• Nenhum resultado encontrado

Paisagens do consumo: Dinâmica espacial das principais ruas de comércio alimentício do bairro do Alecrim, Natal-RN..

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Paisagens do consumo: Dinâmica espacial das principais ruas de comércio alimentício do bairro do Alecrim, Natal-RN.."

Copied!
94
0
0

Texto

(1)

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

DARA EMANUELLA RODRIGUES DE FREITAS CRUZ

PAISAGENS DO CONSUMO: DINÂMICA ESPACIAL DAS PRINCIPAIS RUAS DE COMÉRCIO ALIMENTÍCIO DO BAIRRO DO ALECRIM,

NATAL-RN.

NATAL, RN 2019

(2)

PAISAGENS DO CONSUMO: DINÂMICA ESPACIAL DAS PRINCIPAIS RUAS DE COMÉRCIO ALIMENTÍCIO DO BAIRRO DO ALECRIM,

NATAL-RN.

Monografia apresentada ao Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do título de Bacharel em Geografia.

Orientadora: Prof.ª. Drª. Eugênia Maria Dantas

NATAL, RN 2019

(3)

PAISAGENS DO CONSUMO: DINÂMICA ESPACIAL DAS PRINCIPAIS RUAS DE COMÉRCIO ALIMENTÍCIO DO BAIRRO DO ALECRIM,

NATAL-RN.

Natal, 02 de dezembro de 2019.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Prof.ª Dr.ª (Eugênia Maria Dantas)

________________________________________ Prof. Dr. (Ademir Araújo da Costa)

________________________________________ Ms. (Soneide Moura da Costa)

NATAL, RN 2019

(4)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes – CCHLA

Cruz, Dara Emanuella Rodrigues de Freitas.

Paisagens do consumo: dinâmica espacial das principais ruas de comércio alimentício do bairro do Alecrim, Natal-RN / Dara Emanuella Rodrigues de Freitas Cruz. - 2019.

94 f.: il.

Monografia (graduação) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Departamento de Geografia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2019. Natal, RN, 2019.

Orientador: Prof. Dr.ª Eugênia Maria Dantas.

1. Alecrim (Natal, RN) - Monografia. 2. Espaço - Monografia. 3. Paisagem - Monografia. 4. Comércio - Monografia. 5. Consumo - Monografia. I. Dantas, Eugênia Maria. II. Título.

(5)

Gostaria primeiramente de agradecer a Deus por ter me dado o dom da vida e por me dar forças em todos os momentos difíceis, me mostrando que eu era capaz de conseguir realizar todos os meus sonhos. Em seguida, agradeço a minha família, de forma especial a minha mãe, Rosângela, que sempre me apoia e me incentiva quando, por muitas vezes, penso ser incapaz. Quando eu não acredito em mim, ela me acolhe com suas palavras, que sempre me confortam e me motivam para seguir em frente. Te amo!

Ao meu pai, que mesmo com as diferenças existentes sempre foi muito importante para mim.

Aos meus avós maternos José de Freitas e Rosa Rodrigues, os quais praticamente me criaram. Saibam que levarei comigo sempre seus ensinamentos de amor e humildade perante o próximo, ambos foram muito importantes na minha vida educacional desde criança, assim também como meus avós paternos, Izolda e Manoel Cruz, que sempre contribuíram para minha vida pessoal e que sempre se preocuparam para que eu tivesse uma boa formação acadêmica.

Aos colegas que a universidade me deu, obrigada pela incrível convivência durante esses anos de curso, por todos os momentos bons que passamos juntos, e por terem me ajudado tanto durante esse período. Em especial, aos meus amigos Thaisa Angelo, Rosimeire Maia, Clara Beatriz, Karoline Arruda, Ana Clara, Breno Garcia, Gabriella Cristina, Anderson Geová, Iury Medeiros e Lucyanna Saturno.

Às minhas amigas Juliana Farias, Jessiane Santiago, Anyelle Thalita, Mayara Souza por todo o suporte na minha vida pessoal e acadêmica, que vivenciaram muitos momentos bons e ruins comigo, mas me ajudaram a passar por ambos, vocês são muito especiais para mim. Obrigada a cada uma por sempre me acolher e me incentivar a não desistir.

Aos meus amigos e supervisores da TP, em especial à Jeovane, que aguentaram meus dias difíceis e que foram compreensivos comigo, me incentivando a concluir essa fase da minha vida.

(6)

Obrigada pelo apoio durante esses dias.

À professora Dra. Eugênia Maria Dantas, minha orientadora desde a iniciação científica. Seu exemplo de dedicação me motiva a seguir em frente. Sempre me incentivou, não somente academicamente, mas também pessoalmente, sou extremamente grata por tudo que sempre fez por mim.

A todos os professores do Departamento de Geografia da UFRN, pelos ensinamentos passados durante o período do curso.

Ao PET (Programa de Educação Tutorial), por contribuir com minha formação acadêmica de maneira mais ampla.

E por fim, a todos que estiveram comigo durante esse período muito importante em minha vida. O meu muito obrigada!

(7)

“A persistência é o caminho do êxito” Charles Chaplin

(8)

O estudo apresenta como temática a paisagem geográfica. A relação entre espaço e consumo se configura presente na construção da paisagem, desta feita, o bairro Alecrim, em Natal-RN, se apresenta como um exemplo dessa relação, contendo em sua trama arranjos que denotam a preponderância da atividade comercial voltada para diversos tipos de consumo em um único local. Assim, a relação entre consumo e espaço tecem a paisagem do bairro revelando interesses, conflitos e disputas, sendo essa a problemática deste. Assim, evidenciamos como se dá a relação entre espaço e consumo na configuração da paisagem no espaço citadino no referido bairro. Metodologicamente foram analisadas dez ruas no bairro. A pesquisa está ancorada em pesquisas bibliográficas, observação, descrição e registro do local estudado, entrevistas com comerciantes, feirantes, transeuntes e consumidores. No decorrer do estudo, fica evidente que no bairro existe a predominância de ruas de comércio e que o segmento da alimentação está fortemente presente no local, mesmo não estando organizado de forma mais igualitária nas principais ruas estudadas.

(9)

The study presentes as its theme the geographical landscape. The relationship between space and consumption is presente in the construction of the landscape, this time, the Alecrim neighborhood, in Nata-RN, presentes itself as an example of this relationship, containing in its plot arrangements that denote the preponderance of comercial activity aimed at various types. Of consumption in one place. Thus, the relationship between consumption and space weaves the neighborhood landscape revealing interests, conflicts and disputes, which is the problematic of this. Thus, we show how the relationship betwenn space and consumption occurs in the landscape configuration in the city space in the referred neighborhood. Methodologically tem streets in the neighborhood were analyzed. The research is anchored in bibliographic searches, observation, description and registration of the study site, interviews with merchants, marketers, passers-by and consumers. Throughout the study, it is evidente that in the neighborhood there is a predominance of shopping streets and that the food segment is strongly presente in the place, even though it is not organized more equally in the main streets studied.

(10)

Figura 01: Limites do bairro do Alecrim. ... 14

Figura 02: Localização do Bairro do Alecrim ... 27

Figura 03: Camelódromo do Alecrim ... 29

Figura 04: Vendedores ambulantes (comércio informal) do Alecrim. ... 30

Figura 05: Banca de frutas na feira do Alecrim. ... 34

Figura 06: Localização das ruas de estudo. ... 36

Figura 07: Rua Agostinho Leitão ... 37

Figura 08: Rua Amaro Barreto ... 40

Figura 09: Relógio em frente à praça Gentil Ferreira ... 41

Figura 10: Avenida Coronel Estevam ... 42

Figura 11: Cruzamento da avenida Coronel Estevam com a Avenida Presidente Bandeira. ... 44

Figura 12: Loja de produtos agrícolas na Rua Dr. Luiz Dutra... 45

Figura 13: Clínica odontológica na Rua Dr. Mário Negócio. ... 48

Figura 14: Faixada do Shopping 10. ... 49

Figura 15: Faixada de loja na Rua Leonel Leite. ... 50

Figura 16: Residências na rua Pajeús ... 51

Figura 17: Loja de material de construção na avenida Presidente Bandeira ... 54

Figura 18: Banco na avenida Presidente Bandeira. ... 55

Figura 19: Parada de ônibus na avenida Presidente Bandeira. ... 56

Figura 20: Loja de peças automotivas na Rua Presidente José Bento. ... 58

Figura 21: Lojas de comercialização de produtos alimentícios da Rua Presidente Quaresma... 60

