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A ABORDAGEM DOS DIREITOS HUMANOS NO ENSINO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

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REPATS, Brasília, V. 5, nº 2, p 434-463, Jul-Dez, 2018

A ABORDAGEM DOS DIREITOS HUMANOS NO ENSINO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

THE HUMAN RIGHTS APPROACH TO EDUCATION IN INTERNATIONAL RELATIONS

Rosana Corrêa Tomazini*

Debora Aparecida Antunes**

RESUMO: Esse ano, 2018, a Declaração Universal dos Direitos Humanos

(DUDH) completa 70 anos. A DUDH representou o primeiro passo no consenso internacional sobre os direitos do indivíduo e preservação de sua dignidade. Uma mudança de paradigma nas relações internacionais, dado que o foco do direito público internacional se volta para a pessoa, e não para o Estado. Assim, desde a sua proposição, muitos avanços podem ser percebidos no leque dos direitos elencados, incluindo a área da educação. Nesse sentido, o presente artigo pretende explorar a inclusão do tema dos direitos humanos no ensino das Relações Internacionais no Brasil, observando que tal orientação está presente tanto nas Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos, aprovadas em 2012, quanto nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para os cursos de Relações Internacionais, aprovadas em 2017. Nota-se que as orientações elencadas nas Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos dispõem sobre a inclusão dessa temática nos sistemas de ensino e instituições educativas, tanto de forma transversal como disciplinar, ou de modo misto. Igualmente, as DCNs para os cursos de Relações Internacionais, recentemente aprovadas, incluem conhecimentos e práticas em direitos humanos tanto no seu eixo de formação estruturante, como no seu eixo de formação complementar. Assim, a partir desse contexto, o presente trabalho pretende construir o Estado da Arte sobre a abordagem dos direitos humanos

Recebido em: 19/08/2018 Aceito em: 22/09/2018

*Possui graduação em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (1991), mestrado

em Economia Internacional pela Universidade de Lisboa - Instituto Superior de Economia e Gestão - ISEG (2000) e doutorado em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (2009). De 2006 até início de 2014, foi gestora de projetos de cooperação internacional na Delegação da União Europeia no Brasil, responsável pelo Instrumento Europeu para a Promoção da Democracia e dos Direitos Humanos. Foi, igualmente, professora voluntária na Universidade de Brasília, durante o segundo semestre de 2013, ministrando a disciplina "A Cooperação Internacional para o Desenvolvimento e a União Europeia" (Tópicos Especiais em Relações Internacionais), Atualmente é professora e coordenadora do curso de graduação em Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília, ministrando as disciplinas de: Proteção Internacional da Pessoa Humana, Cooperação Internacional e Organizações Internacionais.

**Mestre em Educação pela Universidade Católica de Brasília. Graduação em Pedagogia pela

Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente professora da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEDF).

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435 no ensino de Relações Internacionais no Brasil, considerando a produção

acadêmica de duas bases de dados: (i) SciELO - Scientific Eletronic Labrary Online e (ii) Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTB). Acredita-se que a composição do referido Estado da Arte lance luz sobre o panorama da produção acadêmica no período de 2012 a 2017, na temática em discussão, permitindo sinalizar avanços no cumprimento dos compromissos assumidos a partir da DUDH, notadamente na área do ensino em direitos humanos.

Palavras-Chave: Direitos Humanos, Relações Internacionais, Diretrizes

Curriculares Nacionais

ABSTRACT: This year, 2018, a Universal Declaration of Human Rights

(UDHR) turns 70 years. A UDHR represented the first step towards preserving the rights of the individual and preserving his dignity. The nas paradigm, international, given that the focus of international law is on the person, not the state. Thus, from his proposition, many retributions can be perceived without the copyright, including an area of education. In this regard, the program has been included in the National Human Rights Education Guidelines, adopted in 2012, on the National Curriculum Guidelines (DCNs) for International Relations courses, approved in 2017. Note on the National Guidelines for Rights Education On a database of educational systems and educational institutions, both cross-curricular and disciplinary, or in a mixed way. Also, as DCNs for international specialization courses, best practices and training, both teaching and training of teachers, as well as those of complementary training. From then on, the present is fundamental for obtaining an academic database of data: (i) SciELO - ELETRONIC ELECTRONIC LABORATORY Online and (ii) Brazilian Digital Library of Theses and Dissertations (BDTB). It is believed that the composition of the Underworld State of Art sheds light on the panorama of academic production in the period from 2012 to 2017, in the subject under discussion, the signaling of progress in fulfilling the commitments assumed from the UDHR, notably in the area of education human rights.

Keywords: Human Rights, International Relations, National Curricular

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INTRODUÇÃO

O processo de internacionalização dos direitos humanos se intensifica, após a segunda guerra mundial, com a criação da Organização das Nações Unidas (ONU), no âmbito da qual é concebida e assinada a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH). A DUDH foi, de fato, o documento que orientou as agendas internacionais e nacionais de direitos humanos, abarcando os seus mais diversos aspectos, pautando-se, igualmente, pelo princípio da indivisibilidade, segundo o qual todos os direitos são iguais, ou seja, os direitos civis e políticos e econômicos sociais e culturais - referidos na DUDH e judicializados, posteriormente, em dois pactos1 - têm a mesma

relevância e devem ser assim tratados pelos Estados comprometidos.

Nesse contexto, os instrumentos que são criados, a partir da DUDH, se desdobraram e desenvolveram até chegar, por exemplo, no caso do Brasil, aos planos nacionais de direitos humanos2, que por sua vez se desdobraram em

diversos outros documentos e orientações, incluindo, e de especial interesse para o presente artigo, as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos e as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Graduação em Relações Internacionais.

De fato, desde a concepção da DUDH, que define e elenca direitos relacionados aos indivíduos, observa-se, tanto internacional como nacionalmente, vários desdobramentos da agenda de promoção e proteção dos direitos humanos, nas mais diversas esferas das relações sociais, incluindo a área da educação.

