃO ENTRE OS SÍTIOS WEB REFERENTES AO GRUPO ALVO

INICIAL QUE SE ENCONTRAM DISPONÍVEIS E OS QUE NÃO EXISTEM OU ESTÃO EM MANUTENÇÃO. ... 56 ILUSTRAÇÃO 4 - COMPARAÇÃO ENTRE O NÚMERO DE SÍTIOS WEB AVALIADOS E OS NÃO AVALIADOS. ... 57 ILUSTRAÇÃO 5-ESTRUTURA DA FOLHA DE CÁLCULO DE ERROS DE UM SÍTIO WEB ... 59 ILUSTRAÇÃO 6-ESTRUTURA DA FOLHA DE CÁLCULO COM OS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO A TODOS OS SÍTIOS WEB. ... 61 ILUSTRAÇÃO 7-DISCREPÂNCIA DOS RESULTADOS RESULTANTES DA AVALIAÇÃO. ... 63 ILUSTRAÇÃO 8-ESQUEMA RELATIVO AO TRATAMENTO DOS OUTLIERS. ... 64 ILUSTRAÇÃO 9-DISTRIBUIÇÃO DOS SÍTIOS WEB AVALIADOS PELOS DIFERENTES NÍVEIS DE ACESSIBILIDADE DEFINIDOS PELO W3C. ... 67 ILUSTRAÇÃO 10- DISTRIBUIÇÃO DAS EMPRESAS DE ACORDO COM O NÚMERO DE ERROS RELATIVOS A PONTOS DE VERIFICAÇÃO DE PRIORIDADE 1 DAS WCAG. ... 69 ILUSTRAÇÃO 11- DISTRIBUIÇÃO DAS EMPRESAS DE ACORDO COM O NÚMERO DE ERROS RELATIVOS A PONTOS DE VERIFICAÇÃO DE PRIORIDADE 2 DAS WCAG. ... 70 ILUSTRAÇÃO 12- DISTRIBUIÇÃO DAS EMPRESAS DE ACORDO COM O NÚMERO DE ERROS RELATIVOS A PONTOS DE VERIFICAÇÃO DE PRIORIDADE 3 DAS WCAG. ... 72 ILUSTRAÇÃO 13 - RELAÇÃO ENTRE A MÉDIA E O DESVIO PADRÃO DE CADA UMA DAS SECÇÕES ECONÓMICAS AVALIADAS. ... 78

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xv ILUSTRAÇÃO 14 - COMPARAÇÃO ENTRE AS CINCO SECÇÕES ECONÓMICAS COM PIORES RESULTADOS NA AVALIAÇÃO DA ACESSIBILIDADE RELATIVA AOS PONTOS DE VERIFICAÇÃO DE PRIORIDADE 1 DAS WCAG. ... 80 ILUSTRAÇÃO 15- COMPARAÇÃO ENTRE AS CINCO SECÇÕES ECONÓMICAS COM MELHORES RESULTADOS NA AVALIAÇÃO DA ACESSIBILIDADE RELATIVA AOS PONTOS DE VERIFICAÇÃO DE PRIORIDADE 1 DAS WCAG. ... 81 ILUSTRAÇÃO 16 - RELAÇÃO ENTRE A MÉDIA E O DESVIO PADRÃO DE CADA UMA DAS SECÇÕES ECONÓMICAS AVALIADAS. ... 83 ILUSTRAÇÃO 17 - – COMPARAÇÃO ENTRE AS CINCO SECÇÕES ECONÓMICAS COM PIORES RESULTADOS NA AVALIAÇÃO DA ACESSIBILIDADE RELATIVA AOS PONTOS DE VERIFICAÇÃO DE PRIORIDADE 2 DAS WCAG. ... 85 ILUSTRAÇÃO 18- COMPARAÇÃO ENTRE AS CINCO SECÇÕES ECONÓMICAS COM MELHORES RESULTADOS NA AVALIAÇÃO DA ACESSIBILIDADE RELATIVA AOS PONTOS DE VERIFICAÇÃO DE PRIORIDADE 2 DAS WCAG. ... 86 ILUSTRAÇÃO 19 - RELAÇÃO ENTRE A MÉDIA E O DESVIO PADRÃO DE CADA UMA DAS SECÇÕES ECONÓMICAS AVALIADAS. ... 88 ILUSTRAÇÃO 20 - COMPARAÇÃO ENTRE AS SEIS SECÇÕES ECONÓMICAS COM PIORES RESULTADOS NA AVALIAÇÃO DA ACESSIBILIDADE RELATIVA AOS PONTOS DE VERIFICAÇÃO DE PRIORIDADE 3 DAS WCAG. ... 90 ILUSTRAÇÃO 21 - COMPARAÇÃO ENTRE AS SEIS SECÇÕES ECONÓMICAS COM MELHORES RESULTADOS NA AVALIAÇÃO DA ACESSIBILIDADE RELATIVA AOS PONTOS DE VERIFICAÇÃO DE PRIORIDADE 3 DAS WCAG. ... 91

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SIGLAS E ACRÓNIMOS

TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação W3C - World Wide Web Consortium

RCM – Resolução do Conselho de Ministros DR – Diário da República

WAI – Web Accessibility Initiative

MIT – Massachusetts Institue of Technology Html –Hyper Text Markup Language

RDF – Resource Description Framework

WCAG – Web Content Accessibility Guidelines (Directivas para a Acessibilidade do conteúdo Web)

UE - União Europeia

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1

1 INTRODUÇÃO

De acordo com a Comissão Europeia, as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) são um poderoso motor de crescimento e emprego. Um quarto do crescimento do PIB da União Europeia e 40% do crescimento da produtividade devem-se às TIC e impõe-se a adopção de políticas proactivas para responder às profundas mudanças tecnológicas. A convergência digital exige uma convergência de políticas e a vontade de adaptar os enquadramentos regulamentares quando necessário, para os tornar coerentes com a economia digital emergente (UE 2005b).

Visto que as TIC são um factor muito importante na evolução social e económica, um dos factores sociais a ter em conta é a acessibilidade a todos os recursos disponíveis, incluindo todos aqueles que são disponibilizados online. Esta ideia é apoiada por Tim Berners-Lee1, quando este enuncia que “o poder da Web é a sua universalidade. A possibilidade de acesso por todos independentemente de deficiências é um dos seus aspectos essenciais” (Out-Law 2006).

A acessibilidade dos sítios Web foi pela primeira vez tida em conta a nível europeu no dia 25 de Setembro de 2001, através do comunicado da Comissão das Comunidades Europeias ao Conselho Europeu, ao Parlamento Europeu, ao Comité Económico e Social e ao Comité das Regiões, cujo tema era o plano de acção “eEurope 2002”. Após este plano, surgiram mais novos planos (“eEurope 2005” e “i2010”) de forma a regulamentar a acessibilidade Web à medida que a evolução tecnológica, social e económica acontecia.