Figura 22: Feira do Alecrim ... 63

Figura 23: Banca de grãos na feira do Alecrim. ... 64

Figura 24: Banca de produtos derivados do leite. ... 65

Figura 25: Banca de frango ... 66

Figura 26: Fachada da loja Outlet 25 Demais. ... 82

(11)

Gráfico 01: Tipologia dos Entrevistados ... 67

Gráfico 02: Tempo de funcionamento dos estabelecimentos no bairro. ... 68

Gráfico 03: Impressões sobre a organização do bairro. ... 69

Gráfico 04: O Alecrim em relação ao setor alimentício. ... 70

Gráfico 05: Melhor solução para que os estabelecimentos informais se reorganizassem no bairro. ... 71

Gráfico 06: O que desfavorece o comércio alimentício no bairro. ... 72

Gráfico 07: Opinião dos entrevistados ao serem questionados se de um modo geral tudo o que eles procuram, eles acham no Alecrim. ... 73

(12)

AEBA – Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços RN – Rio Grande do Norte

SEMSUR – Secretaria Municipal de Serviços Urbanos

SEMURB – Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(13)

1. INTRODUÇÃO ... 13

2. PAISAGEM, ESPAÇO E CONSUMO: SUAS INTER-RELAÇÕES ... 18

2.1 O COMÉRCIO POPULAR E SUAS ABRANGÊNCIAS ... 23

2.2 O COMÉRCIO DE BAIRRO NO ALECRIM ... 26

3. CARACTERIZAÇÃO DAS ATIVIDADES COMERCIAIS VOLTADAS PARA O CONSUMO ALIMENTÍCIO NO BAIRRO DO ALECRIM... 33

3.1.1 RUA AGOSTINHO LEITÃO ... 37

3.1.2 RUA AMARO BARRETO ... 38

3.1.3 AVENIDA CORONEL ESTEVAM ... 42

3.1.4 RUA DOUTOR LUIZ DUTRA ... 45

3.1.5 RUA DOUTOR MÁRIO NEGÓCIO ... 46

3.1.6 RUA LEONEL LEITE ... 48

3.1.7 RUA DOS PAJEÚS ... 51

3.1.8 AVENIDA PRESIDENTE BANDEIRA ... 52

3.1.9 RUA PRESIDENTE JOSÉ BENTO ... 57

3.1.10 RUA PRESIDENTE QUARESMA ... 59

3.1.11 RUA PRESIDENTE QUARESMA (FEIRANTES) ... 62

4. REFLEXÃO SOBRE A PAISAGEM COMO TRAMA, SEUS SEGMENTOS E POSSÍVEIS MUDANÇAS ... 75

4.1 O SEGMENTO DA ALIMENTAÇÃO COMO TRAMA DA PAISAGEM NO ALECRIM ... 76

4.2 PRÁTICAS FUTURAS PARA A ESTRUTURAÇÃO E MODERNIZAÇÃO DO BAIRRO ... 79

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 86

REFERÊNCIAS ... 89

(14)

1 INTRODUÇÃO

A geografia busca intercalar o conhecimento do espaço às ações humanas no ambiente. Tais ações tornam-se modelagens paisagísticas significativas para aqueles que a vivem. Segundo Meinig (2002, p. 35) “Qualquer paisagem é composta não apenas por aquilo que está à frente de nossos olhos, mas também por aquilo que se esconde em nossas mentes”. A paisagem, portanto, tem sempre uma dimensão relacionada ao que vivemos.

A partir da paisagem podemos identificar e situar as características de um determinado local, cuja geografia decorre do encontro com escalas e a realidades vividas. A paisagem pode ser compreendida como aquilo que vemos, formada por volumes, cores, movimentos, odores, sons e texturas, sendo uma vertente geográfica, uma vertente espacial formada por fluxos, movimentos e conexões.

Este trabalho se volta à análise da paisagem de um determinado espaço urbano. O conceito de espaço urbano, explicado por Corrêa (1989), mostra a sua importância perante a sociedade, sendo o espaço urbano um local onde podemos inferir relações espaciais.

Eis o que é espaço urbano: fragmentado e articulado, reflexo e condicionante social, um conjunto de símbolos e campos de lutas. É assim, a própria sociedade em uma de suas dimensões, aquela mais aparente, materializada nas formas espaciais (CORRÊA 1989, p. 9). Eis

Portanto, o espaço é o local de apreciação de imagens, é lá onde elas são produzidas, sentidas e vivenciadas, e assim reproduzidas nas paisagens. A partir dos nossos sentidos, podemos perceber como a dinâmica espacial irá interferir na paisagem do local e a partir disso compreendermos como isso ocorre.

A pesquisa traz como tema a paisagem geográfica, que segundo Dardel (2015, p. 30) é “Muito mais que mais que uma justaposição de detalhes pitorescos, a paisagem é um conjunto, uma convergência, um momento vivido, uma ligação interna, uma ‘impressão’, que une todos os elementos”. A geografia trabalha com imagens, recorrendo a diferentes linguagens na busca de informações como forma de expressar suas interpretações, hipóteses e conceitos.

(15)

O presente trabalho busca compreender os fluxos, os movimentos e as conexões existentes no bairro do Alecrim, em Natal, no Rio Grande do Norte. Localizado na Zona Administrativa Leste da cidade, fazendo limite a Norte com o rio Potengi e a Cidade Alta, a Sul com Lagoa Nova e Dix-Sept Rosado, a Leste com Barro Vermelho e Lagoa Seca e a Oeste com as Quintas (Figura 1). De acordo com a SEMURB (2016, p. 169), o Alecrim em sua origem caracterizava-se por caracterizava-ser uma região de poucas habitações, criado 1911 teve caracterizava-seus limites oficializados em 1947.

Figura 1: Limites do bairro do Alecrim.

(16)

Segundo Bezerra (2005) a feição do bairro começou a ser delimitada a partir da administração do Prefeito Omar O’Grady, que no ano de 1920 contratou o arquiteto italiano Giacomo Palumbo, para traçar o Plano de Sistematização com o intuito de promover a expansão urbana da cidade. Bezerra (2005) relata que o arquiteto projetou as avenidas e ruas, as quais foram registradas com números, do 1 ao 12, associando-se os números com o nome de personagens históricos, intercalados com nomes de tribos de índios que viveram no território norte-rio-grandense.

De acordo com Gomes; Costa; Costa (2015), foi a partir do ano de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, com a instalação da Base Naval, que o bairro apresentou um acelerado processo de urbanização e desenvolvimento. Foi durante esse período que se registrou o aumento populacional neste bairro, com a vinda de pessoas do sertão, e de outras regiões, com a finalidade de desenvolver negócios na capital.

Até hoje o bairro ainda tem como marca registrada o comércio popular, com sapatarias, lojas de roupas e tecidos, produtos agrícolas e as barbearias, que resistem ao tempo, assim também como os bares de esquinas com jogo do bicho, uma tradição do lugar. Na década de 1980, foi construído o camelódromo, com intuito de resolver o problema gerado pela aglomeração e conflitos entre ambulantes e comerciantes do local, edificado em trecho da avenida Presidente Bandeira, que reúne vendedores ambulantes que comercializam produtos diversificados.

A relação entre espaço e consumo se configura presente na construção da paisagem. O bairro Alecrim em Natal se apresenta como um exemplo dessa relação, contendo em sua trama arranjos que denotam a preponderância da atividade comercial voltada para vários tipos de consumo em um único local. Nesse sentido, a relação entre consumo e espaço tecem a paisagem do bairro revelando interesses, conflitos e disputas, sendo essa a problemática deste estudo. Nesse contexto evidenciamos como se dá a relação entre espaço e consumo na configuração da paisagem no espaço citadino, assume a centralidade do estudo, que segue acompanhada de questões específicas como: a paisagem do bairro do Alecrim é tecida para atender a relação espaço/consumo, como isso ocorre? Quais arranjos espaciais denotam a

(17)

preponderância da atividade comercial voltada para o consumo popular no bairro? Em que medida a paisagem revela interesses, conflitos e disputas a partir da relação espaço e consumo no bairro?

