Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO
A evolução da importância da Atividade Física:
dos pais para os filhos
Ricardo Filipe Santos Dias Rosário Pinto
Orientadora: Prof. Dra. Isilda Rodrigues
III
UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO
2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO
A EVOLUÇÃO DA IMPORTÂNCIA DA
ATIVIDADE FÍSICA: DOS PAIS PARA OS
FILHOS
Ricardo Filipe Santos Dias Rosário Pinto
Prof. Dra. Isilda Rodrigues
IV Dissertação apresentada à UTAD, no DEP – ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física dos Ensino Básico e Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação do(a) Professor(a) Isilda Rodrigues.
“O desporto faz parte da herança de todos os homens e mulheres e a sua ausência nunca poderá ser compensada.”
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AGRADECIMENTOS
A elaboração de um trabalho desta natureza, apesar do seu carácter individual, implicou necessariamente a colaboração de diversas pessoas e instituições, sem as quais, a sua concretização não era possível.
Posto isto, gostaria de agradecer a todos aqueles que contribuíram para o êxito desta tarefa, sendo que devo destacar:
A Professora Doutora Isilda Rodrigues, orientadora deste trabalho, a minha maior gratidão pela sua dedicação e apoio que sempre demonstrou ao longo da realização deste sem a qual não conseguiria elaborá-lo;
A escola secundária de Penafiel, onde recolhi os dados e realizei o meu estágio curricular, o meu mais profundo agradecimento;
Os meus pais, que insistentemente me pressionavam com perguntas sobre o estado do trabalho para que eu soubesse da responsabilidade que este tinha na minha vida profissional, o meu muito obrigado;
A minha irmã, para quem eu sou parte do caminho de vida e que faz tudo para que eu tenha tudo o que ela não pode ter, agradeço-te por tudo;
Toda a minha família, que olham para mim com orgulho por conseguir ser o primeiro com um curso superior, muito obrigado;
Os meus colegas estagiários na escola secundária de Penafiel, que muito me aguentaram em momentos de maior falta de autoconfiança na concretização dos meus objetivos;
A minha professora orientadora de estágio, Dra. Cristina Ferraz, que retificou todos os meus erros cometidos, por forma a ajudar-me construir o meu futuro da melhor maneira possível;
Os alunos da escola secundária de Penafiel e respetivos pais;
Todos os meus amigos que de alguma forma procuraram apoiar-me na concretização do meu curso superior;
O meu amigo António Gomes, por me ter ajudado na elaboração e tradução de textos; O meu amigo Márcio Morais, pela orientação e insistência na realização dos meus
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Resumo
A atividade física é um conceito que deve estar presente no dia-a-dia do individuo, resume-se por toda a atividade que implique dispêndio energético do organismo.
Como é conhecimento de todos, o sedentarismo tem vindo a aumentar e consequentemente as doenças que a este se encontram relacionadas, tais como, doenças coronárias, depressão, atrofia muscular, etc. Com tal facto os órgãos europeus responsáveis pela saúde pública, viram-se obrigados a implementar programas de promoção da atividade física e saúde. O impacto destes programas juntamente com a sua divulgação pelos meios sociais procura mudar a mentalidade da sociedade para uma mentalidade preenchida de hábitos saudáveis, seja a nível de atividade física ou a nível da saúde alimentar, com o objetivo de que a sociedade conheça os benefícios que uma prática saudável de atividade física origina e através disso reduzir o sedentarismo e consequentemente o risco de doenças.
Neste âmbito procurou-se realizar um estudo que teve como principais objetivos: identificar os hábitos de atividade física dos alunos e dos pais, analisar a evolução do conceito de atividade física dos tempos de escola dos pais para o tempo de escola dos filhos e o motivo pelo qual isso aconteceu, identificar se estes têm conhecimento dos benefícios da atividade física regular e refletir sobre a importância da disciplina de Ed. Física.
A amostra deste estudo foi constituída por 52 pais e 28 alunos da Escola Secundária de Penafiel, sendo que os pais tinham idades compreendidas entre os 36 e os 56 e os alunos entre os 14 e os 16 anos.
O estudo caracteriza-se por ser de abordagem quantitativa. O instrumento para recolha dos dados foi um questionário aos pais e outro aos alunos.
Foi possível constatar que existe uma prática regular de atividade física maior nos alunos do que nos pais, há diferenças na importância da atividade física nos tempos de escola dos pais para os tempos de escola dos filhos, que é significativamente maior hoje em dia e os motivos pelos quais esta mudança aconteceu, prendem-se aos benefícios que a prática regular de atividade física traz na prevenção de doenças e melhorias a nível da imagem corporal.
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Abstract
Physical activity is a concept that must be present on the day-to-day life of the individual, can be summed up by any activity that involves the body's energy expenditure.
As is known to all, the sedentary lifestyle has been increasing and consequently the diseases that are related to, such as heart disease, depression, muscle atrophy, etc. With this fact the European entities responsible for public health, were forced to implement programs to promote physical activity and health. The impact of these programs along with the propagation by social media seeks to change the mindset of society towards a mindset filled with healthy habits, whether is the level of physical activity or the level of health food, with the objective that the society knows the benefits that a healthy practice of physical activity originates and thereby decreases inactivity and consequently the risk of disease.
In this context we sought to conduct a study that have as main objectives: identify the physical activity habits of students and parents, analyze the evolution of the concept of physical activity among school days from parents to school time of children and why it happened, identifying whether they are aware of the benefits of regular physical activity and reflect on the importance of the discipline of Physical Education.
The study sample consisted in 52 parents and 28 students from the School of Penafiel, where parents were aged between 36 and 56 years old and students were aged between 14 and 16 years old.
The study is characterized by being a quantitative approach. The instrument for data collection was a questionnaire to parents and other to students.
It was found that there is a practice of regular physical activity in students more than the parents, there are differences in the importance of physical activity on school days from parents to children, which is significantly higher today and the reasons by which this change happened are relate to the benefits that regular physical activity brings on disease prevention and improvements in body image.
