Relatório estágio profissional

(1)

Relatório final de Estágio

Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa

Mestrado Integrado em Medicina

Ano letivo 2015/2016

Inês Batinho Martins de Oliveira

Nº 2010297

(2)

Inês Batinho Martins de Oliveira – n.º 2010297 1

ÍNDICE

I. INTRODUÇÃO 2 II. OBJETIVOS 2, 3 III. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

A. MEDICINA GERAL E FAMILIAR 3 B. PEDIATRIA 4 C. GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 4 D. SAÚDE MENTAL 4, 5 E. MEDICINA 5 F. CIRURGIA 5, 6 G. PEDOPSIQUIATRIA – ESTÁGIO OPCIONAL 6 H. PREPARAÇÃO PARA A PRÁTICA CLÍNICA 6 IV. REFLEXÃO CRÍTICA 7-9 V. ANEXOS 10-15

(3)

I. INTRODUÇÃO

O sexto ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa (FCM-UNL) organiza-se sob a forma de um estágio profissionalizante composto por estágios parcelares em diversas áreas clínicas.

O presente relatório visa apresentar, de modo sucinto, as atividades desenvolvidas ao longo deste ano curricular, estando estruturado nas seguintes partes:

 Objetivos gerais e específicos deste ano curricular;

 Breve descrição dos estágios parcelares e das atividades neles desenvolvidas;  Análise crítica do cumprimento ou não dos objetivos propostos e autoavaliação do

trabalho desenvolvido.

É ainda parte integrante deste relatório uma secção final de anexos, na qual se incluem os trabalhos realizados e as atividades extracurriculares desenvolvidas no presente ano.

II. OBJETIVOS

O sexto ano, enquanto ano profissionalizante, é o ano por excelência em que se adquire autonomia, se consolida conhecimentos teórico-práticos e se desenvolve competências interpessoais. No final deste ano, devo ser capaz de:

 Demonstrar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso, aplicando-os com eficácia na análise e solução dos problemas clínicos mais comuns;

 Revelar aptidões clínicas para avaliar os doentes e gerir adequadamente os seus problemas médicos;

 Desenvolver aptidões interpessoais, nomeadamente na comunicação e interação com os doentes e os seus familiares, com o pessoal médico e restantes profissionais envolvidos na prestação dos cuidados de saúde;

(4)

Inês Batinho Martins de Oliveira – n.º 2010297 3 investimento na atualização e melhoria das aptidões clínicas, não só ao longo deste ano como também de toda a minha carreira médica.

Para atingir estes objetivos, torna-se essencial treinar a realização de histórias clínicas e do exame objetivo; consolidar conhecimentos teóricos e adaptá-los à realidade prática; desenvolver o raciocínio crítico relativamente às hipóteses diagnósticas, aos meios complementares de diagnóstico e à decisão terapêutica; incorporar no tratamento os conceitos de prevenção da doença e promoção da saúde; reconhecer as situações clínicas mais comuns; adquirir progressiva autonomia e confiança; desenvolver capacidades comunicativas e de empatia com o doente e seus familiares; e desenvolver a capacidade de trabalho e comunicação em contexto multidisciplinar.

III. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

A. Medicina Geral e Familiar

O estágio, sob a regência da Prof. Dra. Maria Isabel Santos, decorreu entre 14 de Setembro de 2015 e 9 de Outubro de 2015, na USF Venda Nova, tutorado pelo Dr. Dadilson Pinto Lopes. Tive a oportunidade de assistir a consultas de saúde do adulto, consultas de diabetes, consultas do dia, de saúde infantil/juvenil, de saúde materna e de planeamento familiar.

Foi-me dada autonomia para realizar citologias cérvico-vaginais, testar o pé diabético, aplicar o Mini Mental State Examination, determinar a acuidade visual e administrar vacinas da gripe. Contactei com o trabalho de enfermagem, tendo assistido não só a procedimentos na sala de tratamentos como também a visitas domiciliárias. Assisti à consultadoria com a Pediatria e com a Cardiologia, bem como a várias palestras (por exemplo “Burnout nos trabalhadores de saúde”). O estágio terminou com um exame oral baseado no Diário de Exercício Orientado elaborado.