A nível mundial, a acessibilidade Web foi inicialmente tema de referência pelo W3C em 1997 quando este consórcio internacional independente criou o programa “WAI - Web Accessibility Initiative”. Este programa é suportado pelo W3C cuja função consiste em desenvolver tecnologias e promover a interoperabilidade e

1 Tim Berners-Lee foi o inventor da World Wide Web e é actualmente, o Director do World Wide

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2

evolução da Web. O W3C coordena o desenvolvimento dos protocolos fulcrais da Web e dos formatos dos dados, disponibilizando também todo um conjunto de condições que permite ao WAI reunir a indústria, as organizações de deficientes, os investigadores em acessibilidade e representantes governamentais de forma a explorar as necessidades de acessibilidade e desenvolver soluções para essas mesmas necessidades. O WAI centra-se em tornar a Web acessível para os utilizadores actuais e para os futuros utilizadores que tenham qualquer tipo de deficiências. A credibilidade do W3C faz com que a promoção das directivas do WAI seja uma realidade e que estas sejam seguidas e tidas em conta (Dardailler 2001).

O uso da Web está a alastrar-se rapidamente à maioria das áreas da sociedade e do dia-a-dia. Em muitos países, a utilização da Web nos serviços e informações governamentais, na educação e formação, no comércio, nas notícias, na interacção em pleno local de trabalho, na cidadania, na saúde e na diversão e entretenimento, tem vindo a aumentar de forma siginificativa. A Internet é extremamente importante na recepção de informações, bem como na divulgação de informação e na interacção com a restante sociedade. Devido a isto, é essencial que a Web possa ser acessível de forma a possíbilitar condições de acesso e oportunidades iguais às pessoas com deficiências. Uma Web acessível pode ajudar os cidadãos com deficiências a participarem na sociedade de forma bem mais activa (W3C 2005).

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1.1 Identificação do Problema

O desenvolvimento económico e a importância das TIC neste mesmo desenvolvimento, bem como o seu peso no rendimento económico europeu, fazem com que a sociedade apresente uma necessidade expressa de interagir com estas mesmas tecnologias. A crescente necessidade de acesso à informação disponibilizada na internet obriga, a que seja necessário criar uma garantia de acessibilidade, a este mesmo conteúdo Web. Isto porque, de acordo com a Comissão Europeia, existem cerca de 37 milhões de cidadãos europeus com deficiências que necessitam que lhes seja possibilitado o acesso ao conteúdo Web (UE 2002) .

No Reino Unido, estima-se que o número de cidadãos que apresentam uma qualquer incapacidade auditiva ou visual, ou uma dificuldade motora ou cognitiva, constituem um valor económico de mercado de cerca de 120 biliões de libras por ano (Freedman 2008). Sendo assim, criar sítios Web acessíveis poderá fazer com que esse valor económico possa ser gasto em transacções através desses mesmos sítios Web.

Em Portugal, a legislação em vigor obriga a que os sítios web do Governo e dos serviços e organismos públicos da administração central, apresentem o nível A de acessibilidade e que os sítios da Internet do Governo e dos serviços e organismos públicos da administração central, que impliquem a prestação de serviços transaccionais aos cidadãos, apresentem o nível AA de acessibilidade. Os níveis de acessibilidade apresentados pela legislação em vigor correspondem aos níveis de acessibilidade apresentados pelo W3C (Sousa 2007b).

A existência de obrigação legal para a temática apenas para alguns sítios da Internet, bem como, a necessidade de tornar o espaço Web mais acessível para todos, fazem com que seja necessário criar condições de acessibilidade em todos os sítios Web existentes em Portugal.

Devido a isto, será então necessário proceder a uma avaliação dos níveis de acessibilidade, dos sítios Web, que não se encontram abrangidos pela legislação em vigor em Portugal, de forma a poder ser criado um registo estatístico representativo da situação actual em Portugal.

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1.2 Motivações e Objectivos

As TIC são actualmente um dos principais impulsionadores do crescimento e do emprego a nível europeu. Este facto faz com que seja capital levar a cabo uma convergência de políticas para que estas acompanhem a evolução tecnológica (UE 2003a).

Ainda que as TIC sejam um factor muito importante na evolução social e económica, a possibilidade destas mesmas tecnologias serem acedidas por todas as pessoas apresenta-se como sendo, um outro factor decisivo para o sucesso e integração destas mesmas tecnologias.

A existência de cerca de 634000 pessoas com deficiência em Portugal (INE 2002), e a necessidade de independência que estas apresentam, fazem com que cada vez mais, o universo da Web seja uma ferramenta de extrema importância na nossa sociedade, pois é uma forma destas pessoas com deficiência poderem aceder e usufruir de recursos, que de outra forma lhes estariam inacessíveis (W3C 2005).

Embora exista alguma legislação portuguesa relativa à acessibilidade do conteúdo Web, esta não abrange o conteúdo Web que as empresas portuguesas publicam na Internet (Sousa 2007b).

Outro dos aspectos críticos ao presente projecto de investigação prende-se com o facto de, actualmente em Portugal não existirem dados estatísticos cujo âmbito sejam os níveis de acessibilidade dos sítios Web das empresas portuguesas. Os poucos estudos que foram feitos, são relativos a sítios Web de entidades governamentais e relativos a um número, muito reduzido, de sítios Web pertencentes a outras entidades não governamentais (UMIC 2005; Vector21 2007).

Devido a todos os factos mencionados, as nossas motivações passam, para além de colmatar os pontos mencionados acima, pela necessidade de criar uma Web acessível que beneficie tanto as pessoas com deficiências, como também todas as outras pessoas.

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5

Desta forma, os objectivos para a presente dissertação de mestrado serão: • Caracterização da perspectiva actual da acessibilidade do conteúdo

Web;

• Levantamento da evolução histórica da acessibilidade do conteúdo Web;

• Caracterização das diversas directivas/regulamentações sobre acessibilidade do conteúdo Web;

• Escolha das directivas sobre a acessibilidade do conteúdo Web a utilizar;

• Análise das ferramentas de avaliação do nível de acessibilidade do conteúdo Web;

• Escolha da ferramenta de avaliação do nível de acessibilidade do conteúdo Web a utilizar

• Avaliação dos sítios Web das mil maiores empresas portuguesas em volume de negócio (INE 2007a).

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1.3 Organização da Tese

A presente secção apresenta sucintamente a organização e o conteúdo presente trabalho. Os diversos capítulos estão organizados de forma evolutiva, sendo que esta organização apresenta-se como uma vantagem para uma melhor compreensão do conteúdo do documento. Embora este método de organização seja visível ao longo de todo o trabalho, é de verificar também que entre estes mesmos capítulos, existe uma independência suficiente, para que cada um tenha a sua identidade própria

O primeiro capítulo apresenta-se como sendo um capítulo introdutório, onde se procura sintetizar a conjuntura envolvente a todo o projecto de investigação. Num primeiro momento, é feita uma breve caracterização sobre a envolvência mundial da acessibilidade do conteúdo Web, onde se frisam algumas das posições de algumas entidades mundiais sobre a matéria em causa. No segundo momento, é feita uma identificação do problema subjacente a este mesmo projecto de investigação. Após esta identificação do problema em causa, enunciamos quais as motivações que nos movem e quais os objectivos delineados para o presente projecto, passando depois por um momento de caracterização da organização da dissertação.