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ÍNDICE
CAPÍTULO I 1
Introdução 1
CAPÍTULO II - ENQUADRAMENTO TEÓRICO 3
Conceitos 3
A evolução da atividade física 4
Sedentarismo 6
Benefícios da atividade física 7
Recomendações para a prática desportiva 8
CAPÍTULO III - METODOLOGIA DO ESTUDO E DA INVESTIGAÇÃO 9
Caracterização da amostra 9
Recolha de dados 13
Validação do questionário 13
Tratamento e análise dos dados 13
CAPÍTULO IV - ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS 14
Os alunos 15
Hábitos alimentares 15
Atividade física e saúde 17
Na escola 21
Evolução da importância da atividade física 22
Os pais 24
Hábitos alimentares 24
Atividade física e saúde 26
No trabalho 31
Evolução da importância da atividade física 32
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CAPÍTULO V – CONCLUSÕES E SUGESTÕES 44
Conclusões 45
Sugestões para futuras investigações 46
BIBLIOGRAFIA 47
XI
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Refeições diárias dos alunos 23
Gráfico 2 – Consumo de bebidas alcoólicas por parte dos alunos 24
Gráfico 3 - Consumo de tabaco por parte dos alunos 24
Gráfico 4 - Ocupação dos tempos livres por parte dos alunos 25
Gráfico 5 - Preocupação dos alunos relativamente à saúde pessoal 26
Gráfico 6 - Hábitos de prática de atividade física regular 26
Gráfico 7 - Atividades praticadas pelos alunos 26
Gráfico 8 - Dias por semana para a prática de atividade física 27
Gráfico 9 - Tempo diário de prática da atividade física 27
Gráfico 10 - Motivo pelo qual não praticam atividade física regular 28
Gráfico 11 - Atividade física trás benefícios? 28
Gráfico 12 - Benefícios da atividade física regular 29
Gráfico 13 - Deslocação para a escola 29
Gráfico 14 - Importância da disciplina de Educação Física 30
Gráfico 15 - Importância da atividade física para os pais, na perspetiva dos filhos 31
Gráfico 16 - Importância da atividade física, atualmente 31
Gráfico 17 - O que mudou relativamente à importância dada à atividade física 32
Gráfico 18 - Refeições diárias dos pais 33
Gráfico 19 - Consumo de bebidas alcoólicas por parte dos pais 33
Gráfico 21 - Tempos livres dos pais 34
Gráfico 22 - Importância da saúde para os pais 35
Gráfico 23 - Hábitos de prática de atividade física 35
Gráfico 24 - Atividades praticadas pelos pais 36
XII
Gráfico 26 - Quanto tempo por dia dispende em atividade física 37
Gráfico 27 - Motivo pelo qual não pratica atividade física 37
Gráfico 28 - Atividade física trás benefícios? 38
Gráfico 29 - Quais os benefícios da atividade física 38
Gráfico 30 - Importância da Educação Física 39
Gráfico 31 - Deslocação para o trabalho 40
Gráfico 32 - Tempo sentado (diariamente) 40
Gráfico 33 - Importância da atividade física (nos tempos de escola) 41
Gráfico 34 - Importância da atividade física (atualmente) 41
Gráfico 35 - Motivos pelos quais a importância da atividade física evoluiu 42
Gráfico 36 - Refeições Diárias 42
Gráfico 37 - Consumo de bebidas alcoólicas 43
Gráfico 38 - Consumo de tabaco 43
Gráfico 39 - Tempos Livres 44
Gráfico 40 - Preocupação com a saúde 44
Gráfico 41 - Praticar atividade física regularmente 45
Gráfico 42 - Que tipo de atividade física praticam 46
Gráfico 43 - Quantos dias por semana 46
Gráfico 44 - Tempo diário de atividade física 47
Gráfico 45 - Motivo pelo qual não praticam atividade física 48
Gráfico 46 - A Atividade física trás benefícios? 48
XIII
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Sexo (alunos) 16
Tabela 2 - Idade (alunos) 16
Tabela 3 - Ano de escolaridade (alunos) 17
Tabela 4 - Com quem vive (aluno) 17
Tabela 5 - Sexo (pais) 17
Tabela 6 - Idade (pais) 17
Tabela 7 - Habilitações Literárias (pais) 18
Tabela 8 - Profissão (pai) 19
Tabela 9 - Profissão (mãe) 19
Tabela 10 - Razões pelas quais a Educação Física é importante 29
Tabela 11 - Motivos pelos quais a educação podia ou não ser importante 38 Tabela 12 - Motivo pelos quais a disciplina de Ed. Física pode ser importante 49
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CAPÍTULO I Introdução
Nas gerações anteriores ao séc. XXI, a atividade física fazia parte da vida da maioria das crianças (Kemper, 1992 cit in Cardoso e Maia, 2000).
Hoje em dia a sociedade está ficar comodista, as pessoas trabalham para cumprir com as obrigações e não se preocupam em melhorar a sua qualidade de vida, no que toca a saúde e bem-estar. Apesar de atualmente, através dos meios de comunicação social, a população tem noção das implicações da prática de atividade física regular para a saúde de cada um, esses hábitos não estão ainda incluídos no dia-a-dia devido ao comodismo acima referido. A legislação portuguesa prevê a implementação de programas e leis que podem conduzir a população a criar hábitos saudáveis de atividade física e com eles beneficiarem a nível social, físico e psicológico. Um destes programas, é o programa da disciplina de Educação Física, que tem por objetivos a implementação de hábitos saudáveis de atividade física, proporcionar a prática de várias modalidades desportivas aos jovens, contribuindo assim para a formação desportiva destes e procurar que a criação de hábitos de prática de atividade física se mantenham para a vida adulta, existe também o programa nacional de marcha e corrida, o programa fitnessgram, o programa pessoa, um programa de promoção de hábitos de vida saudáveis no ensino pré-escolar, entre outros. Com esta preocupação crescente sobre a prática regular de atividade física por parte das múltiplas organizações que regularizam cada sociedade, e tendo conhecimento dos benefícios de uma prática regular de atividade física, tanto ao nível físico, como a prevenção de doenças e obesidade, entre outros, como também a nível psicológico, como o alívio de stress, prevenção da demência/depressão, e a nível social, com a integração das pessoas na sociedade que as rodeia, sabendo também do postura atual da sociedade perante a atividade física e o aumento do sedentarismo que nos pareceu oportuno realizar esta investigação.
Com o presente estudo espera-se, em termos gerais, refletir sobre a importância que a atividade física tem na vida da população, como também procurar conhecer como evoluiu a importância da atividade física de pais para os filhos, assim como as diferenças entre a postura dos alunos para os pais em relação à prática regular de
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atividade física e em relação à disciplina de educação física. Neste sentido, este estudo pretende:
Identificar as práticas de atividade física por parte dos alunos e dos pais; Identificar hábitos alimentares e de lazer dos alunos e dos pais;
Analisar os conhecimentos dos alunos e dos pais sobre os benefícios da prática regular de atividade física;
Analisar os motivos que levam tanto os alunos como os pais a não praticar atividade física;
Analisar a importância que a atividade física tem na vida pessoal dos alunos e dos pais;
Identificar qual a importância que a educação física teve ou tem na vida dos alunos e dos pais.
Refletir sobre a evolução que a importância da atividade física sofreu dos pais para os filhos;
A estrutura da dissertação está repartida por diferentes capítulos de forma a responder adequadamente aos objetivos propostos.
Numa primeira parte é feito o enquadramento da dissertação, ju stificando a pertinência do tema escolhido. Na segunda parte apresentamos a metodologia e o tratamento de dados. Na terceira parte são analisados e discutidos os resultados. Por fim, na quarta parte do trabalho apresentamos as conclusões, sintetizando a essência dos resultados, assim como sugestões para futuros trabalhos.
A atividade física, é um dos fatores que poderá ser crucial na qualidade de vida dos cidadãos. A prática regular de atividade física e o desporto beneficiam, física, social e mentalmente, homens ou mulheres de todas as idades, incluindo pessoas com incapacidades. Cada vez mais hoje em dia, as pessoas, têm a noção das implicações da prática regular de atividade física na saúde pessoal diária. Os benefícios desta prática podem melhorar e manter significativamente as capacidades motoras, preservar estruturas e prevenir a deteriorização que ocorre com o avançar da idade e o sedentarismo (Cardoso e Maia, 2000). Pretendemos com a realização deste trabalho contribuir para o aumentar de conhecimento sobre a atividade física e suas implicações.
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CAPÍTULO II - ENQUADRAMENTO TEÓRICO
Conceitos
Na literatura consultada, encontrámos várias definições do conceito de atividade física. Optámos neste trabalho por considerar a definição proposta pelas Orientações da União Europeia para a Atividade Física (2009), que considera que a atividade física rege-se por “qualquer movimento associado à contração muscular que faz aumentar o dispêndio de energia acima dos níveis de repouso”. Com a definição deste conceito deparámo-nos com o facto de este estar relacionado com o conceito de exercício físico (WHO, 2007, cit in Livro Verde de Atividade Física do IDP, 2011), que embora menos abrangente, é definido por movimentos corporais estipulados, organizados e frequentes que tem por objetivo, manter ou melhorar um ou mais aspetos da aptidão física. Esta, por sua vez, é o conjunto de características, adquiridas ou desenvolvidas, que possibilitam a realização de atividade física.
A atividade física pode ser alcançada através de uma atividade profissional, atividade doméstica e/ou atividade de lazer (Sá, 2000). Independentemente do motivo que leva as pessoas a serem ativas fisicamente, estudos levados a cabo neste âmbito demonstram os efeitos benéficos da prática regular de atividade física (Marques e Costa, 2010).