A pesquisa tem como objetivo geral analisar a relação espaço e consumo na configuração da paisagem citadina no bairro Alecrim. De forma mais específica: discutir sobre a paisagem do bairro do Alecrim considerando a relação espaço/consumo; Caracterizar a (des)organização do espaço a partir dos arranjos espaciais que denotam a preponderância da atividade comercial voltada para o consumo alimentício; Refletir sobre a paisagem como uma trama que revela interesses, conflitos e disputas no bairro considerando a relação espaço e consumo;

A vida em cidades tornou-se o padrão de convivência social na contemporaneidade, assim como a fragmentação do espaço em territórios que expressam a multiplicidade de desejos e expectativas que os sujeitos/grupos sociais apresentam em suas trajetórias espaciais. Caminhar pela cidade é deparar-se com materializações, cuja interpretação contém desafios, na medida em que se apresentam contidas em um emaranhado de significados e atravessada por intencionalidades e possibilidades das mais diferentes ordens (econômica, política, cultural). Nessas paisagens encontramos os mais diversos elementos que são responsáveis pela multiplicidade territorial, que caracteriza a cidade moderna; que conduzem a reflexão a respeito das práticas espaciais; que abrem os interstícios por onde se movem os interesses, as intencionalidades, os poderes, os saberes, as materialidades e as imaterialidades. Tais elementos que regem as ações e os objetos no e pelo espaço se fazem presentes simultaneamente tecendo as paisagens do Alecrim. Daí a pertinência da pesquisa para a cidade e para os estudos geográficos.

A monografia está organizada em quatro capítulos. O primeiro é composto pela introdução. No segundo “Paisagem, espaço e consumo: suas interelações”, fazemos uma discussão sobre essas temáticas e como as mesmas estão interrelacionadas constituindo a trama locacional de um local. No terceiro capítulo, “Caracterização das atividades comerciais voltadas para o consumo alimentício no bairro do Alecrim”, procuramos entender como a des(organização) do espaço a partir dos arranjos espaciais do setor alimentício caracteriza o

(18)

bairro. No quarto capítulo, “Reflexão sobre a paisagem como trama e seus possíveis segmentos”, buscamos identificar possíveis ações previstas para uma melhor organização deste bairro. Por fim, nas considerações finais, serão apresentadas as conclusões sobre o estudo além de apontar caminhos de solução para a problemática investigada.

Como técnicas de coleta foram realizadas: pesquisas bibliográficas com levantamento de referenciais sobre o bairro do Alecrim, considerando a relação entre paisagem/espaço/consumo; observação, descrição e registro da área estudada; entrevistas com os diferentes segmentos que estão implicados na produção da paisagem como: comerciantes, secretária de mobilidade urbana, consumidores; mapeamento da área estudada, evidenciando os pontos mais frequentados pela população e o que o transeunte busca no local. Em relação as fontes são utilizadas as de natureza primária com registro fotográfico da área; diário de campo, roteiro de entrevistas e fontes secundárias com buscas em bibliotecas, banco de dados relativos a atividade comercial, periódicos, teses, dissertações, monografia e produções didáticas (livros, roteiros de ensino) que tratem sobre o bairro do Alecrim, considerando sua historicidade, bem como a relação espaço e consumo popular.

A metodologia utilizada para escolher as ruas de análise no bairro e aplicação de questionários, foi a mesma utilizada por Lopes (2018), que avalia as principais ruas de comércio do Alecrim, que possuem mais de 50% de seu uso voltado para fins comerciais. Conforme já ressaltado, no total, foram analisadas 10 ruas e avenidas, sendo elas Dr. Luiz Dutra, Presidente Quaresma, Presidente Bandeira, Agostinho Leitão, Amaro Barreto, Dr. Mário Negócio, Leonel Leite, Presidente José Bento, Pajeús e Coronel Estevam, acompanhando assim como se comporta o setor de alimentação nessas ruas e avenidas. Para análise do considerado formal nessas ruas, foram questionados os comerciantes que possuem estabelecimento com prédio físico e o que consideramos de informal são os ambulantes dispostos no decorrer das ruas percorridas.

(19)

2 PAISAGEM, ESPAÇO E CONSUMO: SUAS INTER-RELAÇÕES

Partimos da compreensão de que a paisagem é uma representação cultural e social, em que o território é “fabricado” e habitado, sendo a mesma uma forma de experiência fenomenológica. A dinâmica de leitura do espaço geográfico supõe a interpretação da paisagem relacionada aos elementos que a configuram. É necessário identificar as variáveis que tecem um campo e sua visibilidade, sendo o consumo, na sociedade contemporânea, uma variável importante para sustentar uma economia espacial, que muitas vezes se constitui na configuração paisagística de um local.

Para nortear os estudos voltados a área do consumo e do comércio utilizaremos como subsídio teórico alguns autores que mesclam o estudo da paisagem e do consumo, visando assim uma maior relação com os eixos temáticos que vamos abordar neste trabalho.

A paisagem é um conceito da geografia que vem sendo analisada há muitos anos. A partir do século XIX, os estudos foram aprofundados para uma melhor compreensão das relações naturais e sociais em um determinado espaço, sendo assim a interpretação da paisagem é uma forma de decodificar as análises feitas sobre um local.

Para a leitura da paisagem, uma estratégia fundamental é a observação, por esta podemos construir a descrição do que se apresenta em torno da cena urbana. Gomes (2013), explica que a observação faz do processo de descoberta, a elaboração do conhecimento.

Isso porque, com a observação da paisagem podemos compreender não apenas os elementos que estão ali dispostos, mas segundo Gomes (2013), podemos perceber como os objetos se combinam, criando uma trama que revela uma dada espacialidade. Nesse sentido, a espacialidade pode ser tida como o resultado de um jogo de posições relativas de coisas e/ou fenômenos.

Assim, a vida urbana transforma a cena de uma cidade em paisagem que por sua vez contém as espacialidades, e nesta, podemos perceber a trama locacional, a trama locacional de uma cena será sempre associada a dinâmica que a mesma desenvolve, no caso da vida urbana, essa cena está em constante transformação, acompanhando o desenvolvimento da cidade e ao que está influenciando esse local na atualidade.

(20)

“A vida urbana se estrutura como cenas. As cidades se definem por aquilo que se faz mostrar, por aquilo que se faz visível, mas também por aquilo que se adivinha, ou se deduz existir, sem necessariamente estar presente ou visível. [...] na vida das cidades modernas, há um lugar onde a exposição se transformou em regra, o espetáculo é contínuo, o olhar não descansa: são os espaços públicos”. Gomes (2013, p. 185-186).

Determinadas paisagens apresentam, na sua configuração, marcas culturais e recebem, assim, uma identidade típica. De acordo com Schier (2003), hoje em dia a paisagem pode ser vista como um produto cultural, recorrente do meio ambiente sob a ação da atividade humana. Sendo a paisagem cultural resultado das relações sociais, do que é construído pelo homem tanto nos espaços urbanos quanto nos rurais, sendo o homem o grande transformador da paisagem.

A paisagem de um local se apresenta como um campo para identificar as diferenciações e com elas estabelecer as ligações que o fazem existir. Estando a trama espacial interligada diretamente com os espaços de consumo presentes, podemos entender o que o consumo faz parte do espaço geográfico como explica Ortigoza,

“Ter o consumo como categoria de análise geográfica significa dar uma real visibilidade ao espaço geográfico como fator determinante da organização do comércio. Trata-se de resgatar a dimensão espacial do comércio e do consumo, ou seja, deixar de se submeter a geometria das formas (como muito tem sido feito) e voltar a valorizar o conteúdo econômico e social que é, na verdade, o que lhe pode proporcionar a sua real razão de ser. Isso significa deixar de ver o espaço como um mero suporte da atividade ou um palco onde os comerciantes e os atores restantes do sistema comercial desenvolvem os seus papéis” (2010, p. 99).

Caminhar pela cidade é deparar-se com materializações, cuja interpretação contém desafios epistemológicos, na medida em que se apresentam cenas contidas em um emaranhado de significados e atravessada por intencionalidades e possibilidades das mais diferentes ordens (econômica, política, cultural). Nessas paisagens encontramos os mais diversos elementos que são responsáveis pela multiplicidade territorial, o que caracteriza a cidade moderna. Uma cidade cuja organização depende dos valores de troca, da localização, em termos de distância, tempo e custo, dos atributos diferenciados da centralidade, proximidade e acessibilidade

“Para se compreender a evolução das relações cidade-comércio, torna-se assim imprescindível sujeita-las a uma dupla leitura. Por um lado, a que se refere à cidade visível, das paisagens físicas, materiais

(21)

(cityscape) e dos estabelecimentos enquanto lugares de troca e abastecimento. Uma cidade cuja organização depende dos valores de troca, da localização em termos de distância tempo e custo, dos atributos diferenciados de centralidade, proximidade e acessibilidade. Mas por outro lado, precisamos também de apreender a cidade invisível, das paisagens imaginárias, da topologia do hiperespaço (mindscape), fruto das representações dos indivíduos, alicerçada na capacidade de comunicação, na teatralidade e no simbolismo dos empreendimentos comerciais, desenhados e geridos enquanto lugares de experiências. Fazer este exercício de análise equivale a uma translação no sentido de uma mudança de paradigma. Significa, na linguagem de Rubens Alves, aprender a cidade e os estabelecimentos comerciais tanto pelo corpo como pela alma.” (SALGUEIRO; CACHINHO, 2009, p.11).