Tendo como referência o contexto em tela, o presente artigo se propõe a esboçar o Estado da Arte sobre a abordagem dos direitos humanos nos cursos de Relações Internacionais (RI) no Brasil, a partir da produção acadêmica de duas bases de dados: (i) SciELO - Scientific Eletronic Labrary Online e (ii)

1 Os referidos pactos são: Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, e Pacto Internacional dos Direitos Econômicos Sociais e Culturais, ambos ratificados pelos Estados Partes em 1966.

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437 Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTB), considerando o

período de 2012 a 2017.

Entendendo o ensino, a pesquisa e a extensão como eixos indissociáveis das Instituições de Educação Superior, parte-se do pressuposto que a produção acadêmica em direitos humanos servirá como termômetro sobre a abordagem desta agenda no ensino das RI no Brasil.

Destaca-se que a proposta aqui foi concebida a partir da aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de RI no país, em 2017, e por ocasião da comemoração dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, no corrente ano, de 2018.

Nesse contexto, o artigo é iniciado com um breve histórico do processo de internacionalização dos direitos humanos, seguido pelo panorama sobre a educação em direitos humanos no país. Após, são levantados alguns aspectos sobre as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de graduação em Relações Internacionais no Brasil, mais especificamente sobre a obrigatoriedade de se incluir o conteúdo de direitos humanos nos referidos cursos. E, finalmente, é apresentado o Estado da Arte da abordagem dos DH, a partir das bases de dados anteriormente referidas.

Pretende-se, assim, contribuir para o melhor entendimento e aplicação das diretrizes curriculares nacionais recentemente aprovadas para os cursos de RI no país, notadamente no que se refere aos direitos humanos, que passou a compor o rol das disciplinas do eixo estruturante dos referidos cursos, como se verá.

1. BREVE HISTÓRICO DO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

O ponto de inflexão, no que se refere aos direitos humanos, ou ainda, no que se refere ao entendimento da relação entre o Estado, a comunidade internacional e os indivíduos, foi marcadamente a II Guerra Mundial, que gerou massivas violações de direitos humanos, principalmente pela ditadura nazista (TOMUSCHAT, 2010).

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438 A partir desse emblemático acontecimento na história mundial, a

proteção do indivíduo não estaria mais sob a jurisdição exclusiva de seu país natal - que poderia, inclusive, se tornar uma “máquina de matar” desrespeitando a sua função básica de proteger e defender a dignidade humana de seus cidadãos, - mas a comunidade internacional passaria, igualmente, a se manifestar e zelar pela proteção e dignidade dos indivíduos, caso o Estado falhasse nesse papel (TOMUSCHAT, 2010).

Sobre o tema, Piovesan (2013) destaca que “se a Segunda Guerra significou a ruptura com os direitos humanos, o pós guerra deveria significar sua reconstrução” (PIOVESAN, 2013, p. 190). Nesse contexto, a autora ressalta que o processo de internacionalização dos direitos humanos foi marcado pela necessidade de uma ação internacional mais eficaz quanto à sua proteção, que seria consolidada por meio da criação da sistemática normativa de proteção internacional, no âmbito da ONU.

De fato, a partir da criação da ONU, cuja carta fundadora, já no seu artigo inicial, 3 igualmente destaca a promoção e proteção dos direitos

humanos, o sistema de proteção global dos indivíduos começa a ser construído, tendo como pedra basilar a Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinada em 1948 por 48 Estados-membros das Nações Unidas (PIOVESAN, 2013). Pela primeira vez na história mundial, definiu-se e agregou-se direitos civis e políticos, com direitos econômicos, sociais e culturais, representando a DUDH não só o alicerce do sistema de proteção internacional da pessoa humana, mas um documento marco na história dos direitos humanos, a partir do qual vários outros documentos e ações se desenvolveram, tanto no âmbito internacional, quanto no âmbito nacional.

Assim, a partir da DUDH, distintos mecanismos internacionais foram estabelecidos, inclusive de caráter vinculante, entre os quais o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos Sociais e Culturais (Pidesc), adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1966 e ratificado pelo Brasil em

3 Artigo 1 § 3 Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural ou humanitário, e para promover e estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião (ONU, 1948).

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439 1992, que refere, entre um amplo leque de direitos, o direito à educação em

seu artigo 13, a saber:

“Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa à educação. Concordam em que a educação deverá visar ao pleno desenvolvimento da personalidade humana e do sentido de sua dignidade e fortalecer o respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais. Concordam ainda em que a educação deverá capacitar todas as pessoas a participar efetivamente de uma sociedade livre, favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e entre todos os grupos raciais, étnicos ou religiosos e promover as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz” (ONU, 1966).

O artigo continua com outras disposições sobre a educação, mas chama-se a atenção aqui para o fato de que não só a educação passa a ser reconhecida como um direito humano, sendo obrigação do Estado assegurar o pleno exercício de tal direito, mas, igualmente, deve incorporar, em sua execução, o respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais. Em outras palavras, a educação tanto representa um direito humano, quanto tem como um de seus objetivos a promoção deste direito.

Por fim, uma última nota em relação ao processo de internacionalização dos direitos humanos que culminou na criação de um “Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos”, incorporando, além do Direito Internacional dos Direitos Humanos, levado a cabo pelo Sistema de Proteção Global no âmbito da ONU, o Direito Internacional dos Refugiados e o Direito Internacional Humanitário 4, todos com foco sobre o indivíduo e a preservação de sua

dignidade.

Nota-se, assim, o indivíduo como sujeito de direitos, em relação ao qual as organizações internacionais, no âmbito do sistema internacional global e regional5, e os Estados, no seu âmbito doméstico, devem se pronunciar e se

4 O Direito Internacional dos Refugiados tem como principal marco jurídico a Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados, aprovada pela Assembleia Geral da ONU em 1951, e seu Protocolo adicional de 1967; e o Direito Internacional Humanitário tem como principais marcos jurídicos as Convenções de Haia de 1907, as Convenções de Genebra de 1949, bem como os Protocolos adicionais de 1977.