Desde de alguns anos que os países desenvolvidos, as múltiplas organizações médicas, científica e organizações públicas de saúde têm vindo a adotar políticas de intervenção para uma melhoria da qualidade de vida, através de campanhas e incremento de estratégias que fomentam a saúde e que previnem doenças. Um dos focos principais destas políticas de saúde pública é o de implementar a prática de atividade física enquanto promotora da condição física com vista a melhoria da saúde e bem-estar.
Um dos pressupostos são os programas de educação física, esta é fundamental para a manutenção da saúde e para a criação de hábitos de exercício regular nas crianças e jovens (U.S Department of Health and Human Services, 1986 cit in Cardoso e Maia, 2000).
A disciplina de educação física visa o enriquecimento do cidadão a nível das habilidades e conhecimentos, assim como da formação de aptidões, atitudes e valores proporcionadas pela exploração das possibilidades de atividade física. A formação da criança e do jovem passa a ser concebida como uma educação integral – corpo, mente e espirito -, como desenvolvimento pleno da personalidade. A palavra educação física é
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uma expressão que surge no séc. XVIII, em obras de filósofos preocupados com a educação (Betti, M e Zuliani, L, 2002).
A evolução da atividade física
Segundo Brownson (2005) cit in Camões M. e Lopes C. (2008) no decorrer dos últimos 50 anos, a atividade física sofreu um decréscimo acentuado, devido à mecanização do trabalho e das atividades domésticas. Assim, a atividade física em contexto de lazer assumiu um papel importante no cumprimento das necessidades de atividade física diária. Para Bouchard (2006) cit in Seabra (2007) as sociedades modernas, estando repletas de novas tecnologias, têm promovido novos estilos de vida, em que a maior parte das ocupações, os transportes e as tarefas domésticas requerem menos esforço, o que leva a um aumento de inatividade física, sedentarismo e obesidade. Tudo isto originou novos hábitos alimentares, hábitos tabágicos, entre outros, que são responsáveis por uma variedade de doenças da sociedade atual, ou seja, constata-se hoje em dia um aumento muito elevado de doenças crónico-degenerativas, como por exemplo as cardiovasculares, o cancro e os diabetes (OMS, 2003 cit in Seabra, 2007).
Varo (2003) cit in Camões M. e Lopes C. (2008) refere que em 1997, entre 15 países da União Europeia, a população portuguesa era a que apresentava as maiores percentagens de sedentarismo (87,8%). Com base na mesma amostra europeia, foi descrito que a prática de qualquer tipo de atividade física decresce significativamente com o aumento do índice de massa corporal, a par desta situação encontra-se a prevalência de excesso de peso e obesidade na população portuguesa (Vaz de Almeida, 1999 cit in Camões M. e Lopes C. (2008). Seabra (2007) diz que é um facto inquestionável que o estado da população mundial tem sofrido variadas alterações no decorrer dos últimos 100 anos.
De acordo com os estudos levados a cabo pela Organização Mundial de Saúde em 1998, com uma amostra nacional de 6903 adolescentes, com uma média de idades de 14 anos, e em 2002, com uma amostra nacional de 6131 adolescentes, com uma média de idades de 14 anos, citados por Matos (2004) no seu artigo publicado na Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, a saúde dos adolescentes não está nos seus melhores momentos. A tendência em geral é para o agravamento da situação em termos de risco para a saúde. Em ambos os estudos aumenta o número de jovens que considera
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o seu corpo gordo e diminui o número de jovens que acha o seu corpo ideal. De 1998 para 2002 verifica-se que de um modo geral a prática de desportos diminui, e que esta prática vai decrescendo ainda mais a medida que a idade vai aumentado.
A compreensão deste facto, associado às suas eventuais implicações, deu azo a que as entidades do país responsáveis pela implementação de políticas de apoio e de prevenção no que toca à saúde pública, tenham considerado nas suas linhas estratégicas e objetivos para o ano 2002 o aumento da prevalência da atividade física na população adulta. Neste âmbito, é elaborado pela primeira vez um documento estratégico oficial que realça o papel potencialmente determinante que a atividade física tem na melhoria do bem-estar e qualidade de vida das populações (Ministério da Saúde, 1999 cit in Mota, 2004).
Mais recentemente, o Observatório Nacional da Atividade Física e do desporto, no Livro Verde de Atividade Física (2011), do Instituto do Desporto de Portugal, que com o objetivo da conceção e implantação de estratégias de promoção de atividade física e consequentemente da saúde e da capacidade funcional, realizou uma avaliação de 6299 portugueses de 10 ou mais anos de idade com funcionamento físico independente, de ambos os sexos, em 18 distritos de 5 zonas de Portugal Continental, entre 2006 e 2009, mostra através dos resultados obtidos que nos jovens, os rapazes de 10 a 11 anos tendem a serem suficientemente ativos, e que após esta idade, apenas os rapazes de 12 a 13 anos do Norte revelam uma prática suficiente de atividade física. No que toca às raparigas, estas ficam aquém das recomendações da Organização Mundial de Saúde. Em relação aos adultos, grande parte é suficientemente ativa, sendo que existe uma diminuição da atividade física entre os 10 e os 30 anos de idade em ambos os sexos, e depois dos 60 anos.
Posto isto, denota-se o facto de haver uma despreocupação dos jovens para com a prática regular de atividade física, o que não se verifica na idade adulta, atualmente. A procura de justificações para este problema atual prende-se à inovação tecnológica, que originou um maior facilitismo na execução da rotina diária e levou a um sedentarismo precoce. Este problema que a sociedade enfrenta e o qual as entidades responsáveis pela saúde pública do país estão a combater através de politicas de implementação de hábitos de prática atividade física regular, tem vindo a ter consequências na qualidade de vida da população, visto que aumenta os números de obesidade, doenças crónico-degenerativas e cardiovasculares.
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Sedentarismo
A história diz-nos que o sedentarismo é algo recente. Devido à evolução tecnológica, que consequentemente provocou esta mudança na sociedade, o sedentarismo é a chamada “doença do séc. XX” segundo Paffenbarger et al. (1988) cit in Cardoso e Maia (2000). Este não é uma caraterística exclusiva dos adultos, segundo Sallis e Owen (1999) cit in Vasconcelos e Maia (2001), denota-se que os adolescentes estão, cada vez mais a adotar hábitos sedentários. A procura por uma boa qualidade de vida começa a preocupar a sociedade em geral e como tal, assume uma importância relevante no estabelecimento de prioridades por parte das pessoas, pois o exercício físico, a aptidão física e a saúde são pontos essenciais no bem-estar de um ser humano (Paffenbarger et al., 1988, cit in Cardoso e Maia, 2000).
Rowland (1990) refere que, com o aumento da idade, a atividade física espontânea diminui à medida que as crianças ficam sob a influência da televisão e dos jogos de vídeo. Assim, são vários os fatores que contribuem para a sedentarização dos jovens e dos adultos, tais como: a redução dos esforços físicos na deslocação para a escola e os passatempos passivos, a televisão, os jogos eletrónicos, e os jogos de computador (Kemper, 1992; Piéron, 1998, cit in Cardoso e Maia, 2000). Autores como Beer-Boost et al (2000) cit in Marques e Costa (2010) confirmam este facto e referem que ocorreram nas últimas décadas mudanças na dieta alimentar e no estilo de vida, devido à industrialização, urbanismo, desenvolvimento económico e globalização. A combinação desta nova dieta pouco saudável e o estilo de vida sedentário está a ter um impacto significativo na saúde das populações.
Outros apontam ainda que comportamentos sedentários e obesidade são fatores de risco de doenças crónicas e mortalidade (DiPietro, 1995, cit in Sá, 2000).
A European Comission (2004) cit in Marques e Costa (2010), refere que Portugal é o país da Europa com maior taxa de sedentarismo. É, especificamente, o país europeu com a população mais sedentária entre a faixa da etária dos 15 aos 65 anos. Por isso o sedentarismo é hoje em Portugal um dos maiores fatores de risco da sociedade, sendo a diminuição da sua prevalência uma necessidade para evitar o aparecimento de doenças e melhorar a qualidade de vida.