(5)

B. Pediatria

O estágio, sob a regência do Prof. Dr. Luís Varandas, decorreu entre 12 de Outubro de 2015 e 6 de Novembro de 2015, no Hospital Dona Estefânia, tutorado pelo Dr. João Neves. Durante esse mês, acompanhei o serviço de Infecciologia Pediátrica, tendo passado pela consulta externa, pela unidade de cuidados intensivos, pela enfermaria, pelo serviço de urgência e por consultas de HIV. Aperfeiçoei as técnicas de exame objetivo e a escrita de notas de entrada e de diários clínicos. Assisti às visitas médicas, às reuniões de serviço diárias e a várias palestras. Realizei histórias clínicas e um trabalho para apresentação oral sobre “A reemergência da tosse convulsa”.

C. Ginecologia e Obstetrícia

O estágio, sob a regência da Prof. Dra. Teresa Ventura, decorreu entre 9 de Novembro de 2015 e 4 de Dezembro de 2015, no Hospital Lusíadas Lisboa, tutorado pela Dra. Ana Paula Maia. Durante este estágio, tive oportunidade de contactar com valências distintas dentro da especialidade, nomeadamente: Ginecologia (consultas, patologia do colo, histeroscopias), Obstetrícia (consultas, ecografias obstétricas, amniocenteses), Infertilidade (consultas, técnicas, laboratório de Biologia), Bloco Operatório e Serviço de Urgência. Assisti ainda às reuniões semanais do departamento. O estágio terminou com a apresentação oral de um trabalho sobre “Dispareunia”.

D. Saúde Mental

O estágio, sob a regência do Prof. Dr. Miguel Xavier, decorreu entre 7 de Dezembro de 2015 e 15 de Janeiro de 2016 e dividiu-se numa componente teórico-prática (FCM-UNL) e numa componente prática (CHLO – Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental – Consulta de Cascais). A componente prática foi composta por duas semanas de Pedo-

(6)

Inês Batinho Martins de Oliveira – n.º 2010297 5 psiquiatria (tutorado pela Dra. Graciete Carvalho) e duas semanas de Psiquiatria (tutorado pela Dra. Dóris Reis). Na Pedopsiquiatria, tive oportunidade de assistir a reuniões de serviço (Hospital São Francisco Xavier) e a consultas. Na Psiquiatria, assisti a reuniões de serviço (Hospital Egas Moniz), a consultas, e contactei com o internamento do Hospital Egas Moniz. Ao longo do estágio, participei num projeto de Investigação/Tabulação sobre “O Consumo de Fármacos Psicotrópicos”, supervisionado pelo Prof. Doutor Miguel Xavier,

fiz visitas domiciliárias e elaborei um trabalho opcional sobre “Adição às redes sociais”.

E. Medicina

O estágio, sob a regência do Prof. Dr. Fernando Nolasco, decorreu entre 25 de Janeiro de 2016 e 18 de Março de 2016, no Serviço de Medicina 7.2 do Hospital Curry Cabral (HCC), tutorado pela Dra. Teresa Bernardo. O trabalho desenvolvido consistiu principalmente na atividade de enfermaria complementada com urgência semanal no Hospital de São José (onde tive oportunidade de assistir ao processo de triagem no Serviço de Urgência), visitas médicas, consultas e redação de histórias clínicas, tendo-me sido dada bastante autonomia. Participei num estudo estatístico sobre a gripe e no pedido de colaboração com outras especialidades (Psiquiatria e Nefrologia).

Este estágio teve ainda uma componente teórica, com aulas lecionadas no HCC, bem como uma componente teórico-prática, com seminários lecionados semanalmente na FCM-UNL. Assisti ainda a inúmeras palestras, que decorreram no HCC e no Hospital de São José durante este período. O estágio terminou com a apresentação oral de um trabalho sobre “Cirrose e as suas complicações” e com um exame de avaliação oral.

F. Cirurgia

(7)

Inês Batinho Martins de Oliveira – n.º 2010297 6 2016 e 20 de Maio de 2016, no Hospital Beatriz Ângelo, tutorado pela Dra. Rita Roque. Este foi composto por uma componente teórico-prática e uma componente prática. A componente teórico-prática abordava não só temas cirúrgicos, como também temáticas importantes na formação de qualquer médico, independentemente da sua especialidade, como técnicas de comunicação e liderança. A componente prática dividiu-se em Estágio em Cirurgia Geral, no Serviço de Urgência e na Unidade de Cuidados Intensivos. Assisti ainda às visitas médicas e a reuniões multidisciplinares. O estágio terminou com a apresentação no Minicongresso do caso “Nem tudo o que parece é…” (carcinoma colorrectal, num doente jovem, detetado na peça histológica de uma apendicectomia). Neste estágio, tive contacto com as várias vertentes do trabalho do cirurgião, nomeadamente no bloco operatório (tendo tido a oportunidade de participar em cirurgias como segundo ajudante), na enfermaria, em consultas e na urgência interna.