A visibilidade urbana se apresenta emblemática quando se tem a trama tecida com os fios de comércio, que transforma a cena em espaço de consumo. A trama locacional, nesses cenários, se apresenta como um jogo de objetos e significados, que combinados, traçam os arranjos espaciais. Para Gomes,

“A trama é o resultado de inúmeras e variadas informações que se entrelaçam formando um arranjo coerente. Cabe ao observador identificar e desemaranhar a organização dela, fazendo aparecer os significados. Uma imagem ganha assim sentido, em grande parte, pela ordem e a coerência que a observação e a análise veem se inscrever nela”. (2013, p. 191)

Para compreendermos e nos aprofundarmos diante das situações estabelecidas por um bairro considerado comercial, devemos analisar como se configura o comércio em geral e como se dá os meios de consumo e assim buscar entender como as pessoas que frequentam esse lugar costumam consumir essa paisagem, que não se baseia apenas de um consumo relacionado a bens físicos.

Assim, o comércio e o consumo estão associados no processo de dinâmica que dissemina a reprodução do espaço urbano. As pesquisas sobre essa temática na geografia, não estão voltadas apenas para o viés econômico, mas a partir dela podemos realizar uma análise social, revelando o processo de reprodução do espaço.

Ao longo das décadas de 1950 e 1960 o tema comércio na geografia começou a ser trabalhado, a partir da teoria dos lugares centrais de Walter Christaller (1966), marcando a linha da Geografia Teorética-Quantitativa. De acordo com Silva (2014, p. 153) “Nesta linha, as pesquisas em geografia do comércio se baseavam na explicação e construção de modelos e padrões espaciais da distribuição dos estabelecimentos comerciais na cidade”, visando a

(22)

localização como um dos componentes necessários para uma melhor reprodução do capital.

Atualmente o espaço pode ser considerado um produto para aqueles que o utilizam, local de uma reprodução social, sendo as formas comercias um exemplo disso, atrelando a isso formas sociais que carregam bagagens históricas numa busca incansável pela obtenção do lucro.

O comércio se caracteriza por ser chave fundamental no nascimento das cidades, a partir do seu crescimento é possível desenvolver várias formas de segmentos comerciais, assim, o mesmo tem um papel fundamental para desenvolvimento de um local, já que a reprodução de alguns locais está interligada com as atividades comerciais exercidas em seu entorno. Nesse sentido,

As formas comerciais são, antes de mais nada, formas sociais; são as relações sociais que produzem as formas que, ao mesmo tempo, ensejam relações sociais. Analisar as formas comerciais, que são formas espaciais históricas, permite-nos a verificação das diferenças presentes no conjunto urbano, o entendimento das distinções que se delineiam entre espaços sociais. Em suma, coletivamente, as formas sociais dão ensejo a análise das diferenças (PINTAUDI, 1999 apud SILVA, 2014, p. 156-157).

É interessante que tenhamos o conhecimento sobre a importância da tríade comércio, consumo e espaço urbano como fatores importantes para o desenvolvimento da geografia do comércio, buscando o lucro das mais diversas formas, expandindo assim o comércio e seus segmentos, como por exemplo grandes grupos multinacionais comerciais. Assim o comércio está sempre em movimento, moldando-se ao que os consumidores estão procurando como novos produtos, aumentando assim a circulação do capital.

A sociedade tem como um dos principais fatores que caracterizam o seu crescimento a produção e o consumo, sendo essas características o que faz parte do desenvolvimento das cidades modernas, as áreas comerciais com sua localização, sua funcionalidade e funcionamento e sua estrutura, modelam o processo de reprodução do espaço urbano, já que essas áreas comerciais se transformam em áreas centrais. Isso fica devidamente posto quando percebemos a valorização de uma área pela mesma ser considerada comercial.

A sociedade contemporânea é considerada uma sociedade que está imersa no consumo e as formas comercias podem explicar como ocorre a expansão comercial, levando a situação que temos hoje, onde as mercadorias

(23)

dominam nossas relações. É importante frisar que o avanço do comércio está diretamente ligado com as inovações tecnológicas e industriais do processo capitalista. O consumo está totalmente ligado com a produção, pois só se produz aquilo que se espera que a sociedade vá consumir, a partir dos seus gostos, desejos e para determinados grupos. Assim, concordamos com Silva, quando afirma,

“que os estabelecimentos comerciais estão presentes em nossas vidas, não só como um lugar de abastecimento e de compras, mas também de satisfação pessoal, de classificação em faixas de rendimentos, pertencimento a grupos homogêneos que consomem nos mesmos lugares os mesmos tipos e qualidades de produtos. Acreditamos que quando compramos um produto, não somente estamos comprando-o, e sim, estamos levando um signo, uma marca que contém significados além da satisfação de uma necessidade básica como comer, vestir-se ou de higiene pessoal”. (2014, p. 165). Lefèbvre (1991) apud Silva (2014, p. 165-166) afirma,

O consumidor, também vem consumir o espaço, o aglomerado de objetos nas lojas, nas vitrines, mostras, torna-se razão e pretexto para a reunião das pessoas, elas vêm olham, falam, falam-se. E é o lugar de encontro, a partir do aglomerado das coisas.

Hoje em dia são exemplos de espaços de consumos os shopping centers, as lojas de departamentos, as ruas planejadas para comércio, locais que se moldam as necessidades humanas de acordo com a sociedade capitalista e impulsionam as pessoas ao consumo, que estão sempre à procura do “mais” e é esse “mais” que faz com que se desenvolvam novos produtos e consequentemente novas formas de consumo.

Isso ocorre para satisfazer os objetivos do sistema de produção, que através do consumo os donos dos meios de produção geram uma acumulação cada vez maior de capital alimentando o ciclo da criação de novas formas de consumo, que impulsionam novas necessidades, fazendo com que a sociedade se sinta atraída a comprar um objeto. É necessário que se faça uso de artifícios que venham divulgar esses objetos, fazendo o marketing e a propaganda para que se tenha uma expansão do desejo de compra do consumidor.

Assim, o comércio e o consumo se fazem elementos importantes para o estudo geográfico, permitindo dessa forma estudar dois movimentos socioespaciais que delimitam o processo da reprodução espacial urbana, transformando os locais de consumo em centralidades, como afirma Silva (2014, p. 170) “a centralidade garante a manutenção da localização do comércio e do

(24)

movimento de reprodução dos locais onde ela se expressa. Como esta pode ser produzida, através do auxílio do mercado imobiliário”. Isso faz com que se tenha uma grande circulação de pessoas nessas centralidades que estão sempre em buscas de serviços e capital.

A produção do lugar está associada as interferências geradas pelo global no local. É importante frisar o papel do consumo na vida urbana, que através do sistema fordista proporcionou a modernização da indústria e consequentemente a distribuição dos bens de consumo, visto que, a produção interfere no consumo que utiliza cada vez mais estratégias de marketing para gerar uma vontade compulsiva de comprar por parte do consumidor, como afirma Ortigoza (2010, p. 70) “É pela observação empírica do lugar e do cotidiano que se percebe o global e então o lugar seria uma espécie de síntese do local e do global. Isso porque a produção do lugar se dá no plano vivido”.

A cidade se torna mercadoria, na qual o comércio é considerado um fator importante para o desenvolvimento econômico do local, já que as pessoas também consomem os ambientes de consumo. Com isso, é importante analisar esses locais de consumo e seus impactos na produção do espaço, que acabam refletindo na paisagem de um espaço urbano.

2.1 O COMÉRCIO POPULAR E SUAS ABRANGÊNCIAS

Nesta subseção vamos tratar da caracterização do comércio popular com enfoque na cidade de Natal-RN, para posteriormente nos aprofundar no comércio de bairro, direcionando o estudo para o bairro do Alecrim. Para isso, metodologicamente, o ponto de partida é a observação e a descrição da paisagem atual deste local com enfoque na dinâmica comercial que o mesmo está inserido, já que o entendimento dos conceitos geográficos auxilia na interpretação da história de um local e com isso podemos melhor compreender o mesmo.

