• Nenhum resultado encontrado

Relatório estágio profissional

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Relatório estágio profissional"

Copied!
26
0
0

Texto

(1)

Relatório Final do Estágio Profissionalizante

Mestrado Integrado em Medicina

NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas

Maria Milagre Martins Cortes Picciochi

Nº 2013261 | Curso 2013-2019

(2)

Índice

Agradecimentos ... 1

Introdução e Objetivos ... 2

Síntese dos Estágios... 2

Estágio de Medicina ... 3

Estágio de Cirurgia Geral ... 3

Estágio de Medicina Geral e Familiar ... 4

Estágio de Pediatria ... 5

Estágio de Ginecologia e Obstetrícia ... 5

Estágio de Saúde Mental ... 6

Estágio Opcional – Cirurgia Torácica ... 6

Atividades extracurriculares ... 7

Reflexão Crítica ... 7

Anexos ... 10

Anexo I – Caracterização dos estágios realizados ... 10

Anexo II – Trabalhos realizados ao longo do 6º ano ... 11

Anexo III – Gráfico sobre as cirurgias observadas ... 12

Anexo IV – Doenças observadas em Consulta de Pediatria ... 12

Anexo V – Registo da participação no Bloco de Partos ... 13

Anexo VI – Doenças observadas em internamento de Psiquiatria ... 13

Anexo VII – Certificado iMed Conference 7.0 – iMed Crew ... 14

Anexo VIII – Certificado iMed Conference 8.0 – Social Programme Coordinator ... 15

Anexo IX – Certificado iMed Conference 9.0 – Head of the Logistics Department ... 16

Anexo X – Resumo Bases Anatómicas da Cirurgia Inguino-crural ... 17

Anexo XI – Certificado de participação na equipa de voleibol ... 18

Anexo XII – Certificados iMed Conference 10.0 ... 19

(3)
(4)

Agradecimentos

Gostaria de começar por agradecer a todo o meu grupo de amigos que me acompanhou ao longo destes 6 anos. Tal como me disseram desde o 1º ano: “Medicina não se faz sozinho” e esta frase não podia ser melhor aplicada. Agradeço também à minha família por terem sido um grande apoio e por celebrarem comigo todos os sucessos alcançados até aqui.

Não posso deixar de agradecer, a todos os doentes com quem me fui cruzando pela influência que tiveram na forma como vejo a Medicina e a vida humana. Colocar o doente em primeiro lugar será sempre uma prioridade, nunca esquecendo que, apesar de estarem doentes e precisarem da nossa ajuda, são pessoas iguais a nós, com uma vida que corre independentemente da doença que os atingiu.

Por fim, gostaria de fazer um agradecimento a todos os profissionais de saúde com quem me cruzei durante este período: médicos, enfermeiros e auxiliares pela disponibilidade e por tudo o que ensinaram. Deixo ainda um agradecimento especial a todos os médicos que foram meus tutores, por tudo o que me ensinaram, não só pela formação teórica, mas também pela passagem de testemunho sobre o significado de ser médico e relação médico-doente, dois aspetos essenciais que levarei comigo para o futuro.

(5)

Introdução e Objetivos

O 6º ano na NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, caracteriza-se por ser um ano de estágio profissionalizante, onde cada aluno deve ser integrado nos diferentes estágios por onde passa com o principal objetivo de adquirir as ferramentas necessárias para que consiga atingir a autonomia no futuro. Para tornar isto possível, acredito que não dependa só da forma como este ano está organizado nem dos tutores ou locais por onde passamos, mas sim de cada um de nós, da motivação, do trabalho que desenvolvemos e do empenho que colocamos em cada estágio que fazemos, pois só assim conseguimos que estes estágios sejam de caráter profissionalizante e não apenas observacionais. Penso que este último ano é a oportunidade de sedimentarmos tudo o que aprendemos até este momento, aplicando esses conhecimentos na prática clínica, e teremos também que nos esforçar para aprender o máximo com todos os casos que passem por nós, de forma a que no futuro saibamos abordar um doente semelhante da melhor forma possível.

