DEI›ARIAMENI¬o
DE
CIÊNCIAS
DA
ADMINISTRAÇÃO
PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO:
UMA
FERRAMENTA PARA
A
BIBLIOTECA
PÚBLICA
DO
ESTADO DE SANTA CATARINA
CAROLINA
MACHADO
F
LESCH
DANIELA
FARIAS
RODRIGUES
DEPARTAMENTo
DE
CIENCIAS
DA
ADMINISTRAÇÃO
PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO:
UMA
FERRAMENTA PARA
A
BIBLIOTECA
PÚBLICA
DO
ESTADO DE SANTA CATARINA
Carolina
Machado
FleschDaniela Farias Rodrigues
Disciplina:
Estágio Supervisionado
Turma
901Orientadora:
Professora Liane Carly
Hermes
ZanellaÁrea
de concentraçao:Planejamento estratégico
aluna Daniela Farias Rodrigues, matriculadas
na
disciplina Estágio Supervisionado-
CAD
5236.Banca
Examinadora:
Professora
Liane Carly
Hermes
ZanellaPresidente
~r
uisMoretto Neto
1embro
Professor
Maurício Fernandes
PereiraMarilyn vos Savant
“A princípio, as pessoas se
recusam
a
acreditarque
uma
coisanova
e estranhapode
ser feita; depois elascomeçam a
tera
esperança de que elapossa
ser ƒeita-
então, é feita e todomundo
se perguntapor
que já
não
havia sido feitahá
séculos.”
à
Professora Liane, pelasua
dedicação e suas idéias inovadoras;a
Deus,aos
nossos familiares e amigos, que estiveram
sempre
presentes nesses importantesanos de
nossas vidas;a
RogerioF
lesch pela revisãodos
textos;LISTA
DE
APÊNDICES
RESUMO
~ 1INTRQDUÇAQ
1.1 Apresentaçaodo tema
1 .2
e ›...»_... .. .a ..--»... -... vz.2
OBJETIVOS
2-1°bí°fiV°
gefal ... ..22
°bí°fiV°S
°SPe°ífi°°SM
... ... _. 3REVISÃo
BIBLIOGRÁFICA
3-1 C°“°e¡t° e
imP°“â“°¡a
d° P1a“eÍam°m°
... W.
3-2 TiP°S de P1afleíam°“*°
... ..
3-3 P1a“°1`am°“*° °S*ffifé8i°°
... _
3.3.1
O
processo de sensibilizaçãono
planejamento estratégico3.3.2 Escolas
do pensamento
estratégico3.3.3 Etapas
do
planejamento estratégico~ a)
Fixaçw
de °bíefiV°S ... .. b) Auditoriaextema
u c) Auditoria interna d) Avaliação da estratégiae) Operacionalização
da
estratégia eprogramação do
processo3.4 Limitações e críticas ao planejamento estratégico
3.5 Planejamento estratégico
em
organizaçõessem
fins
lucrativos_____________ __
4-2
Os
s“Íait°s da Pesquisa ... ... ... ..43
Os
m°m°“Í°s
da Pesquisa ... ..._ ... ... ._ 4.3.1 Entradano
campo
4.3.2 Permanênciano
campo
4.3.2.1 Entrevista a) Entrevista semi-estruturada b) Entrevista estruturada 4.3.2.2Workshop
a) Planejamento b)Condução
c) Análise dos dados
M
W
4.3.2.3 Observação direta
4.3.2.4 Análise de
documentos
___________ m_M___" _____________________________ _______w__W _____________________________ __
433
Saída da°amP°
...5
A
BIBLIOTECA
PÚBLICA
DO
ESTADO
DE SANTA CATARINA
5.15.2
Auditoria
extema
5.1.1 Condições políticas e legais
5.1.2 Condições sócio-econôrnicas 5.1.3 Condições culturais 5.1.4 Condições
demográficas
5.1.5 Condições ecológicas “_~_W_ 5.1.6 Clientes 5.1.7 Fornecedores5.1.8 Outras bibliotecas
da
região5.1.9 Oportunidades e
ameaças
Auditoria intema
5.2.2
As
pessoas que trabalhamna
BPESC
78 5.2.3 Recursos materiais 5.2.4 Recursos tecnológicos 5.2.5 Recursos organizacionais 5.2.6 Forças e fraquezas óo
PLANO
ESTRATEGICQ
7CONSIDERAÇÕES
FINAIS
_____W
_____ __ sREFERÊNCIAS
BIBLIQGRÁFICAS
9BIBLIOGRAFIA
CONSULTADA
... -. ... z.-.‹... --.›«›»... . . . . . × ~ . . . . . ~ . . . H . . . . - . . . - . . . . ~ ~ . . . . « . . _ z ... ›-» ... ›‹›‹»‹-›.›-.›‹....~--~---z 9 199
.. .‹ ... nz 1 105 ÉAPÊNDICE
1"
Cam
de aPfeS°ma9ã°... ..__._r_ ~~~~~~~~
WM--
... .._APÊNDICE
2
-
Roteiro para levantamento de dadosdo
ambienteextemo
_*__m_______________________ __
APÊNDICE
3~
Roteiro para entrevista naFCC
APÊNDICE
4
-
Roteiro para entrevista inicialcom
Gerenteda
Biblioteca______________________________________ __
APÊNDICE
5-
Roteiro para entrevistaem
profundidadecom
Gerenteda
BibliotecaAPÊNDICE
6-
Entrevista estruturadacom
os filncionários daBPESC
______________________________________
APÊNDICE
7`
Material Visual “ÚlÍZad°“°
Workfhap
... _.
APÊNDICE
8-
Instrumento para observação-
workshop
______________ _______________________________________ “_
APÊNDICE
9-
Formulário para dinâmica dos funcionários~
Parte 1APÊNDICE
10-
Fonnulário para dinâmica dos fimcionários-
Parte2
________________________________________________ __
APÊNDICE
11'
Cam
de agfad°°im°“t°Este trabalho
tem
como
objetivo geral elaboraruma
proposta de planejamento estratégicopara a Biblioteca Pública
do
Estado de Santa Catarina(BPESC)
parao
período de julho de2001
atédezembro
de 2002. Foi realizadocom
baseno modelo
para a elaboraçãodo
planejamento estratégico sugerido por
MINTZBERG; AHLSTRAND;
LAMPEL
(2000):fixação
de objetivos, auditoria extema, auditoria interna, avaliaçãoda
estratégia,operacionalização
da
estratégia eprogramação do
processo.O
trabalho foi desenvolvidopredominantemente por
meio
deuma
abordagem
qualitativa através deum
estudo de casocom
enfoque exploratório e descritivo ecom
a utilização das seguintes técnicas de pesquisa:entrevistas semi-estruturadas e estruturadas,
workshop
com
os funcionários, observação diretae análise de documentos.
