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Combate e Prevenção de Incêndios e Pânicos

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Academic year: 2022

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Unidade 1

Livro Didático Digital

Elaine Christine Pessoa Delgado e Giselly Santos Mendes

Combate e Prevenção de

Incêndios e Pânicos

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Gerente Editorial

CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico

TIAGO DA ROCHA Autor

ELAINE CHRISTINE PESSOA DELGADO GISELLY SANTOS MENDES

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AS AUTORAS

Elaine Christine Pessoa Delgado

Eu, Elaine, sou graduada em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Campina Grande (2007), com uma experiência técnico-profissional na área de gerência de empresas há mais de 10 anos.

Giselly Santos Mendes

Eu, Giselly, sou Mestra em Qualidade Ambiental, Tecnóloga em Polímeros, Administradora e Educadora, com uma experiência técnico- profissional na área de Processos Gerenciais e Educacionais há mais de 12 anos.

Somos apaixonadas pelo que fazemos e gostamos de transmitir nossas experiências de vidas àqueles que estão iniciando suas profissões.

Por isso, fomos convidadas pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estamos muito felizes em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte conosco!

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ICONOGRÁFICOS

Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que:

INTRODUÇÃO:

para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência;

DEFINIÇÃO:

houver necessidade de se apresentar um novo conceito;

NOTA:

quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento;

IMPORTANTE:

as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você;

EXPLICANDO MELHOR:

algo precisa ser melhor explicado ou detalhado;

VOCÊ SABIA?

curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias;

SAIBA MAIS:

textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento;

REFLITA:

se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre;

ACESSE:

se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast;

RESUMINDO:

quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens;

ATIVIDADES:

quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada;

TESTANDO:

quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas;

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SUMÁRIO

Conceito, histórico e as NRs de prevenção de incêndio e

pânico ...12

Conceito de combate e prevenção de incêndio e pânico ...12

Histórico ... 16

NRs de prevenção de incêndio e pânico ...18

Teoria do fogo: conceito, elementos e formas de propagação ... 24

Conceito da teoria do fogo e elementos do fogo ...24

Formas de propagação do fogo ...29

Pontos de temperaturas importantes: classes e causa de incêndio ...34

Pontos de temperaturas importantes...34

Classes de incêndio ...35

Classe A ...36

Classe B ...37

Classe C ...37

Classe D ...39

Classe K ...40

Causas de incêndio ...41

Métodos de extinção, resistência dos materiais ao fogo e a explosividade ...44

Métodos de extinção ...44

Agentes extintores ...46

Resistência dos materiais ao fogo ...49

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UNIDADE

01

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INTRODUÇÃO

Você sabia que é fundamental o conhecimento do combate e prevenção de incêndios e pânicos, para que se evitem consequências mais graves ao retirar-se de uma edificação durante esse acontecimento?

E que os primeiros estudos sobre segurança contra incêndio no Brasil tiveram início após grandes tragédias? O fogo, muitas vezes, pode fugir do controle do homem causando incêndios, acarretando prejuízos materiais e, até mesmo, mortes. Por isso, existem regulamentações sobre a segurança contra incêndios e pânicos que são obrigatórias nas edificações. Nesta unidade, iremos compreender o que vem a ser o combate e prevenção de incêndios e pânicos e conhecer as principais normas relacionadas com o tema, bem como surgiram as preocupações com a segurança contra incêndio no Brasil. Veremos, ainda, como o fogo é formado e o que vem a ser a Teoria do Fogo e o Tetraedro do Fogo e como ele pode propagar-se, os pontos de temperaturas importantes, as classes e causas de incêndios e, principalmente sua forma de extinção. Compreenderemos a resistência dos materiais ao fogo e a explosividade como causa de incêndios.

Entendeu? Ao longo desta unidade letiva, você vai mergulhar neste universo!

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OBJETIVOS

Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos:

1. Compreender o conceito, histórico e normas regulamentadoras de prevenção de incêndio e pânico;

2. Aplicar a teoria do fogo e suas especificidades;

3. Diagnosticar os pontos e as temperaturas importantes, identificando as classes e causas de incêndio e pânico;

4. Analisar os métodos de extinção do fogo, resistência dos materiais ao fogo e à explosividade.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?

Ao trabalho!

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Conceito, histórico e as NRs de prevenção de incêndio e pânico

INTRODUÇÃO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de compreender o conceito de incêndio, pânico e prevenção e combate de incêndio e pânico, seu histórico e as normas regulamentadoras pertinentes. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então, vamos lá! Avante!