No segundo capítulo, é apresentada uma caracterização detalhada do conhecimento adquirido, relativamente à acessibilidade do conteúdo Web. Esta caracterização detalhada passa por diversas fases, tais como, a caracterização geral da acessibilidade Web, a enunciação da perspectiva histórica e da evolução do conhecimento da acessibilidade Web ao longo do tempo, a caracterização das perspectivas actuais sobre a acessibilidade do conteúdo Web e o enquadramento da acessibilidade do conteúdo Web no consórcio W3C. Neste capítulo é feita também referência ao tema “acessibilidade Web 2.0” e é feita também, uma caracterização das relações entre as pessoas com deficiência, as TIC e as empresas portuguesas. Para finalizar o capítulo, enunciamos os desafios, problemas e oportunidades inerentes à realização deste projecto de investigação.

No terceiro capítulo, é caracterizada de forma detalhada a avaliação da acessibilidade dos sítios Web. Esta caracterização passou também por diversas fases, tais como, o detalhe do processo de avaliação, a caracterização das ferramentas de

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avaliação da acessibilidade Web, a enunciação de qual o grupo alvo inicial e grupo alvo final e pela caracterização da metodologia de avaliação seguida.

No quarto capítulo, levamos a cabo uma exposição detalhada, dos resultados obtidos através do processo de avaliação da acessibilidade Web. Esta exposição é composta por uma amostragem de resultados iniciais, uma caracterização dos resultados relativos aos pontos de verificação de prioridade 1, 2 e 3 das WCAG do W3C e finalizamos com uma discussão dos resultados obtidos.

Finalmente, no quinto e último capítulo, é apresentada uma generalização de todo o trabalho desenvolvido nos capítulos anteriores. Desta forma, apresentamos uma síntese do trabalho feito, enunciamos os principais contributos trazidos pelo trabalho realizado, apresentamos algumas ideias para trabalho futuro e enunciamos algumas considerações finais como forma de terminar a presente dissertação.

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2 ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL

Este é um momento profundamente conceptual. Ao longo deste capítulo procuramos identificar e descrever um conjunto de terminologias e conceitos cuja definição rigorosa é essencial para a interiorização da importância das TIC na sociedade mundial e para a compreensão sobre a necessidade da existência de conteúdo Web acessível.

2.1 A Acessibilidade

O termo acessibilidade pode-se facilmente traduzir na possibilidade de pessoas que possuem uma qualquer deficiência poderem utilizar um produto, recurso, serviço ou actividade que uma pessoa sem deficiências pode utilizar. Em termos das TIC, podemo-nos referir a acessibilidade como a criação de interfaces que sejam perceptíveis, operáveis e de fácil compreensão para pessoas com um vasto conjunto de características. Isto engloba todas as deficiências, limitações funcionais, incluindo deficiências visuais, auditivas, físicas, cognitivas e neurológicas (Henry 2007). Neste conjunto também devem ser incluídas as condições de incapacidade temporárias, tais como a perda de óculos ou a fractura de um braço. A acessibilidade também torna os produtos mais acessíveis a pessoas que não possuem qualquer tipo de deficiência (Henry 2007).

De acordo com uma das comunicações da Comissão Europeia relativamente às TIC e à acessibilidade Web (UE 2003a), as tecnologias da informação e das comunicações são um poderoso motor de crescimento e emprego. Um quarto do crescimento do PIB da União Europeia e 40% do crescimento da produtividade devem-se às TIC e impõe-se a adopção de políticas proactivas para responder às profundas mudanças tecnológicas. A convergência digital exige uma convergência de políticas e a vontade de adaptar os enquadramentos regulamentares quando necessário, para os tornar coerentes com a economia digital emergente.

Visto que as TIC são um factor muito importante na evolução social e económica, um dos factores sociais a ter em conta para tornar a sociedade uma

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plataforma de igualdade é a acessibilidade a todos os recursos disponíveis, incluindo todos aqueles que são disponibilizados online.

O consórcio W3C, que ocupa uma posição de destaque na comunidade científica, define que o conteúdo Web é acessível quando pode ser acedido por qualquer pessoa que possua qualquer tipo de deficiência (Henry 2005).

De acordo com Jim Thatcher e Shawn Henry, a acessibilidade Web consiste em possibilitar que todas as pessoas com deficiências possam percepcionar, perceber, navegar e interagir com a Web, englobando para isto todas as deficiências que dificultem o acesso à Web, sejam elas deficiências visuais, auditivas, físicas, cognitivas, neurológicas ou ao nível da fala (Thatcher, Henry et al. 2006).

No decorrer desta dissertação decidimos adoptar a definição de acessibilidade defendida por Jim Thatcher e Shawn Henry.

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11

2.2 Perspectiva História e Evolução do Conhecimento da

Acessibilidade Web

Nos últimos anos, mais propriamente depois da adesão de Portugal à União Europeia, e muito devido a ela, foram registados no nosso país progressos, extraordinários no que diz respeito às políticas e práticas, relativas às pessoas com deficiências.

O Instituto Nacional de Estatística de Portugal promoveu no ano de 2002, o estudo “Censos 2001 – População residente com deficiência segundo o grau de incapacidade e sexo”. De acordo com o (INE 2002), os resultados deste estudo indicaram que o número de pessoas portuguesas com deficiência recenseadas até 12 de Março de 2001 cifrou-se em 634 408, das quais 333 911 eram homens e 300 497 eram mulheres, representando 6,1% da população residente (6,7% da população masculina e 5,6% da feminina).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que cerca de 10% da população mundial sofre de um qualquer tipo de deficiência ou incapacidade. Estes números indicam claramente que existe uma necessidade bastante grande por serviços de saúde e reabilitação. Devido a isto, a OMS criou então o plano de acção “Disabilty and Rehabilitation Action-Plan 2006 – 2010”, cuja missão passa não só por tentar divulgar e criar uma consciencialização desta realidade em toda a comunidade mundial, mas também por criar iniciativas que ajudem no processo de recuperação e integração das pessoas com deficiência na sociedade (WHO 2006).

Devido ao crescimento da consciencialização da questão das incapacidades e deficiências, as pessoas com estas características têm vindo ao longo dos últimos anos, a ser cada vez mais alvo da atenção da comunidade científica (cujo objectivo é possibilitar acessibilidade a todos os recursos que uma pessoa sem deficiência tem ao seu alcance), tal como podemos verificar no número de trabalhos científicos e na quantidade de investigadores que actualmente efectuam investigação na área. O público em geral também indica um aumento da consciencialização nesta área, tal como podemos verificar na divulgação de campanhas de sensibilização levadas a

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cabo em todos os meios de comunicação e no número de organizações e associações criadas nos últimos anos.

A acessibilidade dos sítios Web foi pela primeira vez tida em conta a nível europeu no dia 25 de Setembro de 2001, através do comunicado da Comissão Europeia ao Conselho Europeu, ao Parlamento Europeu, ao Comité Económico e Social e ao Comité das Regiões. Este comunicado surge como uma extensão da abrangência do plano de acção “eEurope 2002” cujo conteúdo foi aprovado no Concelho Europeu da Feira2. De acordo com a Comissão Europeia (UE 2002), um dos objectivos específicos do plano “eEurope 2002” é melhorar o acesso à Web de pessoas com deficiências.