Um estilo de vida com pequenas alterações nas atividades diárias tornam os indivíduos capazes de reduzir o risco de doenças crónicas e contribuir para o aumento da qualidade de vida (Pate et al. 1995, cit in Sá, 2000). Torna-se portanto necessário
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desenvolver uma cultura de prática de atividade física regular que possibilite incutir nos cidadãos hábitos saudáveis de exercício regular como parte integrante de um estilo de vida saudável e ativo.
Benefícios da atividade física
“Atividade física, a saúde e a qualidade de vida estão intimamente relacionadas entre si” (Orientações da União Europeia para a Atividade Física, 2009). Segundo
Telama (1998) cit in Sá (2000) a atividade física diária é importante para o crescimento e para um desenvolvimento motor saudável dos jovens. Vários estudos epidemiológicos, referidos por Marques e Costa (2010), mostram-nos, em termos estatísticos, que a relação entre um estilo de vida ativo e o risco de doença ou morte é significativa e têm ajudado a compreender a importância da prática regular de atividade física para a saúde. Referem que esta poderá funcionar como um agente curativo e/ou preventivo na maior parte dos casos.
A atividade física poderá ajudar na prevenção e tratamento de algumas doenças, destacando-se, as doenças crónico-degenerativas, as cardiovasculares, as coronárias do coração, o cancro, o diabetes mellitus tipo 2 e a obesidade. Ou seja, existe um elo de ligação entre estas doenças e o estilo de vida das pessoas WHO, 2006, cit in Marques e Costa (2010). O documento das Orientações da União Europeia para a Atividade Física (2009) vai mais longe, e refere que uma vida ativa apresenta também benefícios sociais e psicológicos, existindo também uma relação direta entre a atividade física e a esperança de vida, sendo que as populações fisicamente ativas tendem a viver mais tempo do que as populações sedentárias. Este documento refere ainda que, o corpo humano sofre alterações morfológicas e funcionais, devido a prática de atividade física regular, que podem evitar ou adiar doenças e melhorar a aptidão física. Um conjunto de outros benefícios são referidos como benéficos para a saúde, tais como: um bom funcionamento cardiopulmonar; maior consumo de gorduras, ou seja, diminuição do risco de obesidade; uma maior mineralização dos ossos em idades jovens, que vai contribuir para a prevenção da osteoporose e de fraturas em idades mais avançadas; uma melhor regulação do sistema digestivo, urinário e do trânsito intestinal; desenvolvimento e manutenção das capacidades motoras para as práticas do dia-a-dia, melhorias em relação a estados psicológicos (depressão e demência), assim como manutenção de funções cognitivas; diminuição do stress e melhorias na qualidade de
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sono, no que toca à auto imagem e auto estima existe uma evolução positiva, tal como também existe um aumento do entusiasmo e otimismo; e por último, mas não menos importante, em adultos de idade avançada, ajuda a reduzir o risco de queda e retarda o aparecimento de doenças associadas ao envelhecimento (Orientações da União Europeia para Atividade Física, 2009).
Recomendações para a prática desportiva
A atividade física regular pode produzir benefícios de saúde a longo prazo, mas para a obtenção destes benefícios é necessário praticar atividade física semanalmente (Livro Verde da Atividade Física, 2011).
Todos os adultos devem evitar a inatividade, daí que com as Orientações da União Europeia para a atividade física (2009) baseado nas recomendações da Organização Mundial de Saúde, a meta de atividade física para indivíduos com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos é de 30 minutos de atividade física moderada 5 dias por semana, ou pelo menos 20 minutos de atividade física de intensidade vigorosa 3 dias por semana, por atividade moderada entende-se 3 a 6 vezes mais gasto energético do que em repouso, atividade vigorosa – 7 vezes mais gasto energético do que em repouso Estas recomendações acrescem às atividades diárias, quem têm uma intensidade ligeira.
As crianças e adolescentes, dos 6 aos 17 anos, devem procurar praticar diariamente 60 minutos de atividade física moderada, destes 20 ou 30 minutos devem ser de atividade física vigorosa (correr, saltar, etc.), complementando com atividades lúdicas (jogos) que solicitem o sistema músculo-esquelético e o sistema cardiovascular, procurando melhorar a força muscular, flexibilidade, resistência óssea (Livro Verde da Atividade Física, 2011).
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CAPÍTULO III - METODOLOGIA DO ESTUDO E DA INVESTIGAÇÃO
O estudo caracteriza-se por ser descritivo de carácter exploratório do tipo estudo de caso, de abordagem quantitativa. O instrumento de colheita de dados foi um questionário.
Caracterização da amostra
No nosso caso, tendo em conta a realidade da investigação, optámos por fazer uma amostra por conveniência. A amostragem por conveniência é caracterizada pelo facto da seleção recair sobre os indivíduos mais acessíveis a fornecerem a informação.
A uma amostra foi composta por 28 alunos da turma G do 10ºano de escolaridade da Escola Secundária de Penafiel, onde realizámos o nosso Estágio Pedagógico, assim como também pelos respetivos pais destes alunos, que deu um total de 52 pais.
As tabelas seguintes ilustram os resultados da caracterização da amostra relativamente aos alunos:
Tabela 1 - Sexo (alunos)
Sexo F %
Masculino 13 46%
Feminino 15 54%
Total: 28 100% Tabela 2 - Idade (Alunos)
Idade F % 14 anos 1 4% 15 anos 22 79% 16 anos 6 21% Total: 28 100% Média: 15,2 Tabela 3 - Ano de escolaridade (alunos)
Ano de Escolaridade F %
10ºano 28 100%
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Tabela 4 - Com quem vive (aluno)
Com quem vives? F %
Pais 25 89%
Mãe 2 7%
Pai 1 4%
Familiares 0 0%
Total: 28 100%
Nas duas primeiras secções de questões do questionário para os alunos da amostra recolhemos os dados sobre o sexo, a idade, ano de escolaridade e com quem vive.
Constatámos que a maioria dos alunos é do sexo feminino (54%). Relativamente à faixa etária, vai desde dos 14 aos 16 anos, sendo que 79% têm 15 anos e a média de idades é de 15,2. Por fim a totalidade dos alunos frequenta o 10ºano de escolaridade e 89% vive com os pais.
As tabelas seguintes ilustram os resultados da caracterização da amostra relativamente aos pais:
Tabela 5 - Sexo (pais)
Sexo F %
Masculino 24 46%
Feminino 28 54%
Total: 52 100%
Tabela 6 - Idade (pais)
Idade F % 36 2 4% 37 3 6% 39 4 8% 40 2 4% 42 5 10% 44 3 6% 45 3 6%
- 11 - 46 7 14% 47 1 2% 48 4 8% 49 4 8% 50 3 6% 51 2 4% 52 2 4% 53 2 4% 55 1 2% 56 1 2% Total: 49 100% Média: 45,4
Nota: Dos 52 questionários, a resposta a esta questão foi nula em 3
Tabela 7 - Habilitações Literárias (pais)
Habilitações Literárias dos Pais F %
1º Ciclo 10 21% 2º Ciclo 12 25% 3º Ciclo 14 29% Secundário 12 25% Ens. Superior 0 0% Total: 48 100%
Nota: Dos 52 questionários, a resposta a esta questão foi nula em 4
Tabela 8 - Profissão (pai)
Profissão do Pai F %
Motorista 3 13%
Empresário 1 4%
Gestor 1 4%
Eletromecânico 1 4%
Tabela 9 - Profissão (mãe)
Profissão da Mãe F %
Embaladora 1 4%
Oficial de Justiça 1 4%
Merchandiser 1 4%
- 12 - Serralheiro 2 8% Segurança 1 4% Torrefactor de café 1 4% Desempregado 1 4% Funcionário Público 1 4% Pintor de automóveis 1 4% Gráfico 1 4% Construtor civil 1 4% Comerciante 1 4% Industrial 1 4% GNR 1 4% Vendedor de peças de automóveis 1 4% Eletricista 1 4% Servente de Calceteiro 1 4% Carteiro 1 4% Carpinteiro 1 4% Encarregado de primeira 1 4% Total: 24 100 % Tarefeira 1 4% Cabeleireira 1 4% Técnica de Controlo de Qualidade 1 4% Desempregada 3 11% Empregada de balcão 1 4% Doméstica 6 21% Escriturária 1 4% Agricultora 1 4% Administrativa 1 4% Industrial 1 4% Costureira 3 11% Empregada Têxtil 1 4%
Ajudante de ação direta 1 4%
Marceneira 1 4%
Total: 28 100%
Na primeira secção de questões do questionário para os pais da amostra recolhemos dados sobre o sexo, a idade, as habilitações literárias e a profissão.