Tendo em conta estas ideias iniciais e tendo em conta o documento O Licenciado Médico em Portugal estabeleço os seguintes objetivos gerais e transversais a qualquer estágio desenvolvido este ano: saber realizar um exame clínico completo que permita definir hipóteses de diagnóstico e, segundo as mesmas, estruturar uma abordagem, sabendo quais os exames complementares de diagnóstico necessários; saber quais as vantagens e as limitações dos exames complementares de forma a saber selecioná-los de forma apropriada; saber realizar uma proposta terapêutica e desenvolver a capacidade de explicar a mesma ao doente e aos seus familiares; conhecer e aplicar os princípios éticos relacionados com a confidencialidade; saber trabalhar em equipa com colegas e outros profissionais de saúde, desenvolvendo capacidades de comunicação adequadas; ter uma atitude proativa perante o trabalho e compreender o que significa ser médico, com as responsabilidades que estão associadas e os valores que devem ser cultivados.

Este relatório final pretende sintetizar o trabalho que desenvolvi ao longo deste ano. Assim encontra-se organizado em 3 partes: uma primeira parte onde encontra-se encontra uma sínteencontra-se das atividades que realizei em cada um dos estágios; uma segunda parte onde apresento as atividades extracurriculares que frequentei no 6º ano e aquelas que considero terem influenciado fortemente o meu percurso académico; e, por fim, apresento uma reflexão crítica sobre os temas anteriormente abordados.

Síntese dos Estágios

Ao longo deste ano letivo, entre o dia de 10 setembro de 2018 e o dia 17 de maio de 2019, realizei os 6 estágios englobados no estágio profissionalizante, pela seguinte ordem: Medicina, Cirurgia Geral, Medicina Geral e Familiar, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia e Saúde Mental. Entre os dias 20 e 31 de maio de 2019 realizei um estágio opcional em Cirurgia Torácica. As datas de cada estágio, assim como o local e os tutores com quem fiquei podem ser consultados no anexo I. Durante este período realizei alguns trabalhos

(6)

nos diferentes estágios, sendo que os temas e datas dos mesmos encontram-se no anexo II. Farei agora uma síntese de cada estágio individualmente, realçando as atividades que realizei.

Estágio de Medicina

O estágio de Medicina, que decorreu no Hospital Egas Moniz, permitiu que tivesse contacto com as diferentes valências desta especialidade: internamento, serviço de urgência, serviço de observação, consulta externa e sessões de formação hospitalares, tendo sido muito bem integrada em todas as atividades do serviço. Selecionei como objetivos específicos: reconhecer fatores de gravidade para decidir qual o local de tratamento de um doente que recorra ao serviço de urgência; acompanhar doentes no internamento, sendo capaz de realizar e registar os dados de um exame clínico completo; conseguir formular uma proposta terapêutica e discuti-la com outros colegas, conseguindo expor o caso clínico de forma clara e por fim realizar alguns procedimentos invasivos como gasimetrias.

A minha atividade ficou marcada pela presença diária no internamento onde acompanhei 1 a 2 doentes por dia, sendo responsável pela sua avaliação clínica, realização do diário clínico e ajuste de terapêutica, sempre de forma tutelada e discutida previamente com o Dr. João Pereira, tendo acompanhado 14 doentes ao longo do seu internamento. No serviço de urgência foi onde tive uma maior aprendizagem sobre diagnóstico e estratificação de acordo com a gravidade. No total observei 30 doentes no balcão de Medicina Interna, todos triados como amarelos ou laranjas, e 17 doentes no Serviço de Observação. Sobre as consultas externas, além das consultas de Medicina Interna onde eram acompanhados doentes previamente internados ou referenciados pelo médico de família, assisti a consultas de Infecciologia, contactando doentes com HIV e HCV. Se nas primeiras contactei com doenças mais raras, como o Síndrome MELAS e a Fibrose Pulmonar Idiopática, nas consultas de Infecciologia revi os conhecimentos sobre a abordagem, a monitorização e a terapêutica que é realizada neste grupo de doentes.

Por fim, as atividades de âmbito teórico permitiram rever e aprender novos conceitos, nomeadamente as aulas teórico-práticas inseridas no programa, as sessões clínicas no Hospital Egas Moniz com a discussão de casos clínicos e as Medtalks, sessões de revisão de temas realizadas por internos da formação específica e dirigida aos internos e alunos do serviço I do HEM.

