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Analise geoambiental do Atol das Rocas com ênfase em foraminíferos como bioindicadores de ambiente marinho em 2017

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LUCAS SOARES DE ALMEIDA

ANÁLISE GEOAMBIENTAL DO ATOL DAS ROCAS, COM ÊNFASE NOS FORAMINÍFEROS COMO BIOINDICADORES DE AMBIENTE OCEÂNICO, EM

2017

NATAL - RN 2018

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ANÁLISE GEOAMBIENTAL DO ATOL DAS ROCAS, COM ÊNFASE NOS FORAMINÍFEROS COMO BIOINDICADORES DE AMBIENTE OCEÂNICO, EM

2017

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Geografia.

Orientador: Prof. Dr. Marcelo dos Santos Chaves.

NATAL - RN 2018

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ciências

Humanas, Letras e Artes - CCHLA

Almeida, Lucas Soares de.

Análise geoambiental do Atol das Rocas, com ênfase nos

foraminíferos como bioindicadores de ambiente oceânico, em 2017 / Lucas Soares de Almeida. - Natal, 2018.

50f.: il. color.

Graduação (Monografia) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Departamento de Geografia. Natal, RN, 2018.

Orientador: Prof. Dr. Marcelo dos Santos Chaves.

1. Atol das Rocas - Monografia. 2. Foraminíferos - Monografia. 3. Bioindicador - Monografia. I. Chaves, Marcelo dos Santos. II. Título.

RN/UF/BS-CCHLA CDU 911.2:593.12

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Agradecimentos

Agradeço, primeiramente, à Deus por que me deu a força necessária para realização desta pesquisa.

Ao ICMBio que promove a realização de expedições ao Atol das Rocas para fins de pesquisa e desenvolvimento acadêmico na área.

À funcionária Maurizélia pela prestação de serviços ao Atol das Rocas. Ao projeto de pesquisa “Paisagem Oceânica Atol das Rocas –

caracterização sedimentológica, hidrodinâmica e impactos ambientais”, que desenvolve pesquisas no monitoramento paisagístico do Atol.

Ao orientador desta pesquisa Prof. Dr. Marcelo dos Santos Chaves, que colaborou e foi fundamental para a realização desta monografia.

À minha família que sempre meu apoiou nos momentos de maiores dificuldades.

Aos colegas de pesquisa Erick, Matheus e Júlio, que, em 2018, representou o departamento de geografia no Atol das Rocas.

Aos meus colegas de turma que estiveram comigo durante toda a caminhada acadêmica, em especial Matheus, Emanoel e Richerlida.

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O Atol das Rocas é uma unidade de conservação (UC), protegida de forma integral pelo Brasil e onde se abriga uma vasta diversidade ambiental que dá ao lugar um caráter único a partir de sua paisagem. O objetivo desta monografia foi compreender a condição geoambiental atual desta UC, a partir da análise de foraminíferos mortos, elencando cinco principais espécies. Com isso, foi buscado elencar as principais espécies de foraminíferos no Atol das Rocas, onde mostrou sua característica de bioindicador, bem como sua relação com a paisagem oceânica. Nesta perspectiva, foi preciso traçar um paralelo em uma análise geoambiental, fazendo uma relação com o ambiente oceânico presente e as questões ligadas de variâncias meteorológicas, traçando uma relação com os foraminíferos presentes no local da pesquisa. Os foraminíferos, importantes para estabelecer níveis de conservação, devem ser postos em discussão, tendo um longo leque de aprofundamento em pesquisas que podem vir a contribuir ainda mais e destacar a importância de sua preservação e de reunir novos estudos para a área.

Palavras-chave: Atol das Rocas; Reserva Biológica; Foraminíferos; Bioindicador; Análise meteorológica.

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The Atol das Rocas is a conservation unit (UC), fully protected by Brazil and where it is home to a wide environmental diversity that gives the place a unique character from its landscape. The objective of this monograph was to understand the current geoenvironmental condition of this UC, from the analysis of dead foraminifera, listing five main species. With this, it was searched to list the main foraminifera species in the Atol das Rocas, where it showed its characteristic of bioindicator, as well as its relation with the oceanic landscape. In this perspective, it was necessary to draw a parallel in a geoenvironmental analysis, making a relation with the present ocean environment and the linked issues of meteorological variances, drawing a relation with the foraminifera present at the research site. The foraminifera, important for establishing conservation levels, should be discussed, having a long range of research that may contribute even more and highlight the importance of its preservation and of gathering new studies for the area.

Keywords: Atol das Rocas; Biological reserve; Foraminífera; Bioindicator;

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Figura 01 Mapa de localização do Atol das Rocas... 12

Figura 02 Mapa geomorfológico do Atol das Rocas... 14

Figura 03 Vegetação herbácea no Atol das Rocas... 15

Figura 04 Formação de beachrocks no Atol das Rocas... 16

Figura 05 Elevação em bancos de areia no Atol das Rocas... 16

Figura 06 Piscinas naturais no Atol das Rocas... 19

Figura 07 Rochas carbonáticas bioclásticas... 20

Figura 08 Porção granulométrica do Atol das Rocas... 21

Figura 09 Estação meteorológica portátil... 26

Figura 10 Três amostras coletadas para análise de foraminíferos... 28

Figura 11 Lupa binocular Olympus sz-40... 29 Figura 12 Análise em lupa binocular do material coletado das amostras de foraminíferos... 30 Figura 13 Mapa dos pontos de coleta dos dados meteorológicos em 2017... 34

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Início da trilha usada para coleta de foraminíferos... 32

Tabela 02 Meio da trilha usada para coleta de foraminíferos... 32

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 Umidade relativa do ar no ponto meteorológico 01... 34

Gráfico 02 Umidade relativa do ar no ponto meteorológico 02... 35

Gráfico 03 Temperatura do ar no ponto meteorológico 01... 35

Gráfico 04 Temperatura do ar no ponto meteorológico 02... 36

Gráfico 05 Velocidade média dos ventos no ponto meteorológico 01... 36

Gráfico 06 Velocidade média dos ventos no ponto 02... 37

Gráfico 07 Velocidade máxima dos ventos no ponto meteorológico 01... 37

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 09

2 CARACTERIZAÇÃO GEOAMBIENTAL DO ATOL DAS ROCAS... 11

2.1 Geologia e Geomorfologia ... 13 2.2 Granulometria... 20 2.3 Bioindicadores... 21 3 MATERIAIS E MÉTODOS... 24 3.1 Atividades de Campo... 24 3.2 Atividades de Laboratório... 27 3.3 Atividades de Gabinete... 31 4 RESULTADOS... 32 4.1 Foraminíferos... 32 4.2 Dados Meteorológicos... 33 5 DISCUSSÕES... 39 6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES... 45 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 47

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1 INTRODUÇÃO

Com o processo de conservação do Atol das Rocas, as dinâmicas da paisagem oceânica continuam a modificar e trazer novas faces ao ambiente, criando novas formas no meio presente, e trazendo características peculiares. Assim, é característico do Atol ser um ambiente com diversas mudanças, principalmente influenciado pelas condições climáticas extremas. O que é demonstrado dentro das coletas de dados e pelas constatações feitas por pesquisadores a partir das análises realizadas.

No Atol das Rocas é encontrado diferentes tipos de espécies de foraminíferos que constituem o atol e está presente formada a partir da presença de material de calcário. Este composto constitui as carapaças dos foraminíferos, que são cobertos e estão envolvidos ao material. Com isso, observamos a presença de muitos foraminíferos quebrados, outros que já se difundiram ao material mais presente no atol e que só são visíveis em análise de lupa binocular. Em Junho de 1979, o Atol das Rocas foi reconhecido por meio de decreto presidencial Nº 83.549, trazendo para o lugar as normas fundamentais que foram implementadas a partir do ofício. A partir disso, o Atol passou a compreender não só o seu reconhecimento, como também sua dimensão geográfica. Foi decretado, dentro do litoral brasileiro a intitulada Reserva Biológica do Atol das Rocas, onde, a partir de então ficara subordinada ao então Ministério da Agricultura (BRASIL, 1979).

Com isso, foram trazidas as localizações de latitude e longitude, bem como demarcada sua área total, definida em decreto presidencial no Artigo 2º.