O comércio pode ser considerado uma ação que tem como finalidade a compra e revenda de mercadorias, são exemplos de comércio os shopping

centers, minimercados, supermercados, E-commerce, comércio atacadista,

comércio de outlet, comércio popular de rua e comércio ambulante. É a partir do comércio que o produto se torna disponível aos consumidores, sendo o comércio subdividido em comércio varejista e atacadista, no qual o varejista é aquele que

(25)

fornece à população em pequenas quantidades e a comercialização em atacado, aquela que abastece o comércio varejista, já que o mesmo é distribuído em maior quantidade.

Ao tratarmos aqui do comércio popular, vamos trazer direcionamentos que remetem ao que muitos autores tratam por comércio tradicional, que pode ser subdividido em formal ou informal. O comércio tradicional é aquele que tem uma dinâmica menos expansiva, que está voltada para clientes de bairro, com pequenas lojas de departamento, com pequenos comerciantes que muitas vezes possuem um comércio de estrutura familiar e geralmente situam-se em bairros residenciais, como comércio de vizinhança.

Alguns autores que estudam essa temática enfatizam que “o aparelho comercial tradicional, é formado por pequenos estabelecimentos, generalistas ou especializados na oferta de um número reduzido de produtos afectos a ramos de atividade específicos” (FERNANDES; CACHINHO; RIBEIRO, 2000, p. 10

apud COSTA, 2017, p. 47). Assim, esses tipos de comércios se caracterizam por

terem pequenos empresários ao contrário do comércio moderno que apresenta uma dinâmica mais abrangente, com maiores segmentos, sendo configurado com grandes empresas.

No que concerne às estratégias de gestão dos empreendimentos, a grande característica que difere o comércio tradicional do comércio moderno são os agentes envolvidos na administração. No primeiro predomina o gerenciamento familiar, enquanto no segundo a gestão é realizada por estratégias capitalistas (COSTA, 2017, p. 47)

Assim, a atividade comercial tradicional está imbricada no que chamamos de comércio varejista, onde o alcance é menor, com uma menor distribuição de produtos, como trata (BRUNA, 1972 apud OLIVEIRA, 2006, p. 10)

O varejo, como operação comercial de distribuição direta ao consumidor, está constantemente se adaptando aos seus hábitos, costumes e necessidades. Desse modo, o sistema varejista reúne, em locais adequados, produtos oriundos das mais diversas origens, procurados pelos consumidores de modo a suprir a compra dos bens que eles necessitam e desejam, a preços razoáveis e em locais apropriados à sua comodidade.

Podemos inferir que uma área comercial é um espaço físico que se concentra como meio de intercepção entre comerciantes e consumidores, onde as unidades comerciais estão concentradas na qual se pode ter uma maior atração dos consumidores, sendo o fator localização um eixo importante para isso.

(26)

O comércio de rua ou comércio popular, remete aquele que tem como característica os preços baixos, com maior acessibilidade ao público, no qual o

marketing e a divulgação é feita à base do grito, boca a boca, em que seus

vendedores e donos expõe seus produtos nas calçadas, que informam suas promoções a partir da sua própria voz. Nesses lugares é fácil encontrar aglomerados de lojas, de comerciantes informais, de camelôs e de pessoas que mesmo sem lojas físicas se apropriam das calçadas nas ruas e ali oferecem a população as suas mercadorias.

Os centros comerciais populares possibilitam a população uma gama de diversidade de produtos, sendo uma característica primordial o seu preço baixo em comparação a outros segmentos comerciais, buscando sempre chamar atenção dos clientes/transeuntes fazendo com que a população se sinta atraída para o consumo no local.

É visível a presença de lojas que apresentam um apelo ao consumo pelo fato do seu preço baixo, temos como exemplo disso as lojas de R$ 1,99; as de R$ 9,99 e assim por diante, com preços fixados para atrair o cliente.

Os ambulantes que circundam essas áreas comerciais e assim empregam o comércio informal (uma das características do comércio popular), geralmente estão postos a essas condições de trabalho devido à falta de empregabilidade, da baixa remuneração e da precarização do trabalho, fazendo com que algumas pessoas sejam postas a estas condições de trabalho em períodos de dificuldade econômicas.

“O número de consumidores dá margem a que o comércio informal se reproduza, sobreviva e resista ao policiamento e à legislação que proíbe seu funcionamento naquele espaço. Nesse sentido, os camelôs e ambulantes representam a outra face do comércio, aquela que vem contra a concepção de “moderno” planejado para aquele lugar. Assim, existe de fato uma tendência à popularização do consumo no centro, pois muitas pessoas, especialmente aquelas com menor poder aquisitivo, passam a encontrar nesse tipo de comércio informal mercadorias com preços menores” (ORTIGOZA, 2010, p.109).

Assim, no comércio de rua ou comércio popular, fica visível como a mercadoria atraí o cliente devido a exposição feita pelos comerciantes. Os camelôs tomam conta das calçadas de estabelecimentos formais e expõe ali

(27)

mesmo suas mercadorias, realizando assim um contraste da formalidade e da informalidade.

É pensando nessa linha de consumo popular, que a subseção a seguir traz como exemplo um bairro da cidade de Natal-RN, o Alecrim, para que possamos entender como se dá a dinâmica espacial desse local, voltado para um tipo de segmento, nas principais vias comerciais do bairro.

2.2 O COMÉRCIO DE BAIRRO NO ALECRIM

O trabalho tem como área de análise o bairro do Alecrim, situado no município de Natal, capital do Rio Grande do Norte, localizado na Mesorregião Leste Potiguar, mais especificamente na Microrregião de Natal.

É na capital do Estado que se concentram as diversas formas de atividades econômicas e os empreendimentos que dão suporte ao capital movimentado no local. É em Natal que se concentra a maior mancha urbana e quantidade de pessoas do estado.

Mesmo sendo fundada no ano de 1599, somente a partir do plano diretor-Lei 3. 175/84 Natal teve no ano de 1984 o seu território institucionalmente posto como urbano, levando em conta a importância da implantação dos conjuntos habitacionais para o desenvolvimento da cidade e dos bairros naquela época. Não podendo esquecer da importância da implantação da Base Aérea de Natal, no ano de 1942. Dentre muitos fatores, esses dois foram os que mais impulsionaram o crescimento populacional da cidade.

O evento que proporcionou um incremento populacional de maior expressão, acompanhado de um maior adensamento urbano foi a instalação de uma base americana, vizinha à Base Aérea de Natal (BANT), em 1942, por ocasião da Segunda Guerra Mundial, no território que hoje compreende o município de Parnamirim, desmembrado de Natal em 1958. Nesse período o aumento populacional foi de 88,22% entre 1940 (54.863) e 1950 (103.215) (COSTA, 2000 apud LOPES, 2018, p. 44).

Atualmente, de acordo com o último censo no ano de 2010, o município de Natal conta com 803.739 habitantes, e está subdividido em quatro Zonas Administrativas, que são elas: Zona Sul, Leste, Norte e Oeste, criadas pela Lei nº 038778/89. O nosso interesse de estudo se encontra na Zona Administrativa Leste, tendo como recorte o bairro do Alecrim (Figura 2).

(28)

Os seus limites só foram demarcados oficialmente no ano de 1947, por meio da lei N° 251, de 30 de setembro do mesmo ano. No entanto, o bairro passou por um processo de planejamento urbanístico a partir do ano de 1929, período da administração do Prefeito Omar O’Grady, que contratou o arquiteto italiano Giacomo Palumbo, para traçar um Plano de Sistematização com o intuito de promover a expansão urbana da cidade de modo mais “organizada”.

Figura 2: Bairro do Alecrim

Fonte: Cruz, 2018.

Em trabalhos já sistematizados sobre o assunto temos que o arquiteto Giacomo, sob influência da cultura americana, projetou no Alecrim um traçado geométrico com avenidas e ruas largas, as quais foram registradas por números,

(29)

do 1 ao 12, associando esses números ao nome de personagens históricos, intercalados com nomes de tribos. Foi a partir do ano de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, com a instalação da Base Naval de Natal, que o bairro apresentou um acelerado processo de urbanização e desenvolvimento; foi, também, durante esse período que se registrou o aumento populacional neste bairro, com a vinda de pessoas do sertão e de outras regiões, com a finalidade de desenvolver negócios na capital (SEMURB 2008).