Conceito de combate e prevenção de incêndio e pânico

Brentano (2007) explica que, há muitos anos, o homem convive com o fogo, utilizando-o como um importante item auxiliar no seu cotidiano. O homem conseguiu criar, dominar e utilizar o fogo para seu aquecimento, iluminação, cozimento, entre outras tantas coisas que se pode fazer com ele. Contudo, muitas vezes, o fogo foge do seu controle, transformando- se em um incêndio no qual pode causar ferimentos, prejuízos materiais e até mortes.

Retirar-se de uma edificação de forma segura, enquanto acontece um incêndio ou outra circunstância que cause pânico, é de extrema importância, pois pode evitar consequências graves. Sendo assim, este apresenta-se como o tema decisivo dos modelos de saída de emergência.

Por causa dessas situações faz-se indispensável entender como funciona o combate e a prevenção de incêndio de pânico.

Mas, você sabe definir o que é um incêndio?

De acordo com a ABNT NBR 13860 (1997, p. 7), o incêndio é definido como “o fogo fora de controle”.

Para o Dicionário On-line de Português, incêndio é o “fogo que se propaga de maneira descontrolada e causa estragos”.

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DEFINIÇÃO:

Dessa forma, podemos entender que o incêndio é o fogo que se espalha de forma sem controle causando danos.

E o pânico? Você sabe o que é?

Provavelmente, já deve ter sentido isso em algum momento da sua vida.

O pânico é o medo desesperado que causa uma razão descontrolada, define o Dicionário On-line de Português.

Segundo Teixeira (2013), quando acontece um incêndio, as pessoas que estão dentro da edificação procuram escapar do local o mais rápido possível. Dessa forma, a simples decisão de optar entre duas ou mais rotas de fuga pode vir a acarretar uma influência emocional e provocar situação de pânico. Em determinadas ocasiões nas quais uma saída pode estar interrompida por chamas ou consumida pela fumaça, pessoas podem vir a se atirar dos edifícios em momento de desespero.

VOCÊ SABIA?

Muitas pessoas se jogam de prédios em incêndios para acabar com o seu estado de angústia. Acesse o link: https://

bit.ly/34b8bBV.

Consoante Seito (2008), as dificuldades extremas causadas pela falta de percepção da visão e pelas dificuldades respiratórias causadas pelo incêndio acabam aumentando a tensão nervosa, podendo, assim, atingir o estado de pânico. A fumaça contém vários gases, entre eles o monóxido de carbono (CO2), que afeta o sistema nervoso central provocando sintomas como mal--estar, distúrbios de funções motoras, perturbações do comportamento (Figura 1), tais como: fobia, agressividade, pânico, coma, entre outros.

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Figura 1: Perturbações do comportamento

Fonte: Freepik

Agora que já compreendemos o que vem a ser incêndio e pânico, vamos entender o que é prevenção e combate a incêndio e pânico?

A ABNT NBR 13860 (1997, p. 8) define a prevenção de incêndio como medidas para prevenir a eclosão de um incêndio e/ou para limitar os seus efeitos; e o combate a incêndio como um conjunto de ações destinadas a extinguir incêndio, com uso de equipamentos manuais ou automáticos (p. 4).

EXPLICANDO MELHOR:

Dessa forma, a prevenção ocorre para que não aconteça o incêndio, realizando ações preventivas e para diminuir os efeitos, caso ele venha a ocorrer. Já o combate age quando o incêndio já existe, com ações para eliminá-lo com a utilização de equipamentos adequados.

A prevenção de incêndio manifesta tanto a educação pública quanto as medidas de proteção contra incêndios em edificações. As atividades que possuem relação com a educação versam sobre o preparo da população, através da comunicação de ideias que transmitem as medidas

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de segurança, para prevenir o surgimento de incêndio nas ocupações, assim como procuram ensinar os procedimentos a serem seguidos pelas pessoas perante um incêndio, os cuidados a serem observados com o manuseio de produtos perigosos e, também, os perigos das práticas que provocam riscos de incêndio (São Paulo, Instrução Técnica 02/2018).

SAIBA MAIS:

Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos a leitura do artigo, fonte de consulta e aprofundamento: “Segurança contra incêndios: o ensino de ciências e matemática para o exercício das atividades”. (PEREIRA). Disponível pelo link:

https://bit.ly/3lYBMEM (Acesso em: 18 jul. 2020).

Conforme Carvalho Junior (2019), a instalação predial de segurança contra incêndio é um tema muito complicado, pois está sujeito a uma exigente classificação relacionada aos riscos de incêndio. De acordo com o projeto de revisão da ABNT NBR 15575-1 – Edificações Habitacionais – Desempenho – Parte 1, de 19 de fevereiro de 2013, as exigências referentes à segurança contra incêndio são reguladas em:

• proteger a vida dos ocupantes das edificações e áreas de risco em caso de incêndio;

• dificultar a propagação do incêndio, reduzindo danos ao meio ambiente e ao patrimônio;

• proporcionar meios de controle e extinção do incêndio;

• dar condições de acesso para as operações do Corpo de Bombeiros.