5 Além do sistema global de proteção, levado a cabo pela ONU, destacam-se ainda os sistemas regionais de proteção, entre os quais o Sistema Europeu (no âmbito do Conselho da

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440 organizar na promoção e preservação de direitos, incluindo a educação e a

educação em direitos humanos, como se verá na seção seguinte.

2. EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS NO BRASIL

A Educação em Direitos Humanos (EDH) tem se tornado, ao longo das últimas décadas, temática cada vez mais discutida, integrando políticas públicas de Estado, programas e ações, bem como a mobilização da sociedade civil e dos movimentos sociais, no contexto nacional e internacional (TOSI; ZENAIDE, 2014; CANDAU, 2007).

Um passo importante para superar a condição atual dos direitos humanos e das violações desses direitos, que ainda persistem na sociedade, é repensar o papel da educação, da formação profissional e da socialização do conhecimento, no estabelecimento de maior diálogo entre as culturas, sociedades e saberes, e na busca pelo desenvolvimento humano e social de forma integral. Sensibilizar a sociedade para o papel da educação na cultura e garantia dos direitos humanos é, no entanto, um relevante desafio (SILVEIRA, 2007).

A promoção dos direitos humanos em países como o Brasil requer, de acordo com Benevides (2007, p. 345), “uma consciência clara sobre o papel da educação para a construção de uma sociedade baseada no respeito à dignidade da pessoa humana e na justiça social”. De fato, o momento atual é propício para se buscar o entendimento sobre o papel da educação em direitos humanos, enquanto semeador de transformações necessárias à sociedade, sobretudo, ao se considerar nesse processo a desigualdade social, a violência, o terrorismo, a corrupção, a questão das migrações internacionais, da intolerância, do preconceito, e de outras muitas formas de violação dos direitos humanos.

Nesse sentido, a Declaração de Viena e o seu respectivo Programa de Ação, adotados em 25 de junho de 1993, na II Conferência Mundial sobre

Europa), o Sistema Interamericano (no âmbito da Organização dos Estados Americanos) e o Sistema Africano (no âmbito da União Africana).

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441 Direitos Humanos, constituem, em matéria de educação, um dos marcos no

tema, nas últimas décadas. Assim, a Declaração reafirma, no seu artigo 33, os compromissos assumidos na Conferência Mundial sobre os Direitos Humanos, nas intenções da DUDH e no Pidesc, colocando a educação no centro do processo de promoção da compreensão, tolerância, paz e na construção de relações amigáveis entre diferentes povos e nações. O artigo 34, por sua vez, versa sobre os esforços no âmbito da educação, que devem orientar os Governos, as Nações Unidas e outras organizações multilaterais no sentido de promover e ampliar o conhecimento sobre os direitos humanos.

Especificamente, sobre o ensino dos direitos humanos, são destacados os artigos 78 a 82, que, entre outras disposições, consideram o ensino, a formação e informação sobre direitos humanos tarefa essencial para o desenvolvimento de relações harmônicas entre as pessoas e as comunidades, de forma que promovam a compreensão, a tolerância e a paz. Dispõem ainda sobre o compromisso que os Estados devem assumir na luta pela erradicação do analfabetismo, no direcionamento do ensino para o desenvolvimento integral da personalidade humana, e pelo reforço de valores universais e liberdades fundamentais.

O artigo 79, entre outras disposições, merece igualmente destaque por requerer dos Estados e instituições de ensino a inclusão dos direitos humanos como disciplinas curriculares, tanto na educação formal como na educação não formal, instituindo nova forma de pensar e implementar a educação em direitos humanos. O conteúdo dessa educação está destacado ainda no artigo 80, que dispõe:

Art. 80. A educação sobre direitos do homem deverá incluir a paz, a democracia, o desenvolvimento e a justiça social, conforme definido nos instrumentos internacionais e regionais sobre direitos humanos, por forma a alcançar-se um entendimento comum e a consciência que permitam reforçar o compromisso universal com os direitos

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442 O artigo 81 recomenda ainda aos Estados o desenvolvimento de

programas e estratégias que assegurem a educação em direitos humanos, e o artigo 82 versa sobre a proclamação da Década das Nações Unidas para a Educação em Direitos Humanos e sobre o compromisso de todos com as ações propostas (ONU, 1993).

No Brasil, é a partir da década de 90, quando o Estado assume uma função de interlocutor diante dos movimentos sociais, que os direitos humanos passam a integrar as pautas para a agenda das políticas educacionais, como afirma Tosi (2006), e reiterado por Zenaide (2005, p. 357).

Nesse contexto, e conforme recomendação da Conferência de Viena, de 1993, foi lançado, em 13 de maio de 1996, o primeiro Programa Nacional de Direitos humanos – PNDH I6, por iniciativa do Governo Federal, juntamente

com a criação da Secretaria Especial de Direitos Humanos, na época vinculada ao Ministério da Justiça. Sobre esse aspecto, Tosi (2006) destaca que o programa nacional inspirou os programas estaduais e municipais, bem como uma nova linguagem e cultura em direitos humanos.

De fato, o PNDH-I apresentava, em seus anexos, um diagnóstico inicial da situação dos direitos humanos no Brasil, assim como um conjunto de propostas de ações governamentais de curto, médio e longo prazo, entre as quais: Políticas Públicas para proteção e promoção dos Direitos Humanos no Brasil (Proteção do Direito à Vida; Proteção do Direito à Liberdade); Proteção do direito a tratamento igualitário perante a Lei (Direitos Humanos; Direitos de Todos); Educação e Cidadania/Bases para uma cultura de Direitos Humanos (Produção e Distribuição de Informações e Conhecimento) (BRASIL, 1996).

Outro relevante marco para a temática da EDH é, segundo Dias e Porto (2010), a proclamação, pela ONU, da Década das Nações Unidas para a Educação em Direitos Humanos, como referido anteriormente, no ano de 1994, cuja vigência perdurou de 1995 a 2004, bem como os planos de ação desenvolvidos nesse período.

6 O Programa Nacional de Direitos Humanos - PNDH foi desenvolvido em três versões, a saber: PNDH I (1996), PNDH II (2002) e o PNDH III (2010).