A
partirdo
diagnóstico extra e intra-organizacional, levantaram-seas oportunidades e as
ameaças
oferecidas pelo ambienteextemo
em
que
aBPESC
estáinserida e
também
as forças e asfiaquezas da
organização. Foram, então, estabelecidosobjetivos nas áreas de acervo, comunicação,
FCC,
recursos organizacionais, pessoas, serviços1.1
Apresentação
do
tema
Devido
à globalização e à alta competitividade existentes atualmente, asmudanças
e conseqüentemente as incertezas estão presentesno
dia-a-dia das organizações e,muitas vezes,
ameaçam o
seu sucesso. Esse contexto ambiental turbulento fazcom
que
aformulação de estratégias seja de vital importância para
o
efetivo funcionamento,desenvolvimento e sobrevivência das organizações de todos os tipos e
ramos
de negócio._
Nesse
sentido,uma
técnica gerencial bastante utilizada éo
planejamentoestratégico, pois ele segue
uma
série de etapas que auxiliamna
definição clara das estratégiasorganizacionais.
É
através desse tipo de planejamento,que
abrange a organizaçãocomo
um
todo e é voltado para o longo prazo, que se
define
exatamenteo que
deve ser realizado,bem
como
o melhor
momento
para isso. Ele deve ser elaboradocom
baseno
negócio,na
missão ena
visão organizacional e detemiinar os meios e os recursos a serem utilizados parao
alcancedos objetivos definidos.
As
vantagens da utilizaçãodo
planejamento estratégico de forma continuada esistemática são inúmeras, destacando-se
o
aumento da
sinergia organizacional,o
crescimentoda interação entre os participantes dos ambientes externo e interno à organização, a orientação
ao processo de
tomada
de decisão eo
direcionamento para questões mais 'amplasda
organização.Assim
como
em
organizações privadas,o
planejamento estratégicoem
organizações públicas é
uma
atividade muito importante para o alcance dos objetivos.As
organizações públicas apresentam algumas características
que
devem
ser observadas pelos administradoresno
processo de planejamento estratégico, taiscomo:
orçamento rigido,centralização, falta de motivação dos
membros,
e recursos materiais e tecnológicosinsuficientes. Essas caracteristicas,
no
entanto,não
inviabilizam a elaboração eimplementação
do
planejamento nesse tipo de organização.A
utilizaçãodo
planejamentoestratégico pemiite, inclusive, auxiliar
na
correçãoou
diminuição de algumas das falhascomuns
em
empresas públicas,uma
vezque
requer a identificação e a avaliação de açõesA
elaboraçãodo
planejamento estratégicoem
bibliotecas, assimcomo
em
outrasorganizações, é
uma
atividadeque
requer diagnóstico acurado,que
considereque
os objetivosdevem
ser alcançados mediante a interação de diversos subsistemas: político, administrativo,econômico,
humano,
sociológico, mercadológico e técnico.O
fato de a Biblioteca Públicado
Estado de Santa Catarina(BPESC)
seruma
organização pública
sem
fins
lucrativos fazcom
que
suas necessidades e objetivos sejamum
pouco
diferentes daqueles das empresas privadas,que na
maioria das vezes baseiam suasestratégias
na
obtençãodo
lucro eobtêm pouco ou
nenhum
tipo de auxílio governamentalpara seu funcionamento.
Diante disso, este trabalho busca apresentar à
BPESC,
órgão vinculado àFundação
Catarinense de Cultura (FCC), a importância e a necessidade da elaboração eimplementação de
um
planejamento estratégicocomo
ferramenta para guiar suas ações.Este estudo visa, então, responder à pergunta:
Quais
as estratégiasde ação para
a
Biblioteca Públicado
Estado de Santa Catarina
alcançar seus objetivos?1.2 Justificativa e viabilidade
A
Biblioteca Públicado
Estado de Santa Catarina éuma
organização de grandeimportância e que
desempenha
papel firndamentalno
desenvolvimento cultural e socialdo
Estado,
tomando
necessárias a definição de objetivos e a determinação de estratégias queatendam
às suas necessidades intemas,bem
como
às expectativas e carências extemas.Este trabalho foi desenvolvido, então,
com
o
intuito de apresentaruma
propostade planejamento estratégico para a
BPESC
atravésda
elaboração de altemativas estratégicasbaseadas
em
diagnóstico extra e intra-organizacional.O
primeiro contatocom
a organização deu-se durante a realização deuma
pesquisa acadêmica
em
que
sebuscou
identificaro
grau de satisfação dos freqüentadores dosespaços mantidos pela
FCC,
estudo desenvolvido para atender à disciplina de PesquisaMercadológica,
no
1° semestre de 2000, e realizado devido ao grande interesse pessoal pelaárea de cultura.
Nessa
ocasião tomou-se conhecimentoda
inexistência deum
planejamentoque
orientasse as açõesda
BPESC,
surgindo, então,o
interesse pelo assunto.A
elaboração deuma
proposta de planejamento estratégicopode
vir a servircomo
reflexão para os
membros
da
Biblioteca Públicado
Estado de Santa Catarina e daFundação
organizacionais. Pode,
também,
auxiliar o desenvolvimentoda
BPESC,
uma
vezque
aproposta de planejamento estratégico poderá ser utilizada pela organização.
Pelo fato de a Biblioteca Pública
do
Estado de Santa Catarinanão
dispor deplanejamento estratégico,
o
Diretor Geralda Fundação
Catarinense de Cultura e a Gerenteda
BPESC
mostraram-se bastante receptivos e dispostos a colaborar para a realizaçãodo
estudo.Dessa
forma, a elaboraçãodo
presente trabalhotomou-se
possível pelo livre acesso àsinformações relevantes
da
organização e pela colaboração dos fimcionáriosda
BPESC
eda
2.1 Objetivo geral
Elaborar
uma
proposta de planejamento estratégico para a Biblioteca Públicado
Estado de Santa Catarina
(BPESC)
para o período de julho de2001
atédezembro
de 2002.2.2 Objetivos específicos
Conhecer o
ambiente externo: condições políticas e legais, sócio-econômicas,culturais, demográficas, ecológicas; clientes; fomecedores; outras bibliotecas
da região.
Investigar o ambiente interno da organização: planejamento existente, missão,
visão e objetivos da organização; as pessoas
que
trabalhamna
BPESC;
recursos financeiros, materiais, tecnológicos, organizacionais.