A prevenção de incêndio envolve uma série de medidas, como a distribuição precisa dos equipamentos de percepção e combate a incêndio, o treinamento de pessoal, a vigilância constante, a ocupação das edificações levando em consideração o risco de incêndio, a organização geral e a limpeza, buscando evitar o surgimento de um princípio de incêndio, atrapalhar o seu alastramento, constatá-lo o mais rapidamente possível, e possibilitar o seu combate ainda na fase inicial, esclarece Fernandes (2010).

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Histórico

Para Silva (2004), existem vários exemplos na história mundial de uma série de incêndios que ocasionaram desmesuradas destruições e mortes, considerados originários da segurança contra incêndio nas edificações, como em: Roma, no ano de 64 d.C., durante o império de Nero; Londres, em 1966; Lisboa, no terremoto seguido de incêndio, no ano de 1755; e, Chicago, em 1871.

No Brasil, a preocupação com os possíveis danos motivados pela ação descontrolada do fogo já provocava ações preventivas desde a época imperial, contudo, o corpo legal e normativo, como hoje é oferecido, foi descrito sempre baseado em experiências relacionadas de cada Estado, havendo registros espalhados pelas diversas regiões do país, relata Rodrigues (2016).

A década de 70 é considerada como o marco da prevenção dos acidentes no Brasil, pois várias manifestações a nível nacional foram realizadas após grandes tragédias (Figura 2) terem ocorrido.

Figura 2: Grandes tragédias

Fonte: Pixabay

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Uma dessas tragédias foi no Edifício Andraus, em São Paulo, no ano de 1972. O edifício possuía escritórios e lojas e o incêndio atingiu todos os andares, causando um total de 16 mortes e 330 pessoas feridas. Outro incêndio ocorreu no ano de 1974, também em São Paulo, no Edifício Joelma; já em Porto Alegre, no ano de 1976, aconteceu nas lojas Renner.

Todos esses episódios trágicos fizeram muitas vítimas, fazendo com que fosse exigido uma regulamentação para a prevenção dos incêndios e pânicos.

SAIBA MAIS:

Aprofunde-se mais nesse tema lendo o artigo “Os 12 maiores incêndios o Brasil: existe algo em comum?”

(VELLAMO). Disponível em: https://bit.ly/3dC6BfA (Acesso em: 19 jul. 2020).

Brentano (2007) relata que nesses incêndios centenas de pessoas perderam a vida, ocorreram perdas materiais incalculáveis, documentos importantes foram perdidos e geraram fobia coletiva do fogo nas grandes edificações, assim como foram geradas preocupações dos governos federal, estaduais e municipais e várias outras entidades relacionadas.

Conforme Fernandes (2010), na década de 70, tiveram início no Brasil os primeiros estudos com relação à segurança contra incêndio, sendo implementado o laboratório de segurança contra incêndios no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) do Estado de São Paulo, patrocinado pela JICA (Japan Internacional Cooperation Agency), que teve como resultado as instalações de ensaios de fumaça e testes materiais frente ao fogo, tornando--se uma referência nacional. Em Brasília, também foi implantado um Laboratório de Investigação Científica e Incêndio contando com a ajuda da JICA.

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IMPORTANTE:

No Estado de São Paulo, desde 1909, existe a atuação do Corpo de Bombeiros na área de prevenção e incêndios, no qual foi editado o “Regulamento para os locais de divertimentos públicos”. Entretanto, foi apenas em 1983 que surgiu a primeira especificação do Corpo de Bombeiros anexa a um decreto em que exigia uma série de regras que foram sendo aperfeiçoadas no decorrer dos anos. (São Paulo, Instrução Técnica 02/2018).

No Brasil, diversos Estados possuem legislações próprias que determinam a exigência e o enquadramento dos sistemas de segurança que cada tipo de edificação deve dispor. A legislação abrange os Códigos de Obras e Edificações dos Municípios, Normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho, Normas das Companhias Seguradoras, dentre outras (CBPMESP, 2006).

Contudo, Brentano (2007) lembra que muitas das normas brasileiras sobre proteção contra incêndios não apresentam unicidade nas suas recomendações, outras são incompletas e algumas encontram-se desatualizadas.

NRs de prevenção de incêndio e pânico

A prevenção e combate a incêndio é competência do Corpo de Bombeiros (Figura 3) e este adota o Código de Prevenção e Normas Brasileiras para a execução da prevenção contra incêndios e Normas Brasileiras para a execução de prevenção contra incêndios, por meio de vistorias técnicas, afirma Fernandes (2010).