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443 Entre as ações que buscavam apoiar a promoção da referida Década, a

Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos criaram, adicionalmente, o Programa Mundial de Educação em Direitos Humanos (PMEDH), que deveria ser desenvolvido em três fases7.

Entre os objetivos do referido Programa, destaca-se a intenção de subsidiar e orientar governos e sociedade civil no processo de construção de programas nacionais de educação pautados pelos direitos humanos, conforme previsto no plano de ação da Década das Nações Unidas para a Educação em Direitos Humanos.

Assim, cumprindo as ações previstas no PMEDH e no Programa Nacional de Direitos Humanos, o Brasil iniciou, em 2003, as discussões para a elaboração do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH), criando inicialmente o Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos (CNEDH). A primeira versão do PNEDH foi lançada ainda em 2003, e, após aperfeiçoamento, foi atualizada no ano de 2006.

O PNEDH surge de articulações que envolveram os três poderes da República (judiciário, legislativo e executivo), organismos internacionais, Instituições de Educação Superior (IES) e a sociedade civil organizada. Nesse sentido, a então Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH) e o Ministério da Educação (MEC), em parceria com o Ministério da Justiça (MJ) e Secretarias Especiais, “além de executar programas e projetos de educação em direitos humanos, são responsáveis pela coordenação e avaliação das ações desenvolvidas por órgãos e entidades

7 A primeira fase do PMEDH (2005-2009) foi dedicada à integração da educação em direitos humanos nos sistemas de educação básica. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0014/001478/147853por.pdf>. Acesso em 05 de agosto 2018.

A segunda fase do PMEDH (2010-2014) centralizou esforços na educação em direitos humanos para a educação superior, a formação de professores e educadores, funcionários públicos, policiais e militares em todos os níveis e modalidades. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0021/002173/217350por.pdf>. Acesso em 10 de agosto 2018.

A terceira fase do PMEDH (2015-2019), ainda em desenvolvimento, é dedicado a reforçar a implementação das duas primeiras fases do programa e promover a formação em direitos humanos para profissionais de mídia e jornalistas. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0023/002329/232922POR.pdf>. Acesso em 10 de agosto 2018.

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públicas e privadas” (BRASIL, 2007, p. 11).

Adicionalmente, ainda no contexto brasileiro, por meio da articulação com a SEDH, com o Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos8 e

com o MEC, o Conselho Nacional de Educação estabelece, por meio da Resolução n. 01, de 30 de maio de 2012, as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos.

Tais diretrizes devem ser observadas pelos sistemas de ensino e suas instituições, na elaboração de documentos, práticas pedagógicas e metodologias, em todas as modalidades, reconhecendo o papel da educação na formação da dimensão humana. A interpretação é a de que a educação deve contribuir para formar cidadãos que participem ativamente da sociedade, debatendo e interferindo nas questões econômicas, sociais e políticas, e buscando o desenvolvimento pautado no respeito à dignidade humana.

Ainda, a elaboração das Diretrizes para a EDH levou em consideração o Eixo 5 do PNDH-III9, que orienta o fortalecimento dos princípios da democracia

e dos direitos humanos nos sistemas de educação básica, nas IES, e nas instituições formadoras, elencando como objetivos estratégicos a inclusão da temática dos direitos humanos nesses espaços, bem como incentivando a transdisciplinaridade e a transversalidade dos direitos humanos nas atividades acadêmicas.

De fato, orientações contidas nas Diretrizes para o Ensino dos Direitos Humanos na educação superior podem ser observadas no âmbito das Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Relações Internacionais, aprovadas em 2017, que, entre outras especificações, apontam

8 O Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos (CNEDH) foi institucionalizado por meio da Portaria n° 98, de 9 de julho de 2003, estando naquele momento entre suas principais finalidades, a proposição do texto para a publicação do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH). Disponível em: < http://www.mdh.gov.br/informacao-ao-

cidadao/participacao-social/orgaos-colegiados/cnedh/comite-nacional-de-educacao-em-direitos-humanos-cnedh>. Acesso em 20 de julho 2018.

9Em ações anteriores ao PNDH III, foi instituída no ano de 2002, a versão revisada do Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH-II, que deixou de lado as ações de curto, médio e longo prazo, passando a implementar planos de ação anuais, com medidas adotadas e recursos orçamentários próprios, bem como órgãos responsáveis pela execução dos referidos planos (BRASIL, 2010).

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445 a inclusão obrigatória do tema direitos humanos no seu Eixo de Formação

Estruturante, como se verá a seguir.

3. AS DCNs PARA OS CURSOS DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS NO PAÍS

Guimarães (2001) já observava no início do presente século, que passadas décadas após a inserção formal das RI na academia, tal campo de estudos pode ser considerado como “consagrado e com significativo e amplo acervo de conhecimento acumulado” (GUIMARÃES, 2001, p. 51). Especificamente no que se refere ao Brasil, segundo o autor, houve uma proliferação dos cursos de RI no país, a partir do final da década de 80, motivados, sobretudo, pela ascensão do fenômeno da globalização da economia, que passou a exigir, tanto do país, quanto dos profissionais do mercado, maior conexão com o ambiente internacional.

Nesse contexto, de maior abertura ao exterior, observou-se demanda crescente por recursos humanos qualificados, tanto em RI quanto em outras áreas conexas, como economia política internacional, comércio internacional, integração regional, cooperação internacional, entre outras áreas.

Contudo, embora o primeiro curso de graduação em RI tenha sido criado em 1974, na Universidade de Brasília (e reconhecido formalmente em 1976), somente em 2017, 43 anos após sua criação, foram aprovadas as suas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), pelo Ministério da Educação.10

De fato, os cursos de RI no Brasil, que atualmente totalizam 167, entre 136 instituições de ensino superior 11, não tinham a definição de um currículo

mínimo ou comum, anteriormente à aprovação das DCNs, o que permitia certa liberdade na composição das próprias matrizes curriculares dos diversos cursos. Após a criação e aprovação das DCNs, e segundo o próprio documento:

10 Resolução nº 4, de 4 de Outubro de 2017 do Ministério da Educação, Conselho de Ensino Superior, Câmara de Educação Superior.