Art 2º - A Reserva Biológica do Atol das Rocas, compreendendo todas as águas recifes, ilhas e plataforma continental, localizadas no litoral do Rio Grande do Norte, dentro do limite do mar territorial brasileiro, contidos dentro da isóbata 1000, a partir da ilha do Farol, (Gr.Lp (2) B. 6 Seg. 18m. 13m. SG) abrangerá um quadrante cujas coordenadas são: Lat. 03º45º a 03º56’S; Long. 33º37’W’ a 33º56’W-Gr, com a área aproximadamente de 36.249 ha (trinta e seis mil, duzentos e quarenta e nove hectares). (BRASIL, 1979).

Dentro da necessidade de encontrar um maior conhecimento desta macrofauna e suas variações físicas, o Atol das Rocas é um lugar que oferece diferentes formas de estudos, mas a desempenhada por esta pesquisa vai no

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sentido de demonstrar um estudo para novas análises de estudos como forma de retratar a vida e os aspectos peculiares da vida oceânica, sendo um importante reflexo de preservação de um meio ambiente genérico e que possibilita um maior conhecimento frente aos aspectos de dinâmicas oceânicas em um lugar equilibrado, porém, extremamente frágil

Com isso, foi desempenhado e tratado a respeito do clima e suas variações no Atol, bem como esta variação é entendida e demonstrada. Torna-se necessário o acompanhamento sistemático e como forma de utilização, as estações metrológicas portáteis são de importante feição para isto.

A leitura dos aparelhos e outras observações que fazemos nos permitem conhecer o estado presente da atmosfera (o tempo meteorológico) e, mais importante ainda, nos possibilitarão prever o tempo futuro (previsão do tempo). Praticamente, todas as atividades

humanas dependem dos dados coletados nas estações

meteorológicas, desde o dia a dia do cidadão comum até as mais importantes atividades econômicas, como a agricultura, os transportes, o turismo etc. Finalmente, os registros acumulados por muitos anos (pelo menos 30, de preferência!) serão usados pelos cientistas para o estudo do clima e de suas variações”. (VIANELLO, 2011, p.4).

Com as possibilidades de analisar as condições meteorológicas do local, é possível, também, observar o comportamento dos foraminíferos encontrados e a sua relação com o meio em que está inserido, sua condição física e a maneira no qual está adaptado ao local. Nisto, é possível observarmos o comportamento deste grupo de protista, além de sua relação bioindicadora, trazendo um paralelo entre sua presença e diversidade de espécies, e a qualidade do meio ambiente no qual estão inseridos.

Dessa forma, a pesquisa teve como objetivo geral, uma análise geoambiental, a partir da coleta de dados meteorológicos, e suas implicações nos foraminíferos mortos encontrados no atol, bem como sintetizar de como sua presença e diversidade é característica de bioindicador de ambiente oceânico, em equilíbrio e com bom nível de preservação. Já os objetivos específicos foram: discorrer a respeito da manutenção do Atol das Rocas a partir do decreto presidencial de nº 92.755/86, onde tornou o Atol uma Área de Proteção Ambiental (APA), e a sua posição de equilíbrio ambiental. Também discutiremos a importância da manutenção do grupo de protistas em que está inserido os

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foraminíferos no Atol das Rocas, a partir de sua função bioindicadora de ambiente oceânico e de preservação ambiental.

Com o intuito de atingir ao objetivo proposto, procuramos uma metodologia que articulasse com os autores que escreveram sobre este assunto. Trata-se de uma pesquisa que reúne e sintetiza estudos anteriores, porém, com dados coletados no ano de 2017 (de 08 de julho a 03 de agosto de 2017). Para o desenvolvimento da pesquisa, foi necessária a parceria com o ICMBio, através do projeto de pesquisa “Paisagem oceânica Atol das Rocas”, como forma de buca pelo conhecimento dos processos de paisagem oceânica ocorrentes no Atol. Para isso foi firmada essa parceria, onde três discentes do Departamento de Geografia/UFRN, Erick, Matheus e Julio, membros do projeto de iniciação científica, coordenado pelo professor Dr. Marcelo Chves, embarcaram para o Atol das Rocas juntamente com os pesquisadores do ICMBio, Maurizélia e Frederico. A coleta de dados, meteorológicos e de foraminíferos, foram realizados pelos discentes, durante o período de 1 (um) mês. Por motivos de ordem pessoal, fiquei impossibilitado de se fazer presente a área de estudo da pesquisa, mas que tudo fui tratado internamente. A fotos foram mantidas no acervo no laboratório de geografia física do Departamento de Geografia.

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2 CARACTERIZAÇÃO GEOAMBIENTAL DO ATOL DAS ROCAS

O Atol das Rocas situa-se a 145 km a Oeste do arquipélago de Fernando de Noronha e a aproximadamente a 260 km a Nordeste da cidade do Natal, sendo este o único atol presente do Oceano Atlântico Sul Ocidental (Figura 01). É notório o estado de conservação elevado do local, sendo zona de alimentação, abrigo e reprodução de várias espécies de animais, onde pelo decreto de lei Nº 83.549/79, “fica proibida qualquer alteração do meio ambiente, inclusive a caça e a pesca na área.”

O Atol das Rocas foi constituído como Área de Proteção Ambiental em 5 de junho de 1986, por meio de um decreto presidencial de número 92.755/86, onde, a partir daquele instante, transformava o lugar numa restrita e de constante preservação ambiental. Com isso, foram criadas normas de controle que estão em vigência até os dias atuais, criadas a partir deste decreto. No artigo 4º do decreto 92.755, estão presentes as seguintes normas que proíbem determinadas atividades.

I - a implantação de atividades potencialmente poluidoras ou que provoquem sensível alteração nas condições ecológicas locais; II - a utilização indiscriminada ou em desacordo com as normas e recomendações técnicas oficiais, de biocidas e fertilizantes;

III - a implantação de projetos que, por suas características, possam provocar deslizamento de solos e outros processos erosivos. (BRASIL, 1986).

Com o decreto de 1986, o Atol das Rocas passa a ser uma área de constante vigilância, desta vez, regido pelo Governo Federal em parceria com o ICMBIO/MMA. A proibição de atividades que venham a gerar possíveis efeitos poluidoras são importantes no sentido de tratar o Atol das Rocas como um ambiente preservado, mantendo suas características primárias e que possa preservar as suas características bióticas e abióticas.

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Figura 01 - Mapa de Localização do Atol das Rocas.

Fonte: Elaboração do autor (2018).

Com a promulgação do referido decreto, o atol adquire peculiaridades que são encontradas e recorrentemente estudadas. Sua dinâmica oceânica, através das coletas de dados de perfis de praia, hidrodinâmica, coleta de sedimentos, são formas de avaliar o comportamento deste local perante toda uma biodiversidade marinha ali presente. Com isso, os efeitos destes processos se caracterizam no Atol, seja pela vida existente, ou pelas formas em que contornos são ganhos a partir da dinâmica de correntes e suas formas de erosão e progradação de sedimentos ao longo das pequenas ilhas formadas.

Nisso, o Atol das Rocas está situado:

[...] sobre um monte vulcânico que integra a cadeia de montanhas submarinas de Fernando de Noronha, a qual se localiza nas Zona fraturada de Fernando de Noronha. Essa cadeia é composta de um segmento de montes submarinos com direção Leste-Oeste. (PEREIRA et al 2010, p.334 apud GORINI & BRYAN 1976).

No Atol das Rocas, a sua configuração espacial torna sua paisagem bastante peculiar, com sua estrutura coberta de corais trazendo uma importante

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forma de como a disposição do material geológico e geomorfológico estão expostos no atol. Estes estão arregimentados em estruturas cálcicas que envolvem o atol, propiciando um tipo de vida bastante peculiar em relação a outras áreas que habitam grande diversidade biológica. Com isso, é possível constatar um ambiente de forte equilíbrio ambiental, nas mais diferentes analises em que se possa fazer. Nisso, fica notório a importância e necessidade em se manter a área como objeto de estudo e de constante vigilância frente a possíveis invasões dentro do atol.

2.1 Geologia e Geomorfologia

Em sua dimensão geológica e geomorfológica, o Atol das Rocas constitui-se de alguns arranjos peculiares que dão ao local uma importante baconstitui-se para novos estudos. A disposição do material geológico e geomorfológico, e com sua vegetação, transforma o Atol das Rocas num berço de centenas de animais e abriga novas formas de estudos da paisagem em questão. Na figura 02, notamos como estes relevos estão assentados no atol e de maneira em que se encontram espacializados no mapa.