Estágio de Cirurgia Geral

O estágio de Cirurgia Geral caracteriza-se por ter uma semana introdutória com aulas teórico-práticas e o curso TEAM – Trauma Evaluation and Management no Hospital Beatriz Ângelo. Destaco a importância deste curso pela aplicabilidade do mesmo na vida diária de cada um de nós no caso de estarmos presentes em situações que envolvam doentes politraumatizados em contexto não hospitalar, tal como já me aconteceu em 2 situações: um atropelamento e um acidente de viação com um motociclo.

(7)

Realizei o estágio de Cirurgia Geral no Hospital CUF Infante Santo, sendo que estabeleci como principais objetivos ter uma participação ativa na pequena cirurgia e no bloco operatório, acompanhar doentes durante o seu internamento, sabendo identificar sinais e sintomas de possíveis complicações pós-operatórias e ter a capacidade de esclarecer dúvidas sobre o consentimento informado e informar sobre as recomendações após a alta.

Ao longo das 7 semanas tive oportunidade de participar ativamente no bloco operatório, no internamento, nas consultas externas de Cirurgia Geral e de Proctologia e no Serviço de Urgência. De todas estas componentes, destaco o facto de ter participado como 1ª ou 2ª ajudante em 28 cirurgias, de um total de 71 cirurgias assistidas. Considerando o total da atividade cirúrgica desenvolvida, apresento um gráfico em anexo III que demonstra as cirurgias organizadas por sistemas. Sobre a participação nas restantes áreas, no internamento observei 33 doentes, sendo que 29 foram doentes com internamento eletivo para a cirurgia e 4 foram doentes internados a partir do serviço de urgência que foram abordados com terapêutica médica. Em relação às consultas assisti a 119 consultas de Cirurgia Geral, sendo a grande maioria consultas de seguimento no período pós-operatório, e a 24 consultas de Proctologia, sendo a maioria primeiras consultas. Em qualquer uma delas tive sempre oportunidade de realizar o exame objetivo, de realizar pensos de feridas cirúrgicas e de retirar pontos. Assisti ainda a anuscopias e a biópsias de pólipos. Quanto ao serviço de urgência, a cirurgia apenas funciona por chamada. Observei 24 doentes, no entanto apenas 2 doentes precisaram de cirurgia urgente e 3 foram casos de pequena cirurgia, todos os outros casos foram abordados com terapêutica médica.

Estágio de Medicina Geral e Familiar

O estágio de Medicina Geral e Familiar teve lugar na USF São Julião e foi o estágio em que tive maior autonomia e maiores responsabilidades. Quanto aos objetivos que tinha estabelecido realço a realização de consultas de forma parcialmente autónoma, a capacidade de explicar ao doente o seu problema de saúde, prognóstico e terapêutica e o conhecimento e aplicação dos programas de vigilância de saúde.

A minha atividade durante essas 4 semanas caracterizou-se por um ensino com supervisão à distância, ou seja, eu iniciava uma consulta e no fim da mesma ia discutir o caso com a Dr.ª Teresa Libório relativamente às hipóteses de diagnóstico, exames complementares de diagnóstico e proposta terapêutica. Tendo em conta que esta especialidade é caracterizada por uma grande heterogeneidade de doentes, pude realizar consultas de vigilância de saúde de adulto, consultas de saúde infantil, consultas de planeamento familiar e saúde materna e consultas de atendimento geral. De todas as consultas realizadas, as mais desafiantes foram as consultas de atendimento geral, que, pelo tempo mais limitado da consulta, requeriam um raciocínio rápido e um exame objetivo dirigido às queixas do doente. Além do trabalho realizado na USF,

(8)

acompanhei a Dr.ª Teresa Libório a uma consulta domiciliária, uma componente importante para conhecer o meio envolvente do doente.

Terminando, realço o facto de ter acompanhado a equipa de enfermagem da Unidade de Cuidados na Comunidade Saudar + na prestação de cuidados de saúde no Bairro Dos Navegadores, que é um bairro social, ficando a conhecer uma realidade precária onde o acesso aos cuidados de saúde é bastante deficitário.

Estágio de Pediatria

O estágio de Pediatria decorreu no Hospital Dona Estefânia e estabeleci como objetivos específicos os seguintes: melhorar o raciocínio clínico em Pediatria; saber abordar as patologias mais frequentes da criança e do adolescente e comunicar com os pais e com as crianças de forma clara.