Da análise dos 52 questionários, podemos constatar que a maioria (54%) é do sexo feminino, sendo que os indivíduos têm idades compreendidas entre os 36 e os 56 anos, tendo a maioria 46 anos (14%) e a média situa-se nos 45,4.
Quanto às habilitações literárias verificámos alguma dispersão: 21% tem o 1º ciclo, 25% têm o 2º ciclo, a maioria (29%) tem o 3ºciclo e 25% tem o secundário. De salientar o facto de nenhum dos pais ter o ensino secundário.
Por fim, em relação às profissões constatámos que existe uma diversidade delas, sendo 13% dos pais motorista, 21% das mães doméstica.
- 13 -
Recolha de dados
De acordo com os objetivos do estudo, e as características da amostra, selecionámos como instrumento de recolha de dados um questionário. Esta opção deveu-se ao facto de este tipo de instrumento ser acessível em termos económicos e de fácil aplicação a amostras de diferentes tamanhos e que principalmente garante o anonimato. Nesse sentido, no nosso estudo, o questionário foi elaborado com a preocupação de que as questões fossem claras, objetivas e de forma a ser acessível às faixas etárias estudadas e a qualquer tipo de formação literária.
O referido questionário foi elaborado pelo autor e posteriormente validado e ajustado. Visto estudarmos os alunos e os pais e posteriormente confrontarmos resultados, sentiu-se a necessidade de elaborar um questionário para os alunos, que se dividia em 7 partes (ver anexo II), e um questionário para os pais que se dividia em 6 partes (ver anexo II).
Validação do questionário
Antes de aplicarmos o questionário, foi necessário validado internamente e ajustá-lo e previamente foi pedida autorização para a sua aplicação na escola secundária de Penafiel ao respetivo diretor, Doutor Vítor Leite.
Numa primeira fase aplicámos o questionário a 10 alunos, pertencentes à turma C do 10ºano de escolaridade da Escola Secundária de Penafiel. Foi pedido aos inquiridos que colocassem as dúvidas que surgissem durante o preenchimento do questionário.
Visto os alunos não referirem nenhuma dúvida no preenchimento, o questionário foi submetido a análise por especialistas do Departamento de Desporto da UTAD e do Departamento de Biologia da UTAD. Na sequência da análise feita pelos especialistas o questionário sofreu pequenos ajustes e posteriormente à reformulação o questionário ficou pronto.
Tratamento e análise dos dados
Os dados obtidos a partir dos questionários foram analisados sob o ponto de vista quantitativo no Microsoft Excel 2007.
- 14 -
As respostas à questão aberta do questionário foram agrupadas em diversas categorias analisando o seu conteúdo. As respostas às questões fechadas, fez-se uma análise quantitativa das respostas.
Disto resultaram tabelas e gráficos que foram devidamente discutidos e analisados, o que, consideramos essencial para a obtenção de conclusões sobre o estudo.
CAPÍTULO IV - ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
Neste capítulo apresentamos, analisamos e discutimos os dados obtidos no trabalho de investigação que elaborámos. Este estudo procura conhecer a evolução da importância que a atividade física sofreu, dos pais para os filhos, assim como também hábitos alimentares, rotinas diárias, entre outros.
Os resultados foram analisados, segundo a ordem de sequência de perguntas do questionário utilizado. Na primeira secção temos os dados biográficos, a segunda secção refere-se ao agregado familiar, enquanto a terceira secção aborda os hábitos alimentares, a quarta secção é referente aos tempos livres, a quinta secção fala-nos sobre a atividade física e saúde; sexta secção faz-nos referência sobre a escola, e por último, a sétima secção de questões é alusivo à evolução da importância da atividade física na vida das pessoas. De referir que, no questionário dos pais, existem apenas seis secções de questões, pois, foi retirado a secção de questões sobre o agregado familiar, e também que, a sexta secção do questionário dos alunos é sobre a escola, ao que, nos pais, é referente ao trabalho.
Nos questionários dos alunos e dos pais a questão relacionada com a importância da disciplina de educação física, é de resposta aberta, como tal, as respostas, foram analisadas mediante o seu conteúdo e estruturadas categorias de resposta. Todas as restantes questões são de resposta fechada, optámos por este sistema porque permite uma facilidade maior de preenchimento, assim como, a análise e comparação com outros trabalhos de investigação sobre o tema.
As variáveis sexo, idade, habilitações literárias e profissão (dos pais), foram analisadas para todas as questões, contudo, apenas são apresentados os resultados mais significativos.
De seguida apresentamos os resultados respeitantes, primeiro aos alunos, depois aos pais e posteriormente em conjunto, contrastando os resultados.
- 15 -
Os alunos
Hábitos alimentares
A partir da análise do grupo de questões sobre os hábitos alimentares, dos alunos, podemos constatar que, relativamente à primeira questão, em que era pedido aos inquiridos que referissem quais as refeições que fazem diariamente (gráfico 1). A totalidade dos alunos (100%) toma o almoço e jantar, sendo que 89% tem o hábito de incluir o pequeno-almoço. Incluem também o lanche da tarde 82% e 71% o lanche da manhã. A média de refeições diárias dos alunos pertencentes à amostra estudada, é de 4,6 por dia. Num estudo realizado por Carvalho (2007), em 466 alunos do 2º e 3ç ciclo do ensino básico e do ensino secundário da Região do Douro, os resultados são semelhantes, ou seja, os inquiridos afirmam tomar todos os dias o pequeno-almoço, almoço e jantar, são respetivamente, 85,6%, 90,1% e 88,6% dos alunos.
Gráfico 1 - Refeições diárias dos alunos
No que respeita à questão, sobre se ingeriam bebidas alcoólicas, verificámos que 11% da amostra refere que ingere bebidas alcoólicas. Pensamos que apesar do valor obtido ser ainda elevado, ele é bastante inferior ao obtido por Balsa (2001-2007), em que uma percentagem de 52% na população entre os 15 e os 24 anos consumia bebidas alcoólicas. 0% 20% 40% 60% 80% 100% 89% 71% 100% 82% 100% 14%
- 16 -
Gráfico 2 – Consumo de bebidas alcoólicas por parte dos alunos
Na questão, que concerne, quanto ao caso de serem fumadores ativos ou não, constatámos que os resultados foram bastante positivos, todos os alunos (100%), responde negativamente. De acordo com o Machado (2009), cerca de 26,2% do sexo masculino e 14,1% do sexo feminino da população da amostra entre os 15 e os 24 anos afirmaram que consumiam tabaco.
Gráfico 3 - Consumo de tabaco por parte dos alunos
No gráfico 4, respeitante à questão em que os alunos da amostra indicam o que gostam mais de fazer nos tempos livres, constatámos que, a maior percentagem aponta “ver tv” (89%) e utilizar o “computador” (86%). Outras, como “sair com os amigos” e “praticar atividade física” com 68% e 54% respetivamente, foram também muito referenciados. Verificámos que os tempos livres dos alunos envolvidos neste estudo, são maioritariamente despendidos com atividades sedentárias, em prol de atividades ativas que exijam uma ativação motora moderada.