11 Dados extraídos da base de dados do E-Mec. Disponível em: <http://emec.mec.gov.br/>. Acesso em 28 de julho 2018.

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“a organização dos Cursos de Graduação em Relações Internacionais, observadas as Diretrizes Curriculares Nacionais e os Pareceres desta Câmara, indicará claramente os componentes curriculares, abrangendo projeto pedagógico e matriz curricular, linha de formação, perfil do egresso, incluindo as competências e habilidades esperadas; os conteúdos curriculares; a duração do curso; o regime de oferta; as atividades complementares; o sistema de avaliação; a metodologia de ensino e aprendizagem; o estágio curricular supervisionado, em caráter opcional, e o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), este como componente obrigatório da Instituição; sem prejuízo de outros aspectos que tornem consistente o projeto pedagógico” (BRASIL, 2017, p. 1).

Isso quer dizer que, a partir da aprovação do documento em questão, os cursos de RI no Brasil passam a ter que cumprir uma demanda comum, definida pelo Conselho Nacional de Educação, do MRE. Igualmente, os referidos cursos devem estabelecer, em seu projeto pedagógico e organização curricular, um conjunto de conteúdos básicos, expressos em disciplinas que permitam distingui-los como área de conhecimento (BRASIL, 2017). Nesse contexto, foram definidos quatro grandes eixos temáticos e complementares entre si: um Eixo de Formação Estruturante, mais três eixos norteadores: Eixo de Formação Interdisciplinar; Eixo de Formação voltado à Atividade Profissional e Eixo de Formação Complementar.

O Eixo de Formação Estruturante, de acordo com as DCNs (BRASIL, 2017), contempla, obrigatoriamente (e é bom que se enfatize o seu caráter obrigatório) os conteúdos de: Teorias das Relações Internacionais; Segurança, Estudos Estratégicos e Defesa; Política Externa; História das Relações Internacionais; Economia Política Internacional; Ciência Política; Direito Internacional e Direitos Humanos; Instituições, Regimes e Organizações Internacionais.

As DCNs igualmente estabelecem os conteúdos, no âmbito das Ciências Sociais, que devem compor o Eixo de Formação Interdisciplinar, entre os quais, os conteúdos de Economia, Filosofia, Direito, Sociologia, Antropologia, entre outros, destacando que os mesmos têm o objetivo de estabelecer o “alicerce da formação geral, humanística e ética do curso”.

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447 O referido documento estipula, ainda, a composição do Eixo de

Formação voltado à Atividade Profissional e do Eixo de Formação Complementar, demonstrando igualmente preocupação com competências e habilidades necessárias ao mercado de trabalho.

Não é objetivo do presente artigo explorar com detalhes as recomendações das DCNs, mas chamar a atenção para o objetivo de se estabelecer um conjunto de conteúdos, de caráter obrigatório/estruturante, interdisciplinar e complementar, que deverão permear todos os cursos de RI no Brasil - ocasionalmente demandando revisões nos seus projetos pedagógicos e matrizes curriculares - entre os quais, e de especial interesse para o presente trabalho, o de direitos humanos.

Reforça-se que, até então, os cursos de RI no país poderiam ou não optar por ministrar tal conteúdo, mas a partir da aprovação das DCNs, o mesmo se torna obrigatório, seguindo, inclusive, as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Direitos Humanos, aprovadas, em 2012, referidas no ponto anterior.

Ainda sobre a abordagem dos direitos humanos nos componentes curriculares dos cursos de Relações Internacionais no país, destaca-se o estudo feito pelas autoras Ramanzini e Ferreira (2014), que mapearam 102 cursos de graduação em Relações Internacionais no Brasil12, identificando que,

destes, 44% apresentaram ensino em matéria de direitos humanos. Apontaram, ainda, 52 disciplinas de direitos humanos oferecidas nos cursos de RI no país - chamando a atenção para a variação na denominação das mesmas (RAMANZINI; FERREIRA, 2014, p. 48 e 49).13

As autoras identificaram que na maioria das disciplinas de direitos humanos analisadas foram priorizados “enfoques históricos e legalistas, empregadas metodologias e sistemas de avaliação convencionais e utilizado

12 As autoras identificaram, na época, 119 cursos de Relações Internacionais registrados no MEC, e conseguiram acesso à grade de 102 cursos.

13 As mais comuns: Direitos Humanos (11 ocorrências), Direitos Humanos e [cidadania, cosmopolitismo, ética, meio ambiente etc.] (11 ocorrências), Proteção Internacional dos Direitos Humanos (09 ocorrências) e Proteção Internacional da Pessoa Humana (04 ocorrências) (RAMANZINI; FERREIRA, 2014, pg 49).

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448 um conjunto de leituras em comum, pouco correlatas às Relações

Internacionais” (RAMANZINI; FERREIRA, 2014, p. 50).

Tal mapeamento parece sinalizar a necessidade não só de incorporar o estudo de direitos humanos ao eixo estruturante dos cursos de Relações Internacionais, mas, igualmente, de adaptar os conteúdos já ministrados ao campo de estudos da área.

Assim, de forma a levantar pistas sobre a abordagem dos direitos humanos nas Relações Internacionais no Brasil - entendendo o ensino, pesquisa e extensão como pilares estruturantes das Instituições de Educação Superior - o próximo tópico irá explorar a inclusão da temática nos artigos e teses registrados nas bases de dados do SciELO - Scientific Eletronic Labrary Online e da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTB), respectivamente.