Durante estas semanas tive contacto com a patologia geral no Serviço de Urgência e com patologia específica da área de Endocrinologia no contexto de consultas. Analisando a minha atividade nas consultas, assisti e participei em 29 consultas de Endocrinologia, 9 consultas de Diabetes e 13 consultas de Obesidade, o que permitiu que tivesse contacto com várias doenças destas áreas, como apresentado no gráfico no anexo IV. Relativamente ao Serviço de Urgência observei 31 crianças, principalmente com sintomatologia do foro gastrointestinal. Além destas duas áreas, assisti a consultas de Imunoalergologia, com realização de testes cutâneos Prick, e passei um dia no serviço de Cardiologia Pediátrica, no Hospital de Santa Marta.

Numa componente mais formativa, assisti às reuniões clínicas diárias, onde eram apresentados todos os casos novos que tinham sido internados; às sessões clínicas hospitalares, que consistiram em revisões de determinados temas; às reuniões da Sociedade para a Formação dos Internos e Alunos (SOFIA) e participei numa formação sobre sistemas de perfusão contínuos de insulina intitulada Diabetes na Urgência pediátrica/internamento – abordagem terapêutica e novas tecnologias, onde aprendi a manusear esses sistemas e a realizar os cálculos para a estimativa das necessidades de insulina.

Estágio de Ginecologia e Obstetrícia

O estágio de Ginecologia e Obstetrícia decorreu no Hospital dos Lusíadas e inicialmente tinha definido como objetivos específicos aprender a realizar um parto eutócico, melhorar as minhas capacidades técnicas para a realização do exame ginecológico e saber fazer o acompanhamento de uma gravidez.

Participei em áreas comuns a qualquer serviço desta especialidade, nomeadamente: a consulta externa, as ecografias ginecológicas e obstétricas, as colposcopias, o serviço de urgência, o bloco de partos e o bloco operatório. No entanto, destaco o facto do serviço ter outras componentes mais diferenciadas em que participei como o serviço de Procriação Medicamente Assistida (PMA) e as consultas de fisioterapia do pavimento pélvico. Na PMA acompanhei a Drª Maria João Mendonça em 16 consultas de infertilidade e nos procedimentos associados a esta área, assistindo a 6 punções aspirativas de ovócitos e a 1 transferência intrauterina de embriões. Ainda neste serviço passei um dia no laboratório de embriologia ficando a conhecer

(9)

como é feita a seleção dos gâmetas a serem utilizados e as técnicas de fertilização in vitro e injeção intracitoplasmática de espermatozoides. Nas consultas de fisioterapia do pavimento pélvico acompanhei a Dr.ª Isabel Ramos de Almeida em 6 consultas, onde o principal motivo de referenciação era a incontinência urinária de esforço.

Relativamente às outras áreas, enfatizo a minha participação bastante ativa no bloco de partos, como se pode ver pelo gráfico no anexo V, que incluiu ter realizado um parto eutócico apenas com supervisão da Dr.ª Helena Machado, o que foi uma experiência única e bastante enriquecedora. No global assisti a: 13 consultas de ginecologia; 21 consultas de obstetrícia, 10 consultas de colposcopia; 7 ecografias obstétricas; 9 consultas de urgência e 6 cirurgias ginecológicas, tendo participado em 2.

Estágio de Saúde Mental

No estágio de Saúde Mental defini como principais objetivos: sedimentar os conhecimentos adquiridos no 5º ano, praticar o exame do estado mental, reconhecer as situações que necessitam de referenciação à Psiquiatria e diminuir o meu estigma face aos doentes psiquiátricos.

Este estágio teve início com 2 dias de aulas teórico-práticas, onde foram discutidos casos clínicos e onde foi exposto o problema do estigma na classe médica face aos doentes psiquiátricos. Após esta componente teórica, iniciei o estágio prático no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL), na clínica 6, passando também pelo serviço de urgência no Hospital de São José e pelas consultas externas no Centro Integrado de Tratamento e Reabilitação em Ambulatório de Sintra (CINTRA).

A maior parte do meu estágio foi passada no internamento, onde a maioria dos doentes estavam internados compulsivamente pela ausência de crítica para a sua doença. Observei um total de 13 doentes com diferentes doenças mentais graves, como se pode ver pelo gráfico em anexo VI, em que uma das doentes com esquizofrenia estava a ser proposta para eletroconvulsivoterapia. Ainda no internamento assisti a 2 entrevistas familiares, que revelaram aspetos essenciais para a história clínica dos doentes em questão. No serviço de urgência observei 7 doentes, sendo que 4 tiveram como destino o ambulatório. Nas consultas externas assisti a 8 consultas, onde o principal objetivo foi verificar a adesão à terapêutica e os efeitos da mesma, sendo que a família desempenhava um papel chave para atingir um controlo da doença.