Após um ano com o plano de acção “eEurope 2002”, os objectivos principais a que este se tinha proposto foram atingidos e houve então necessidade de se criar um novo plano de acção.

No Concelho Europeu de Sevilha, em Junho de 2002, foi lançado o plano de acção “eEurope 2005” que em Janeiro de 2003 foi então aprovado pelo Concelho de Ministros Europeus através da resolução “eEurope Resolution”.

Este plano de acção, cujo fim se verificou no final do ano de 2005, tinha por objectivos criar serviços públicos modernos e criar um ambiente dinâmico para o

e-business através de uma parafernália de ofertas de acessos de banda larga a preços

competitivos e através de uma infoestrutura segura para a informação.

Este plano de acção “eEurope 2005” assentava em 3 (três) pontos principais (UE 2003b):

• O papel do Plano de Acção eEurope 2005 no contexto do objectivo de criar uma União Europeia mais competitiva e com uma economia dinâmica e global, capaz de um crescimento económico sustentável com mais e melhores empregos e maior coesão social;

2 Concelho Europeu da Feira – Concelho Europeu realizado em Portugal nos dias 19 e 20 de Junho

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• A importância da economia digital para o crescimento, produtividade e empregabilidade;

• A importância de disponibilizar aos cidadãos a possibilidade de acesso e as capacidades para trabalhar na nova sociedade de informação.

O plano de acção “eEurope 2005” originou muitas mudanças na forma como os governos europeus efectuavam a gestão das novas tecnologias, mais propriamente dos acessos a sítios Web públicos e ao seu respectivo conteúdo. Este plano terminou o seu tempo de acção no final do ano de 2005.

Em Portugal, a regulamentação da acessibilidade Web existe desde Agosto de 1999, data em que foi publicada em Diário da República a Resolução do Conselho de Ministros nº 96/99 que já previa medidas para aumentar e dinamizar a acessibilidade do conteúdo Web. Após esta têm vindo a ser publicadas novas resoluções cujo conteúdo tem vindo a adaptar-se ao evoluir das tecnologias de forma a melhor poder contemplar a temática da acessibilidade do conteúdo Web. Embora tenha havido algum esforço por parte dos sucessivos governos portugueses em ponderar esta questão, toda a legislação criada desde 1999, apenas contempla as entidades públicas, ou seja, apenas os sítios Web das entidades públicas é que estão abrangidas pelas regulamentações publicadas em diário da república, ficando assim o grupo das empresas públicas e privadas de fora deste público-alvo, o que resulta numa situação em que cada empresa é que decide se o seu sítio Web irá ou não possuir características que o tornem acessível ao uso por pessoas com deficiências.

No ano de 2003, o governo português publicou a Resolução do Concelho de Ministros 110/2003, onde era apresentado o programa do governo “Programa Nacional para a Participação dos Cidadãos com Necessidades Especiais na Sociedade da Informação”. Este programa tinha por objectivo, proceder a uma reflexão sobre o índice de integração das pessoas com deficiências com a sociedade da informação estava e, a partir daí, criar um novo conjunto de iniciativas para aumentar este índice (Barroso 2003b).

A nível mundial, a temática da acessibilidade do conteúdo Web tem sido alvo de atenção por parte de várias entidades de referência, tais como o consórcio W3C,

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que no ano de 1999 criou a World Accessibility Initiative (WAI). Esta iniciativa foi criada como sendo uma organização complementar do W3C e cuja missão seria desenvolver directivas que fossem compreendidas como sendo os standards internacionais para a acessibilidade Web, desenvolver materiais de suporte para que fosse possível melhor compreender e implementar a acessibilidade Web, e desenvolver novos recursos através de cooperações internacionais (Brewer and Henry 2008).

Desde o ano de 1999, a WAI já criou diversas “ferramentas” com o intuito de aumentar a acessibilidade Web. De entre estas, a mais utilizada é o conjunto de directivas para a acessibilidade do conteúdo Web.

As directivas para a acessibilidade do conteúdo Web são um documento explicativo de como elaborar conteúdo Web que seja acessível a todas as pessoas, inclusive as que apresentem qualquer tipo de deficiência, sendo que por conteúdo Web se entenda toda a informação contida numa página de internet ou numa aplicação Web (Henry 2008).

Após a criação das directivas da acessibilidade, o W3C tem vindo a desenvolver um novo conjunto de normas e de standards de forma a transformar a acessibilidade de conteúdo Web numa preocupação mundial.

Também os Estados Unidos da América apresentaram desde muito cedo uma preocupação com a questão da acessibilidade Web. Esta preocupação resultou na criação de uma lei de nome “Section 508” que regulamentava que os sítios Web das agências federais e estatais teriam de cumprir certos requisitos de acessibilidade que esta própria lei enunciava. Esta lei criada em 1998, bem como os critérios e directivas definidos por esta à data da sua criação, têm vindo desde então a sofrer alterações de forma a poderem adaptar-se não só à evolução tecnológica, mas também às necessidades apresentados pelos cidadãos (ITAW 2008).

O Massachusetts Institue of Technology (MIT) também publicou no ano de 2005, um conjunto de directivas para a acessibilidade Web. Estas directivas embora mais simplificadas que as publicadas pelo W3C, têm uma incidência muito maior para a parte prática da implementação das técnicas que levam á criação de conteúdo

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Web acessível. Para além das directivas, o MIT publicou todo um conjunto de documentos relativos á acessibilidade. Segundo o MIT (MIT 2005), este instituto está empenhado em proporcionar um ambiente tecnológico e de informação acessível a todas as pessoas com deficiências.

A consciencialização da população mundial para a temática da acessibilidade do conteúdo Web está a tornar-se cada vez mais uma realidade. Esta mesma preocupação está globalmente a envolver também os mercados empresariais, visto que a utilização frequente dos conteúdos Web e das próprias TIC por pessoas com deficiências é uma realidade, tal como a influência a nível económico que estas mesmas pessoas trazem. Devido a isto, o mercado empresarial português deve adoptar uma perspectiva de adaptação às novas realidades sociais e económicas e fazer um movimento de criação de conteúdos e serviços Web acessíveis a todos os cidadãos.

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2.3 Perspectivas Actuais da Acessibilidade Web

Actualmente a União Europeia está a implementar o plano i2010 – Uma Sociedade da informação Europeia para o Desenvolvimento e Empregabilidade. Este plano, que tem por objectivo promover os contributos positivos por parte da sociedade das tecnologias de informação e comunicação para a economia, sociedade e qualidade de vida.