4. O ESTADO DA ARTE

Assim como o ensino e a extensão são espaços que congregam diversos saberes e formas de conhecimento e de interação social, a pesquisa também deve zelar pela promoção e pela garantia da dignidade humana e do respeito aos direitos humanos. Na pesquisa, considerando seu caráter multi e interdisciplinar, a questão dos direitos humanos é articulada em algumas matrizes, como assegura Cardoso (2014, p. 85-86):

[...] jurídica, filosófica, histórica, socioeconômica e psicológica; também podemos incluir, hoje, a dimensão ambiental e tecnológica. A natureza interdisciplinar das pesquisas em direitos humanos decorre da abrangência daqueles valores considerados inalienáveis à dignidade humana, como: o direito à vida, à alimentação, à saúde, à orientação sexual, à educação, à moradia, ao trabalho digno, às liberdades individuais, ao acesso à cultura, ao meio ambiente saudável, entre outros.

(16)

449 Adicionalmente, Tosi (2006) considera que a pesquisa é o segmento da

universidade que mais pode contribuir para o desenvolvimento de uma educação voltada para os direitos humanos, no entanto, é atualmente um ponto fraco das universidades, necessitando de reinvenção em torno de novas pesquisas e do diálogo interdisciplinar que envolva toda a comunidade acadêmica.

Feitas tais considerações, é proposto aqui a sinalização do Estado da Arte da pesquisa em direitos humanos, a partir de duas bases de dados de referência nacional: a SciELO - Scientific Electronic Library Online e a BDTD - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações, entendendo a pesquisa e o ensino como eixos indissociáveis da educação, como já referido.

Destaca-se que a Scientific Electronic Library Online (SciELO) e a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD) disponibilizam o acesso livre e gratuito a conhecimentos, informações e pesquisas de diferentes áreas do conhecimento, motivo pelo qual foram selecionadas e utilizadas para a construção do Estado da Arte sobre a abordagem de direitos humanos, nas RI no Brasil.

4.1 Scientific Electronic Library Online (SciELO)

Uma nota introdutória sobre a Scientific Electronic Library Online (SciELO) que, de acordo com informações do seu sítio eletrônico, foi constituída com uma biblioteca eletrônica a partir de projeto de pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), em parceria com o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME). Desde o ano de 2002, passou a contar com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e hoje abrange ampla coleção de periódicos científicos brasileiros.14

Antes de se apontar os resultados obtidos na pesquisa da base de dados da SciELO, faz-se necessário ainda destacar os principais periódicos da

14 A base de dados da Scielo pode ser pesquisada no link <

(17)

450 área de Relações Internacionais no Brasil, de acordo com levantamento feito

pelo Instituto de Pesquisa em Relações Internacionais (IPRI), em 2017, que podem ser consultados na tabela 1 do anexo I do presente trabalho. Nota-se que, dos periódicos referidos na Tabela 1, apenas as revistas: Contexto Internacional e Revista Brasileira de Política Internacional (RBPI) compõem a base de dados da SciELO.

Feitas tais considerações, e partindo diretamente para exploração da base dados da SciELO, ao se aplicar o filtro Direitos Humanos, por assunto, para a revista Contexto Internacional, são encontradas 7 referências no total (identificadas entre os anos de 2003 a 2013), com apenas 1 referência registrada para 2013, lembrando que as DCNs para a Educação em Direitos Humanos datam de 2012.

Apenas como comparação, ao se aplicar o filtro Segurança, que é um dos temas clássicos de pesquisa em Relações Internacionais, encontramos 46 referências no total (com as publicações concentradas a partir de 2001).

Aplicando o mesmo filtro, Direitos Humanos, para a Revista de Brasileira de Política Internacional (RBPI), são encontrados 11 resultados, sendo que 9 compreendem os anos de 1997 a 2011, e 2 compreendem os anos de 2013 e 2014.15

Seguindo a comparação anterior, ao se aplicar o filtro Segurança para a RBPI, são identificadas 57 referências (a partir de 1989, mas igualmente concentradas a partir de 2001).

As comparações anteriores parecem indicar que as publicações na área de segurança se intensificaram, a partir de 2001, podendo ter como, marco impulsionador, os ataques de 11 de setembro de 2001, ocorridos nos Estados Unidos. No que se refere, entretanto, à agenda de direitos humanos, pode-se apontar as violações de direitos humanos, ocorridas no período da Segunda Guerra Mundial, como um marco impulsionador do processo de internacionalização da agenda, como referido no início do trabalho, mas parece não haver um marco impulsionador de pesquisas/publicações no tema, como no caso dos ataques terroristas de 11/09, por exemplo, pelo menos no que se

(18)

451 refere aos dois periódicos pesquisados até aqui, concernentes à área de

Relações Internacionais, nas datas indicadas. 16

Continuando a explorar um pouco mais a base de dados da SciELO, e até para se construir um panorama geral de publicação de artigos na área de direitos humanos, no Brasil, aplicando o filtro Direitos Humanos, para todas as coleções, periódicos e anos de publicação, em português, e para todas as áreas temáticas Scielo, foram identificados 782 artigos, publicados entre os anos de 1988 a 2017.

Nessa mesma pesquisa, explorando as publicações em direitos humanos, para todos os índices, por data, entre 2012 a 2017, observa-se a seguinte distribuição quantitativa de artigos, por ano:

Quadro 1

Publicações em Direitos Humanos por Ano

Ano Número Artigos

2012 45 2013 52 2014 54 2015 59 2016 72 2017 89 Fonte: SciELO

Elaborado pelas autoras.

No total, são 371 artigos, compreendidos entre os anos acima referidos, em comparação aos 411 artigos publicados, no período de 1988 a 2011, ou seja, em 23 anos. Dito de outra forma, entre 2012 a 2017, do total das referências encontradas com o filtro Direitos Humanos, para todos os índices, o percentual de publicações representa cerca de 47%, marcando expressivo

16 Contudo, seria interessante, em pesquisa posterior, explorar em que medida o tema da crise migratória internacional foi incorporada à pesquisa/artigos em direitos humanos, especificamente, na área de Relações Internacionais, à luz do exemplo citado de 11/09, na agenda de Segurança Internacional, por exemplo.

(19)

452 incremento do tema, de uma forma geral, nos últimos anos. Destaca-se,

igualmente, o ano de 2017, com 89 artigos, ou seja, praticamente o dobro do número de artigos em 2012.