Numa vertente mais teórica, assisti às sessões clínicas no CHPL semanalmente e estive presente numa aula no CHPL onde debatemos dois capítulos introdutórios do Shorter Oxford Textbook of Psychiatry, que considerei ter contribuindo bastante para o meu estudo.

Estágio Opcional – Cirurgia Torácica

Realizei o estágio opcional em Cirurgia Torácica, no Hospital de Santa Marta, onde integrei a equipa que faz parte deste serviço durante 2 semanas, com o principal objetivo de conhecer esta especialidade, pelo interesse que tenho em especialidades cirúrgicas. Durante este tempo participei no bloco operatório, no

(10)

internamento e na consulta externa. Saliento o facto de ter tido uma componente muito marcada no bloco operatório, o que me permitiu assistir a 10 cirurgias e participar em 2, podendo assistir a uma grande diversidade cirúrgica. No internamento participei em todas as visitas médicas e reuniões de discussão de casos, sendo que fiquei responsável por 1 doente por dia e pela realização de algumas notas de entrada e notas de alta. Por fim, na consulta externa, acompanhei consultas de primeira vez, de seguimento pós-operatório e pré-operatórias.

Atividades extracurriculares

Ao longo de todo o meu percurso nesta faculdade, estive envolvida em algumas atividades extracurriculares que contribuíram para explorar e desenvolver outras aptidões. Considerando todas as atividades, o maior destaque foi a minha contribuição para o iMed Conference nas edições 7.0, 8.0 e 9.0. Na 7ª edição fiz parte da iMed Crew, depois integrei a comissão organizadora como Social Programme Coordinator e por fim como Head of the Logistics Department, onde fiquei responsável pela gestão dos departamentos da logística, hospitalidade e programa social (certificados nos anexos VII, VIII e IX). Estes anos fizeram com que desenvolvesse competências de planeamento e resolução de problemas e a capacidade de trabalhar e gerir uma equipa.

Quanto a outras atividades, realizei um poster intitulado Bases Anatómicas da Cirurgia Inguino-crural apresentado na XLIX Reunião Científica da Sociedade Anatómica Portuguesa e II Reunião Científica da Associação Anatómica Portuguesa, cujo resumo se encontra no anexo X. Durante o 2º e 3º ano pertenci à equipa de voleibol da faculdade, estando o respetivo certificado em anexo XI, mantendo assim a prática de um desporto que já fazia.

Por último, durante este ano procurei ir a congressos que trouxessem algo de novo e inspirador, como foi o caso do iMed Conference 10.0 e o Future MD, com os respetivos certificados nos anexos XII e XIII. Motivada pelo meu interesse em especialidades cirúrgicas, frequentei também um curso sobre suturas manuais e mecânicas, organizado pela Academia CUF, cujo certificado se encontra em anexo XIV.

Reflexão Crítica

Começando por fazer um balanço global do 6º ano, penso que atingi a maioria dos objetivos gerais, e também os específicos de cada estágio, sentindo-me realizada com o trabalho que desenvolvi ao longo deste ano. Chegando ao fim deste ano e deste curso, refletir sobre o meu percurso, sobre o que consegui atingir e o que ainda me falta atingir, constitui por si só mais um passo para continuar a evoluir, e assim segue-se uma reflexão individualizada de cada estágio.

Iniciando pelo estágio de Medicina, considero que foi dos estágios em que notei uma maior evolução na minha capacidade de acompanhar um doente em internamento. Senti que, ao longo das semanas, a minha técnica de executar um exame clínico completo e fazer o registo no diário clínico foi melhorando

(11)

progressivamente, assim como a apresentação dos casos nas reuniões de serviço. Face aos objetivos que apresentei, consegui cumprir os mesmos, apesar de, não ter acompanhado o número de doentes que gostaria, devido ao longo tempo de internamento de cada um motivado pela descompensação das comorbilidades que apresentavam. Saliento ainda que o tempo no serviço de urgência foi de enorme aprendizagem sobre a abordagem de doenças agudas, assim como as horas que passei no Serviço de Observação.