Desenvolver altemativas estratégicas para a organização alcançar seus
Visando
a facilitar a elaboração deuma
proposta de planejamento estratégico-
atividade
que
busca diagnosticar e intervirna
situação de determinada organização-
no
casoa Biblioteca Pública
do
Estado de Santa Catarina, apresenta-se a revisão bibliográficaque
serátomada
como
base para o desenvolvimento deste estudo.3.1 Conceito e importância
do
planejamento
Caracterizada
como
uma
dasfimções
básicas da Administração, a atividade deplanejamento
tem
sido foco de discussão por parte dos estudiosos dessa ciência.Nesse
sentido, serão apresentados a seguir o
pensamento
de diversos autores a respeitodo
assunto.Na
visão deCHIAVENATO
(l993:25l), o planejamento é a fiinçãoadministrativa
que
serve de base para as funções de organização, direção e controle. Para ele:“O
planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente quais são os objetivosque devem ser atingidos e como se deve fazer para alcança-los. Trata-se, pois, de
um
modeloteórico para a ação futura. Começa
com
a determinação dos objetivos e detalha os planos necessários para atingi-los da melhor maneira possível. Planejar é definir os objetivos e escolherantecipadamente o melhor curso de ação para alcançá-los.
O
planejamento define onde se pretendechegar, o que deve ser feito, quando, como e
em
que seqüência”.De
uma
maneira geral, planejar significa decidir antecipadamenteo que
deverá serfeito,
com
baseem
dados passados e presentes; deve-se escolheruma
direção a seguir e alocar recursos demodo
a seguiro caminho
escolhido.Planejamento é
uma
atividade permanente, que deve refletir asmudanças
dosambientes intemo e externo à empresa e a elas adaptar-se. Ele requer o desenvolvimento de
um
programa
flexível que sirva de orientação paraque
se alcancem as metasda
organização.MEGGINSON; MOSLEY;
PIETRI JR
(l986:l04)afirmam
que
“planejamentoenvolve reconhecer a necessidade de ação, investigar e analisar a necessidade, desenvolver
~ ~ ~
uma
proposta de açaocom
basena
investigaçao e na análise, e tomaruma
decisao”.Na
visão deACKOFF
(1979: 1), “planejamento é a definição de inn futurodecisão”.
Segundo o
autor, o planejamento éum
tipo especial detomada
de decisão por trêsmotivos:
1. é realizado antes
da
ação (tomada antecipada de decisão);2. é necessário
quando o
fiituro desejado envolve decisões interdependentes (sistema de decisões);3. é
um
processo destinado a produzir firturos desejados,mas
que somente
acontecerão mediante
alguma
ação.KAUFMANN
(199l:125) faz referência ao planejamentoem
ambientesturbulentos
como
os dias de hoje. “Planejar significatambém
exercitar-se permanentemente,manter a prontidão. Isto é, manter a empresa
em
plena forma,com
pleno conhecimentoda
situação, atenta, ágil, pronta e preparada para adaptar-se rapidamente às
mudanças que
ocorrerem
no meio
ambiente”. 'Já
MEGGINSON; MOSLEY;
PIETRI
.TR (1998)afirmam
que
existem duasrazões para que as organizações planejem: preparação para as
mudanças
contínuas eforma
deaumentar as possibilidades de melhores decisões para
que aumente
também
o
desempenho no
futuro.
Percebe-se, então,
que o
planejamento é importante paraque
os administradoressaibam
como
organizar as pessoas e os recursos financeiros e materiais,no
sentidode
obter osmelhores resultados diante das constantes
mudanças
presentesno
ambiente das organizações.3.2 Tipos
de planejamento
OLIVEIRA
(1998) classificao
planejamento de acordocom
os níveisde
decisãona
empresa,podendo
ser estratégico, táticoou
operacional.O
tipo maisamplo
e abrangente éo
planejamento estratégico, porque ele éprojetado a longo prazo, envolvendo a empresa
como
uma
totalidade; éuma
atividade típicados escalões superiores
da
organização (planejamentoem
nível institucional),devendo
todosos outros planos estar subordinados a ele.
No
planejamento estratégico existeum
elevado graude incerteza
em
virtude de fatos quenão têm
a possibilidade de previsão(CHIAVENATO,
1995).
Através da utilização
do
planejamento estratégico, segundoOLIVEIRA
(1998),busca-se
um
nívelde
otimizaçãona
relaçãoda
empresacom
o
ambienteem
que
ela estáobjetivos quanto a seleção dos cursos de ação para
que
eles sejam alcançados, considerando-se as condições intemas e
extemas
à empresa.1/
Para queo
planejamento estratégico efetivamente aconteça, as organizaçõesxprecisam realizar desdobramentos de planos,
ou
seja,o
planejamento estratégico requerplanos táticos e estes requerem planos operacionais.
Embora
o planejamento estratégico sejadefinido
no
nível institucional, a sua elaboração requer a participação de todos os níveisda
Oorganização.
Segundo
CHIAVENATO
(1995:253), “o planejamento estratégico requer muitaoriginalidade, pois
não
tem nenhum
ponto de referênciano
qual possa estribar-se: ele éo
próprio ponto de referência para os planos táticos e operacionais”.
_
Í7
Jáo
planejamento tático é feitoem
nível intermediário. Ele é projetado parao
médio
prazo, envolvendo áreas específicasou
intermediárias da organização (departamentosou
divisões), abrangendo recursos e objetivos específicos e procurando reduzir a incertezagerada pelo planejamento estratégico. Para
CHIAVENATO
(1995),o
planejamento tático estácontido
no
estratégico.Ao
elaboraro
planejamento tático, as organizações subdividem as políticas,estratégias e objetivos de acordo
com
áreas envolvidas por cadaum
deles(KWASNICKA
1993)
J` ,ff
O
planejamento operacional é feito para cada tarefaou
atividade, visando aoalcance de metas especíñcas; ele é projetado para o curto prazo.
MAXIMIANO
(1987)afirma
que
ao elaborarum
planejamento operacional busca-se definir exatamente oque
será feito porcada unidade organizacional,
ou
seja, definir as tarefas a serem executadas poruma
pessoa,uma
equipeou
um
departamento.CHIAVENATO
(1995:310)afirma
que:“Como
o grau de liberdade na execução das tarefas e operações no nível operacional é pequeno eestreito, o planejamento operacional se caracteriza pelo detalhamento
com
que estabelece astarefas e operações, pelo caráter imediatista focalizando apenas o curto prazo e pela abrangência
local abordando apenas
uma
tarefa ouuma
operação”. › "'
Percebe-se, então, a importância de todos os tipos de planejamento para as organizações, visto
que
eles são direcionados para áreas distintas epropõem
planos paradiferentes horizontes de atividades (curto,
médio
e longo prazos).No
entanto, de acordocom
os objetivos deste trabalho, será tratado especificarnente
o
planejamento estratégico e suaelaboração.