Na espacialização destes relevos, constata-se que o Atol das Rocas possui uma grande diversidade em sua estrutura geomorfológica, trazendo para além das estruturas mais visíveis formadas em rochas orgânicas. Com isso, é clara a presença de lagunas, onde habita-se grande variedade de espécies, que com o passar do tempo vão moldando uma nova paisagem a partir dos restos em que solidificam e formam os corais. Nestes ambientes, segundo Luz e Couto (2014, p.32) são:

Ambientes recifais suportam grande riqueza de espécies e podem ser comparados, em termos de diversidade, às florestas tropicais. Esses ambientes fornecem habitat, proteção e alimento para muitos organismos, que em contrapartida influenciam o desenvolvimento dos recifes e assim desencadeiam atividades ecológicas e processos biológicos internos do ambiente recifal.

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Figura 02 - Mapa Geomorfológico do Atol das Rocas

Fonte: Pereira (2011)

Nisto, a composição da estrutura do Atol das Rocas, traz outras feições peculiares a se observar. Nele, encontra-se o platô recifal do atol, que está em constante contato com as forças das ondas, possuindo múltiplas feições pelo processo de intemperismo físico das ondas. Assim, é possível aferir que é a porção geomorfológica onde há mais fluxo de materiais e quebra de sedimentos, onde se traz, a partir da arrebentação das ondas, novas formas de configuração do relevo no platô recifal. Isso se configura e traz à tona de que o Atol das Rocas não se configura como um ambiente imóvel como se imaginava, mas, sim, a partir de processos morfodinâmicos que acontece no atol, onde nota-se uma constante mudança em sua configuração.

Sua vegetação rasteira (Figura 03), também é bastante peculiar, por sua estrutura herbácea, onde vale-se salientar que passou e passa por diferentes

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tipos de adaptações ao ambiente vivido, tanto a sua composição geológica, climática e etc.

Figura 03 - Vegetação herbácea no Atol das Rocas

Fonte: Originada da pesquisa (2018)

Em outro local analisado, encontra-se uma composição de beachrocks, assentado em volta do atol, denominada de ilha do farol, em que foi assentada por um processo em que, segundo Malta et al. (2017, p.8), demarca “a linha de costa pretérita e a constituição sedimentar de paleopraias, em ambiente de micromaré, e definem com precisão a posição do nível médio do mar, pela ocasião do processo de litificação”.

Nisto, podemos denotar a importância que esse material traz para o Atol das Rocas, a partir de estudos para o reconhecimento de novas espécies. Este material é formado por uma camada de rocha sedimentar friável, que com o passar dos anos, tornou-se cimentada e agrupada entre seus sedimentos de areia – no caso do Atol das Rocas, carbonático – e que a partir da junção desses materiais, deu-se origem a esta rocha, situada ao longo da linha de costa na ilha do farol.

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Na ilha do farol, uma camada de baía de lama é indicada no mapa, onde é constituída por material argiloso e que, com o contato com a água, solidifica-se e forma-se o material denominado de lama. Este material é presente também ao redor ou por sobre o beachrocks, com a diferença em que a baía de lama não se solidificou como a anterior. Nisto, podemos inferir, que a escala temporal aplicada a baía de lama é diferente, mas que, com o passar dos anos e com as condições climáticas e ambientais adequadas no Atol das Rocas, esta pode-se tornar um material solidificado, a pode vir se tornar uma rocha.

Figura 04 - Formação de beachrocks no Atol das Rocas

Fonte: Originada da pesquisa (2018)

Com grande dimensão espacial no Atol das Rocas, é constatada a presença de depósito sedimentar, constituído de material proveniente e calcário, onde se concentra em grande porção terrestre, mas, também, submersa com o avanço da maré no atol. Este depósito sedimentar é de origem de rochas bioclásticas, constando a presença de animais marinhos na formação destes. Os bioclastos “englobam todos os fósseis de estruturas calcárias de organismos ou fragmentos destas estruturas, e os diferentes grupos, gêneros e espécies estão restritos a determinados ambientes de formação”. (FALCÃO, 2014, p.28).

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O material em questão é diversamente constatado, principalmente com o recuo da maré ao longo do dia. Por meio dos períodos de ventos e das correntes oceânicas que levam o material arenoso para deposição como descrito por Allen; Middleton & Southard (1968; 1984 apud Possenti, 2009, p.25), “Os sedimentos que compõe as plataformas continentais respondem à ação de ondas e correntes e, portanto a topografia é moldada gerando distintas fases de fundo ou estados de fundo (bed states)”. Estas correntes acabam formando locais de assentos sedimentares, onde estão inseridas as ilhas sedimentares, compostas a partir de areias que se formam pelas condições de maré, de erosão e deposição, bem como as condições de ventos no local.

Com isso, a partir do local em questão, é formado pequenos bancos de areia que dão um aspecto paisagístico diferenciados do restante do atol (Figura 05). Este material encontra-se presente nas três ilhas do Atol das Rocas: ilha do farol, ilha do cemitério e ilha zulu. Estas ilhas são compostas por estes materiais, e servem de abrigo para diversos tipos de aves, que ali depositam seus ovos até o processo de maturação do ciclo em que os filhotes deixam os ovos.

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Fonte: Originada da pesquisa (2018)

A partir do processo de erosão das marés no Atol das Rocas, as rochas sedimentares ali presentes se degradam ao longo do tempo, formando o que se chama de piscinas naturais (Figura 06). Estas piscinas, berços de inúmeras espécies presentes no atol, foram formadas a partir do avanço e recuo das marés, em que constatamos a forma como a água interfere e dá novos arranjos paisagísticos ao material em questão.

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Fonte: Originada da pesquisa (2018)

Em um outro tipo de material rochoso, encontra-se estruturas que são denominadas de materiais de substratos consolidados e não consolidados, designadas de rochas carbonáticas bioclásticas (Figura 07), que não são propriamente denominados em sua condição geológica ou geomorfológica, mas são alguns dos arranjos presentes no Atol das Rocas.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Aqui tratamos da metodologia utilizada nesta pesquisa para que os objetivos propostos neste trabalho fossem alcançados. Visa permitir, através da exposição detalhada do caminho escolhido para formulação e desenvolvimento do estudo em questão, dar ao leitor condições para a compreensão do mesmo.

Para Roesch (2007, p.123) “a metodologia é a forma pela qual será elaborado o projeto”. Para definir o tipo de pesquisa, o mesmo autor recomenda que “esta escolha seja norteada a partir dos objetivos do estudo, nesta fase se distingue entre o delineamento da pesquisa e as técnicas de coleta e análise de dados que será utilizada”.

3.1 Atividades de Campo

A expedição para o Atol das Rocas foi realizada no dia 05 de julho de 2017, no Catamarã Borandá, com saída do Iate Clube de Natal, com destino ao Atol das Rocas, e a volta se deu no dia 04 de agosto de 2017. Este teve duração de 30 dias, nos quais foram acomodados na base do ICMBIO no Atol das Rocas, sob a orientação de técnicos do ICMBio, a funcionária Maurizélia e o funcionário Frederico.

Na chegada ao Atol das Rocas, foi feita a acomodação da equipe na base fixa ali existente, base essa promovida e construída pelo ICMBIO, onde se faz parte do complexo do Atol das Rocas. Com isso, a equipe, no dia seguinte, já começou a coletar dados meteorológicos pela manhã e pela tarde, nos pontos denominados de P1 (Ponto 1) e P2 (Ponto 2). Com isso, foram coletados, ao longo do mês de julho, diversas amostras para analises posteriores. Outros dados também foram coletados, como perfis de praia, a partir da coleta de sedimentos ao longo do atol, dentro dos pontos relatados anteriormente. Nestes perfis, foram coletadas amostras de areia que seriam utilizadas posteriormente para análise granulométrica.

Para o estudo em questão, foram coletadas amostras para as análises de foraminíferos em apenas três locais do Atol, aqui definidos como F1 (início da trilha), F2 (meio da trilha) e F3 (final da trilha). Essas amostras foram coletadas

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em superfície e devidamente ensacadas e acondicionadas de volta a Natal, onde foram trabalhadas em laboratório.

Além do perfil de praia, dados hidrodinâmicos também foram coletados a partir do uso de boias que eram contabilizadas durante certo tempo, onde estas mostraram a força da maré e como o comportamento de erosão e progradação ocorre no Atol. Estas experiências foram coletadas e armazenadas em fichas de campo para outros fins, dentro da pesquisa Atol das Rocas/ICMBIO.