No estágio de Cirurgia Geral pude participar como 1ª e 2ª ajudantes inúmeras vezes, não só por grande parte do meu estágio ter sido passado no bloco operatório, mas também por não existirem internos no Hospital CUF Infante Santo. Desta forma fiquei familiarizada com o material cirúrgico e o funcionamento e regras de um bloco operatório, o que constituiu uma mais valia para a minha formação, tendo em conta que é uma especialidade que pondero escolher. No entanto, reconheço que houve objetivos que não alcancei, nomeadamente obter experiência em pequena cirurgia. Considero que a quantidade de vezes que suturei foi inferior à minha expectativa inicial e ao objetivo por mim proposto, o que pode condicionar alguma dificuldade no próximo ano enquanto interna de formação geral. Justificando este aspeto, penso que o mesmo está relacionado com a forma de organização do serviço de urgência do hospital, pelo facto da cirurgia geral funcionar apenas por chamada, sendo a maior parte da pequena cirurgia assumida pelos médicos que estão no serviço de urgência. Tendo isto em conta, as minhas oportunidades de suturar acabaram por ser incluídas na minha atividade no bloco operatório onde pude suturar as feridas cirúrgicas. Quanto ao internamento, penso que consegui transmitir as recomendações e cuidados a ter após a alta de forma clara, assim como saber quais os sinais de alarme de possíveis complicações pós-operatórias. No entanto, como o hospital não se encontra organizado por serviço, apenas tive contacto com doentes operados pelo tutor com que fiquei, o que diminuiu o contacto neste âmbito.

No estágio de Medicina Geral e Familiar, à semelhança do estágio de Medicina Interna, senti uma grande evolução ao longo das 4 semanas e sinto que superei os objetivos inicialmente propostos. O método de ensino utilizado influenciou muito esta concretização, não só porque ser eu própria a guiar a consulta fez com que me apercebesse das dificuldades associadas, mas também porque colocou à prova os meus conhecimentos e as minhas capacidades técnicas para fazer um bom exame clínico de forma a conseguir colocar uma hipótese de diagnóstico mais provável e delinear uma estratégia terapêutica. Por esta especialidade ser muito transversal e abordar diferentes grupos de doentes, o meu estudo e preparação para cada dia de estágio foram essenciais para ir evoluindo, ao mesmo tempo que sedimentei conhecimentos que serão úteis para a prática clínica, independentemente da especialidade que escolha. Além desta vertente, não posso deixar de refletir sobre o dia em que acompanhei a equipa de enfermagem a um bairro social, que se tornou numa experiência extremamente marcante a nível pessoal pela realidade de difícil acesso a cuidados de saúde com que me deparei.

(12)

O estágio de Pediatria surpreendeu-me pela positiva pela diversidade das patologias que vi e pela componente prática que pude fazer supervisionada, como por exemplo a colheita de sangue venoso central, e ter iniciado algumas consultas de obesidade e de urgência sozinha. Enfatizo ainda a importância da formação sobre os sistemas de perfusão contínua de insulina por ser cada vez maior o número de doentes portadores destes sistemas e ser essencial saber manuseá-los no contexto de um internamento ou de uma urgência. Dos objetivos que tinha delineado, senti alguma dificuldade em conseguir atingir uma comunicação eficaz com a criança ou com os seus pais, por um lado porque a maioria das crianças vê o médico como alguém em quem não podem confiar e por outro lado porque não houve confiança por parte dos pais ao perceberem que era estudante de Medicina. Assim esta será uma capacidade a melhorar no internato de formação geral.

Valorizo o estágio de Ginecologia e Obstetrícia pela variedade de áreas com as quais contactei e ter tido um estágio equilibrado relativamente às duas subespecialidades. O ponto mais marcante foi a realização de um parto eutócico sob supervisão, atingindo e superando um dos objetivos a que me propus. Nas consultas executei o exame ginecológico em praticamente todas as doentes o que permitiu a evolução das minhas capacidades técnicas e dessa forma cumprir outro dos meus objetivos. Relativamente à componente de obstetrícia consegui sedimentar os conhecimentos necessárias no acompanhamento de uma gravidez, esclarecendo todas as dúvidas sobre o acompanhamento de grávidas de alto risco.