A estruturação do Alecrim está acompanhada da configuração de uma atividade comercial diversificada, com características voltadas para atender um consumo popular. O seu alcance espacial não se limita a um comércio de vizinhança (embora este se configure), mas apresenta uma escala que extrapola as demandas da população local, para se incorporar a dinâmica espacial da cidade. Desde os seus primórdios até os dias atuais o bairro tem como marca registrada estabelecimentos que se voltam para o comércio popular, com sapatarias, lojas de roupas e tecidos, produtos agrícolas e as barbearias, além de escolas e estabelecimentos que oferecem atendimento médico e jurídico. No Alecrim as presenças de atividades formais se misturam com as informais, o que faz com que os traçados do planejamento sejam contrariados na ocupação das ruas, das calçadas, denotando que os processos de territorializações se impõem como sintoma de uma realidade em conflito. Temos na paisagem elementos que denotam esses diversos segmentos como registros que dizem do tempo quanto a sua resistência e mudança.

Conforme vimos a partir da década de 1980, foi erguido em parte da avenida Presidente Bandeira um camelódromo, situado entre as ruas Dr. Manoel Miranda, Manoel Leite se estendendo até a avenida Coronel Estevam, com intuito de resolver o problema gerado pela aglomeração e conflitos entre ambulantes e comerciantes do local, reunindo vendedores que comercializavam seus produtos de maneira informal. Muitos comerciantes foram atendidos, mas muitos ainda continuam trabalhando de maneira informal nas calçadas. Na figura 3 temos o registro do Camelódromo e na figura 4 registramos a persistência do uso das calçadas pela atividade informal.

(30)

Figura 3: Camelódromo do Alecrim

(31)

Figura 4: Vendedores ambulantes (comércio informal) do Alecrim.

(32)

A análise do processo espacial que se estabelece no bairro requer que se problematize os processos sociais que existem no local estudado. Os processos sociais criam funções e formas espaciais, onde a distribuição espacial constitui a própria organização espacial urbana, Para Corrêa,

“Os processos sociais originam as formas espaciais[...] os processos espaciais são as forças através das quais o movimento de transformação da estrutura social, o processo, se efetiva espacialmente, refazendo a espacialidade da sociedade”. (1989, p. 36-37),

O bairro contém aspectos que denotam uma importância para cidade na medida em que apresenta algumas características que podem ser identificadas como existentes em lugares de centralidade. Aqui podemos encontrar atividades comerciais, de serviços, sejam públicas ou privadas cujo alcance espacial ultrapassa os seus limites. Desta feita, o local estudado pode ser um campo interpretado a partir de um jogo escalar que aciona deslocamentos entre o que está localizado na trama do lugar, mas que contém apelos para outras possibilidades. Nisso, a paisagem do local se apresenta como um meio para identificar as diferenciações e com elas estabelecer as ligações que fazem a trama do bairro existir.

O Alecrim pode ser considerado um bairro voltado para comércio popular, que visa atender diretamente o consumo em massa da população. Um fator importante que se sobressai neste bairro é o fato de a organização das suas ruas, onde na maioria das vezes estão voltadas para uma mesma dinâmica de consumo. O mesmo é um bairro dinâmico, que além de um espaço onde acontecem as tramas sociais do dia a dia é nele também que as pessoas podem estudar, cuidar da sua saúde e ainda desfrutar de espaços de lazer como o que é proposto pelo shopping de pequeno porte, localizado na rua Leonel Leite.

O bairro possui uma dinâmica espacial própria, porém articulada a dinâmica geral da cidade. Apresenta em sua configuração objetos materiais carregados de significados, um local “projetado” muitas vezes para seduzir, para chamar a atenção, por isso se observa o uso tão forte de propagandas e imagens como cita,

“O comércio do Alecrim apresenta uma diversidade de mercadorias e se constitui como referências para os potiguares no quesito preço baixo, variedades e exclusividade de mercadorias da cultura tradicional. “Tudo que você procura tem no Alecrim”! Essa é a frase comumente mais escutada quando o assunto é o comércio neste

(33)

bairro; isso porque a atividade dispõe de mercadorias já não comercializadas no restante da cidade como utensílios domésticos tradicionais, por exemplo: colher de pau, raspador de côco, mangai e também lojas especializadas em chás, licores e outros”. (COSTA 2017, p. 37).

Assim, esse bairro comunga com a sociedade contemporânea na organização de espaço de consumo que apela para os consumidores vivenciarem a compra se confundindo com o consumo do espaço. Portanto as formas de comércio registradas serviram de base para o entendimento sobre a dinâmica espacial existente, como uma trama, cujas cenas apresentam sintomas de um arranjo que contém a ordem e a desordem, o formal e o informal, constituídos num jogo de simultaneidades. A paisagem do Alecrim exprime características da vida que se irradia por suas ruas, em que de manhã até o cair da tarde, são movimentadas, barulhentas, coloridas e tomadas por diferentes odores, mas que durante a noite se tornam silenciosas, pois o consumo se refugia, deixando aparecer uma outra espacialidade, aquela que vem do acolhimento residencial. Sim, pois no Alecrim também moram pessoas, ou seja, não é somente uma área comercial.

(34)

3 CARACTERIZAÇÃO DAS ATIVIDADES COMERCIAIS VOLTADAS PARA O CONSUMO ALIMENTÍCIO NO BAIRRO DO ALECRIM

O Alecrim possui uma forte capacidade de atrair atividades comerciais. Não é de hoje que o bairro representa uma fonte de atividade econômica para a cidade e também para o estado. O crescimento urbano de Natal esteve atrelado ao bairro, já que o mesmo foi um dos primeiros bairros da cidade a ser desenvolvido. A chegada dos militares à cidade e o fato deles terem se acomodado no bairro do Alecrim, fez com que o mesmo se desenvolvesse e com isso fosse se expandindo, como cita Bezerra (2005). O crescimento populacional do Alecrim ocorreu paralelamente à expansão urbana de Natal, mesmo sendo claramente perceptível o diferente esboço socioespacial, a partir do qual o bairro tomava frente aos outros espaços natalenses.

Como a atividade comercial é considerada a maior referência do bairro, seja pela quantidade de estabelecimentos ou pela quantidade de pessoas que procuram o local para essa finalidade, são pessoas que vem da própria Natal, como também de outros locais do estado. À procura do melhor que o bairro tem a oferecer.

Mas tudo isso começou com a feira do Alecrim há muitos anos atrás, feira essa que se mantém até os dias atuais, como representa a figura 5, sendo considerada a maior feira da cidade, não sendo somente uma simples feira de bairro, mas um local de encontro. A feira se situa na avenida Presidente Quaresma se aprofundando nas áreas mais próximas, entre as avenidas Coronel Estevam e Interventor Mário Câmara.

(35)

Figura 05: Banca de frutas na feira do Alecrim.

Fonte: Cruz, 2019.

A feira livre é algo que aproxima as pessoas, os comerciantes juntamente com os compradores e também com quem apenas está ali de passagem. Esse tipo de comércio que entrelaça o urbano com o rural tem um significado cultural para as pessoas e altera a paisagem de um determinado local. Mesmo sendo algo mais corriqueiro em cidades de interior ou de menor porte, a feira livre do Alecrim até hoje ainda resiste a presença maciça de grandes redes de supermercados que se encontram ao seu redor.

(36)

Segundo Bezerra (2005, p. 110), inicialmente, a feira ocorria aos domingos, contudo, com o crescimento desenfreado da população, a feira foi transmitida para o sábado, atraindo todos os tipos de consumidores, sendo a mesma uma espécie de termômetro dos preços dos produtos comercializados em Natal e permanece até hoje nesse dia da semana. De acordo com Lopes (2018, p. 177), a partir do ano de 2007, a feira passou por uma padronização devido a uma intervenção da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SEMSUR).

“Sem dúvida a feira contribui para a dinâmica que a atividade comercial do bairro experimenta e mantém a importante centralidade dessa área. Em 2007 essa feira foi alvo de intervenções por parte da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SEMSUR) que orientou sua padronização e organização. Assim, o espaço utilizado pelos feirantes, recebeu benefícios como: banheiros químicos, lixeiras, a presença de guardas municipais, garis e tiveram suas bancas padronizadas e organizadas no sentido de facilitar o trânsito de comerciantes e consumidores”. Lopes (2018, p. 177)

De todos os diversos produtos que são comercializados na feira do Alecrim, o destaque se dá aos produtos do ramo alimentício, o que só aumenta a diversidade do que é oferecido no bairro. É fácil encontrar produtos de vários segmentos no bairro, mas o ramo a ser seguido neste trabalho, confirme vimos, é o da alimentação, por isso introduzo esse capítulo trazendo a principal marca do bairro no que diz respeito a esse segmento que é a Feira.