Ampliando a pesquisa, continuando com a aplicação do filtro Direitos Humanos, para todos os periódicos, todas as áreas temáticas, em português, e todo o tipo de literatura, no Brasil, para o período de 2012 a 2017, são identificados 371 resultados, dos quais 345 representam artigos, e, destes, 239 compreendem a área de ciências humanas.

Nesse contexto, as áreas temáticas com maior número de publicações quando se aplica o filtro Direitos Humanos, no contexto dos 239 artigos na área de ciências humanas, para o período de 2012 a 2017, são:

Quadro 2

Áreas Temáticas e Número de Artigos

Áreas Temáticas Nº Artigos Educação e pesquisa educacional 46

Sociologia 37

Saúde pública, ambiental e ocupacional 33 Ética 27 Ética médica 27 Estudos Culturais 25 Antropologia 25 Psicologia multidisciplinar 19 Física multidisciplinar 17 Ciências políticas 13 Psicologia Social 13

(20)

453

Estudos Sobre a Mulher 12

Relações Internacionais 1

Fonte: SciELO - WOS Áreas Temáticas Elaborado pelas autoras.

Os dados acima parecem demonstrar que há espaço para o incremento do estudo/pesquisa/publicação em direitos humanos e, especificamente, na área de Relações Internacionais. Claro, apenas 2 periódicos de referência na área estão registrados na SciELO, mas, ainda assim, as publicações em temas de direitos humanos não são tão expressivas na área de Relações Internacionais, se comparadas a outras áreas temáticas (de acordo com a divisão proposta pela SciELO), como as demonstradas no quadro acima (na área de ciências sociais), lideradas pelas áreas de educação e pesquisa educacional, seguidas pelas áreas de sociologia, saúde pública, ambiental e ocupacional, ética, ética médica, antropologia, estudos culturais, entre outras - no contexto da base de dados aqui pesquisada.

5.2 Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD)

De acordo com o sítio eletrônico da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), a mesma tem o objetivo de integrar e disseminar, por meio de um portal de busca, teses e dissertações defendidas em Instituições Brasileiras de Ensino e Pesquisa. É uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), estando em atividade desde o ano de 2002. 17

No que se refere à BDTD, uma busca inicial utilizando os filtros Direitos Humanos e Relações Internacionais apresentou 790 resultados, sendo 594 dissertações de mestrado e 196 teses de doutorado. Inserindo os mesmos termos e refinando a busca para o período compreendido entre os anos de 2012 e 2017 (considerando as Diretrizes Nacionais para a Educação em

17 A base de dados da BDTD pode ser pesquisada no link < http://bdtd.ibict.br/vufind/ >. Acesso em 20 de julho 2018.

(21)

454 Direitos Humanos, que datam de 2012), foram identificadas 495 publicações,

dentre as quais 378 são dissertações e 117 são teses.18

Uma nova busca, utilizando os termos Direitos Humanos; Relações Internacionais; Brasil; Universidade resulta em 334 publicações no período de 2012 a 2017, sendo 241 dissertações e 93 teses.

Cabe destacar que das 334 publicações de pesquisas mencionadas anteriormente, 136 são oriundas do Programa de Pós Graduação em Ciência da Informação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, correspondendo a cerca de 40% do total das 338 publicações.

Ademais, é possível identificar 60 publicações da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), do Programa de Pós Graduação em Direito, Relações Internacionais e Desenvolvimento; 46 publicações na Universidade de Brasília (UNB), sendo 26 do Programa de Pós Graduação em Relações Internacionais, e do Programa de Pós Graduação em Sociedade, Desenvolvimento e Cooperação Internacional; 8 publicações no Programa de Pós Graduação em Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP); 4 publicações no Programa de Pós Graduação em Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do sul (UFRGS); e 5 publicações no Programa de Pós Graduação da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

Na tabela 2, anexo 2, estão demonstrados os dados acima, acrescentados de outras Universidades com menos que 5 publicações, conforme a busca acima definida.

Entre as publicações identificadas na base de dados da BDTD, a temática de direitos humanos está presente em estudos e pesquisas acerca das grandes guerras mundiais, da constitucionalização dos direitos humanos, no âmbito da cooperação internacional, da segurança e dos conflitos ao redor do mundo, entre outros. Também são identificados estudos acerca dos direitos humanos sob a ótica dos organismos internacionais e, sobretudo nos últimos

(22)

455 anos, nota-se a ascensão de novas temáticas, no âmbito das RI, como estudos

sobre feminismo, racismo, migrações e refúgio, entre outros.

Os resultados obtidos nas pesquisas aqui mencionadas ressaltam a transdisciplinaridade da temática dos direitos humanos no contexto dos estudos e pesquisas em Relações Internacionais. Apesar de considerar, no presente trabalho, que há considerável espaço para o crescimento das pesquisas relacionadas à temática, pode-se inferir, a partir das pesquisas na base de dados da BDTD, que há certa evolução no ensino de direitos humanos nas Instituições de Educação Superior, sobretudo se ressaltado o fato que tais instituições devem ser movidas pela indissociabilidade da tríade ensino, pesquisa e extensão.

Assim, a presença do estudo dos direitos humanos nos cursos de Graduação em Relações pode contribuir não apenas para a formação integral de novos profissionais para o mercado de RI, mas igualmente para o desenvolvimento de novas pesquisas no âmbito dos Programas de Pós Graduação, convergindo em ações que envolvam a comunidade e a proteção dos direitos humanos, igualmente no âmbito da extensão.

CONCLUSÃO

As comemorações dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 2018, são antecedidas pela aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Graduação em Relações Internacionais, em 2017, segundo as quais o tema dos direitos humanos passa a fazer parte dos Eixos de Formação Estruturante e Complementar dos referidos cursos.

Adicionalmente, destaca-se a aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação em Direitos Humanos, em 2012, que instruem a inclusão do tema dos direitos humanos nos sistemas de ensino e suas instituições, entendendo que a educação deve contribuir para formar cidadãos que participem ativamente da sociedade, debatendo e interferindo nas

(23)

456 questões econômicas, sociais e políticas, e buscando o desenvolvimento

pautado no respeito à dignidade humana.