3.3
Planejamento
estratégicoA
palavra estratégiapode
ser utilizada de várias maneiras.Nesse
sentido,MINTZBERG
(1998) apresenta cinco definições para estratégia:como
plano, estratagema, padrão, posição e perspectiva.A
estratégia éum
plano,uma
vezque
determinao
curso de ação para que osobjetivos sejam alcançados.
Conforme
MINTZBERG
(1998:27), as estratégias apresentamalgumas
características importantes, a saber: “são preparadas previamente às ações para as quais se aplicaram, e são desenvolvidas consciente e deliberadamente”. Destaca-seque
muitasvezes as estratégias
podem
estardocumentadas
formalmente,mas
esse fatonão
é essencialpara
o
conceito de estratégiacomo
plano.As
estratégiascomo
planopodem
ainda ser geraisou
específicas.Como
estratagema, a estratégia éuma
espécie de táticaou
ameaça,ou
seja, éum
pretexto,
um
argumento
para se conseguiro
desejado.MINTZBERG
( 1998) citaum
exemplo
bastante interessante para que
o
conceito de estratégiacomo
estratagema sejamelhor
compreendido: a
ameaça
de expansão da capacidade de produção deuma
empresa
simplesmente para
que
o
concorrente sinta-se desencorajado
de construiruma
nova
fábrica.A
estratégiacomo
plano aborda as pretensõesda
organização.Nesse
caso, énecessário determinar
também
a maneiracomo
esse plano irá acontecer. Surge, então,o
conceito de estratégia
como
padrão,em
que determina-seo comportamento
a ser seguidono
alcance dos objetivos.MINTZBERG
(1998:27)afirma
que “estratégia é consistênciano
comportamento, quer seja pretendida
ou
não”.Uma
vez queum
planopode
nunca ser realizado e, ao contrário,podem
acontecerpadrões
sem
um
plano previamente definido, a estratégiacomo
plano ecomo
padrãopodem
ser interdependentes.
A
estratégiacomo
planopode
também
serchamada
de estratégia pretendida; já aestratégia
como
padrãopode
serdenominada
de estratégia realizada.A
partir dessasdefinições, é possível ter as estratégias deliberadas (quando os planos são realizados) e as
estratégias emergentes (surgimento de
comportamentos
quenão
resultaram deum
plano).Segundo
MINTZBERG
(1998), a estratégia éuma
posiçãoquando
se determinauma
localização para a organização frente ao seu ambiente extemo. Essa posiçãopode
serdefinida
em
função deum
único concorrente(como
acontececom
a estratégia militar)ou
em
função de vários concorrentes (quando
uma
empresa
procura manterum
produtoem
que
a estratégiacomo
posiçãopode
estar ligada aos conceitos de estratégiacomo
plano(quando se determina
uma
posição através deum
plano) etambém
ao conceito de estratégiacomo
padrão (quando a posição acontece por padrões de comportamento).Como
perspectiva, a estratégia refere-se ao ambiente interno da organização; “seuconteúdo consistindo
não
apenas deuma
posição escolhida,mas
simnuma
maneira enraizadade ver
o
mundo”
(MINTZBERG,
1998:30). Pode-se fazeruma
analogia,afirmando
que
aestratégia
como
perspectiva é para a organizaçãouma
espécie de personalidade, caráter,cultura
ou
ideologia.A
estratégiacomo
perspectiva é compartilhada dentroda
organizaçãoatravés das ações de seus
membros.
O
conceito de estratégiacomo
posiçãoou
como
perspectivapode
estarrelacionado aos conceitos de estratégia
como
planoou
padrão.É
importante esclarecer,porém,
que
os planos e as posiçõespodem
ser alterados, as perspectivas são imutáveis e ospadrões são de dificil mudança. Importa citar
também
que
nenhuma
dessas definições deestratégia prevalece sobre as outras: elas são,
na
verdade, complementares.Segundo
MINTZBERG
(l998:32), a estratégia,com
base nas suas cinco definições,não
serve apenas para enfrentar os concorrentes; ela é essencial poisconduz
apontos importantes
da
organização“como
instrumento de percepção coletiva e ação”.A
estratégia, que é “o conjunto de decisõesfixadas
em
um
planoou
emergentesdo
processo organizacional,que
integra missão, objetivos e seqüência de açõesadministrativas
num
todo interdependente”(MOTTA,
l995:82), passou a ser utilizada nasorganizações
com
o
surgimento das grandesmudanças
sociais, econômicas e políticasdo
ambiente empresarial, que trouxe consigo alterações de objetivos
bem como
de altemativas deação.
QUINN
(1998)afirma
que
o
conceito de estratégia era muito utilizadono
campo
militar e
com
o
advento das grandesmudanças
sociais passou a ser utilizadono
campo
daadministração.
Segundo
o autor, as dimensões da estratégia, tanto rnilitares quantoorganizacionais, são: conter metas (ou objetivos), políticas e programas de ação; dizer
respeito a conceitos “chave”; lidar
com
o imprevisível eo
desconhecido; estar relacionadahierarquicamente
com
outras estratégias.Na
década de 50,o
conceito de estratégia foi incorporado às empresascom
oobjetivo de melhorar
o desempenho
atravésda
visãodo
futuro.Na
décadade
60,com
anecessidade
da
criação de fiituros altemativos, surgiuo
planejamento estratégico,em
que
asestavam inseridas. Percebeu-se a importância de
um
planejamento contínuo, de longo prazo,com
visão de escopo e voltado para os resultados da empresa(MOTTA,
1995).Na
década de 70,com
a competição global e a escassez de recursos, as idéiasdo
planejamento estratégico
foram
reforçadas e passaram a ser utilizadas para todas as fiinçõesadministrativas. Percebeu-se a necessidade
do
estabelecimento de metas ede
objetivos para aorganização.
O
novo
conceito de planejamento estratégico enfatiza a importância da relaçãoentre a organização e seu ambiente,
bem como
da flexibilidade para adaptação às mudanças.A
idéiade
globalidade organizacional étambém
reforçada, devido à necessidade de diminuira visão segmentada na criação
do
futuro organizacional e à burocraciano
sistema deplanejamento
(MOTTA,
1995).Com
a crescente complexidade e alterações constantesdo
ambienteem
que
asorganizações estão inseridas,
aumenta
a importânciado
planejamento estratégico.GRACIOSO
(1996)afirma
que as empresas dispõem-se a investirem
planejamentoestratégico à
medida que
crescemem
tamanho
e complexidade, poisaumentam
também
asdecisões e as ações de longo prazo e relevância estratégica.