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Figura 3: Corpo de Bombeiros

Fonte: Pixabay

As normas regulamentadoras de segurança contra incêndio, até o ano de 1976, mostravam apenas a obrigação de instalação de equipamentos de prevenção, como os extintores, mas a fiscalização não era obrigatória e o projeto da construção da edificação não responsabilizava o engenheiro ou arquiteto da obra, pois a legislação não era fundamentada no pensamento para a prevenção de incêndio, informa Seito (2008).

De acordo com Seito (2008), as normas técnicas são desenvolvidas pelos Comitês Brasileiros da Associação Brasileira de Normas Técnicas e não possuem força de lei, contudo, torna-se lei quando for abrangida na legislação. Além disso, as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho colaboram para que as regras de proteção que exigem um local de trabalho seguro estabeleçam parâmetros para a segurança do trabalhador.

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NOTA:

Na esfera federal quase não temos legislação específica sobre segurança contra incêndio. Existe a Lei nº 13.425/2017, que estabelece as diretrizes gerais sobre medidas de prevenção e combate a incêndio e a desastres em estabelecimentos, edificações a áreas de reunião de público.

A Associação de Normas Técnicas (ABNT) é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (CB) dos Organismos de Normalização Setorial (ONS) e das Comissões de Estudos Especiais Temporárias (CEET), são elaboradas por Comissões de Estudos (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros). (FERNANDES, 2010 p. 13).

IMPORTANTE:

Os textos técnicos são feitos por essas comissões e oferecidos para consulta popular em nível nacional antes de se transformar em uma NBR (SEITO, 2008).

Fernandes (2010) informa, ainda, que os comitês brasileiros que mais importam ao Corpo de Bombeiros é o CB-02 (Comitê Brasileiro de Construção Civil), CB-09 (Comitê Brasileiro de Combustíveis) e o CB-24 (Comitê Brasileiro de Proteção Contra Incêndio), pois as normas desenvolvidas por estes comitês acrescentam o Código de Prevenção de Incêndios e oferecem uma definição mais completa e específica das normas de prevenção contra incêndios.

Veja abaixo a lista com as Normas mais utilizadas pelos Corpos de Bombeiros, segundo Fernandes (2010):

• NBR 5419 – Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas;

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• NBR 8660 – Revestimento de piso – Determinação da intensidade crítica do fluxo de energia térmica;

• NBR 9077 – Saídas de emergência em edifícios;

• NBR 9441 – Execução de sistemas de detecção e alarme de incêndio;

• NBR 9442 – Materiais de construção – Determinação do índice de propagação superficial de chama pelo método do painel radiante;

• NBR 10897 – Proteção contra incêndio por chuveiro automático;

• NBR 10898 – Sistema de iluminação de emergência;

• NBR 11742 – Porta corta-fogo para saídas de emergência;

• NBR 13523 – Central predial de gás liquefeito de petróleo;

• NBR 14024 – Centrais prediais e industriais de gás liquefeito de petróleo com sistema de abastecimento a granel;

• NBR 14432 – Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações;

• NBR 14880 – Saídas de emergência em edifícios – Escadas de segurança – Controle de fumaça por pressurização;

• NBR 15514 – Área de armazenamento de recipientes transportáveis de gás liquefeito de petróleo (GLP), destinados ou não à comercialização – Critérios de segurança.

Além dessas, temos também:

• NBR 5410 – Sistema Elétrico;

• NBR 12615 – Sistema de Combate a Incêndio por Espuma;

• NBR 12692 – Inspeção, Manutenção e Recarga em Extintores de Incêndio;

• NBR 12693 – Sistemas de Proteção por Extintores de Incêndio;

• NBR 13434 – Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico – Formas, Dimensões e cores;

• NBR 13435 – Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico;

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• NBR 13437 – Símbolos Gráficos para Sinalização contra Incêndio e Pânico;

• NBR 13523 – Instalações Prediais de Gás Liquefeito de Petróleo;

• NBR 13714 – Instalação Hidráulica Contra Incêndio, sob comando;

• NBR 13714 – Instalações Hidráulicas contra Incêndio, sob comando, por Hidrantes e Mangotinhos;

• NBR 13932 – Instalações Internas de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) – Projeto e Execução;

• NBR 14039 – Instalações Elétricas de Alta Tensão;

• NBR 14276 – Programa de brigada de incêndio;

• NBR 14349 – União para mangueira de incêndio – Requisitos e métodos de ensaio.

A Norma Regulamentadora nº 23 (NR 23) do Ministério do Trabalho trata da proteção contra incêndio para locais de trabalho e serve como colaboração para que os ambientes de trabalho sejam seguros.