Este novo plano de acção teve a sua base num novo conjunto de interpretações da sociedade e da economia por parte da União Europeia, que até aí não tinham ainda sido atingidas. De acordo com o (UE 2005b), as tecnologias da informação e das comunicações são um poderoso motor de crescimento e emprego. Um quarto do crescimento do PIB da União Europeia e 40% do crescimento da produtividade devem-se às TIC e impõe-se a adopção de políticas proactivas para responder às profundas mudanças tecnológicas. A convergência digital exige uma convergência de políticas e a vontade de adaptar os enquadramentos regulamentares quando necessário, para os tornar coerentes com a economia digital emergente. Daí que para o novo plano de acção “i2010”, a Comissão Europeia propôs três prioridades para as politicas europeias da sociedade de informação e dos média:

• A criação de um espaço único europeu da informação, que promova um mercado interno dos serviços da sociedade da informação e de media aberto e concorrencial;

• O reforço da inovação e do investimento em investigação na área das TIC, com vista a promover o crescimento e a criação de mais e melhores empregos;

• A realização de uma sociedade da informação europeia inclusiva, que promova o crescimento e o emprego de um modo compatível com o desenvolvimento sustentável e que dê prioridade à melhoria dos serviços públicos e da qualidade de vida.

Segundo ainda a Comissão Europeia (UE 2005b), o “i2010” apresenta-se como um plano com objectivos bem definidos e que visam uma nova União Europeia, mais desenvolvida socialmente, tecnologicamente e economicamente. Estes objectivos são:

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• Um espaço único europeu da comunicação que ofereça comunicações de elevada largura de banda, seguras, e a um preço acessível, conteúdos ricos e diversificados e serviços digitais;

• Investigação e inovação de classe mundial nas TIC, aproximando o desempenho da Europa do dos seus principais concorrentes;

• Uma sociedade da informação inclusiva, que ofereça serviços públicos de alta qualidade, e que promova a qualidade de vida.

De forma a tornar todo o plano de acção “i2010” mais completo no que diz respeito á acessibilidade dos sítios Web e do respectivo conteúdo, a Comissão Europeia apresentou um outro comunicado, o comunicado “eAcessibility”. De acordo com o (UE 2005a), possuir TIC acessíveis irá melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas que possuam deficiências.

Existem hoje em dia em Portugal um conjunto considerável de políticas, competências, estratégias, programas e recursos, cujo objectivo é atingir o ideal de igualdade referido no artigo 13º da Constituição da República Portuguesa, segundo o qual (Canotilho 2007), todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei, não podendo ser beneficiados ou prejudicados, prejudicado ou privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual. O governo português, ao nível da legislação publicou a 2 de Outubro de 2007 a Resolução do Conselho de Ministros nº 155/2007, cuja regulamentação obrigava todos os sítios da Internet do Governo e dos serviços e organismos públicos da administração central a respeitarem o nível de acessibilidade “A” das directrizes sobre a acessibilidade do conteúdo Web, desenvolvidas pelo W3C. Esta resolução determina ainda que os sítios da Internet do Governo e dos serviços e organismos públicos da administração central que impliquem a prestação de serviços transaccionais aos cidadãos têm de respeitar o nível de conformidade “AA” das directivas sobre a acessibilidade do conteúdo da Web, desenvolvidas pelo W3C (Sousa 2007b).

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Através da UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento3, o Governo de Portugal suporta ainda o conceito de que o desenvolvimento tecnológico ao serviço de uma cidadania moderna e de progresso exige uma sociedade da informação inclusiva onde o conhecimento é um valor ético, social, cultural e económico fundamental que promove a criação de riqueza e emprego, a qualidade de vida e o desenvolvimento social (UMIC 2006).

Relativamente ao sector público “não central” e ao sector privado existentes em Portugal, não existe qualquer tipo de legislação ou regulamentação que torne necessária a preocupação e a tomada de medidas técnicas relativas á acessibilidade dos sítios Web.

Relativamente a estudos que referenciem níveis de acessibilidade do conteúdo Web português, apenas foi realizado um único trabalho nesta área. Este trabalho “Relatório Vector21 sobre Acessibilidade Web em Portugal”, realizado pela empresa Vector21 no ano de 2007, apresentava uma análise estatística e quantitativa, relativa aos níveis de acessibilidade (previamente definidos no âmbito do estudo), de um grupo de sítios Web do governo português, de sítios Web de comércio electrónico portugueses e de sítios Web de empresas portuguesas (Vector21 2007).

O World Wide Web Consortium está actualmente presente na regulamentação mundial da acessibilidade Web, visto que a versão 1.0 das directivas para a acessibilidade são actualmente o padrão utilizado para a criação de regras incentivadoras á criação de conteúdo Web acessível. Embora, as directivas do W3C sejam largamente aceites como o standard a utilizar, este mesmo consórcio está a desenvolver uma segunda versão das directivas para a acessibilidade de forma a poder definir um novo conjunto de critérios e técnicas, adequadamente ajustadas ao nível tecnológico actual. De acordo com a recomendação do W3C (Caldwell, Cooper et al. 2008), esta versão 2.0 das directivas para a acessibilidade abrangem um grande número de recomendações para tornar o conteúdo Web mais acessível. Seguir estas directivas irá tornar o conteúdo acessível para um maior número de

3 UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento é o organismo público português

com a missão de coordenar as políticas para a sociedade da informação e mobilizá-la através da promoção de actividades de divulgação, qualificação e investigação.

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pessoas com deficiências, incluindo cegueira ou pouca visão, surdez ou perda de audição, deficiências de aprendizagem, limitações cognitivas, limitações de movimentos, dificuldades no discurso, fotossensibilidade e combinações destas. Seguindo este novo conjunto de directivas, o resultado final será um conteúdo Web mais acessível para todos os utilizadores, possuam ou não deficiências.

Para além das directivas para acessibilidade, o W3C possui neste momento outras iniciativas que incidem sobre a acessibilidade Web. Uma das iniciativas é a responsável pela criação das directivas para a acessibilidade nos agentes – UAAG, onde são definidas as directivas que os agentes de interacção com o utilizador devem seguir (Jacobs, Gunderson et al. 2002). Outra das iniciativas é a Iniciativa para o suporte e criação de conteúdo Web, que foi a criadora das directivas para a acessibilidade das ferramentas de autor – ATAG (Treviranus, Richards et al. 2006). O W3C tem ainda grupos de trabalho cuja função é o enquadramento da acessibilidade na educação e formação (WAI 2004).

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2.4 Acessibilidade do Conteúdo Web – W3C

As directivas para a acessibilidade do conteúdo Web, foram criadas com o intuito de tornar este mesmo conteúdo acessível a todas as pessoas que tenham, qualquer tipo de deficiência ou défice e com o intuito de promover a acessibilidade. As directivas são direccionadas para os criadores de ferramentas para construção de conteúdo Web e para os criadores do próprio conteúdo Web. O documento que contém as directivas para a acessibilidade do conteúdo Web, pode considerar-se como sendo um documento de referência para princípios de acessibilidade e ideias para o design de sítios Web. De acordo ainda com o W3C, as directivas para a acessibilidade do conteúdo Web são consideradas estáveis e não fornecem informações específicas para um qualquer tipo de navegador ou tecnologia, visto que estes têm uma evolução muito rápida (W3C 1999).