De
acordocom
MEGGINSON; MOSLEY;
PIETRI JR
(1998),o
planejamentoestratégico diferencia-se dos outros tipos de planejamento pelos seguintes fatores:
- envolve decisões
tomadas
pela alta administração;- envolve muitos recursos (capital, mão-de-obra, entre outros);
-
tem
impacto significativo a longo prazo;- focaliza a interação da organização
com
o
ambiente externo._
Dentro desse contexto,
FISCHMANN;
ALMEIDA
(l99l:25)definem
oplanejamento estratégico
como:
“Uma
técnica administrativa que, através da análise do ambiente de urna organização, cria aconsciência das suas oportunidades e arneaças dos seus pontos fortes e fracos para o cumprimento
da sua missão e, através desta consciência, estabelece o propósito de direção que a organização
deverá seguir para aproveitar as oportunidades e evitar riscos”.
Esse conceito evidencia a importância de se conhecer e considerar as
características
do
ambienteextemo
à empresa enão
somente os aspectos intemos.A
premissa básicado
planejamento estratégico é a “deque
as organizaçõesdesejam crescer e desenvolver-se fisica e econornicamente
no
sentido deuma
evoluçãopositiva para o futuro”
(VASCONCELLOS
FILHO;
MACHADO,
1982: 1 1).Nesse
sentido,o
planejamento estratégico é voltado para
o
alcance dos resultadosda
organização através dedas oportunidades, analisam-se os pontos fortes e fracos
da
organização, determinam-se ecorrigem se os cursos de açao a longo prazo.
3.3.1
O
processode
sensibilizaçãono
planejamento
estratégicoQuando
o processo de planejamento é participativo, flexível, dinâmico, voltadopara a ação,
adequadamente
construído e adaptado à cultura organizacional, torna-seuma
poderosa ferramenta para facilitar a
comunicação
entre as áreas e as pessoas da empresa,ajudar
na tomada
de decisões, envolver osmembros
da
organizaçãocom
os objetivos eestimular
mudanças
(KAUFMANN,
1991:)/O
autor afirma, ainda,que
o processo deplanejamento
pode
facilitar a alocação de recursos e de responsabilidade, esta última atravésda
delegação de autoridade.A
plena realização de atividades administrativas de quaisquer rríveis deabrangência e profundidade requer
o
efetivocomprometimento
daquelesque
as fazem.Entretanto, segundo
BARROS
(1992), para sensibilizar ecomprometer
énecessário investir
em
conhecimento. Assim,o
processo de sensibilização ecomprometimento
exigeuma
educação contínua paraque
os resultados sejam duradouros.Tendo
como
enfoque a Qualidade, o autor destacaque o
processo desensibilização envolve conhecimentos conceituais, fundamentados
em
princípios, objetivos,dados históricos e evolutivos. Já a conquista
do comprometimento
envolve questões práticasevivenciais,
que permitam
às pessoas saber aplicar na realidade tais conhecimentos.Em
suas considerações,BARROS
(1992) apresenta, ainda, alguns cuidados aserem
tomados
parao
envolvimento e a sensibilização dos funcionários,como
o
uso derecursos visuais,
o
trabalhocom
pequenos
grupos e a transmissão de informaçõesem
pequenos e contínuos espaços de tempo, a
fim
de facilitaro
processo e otimizar os resultados'Além
disso, juntamentecom
o processo de sensibilização, deve aconteceruma
mudança
defilosofia
e prática gerencial. Isso porque surgirão novas formas decomportamento
administrativo e novas técnicas e práticas de planejamento, controle e avaliação(VASCONCELLOS
FILHO;
MACHADO,
1982).Segundo
PEREIRA
(2000), diversos fatoresfazem o
planejamento estratégicofuncionar:
o
conjunto de crenças e atitudesque
formam
a cultura organizacional, os planos, aestrutura organizacional coerente
com
as característicasda
empresa, as habilidades dasA
resistência àmudança
pode
ser caracterizadacomo
um
grande empecilhono
sucessoda
elaboraçãodo
planejamento estratégico.Conforme
PEREIRA
(2000), essecomportamento
é reflexo da aceitação de conceitos equivocados,como:
pessimismo, receio deassumir mais trabalho, necessidade de
mudar
hábitos, falta de comunicação, incapacidade dealinhar a organização
com
o ambiente, obrigação de mudar.Desse modo,
éfimdamental
a identificação dos focos de resistência,que
certamente serão atenuados
com
a existência deum
período de sensibilização ecomprometimento,
duranteo
qual elimina-se a ignorância a respeitodo
assunto e promove-sea participação.
PEREIRA
(2000) apresenta ainda osmandamentos
da
sensibilizaçãono
processode planejamento estratégico:
- todos os fimcionários
devem
teruma
visão globaldo
planejamentoestratégico;
- todos
devem
se envolvercom
o
planejamento estratégico;- todos
devem
estar motivadoscom
o
planejamento estratégico;- cada funcionário deve entender
o
seu papelno
planejamento estratégico;- cada
um
deve entender o papeldo
planejamento estratégicona
sua atividade;- todos
devem
entendero
papeldo
consultorno
planejamentoestratégico;
- todos
devem
entender os conceitos envolvidosno
planejamento estratégico;- caso exista
um
comitê, os funcionáriosdevem
entendero
seu papelno
planejamento estratégico.
A
sensibilização é, portanto,uma
etapa valiosano
processo de planejamentoestratégico.
Dessa
forma, os administradoresdevem
estimular todos osmembros
da
organização para
que
efetivamente participem e seenvolvam na
elaboraçãodo
planejamento.3.3.2 Escolas
do
pensamento
estratégicoMINTZBERG; AHLSTRAND;
LAMPEL
(2000) apresentam dez escolas depensamento
sobre formulação de estratégia:l. Escola
do Design
~
formulação de estratégiacomo
um
processo de concepção.2. Escola
do
Planejamento-
formulação de estratégiacomo
um
processo formal.3. Escola
do
Posicionamento-
formulação de estratégiacomo
um
processo4. Escola
Empreendedora
-
formulação de estratégiacomo
um
processovisionário.
5. Escola Cognitiva
-
formulação de estratégiacomo
um
processo mental.6. Escola de
Aprendizagem
-
formulaçãode
estratégiacomo
um
processoemergente.
7. Escola
do Poder
_
formulação de estratégiacomo
um
processo de negociação.8. Escola Cultural
-
formulação de estratégiacomo
um
processo coletivo.9. Escola Ambiental
~
formulação de estratégiacomo
um
processo reativo.10. Escola de
Configuração
-
formulação de estratégiacomo
um
processo detransformação.
Entre as escolas propostas por
MINTZBERG; AHLSTRAND;
LAMPEL
(2000),optou-se por utilizar a metodologia da Escola de Planejamento para a elaboração deste
trabalho.