G. Pedopsiquiatria - Estágio Opcional

O estágio, sob a regência do Prof. Dr. José Delgado Alves, decorreu entre 23 de Maio de 2016 e 3 de Junho de 2016, na Clinica da Juventude, tendo este sido tutorado pela Dra. Neide Urbano (especializada em adolescentes). A minha escolha deveu-se a um grande interesse pessoal na área, bem como ao contacto mínimo que tivemos com a mesma durante o curso. Foi um estágio muito completo, que me permitiu contactar com uma grande diversidade de patologias pedopsiquiátricas. Tive igualmente oportunidade de acompanhar a urgência semanal, no Hospital Dona Estefânia.

H. Preparação para a Prática Clínica (2º semestre)

Esta Unidade Curricular, sob a regência do Prof. Doutor Roberto Palma dos Reis, foi lecionada quinzenalmente na FCM-UNL. Foram sete aulas, organizadas em torno de um

(8)

Inês Batinho Martins de Oliveira – n.º 2010297 7 sintoma/sinal frequente, abordado do ponto de vista de várias especialidades. A avaliação final foi dividida entre os critérios de assiduidade e um exame escrito de escolha múltipla.

IV. REFLEXÃO CRÍTICA

Há um ano atrás, iniciei este ano letivo reticente e expectante. A preocupação de como conseguir manter o mesmo grau de dedicação e desempenho nos Estágios Parcelares, enquanto paralelamente estudava para o exame de acesso à especialidade inquietava-me. Agora percebo que uma pessoa consegue tudo, ou praticamente tudo, a que se propõe. Cabe-nos a nós, enquanto futuros médicos, adaptarmo-nos aos desafios que continuamente vão surgindo.

Ao longo deste ano, o meu crescimento como futura médica foi notório, quer do ponto de vista da vertente teórica/prática/técnica, quer do ponto de vista humano. Aprender a trabalhar em equipa com médicos com as mais diversas personalidades e posturas, contactar com o doente no seu todo, com doenças, mas também com preocupações, medos e inseguranças, foi fundamental para me aperceber dos pontos a melhorar enquanto pessoa e futura médica. Tive a oportunidade de contribuir e ser útil, mesmo sendo apenas uma aluna, através de pequenos gestos que pude fazer e que me dão a certeza de que existe um lugar para mim na Medicina. Pequenos gestos como fazer o Diário de Exercício

Orientado sobre uma senhora cujo principal motivo da consulta era depressão e solidão.

Não era de todo o caso clínico mais interessante do ponto de vista teórico, não era inovador nem raro, mas o benefício para ela ao ter alguém simplesmente a ouvi-la, tornaram a escolha óbvia. Gestos como explicar minuciosamente a um doente cirrótico, que se tinha recusado a tomar lactulose, o porquê de ter de o fazer e como isso poderia ser importante na sua qualidade de vida. Gestos que não exigem muito, que não revelam de todo as horas de estudo que dedicamos ao curso, mas que revelam o porquê de o termos escolhido.

(9)

Inês Batinho Martins de Oliveira – n.º 2010297 8 Foi um ano difícil, que exigiu dedicação incondicional, mas que foi muito proveitoso. Aplicar os conhecimentos que fomos adquirindo ao longo do curso na prática clínica não é simples, assim como não o é superar as nossas inseguranças e receios e arriscar fazer e falhar. Penso que esse é o ponto em que, no meu caso especifico, continua a ser preciso melhorar. Contudo, não o vejo como uma grande lacuna, visto que, a meu ver, estranho seria não reconhecer as minhas limitações e já me sentir apta a fazer adequadamente todas as técnicas utilizadas nas várias especialidades.

O Estágio de Medicina Geral e Familiar foi um estágio completo, em que aprendi a adaptar-me a consultas com pessoas de várias idades e condições socioeconómicas, que vinham sozinhas ou com familiares. Este estágio promoveu o desenvolvimento de capacidades de trabalho em equipa e evidenciou a importância da prevenção da doença e da promoção da saúde.

O estágio em Pediatria, mais especificamente em Infecciologia Pediátrica, permitiu-me contactar com uma área da Medicina que, na minha opinião, é muito complexa, integrando conhecimentos de Microbiologia, Farmacologia e Imunologia, entre outros. Foi um dos estágios em que tive menos autonomia, mas em que, por outro lado, fui mais estimulada a nível teórico.