De acordo com a 1ª versão criada pelo W3C das directivas para a acessibilidade, um utilizador com problemas de acessibilidade ao conteúdo Web quando apresenta um ou mais do que uma das seguintes deficiências ou défices (W3C 1999):

• Não ter a capacidade de ver, ouvir ou deslocar-se, ou que podem ter grandes dificuldades, quando não mesmo a impossibilidade de interpretar determinados tipos de informações;

• Ter dificuldade em ler ou compreender textos;

• Não ter um teclado ou rato, ou não ser capaz de os utilizar;

• Ter um ecrã que apenas apresente texto, um ecrã de dimensões reduzidas ou uma ligação à Internet muito lenta;

• Não falar ou compreender fluentemente a língua em que o documento foi escrito;

• Ter os olhos, os ouvidos ou as mãos ocupados ou de outra forma solicitadas (por ex., ao volante a caminho do emprego ou a trabalhar num ambiente barulhento);

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• Ter uma versão muito antiga de um navegador, um navegador completamente diferente dos habituais, um navegador por voz, ou um sistema operativo menos vulgarizado.

2.4.1 Directivas para a acessibilidade do conteúdo Web

Todas as directivas presentes no “Web Content Accessibility Guidelines 1.0” abordam dois temas genéricos, assegurar uma transformação harmoniosa e tornar o conteúdo compreensível e navegável (W3C 2008b).

No que diz respeito a assegurar uma transformação harmoniosa, os criadores de conteúdo Web podem produzir páginas acessíveis ao utilizador normal e que ao mesmo tempo disponibilizem todos os aspectos funcionais necessários para o conjunto de utilizadores que apresentem um défice de acessibilidade. Alguns dos pontos-chave para a concepção de páginas no sentido de produzirem uma transformação harmoniosa são (W3C 2008b):

• Separar a estrutura da apresentação;

• Incluir texto (incluindo equivalentes textuais). O texto deve ser incluído de tal modo que seja passível de ser interpretado por praticamente todos os dispositivos de navegação e por quase todos os utilizadores;

• Criar documentos que cumpram a sua finalidade, mesmo que o utilizador não consiga ver e/ou ouvir. Fornecer informações que preencham a mesma finalidade ou função que o áudio ou o vídeo, de tal modo que se adaptem o melhor possível a canais sensoriais alternativos. Isto não significa que deva ser criada uma versão áudio pré-gravada de todo o sítio, para o tornar acessível a utilizadores cegos ou com grandes problemas de visão. Estes podem recorrer à tecnologia dos leitores de ecrã para extraírem todas as informações de texto das páginas;

• Criar documentos que não dependam apenas de um tipo de equipamento. As páginas devem poder ser utilizadas por pessoas que não possuam rato,

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que tenham ecrãs pequenos, de baixa resolução ou monocromáticos, que apenas recebam voz ou texto, etc.

2.4.2 Níveis de Prioridade dos Pontos de Verificação das Directivas para a Acessibilidade do Conteúdo Web

As directivas para a acessibilidade do conteúdo Web são constituídas por pontos de verificação, que se podem agrupar, de acordo com a sua prioridade, ou seja, de acordo com a sua importância para os utilizadores das páginas de internet. De acordo com isto são então definidos três níveis de prioridades para os referidos pontos cujas definições são as seguintes (Chisholm, Vanderheiden et al. 1999b):

• Nível 1 – pontos que os criadores Web têm absolutamente de cumprir sob o risco de um ou mais grupos de utilizadores ficarem impossibilitados de aceder á informação contida pelos documentos, ou seja, a implementação destes pontos irá tornar as páginas Web acessíveis a determinados grupos de utilizadores;

• Nível 2 – pontos que os criadores Web devem cumprir sob o risco de um ou mais grupos de utilizadores sentirem grandes dificuldades em aceder á informação contida pelos documentos, ou seja, a implementação destes pontos irá diminuir a intensidade ou mesmo eliminar grande parte das barreiras ao acesso a documentos sediados na internet;

• Nível 3 – pontos que os criadores Web podem satisfazer, sob o risco de um ou mais grupos de utilizadores sentir algumas dificuldades em aceder a alguma informação contida pelos documentos, ou seja, a satisfação destes pontos irá melhorar o acesso a documentos sediados na internet por parte de todos os utilizadores.

2.4.3 Conformidade

Ainda no documento onde são definidas as directivas para a acessibilidade do conteúdo dos sítios Web, é possível também verificar que o W3C define três níveis de conformidade para os sítios Web, sendo que cada nível é atingido através da

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verificação de um ou mais conjuntos de pontos de verificação (Chisholm, Vanderheiden et al. 1999b).

Os níveis de conformidade são apresentados por extenso no texto, de forma a ser possível serem entendidos quando passados a discurso sonoro. Os níveis então definidos são (Chisholm, Vanderheiden et al. 1999b):

• Nível de conformidade “A” – Para um sítio Web possuir este nível de conformidade tem de cumprir todos os pontos de verificação de prioridade 1;

• Nível de conformidade “Duplo A” – Para um sítio Web possuir este nível de conformidade tem de cumprir todos os pontos de verificação de prioridade 1 e 2;

• Nível de conformidade “Triplo A” – Para um sítio Web possuir este nível de conformidade tem de cumprir todos os pontos de verificação de prioridade 1, 2 e 3.

Para que os sítios Web estejam de acordo com as WCAG do W3C e para que possam utilizar qualquer menção de conformidade por estas mesmas directivas, terão obrigatoriamente de utilizar um dos seguintes formatos:

• Formato 1 – Especificar

o O título da directiva: "Web Content Accessibility Guidelines 1.0"; o O URI (Uniform Resource Identifier) da directiva:

http://www.w3.org/TR/1999/WAI-WEBCONTENT-19990505;

o O nível de conformidade satisfeito: "A", "Duplo A" ou "Triplo A"; o O âmbito abrangido pela declaração de conformidade (por ex.,

página, sítio ou porção definida de um sítio);

o Ex.: “Esta página está conforme perante o documento do W3C "Web Content Accessibility Guidelines 1.0", disponível em http://www.w3.org/TR/1999/WAI-WEBCONTENT-19990505, de nível "Duplo A”.

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• Formato 2 – Incluir em cada uma das páginas em relação ás quais se declara a conformidade, um dos três símbolos fornecidos pelo W3C e estabelecer a ligação entre esse símbolo e a respectiva explicação (da autoria do W3C) do que representa essa declaração.

o Nível de conformidade “A” ƒ

o Nível de conformidade “Duplo A”

ƒ

o Nível de conformidade “Triplo A”

ƒ

2.4.4 Intuito das Directivas para a Acessibilidade do Conteúdo Web

As directivas criadas pelo W3C com o intuito de criar uma base de consenso no que diz respeito à acessibilidade do conteúdo Web foram (Chisholm, Vanderheiden et al. 1999b):

1. Fornecer alternativas ao conteúdo sonoro e visual; 2. Não recorrer apenas à cor;

3. Utilizar correctamente anotações e folhas de estilo; 4. Indicar claramente qual a língua utilizada;

5. Criar tabelas passíveis de transformação harmoniosa;

6. Assegurar que as páginas dotadas de novas tecnologias sejam transformadas de forma harmoniosa;

7. Assegurar o controlo do utilizador das alterações temporais do conteúdo; 8. Assegurar a acessibilidade directa de interfaces de utilizador integradas; 9. Pautar a concepção pela independência face a dispositivos;

10. Utilizar soluções de transição;

11. Utilizar as soluções e directivas do W3C;

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25

12. Fornecer contexto e orientações;

13. Fornecer mecanismos simples e eficazes de navegação; 14. Assegurar a clareza e simplicidade dos documentos.

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2.5 Pontos de Verificação das Directivas para a Acessibilidade do

Conteúdo Web 1.0

Com o intuito de criar linhas orientadoras para os criadores de conteúdo web, o World Wide Web Consortium criou uma listagem de pontos de verificação das directivas para a acessibilidade do conteúdo Web. Esta listagem de pontos encontra-se agrupada pelo nível de prioridade apreencontra-sentado por cada um dos pontos, e encontra-se seccionado de acordo com as situações em que surge cada um deles.

