• Nenhum resultado encontrado

A Ilha das Flores : a génese e evolução da costa ocidental da ilha das Flores.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A Ilha das Flores : a génese e evolução da costa ocidental da ilha das Flores."

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

A ILHA DAS FLORES: A GENESE E

EVo~u~ao

DA COSTA OCIDENTAL DA ILHA DAS FLORES.

Secretaria Regional do Turismo e Ambiente DireqBa de Sewips de Ambiente

P-9500 PONTA DELGADA

0

presente trabalho insere-se na expedi~ao cientifica organizada pelo Departamento

de Biologia da Universidade dos Awres, llha das Flores e que decorreu de 4 a 11 de Julho de 1989.

Durante o curta espaqo de tempo que perrnanecemos, podemos obsewar, e

debru~armo-nos sobre a geografia fisica da llha e evoluqao da costa Ocidenfal, ap6s os desabamentos ooorridos na Ponta da Faj%, a 1 &/I 2187, tendo ficado soterrada uma Emida e deslruido algumas casas.

Percorremos caminhos pedonais, desde a Ponta da faja at8 Ponta Delgada, a urna altitude media dos 4 5 0 ~ 1 , observando urna vegetaMo lntensa e luxuriante.

Apesar de nos encontrarmos em pleno

verso

foram inljmeras as linhas de dgua

(perenes) que atravessamos, e quase sernpre o caminho apresentava-se enlameado, tal a abundancia de Agua

nesta

vertente.

1 . Asoectos Gerais

A llha das Flores far parte, conjuntamente corn a llha do Corn, do G r u p Ocidental

do

Arquip4lago

dos

Apres. De coordenadas aproxirnadamente 39.25 N e 31 .I 3

0

U.T.C., 4 a llha mais Ocidental do Arquip6lago.

Nao

nos podemos debru~ar sobre a evolu~ao da vertente Oeste da Ilha,

sem,

em

primeiro lugar,

atendermos

aos principais processos que contribuiram para a sua

evoluqlo.

VArias foram as fases que, ao longo de mil6nios, conttibuiram para a forma~%o da Ilha, desde o vubanismo submarino at8 ao vulcanismo sub-a8reo

corn

diferentes fases de

efusao, umas basicas corn caraderisticas de derrarnes IAvicos, outras acidas e explosivas corn

caracterlsticas de materiais de p r o j e ~ % o . Nao foram

s6

estes fendmenos end6genos que contribuirarn para a sua formaq%o; outros processos

exdgenos

ao longo dos rnilbnios

moldaram e alteraram as formas iniciais,

como

o clirna e seus elementos, a escorrencia

(2)

A llha & bastante antiga, sendo a msta Ocidental (onde se localizou o nosso trabalho), a parte wrresponde

as

fases eruptivas mats antlgas s u b - a h a s que se fizeram sentir, intercaladas

corn

materiais de projeqao.

Desde a Ponta do Albernaz, a Noroeste da Ilha, at8

A

panta des Bredos, quase no

extremo Sudoeste da Ilha, a costa apresenta uma

configuracao

escarpada e alcantilada, corn excep~ao das reenlrhmcias da Ponta da Faja, Faj% Grande e FajBzinha.

Toda a costa 4 abrupta com altitude rnddia da ordem

dos

600m. Constitui,

s6

por si, urna barragern de condensaflo aos ventos gerais de Oeste que nessas latitudes se k e r n sentir,

aumentando

consideravelrnente a precipitaflo ao longa de toda a costa.

2.

Geomorfoloaia

0 s

processos rnorfogen8ticos ou rnorFoclim&ticos mais precisamente s80 bem visiveis devido a

vArios

factores entre os quais, a precipitagau, meteorizagao

(awao

qulmlca das

Aguas),

a a@o das dguas correntes (rede fluvial) e a vegetaqao que, por incrivsl que parea, mntribuiu grandernente para a degradaHo e parti@o dos materiais rochosos, dado que as

fortes raizes vso abrindo diaclases em rochas jd

bastante

alteradas.

De referir ainda a

abrasao

marinha

provocada

pela aqao das vagas de Oeste, bastante intensas nesta costa que ao lenga de milenios, tern alterado as formas iniciais, forrnando as

formas finais que s3o as FajBs.