O estágio em Ginecologia e Obstetrícia estava extremamente bem organizado, sendo notória a preocupação constante para que os alunos rodassem pelas várias valências, o que me permitiu contactar com uma das áreas da especialidade que considero mais interessantes, a Infertilidade.

O estágio em Saúde Mental foi um estágio, para mim, muito interessante, uma vez que pondero escolher esta especialidade como carreira profissional. O aspeto mais positivo foi ter tido oportunidade de contactar também com a Pedopsiquiatria, tendo o mais negativo sido a reduzida variedade de patologias com que contactei em ambas as especialidades.

(10)

Inês Batinho Martins de Oliveira – n.º 2010297 9 Este estágio permitiu-me ainda adquirir muitos conhecimentos teóricos (através de estudo individual), considerando que não tinha frequentado a cadeira de Psiquiatria no ano letivo anterior na FCM-UNL, tendo-a realizado, numa vertente apenas prática, no Programa de Intercâmbio no Rio de Janeiro.

O estágio de Medicina foi um estágio particularmente difícil, devido à carga horária pesada, contudo foi o estágio em que me foi concedida maior autonomia. O contacto regular com o Serviço de Urgência é essencial para o nosso crescimento enquanto futuros médicos e para nos apercebermos de quais as patologias mais prevalentes na comunidade.

O estágio de Cirurgia foi extremamente bem organizado, promovendo o contacto dos alunos com as várias áreas da Cirurgia e com profissionais com evidente prazer em ensinar. O ponto negativo foi o rácio aluno-tutor (3:1).

O estágio opcional, em Pedopsiquiatria, surpreendeu-me pela positiva, principalmente pela diversidade de patologias com que as quais contactei.

A Unidade Curricular de Preparação à Prática Clínica, na minha opinião, é uma grande mais-valia, tendo contribuído para o desenvolvimento do raciocínio médico integrado e para a elaboração de um plano de abordagem e de terapêutica de alguns dos sintomas/sinais cardinais em Medicina.

O meu trabalho, ao longo deste ano, foi o mais dedicado possível, tentando sempre retirar conhecimentos e trabalhar aptidões em todos os estágios por onde passei e tentando colmatar as minhas falhas. Em termos globais, considero que cumpri os objetivos a que me propus, tendo notado uma clara consolidação de conhecimentos e tendo tido oportunidade de treinar aptidões clínicas, interpessoais e de trabalho em equipa.

Por fim, após este percurso académico tão enriquecedor a tantos níveis, não posso deixar de agradecer a todos os professores, assistentes, profissionais e colegas que me ajudaram e acompanharam durante estes seis anos.

(11)

V. ANEXOS

Anexo I: Trabalhos realizados no âmbito do estágio profissionalizante

Anexo II: Atividades extracurriculares

 Anexo IIA: Certificado de participação “Descobrir para saber cuidar - 2º Congresso Internacional – Lusíadas Saúde”;

 Anexo IIB: Certificado de participação “Primeiras Jornadas de Saúde Solidária – Voluntariado em Saúde – O acompanhamento emocional e social como complemento terapêutico – VOXLisboa”;

 Anexo IIC: Certificado de participação “Disfunção sexual – Equipa de Saúde Pública e reprodutiva da AEFCML”;

 Anexo IID: Certificado de participação “Hipertensão arterial e insuficiência cardíaca – Estado da arte em 2015 – Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa”.  Anexo IIE: Certificado de participação “4ªs Jornadas do Departamento de Cirurgia

do HBA”

 Anexo IIF: Certificado de participação “Choque Frontal - Eutanásia”

 Anexo IIG: Certificado de participação “Seminário pré-congresso/IV Congresso Internacional de Patologia Dual e Adictiva”

(12)

Anexo I

Estágio Tema e Autores

Pediatria “A reemergência da

Tosse convulsa” Inês Oliveira; Teresa Silva

Ginecologia e Obstetrícia

“Dispareunia” Inês Oliveira

Saúde Mental “Adição às redes sociais”

Inês Oliveira

Medicina “Cirrose e as suas complicações”

Inês Oliveira; Marta Soares; Rita Rocha

Cirurgia “Nem tudo o que parece é…”

Inês Oliveira; Paula Costa; Rita Conde

(13)

Anexo II

Anexo IIA

(14)

Anexo IIC

(15)

(16)

(17)