PONTOS DE VERIFICAÇÃO DE NÍVEL 1

Generalidade

1.1 – Fornecer um equivalente textual para todos os elementos que não sejam texto. 2.1 – Assegurar que toda a informação representada por cores está também

disponível sem cor.

4.1 – Identificar claramente a mudança de língua no texto de um documento ou em equivalentes textuais.

6.1 – Organizar os documentos para que possam ser lidos sem as folhas de estilo.

6.2 – Assegurar que os equivalentes ao conteúdo dinâmico são actualizados quando o próprio conteúdo é alterado

7.1 - Evitar concepções que possam provocar intermitência do ecrã, até que os agentes do utilizador possibilitem o seu controlo.

14.1 Utilizar a linguagem mais clara e simples possível, adequada ao conteúdo do sítio.

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Se Forem Utilizadas Imagens ou Mapas de Imagens

1.2 Fornecer ligações de texto redundantes relativamente a cada região activa de um mapa de imagem sediado no servidor.

9.1 Fornecer mapas de imagem sediados no cliente em vez de no servidor, excepto quando as regiões não possam ser definidas através de uma forma geométrica disponível.

Se Forem Utilizadas Tabelas

5.1 Em tabelas de dados, identificar os cabeçalhos de linha e de coluna.

5.2 Em tabelas de dados com dois ou mais níveis lógicos de cabeçalhos de linha ou de coluna, utilizar anotações para associar as células de dados às células de cabeçalho.

Se Forem Utilizadas Frames

12.1 Dar, a cada frame, um titulo que facilite a identificação das frames e a navegação nelas.

Se forem Utilizadas Applets ou Scripts

6.3 Assegurar que todas as páginas possam ser utilizadas mesmo que os programas interpretáveis, as applets ou outros objectos programados tenham sido desactivados ou não sejam suportados. Se isto não for possível, fornecer informações equivalentes numa página alternativa, acessível.

Se Forem Utilizados Objectos Multimédia

1.3 Fornecer uma descrição sonora das informações importantes veiculadas pelos trechos visuais das apresentações de multimédia, até que os agentes do utilizador consigam ler, automaticamente e em voz alta, o equivalente textual dos trechos

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visuais.

1.4 Em apresentações multimédia baseadas em tempo (por ex., um filme ou uma animação), sincronizar as alternativas equivalentes (por ex., legendas ou descrições sonoras dos trechos visuais) e a apresentação.

Se Tudo Falhar

11.4 Se, apesar de todos os esforços, não for possível criar uma página acessível, fornecer uma ligação a uma página alternativa que utilize tecnologias do W3C, seja acessível, contenha informações (ou funcionalidade) equivalentes e seja actualizada tão frequentemente como a página original, considerada inacessível.

Tabela 1 - Pontos de Verificação de Nível 1 (Adaptado de (Chisholm, Vanderheiden et al. 1999a))

PONTOS DE VERIFICAÇÃO DE NÍVEL 2

Generalidade

2.2 Assegurar que a combinação de cores entre o fundo e o primeiro plano seja suficientemente contrastante para poder ser vista por pessoas com cromodeficiências, bem como pelas que utilizam ecrãs monocromáticos.

3.1 Sempre que exista uma linguagem de anotação apropriada, utilizar anotações em vez de imagens para transmitir informações.

3.2 Criar documentos passíveis de validação por gramáticas formais, publicadas. 3.3 Utilizar folhas de estilo para controlar a paginação (disposição em página) e a apresentação.

3.4 Utilizar unidades relativas, e não absolutas, nos valores dos atributos da linguagem de anotação e nos valores das propriedades das folhas de estilo.

3.5 Utilizar elementos de cabeçalho indicativos da estrutura do documento e fazê-lo de acordo com as especificações.

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3.6 Anotar correctamente listas e pontos de enumeração em listas.

3.7 Anotar as citações. Não utilizar anotações de citação para efeitos de formatação, como, por exemplo, o avanço de texto.

6.5 Assegurar a acessibilidade do conteúdo dinâmico ou fornecer uma apresentação ou página alternativas.

7.2 Evitar as situações que possam provocar o piscar do conteúdo das páginas (isto é, alterar a apresentação a intervalos regulares, como o ligar e desligar), até que os agentes do utilizador possibilitem o controlo desse efeito.

7.4 Não criar páginas de refrescamento automático periódico, até que os agentes do utilizador possibilitem parar o refrescamento.

7.5 Não utilizar anotações para redireccionar as páginas automaticamente, até que os agentes do utilizador possibilitem parar o redireccionamento automático. Em vez de utilizar anotações, configurar o servidor de modo a que seja ele a executar os redireccionamentos.

10.1 Não provocar o aparecimento de janelas de sobreposição ou outras, e não fazer com que o conteúdo da janela actual seja modificado sem que o utilizador seja disso informado, até que os agentes do utilizador tornem possível a desactivação de janelas secundárias.

11.1 Utilizar tecnologias do W3C sempre que estejam disponíveis e sejam adequadas a uma determinada tarefa; utilizar as versões mais recentes, desde que suportadas.

11.2 Evitar as funcionalidades desactualizadas de tecnologias do W3C.

12.3 Dividir grandes blocos de informação em grupos mais fáceis de gerir, sempre que venha a propósito.

13.1 Identificar claramente o destino de cada ligação.

13.2 Fornecer metadados para acrescentar informações semânticas a páginas ou sítios.

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13.3 Dar informações sobre a organização geral de um sítio (por ex., através de um mapa do sítio ou de um índice).

13.4 Utilizar os mecanismos de navegação de maneira coerente e sistemática.

Se Utilizar Tabelas

5.3 Não utilizar tabelas para efeitos de disposição em página, a não ser que a tabela continue a fazer sentido depois de linearizada. Se não for o caso, fornecer um equivalente alternativo (que pode ser uma versão linearizada).

5.4 Se for utilizada uma tabela para efeitos de disposição em página, não utilizar qualquer anotação estrutural para efeitos de formatação visual.

Se Utilizar Frames

12.2 Descrever a finalidade das frames e o modo como elas se relacionam entre si, se isso não for óbvio a partir unicamente dos títulos.