Relativamente ao estágio de Saúde Mental, julgo que foi um bom complemento ao estágio que realizei no 5º ano, uma vez que tinha tido maior contacto com a consulta externa. Considero que cumpri os objetivos propostos, ainda que com algumas dificuldades, nomeadamente a realização do exame do estado mental. Contudo senti que contribuiu para a diminuição do meu estigma, característica que levarei para a minha futura prática clínica. Apesar de ter sido um estágio de caráter mais observacional quando comparado com os anteriormente descritos, tive oportunidade de participar nas entrevistas psiquiátricas e de ter feito uma história clínica tendo sido um momento importante para a prática do exame do estado mental.

Por fim, sobre o estágio de Cirurgia Torácica julgo que atingi os objetivos a que me propus e o trabalho que desenvolvi ao longo das 2 semanas superou as minhas expectativas na medida em que fui muito bem integrada na equipa apesar de ter tido uma curta duração. Por ter participado de forma tão ativa, pude ficar com uma ideia clara do que é a especialidade e do trabalho inerente à mesma, sendo uma especialidade a ponderar.

Concluindo esta reflexão, sinto-me realizada com o trabalho que desenvolvi e é com uma enorme satisfação que termino o Mestrado Integrado em Medicina. Apesar de haver aspetos a melhorar e de ainda ter muito para evoluir, neste momento sinto-me preparada para o ano de formação geral que se aproxima e aguardo com grande entusiasmo todos desafios que os anos de vida profissional me trouxerem.

(13)

Anexos

Anexo I – Caracterização dos estágios realizados

Estágio Local Regente Tutor Datas

Medicina Interna

Hospital Egas Moniz – serviço IA

Prof. Dr. Fernando

Nolasco Dr. João Pereira

10-Set-2018 a 2-Nov-2018 Cirurgia

Geral

Hospital CUF Infante

Santo Prof. Dr. Rui Maio Dr. Nelson Silva

5-Nov-2018 a 11-Jan-2019 Medicina

Geral e Familiar

USF São Julião Prof. Drª Maria

Isabel Santos Dr.ª Teresa Libório

21-Jan-2019 a 15-Fev-2019

Pediatria Hospital Dona Estefânia Prof. Dr. Luis Varandas Dr.ª Catarina Diamantino 18-Fev-2019 a 15-Mar-2019 Ginecologia

e Obstetrícia Hospital dos Lusíadas

Prof. Dr.ª Teresinha Simões Dr.ª Maria João Mendonça 18-Mar-2019 a 12-Abril-2019 Saúde Mental Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa – Clínica 6 Prof. Dr. Miguel

Cotrim Talina Dr.ª Luísa Gil

22-Abril-2019 a 17-Maio-2019 Cirurgia

Torácica

Hospital de Santa

Marta Prof. Dr. José Alves

Dr. João Eurico Reis

20-Maio-2019 a 31-Maio-2019

(14)

Anexo II – Trabalhos realizados ao longo do 6º ano

Estágio parcelar Data da

apresentação Título do trabalho Autores

Medicina Interna 20/10/2018 “Abordagem ao doente com diarreia crónica”

Maria Picciochi, Diogo Cunha e Ricardo Costa Cirurgia Geral 7/1/2019 “Avanços no Tratamento do Cancro

Gástrico”

Maria Picciochi, Gabriela Souza e Filipa Teixeira

Cirurgia Geral 11/1/2019

"7 is not his lucky number" sobre um caso clínico com metástases

metácronas hepáticas

Maria Picciochi, Gabriela Souza e Filipa Teixeira Medicina Geral e

Familiar 8/2/2019 “Insónias” Maria Picciochi

Pediatria 15/3/2019 “Síndrome de Cushing” Maria Picciochi, João Lucas, Rita Chavães, Tânia Lemos Ginecologia e

(15)

Anexo III – Gráfico sobre as cirurgias observadas

Gráfico 1 - n - número

Anexo IV – Doenças observadas em Consulta de Pediatria

cirurgia da parede abdominal, 21 cirurgia hepatobilar, 12 cirurgia gastro-esofágica, 7 cirurgia colo-retal, 15

cirurgia do canal anal, 11 remoção de unhas, 1 cirurgia pancreática, 1 colocação de implantofix, 2 resseção de lipomas, 1 Outro, 5

Cirurgias organizadas por áreas anatómicas (n=71)