Segundo
os autores,o
planejamento estratégicocomo
processo formal nasorganizações passou a ser mais
amplamente
discutido na década de 70.O
contexto empresarial e governamental era, então, favorável àsmensagens
centrais dessa Escola,que
originou-secontemporaneamente
à Escolado
Design.Em
termos literários, surgiram diversas publicações a respeitodo
planejamentoestratégico, sendo a mais influente a obra Estratégia Empresarial, de H. Igor Ansoff,
publicada
em
1965.As
premissasda
Escolado
Planejamento, apresentadas porMINTZBERG;
AHLSTRAND;
LAMPEL
(2000:5l), são:- “As estratégias devem resultar de
um
processo controlado e consciente de planejamento formal, decompostoem
etapas distintas, cadauma
delineada por checklists e apoiada por técnicas.-
A
responsabilidade por todo o processo está,em
princípio,com
o executivo principal; naprática, a responsabilidade pela execução está
com
os planejadorcs.- As estratégias surgem prontas deste processo, devendo ser explicitadas para que possam ser
implementadas através da atenção detalhada a objetivos, orçamentos, programas e planos
operacionais de vários tipos”.
Os
autoresafirmam,
ainda, que a Escola de Planejamento apresenta trêsdimensões: dimensões-chave, dimensões de conteúdo e processo e dimensões contextuais.
O
Quadro
1:Dimensões
da
Escolade Planejamento
um mm 6' ;,¿z,,W›z,v gƒ fz;r,,-:.-'_.,- ,,›,z.z?:wr czçr/7 é .z f, _ .~ - › . » ezéf ~.2v'›.,~, ,,,..z;.f¿f4z‹zzwV,;z,¢,«‹z¡,,~.;›.«7,zz, M y,/,/ƒ'×;"_-1f‹í(‹zj¢í,‹ 2,; a a ,, , « ~- f ' ,r ' rf» ¡ ~ ai .zw ,- . ,,z s ,» ›=,í›,_z,, z ..z;/¿/-. _ ._ M / ~ _' _`., ,,¿»¿/,¿.‹,,_¿¿z»_,,fz,. , tz /,vz › - *W .~ . Fonte Ansotf, 1965DiSciplina_base Engenharia, planejamento urbano, teoria de
sistemas, crbemetica
Defensores Executivos, assessores e consultores
Mensagem
pretendidaF
ormalizarMensagem
recebida Programar(em
vez de formular)Homilia
“Um
pontoem
tempo
poupa nove”
Palavras-chave Programação, orçamentação, cenáriosEstratégia Planos
decompostos
em
subestratégiaseprogramas
Processo básico Formal, decomposto, deliberativo
Mudança
Periódica, incrementalAgentes centrais Planej adores
Organização Estruturada, decomposta, complacente
Liderança Sensível a procedimentos
Ambiente
Complacente
Simllção (melhor adequação
Simples e estável, idealmente controlável
ambiental)
saw ms
K wav
as
Forma
de
organização Centralizada, formalizada,também
divisionada EstágioProgramação
estratégicaFonte: Baseado
em MINTZBERG; AHLSTRAND;
LAMPEL
(2000).Percebe-se
que
as dimensões-chaveabordam
a questãoda
programação eda
formalizaçãodo
processo de planejamento. Já as dimensões de conteúdo e processo tratam daestratégia, que deve ser alcançada através da
decomposição
em
subestratégias, eda
organização,que
deve ser estruturada e complacente.As
dimensões contextuais apresentam asituação de melhor adequação ambiental e a forma de organização.
3.3.3
Etapas
do planejamento
estratégicoA
principal característica encontrada nos conceitos de planejamento estratégicoexplicados anteriormente é a de que este constitui-se
em
um
processo, ecomo
tal écomposto
de partes
ou
etapas seqüenciais.Nesse
sentido, serão apresentados a seguir osmodelos
de(1991:45) ressaltam, contudo, que “as atividades de
um
plano estratégico variamconforme o
tipo e
o
tamanho da
organização”.De
acordocom
MINTZBERG; AHLSTRAND;
LAMPEL
(2000), omodelo
básico de planejamento estratégico requer os seguintes estágios:
- Fixação de objetivos. - Auditoria externa. - Auditoria intema. - Avaliação
da
estratégia. - Operacionalizaçãoda
estratégia. -Programação
do
processo.As
fases para a elaboração e implementaçãodo
planejamento estratégico, segundoOLIVEIRA
(1998), são:- Diagnóstico estratégico.
-
Missão
da empresa.- Instrumentos prescritivos e quantitativos.
- Controle e avaliação.
Na
visão deCHIAVENATO
(1995), a fonnulaçãodo
planejamento estratégicoexige as seguintes etapas:
- Determinação dos objetivos empresariais.
- Análise ambiental.
- Análise interna
da
organização e de seus recursos.- Geração, avaliação e seleção de alternativas estratégicas.
-
Implementação
através de planos táticos e de planos operacionais.Já
VASCONCELLOS
FILHO;
MACHADO
(1982) apresentam a elaboraçãodo
planejamento através de
uma
metodologia mais detalhada. Para os autores, as etapas daformulação de
um
plano estratégico são as seguintes:-
Definição
de âmbito de atuaçãoda
organização. - Análise ambiental.-
Definição
das macropolíticas da organização.-
Definição
das políticas funcionaisda
organização (políticas de marketing,recursos
humanos,
financeiras, produção, pesquisa e desenvolvimento).-
Definição da filosofia
de atuação da organização.-
Fonnulação da
macroestratégiada
organização (sobrevivência, manutenção,-
Formulação
das estratégias funcionais da organização. -Definição
de objetivos funcionaisda
organização. -Definição
dos macroobj etivosda
organização.- Elaboração dos planos de ação (metas e sub-estratégias).
-
Checagem
da
consistênciado
plano estratégico.- Preparação dos quadros financeiros.
Nota-se que, de maneira geral, as etapas para a elaboração
do
planejamentoestratégico apresentadas pelos autores são semelhantes, variando apenas
o
momento
e aordem
em
que
cada etapa deve acontecer.Os
modelos
estudadossugerem
um
diagnósticoextra e intra-organizacional e
também
a clara definição dos objetivosque
guiarão asatividades
da
organização.Não
é possívelafirmar que
existeum
modelo
padrãoque
possa serutilizado por todos os que desejam formular
um
planejamento estratégico, pois cadaorganização
tem
objetivos, valores, processos e instrumentos de trabalho, estilos de liderançae culturas diferentes.
Neste trabalho serãp abordadas as etapas
do
planejamento estratégico segundo omodelo
preconizado porMlNTZBÊRG,`AHLSTRAND;
LAMPEL
(2000),ou
seja,fixação
deobjetivos, auditoria extema, auditoria intema, avaliação
da
estratégia, operacionalizaçãoda
estratégia e
programaçao do
processo.a) Fixação
de
objetivosDe
acordocom
MINTZBERG; AHLSTRAND;
LAMPEL
(2000:45)na
etapa defixação
de objetivos deve-se quantificar as metas da organização. Esse primeiro estágiodo
planejamento estratégico “serve principalmente para identificar alternativas estratégicas
relevantes, para
onde ou
em
qual direção estratégica a empresacomo
um
todo,bem como
suas subunidades estratégicas, deverá ir”.