Nesse sentido, o presente trabalho procurou explorar e esboçar o Estado da Arte sobre a abordagem dos direitos humanos no ensino das Relações Internacionais, principalmente por meio de pesquisas na área, vislumbrando o ensino, a pesquisa e a extensão como pilares indissociáveis e estruturantes das Instituições de Educação Superior.

O Estado da Arte foi construído a partir da análise de duas bases de dados de referência nacional na Academia: SciELO - Scientific Electronic Library Online e a BDTD - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações, aplicando filtros como Direitos Humanos e Relações Internacionais, de forma a identificar a abordagem da agenda em DH na área de RI.

O que se percebeu, de uma forma geral, é que ainda há espaço para o avanço nas pesquisas e produção acadêmica das Relações Internacionais em direitos humanos, e, de forma interconexa, considerável caminho a percorrer no que se refere ao ensino dos direitos humanos nos cursos de graduação em Relações Internacionais no Brasil.

Se a DUDH comemora os seus 70 anos de existência, podendo-se considerar uma “senhora bem sucedida”, a inclusão do tema dos DH como elemento estruturante nos cursos de RI no Brasil, conforme aprovado pelas DCNs de 2017, está ainda na sua infância, carecendo de maiores cuidados e investimentos.

(24)

457

REFERÊNCIAS

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(25)

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FERREIRA, Lúcia de Fátima Guerra; MELO, Vilma de Lurdes Barbosa e

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SILVEIRA, Rosa Maria Godoy et al. Educação em Direitos Humanos: fundamentos teórico-metodológicos. João Pessoa: Ed. Universitária/UFPB, 2007, p. 245-273.

(26)

459

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Humanos na América Latina. 1. ed. João Pessoa: Editora da UFPB, 2014. p.

(27)

460

Anexo I Tabela 1

a) impressos

Austral / UFRGS

Cadrnos de Política Exterior / IPRI-FUNAG Cadernos de Relações Internacionais / PUC-Rio Cadernos do CHDD / CHDD-FUNAG

Cadernos do IPRI/ IPRI-FUNAG Cadernos PROLAM/USP

Contexto Internacional / PUC-Rio

DEP: Diplomacia, Estratégia e Política / Projeto Raúl Prebisch Intellector / CENEGRI

O Debatedouro

Revista Brasileira de Política Internacional / IBRI

Revista de Economia e Relações Internacionais / FAAP Política Externa / GACINT-USP e IEEI-Unesp

Universitas: Relações Internacionais / UniCEUB

b) Eletrônicos

Boletim Meridiano 47 / IBRI

Caderno de Relações Internacionais / Faculdade DAMAS Carta Internacional / ABRI

Conjuntura Global / UFPR

Monções: Revista de Relações Internacionais / UFGD Mundorama / iREL-UnB

Mural Internacional / PPGRI-UERJ

Relações Internacionais no Mundo Atual / UNICURITIBA Revista Acadêmica de Relações Internacionais / UFSC

Revista de Iniciação Científica em Relações Internacionais / UFPB Revista Estudos Internacionais / PUC Minas

Século XXI / ESPM Sul

Repertório de Política Externa - 2015-2016

(28)

461

Anexo II

Tabela 2 - Trabalhos publicados na BDTD (2012-2017) – Direitos Humanos/ Relações Internacionais/ Brasil/ Universidade

Instituição Programa de Pós Graduação Sctricto Sensu

IBICT – Inst. Bras. Inf. CeT

Ciência da Informação (136) 136

PUC-GO Direito, Relações Internacionais e Desenvolvimento (60)

60

UNB Relações Internacionais (21); Relações Internacionais e Desenvolvimento Regional (2); Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional (5); Política Social (2); Ciências Sociais (1); Arquitetura e Urbanismo (1); Ciência da Informação (1); Administração (1); Economia (2); Educação (1); Geografia (1); Ciências da Saúde (1); Saúde Coletiva (1)

40

USP Relações Internacionais (8); Direito (4); Ciência Política (2); História Social (1); Medicina (1); Saúde Coletiva (1).

17

UNESP Direito (10); Relações Internacionais (1); Ciências Sociais (1)

12

UFRGS Relações Internacionais (4); Ciência Política (2); História (1)

7

UFSC Relações Internacionais (2); História (1); Educação (1); Sociologia Política (1); Geografia (1)

6

PUC SP Relações Internacionais (2); Ciências Sociais (2); Direito (1)

5

UEPB Relações Internacionais (5) 5

UFPB Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Públicas (3); Ciências Jurídicas (1)

(29)

462 UFBA Ciências Sociais (2); Relações Internacionais (1) 3

UNIFOR Direito Constitucional (3) 3

UNISINOS Direito (3) 3

FAMERP Ciências da Saúde (2) 2

MACKENZIE Direito Político e Econômico (1); Educação, Arte e História da Cultura (1)

2

PUC RS Ciências Sociais (2) 2

UFABC Ciências Humanas e Sociais (1); Políticas Públicas (1)

2

UFG Agronegócio (1); Comunicação (1) 2

UFPE Direito (2) 2

UFSCAR Ciências Ambientais (1); Psicologia (1) 2

UNINOVE Direito (2) 2

UNISANTOS Direito Ambiental Internacional (1); Direito (1) 2

FURG Educação ambiental (1) 1

PUC PR Direito (1) 1

UCS Direito (1) 1

UCSAL Família na Sociedade Contemporânea (1) 1

UERJ Saúde Coletiva (1) 1

UFAM Sociedade e Cultura na Amazônia (1) 1

(30)

463

UFPA Psicologia (1) 1

UFRN Direito (1) 1

UFS Direito (1) 1

UFT Relações Internacionais (1) 1

UFU Relações Internacionais (1) 1

UNICAMP Ciência Política (1) 1

UNICAP Direito (1) 1

UNIJUI Direito (1) 1

Fonte: Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações Elaborado pelas autoras.

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