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RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Você deve ter aprendido que: o incêndio é o fogo que se espalha de forma descontrolada causando danos; o pânico é o medo desesperado que causa uma razão descontrolada; a prevenção de incêndios são as medidas para prevenir a eclosão de um incêndio e para limitar os seus efeitos; e, o combate a incêndio é o conjunto de ações destinadas a extinguir o incêndio utilizando equipamentos manuais ou automáticos. Além disso, viu que existia a preocupação com as ações preventivas desde a época imperial, contudo, só após as grandes tragédias na década de 70 é que os poderes públicos e as entidades relacionadas se preocuparam de verdade. Por fim, você compreendeu as Normas Regulamentadoras de prevenção de incêndio e pânico, conhecendo as Normas da ABNT relacionadas com o tema e a Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho.

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Teoria do fogo: conceito, elementos e formas de propagação

INTRODUÇÃO:

Neste capítulo, você irá aplicar a teoria do fogo, compreendendo o seu conceito, quais os seus elementos e as formas de propagação. Vamos juntos?

Conceito da teoria do fogo e elementos do fogo

Sob a perspectiva da segurança de uma edificação, o fogo se apresenta como uma calamidade inesperada com capacidade de originar danos materiais e perdas de vidas humanas, assim, para se realizar a prevenção ou o combate a incêndio de uma maneira eficiente, primeiramente, deve-se ter conhecimento sobre a mecânica do fogo em todos os seus aspectos: causas, formação e seus efeitos, informa Brentano (2007).

Conforme Brentano (2007), o fogo é uma combustão viva que se desponta por meio da formação de chamas que causam luz e desprendem calor, além da emissão de fumaça, gases e outros resíduos.

Já a ABNT NBR 13860 define o fogo como sendo o processo de combustão caracterizado pela emissão de calor e luz.

“O fogo pode ser definido como um fenômeno físico-químico em que ocorre uma reação de oxidação, emitindo luz e calor” (São Paulo, Instrução Técnica 02/2018, p. 3).

DEFINIÇÃO:

Podemos entender que o fogo é uma combustão que emite calor e luz.

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O Manual de Prevenção e Combate a Princípios de Incêndio do Paraná (2013) complementa afirmando que essa reação química decorre de uma mistura de gases a altas temperaturas, que emite radiação geralmente visível.

Para que exista a ocorrência do fogo deve haver a concorrência simultânea de três elementos essenciais (Figura 4), que são: o material combustível, o comburente (oxigênio) e uma fonte de calor, formando o Triângulo do Fogo, explica Brentano (2007). De acordo com Seito (2008), a representação gráfica do fogo foi criada inicialmente pela teoria chamada de Triângulo do Fogo, que explicava os meios de extinção do fogo pela retirada de um desses componentes, devendo estes coexistirem para que o fogo se mantenha.

Figura 4: Elementos essenciais do fogo

Elaborado pela autora com informações de Brentano (2007).

Contudo, depois foi descoberto que não bastava apenas a existência desses três elementos para que essencialmente o fogo existisse.

Percebeu-se a necessidade de existência de um terceiro elemento chamado de reação química em cadeia, para que a existência do fogo realmente fosse materializada.

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Deste entendimento, o Triângulo do Fogo foi substituído pelo Tetraedro do Fogo, no qual em cada face do tetraedro, além do comburente, do calor e do combustível, é necessária a reação química.

Para que exista a propagação do fogo (Figura 5) após o seu acontecimento, deve existir a transferência de calor de molécula para molécula do material combustível, ainda intactas, que entram em combustão de forma sucessiva, provocando, então, a reação química em cadeia, descreve Brentano (2007).

Figura 5: Propagação do fogo

Fonte: Elaborado pela autora com informações de Brentano (2007).]]

Dessa forma, na combustão, o material combustível se combina com o comburente (oxigênio) quando ativado por uma fonte de calor, dando início a uma transformação química que origina mais calor, propiciando a continuação da reação e acarretando uma reação química em cadeia, explicita Brentano (2007).

NOTA:

Os meios de extinção fazem uso desse princípio, pois atuam por meio do bloqueio de um dos componentes para apagar um incêndio. (São Paulo, Instrução Técnica 02/2018).

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Vamos conhecer algumas características desses elementos?

Para Brentano (2007), o combustível é toda a matéria suscetível de queimar, podendo se apresentar de forma sólida, líquida ou gasosa (como madeira, papel, carvão, gasolina, álcool, metano):

• A maior parte dos combustíveis sólidos possui um mecanismo sequencial para a sua combustão, desse modo, para que a combustão aconteça precisam ser, primeiramente, aquecidos, liberando vapores combustíveis que se misturam com o oxigênio do ar causando uma mistura inflamável; uma pequena faísca ou um contato com uma área bem aquecida faz a mistura entrar em combustão, ilustra Brentano (2007).

IMPORTANTE:

Quanto maior a superfície submetida, mais acelerado será o aquecimento do material e, por conseguinte, o processo de combustão, explana o Manual de prevenção e combate a princípios de incêndio do Paraná (2013).