SAo bem visiveis os processos acima

ciiadas, mostrando

esta escarpa, mais a Sul, urn

recuo da arriba onde se inslalaram a Ponta da Faja, Faja Grande e Fajazinha, apresentando anteriormente, esta mesma arriba,

uma

configura~ao recfilfnea em relat;%o parte mais a Norte destn mesma costa.

Vamos assim anaAsar isoladamente, se bem que interligados, estes processos, apesar

deles, em conjunto oontribuirem para o process0

final

qu0 &

o

tema em estudo: a altera@o da

arriba 0 a

fomaq%o

das formas finais "as

Fajasw.

A Geologia, B urn processo

pasivo

que se

comporta

em quesMes de durabilidade corn maior ou menor intensidade, dependente dos processos morfocArn8ticos.

Toda a escarpa 6 formada de

basaltos afcalinos

(Havaitos s Mugearitos), jB que as primeiras erupq3es tiverarn lnlcio no Pliocenico e datam do inicio da forma@o da ilha, derramaram lava intercalada de materiais de proje-80.

Mais

tarde, a parte Sul da aniba foi recuando

corn

maior velocidade (devido

P

rede hidrogrAfica ser mais intensa), forrnado-se prirneirarnente a

Fajarinha,

seguida da Faja Grande e finalmente a Ponta da FajB, resultando dai as "FajBs", formadas de dep6sitos de vertente (arriba que recuou)

.

Pam destes dep6sitos de vertente, foram posteriorrnente cobews (Faja Grande), pelos " w l t o s da F a

G r a w .

Sendo de brmqao mais recente,

pertencendo

jB ae quatemario recente, soterrando os dewsitos de vertente ja existentes da Faja Grande.

(3)

"Estes basaltos da Faja Grande corn plagioclases a olivina sairam da pequenos

aparelhos vukanicos situados na base das arribas, a NE da Faj&inha, enchendo por completo uma antiga

bala

ali existente, correndo para NO at4 ao porto da Faja Grandem Zbyszewski.

Seria uma bacia coma Zbysxswski chama, ou dep6silos de vertente ?

Tal como afirma sem qualquar dhida, as forrnafles mais recentes

sib

"0s basaltos

da

Faja Grande", mas a explicaMo rnais plausivel aponta para qua o derrame dos "Basaltos da FajB Grande", tivessem cobsrto os dep6sitos de vertente jA existentes, restando os afloramentos da Fajainha e os da Ponta da Faja, tamMm cobertos em parte por materiais de

p r o j e w o mais recente.

3,

CI5ma

-

A precipitaqiio

A influencia do clima sobre o relevo B bastante significativa (processes morfoclim8ticxrs), resultando dai as formas finais.

Segundo KOppen, o clima de St.

Crur

6 do tipo Csa, chuvoso e ternperado corn Vetoes secos e quentes, refira-se que esta classifi@o

tt

de St. Cruz corn uma altitude de 39 m.

8 m t a Gruz

-

Flares 99m

(4)

GrAfico Termo Pluviorn$trico T i p didtlm -undo Kbppen

Jan Fev Mar Abr Mal Jun Jul Ago Set Nov OFtZ

[I

PrecipitaNo t a r 1 '0' Temperama medla mensal

Analisando os

quadms

de precipitaflo em anexo, Faja Grande 100 rn e Ponta Delgada 150 m, apesar de nao serem dados em altitude, rnesmo assim registam msdias anuais de precipitaMo elevadas corn 1399.9 YrnZ e 1641.4 IJm2 respectivamente.

A Faja Grande regista anualmente, 40 dias corn precipitaga 2 10 1 / m2 e 176 dias

corn precipitagao 2 0.1 I I m2, totalizando anualmente 21 6 dias corn precipitac;%o.

Ponta Delgada, corn uma altitude 150 m regista 50 dias anualmente corn precipitaHo 2 10 1 I m2 e 192 dias corn precipitaHo 2 0.1 I I m2 tatalizando 242 dias anualmente. Em altitude e nesta mesma costa os dias de predpita~ao devem atingir anualmente os 300 dias, o que 6 bastante signifcativo.