Este capítulo se entrelaça pelo bairro do Alecrim para analisar o contexto do segmento alimentício do local, de como está plotado em sua paisagem esse ramo de comércio. Para isso, conforme já ressaltado anteriormente, foram analisadas algumas ruas e avenidas, as consideradas principais, segundo Lopes (2018, p. 175), “de forma mais generalista, a parte de maior concentração comercial no bairro do Alecrim, abarca as ruas e avenidas: Dr. Luiz Dutra, Presidente Quaresma, Presidente Bandeira, Agostinho Leitão, Amaro Barreto, Dr. Mário Negócio, Leonel Leite, Presidente José Bento, Pajeús e Coronel Estevam. Contudo, o trecho com concentração comercial acima de 90% compreende a área de influência do camelódromo”. Com base nisso o trabalho se voltará as 10 ruas, visando entender como esse segmento se distribui nessa mancha comercial do bairro. A figura 6 representa as respectivas ruas nas quais foram aplicados os questionários para subsidiar a análise.

(37)

Figura 6: Ruas de estudo.

Fonte: Cruz, 2019.

Para análise dos estabelecimentos alimentícios nessas ruas, foram aplicados questionários (apêndice A), com comerciantes, feirantes e transeuntes/consumidores no geral.

(38)

3.1.1 RUA AGOSTINHO LEITÃO

A rua é formada basicamente por oficinas, de pouca movimentação como podemos ver na figura 7, sem muitas estruturas comerciais e que apresenta apenas um estabelecimento voltado para o ramo alimentício. Foi entrevistada uma senhora no local com idade entre 50-59 anos, com ensino médio completo, oriunda de outra cidade, porém que reside em Natal há bastante tempo, a mesma é proprietária de um bar, o único local voltado para alimentação nesta rua, o prédio sendo alugado, no qual funciona há mais de 10 anos ofertando basicamente serviços de almoços e petiscos a clientes que em sua maioria são de outras cidades.

Figura 07: Rua Agostinho Leitão

(39)

Como a rua é pequena, sem demais estabelecimentos alimentícios, apenas com alguns prédios já fechados ou oficinas, tida como esquisita de acordo com a comerciante. A entrevistada afirmou que o Alecrim expressa uma paisagem de desordem, mas acha que o bairro consegue suprir as necessidades de quem procura algo no setor alimentício.

Ainda na opinião dessa entrevistada, a solução para que os estabelecimentos alimentícios, principalmente para que os informais tivessem uma melhor organização no bairro, seria ideal a construção de quiosques por parte da prefeitura para ser distribuídos para os comerciantes informais. Para ela o que desfavorece o comércio alimentício no bairro do Alecrim seria a falta de espaço para lanchonetes e/ou restaurantes. A mesma afirma que de um modo geral no Alecrim sempre encontra tudo que deseja, principalmente o que repõe no bar, pois segundo a mesma toda a sua mercadoria ofertada em seu bar é comprada no próprio local. No que diz respeito a feira do Alecrim, a entrevistada afirma que o local é bem localizado, facilitando o acesso das pessoas.

3.1.2 RUA AMARO BARRETO

Na rua Amaro Barreto se percebe a presença de lojas voltadas à prestação de serviços, uma rua bastante movimentada, principalmente por ser a que dá acesso à parada de ônibus que leva a população até a zona norte da cidade (Figura 8), fazendo desta extremamente movimentada. Na rua foram entrevistadas seis pessoas sendo todas elas comerciantes, 66,7% formais e 33,3% informais. Em relação ao prédio dos estabelecimentos formais desta rua voltado para alimentação somente 16,7% são próprios, 16,7% não responderam e 66,7% desses locais são alugados. A maioria dos estabelecimentos que fizeram parte da pesquisa nesta rua estão instalados a no máximo um ano no bairro, totalizando 50% dos entrevistados. Um total de 33,3% estão presentes na rua entre dois a quatro anos e uma minoria de 16,7% está no local entre cinco e dez anos.

Dos comerciantes entrevistados a maioria afirma que 60% de seus clientes são oriundos de outras cidades, 20% alegam que seus clientes são do próprio bairro do Alecrim e mais 20% informam que seus clientes vêm de toda a cidade de Natal, de um modo geral. Dos seis entrevistados nessa rua a maioria tem idade entre 40-49, no que totaliza 50%, 33,3% têm idade entre 18 e 19 anos

(40)

e a minoria com 16,7% apresentam idade entre 30-39 anos. Metade dos entrevistados eram homens e a outra metade eram mulheres. Sobre a escolaridade dos entrevistados dessa rua, observa-se que 50% deles apresentam ensino médio completo, 16,7% apresentam ensino superior incompleto, 16,7% ensino fundamental incompleto, e 16,7% fundamental completo. A maioria dos entrevistados são de outros bairros de Natal, totalizando 66,7%, são do bairro do Alecrim um total de 16,7% e de outra cidade um total de 16,7%.

Em relação a organização do Alecrim 83,3% dessas pessoas concordam que o bairro expressa uma paisagem de desordem e apenas 16,7% acha que não, que gosta do bairro na maneira que ele está. Para essas pessoas o Alecrim consegue suprir as necessidades de quem procura algo no setor alimentício segundo 66,7% dos entrevistados e 33,3% dos entrevistados afirmam que não. Para elas a solução para que os estabelecimentos alimentícios, principalmente os informais tivessem uma melhor organização no bairro, seria a construção de quiosques por parte da prefeitura para ser distribuídos para os comerciantes informais, concordaram com essa opção 50% dos entrevistados, 33,3% concordam que o ideal seria a construção de uma praça de alimentação para organização dos estabelecimentos informais e somente 16,7% acreditam que a construção de galerias com estabelecimentos alimentícios nas principais vias do bairro seria o necessário.

(41)

Figura 8: Rua Amaro Barreto

Fonte: Cruz, 2019

De acordo com 50% das pessoas entrevistadas o que desfavorece o comércio alimentício no bairro é a falta de planejamento urbano, já para 33,3% seria a falta de espaço para lanchonetes e/ou restaurantes e os demais, no total de 16,7% concordaram que isso se dá como o as lanchonetes e locais de

(42)

alimentação estão organizados. Ao serem perguntados se de um modo geral eles sempre encontram tudo que desejam no Alecrim, 66,7% responderam que sim e 33,3% responderam que não. Sobre a feira que acontece no Alecrim, fielmente todos os sábados, 66,7% dos entrevistados acham que o local é até bem localizado, porém fala estruturas por meio da prefeitura, para que se tenha uma melhor organização da feira, já 16,7% concordam que o local é bem localizado, facilitando o acesso das pessoas e 16,7% não responderam a essa pergunta. É na rua Amaro Barreto que se encontra a Praça Gentil Ferreira ou famosa praça do relógio (figura 9), o local é ponto de referência no bairro, principalmente por ser um marco bem antigo no local.

Figura 9: Relógio em frente à praça Gentil Ferreira

(43)

3.1.3 AVENIDA CORONEL ESTEVAM

Na avenida foram entrevistadas quatro pessoas, sendo todas elas comerciantes do ramo formal. A mesma é marcada por cruzar a tradicional feira do Alecrim, que ocorre todos os sábados, como mostra a figura 10.

Figura 10: Avenida Coronel Estevam

(44)

Dessas pessoas entrevistadas 50% estão em prédio comercial alugado, 25% possuem prédio próprio e 25% não responderam à pergunta. As pessoas entrevistadas nessa avenida estão todas há mais de 10 anos com seu estabelecimento no bairro. Para 50% dos entrevistados a maioria de seus clientes se originam do próprio bairro, 25% responderam que a maioria de seus clientes vem de toda a cidade e os 25% responderam que a maioria de seus clientes vem de outras cidades, principalmente dos municípios próximos a capital. Entre os entrevistados, 25% possuem 60 anos ou mais, 25% possuem entre 30-39 anos, 25% possuem de 25-29 anos e 25% possuem de 20-24 anos, fazendo com que a rua apresente comerciantes de praticamente todas as gerações. Sobre o gênero dos entrevistados 50% são homens e 50% são mulheres. Dos entrevistados 50% têm ensino médio completo, 25% têm ensino superior completo e 25% têm ensino médio incompleto. 50% dos entrevistados são da própria cidade, porém de outros bairros e 50% dos comerciantes que responderam essa entrevista são do próprio bairro.