A coleta de dados meteorológicos, utilizados neste trabalho como fonte de aprofundamento para o melhor entendimento da dinâmica oceânica do Atol das Rocas, foi desempenhado a partir de uma estação meteorológica portátil (Figura 09), a uma altura de 1 (hum) metro e de 2 (dois) metros, que serviu como forma de coleta de dados. Essa estação norteou, e mais à frente, a confecção de tabelas e posteriormente de gráficos que viria a servir como para análise climatológica, que irá remeter um subitem de capitulo neste trabalho.

Figura 09 - Estação meteorológica portátil

Fonte: Originada da pesquisa (2018)

Com isso, foi possível aferir a respeito das condições de tempo ao longo de todo o mês, bem como foi capaz de ter detalhes das formas como o

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comportamento do Atola é desempenhado em função das condições meteorológicas ao longo do tempo. Em outras práticas, este aparelho monitora, a partir do processo em que queria se buscar dentro das possibilidades fornecidas por este, mostrar outros dados em que se precise para dedicar-se ao trabalho ali presente. No caso, os dados obtidos foram de temperatura, umidade relativa do ar, velocidade máxima dos ventos e velocidade mínima dos ventos, como também o direcionamento destes a partir do posicionamento do aparelho na localização do integrante que esteja responsável pela coleta dos dados aferidos.

Nisto, foi possível avançar na possibilidade em descobrir, a partir da obtenção destes dados climatológicos, a interferência das condições do Atol em outras situações desempenhadas com a equipe, com a obtenção de outros dados já citados acima.

Com isto em mãos, e depois de todo o recolhimento de dados e material obtidos a partir destes, foram colocados em pequenos sacos o material de areia coletados no Atol, como forma de armazenamento para os estudos subsequentes. Assim, podendo, depois, guardar este material como reserva para outros tipos de estudos.

Além do material de areia colhido na expedição científica, foi feito as anotações de campo, necessárias para guardar os dados obtidos em listas que ofereciam espaços para que os dados obtidos nas coletas fossem armazenados ali. Estes dados seriam resguardados nestas listas e mandados de volta com a equipe para tabulação e confecção de gráficos, mapas e tabelas posteriormente. Com o recolhimento dos dados obtidos, também foi feito as observações e anotações de campo, como forma de verificação e constatação da paisagem em questão, bem como a retirada de fotografias como forma de análise da paisagem. Essa visita a campo torna-se de suma importância para o geógrafo como forma de reconhecimento da paisagem em que virá a ser estudada.

Ressalta-se aqui, que por motivos pessoas, não pude participar da coleta no Atol das Rocas, sendo toda essa parte planejada com os colegas Erick, Mateus e Júlio, além do técnico do ICMBio, que participaram desta etapa de campo.

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3.2 Atividades de Laboratório

Com o recolhimento dos dados em campo, os procedimentos foram iniciados, com as práticas laboratoriais de análise granulométrica das amostras no Laboratório de Geografia Física - LABGEOFIS, do Departamento de Geografia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Com isso, as três amostras foram lavadas para retirada do sal e de possíveis fragmentos de silte e argila, em peneira de 0,063 mm para lavagem. Após este procedimento, as amostras foram postas para secagem em uma estufa pelo período de um dia, até estarem prontas para análise. A partir disso, foram postas em recipientes para análise de lupa, e retirado e pesado 1g de cada amostra, conforme mostrado na figura 10, onde foi possível observar as espécies de foraminíferos presentes em cada amostra, a partir da lupa binocular Olympus sz-40 (figura 11 e 12).

Figura 10 - Três amostras coletadas para análise de foraminíferos

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Figura 11 – Lupa binocular Olympus sz-40

Fonte: Originada da pesquisa (2018)

Figura 12- Análise de lupa binocular do material coletado das amostras de

foraminíferos

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3.3 Atividades de Gabinete

Para a aplicabilidade desta pesquisa foram necessárias algumas etapas estabelecidas previamente. O levantamento bibliográfico foi proposto como uma forma de embasamento teórico-metodológico da pesquisa. Este levantamento bibliográfico embasou e permeou toda a pesquisa. Com isto, a pesquisa teve prosseguimento com os dados meteorológicos colhidos no período de 08/07/2017 à 03/08/2017 no Atol das Rocas, onde por este período, foi feito o reconhecimento de campo, bem como o levantamento de referenciais bibliográficos que viriam fundamentar a pesquisa.

Para a confecção do mapa de localização do Atol das Rocas, foi registrado uma imagem deste no repositório Google Earth, imagem essa das quais foram exportadas para o ambiente SIG, através do software ArcGis 10.5. No processamento digital da imagem, a imagem foi georreferenciada pelos sistemas de coordenadas planas no Datum Sirgas 2000, zona 25 M. Posteriormente, os elementos do Atol das Rocas foram vetorizados, com a referência dada a ilha do farol e a ilha do cemitério. Em seguida, foi elaborado o mapa temático de localização do Atol das Rocas, a partir de shapes oriundos do Geobank da CPRM, locados em ambiente SIG.

Nos mapas de localização dos pontos das unidades amostrais, foi retirada a imagem anterior do mapa de localização e acrescentado os pontos respectivos para cada coleta, em P1, P2 e P3 e PM1 e PM2.

As tabelas de foraminíferos foram denominadas de P1 (início da trilha de coleta de foraminíferos), P2 (meio da trilha de coleta de foraminíferos) e P3 (final da trilha de coleta de foraminíferos), e foram realizadas logo após a prática de laboratório, onde foi feito uma pequena tabela manual e, em seguida, descrita no programa Excel. Com isso, foram quantificadas e qualificadas as espécies de foraminíferos em cada uma das três amostras e colocadas de um lado o nome das espécies encontradas a partir da metodologia encontrada em Machado e Souza (1994) e de outro, a quantidade de espécies encontradas com auxílio da lupa binocular. Assim, foram geradas três tabelas como forma de organização dos resultados obtidos.

A partir da coleta desses dados, foram geradas tabelas feitas no programa Excel, que ilustraram, pele período de um mês, as variações climatológicas

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obtidas neste intervalo de tempo. Assim, a partir da produção das tabelas, foi confeccionado os gráficos que mostram as variações e as direções tomadas a partir da coleta das estações meteorológicas, sendo produzido gráficos de Umidade Relativa do Ar, Velocidade Máxima dos Ventos, Velocidade Média dos Ventos e Temperatura.

2.2 Granulometria

Com a possibilidade de observação do Atol das Rocas, notamos a presença de uma granulometria de maior densidade de grãos, características a partir de corais que formaram a unidade ecológica, demonstrado em expedições cientificas pretéritas ao atol. Na nossa análise realizada em laboratório, é perceptível a presença de material granulométrico que vai de areia grossa à silte, acompanhado de material proveniente de recifes, materiais estes com presença de calcário e matéria orgânica (Figura 08).

Com relação à composição do sedimento de Rocas, não foi possível constatar a presença de minerais, sendo este sedimento composto basicamente por bioclastos, os quais foram descritos por: algas calcárias, tubos de polychaetas, foraminíferos, gastrópodes, fragmentos de conchas de bivalves, fragmentos de crustáceos, esponjas, corais, espículas de esponjas e espinhos de equinodermos, sendo as algas calcárias o bioclasto mais notável. (PEREIRA et al., 2008, p.76)

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Figura 08 - Porção Granulométrica do Atol das Rocas

Fonte: Albuquerque (2017).

2.3 Bioindicadores

No contexto de análise dos foraminíferos, ele é trazido para uma perspectiva de qualidade do ambiente marinho. Os bioindicadores trazem um olhar a partir dos componentes em que determinado ambiente está inserido, ao passo em que podemos traçar inferências de como determinado ecossistema se encontra a partir da ocorrência destes. Um bioindicador pode ser qualquer forma de vida que venha a mensurar e avaliar a condição de um ecossistema (SILVA, 2010) e que, neste contexto, é trazido aos foraminíferos como um agente indicador de ambiente em estágio de equilíbrio. Segundo Kapusta (2008, p.25)

apud Klumpp (2001), o uso de bioindicadores permite:

- verificar o impacto da poluição: somente bioindicadores conseguem provar que um determinado poluente ou mistura de poluentes realmente provoca um efeito;

- integrar fatores endógenos do organismo, que podem influenciar a resposta à poluição, como, por exemplo, o estágio de desenvolvimento e a idade da planta;

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- integrar fatores externos, como condições climáticas e outros poluentes que ocorram na área;

- detectar estresse crônico por níveis baixos de poluição, atuando por períodos prolongados.

O Atol das Rocas serve de um importante parâmetro para avaliação do estágio em que este ambiente se encontra, de como o processo de evolução desde quando foi decretado uma área de reserva até os dias atuais, sendo importante compreender as mudanças vistas a partir da ambientação de foraminíferos no local.