Estes resultados são ainda mais dramáticos que os obtidos num estudo realizado na população de Lisboa por Gouveia (2007), em que, 33,5% da amostra tem uma prática de atividade física insuficiente, 8,5% consideram-se sedentários e 24,5% viam mais de 4 horas de televisão por dia. Também Carvalho (2007), num estudo realizado, em 466 alunos do 2º e 3º ciclo do ensino básico e do ensino secundário da Região do Douro, obteve as opções “ver televisão” com 17,4% e jogar computador com 15,5%, como principais ocupações dos jovens, nos tempos livres.
11%
89%
Bebes bebidas alcoólicas?
Sim Não 0% 100%
Fumas?
Sim Não- 17 -
Gráfico 4 - Ocupação dos tempos livres por parte dos alunos
Atividade física e saúde
No que toca à secção sobre a atividade física e saúde dos alunos envolvidos no estudo, verificámos que, relativamente à preocupação destes com a saúde, todos os inquiridos afirmam se preocupar (gráfico 5), o que denota uma mentalidade virada para um cuidado com o estado físico pessoal no dia-a-dia.
Gráfico 5 - Preocupação dos alunos relativamente à saúde pessoal
Quando questionados sobre o hábito de praticar atividade física regularmente, constatámos que, dos alunos pertencentes à amostra, 68% responde positivamente, e os restantes 32%, responde negativamente (gráfico 6). Estes resultados são semelhantes aos obtidos num estudo realizado por Costa (2009) em jovens do ensino do 3º ciclo e secundário, da região Interior Norte e da região Litoral Norte de Portugal, em que 54,5% dos alunos praticam atividade física, fora do âmbito escolar. Num outro estudo levado a cabo pelo Observatório Nacional da Atividade Física e do Desporto, entre 2006
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 54% 39% 14% 46% 89% 86% 46% 68% 43% 36% 11%
Tempos Livres
100% 0%Preocupas-te com
a tua saúde
Sim Não- 18 -
e 2009, em 18 distritos de 5 zonas de Portugal Continental, 31% dos rapazes e 10% das raparigas são suficientemente ativos (Livro Verde da Atividade Física, 2011).
Gráfico 6 - Hábitos de prática de atividade física regular
Na sequência da questão anterior, foi perguntado aos alunos que praticavam atividade física regularmente, que atividade praticavam. As opções mais assinaladas foram: “modalidade desportiva” com a maior percentagem 68%, “andar de bicicleta” e “correr”, com 32% e 26%, respetivamente (gráfico 7). Carvalho (2007) no seu estudo em 466 alunos do 2º e 3º ciclo do ensino básico e do ensino secundário da Região do Douro, obteve o resultado idêntico, com os alunos a optarem por praticar um desporto, 75,6%.
Gráfico 7 - Atividades praticadas pelos alunos
Em relação, à frequência semanal, com que estes, praticam as atividades anteriormente referidas, constatámos que maior parte apenas as pratica uma ou duas vezes por semana, pois ambas as opções obtiveram uma percentagem de 26%. De referir o facto de, a opção “5 dias”, ter obtido um resultado de 21% (gráfico 8). No estudo de Costa (2009) em adolescentes do litoral norte e interior norte de Portugal, não se verifica o mesmo resultado do nosso estudo, pois, a maior percentagem pertence à opção 3 vezes por semana, com 28,4%.
68% 32%
Praticas atividade
física regularmente
Sim Não 0% 20% 40% 60% 80% 100% 26% 68% 32%O que praticas?
- 19 -
Gráfico 8 - Dias por semana para a prática de atividade física
No que diz respeito, à duração do exercício físico, podemos verificar através do gráfico 9, que uma percentagem considerável de alunos da amostra (42%) pratica atividade física entre uma a duas horas por cada dia. Sendo que, 32% desta amostra pratica entre trinta minutos a uma hora. Este resultado é semelhante ao do estudo levado a cabo por Costa (2009) em adolescentes do litoral norte e interior norte de Portugal, onde a opção 1 hora e 30 minutos foi a mais cotada (24,1%).
Gráfico 9 - Tempo diário de prática da atividade física
Relativamente, à percentagem de alunos, que respondeu negativamente, à questão sobre se praticavam atividade física regular, procuramos saber qual o motivo. Constatámos pelo gráfico 10, a opção “falta de tempo”, foi a razão mais apontada por parte dos inquiridos. Num estudo realizado por Marivoet (2001) onde compara o comportamento da sociedade portuguesa face ao desporto nos estudos feitos em Portugal de 1988 e de 1998, reparamos que o motivo é idêntico, 60% dos inquiridos referem a falta de tempo como principal causa de não praticarem atividade física.
1 2 3 4 5 6 7 Quantos dias p/ semana 26% 26% 16% 11% 21% 0% 0% 0% 20% 40% 60% 80% 100%
Quantos dias por semana
Menos de 30 min. Entre 30 min a 1 hora Entre 1h e 2 hrs Entre 2 a 3 hrs Quanto tempo p/ dia 11% 32% 42% 16%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
- 20 -
Gráfico 10 - Motivo pelo qual não praticam atividade física regular
No gráfico 11 são apresentados os resultados respeitantes à questão em que, os alunos da amostra, referem se a atividade física acarreta benefícios ou não. Podemos constatar que todos os inquiridos afirmam que a prática de atividade física regular traz benefícios para a saúde.
Gráfico 11 - Atividade física trás benefícios?
Na questão respeitante aos benefícios que a atividade física regular oferece, 96% dos inquiridos atribuíram à “imagem corporal” e “bem-estar” os maiores benefícios. Outras opções como “melhorias no organismo” 93% e “alívio do stress” 75% foram também muito apontados (gráfico 12). Marivoet (2001) no seu estudo, onde compara o comportamento da sociedade portuguesa face ao desporto nos estudos feitos em Portugal de 1988 e de 1998, refere que o principal motivo pelo qual os inquiridos praticavam atividade física regularmente, era pela condição física e saúde, semelhante aos resultados que obtivemos no nosso estudo.
45% 9% 27% 18% 0% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Falta de Tempo Falta de Infraestruturas Falta de Companhia Falta de vontade Outros
Não pratica por:
Não pratica por:
100% 0%
Atividade física traz
benefícios?
Sim Não
- 21 -
Gráfico 12 - Benefícios da atividade física regular
Na escola
Em relação, às questões relativas à escola, verificamos, pelo gráfico 13, que uma elevada percentagem de alunos (82%) utiliza os transportes públicos como forma de transporte diário para a escola.
Gráfico 13 - Deslocação para a escola
Na questão, acerca da importância da disciplina de educação física, verificámos que uma percentagem significativa (46%) dos inquiridos atribui “bastante” relevância, sendo que, 39% atribui “muita” (gráfico 14).
96% 54% 93% 46% 54% 32% 96% 75% 0% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Bem-estar Aptidão Funcional Melhorias a nível do organismo Melhorias a nível social Boa Disposição Estabilidade emocional Imagem Corporal Alívio do stress Outros
Quais?
Quais? 18% 82%Como te deslocas para a escola?
Carro
- 22 -
Gráfico 14 - Importância da disciplina de Educação Física
Em relação à questão em que os alunos referiram o porque da importância da disciplina de Educação de Física, analisámos que as principais razões foram: o combate ao sedentarismo, com 29%, saúde e bem-estar com 36%.
Unidade de Contexto Unidades de Registo Unidade de enumeração
Freq. %
Motivos pelos quais a Educação Física pode
ser importante
Combate ao sedentarismo 8 29%
Novas experiências e conhecimentos 4 14%
Motivação e prazer 5 18%
Aptidão Motora 1 4%
Saúde e Bem-estar 10 36%
Total 28 100%
Tabela 10 - Razões pelas quais a educação física é importante
Evolução da importância da atividade física
Em relação à questão, em que os alunos da amostra, respondem qual a importância atribuída, pelos seus pais à atividade física nos tempos de escola. Constatámos que consideram que a atividade física teria pouca ou muito pouca importância, com 43% e 21% respetivamente (gráfico 15).