• Os líquidos inflamáveis possuem propriedades físicas que podem atrapalhar a extinção do fogo, aumentando, assim, o perigo a ser combatido. Uma das propriedades é a solubilidade, isto é, a capacidade de se misturar com outros líquidos. Outra propriedade é a volatilidade que é a facilidade com que os líquidos liberam vapores, desse modo, quanto mais volátil for o líquido, maior será a possibilidade de existir fogo, ou até mesmo explosão, elucida o Manual de Prevenção e Combate a Princípios de Incêndio do Paraná (2013).

NOTA:

Os líquidos combustíveis se evaporam ao serem aquecidos, misturando-se com o oxigênio do ar, formando uma mistura inflamável, lembra Brentano (2007).

• Para Brentano (2007), os gases, para entrarem em combustão, precisam produzir uma mistura inflamável com o oxigênio do ar, cuja concentração deve estar incluída em uma faixa ideal. O Manual

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de Prevenção e Combate a Princípios de Incêndio do Paraná (2013) explica que os gases não possuem volume determinado, inclinando, rapidamente, a ocupar todo o recipiente em que estão compreendidos, assim, se o peso do gás é menor que o peso do ar, o gás tende a subir e desaparecer; contudo, se o peso do gás é maior que o peso do ar, o gás conservar-se-á próximo ao solo e caminhará na direção do vento, obedecendo aos arredores do terreno.

Um segundo elemento é o comburente que, consoante o Manual de prevenção e Combate a Princípios de Incêndio do Paraná (2013, p. 9),

“é o elemento que ativa e dá vida à combustão, se combinado com os vapores inflamáveis dos combustíveis”, sendo o oxigênio o mais comum na maioria dos combustíveis, entretanto, existem outros gases que podem se comportar como comburentes para determinados combustíveis, como no caso do hidrogênio, que queima no meio do cloro, e o cobre, que queima no meio de vapor de enxofre, entre outros.

NOTA:

Em espaços mais abertos onde existe boa circulação de ar ou vento, portanto, mais ricos em oxigênio, as chamas são acentuadas por causa de um incêndio, informa Brentano (2007)

Brentano (2007) esclarece que o calor é o elemento que inicia, conserva e estimula o alastramento do fogo, isto é, o calor é o que provoca a reação química da mistura inflamável, derivado da combinação dos gases ou vapores do combustível e do comburente. A fonte de calor (Figura 6) pode ser uma faísca elétrica, uma chama, o superaquecimento de um condutor ou aparelho elétrico, atrito, explosão, entre outros.

(29)

Figura 6: Fonte de calor

Fonte: Freepik

O último elemento é a reação química em cadeia que é a transferência de calor de uma molécula do material em combustão para a molécula vizinha, ainda pura, que se aquece e entra também em combustão, de forma sucessiva, até que todo o material se encontre em combustão, descreve Brentano (2007).

Formas de propagação do fogo

A possibilidade de um foco de incêndio ser eliminado ou progredir para um grande incêndio depende basicamente de alguns fatores, segundo a Instrução Técnica 02/2018 do Corpo de Bombeiros de São Paulo:

• quantidade, volume e espaçamento dos materiais combustíveis no local;

• tamanho e situação das fontes de combustão;

• área e locação das janelas;

• velocidade e direção do vento;

• forma e dimensão do local.

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De acordo com Camilo Junior (2019), o fogo se propaga por contato direto da chama com os materiais combustíveis, pelo deslocamento de partículas incandescentes que se soltam de outros materiais já em combustão, e pela ação do calor.

IMPORTANTE:

O calor é uma forma de energia gerada pela combustão ou ocasionada do atrito dos corpos, lembra Camilo Junior (2019).

Uma vez começado o fogo deve-se levar em consideração o mecanismo de condução de energia, isto é, disseminação do calor, convecção do calor e radiação da energia, lembra Seito (2008).

Dessa forma, o fogo se propaga através de três processos de transmissão:

• Condução ou contato – Camilo Junior (2019) explica que ocorre quando o calor é transmitido de molécula a molécula ou de corpo a corpo. Brentano (2007) complementa afirmando que acontece através das próprias labaredas que passam de um pavimento para o outro através das janelas, inflamando as cortinas e outros materiais combustíveis, ou até atingindo prédios vizinhos, bem como através do contato de um material aquecido pelo fogo que conduz o calor até outro.

Exemplo: Se colocarmos a ponta de uma barra de ferro sobre o fogo, após algum tempo podemos verificar que a outra ponta, não exposta ao fogo, estará aquecida, demonstrando, assim, que o calor se transmitiu de molécula a molécula até atingir a outra extremidade da barra de ferro, exemplifica Camilo Junior (2019).