Com isso, refere-se como forma de acompanhamento sistemático no Atol das Rocas a partir dos biondicadores analisados, neste caso, os foraminíferos. Estes acabam exercendo sua importância na avaliação de como o ambiente marinho ali posto se enquadra em padrões de equilíbrio ambiental aceitáveis. Os parâmetros podem ser utilizados como forma de observação da qualidade do ambiente em si, mas também, como as espécies ali residentes se adequam e exercem suas funções normais ou da forma que seria a mais adequada.

Os biondicadores trazem novas formas de olhar e outras perspectivas a despeito da qualidade ambiental. De forma sintática, ela reflete a vida dos organismos, bem como a qualidade ambiental como um todo. Desta forma, é imprescindível a manutenção da qualidade de vida ambiental do local em questão, bem como sua preservação.

As leis e diretrizes ambientais foram criadas para amenizar os efeitos dos impactos causados pela civilização no ambiente, mas, por outro lado, todos os atos envolvendo a exploração dos recursos naturais são apenas para suavizar suas consequências, atualmente as tecnologias aplicadas são apenas para minimizar os efeitos, não os eliminando totalmente, apenas os atenuando. Toda e qualquer ação relacionada à exploração dos bens naturais causa impactos, podendo ser plausíveis ou não, algumas consequências imediatas são facilmente observadas pelos detritos gerados. (BAGLIANO, 2012, p. 27).

As consequências trazidas a partir do desmonte da fauna e flora do local, acarreta em uma mudança impactante na vida dos seres presentes no Atol das Rocas. Os bioindicadores, na análise em questão, são parte preponderantes na manutenção da diversidade em questão, bem como no aferimento de que o local proporciona para o ambiente ali vivido a qualidade de vida necessária para que as mesmas possam usufruir de um lugar equilibrado, de forma harmoniosa e que

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traga a necessidade de se afirmar que o ambiente mantido em equilíbrio, traz outro espírito para o local.

Estes bioindicadores tornam-se alvos de possíveis impactos causados pela sociedade, onde, por conseguinte, acaba-se perdendo seu potencial de aferição pelos efeitos causados e que vão de encontro a luta por estas espécies em buscar sobrevivência e desempenhar seu papel natural e fundamental na natureza. Desta forma, busca-se outras maneiras em lhe dar com esses problemas, de maneira concreta como dito em Bagliano (2012, p.27):

“As leis e diretrizes ambientais foram criadas para amenizar os efeitos dos impactos causados pela civilização no ambiente, mas, por outro lado, todos os atos envolvendo a exploração dos recursos naturais são apenas para suavizar suas consequências, [...]”.

Assim, estes ambientes acabam por se tornar sufocados da própria existência da humanidade, vivendo como forma de resistência ao império econômico que permeia a sociedade atual.

Dentro das perspectivas trazidas pelos bioindicadores na aferição deste tipo de ambiente, é trazido à tona a sua importância e de que forma estes seres – no caso, os foraminíferos – é posto ao ambiente e com qual vigor e velocidades estes vão responder, de forma sucinta, aos preceitos que são colocados para a avaliação do ambiente marinho.

“O emprego de uma bateria de bioindicadores abrangendo distintos níveis de organização biológica possibilita o conhecimento sobre a que nível o poluente interage com o organismo, e a que nível este é mais suscetível à ação daquele”. (ARIAS et al, 2006, p.70).

Nas formas de garantir o funcionamento do Atol das Rocas, a manutenção e preservação dos foraminíferos ligados ao seu fator bioindicador é, de forma sistêmica, muito importante ao se levar em conta as múltiplas respostas que estes seres são capazes de fornecer ao que se é proposto, e no caso, a manutenção e a grau de maturidade do ambiente que ali está posto. Ao se pensar num ambiente saudável, capaz de sofrer grandes mutações com a variabilidade em diferentes níveis de escala que um ambiente marinho está sempre propício a se tornar, os foraminíferos acabam por sendo fundamentais no tocante à sua maneira no qual desempenham papéis fundamentais em seu

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caráter avaliativo e de outras formas de uso do Atol das Rocas. Com isso, faz-se necessário buscar outras formas de engajamento na busca pelos níveis de resultados que se pretende alcançar, já que

Uma vez que é improvável que respostas em um único nível de organização biológica satisfaçam os critérios de especificidade, os mecanismos de compreensão e a relevância ecológica, uma abordagem alternativa é estudar respostas em diferentes níveis de

organização simultaneamente, integrando os efeitos dos

contaminantes através dos diferentes níveis de organização; portanto, é necessário promover pesquisas interdisciplinares. (ARIAS et al, 2006, p.70).

Neste sentido, vale ressaltar que o tipo de ambiente vivido por estes seres é de constante mutualidade, não só preso ao ambiente marinho que é conhecido, nem tampouco pela sua posição no tocante ao nível de maturação que a Atol das Rocas já chegou com sua proteção. É importante que haja uma solidificação nos processos em que estes estão inseridos e são levados diariamente a obedecer e responder – aos pesquisadores – novos contextos e novas formas de obter resultados.

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4 RESULTADOS

4.1 Foraminíferos

As amostras dos foraminíferos ora coletados, estão representados quantitativamente e qualitativamente nas tabelas 01, 02 e 03 abaixo.

Tabela 01- Início da trilha para coleta de foraminíferos

Início da trilha (P1) Espécie Quantidade Archais Angulatus 7 Amphistetina Lesonii 5 Gypsina Vesicularis 3 Sorites Marginalis 15 Heterostegina Subo 12

Fonte: Elaboração do autor (2018)

Tabela 02 - Meio da trilha usada para coleta de foraminíferos.

Meio da Trilha (P2) Espécie Quantidade Archais Angulatus 2 Amphistetina Lesonii 5 Gypsina Vesicularis 7 Sorites Marginalis 3 Heterostegina Subo 5

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Tabela 03 - Fim da trilha usada para coleta de foraminíferos. Fim da Trilha (P3) Espécie Quantidade Archais Angulatus 1 Amphistetina Lesonii 2 Gypsina Vesicularis 2 Sorites Marginalis 3 Heterostegina Subo 0

Fonte: Elaboração do autor (2018)

Aqui encontramos 42 foraminíferos no início da trilha (Tabela 01), 22 foraminíferos no meio da trilha (Tabela 02) e apenas 08 foraminíferos no fim da trilha (Tabela 03). Onde percebemos, que ao todo, foram encontradas e identificadas apenas cinco (05) espécies.

4.2 Dados Meteorológicos

A coleta de dados meteorológicos realizada no Atol das Rocas em 2017, foi feita a partir de estação meteorológica portátil e foram coletadas as seguintes medidas: Temperatura (ºC), Umidade relativa do Ar (%), Velocidade Média dos Ventos (m/s) e Velocidade Máxima dos Ventos (m/s). Dito isso, os pontos dessas coletas foram obtidos no Atol das Rocas em PM1 e PM2 (Figura 13) e, nestes dois pontos, foram coletados dados em dois níveis para cada ponto: Em 1m (um metro) e 2m (dois metros). Foram produzidos dois gráficos para cada unidade meteorológica, que mostram as variações dos pontos de coletas obtidos.

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Figura 13 - Mapa dos pontos de coleta dos dados meteorológicos em 2017.

Fonte: Elaboração do autor (2018)

No gráfico 01 são mostrados os valores de Umidade Relativa do Ar no Ponto 01, coletados na altura de 1 e 2 metros. Já no gráfico 02, são mostrados os valores de Umidade Relativa do Ar no Ponto 02, coletados na altura de 1 e 2 metros.

Gráfico 01 - Umidade relativa do ar no Ponto Meteorológico 01

Fonte: Elaboração do autor (2018)

Gráfico 02 - Umidade relativa do ar no Ponto Meteorológico 02.

0 50 100 150 PM1 - Umidade Relativa do Ar (%) 1M 2M

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Fonte: Elaboração do autor (2018)

No gráfico 03, são apresentados os valores de Temperatura do Ar no Ponto 01, coletados a uma altura de 1 e 2 metros. E no gráfico 04, são mostrados os valores de Temperatura do Ar no Ponto 02, coletados a uma altura de 1 e 2 metros.

Gráfico 03 - Temperatura do ar no Ponto meteorológico 01.