4% 11%
39% 46%
Qual importância da
disciplina de Educação Física
Pouca Alguma Muita Bastante
- 23 -
Gráfico 15 - Importância da atividade física para os pais, na perspetiva dos filhos
No que concerne, à questão “Hoje em dia, qual é a importância atribuída à atividade física?”, os inquiridos referiram a opção “bastante” e “muita” com uma percentagem de 43% e 36% respetivamente (gráfico 16). O que nos demonstra que a postura destes jovens, centra-se numa perspetiva positiva, considerando que a atividade física como parte de um estilo de vida saudável, nos dias de hoje.
Gráfico 16 - Importância da atividade física, atualmente
Em relação, à questão, em que os inquiridos apresentam os motivos pelos quais a importância atribuída à atividade física evoluiu, constatámos que, 75% apontam a prevenção de doenças e preocupação com a imagem corporal como principais motivos por esta evolução. Motivos como, “preocupação com a criação de vários espaços desportivos” e “preocupação com o bem-estar”, aparecem com 71% e 61% respetivamente (gráfico 17). Nenhuma 11% Muito Pouca 21% Pouca 43% Alguma 18% Muita 3% Bastante 4%
Nos tempos de escola dos teus pais, qual a
importância da atividade física?
Nenhuma 0% Muito Pouca 0% Pouca 7% Alguma 14% Muita 36% Bastante 43%
- 24 -
Legenda:
a) Na ocupação dos tempos livres
b) Na prevenção de doenças
c) Com a imagem corporal
d) Em criar espaços variados para
vários tipos de atividade física
e) Com o bem-estar emocional
f)
Com os benefícios da atividade física regular na integração
social
g) social à atividade física regular Dos meios de comunicação
e seus benefícios
h) Outros
Gráfico 17 - O que mudou relativamente à importância dada à atividade física
Os pais
Hábitos alimentares
A partir da análise do grupo de questões sobre os hábitos alimentares, dos pais, podemos constatar que, relativamente à primeira questão, em que, os inquiridos, referiam quais as refeições que fazem diariamente (gráfico 18), 98% da amostra refere que tomam o almoço e jantar, sendo que 94% incluem também o pequeno-almoço, 67% o lanche da tarde e 50% o lanche da manhã. Por último, 6% dos pais toma a ceia. Verificámos que a média de refeições diárias dos pais pertencentes à amostra estudada, é de 3,8 por dia. Segundo o Inquérito Nacional de Saúde (2005-2006) realizado na população de Portugal Continental pelo Instituto Nacional de Saúde (INSA) em parceria com o Instituto Nacional de Estatística (INE), 92,4% dos constituintes da amostra afirma tomar as três principais refeições diariamente.
0% 20% 40% 60% 80% 100% a) b) c) d) e) f) g) h) 46% 75% 75% 71% 61% 39% 43% 0%
O que mudou? (Maior
importância...)
- 25 -
Gráfico 18 - Refeições diárias dos pais
No que respeita à questão, se ingerem ou não bebidas alcoólicas, verificámos que 54% da amostra refere que ingere bebidas alcoólicas (gráfico 19). Ao consultarmos o Inquérito Nacional de Saúde (2005-2006) realizado na população de Portugal Continental pelo Instituto Nacional de Saúde (INSA) em parceria com o Instituto Nacional de Estatística (INE) reparamos que o resultado é semelhante, com 53,2% da população residente em Portugal a afirmar ter consumido bebidas alcoólicas.
Gráfico 19 - Consumo de bebidas alcoólicas por parte dos pais
Em relação a hábitos de tabaco, é de salientar que 84% dos pais não fuma (Gráfico 20). Num estudo realizado por Fraga (2005) com a população adulta em Portugal Continental, uma percentagem de 32,8% do sexo masculino e 9,5% do sexo feminino, da amostra, tem hábitos de tabagismo.
Gráfico 20 - Consumo de tabaco por parte dos pais
Pequeno-almoço
Lanche do meio da
manhã
Almoço Lanche Jantar Ceia
Refeições Diárias 94% 50% 98% 67% 98% 6% 0% 20% 40% 60% 80% 100%
Refeições Diárias
54% 46%Bebidas Alcoólicas
Sim Não 16% 84%Fuma?
Sim Não- 26 -
No gráfico 21, respeitante à questão relativa ao que os pais da amostra gostam mais de fazer nos tempos livres, podemos constatar que, a maior percentagem vai para “ver tv” (73%), “passear” (63%) e “Ajudar familiares” (58%). Outros como “compras” e “praticar atividade física” com 42%.
Gráfico 21 - Tempos livres dos pais
Atividade física e saúde
No que toca à secção sobre a atividade física e saúde dos pais envolvidos no estudo, verificámos que 96% apontam que se preocupam com a saúde. Um dado curioso o facto de 4% da amostra não se preocupar com a saúde, o que pode ser um forte motivo para não praticar atividade física.
42% 35% 31% 42% 73% 19% 63% 25% 13% 58% 4% 0% 20% 40% 60% 80% 100%
Praticar atividade física Ler Café Compras Ver TV Computador Passear Sair com os amigos Cinema Ajudar Familiares Outros
- 27 -
Gráfico 22 - Importância da saúde para os pais
Quando questionados sobre o hábito de praticar atividade física regularmente, constatámos que, dos pais pertencentes à amostra, 62% responde positivamente e os restantes 38%, responde negativamente (gráfico 23). Segundo o Plano Nacional de Atividade Física (2011), os eurobarómetros de 2009 apontam para um crescimento da população ativa, registando 45% da população portuguesa com mais de 15 anos como fisicamente ativa, um resultado menos significativo aos que obtivemos. Num outro estudo levado a cabo pelo Observatório Nacional da Atividade Física e do Desporto, entre 2006 e 2009, em 18 distritos de 5 zonas de Portugal Continental, 76,7% da população portuguesa é fisicamente ativa, resultado significativo em relação à amostra como o que obtivemos no nosso estudo.
Gráfico 23 - Hábitos de prática de atividade física
No seguimento do questionário, procurou-se saber que tipas de atividades eram praticadas pelos elementos da amostra. Constatámos que, com 40% aparece o jogging, seguindo-se uma modalidade desportiva com 30%, andar de bicicleta 25%, correr 20% e ginásio com 15% (gráfico 24).
96% 4%
Preocupas-te com a
tua sáude?
Sim Não 38% 62%Pratica atividade
física?
Sim Não- 28 -
Gráfico 24 - Atividades praticadas pelos pais
Em relação, a frequência semanal, com que estes, praticam as atividades anteriormente referidas, constatámos que maior parte as pratica duas (35%) ou três vezes (20%) por semana. As opções “1 dia” e “5 dias”, obtiveram 15% das respostas (gráfico 25).
Gráfico 25 - Quantos dias por semana praticam atividade física
No que diz respeito, à duração do exercício físico, podemos verificar no gráfico 26, que uma grande percentagem (50%) pratica atividade física entre 30 min a 1 hora por cada dia. Sendo que, 35% desta amostra pratica entre uma a duas horas.
40% 20% 30% 25% 15% 0% 5% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Jogging Correr Mod. Desportiva Andar de Bicicleta Ginásio Aulas de grupo Outros
O que pratica?
1 2 3 4 5 6 7Quantos dias por
semana? 15% 35% 20% 5% 15% 5% 5%
- 29 -
Gráfico 26 - Quanto tempo por dia dispende em atividade física
Os que não praticam atividade física a maior percentagem (50%) refere que o motivo é a “falta de tempo” (50%), sendo que, “falta de vontade” e “falta de companhia” aparecem com 12% e 10% respetivamente (gráfico 27).