A
determinação dos objetivos organizacionais é a tarefa mais importante de todoo
processo de planejamento, pois a organização precisa definir
onde
quer chegar para entãoescolher
o caminho
a seguir e determinaruma
forma
de medir seu desempenho.A
falta deobjetivos claramente definidos
pode
levar o planejamento ao fracasso(KWASNICKA,
1993).LOPES
(1978:30) afirma que “objetivos são os resultados futurosque o
empresário pretende atingir.
Sao
os alvosque
a empresa seleciona e busca atingir, dentrode
de
uma
organização; elesdefinem
a razão de ser damesma.
O
autor afirma, ainda,que
inicialmente os objetivospodem
ser formulados amplamente,mas
que, afim
de serem operacionalizados, eles precisam ser concretos e estar de acordocom
a realidade dasatividades organizacionais.
Nas
organizações existeuma
hierarquia de objetivos,ou
seja, cada objetivo édetemiinado
com
baseem
objetivos maisamplos
com
a finalidade de evitar desperdício deesforços. Essa interligação entre os objetivos permite que sejam alcançados efeitos
sinergísficos
(CHIAVENATO,
1995).Segundo
AN
SOFF
(1977), toda empresatem
um
sistema de objetivos. Estes, porsuas vez,
podem
ser de duas espécies:econômicos
ou
sociais.O
autorafirma
também
que o
objetivo principal das empresas é, a longo prazo,maximizar o
aproveitamento de todos osrecursos utilizados.
Dessa
forma, os objetivos sociaisficam
relegados aum
segundo plano, eos
econômicos
exercem
grande influênciana
administração.MEYER
(apudCHIAVENATO,
1995)afirma
que os objetivos deuma
empresa
podem
ser agrupadosem
quatro categorias, a saber: lucro, expansão, segurança e autonomia.Conforme
DRUCKER
(apudCHIAVENATO,
1995), os objetivos principais deuma
empresa
são: liquidez, produtividade e estratégia de crescimento. Para ele,
o
lucrovem como
conseqüência
do desempenho da
empresa.DRUCKER
(apudMEGGINSON; MOSLEY;
PIETRI
IR, 1998) identificou oitoáreas
em
que as organizaçõesdevem
ter objetivos estabelecidos: posiçãono
mercado,produtividade, recursos fisicos e financeiros, lucratividade, inovação,
desempenho
edesenvolvimento de executivos,
desempenho
e atitudes dos trabalhadores, responsabilidadepública e social.
Os
objetivos, quedevem
ser baseados nos recursos próprios da empresa,“devem
fazer
com
que todos oscomponentes
da empresa contribuamcom uma
parcela parao
esforçogeral”
(GRANGER
apud
CHIAVENATO,
19951256).O
autor salienta a importânciada
revisão e reformulação periódica dos objetivos e
também
da comunicação
dos objetivosfundamentais da
empresa
a todos os interessados.O
conhecimento dos objetivos organizacionais é importante para a definição dosaspectos ambientais que irão influenciar a organização
no
alcance de suas metas(STONEK
FREEMAN,
1995).. Para a formulação dos objetivos é necessário definir e revisar a missão
planejamento estratégico.
Conforme
DRUCKER
(apudGRACIOSO,
1996), deve-seestabelecer
o
destino da empresacom
base nas respostas das seguintes questões:l.
Onde
estamos-
o
quesomos?
2.
Onde
queremos
chegar-
oque
desejamos vir a ser?3.
O
que
é preciso fazer para chegar lá?Segundo
MEGGINSON; MOSLEY;
PIETRI
JR
(1998: 167),“A
missão organizacional defme o propósito fimdamental e único que a organização tenta seguireV
identifica seus produtos ou serviços e clientes. Assim, a missão identifica a razão-de-ser da
~\ organização, -isto é, o que ela representa. Tanto as organizações lucrativas como as não-lucrativas
\ precisam especificar
com
muita clareza sua missão”.A
missão determina, então, as atividades da empresa, os seus limites de atuação.Percebe-se, dessa forma, a importância
da
revisão da missão organizacionalno
estabelecimento dos objetivos.A
missão deuma
organizaçãopode
mudar
com
o
tempo.Em
algumas
empresas adeclaração de missão contém,
além
dos produtos, serviços,mercados
e clientes, as crençasda
organização e as diretrizes paraque
a rnissão seja alcançada (1\/IEGGINSON;MOSLEY;
PIETR1
JR, 1998).KOTLER
(1998) apresenta os cinco elementosque
moldam
a missão das corporações: história, preferências atuais dos proprietários eda
administração, ambiente demercado, recursos e competências distintivas.
Evidencia-se, então, a importância
da
clara definição dos objetivosorganizacionais para a elaboração de
um
planejamento estratégico realista.Os
autoresestudados
propõem
o estabelecimento de objetivos nas principais áreasou
funçõesda
empresa, sendo que elas variam muito
dependendo
de fatores peculiares a cada organização,como
oramo
de atuação, as necessidadesdo
cliente, as condições internas e a posiçãono
mercado.
b) Auditoria externa
Segundo
M]NTZBERG; AHLSTRAND;
LAMPEL
(2000:45),um
elemento bastante importante a ser considerado nessa etapado
planejamento éo
“conjunto de previsõesfeitas a respeito das condições futuras”. Esse fato deve-se principalmente à incapacidade que
os administradores
têm
de controlar o ambiente. .As
organizações estão inseridasnum
ambiente maiorem
constante mutação.É
importante, então, conhecer e considerar as características
do
ambiente externo àempresa
enão somente os aspectos internos, pois as
mudanças
queocorrem no
sistema maiornormalmente
afetam diretaou
indiretamente a organização.Nesse
sentido,MINTZBERG;
AHLSTRAND;
LAMPEL
(2000) apresentamum
checklist para a análise das variáveisambientais. Esse checklist abrange as seguintes mudanças:
- na sociedade
-
preferências dos clientes e tendências populacionais; -govemamentais
-
legislação, novas prioridadesno cumprimento
dasleis;
- econômicas
-
taxas de juros e de câmbio,mudanças na
renda pessoalreal;
- na competição
-
novas tecnologias,novos
concorrentes,mudanças
depreços,
novos
produtos,- nos fomecedores
-
mudanças
nos custos, nos suprimentos etambém
na
quantidade de fornecedores;
-
no mercado
-
novos
usos dos produtos,novos mercados
e obsolescência deprodutos. ›
Considerando as
mesmas
variáveis apresentadas porl\/HNTZBERG;
AHLSTRAND;
LAMPEL
(2000),CHIAVENATO
(1995: 1 10) abordao
ambienteextemo
das organizações sobo
focodo
ambiente geral edo
ambiente de tarefa. Para ele, o ambiente geralou
macroambiente, “é constituído deum
conjuntoamplo
ecomplexo
de condições e fatoresque
envolve e influencia difusamente todas as empresas”.A
empresa não
tem
a capacidade deinteragir diretamente
com
esse ambiente, apesar de ele contribuir significativamente paratodas as decisões e estratégias que acontecem internamente.