Fonte: Elaboração do autor (2018)

Gráfico 04 - Temperatura do ar no Ponto meteorológico 02

0 20 40 60 80 100 120 0 8 /0 7 /2 0 1 7 0 9 /0 7 /2 0 1 7 1 0 /0 7 /2 0 1 7 1 1 /0 7 /2 0 1 7 1 2 /0 7 /2 0 1 7 1 3 /0 7 /2 0 1 7 1 4 /0 7 /2 0 1 7 1 5 /0 7 /2 0 1 7 1 6 /0 7 /2 0 1 7 1 7 /0 7 /2 0 1 7 1 8 /0 7 /2 0 1 7 1 9 /0 7 /2 0 1 7 2 0 /0 7 /2 0 1 7 2 1 /0 7 /2 0 1 7 2 2 /0 7 /2 0 1 7 2 3 /0 7 /2 0 1 7 2 4 /0 7 /2 0 1 7 2 5 /0 7 /2 0 1 7 2 6 /0 7 /2 0 1 7 2 7 /0 7 /2 0 1 7 2 8 /0 7 /2 0 1 7 2 9 /0 7 /2 0 1 7 3 0 /0 7 /2 0 1 7 3 1 /0 7 /2 0 1 7 0 1 /0 8 /2 0 1 7 0 2 /0 8 /2 0 1 7 0 3 /0 8 /2 0 1 7

PM2 - Umidade Relativa do Ar (%)

1M 2M 0 5 10 15 20 25 30 35 0 8 /0 7 /2 0 1 7 09 /0 7/ 20 17 10 /0 7/ 20 17 11 /0 7/ 20 17 1 2 /0 7 /2 0 1 7 1 3 /0 7 /2 0 1 7 1 4 /0 7 /2 0 1 7 15 /0 7/ 20 17 16 /0 7/ 20 17 17 /0 7/ 20 17 1 8 /0 7 /2 0 1 7 1 9 /0 7 /2 0 1 7 2 0 /0 7 /2 0 1 7 21 /0 7/ 20 17 22 /0 7/ 20 17 23 /0 7/ 20 17 2 4 /0 7 /2 0 1 7 2 5 /0 7 /2 0 1 7 2 6 /0 7 /2 0 1 7 2 7 /0 7 /2 0 1 7 28 /0 7/ 20 17 29 /0 7/ 20 17 30 /0 7/ 20 17 3 1 /0 7 /2 0 1 7 0 1 /0 8 /2 0 1 7 0 2 /0 8 /2 0 1 7 03 /0 8/ 20 17

PM1 - Temperatura do Ar (°C)

1M 2M

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Fonte: Elaboração do autor (2018)

No gráfico 05, observamos as Velocidades Médias do Ventos no Ponto 01, coletados a uma altura de 1 e 2 metros. Já no gráfico 06, observamos as Velocidades Médias dos Ventos no Ponto 02, coletadas a uma altura de 1 e 2 metros.

Gráfico 05 - Velocidade Média dos Ventos no Ponto meteorológico 01

Fonte: Elaboração do autor (2018)

Gráfico 06 - Velocidade média dos ventos no ponto 02

22 23 24 25 26 27 28 29 0 8 /0 7 /2 0 1 7 09 /0 7/ 20 17 10 /0 7/ 20 17 11 /0 7/ 20 17 1 2 /0 7 /2 0 1 7 1 3 /0 7 /2 0 1 7 1 4 /0 7 /2 0 1 7 15 /0 7/ 20 17 16 /0 7/ 20 17 17 /0 7/ 20 17 1 8 /0 7 /2 0 1 7 1 9 /0 7 /2 0 1 7 2 0 /0 7 /2 0 1 7 21 /0 7/ 20 17 22 /0 7/ 20 17 23 /0 7/ 20 17 2 4 /0 7 /2 0 1 7 2 5 /0 7 /2 0 1 7 2 6 /0 7 /2 0 1 7 2 7 /0 7 /2 0 1 7 28 /0 7/ 20 17 29 /0 7/ 20 17 30 /0 7/ 20 17 3 1 /0 7 /2 0 1 7 0 1 /0 8 /2 0 1 7 0 2 /0 8 /2 0 1 7 03 /0 8/ 20 17

PM2 - Temperatura do Ar (°C)

1M 2M 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 8 /0 7 /2 0 1 7 09 /0 7/ 20 17 10 /0 7/ 20 17 1 1 /0 7 /2 0 1 7 1 2 /0 7 /2 0 1 7 1 3 /0 7 /2 0 1 7 1 4 /0 7 /2 0 1 7 15 /0 7/ 20 17 16 /0 7/ 20 17 17 /0 7/ 20 17 1 8 /0 7 /2 0 1 7 1 9 /0 7 /2 0 1 7 2 0 /0 7 /2 0 1 7 21 /0 7/ 20 17 22 /0 7/ 20 17 23 /0 7/ 20 17 2 4 /0 7 /2 0 1 7 2 5 /0 7 /2 0 1 7 2 6 /0 7 /2 0 1 7 2 7 /0 7 /2 0 1 7 28 /0 7/ 20 17 29 /0 7/ 20 17 30 /0 7/ 20 17 3 1 /0 7 /2 0 1 7 0 1 /0 8 /2 0 1 7 0 2 /0 8 /2 0 1 7 03 /0 8/ 20 17

PM1 - Velocidade Média dos Ventos (m/s)

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Fonte: Elaboração do autor (2018)

No gráfico 07, são mostrados os valores de Velocidades Máximas do Ventos no Ponto 01, a uma altura de 1 e 2 metros. Já no gráfico 08, mostramos os valores de Velocidades Máximas do Ventos no Ponto 02, coletados a uma altura de 1 e 2 metros.

Gráfico 07 - Velocidade Máxima dos ventos no Ponto meteorológico 01

Fonte: Elaboração do autor (2018)

0 2 4 6 8 10 12 0 8 /0 7 /2 0 1 7 0 9 /0 7 /2 0 1 7 1 0 /0 7 /2 0 1 7 1 1 /0 7 /2 0 1 7 1 2 /0 7 /2 0 1 7 1 3 /0 7 /2 0 1 7 1 4 /0 7 /2 0 1 7 1 5 /0 7 /2 0 1 7 1 6 /0 7 /2 0 1 7 1 7 /0 7 /2 0 1 7 1 8 /0 7 /2 0 1 7 1 9 /0 7 /2 0 1 7 2 0 /0 7 /2 0 1 7 2 1 /0 7 /2 0 1 7 2 2 /0 7 /2 0 1 7 2 3 /0 7 /2 0 1 7 2 4 /0 7 /2 0 1 7 2 5 /0 7 /2 0 1 7 2 6 /0 7 /2 0 1 7 2 7 /0 7 /2 0 1 7 2 8 /0 7 /2 0 1 7 2 9 /0 7 /2 0 1 7 3 0 /0 7 /2 0 1 7 3 1 /0 7 /2 0 1 7 0 1 /0 8 /2 0 1 7 0 2 /0 8 /2 0 1 7 0 3 /0 8 /2 0 1 7

PM2-Velocidade Média dos Ventos (m/s)

PM2 1M PM2 2M 0 2 4 6 8 10 12 14 08 /0 7/ 20 17 0 9 /0 7 /2 0 1 7 1 0 /0 7 /2 0 1 7 1 1 /0 7 /2 0 1 7 1 2 /0 7 /2 0 1 7 1 3 /0 7 /2 0 1 7 14 /0 7/ 20 17 15 /0 7/ 20 17 16 /0 7/ 20 17 1 7 /0 7 /2 0 1 7 1 8 /0 7 /2 0 1 7 1 9 /0 7 /2 0 1 7 2 0 /0 7 /2 0 1 7 2 1 /0 7 /2 0 1 7 22 /0 7/ 20 17 23 /0 7/ 20 17 24 /0 7/ 20 17 25 /0 7/ 20 17 2 6 /0 7 /2 0 1 7 2 7 /0 7 /2 0 1 7 2 8 /0 7 /2 0 1 7 2 9 /0 7 /2 0 1 7 30 /0 7/ 20 17 31 /0 7/ 20 17 01 /0 8/ 20 17 02 /0 8/ 20 17 0 3 /0 8 /2 0 1 7

PM1 - Velocidade Máxima dos Ventos (m/s)

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Gráfico 08 - Velocidade Máxima dos ventos no ponto meteorológico 02.

Fonte: Elaboração do autor (2018).