• Convecção – acontece quando o calor é conduzido através de uma massa de ar aquecida, que se afasta do local em chamas, levando para outros locais quantidade de calor suficiente para que os materiais combustíveis que aí existem alcancem seu ponto de combustão, dando origem a outro foco de fogo (Figura 7), esclarece Camilo Junior (2019). O autor explica, ainda, que essa maneira de transmissão do

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calor é característica dos líquidos e gases e advém pela formação de correntes ascendentes e descendentes no meio da massa de ar, em virtude da dilatação e da consequente perda de densidade da porção de ar mais próxima da fonte de calor.

Figura 7: Foco de fogo:

Fonte: Freepik

NOTA:

Quando acontece um incêndio nos andares de baixo ou no porão de um prédio, os gases aquecidos sobem pelas aberturas verticais e, fazendo com que chegue combustíveis nos locais superiores do prédio, provoca outros focos de incêndio, demonstra Camilo Junior (2019).

• Irradiação – ocorre através de ondas ou raios caloríficos constituídos por um corpo aquecido, que irradia calor em todas as direções através do espaço, idêntico à luz; dessa forma, um material pode ser aquecido por estar próximo de um fogo ou recebendo calor enviado por radiação dos forros e paredes, aquecendo-se até entrar em combustão, explana Brentano (2007).

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Exemplo: O calor solar irradiado para o nosso planeta, a transmissão do calor através de raios ou ondas, assim como o calor que sentimos no rosto quando chegamos próximo ao fogo. Num grande incêndio de um prédio, por exemplo, vários outros prédios ao seu redor ficam queimados devido à irradiação do calor, exemplifica Camilo Junior (2019).

Em um incêndio, na maioria das vezes, as três formas ocorrem simultaneamente, apesar de em determinado momento uma delas acaba predominando sobre as demais, afirma Brentano (2007).

Brentano (2007) ainda lembra que a propagação do fogo deve sempre ser pensada ao se fazer um plano de proteção contra incêndios, pois deve fazer parte do projeto da edificação a observação das várias possibilidades que o fogo tem para se propagar, seja de forma horizontal ou vertical.

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RESUMINDO:

Neste capítulo, você deve ter entendido que o fogo é uma combustão que emite calor e luz e, para que exista a ocorrência do fogo, deve existir a ocorrência simultânea de alguns elementos, que são o material combustível, o comburente e uma fonte de calor, assim como a reação química em cadeia completando o Tetraedro do Fogo.

Você também deve ter visto que: o combustível é toda matéria suscetível de queimar e pode se apresentar na forma sólida, líquida ou gasosa; o comburente é o elemento que ativa e dá vida à combustão quando combinado com os vapores inflamáveis dos combustíveis;

e, o calor é o elemento que inicia, conserva e estimula o alastramento do fogo. Por fim, você compreendeu os três processos de transmissão ao qual o fogo se propaga que são: por condução ou contato, que ocorre quando o calor é transmitido de molécula a molécula ou de corpo a corpo;

por convecção, que acontece quando o calor é conduzido através de uma massa de ar aquecida, que se afasta do local em chamas alastrando o fogo; e, por irradiação ou radiação da energia, que ocorre através de ondas ou raios caloríficos constituídos por um corpo aquecido, que irradia calor em todas as direções através do espaço, idêntico à luz.

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Pontos de temperaturas importantes:

classes e causa de incêndio

INTRODUÇÃO:

Neste capítulo, iremos diagnosticar os pontos e temperaturas importantes, identificando as classes e causas de incêndio e pânico, descrevendo suas principais características.

Pontos de temperaturas importantes

O Manual de Prevenção e Combate a Princípios de Incêndio do Paraná (2013) afirma que o calor transforma os combustíveis e, por meio dessa transformação, eles se ajustam com o oxigênio, tendo como resultado a combustão. Essa transformação se desenvolve em temperaturas diferentes à proporção que vai acontecendo o aquecimento do material.

Vamos entender melhor.

Com o aquecimento de um combustível, alcança-se uma temperatura em que o material dá início à liberação de vapores, que se incendeiam se existir uma fonte externa de calor. Esse momento é chamado de “Ponto de fulgor” e o que ocorre é que as chamas não se conservam, por causa da pequena quantidade de vapores, descreve o Manual de Prevenção e Combate a Princípios de Incêndio do Paraná (2013).

Mas quando se avança com o aquecimento, se alcança uma temperatura em que os gases desprendidos do material, ao entrarem em contato com uma fonte externa de calor, iniciam uma combustão continuando a queimar sem a ajuda daquela fonte, esse momento chama- se “Ponto de Combustão”, informa o Manual de Prevenção e Combate a Princípios de Incêndio do Paraná (2013).

Prosseguindo com o aquecimento alcança-se o chamado “Ponto de Ignição”, que ocorre quando se chega a um ponto em que o combustível,

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exposto ao ar, entra em combustão sem que exista fonte externa de calor, relata o Manual de Prevenção e Combate a Princípios de Incêndio do Paraná (2013).