Para entender a dinâmica
do
ambiente geral,HALL
(1984) aponta algumasvariáveis que, direta
ou
indiretamente, interagemcom
o ambiente intemo das organizações:- tecnológicas
-
é preciso adaptar-se e incorporar as novas tecnologiasno
dia-a-dia
da
organização;- políticas
-
são as determinações e decisõestomadas
pelosgovemos
federal,estadual e municipal;
- econômicas
-
decorrem da conjunturaeconômica
geral,que pode
permitiro
desenvolvimento
ou
a retração econômica;- legais
-
conjunto de leis que regulamenta as atividadesda
organização;- sociais
-
influênciado meio
social/culturalem
que está inserida (cultura-
demográficas
-
caracteristicas da população,como
crescimento e distribuição; - ecológicas-
relacionadascom
o
quadro fisicoque
rodeia a organização.Por
outro lado,o
ambiente de tarefa, específicoou
operacional, “éo
contexto ambiental maispróximo da empresa
eque
lhe fornece as entradasou
insumos de recursos e informações,bem como
a colocação e distribuição de suas saídasou
resultados”CHIAVENATO
(l995:1l6).Segundo o
mesmo
autor, esse ambiente é constituído por quatrosetores principais: os consumidores
ou
usuários dos produtosou
serviços, os fornecedoresde
recursos (capital, matéria-prima, mão-de-obra, equipamentos, serviços), os concorrentes
(tanto de
mercado
quanto de recursos) e os grupos regulamentadores (governo, sindicatos).Um
fator importantena
formulação das estratégias organizacionais é a análisedo
ambiente
extemo
e de sua relaçãocom
a organização. ParaOLIVEIRA
(l998:85), “a análiseambiental corresponde ao estudo dos diversos fatores e forças
do
ambiente, às relações entreeles ao longo
do
tempo
e seus efeitosou
potenciais efeitos sobre a empresa (...)”.A
análisedo
ambienteextemo
é feitacom
o
intuito de identificar a maneira pelaqual as
mudanças
econômicas, legais, sociais, entre outras,podem
influenciar a organização.O
ponto essencial é, provavelmente, a análise das empresascom
as quais a organizaçãocompete.
Segundo
PORTER
(1991),o
grau de concorrência nas organizaçõesdepende
decinco forças competitivas básicas.
O
autorafirma
que o conjunto dessas forças determina aintensidade
da
concorrênciana
organização etambém
a rentabilidade.As
forças são: entradade
novos
concorrentes,ameaça
de produtos substitutos, poder de negociação doscompradores, poder de negociação dos fornecedores e rivalidade entre os atuais concorrentes.
Percebe-se, então, que o grau de rivalidade entre as organizações
não
émedido
somente pelosatuais concorrentes,
mas
deve-se considerartambém
os potenciais concorrentes. Para aformulação das estratégias deve-se atentar para as forças que
exercem
maior pressão sobre aatividade da organização.
A
ameaça
de entrada denovos
concorrentesno mercado
está relacionada àsbarreiras
de
entrada existentes, quepodem
ser: economias de escala (resultanteda
produçãoem
larga escala pelas indústrias já estabelecidas), diferenciaçãodo
produto (existência declientela “leal” à marca), necessidade de capital (exigência de grandes recursos financeiros
para aquisição de equipamentos), custos de
mudança
(segundoPORTER
(l991:28), “custoscom
que
se defrontao comprador quando
muda
deum
fornecedor de produto para outro”),acesso aos canais de distribuiçao (acesso às prateleiras de
uma
grande redede
supermercados(tecnologia patenteada
do
produto, acesso favorável às matérias-primas, localizaçãofavorável, subsídios oficiais, curva de aprendizagem
ou
de experiência), políticagovernamental (existência
ou não
de incentivos para atuaçãono
ramo).Um
outro fatorque
pode
ser consideradocomo
barreira de entrada é a expectativaem
relação aos concorrentes já estabelecidos.Vale observar que as barreiras de entrada
podem
se alterar àmedida que
outrosfatores
mudam
(esses fatores muitas vezes nãopodem
ser controlados pela empresa) eque
existem empresas já estabelecidas
em
um
ramo
de negócioque
podem
romper
as barreiras deentrada
em
outroramo
facilmente, inclusivecom
custos baixos.A
rivalidade entre os atuais concorrentes é,na
verdade, a disputa por posição,que
pode
acontecer sob aforma
de disputa pormenores
preços, melhorescampanhas
publicitáriase
aumento da
qualidadedo
produto.A
disputa por posição entre as empresas é bastantearriscada
uma
vez quepode
conduzi-las à perda de rentabilidade.A
rivalidade entre osconcorrentes acontece devido à interação de diversos fatores estruturais: concorrentes
numerosos ou
bem
equilibrados, crescimento vagaroso da indústria, custos fixosou
dearmazenamento
altos, ausência de diferenciaçãoou
de custos demudança,
barreiras de saídaelevadas, entre outros
(PORTER,
1991).Da
mesma
forma que
as barreiras de entrada se alteram, os fatoresque
conduzem
à rivalidade entre os concorrentes
também
sofi'emmudanças
com
o tempo.Mas
é possivelcontrolar, até certo ponto, a rivalidade através de
mudanças
estratégicas.Conforme
PORTER
(1991), aameaça
de produtos substitutosou
similares (quedesempenham
amesma
função) limita os lucros das empresasuma
vezque acabam
porestabelecer limites de preços. Deve-se dispensar especial atenção para os produtos substitutos
que
apresentam tendência de melhorar a relação preço-desempenho etambém
para aquelesproduzidos por empresas
com
lucros altos.Existem grupos de compradores
com
alto poder de negociação. Eles secaracterizam
da
seguinte forma: adquirem grandesvolumes
em
relação às vendasda
empresa,os produtos
que
adquirem representamum
valor significativo dos seus custos, os produtosque
compram
são padronizados, existempoucos
custos demudança
e os compradorestêm
totalinformação a respeito
do
produto.O
poderdo comprador pode
aumentarou
diminuircom
o
tempo
e as organizaçõespodem
praticar a “seleção de compradores”, optando por lidarcom
aqueles