(5)

500 1199 4 . u .I" .. U C l U I." L W ' I " 1 I" 1W I 1 Y 180 I I" I .Y I S U I-" 1 - I I" , < w l"" U w 70 W W

."

P *"

Por esta razao e outras que se

seguem,

provam que os curws de hgua nasta costa sejam

perenes, mesmo em pleno Verao (Julho) quando, da

nessa

estadia nesta ilha.

Outms elementos que venham condicionar a presenGa constante de linhas de Agua nesta

vertente Oeste 8,

sem

dovida, a insolaCao, corn um total de 1500 h anuais de c4u

descoberto

em St. Cruz. Cont~ido o nlSmero de horas diminui

corn

o factor altitude, o que vem agravar

subst~nciatmente o nlirnero de dias de c6u descoberto.

A nebulosidade 6 elevada a qualquer hora

do

dia em St. Crux (39

m),

mesmo nos meses

de Verge. Na zona em estudo, a nebulosidade B ainda mais elevada provocando uma evapora@o minima do solo, condicionando assim a presenGa constante de

Agua

e sua escorr&ncia

superficial em

direc@o

A costa Oeste.

4. Conclusti~

Cremos

que, tera surgido prirneirarnente a Fajazinha corn a

presenGa

quase constante de cursos de Agua nesta Area, provocando o recuo da arriba e forrna~ao dos depdsitos de vertente.

Mais

tarde, e corn a aa$o

constante

das

hguas

cerrentes cada vez mais intensa ?er- -se-ia formado a Faja

Grande

mais a Norte.

Actualmente a Ponta da FajSL

estA

a recuar como consequgncia dos recantes

desabamenios, formando-se mais

lade

e ao longo desta costa outras Faj%s devido $ intensa escorrencla superficial e remechimento marinho.

Blblioarafia Citada

STRAHLER, Arthur N., 1981. "Geografia Fisica" 767 pp. Ediciones Omega, S. A.

-

Casanova, 220

-

Barcelona

-

36.

(6)

PEIXOTO, Jose Pinto, 1987. "As variafles do clirna e do ambienten 127 pp. Secretaria de Estado do Ambiente e dos Recursos Naturais

-

GrAfica Europan Ma. Men Martins.

PEIXOTO, Jose Pinto, 1987.

"0

sistema climdtico e as bases fisicas do cllrnaw 127 pp. Secretaria de Estado

do

Ambiente e dos Recursos Naturais - Grilfica Europan M a . Men Martins.

MARTONE, E., 1953. "Panorama de

geografiaw

Volume II 1, EdiMes Cosmos, Lisboa.

CHRISTOFOLETTI, Antbnio, 1980. "Geomorfologia" Editora Edgard Blucher, Lda., Sao Paulo.

(7)

Referências

Documentos relacionados

A ideia da pesquisa, de início, era montar um site para a 54ª região da Raça Rubro Negra (Paraíba), mas em conversa com o professor de Projeto de Pesquisa,

A combinação dessas dimensões resulta em quatro classes de abordagem comunicativa, que podem ser exemplificadas da seguinte forma: interativo/dialógico: professor e

b) Execução dos serviços em período a ser combinado com equipe técnica. c) Orientação para alocação do equipamento no local de instalação. d) Serviço de ligação das

A Escala de Práticas Docentes para a Criatividade na Educação Superior foi originalmente construído por Alencar e Fleith (2004a), em três versões: uma a ser

responsabilizam por todo e qualquer dano ou conseqüência causada pelo uso ou manuseio do produto que não esteja de acordo com as informações desta ficha e as instruções de

Nessa medida, procedeu-se inicialmente à revisão da literatura disponível sobre a resiliência, com especial ênfase na sua relação com a prática desportiva e o suporte social,

mais generalistas. Constatei que, sendo a Medicina Geral e Familiar o pilar da prestação de cuidados primários de saúde, engloba uma enorme abrangência de abordagens, que vão desde

1.2 A seleção destina-se ao provimento de vagas e cadastro de reserva, sob regime estatutário, no quadro da Prefeitura Municipal de Francisco Alves de acordo com as Tabelas 2.1,