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Disfunção testicular (E29) Doenças adrenogenitais (E25) Síndrome de Cushing (E24) Hirsutismo (L68) Diabetes Mellitus tipo 2 (E11) Outras doenças endócrinas (E34) Hipopituitarismo e outras doenças hipofisárias (E23) Doenças da glândula tiroideia (E00-E07) Diabetes Mellitus tipo 1 (E10) Doenças da puberdade (E30) Obesidade (E66) Número total D oe nç as d e ac or do c om C ID -1 0

Doenças observadas em consulta de acordo com CID-10

(16)

Anexo V – Registo da participação no Bloco de Partos

Anexo VI – Doenças observadas em internamento de Psiquiatria

0 2 4 6 8 10 12 PTD PTE CST Número total Ti po d e pa rt o

Participação no Bloco de Partos

Assisti Participei

0 1 2 3 4 5 6 7

Perturbação Obsessiva-Compulsiva (F42) Psicose secundária a canabinoides (F12.5) Episódio Depressivo (F32) Perturbação Esquizoafetiva (F25) Esquizofrenia (F20) Doença Afetiva Bipolar (F31)

Número total (n=13) D oe nç as d e ac or do c om o C ID -1 0

Doenças observadas em internamento

Gráfico 3: CST – cesariana segmentar transversal; PTE – parto vaginal eutócico; PTD – parto vaginal distócico

(17)
(18)
(19)
(20)

Anexo X – Resumo Bases Anatómicas da Cirurgia Inguino-crural

BASES ANATÓMICAS DA CIRURGIA INGUINO-CRURAL

Autores: Maria Alexandre Bettencourt Pires; Maria M.M.C Picciochi ; Diogo A.S.Cunha; Beatriz M.F. Sousa; Diogo Cabral; Diogo Casal; Carlos Godinho; Diogo Pais; João E. Goyri-O'Neill. Departamento de Anatomia Nova Medical School, NMS/FCM, UNL

Resumo: Três estudantes da Disciplina de Anatomia Regional I, do Curso de Mestrado Integrado em Medicina da Nova Medical School apresentam os resultados da dissecção que efetuaram da região inguino-crural direita de um cadáver do sexo masculino, presente para dissecção no Teatro Anatómico da Nova Medical School. Após rebatimento dos planos cutâneos e fasciais, identificaram os diversos elementos musculares, linfáticos, vasculares e nervosos, limitados pelo Trígono femoral (Scarpa). Focaram a sua atenção no arranjo topográfico da anatomia do Trígono femoral e ainda do trajecto inguinal, por alargamento da dissecção aos elementos musculo-fasciais inferiores da parede abdominal anterior. Procuraram a relação destes elementos com a possibilidade de estabelecimento de hérnias inguinais e/ou crurais. Como complemento clínico deste trabalho de dissecção, apresentam os resultados de breve revisão bibliográfica sobre a cirurgia herniária.

(21)
(22)
(23)
(24)
(25)
(26)

Imagem

Gráfico 1 - n - número
Gráfico 3: CST – cesariana segmentar transversal; PTE – parto vaginal eutócico; PTD – parto  vaginal distócico

Referências

Documentos relacionados

Os saberes docentes podem ser considerados as experiências vindas da formação, de programas de ensino, dos conteúdos disciplinares, da concepção de educação, além

(Moreover, real ARNN s working in exponential time can decide any set!) And here arises the claim of hypercomputational power of recurrent neural nets made in [19]: If we can

Para isso, o método MASP foi utilizado com a intenção de encontrar e solucionar tais problemas, seguindo os oitos passos descritos para o ciclo do método:

Keywords: optimal design; bifurcated tubes; heat flux; laminar and turbulent flows; minimum expenditure of power; constructal law.. Miguel is an Associate Professor of

Tal se justifica pelo facto de, sendo a opção por esta medida coativa entendida, por parte da doutrina e da jurisprudência, como a mais adequada para fazer face às situações

Gestor de Turno/ Responsável da Unidade Checklist HSA no Ponto 8 em NC Iberdesk DESCONGELAÇÃO Controlo da temperatura e tempo de descongelação. Manutenção do

Em suma, considera-se que a presente investigação, ao confirmar que o efetivo atual dos trabalhadores civis nas atividades de empregado de mesa, cozinheiro, copeiro e ajudante de

9. Flexibilidade cognitiva: consiste em conseguir ir mais além do pensamento primário e automático, flexibilizando a memória e a perceção para elaborar interpretações alternativas