0 2 4 6 8 10 12 14 08 /0 7/ 20 17 0 9 /0 7 /2 0 1 7 10 /0 7/ 20 17 11 /0 7/ 20 17 1 2 /0 7 /2 0 1 7 13 /0 7/ 20 17 14 /0 7/ 20 17 1 5 /0 7 /2 0 1 7 16 /0 7/ 20 17 17 /0 7/ 20 17 1 8 /0 7 /2 0 1 7 19 /0 7/ 20 17 2 0 /0 7 /2 0 1 7 2 1 /0 7 /2 0 1 7 22 /0 7/ 20 17 2 3 /0 7 /2 0 1 7 2 4 /0 7 /2 0 1 7 25 /0 7/ 20 17 2 6 /0 7 /2 0 1 7 2 7 /0 7 /2 0 1 7 28 /0 7/ 20 17 2 9 /0 7 /2 0 1 7 3 0 /0 7 /2 0 1 7 31 /0 7/ 20 17 0 1 /0 8 /2 0 1 7 0 2 /0 8 /2 0 1 7 03 /0 8/ 20 17

PM2 - Velocidade Máxima dos Ventos (m/s)

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5 DISCUSSÕES

Dentro da análise granulométrica grãos, a partir de análise microscópica, foram analisados a presença de foraminíferos. De acordo com as amostras analisadas do campo, estes se encontraram, em sua maioria, mortos, muitos quebrados, consequência de dinâmica oceânica no Atol das Rocas. Estes seres são fundamentos de estudos e denotam qualidade de ambientes em que os mesmos estão presentes.

Foraminíferos são protoctistas microscópicos, de dimensões variando entre 0,1 e 2,0 mm de diâmetro, que possuem seu corpo envolto por uma “carapaça” de formatos variados em função da adaptação ao ambiente ao qual está inserido. Está carapaça conhecida como testa, pode ser composta de material orgânico secretado, ou minerais (calcita, aragonita ou 41orami) ou por partículas aglutinadas (como grãos sedimentares ou até mesmo outros foraminíferos). (VIEIRA E DANTAS, 2015).

Os foraminíferos são protistas que se envolvem por uma carapaça, geralmente constituídas de material de calcário, como no atol, formada em sua maior parte por conchas marinhas e pela dinâmica dos habitats naturais de peixes, crustáceos, moluscos e etc.

Na perspectiva das análises físicas do atol, desenvolve-se formas de acessos e, a partir das já existentes, coletamos os foraminíferos numa trilha já existente, apresentado pontos para deslocamento das equipes técnicas presentes. Apesar da presença controlada de pessoas, o impacto humano ainda é existente, onde os foraminíferos são parte do contexto da biodiversidade de recifes de corais do atol.

As alterações causadas pelo homem têm descaracterizado e degradado os ecossistemas marinhos, levando muitas espécies à extinção. As maiores ameaças à biodiversidade marinha, principalmente costeira [...]” (AMARAL e JABLONKI, 2005).

Em análise feita a partir da coleta de dados e pesquisa, buscamos as principais espécies dominantes de foraminíferos dentro do Atol das Rocas, como forma de caracterizar as principais espécies ali presentes. Os foraminíferos foram coletados a partir de três pontos: no início da trilha, meio da trilha e fim da trilha, onde, respectivamente, foram denominados como P1, P2 e P3 (Figura 14). Estes foraminíferos foram analisados a partir de sua população mais elevada

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dentro do Atol das Rocas, como forma de evocar sua importância quantitativa e de maneira geral, de como estes podem oferecer respostas a resistência e resiliências em determinadas conturbações especificas.

Figura 14 - Mapa dos pontos de coleta das amostras de foraminíferos em

2018.

Fonte: Originada da pesquisa (2018)

De acordo com Machado e Souza (1994), as espécies de foraminíferos com mais frequências foram determinadas dentro do Atol das Rocas, onde:

[...] ocorre uma abundante e bem diversificada microfauna de foraminíferos. Do total de 74 espécies identificadas, 5 são frequentes, e são elas: Archaias angulatus, Amphistegina lessonii, Gypsina vesicularis, Sorites marginalis e Heterostegina suborbicularis. O gênero Triloculina apresenta maior diversidade nas amostras da ilha do Farol e do topo recifal, zonas que são mais expos tas durante a baixa-mar [...]. A composição da microfauna de foraminíferos apresenta diferentes características nos diversos sub ambientes recifais.

A partir da metodologia de Machado e Souza (1994), foi possibilitada a pesquisa dos foraminíferos a partir de análise laboratorial por meio da análise em lupa binocular, onde encontramos e denominamos as principais espécies

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como foi elencado anteriormente. Com isso, foram divididos em três tabelas a quantidade de espécies encontradas em cada amostra, denominadas de P1, denominada de Tabela 01, P2, denominada de Tabela 02 e P3, denominada de Tabela 03. Essas amostras foram coletadas na trilha feita no Atol das Rocas por pesquisadores, onde cada tabela produzida representa uma amostra coletada.

Em sua presença constante e de número elevado em sua fragmentação e quantidade, os foraminíferos acabam por serem fundamentais em sua manutenção em ambientes marinhos. Sua forma bioindicadora e de material frágil e invisível a olho nu, traz uma recarga de cuidados ainda mais redobrados na sua preservação. Em sua importância ambiental, os foraminíferos desempenham papéis fundamentais e que acabam se tornando preponderantes para a manutenção rica e equilibrada do ambiente marinho.

Além da sua função paleoambiental, principalmente de formação de material pedológico, os foraminíferos trazem consigo outras formas de descobrimentos. De acordo com Hessel (1982), os foraminíferos permeiam outras formas de representação de materiais, e estes acabam por representar, dentro da micropaleontologia, a busca por interesses de diferentes companhias petrolíferas, já que esses fornecem importantes materiais na determinação de ambientes deposicionais, em questões de datação relativa e correlação estratigráfica, além das questões de formatos e da disposição destes seres nas estruturas marinhas.

Os foraminíferos são de constituição de pequeno porte, se apresentam em grande abundância, e de maneira bem preservada, principalmente pensando-se em um ambiente como o Atol das Rocas, numa área de proteção permanente. Sua presença está associada ainda à ambientes bem peculiares, onde estes possuem faunas especificas e de características próprias, possuindo, assim, o grupo de seres mais bem conhecidos quanto à sua distribuição ecológica, e, neste tipo de ambiente, uma distribuição espacial.

Com a obtenção da coleta de dados meteorológicos, a produção de tabelas como forma de sintetização dos dados obtidos e da confecção de gráficos como forma representativa do material coletado, a análise meteorológica é ponto fundamental da discussão que envolve o ambiente em que os foraminíferos estão presentes.

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No gráfico 01, foi representado a Umidade Relativa do Ar (%), onde foi colhido dados em PM1 e PM2, onde em cada ponto foi colhido duas medidas, uma de 1m e outra de 2m. Do dia 8/07 ao dia 10/07, analisamos que houve uma constância da umidade em torno de 80%, até que no dia 11/07, houve um aumento para quase 100% de umidade relativa do ar. Nos dias 13/07 e 14/07 houve outra diminuição de umidade, e no dia 15/07 um ligeiro aumento na umidade, seguidos em ambos os pontos de 1m e 2m. No dia 16/07, o ponto de 1m se sobrepôs ao de 2m, configurando um ligeiro aumento da umidade para a localização mais baixa dos dados aferido. No dia 16/07 até o dia 24/07, houve uma pequena baixa na porcentagem de umidade relativa obtida, sendo que, no dia 25/07, a cota de 1m ficou acima da obtida em 2m. Do dia 27/07 a 31/07, os dados se mantiveram constantes, sendo que houveram alguns intervalos de altas e baixas para cada uma das duas cotas. No dia 01/08, houve uma alta na umidade que chegou a casa dos 100%, mas, que no dia seguinte, houve uma estabilização da média de umidade colhida na casa dos 80%.

No gráfico 02, foram obtidos os dados do PM2, em outra localização do Atol das Rocas. Nos primeiros dias, a umidade relativa do ar se manteve estável até o dia 12/07, onde houvera uma alta significativa, chegando na casa dos 100% de umidade em 1m e 2m. Do dia 13/07 até o dia 16/07, ambas as cotas se mantiveram estáveis, até que no dia 17/07, houve uma elevação para 100% de umidade e que se manteve em dia 18/07. Do dia 17/07 até o dia 25/07, as duas cotas caíram e se mantiveram estáveis nesse intervalo de tempo, sendo que, nos dias 25 e 26/07, a cota de 1m obteve maior índice de umidade que de 2m. De 27/07 a 31/07 houvera um equilíbrio entre ambas as cotas, até que no dia 1/08, um pico de umidade ocorreu, elevando à 100% de umidade, estabilizando-se novamente nos dos dias estabilizando-seguintes.