Gráfico 27 - Motivo pelo qual não pratica atividade física
No que toca, à questão que questiona os pais sobre o fato de se a atividade física traz benefícios, 98% afirma que sim, sendo que, apenas 2% responde negativamente (gráfico 28). Menos de 30 min. Entre 30 min a 1 hora Entre 1h e 2 hrs Entre 2 a 3 hrs Quanto Tempo? 0% 50% 35% 15% 0% 20% 40% 60% 80% 100%
Quanto Tempo?
0% 20% 40% 60% 80% 100% Falta de Tempo Falta de Infraestruturas Falta de Companhia Falta de vontade Outros- 30 -
Gráfico 28 - Atividade física trás benefícios?
Na questão respeitante, aos benefícios que a atividade física regular oferece, os inquiridos atribuíram a maior percentagem (87%) a “melhorias do organismo” e “bem-estar”. Outras opções como “alívio do stress” e “imagem corporal”, com 75% e 65% respetivamente (gráfico 29). De salientar o facto de a “aptidão funcional” aparecer com apenas 40%, o que nos indica que os pais desta amostra dão primazia a uma saúde estável e não a um corpo fisicamente bem preparado.
Gráfico 29 - Quais os benefícios da atividade física
Acerca da importância da disciplina de educação física, verificámos que, 27% dos inquiridos atribui “alguma” relevância, sendo que 23% atribui “muita” ou nenhuma (gráfico 30).
98% 2%
Atividade física traz
benefícios?
Sim Não 87% 40% 87% 25% 52% 35% 65% 75% 0% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Bem-estar Aptidão Funcional Melhorias a nível do organismo Melhorias a nível social Boa Disposição Estabilidade emocional Imagem Corporal Alívio do stress OutrosQuais os benefícios da atividade
física?
- 31 -
Gráfico 30 - Importância da educação física
Na tabela 2, constatámos os motivos pelos quais a disciplina de educação física pode ou não ser importante, 33% aponta a razão de não ter tido a disciplina, 24% defende que promove a saúde e bem-estar. De salientar que nos tempos de escola destes pais, cuja média de idades está nos 45,4 anos, a educação física podia não haver em certas primárias no país por falta de recursos, e sendo que 21% dos inquiridos apenas o 1ºciclo pode explicar o porquê da educação física não ser relevante.
Unidade de Contexto Unidades de Registo Unidade de enumeração
Freq. %
Motivos pelos quais a Educação Física pode ou não ser importante
Não tinha Ed. Física 15 33%
Não era importante (desconheciam benefícios) 7 16%
Motivação e prazer 9 20%
Aptidão Motora 3 7%
Saúde e Bem-estar 11 24%
Total: 45 100%
Tabela 11 - Motivos pelos quais a educação podia ou não ser importante
No trabalho
Em relação à secção das questões relativas ao trabalho, verificámos, pelo gráfico 31 que, uma elevada percentagem de pais (63%) utiliza o carro como forma de transporte diário para o trabalho. De salientar os 19% dos pais que vão para o trabalho a pé, o que nos pode indicar um estilo de vida ativo.
23% 6% 6% 27% 23% 15% 0% 20% 40% 60% 80% 100%
Nenhuma Muito Pouca Pouca Alguma Muita Bastante
Qual a importância dada à educação
física, no seu tempo de escola?
- 32 -
Gráfico 31 - Deslocação para o trabalho
No que diz respeito ao número de horas que passam sentados por dia, 40% dos inquiridos afirmam menos que 2horas, enquanto 15% referiram mais de 6 horas obteve 15% (gráfico 32).
Gráfico 32 - Tempo sentado (diariamente)
Evolução da importância da atividade física
Quanto à questão, relativa à importância atribuída à atividade física nos tempos de escola deles, constatámos que 29% dos pais apontam alguma e 23% pouca importância (gráfico 33). 63% 19% 8% 2% 8%
Deslocação para o trabalho
Carro A pé
Transportes públicos Bicicleta
Á boleia com os amigos Outros Menos de 2 horas Entre 2 hrs e 4 hrs Entre 4 hrs a 6 hrs Mais de 6 horas Tempo sentado (diário) 40% 12% 17% 15%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Tí tulo do E ix o
- 33 -
Gráfico 33 - Importância da atividade física (nos tempos de escola)
No que concerne, à questão “Importância atribuída à atividade física? (atualmente) ”, os inquiridos referiram a opção “bastante” e “muita”, com uma percentagem de 46% e 33% respetivamente (gráfico 34). O que nos demonstra que a postura adotada por estes pais, é de uma postura com objetivo a melhorar a qualidade de vida pessoal.
Gráfico 34 - Importância da atividade física (atualmente)
Em relação, à questão, em que os inquiridos apresentam os motivos pelos quais a importância atribuída à atividade física evoluiu, verificámos que, com 81% apontam a prevenção de doenças como principal motivo por esta evolução. Motivos como: “
15% 12% 29% 23% 13% 8%
Importância da atividade física (nos
tempos de escola)
Nenhuma Muito Pouca Pouca Alguma Muita Bastante 8% 13% 33% 46%Importância da atividade física
(atualmente)
Nenhuma Muito Pouca Pouca Alguma Muita Bastante- 34 -
preocupação com a imagem corporal”, “preocupação com a criação de vários espaços desportivos” e “preocupação com o bem-estar”, aparecem com 56% (gráfico 35).
Gráfico 35 - Motivos pelos quais a importância da atividade física evoluiu
Pais vs Alunos
De seguida apresentamos os resultados mais significativos obtidos pelo conjunto das respostas dos alunos e dos pais.
No gráfico 36, pode-se constatar que tanto os alunos (pequeno-almoço – 89%; almoço – 100%; jantar – 100%) como os pais (pequeno-almoço – 94%; almoço – 98%; jantar - 98%) revelam uma alimentação adequada, visto a maioria realizarem pelo menos 3 refeições diárias, pequeno-almoço, almoço e jantar.
Gráfico 36 - Refeições diárias
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Na ocupação dos tempos livres Com a imagem corporal Com o bem-estar emocional Dos meios de comunicação social à atividade …
O que mudou?
89% 71% 100% 82% 100% 14% 94% 50% 98% 67% 98% 6% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%Refeições Diárias
Alunos Pais- 35 -
Com o gráfico 37, constatámos que os pais apresentam uma percentagem maior de consumo de bebidas alcoólicas, 54% contra 11% dos alunos.
Gráfico 37 - Consumo de bebidas alcoólicas
Pelo gráfico 38, podemos afirmar que apenas 15% dos pais fumam, enquanto os alunos nenhum deles fuma (0%), o que pode ser um forte indicador de hábitos de qualidade de vida saudáveis.
Gráfico 38 - Consumo de tabaco
Em relação aos tempos livres deparamo-nos com algumas diferenças significativas: enquanto que apenas 19% dos pais utiliza o computador nos tempos livres, nos alunos é uma das atividades mais utilizada, 86%, o que pode ser resultado da evolução tecnológica sofrida nestes últimos 20 anos. De referir também que 89% dos
54% 46% 11% 89% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Sim Não
Bebe bebidas alcoólicas?
Pais Alunos 0% 100% 15% 83% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Sim Não
Fumador
Alunos Pais- 36 -
alunos (89%) e 73% dos pais dão primazia a ver TV nos tempos livres, o que nos aponta para atividades sedentárias com um esforço físico praticamente nulo (gráfico 39). Podemos constatar também que 63% dos pais e 46% dos alunos refere que também passeiam nos tempos livres, ou seja, uma atividade que pode envolver atividade física leve.
Gráfico 39 - Tempos Livres
No que toca à saúde, constatámos pelo gráfico 40, que tanto os alunos (100%) como os pais (96%) revelam cuidado, sendo que apenas 4% dos pais afirma não se preocupar.
Gráfico 40 - Preocupação com a saúde
54% 39% 14% 46% 89% 86% 46% 68% 43% 36% 11% 42% 35% 31% 42% 73% 19% 63% 25% 13% 58% 4% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Tempos Livres
Alunos Pais 100% 0% 96% 4% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Sim NãoPreocupas-te com a tua
saúde?
Alunos Pais