Para 75% dos entrevistados a maneira como o bairro está organizado expressa uma paisagem de desordem e para 25% dos comerciantes entrevistados o bairro não expressa essa paisagem de desordem. Para 100% dos entrevistados o bairro do Alecrim consegue sim suprir as necessidades de quem procura algo no setor alimentício. Ao serem questionados sobre qual seria a solução para que os estabelecimentos alimentícios, principalmente os informais tivessem uma melhor organização no bairro, cada entrevistado teve uma resposta diferente, para 25% o ideal seria a construção de galerias com estabelecimentos alimentícios nas principais vias do bairro, para 25% o melhor seria a construção de uma praça de alimentação, para organização dos estabelecimentos informais e para 25% a construção de quiosques por parte da prefeitura para ser distribuídos para os comerciantes informais e 25% não responderam.

Para 75% dos entrevistados o que desfavorece o comércio alimentício no bairro seria a falta de planejamento urbano no bairro e 25% alega a falta de espaço para lanchonete e/ou restaurantes. Ao serem perguntados se de um modo geral sempre encontram tudo que desejam no Alecrim, todos os comerciantes entrevistados responderam sim. Sobre a feira do Alecrim, 50% alegam que o local é bem localizado, porém faltam estruturas por meio da

(45)

prefeitura, para que se tenha uma melhor organização da feira, para 25% dos entrevistados o local é bem localizado, facilitando o acesso das pessoas e os 25% restantes não responderam.

A referida avenida é muito movimentada, por pessoas que transitam pelas lojas, por carros, motos, ônibus, tornando-a muito agitada, ela também cruza o camelódromo do Alecrim. Inclusive o local é muito usado para fazer algumas manifestações, como podemos ver na figura 11, por ser um local estratégico no qual cruzam ônibus e pessoas de todos os pontos da cidade e de outros locais também, já que o Alecrim recebe muitos compradores de todo o interior do Estado principalmente dos municípios vizinhos.

Figura 11: Cruzamento da avenida Coronel Estevam com a avenida

Presidente Bandeira.

(46)

3.1.4 RUA DOUTOR LUIZ DUTRA

Na rua Dr. Luiz Dutra, podemos perceber a presença maciça de prédios comerciais voltados para agricultores (Figura 12) como casas de ração, que atendem a essa parte da população que procuram produtos para fins rurais.

Figura 12: Loja de produtos agrícolas na Rua Dr. Luiz Dutra

(47)

Mas em relação ao ramo alimentício foi entrevistada uma pessoa em uma lanchonete na rua de segmento formal, com seu ponto comercial alugado. Ao ser questionado a quanto tempo o estabelecimento está no bairro a entrevistada respondeu que o local está presente na rua entre cinco e dez anos, onde a maioria de seus clientes são da própria cidade de Natal. A comerciante dessa rua possui idade entre 40 e 49 anos, de gênero feminino, com fundamental completo e oriunda do bairro do Alecrim

Ao ser questionada se a maneira como o bairro está organizado, expressa uma paisagem de desordem a entrevistada afirma que sim e concorda também que o Alecrim consegue suprir as necessidades de quem procura algo no setor alimentício. Para a entrevistada a solução para que os estabelecimentos alimentícios, principalmente os informais tivessem uma melhor organização no bairro seria a construção de galerias com estabelecimentos alimentícios nas principais vias do bairro. A mesma acha que o que desfavorece o comércio alimentício no bairro seria a falta de espaço para lanchonetes e/ou restaurantes. A comerciante concorda que de um modo geral, no Alecrim ela sempre encontra tudo que deseja. Ao ser questionada sobre o que ela achava da tradicional feira que ocorre na Presidente Quaresma aos sábados, a mesma não respondeu à pergunta.

3.1.5 RUA DOUTOR MÁRIO NEGÓCIO

Na rua Dr. Mário Negócio foram entrevistados sete comerciantes, sendo eles 71,4% do ramo formal e 28,6% do ramo informal. Dessas pessoas, 57,1% possuem seu estabelecimento próprio e 42,9% possuem o prédio comercial alugado. Dos entrevistados dessa rua 28,6% estão no bairro há mais de dez anos, 28,6% estão no bairro de cinco a dez anos, 28,6% estão no bairro entre dois e quatro anos e 14,3% são souberam responder à pergunta. Em relação a origem dos clientes, a maioria respondeu que são oriundos de outras cidades, totalizando 42,9% dos entrevistados, 28,6% responderam que seus clientes a maioria são da própria cidade de Natal e 26,6% alegaram que seus consumidores são do próprio bairro.

Os comerciantes entrevistados demonstraram ter idades bem diferentes, 28,6 com 60 anos ou mais, 28,6% com idade entre 20-24 anos, 14,3% de 50 a

(48)

59 anos, 14,3% de 30 a 39 anos e 14,3% informaram ter idade entre 25 a 29 anos. Dos entrevistados 57,1% eram do sexo feminino e 42,9% do sexo masculino. Em relação à escolaridade dos entrevistados, 71,4% informaram ter concluído o ensino médio e 28,6% tinham ensino superior completo. %1,1% dos entrevistados informaram ser do bairro Alecrim e 42,9% de outros bairros da cidade de Natal.

Para 100% dos comerciantes o bairro do Alecrim da forma como está organizado expressa uma paisagem de desordem. Para 57,1% dos entrevistados nessa rua, o Alecrim consegue suprir as necessidades de quem procura algo no setor alimentício e 42,9% discordaram. Ao serem perguntados qual seria a solução para que os estabelecimentos alimentícios, principalmente os informais tivessem uma melhor organização no bairro, 42,9% concordaram que o ideal seria a construção de uma praça de alimentação para organização dos estabelecimentos informais, Para 28,6% o melhor seria a construção de galerias com estabelecimentos alimentícios na principais vias do bairro e por fim para os demais 28,6% o melhor seria a construção de quiosques por parte da prefeitura para ser distribuídos para os comerciantes informais.

Na opinião de 71,4% dos entrevistados nessa rua o que desfavorece o comércio alimentício no bairro seria a falta de planejamento urbano e 28,6% concordaram que o que desfavorece seria o fato de como as lanchonetes e locais de alimentação estão organizados. Ao serem perguntados se de um modo geral, no Alecrim, eles sempre encontram tudo o que desejam 85,7% responderam que sim e os demais 14,3% informaram que não. Sobre a feira do Alecrim, 42,9% concordaram que o local é bem localizado, porém faltam estruturas por meio da prefeitura, para que se tenha uma melhor organização da feira, já 28,6% dos entrevistados afirmam que o local é bem localizado, facilitando o acesso das pessoas, para 14,3% falta organização por parte dos próprios feirantes e 14,3% não responderam a essa pergunta.

Nessa rua é muito evidente a prestação de serviços à população. Nela se encontra um ponto de ônibus, muito procurado pela população, pois lá se encontra a parada dos transportes para a Zona Norte de Natal, além de ter algumas clínicas principalmente odontológicas, evidenciado pela Figura 13.

Referências

Documentos relacionados

Você está sendo convidado para participar do projeto de pesquisa intitulada “NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA, OBESIDADE ABDOMINAL E FATORES ASSOCIADOS EM POLICIAIS MILITARES DE

A Seqüência de Três Níveis oferece um quadro mais amplo de uma situação e pode ser útil para fazer perguntas a respeito da situação de pessoas que não estão fisicamente

Como visto no capítulo III, a opção pelo regime jurídico tributário especial SIMPLES Nacional pode representar uma redução da carga tributária em alguns setores, como o setor

O objetivo deste trabalho foi realizar o inventário florestal em floresta em restauração no município de São Sebastião da Vargem Alegre, para posterior

¢ll', ™pe• oÙ m£qon œrga qalassopÒrwn ¡li»wn ka• buq…hj oÙk o‧da dolorrafšoj dÒlon ¥grhj, Leukoqšhj œce dîma baqÚrroon, e„sÒke pÒntou ka• s ka•

Se os personagens não intervierem com DuBois, provavelmente irão direto ver Karin, que se encontra em companhia de Alfred: ela acaba de se levantar, e Lucille está preparando seus

Quem pretender arrematar dito(s) bem(ns), deverá ofertar lanços pela Internet através do site www.leiloesjudiciais.com.br/sp, devendo, para tanto, os interessados,

O algoritmo do estimador do nível de significância (probabilidade de falso alarme) é representado na Figura 2. Em linhas gerais, trata-se de um contador, que quantifica