Se Forem Utilizados Formulários

10.2 Assegurar o correcto posicionamento de todos os controlos de formulários que tenham rótulos implicitamente associados, até que os agentes do utilizador venham a suportar associações explícitas entre rótulos e controlos de formulários.

12.4 Associar explicitamente os rótulos aos respectivos controlos.

Se Forem Utilizadas Applets ou Scripts

6.4 Em programas interpretáveis e applets, assegurar que a resposta a acontecimentos seja independente do dispositivo de entrada.

7.3 Evitar páginas contendo movimento, até que os agentes do utilizador possibilitem a imobilização do conteúdo.

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directamente acessíveis pelas tecnologias de apoio ou com elas compatíveis [prioridade 1 se a funcionalidade for importante e não estiver presente noutro local; prioridade 2, se não for o caso].

9.2 Assegurar que qualquer elemento dotado de interface própria possa funcionar de modo independente de dispositivos.

9.3 Em programas interpretáveis, especificar de resposta a acontecimentos, preferindo-as a rotinas dependentes de dispositivos.

Tabela 2 - Pontos de Verificação de Nível 2 (Adaptado de (Chisholm, Vanderheiden et al. 1999a))

PONTOS DE VERIFICAÇÃO DE NÍVEL 3

Generalidade

4.2 Especificar por extenso cada abreviatura ou acrónimo quando da sua primeira ocorrência num documento.

4.3 Identificar a língua principal utilizada nos documentos.

9.4 Criar uma sequência lógica de tabulação para percorrer ligações, controlos de formulários e objectos.

9.5 Fornecer atalhos por teclado que apontem para ligações importantes (incluindo as contidas em mapas de imagem sediados no cliente), controlos de formulários e grupo de controlos de formulários.

10.5 Inserir, entre ligações adjacentes, caracteres que não funcionem como ligação e sejam passíveis de impressão (com um espaço de abertura e outro de fecho), até que os agentes do utilizador (incluindo as tecnologias de apoio) reproduzam clara e distintamente as ligações adjacentes.

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de acordo com as suas preferências (por ex., por língua ou por tipo de conteúdo). 13.5 Fornecer barras de navegação para destacar e dar acesso ao mecanismo de navegação.

13.6 Agrupar ligações relacionadas entre si, identificar o grupo (em benefício dos agentes do utilizador) e, até que os agentes do utilizador a encarregar-se de tal função, fornecer um modo de contornar determinado grupo.

13.7 Se forem disponibilizadas funções de pesquisa, activar diferentes tipos de pesquisa de modo a corresponderem a diferentes níveis de competência e às preferências dos utilizadores.

13.8 Colocar informações identificativas no início de cabeçalhos, parágrafos, listas, etc.

13.9 Fornecer informações sobre colecções de documentos (isto é, documentos compostos por várias páginas).

13.10 Fornecer meios para ignorar inserções de arte ASCII com várias linhas. 14.2 Complementar o texto com apresentações gráficas ou sonoras, sempre que elas facilitem a compreensão da página.

14.3 Criar um estilo de apresentação coerente e sistemático, ao longo das diferentes páginas.

Se Forem Utilizadas Imagens ou Mapas de Imagens

1.5 Fornecer ligações de texto redundantes para cada região activa dos mapas de imagem no cliente, até que os agentes do utilizador proporcionem equivalentes textuais das ligações a mapas de imagem sediados no cliente.

Se Forem Utilizadas Tabelas

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33

5.6 Fornecer abreviaturas para os rótulos de cabeçalho.

10.3 Proporcionar uma alternativa de texto linear (na mesma ou noutra página), relativamente a todas as tabelas que apresentem o texto em colunas paralelas e com translineação, até que os agentes do utilizador (incluindo as tecnologias de apoio) reproduzam correctamente texto colocado lado a lado.

Se Forem Utilizados Formulários

10.4 Incluir caracteres predefinidos de preenchimento nas caixas de edição e nas áreas de texto, até que os agentes do utilizador tratem correctamente os controlos vazios.

Tabela 3 - Pontos de Verificação de Nível 3 (Adaptado de (Chisholm, Vanderheiden et al. 1999a))

São os pontos de verificação presentes nas tabelas 1, 2 e 3 é que servirão de base para todo o processo de avaliação inerente ao presente projecto de investigação, pois constituem a base regulamentar da acessibilidade do conteúdo Web.

(50)

34

2.6 A Acessibilidade Web 2.0

Apesar de existir alguma controvérsia na definição de Web 2.0 (também designada por Web Social), parece haver concordância em associar o conceito de redes sociais a esta nova versão da Web, onde são enfatizados as Wikies,

Folksonomies (Sabino 2007). Ou seja, a Web 2.0 surge como repositório de

informação em que cada utilizador adiciona o seu contributo (de modo colaborativo), aumentando desta forma o conhecimento existente na Web.

Segundo Vossen, o conceito de Web Social veio trazer uma nova dimensão à Web que até ao momento era composta pelos eixos “dados” e “funcionalidades”, sendo-lhe adicionado o eixo “socialização”. Este eixo surgiu do impacto que a Web causou na sociedade, não só no contexto laboral, como na maneira como as pessoas comunicam e interagem entre si. Parafraseando, a Web 2.0 mudou drasticamente a participação dos utilizadores na Web, sendo esta utilizada como um meio de comunicação, uma plataforma de socialização, um fórum de discussão, uma plataforma de negócio e um repositório para enciclopédias e outras fontes de conhecimento (Vossen and Hagemann 2007).

Contudo, o conceito de Web Social ou Web 2.0 não é linear, sendo ainda nos dias de hoje, um conceito cuja definição ainda causa alguma polémica na comunidade científica. Um exemplo desta situação é a divergência de opiniões apresentadas por Tim O’Reilly (que introduziu o conceito de Web 2.0) (O'Reilly 2005) e por Tim Berners-Lee (criador da Web).

De acordo com Berners-Lee, se o conceito de Web 2.0 refere a blogs e a wikis, então estamos a falar de ligações pessoa a pessoa, o que realmente era o objectivo da Web desde o seu inicio, ou seja, desde a Web 1.0. Para além disso, Web 2.0 significa utilizar as normas que têm vindo a ser produzidos por todas as pessoas que trabalham na Web 1.0. (Anderson 2006).

Segundo O’Reilly, a Web 2.0 não possui uma definição rígida, mas distinta da Web 1.0, dado que a Web 2.0 apresenta-se como sendo um conjunto de princípios e práticas, visando ser uma plataforma que possibilita a disponibilização de informação para o desenvolvimento da interligação entre pessoas e organizações (O'Reilly 2005).

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Tabela 4 - Ferramentas de avaliação de acessibilidade apresentadas pelo W3C.
Ilustração 1 - Resultados da avaliação organizados pelas prioridades das WCAG 1.0 do W3C
Ilustração 2 - Resultados da avaliação organizados pelos pontos de verificação das WCAG 1.0 do  W3C
Ilustração 3 – Comparação entre os sítios Web referentes ao Grupo Alvo Inicial que se encontram  disponíveis e os que não existem ou estão em manutenção
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Referências

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