No gráfico 03, este para mostrar os dados de Temperatura do Ar (ºC), começou com uma temperatura de 25 ºC, onde no dia 09/07 houve uma elevação para 30ºC, e que no dia 11/07 houve um rebaixamento para a casa dos 25 ºC novamente em ambas as cotas. Do dia 11/07 até o dia 15/07, houve uma intercalação entre as cotas de 1m e 2m, de 25ºC a 28ºC, refletindo a condição de neutralidade da temperatura no Atol das Rocas. Do dia 14/07 até o dia 17/07, houve um equilíbrio de temperatura até que, no dia 18/07 houve uma pequena baixa na temperatura em 25 ºC, mas se estabilizando na faixa média 27°C até o

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dia 31/07. No dia 01/08, houve um pequeno rebaixamento da temperatura para 25ºC, mas que se estabilizou em 27ºC nos dois dias subsequentes.

No gráfico 04, também na medição de Temperatura do Ar (ºC), mas desta feita, em PM2. O gráfico mostra temperaturas variantes de 26°C à 28°C nas cotas 1m e 2m. Nos dias 15/07 e 18/07, pela primeira vez em ambos os pontos e cotas, a temperatura caiu abaixo dos 25ºC. No dia 15/07 em 24 ºC e no dia 18/07 em 23 ºC . No dia 23/07, houve um pico de temperatura de 29°C na cota de 1m, mas com a cota de 2m estabelecida na variação média. Do dia 23/07 até o dia 31/07, a temperatura se manteve na média de 26ºC a 28°C. Apenas no dia 01/08, houve uma queda da temperatura da cota de 2m, onde chegou a 25°C, mantendo-se a cota 1m na faixa média. No dia 01/08, a cota de 2m teve uma baixa para 25ºC, chegando ao ponto mínimo registrado. Nos dias subsequentes as cotas se mantiveram na média de temperatura.

Na análise do gráfico 05, chega-se a Velocidade Média dos Ventos, com os dados coletadas em PM1. De 08/07 a 10/07, a velocidade média se mantém entre a faixa de 4 m/s e 8m/s. Em 11/07, houve uma diminuição da forma média do vento, baixando para 2m/s nas cotas de 1m e 2m. No dia 12/07, houve um pico nos ventos em 9 m/s na cota 2m, mantendo-se a cota 1m na média padrão. No dia 13/07 não houve coleta na cota 2m, ficando sua posição marcada em zero. No dia 16/07, houve uma elevação na média dos ventos na cota 2m para 9 m/s e descendo para a cota média até o dia 20/07. Em seguida, houve uma elevação que se manteve na velocidade do vento média, onde, só no dia 28/07 houve uma queda na velocidade média para algo ao redor de 2 m/s, principalmente na cota de 1m. Houve uma elevação para 9 m/s na cota 2m, nos dias 29/07 e 30/07, mas que voltou para média. No dia 02/08, houve uma queda na velocidade média para 2m/s na cota de 1m.

No gráfico 06, a velocidade média dos ventos foi coletada no ponto PM2. Com isso, constata-se uma pequena queda no dia 11/07 para velocidade de 2m/s em ambas as cotas. Do dia 08/07 ao dia 16/07, a velocidade se manteve na média, até que no dia 17/07, houve uma elevação para 10m/s na cota de 2m. Essa velocidade se mantém média até o dia 27/07, quando no dia 28/07 houve um rebaixamento para 2m/s em 1m e 2m. Os dados, a seguir, se mantiveram estáveis até um pico em 29/07 e 30/07, chegando a 9m/s. Em 01/08, houve uma queda para 2m/s em 1m, mas que entrou na faixa média nos dias subsequentes.

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No gráfico 07, foram coletados e analisados os dados de velocidade máxima dos ventos, nos pontos de PM1 e PM2. De 08/07 até 10/07 a velocidade atingiu 11 m/s no primeiro dia referido em 2m, e caiu para 3m/s em 1m, chegando nos 2m a 5 m/s. No dia 13/07, nos 2m chegou a zero, por falta de dados coletados. Nos dias 12/07 e 13/07, houveram picos de 13 m/s em 2m, e em 1m chegando até 10 m/s. No dia 28/07, houve um grande rebaixamento na velocidade máxima, chegando 2 m/s em ambos os pontos. Logo depois, no dia 30/07, houve um pico de elevação na faixa de 13 m/s de máxima, principalmente na cota 2m. A partir do dia 31/07 até o final da coleta de dados, mantiveram-se as aferições dentro da média observada.

Nas análises do gráfico 08, mostra que a velocidade máxima dos ventos no PM2, constata-se uma queda gradativa que chega em seu pico até o dia 11/07 em 2 m/s. Depois disso houve uma elevação na velocidade do vento nos dia 13/07 e 17/07, chegando, em 2m a 13 m/s. No dia 20/07, houve uma queda para 4 m/s em 1m e 2m. Logo depois houve uma manutenção na faixa observada como média, entre 4 e 9 m/s, mas, no dia 28/07, houve uma grande diminuição da máxima, chegando em um pouco mais de 3m/s. No dia30/07, ao contrário, houve uma grande máxima na cota 2m, chegando a 12 m/s de máxima dos ventos. Em seguida, até o ultimo dia de coleta, em 03/08, percebemos que a velocidade média dos ventos se manteve na faixa média observada.

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6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Com o estudo da população de foraminíferos no Atol das Rocas, fica perceptível de como um ambiente equilibrado ambientalmente repercute positivamente na proliferação e ambientação das espécies ali residentes. Os foraminíferos são bioindicadores de ambiente equilibrado e aparece no Atol das Rocas de maneira significativa, como foi visto em nossa pesquisa. Nisto, esta espécie na qual está inserida no grupo de protistas são de fundamental importância para estabelecer parâmetros nos quais buscam utilizar no atol a respeito de sua dinâmica ambiental.

Os foraminíferos entram em consonância com os aspectos ligados ao clima, como dito nesta pesquisa em sua análise meteorológica, como também estão interligados aos aspectos granulométricos do atol, onde muitos se encontram incorporados ao material de sedimentos bioclastos, como carapaças, restos de animas, dentre outros. Com isso, foram identificados os foraminíferos por meio de metodologia usada em Machado e Souza (1994), onde identificamos cinco espécies, mostrando, também a quantidade destas obtidas a partir das análises em laboratórios. O que constatamos é que a variabilidade de foraminíferos é muito grande, onde no Atol das Rocas concentram-se outras espécies e que são fundamentais para possíveis análises futuras em outras pesquisas.

Sua característica bioindicadora também é importante para possíveis formas de manutenção do Atol das Rocas, trazendo com os foraminíferos a possibilidade de se avaliar possíveis estágios de conservação ambiental que o lugar se encontra. Neste sentido, é importante aferir até que ponto certos locais no Atol das Rocas podem ser transitados, pois algumas locomoções podem vir a quebrar e destruir esses foraminíferos. Estes seres, como não são possíveis de serem observador à olho nu, acabam sendo quebrados e difíceis de serem analisados por estarem em fragmentos minúsculos, dificultando uma análise mais detalhada de sua composição.

É importante ser ressaltado o nível de conservação do Atol das Rocas, sendo este o único atol localizado no Atlântico Sul, sendo um recife semicircular, composto por esqueletos calcários de algas, corais e moluscos. Vale ressaltar sua importância por sua alta produtividade biológica e seu funcionamento a partir

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dos cuidados e monitoramento do ICMBio (Instituto Chico Mendes) e do MMA (Ministério do Meio Ambiente), fazendo com que vários pesquisadores tenham acesso ao local e possibilitem que vários estudos e pesquisas possam ser realizados no local. Desta forma, a partir do reconhecimento legal em 1979 e da consolidação como reserva ambiental em 1986, transformando o lugar em área de preservação ambiental, o atol consegue ser gerido e é um local de difusão de pesquisas, não só relacionado a esta, como a tantas outras pesquisas.

Os foraminíferos, importantes para estabelecer níveis de conservação, devem ser postos em discussão, tendo um longo leque de aprofundamento em pesquisas que podem vir a contribuir ainda mais e destacar a importância de sua preservação e de reunir novos estudos para a área.

Diante da concretização deste trabalho, esperamos que haja o interesse de outros pesquisadores em desenvolver estudos sobre assuntos correlatos à temática abordada. As sugestões apresentadas acima poderão servir como ponto de partida para o desenvolvimento de novos trabalhos.

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