Vamos observar na tabela (Tabela 1) a seguir os principais pontos e temperaturas de alguns combustíveis ou inflamáveis (fulgor e ignição):

Tabela 1: Principais pontos e temperaturas de combustíveis ou inflamáveis

Combustível inflamável

Ponto de fulgor (°C) Temperatura de ignição (°C)

Acetileno Gás 335,0

Álcool etílico 12,6 371,0

Álcool metílico 11,1 426,0

Asfalto 204,0 485,5

Benzina -17,7 232,0

Enxofre 65,5 232,0

Éter -40 160,0

Gasolina -42 257,0

Querosene 38 a 73,5 254,0

Óleo de amendoim 282,0 445,0

Óleo lubrificante 168,0 417,0

Óleo diesel 55,0 300,0

Óleo de linhaça 222,0 343,0

Fonte: Elaborado pela autora com informações do Manual de Prevenção e Combate a Princípios de Incêndio do Paraná (2013) e de Camilo Junior (2019).]]

Camilo Junior lembra que, tomando como base esses pontos e essas temperaturas, os líquidos são classificados em: combustíveis (ponto de fulgor entre 70°C e 93,3°C) e inflamáveis (ponto de fulgor inferior a 70°C).

Classes de incêndio

No combate a incêndios, os materiais combustíveis são identificados de acordo com uma ou mais classes de incêndios. Cada classe designa o combustível envolvido no incêndio, e essa classificação vai permitir, de

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forma eficaz, a escolha do agente extintor mais adequado, explica Camilo Junior (2019).

IMPORTANTE:

A classificação dos incêndios se dá por causa das variedades dos combustíveis, os quais reagem de maneiras diferentes e com características próprias, menciona Carvalho Filho (2019).

A classificação clássica que mais aparece na literatura é a divisão em cinco classes, que são A, B, C, D e K. Vejamos as principais características de cada uma delas.

Classe A

São os fogos em materiais combustíveis (Figura 8) corriqueiros, ordinários, como madeiras, papéis, tecidos, entre outros; que queimam em superfície e em profundidade e, em razão do seu volume, deixam resíduos depois da combustão, como brasas e cinzas, descreve Brentano (2007).

Figura 8: Fogos em materiais combustíveis

Fonte: Freepik

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Exemplo: O incêndio em um forro de aglomerado de madeira é um tipo de incêndio classe A, pois queima em superfície e em profundidade, deixando resíduos quando queimado, exemplifica Camilo Junior (2019).

Camilo Junior (2019) esclarece que este tipo de incêndio é extinto pelo método do resfriamento e, para atender às propriedades de queima em profundidade, deve ser empregado um agente extintor com poder de penetração e umidificação. Deve ser aplicada, deste modo, a ação resfriadora e umedecedora da água ou de outro agente que a contenha em quantidade, como a espuma.

Classe B

São os fogos que acontecem na mistura do ar com os vapores que se desenvolvem na superfície dos líquidos combustíveis e inflamáveis, como óleos, gasolina etc., que queimam apenas em superfície, não deixando resíduos, e nos gases inflamáveis, como o gás liquefeito do petróleo (GLP), gás natural, acetileno, hidrogênio e outros, explicita Brentano (2007).

Exemplo: Aparecendo fogo em um tubo que transporta gás do botijão até o fogão, podemos apagá-lo cortando o abastecimento de combustível, ou seja, fechando o registro do botijão. Senão, é mais aconselhado deixá-lo queimar, sempre sob controle, para evitar que, apagando-se o fogo, o vazamento do gás resulte em explosão, exemplifica Camilo Junior (2019).

Conforme Brentano (2007), a extinção ocorre por abafamento, através da quebra da cadeia da reação química ou pela remoção do material. Os agentes extintores podem ser produtos químicos secos, líquidos, vaporizantes, CO2, água nebulizada e a espuma mecânica, que é o melhor agente extintor para essa classe de incêndio.

Classe C

São os fogos em equipamentos elétricos energizados, como máquinas elétricas, quadros de força, transformadores, computadores,

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ou qualquer que seja o material de uso em aplicações de energia elétrica, informa Carvalho Junior (2019).

NOTA:

Quando o aparelho elétrico não estiver energizado, ele será enquadrado como Classe A (Carvalho Junior, 2019).

Os incêndios dessa classe apresentam risco de morte ao operador do equipamento de extinção devido à presença da corrente elétrica, assim, para o combate a incêndios nessa classe, é indispensável o emprego de um agente extintor não condutor de corrente elétrica (Figura 9), como é o caso do pó químico seco e do gás carbônico, explana Camilo Junior (2019).

Figura 9: Extintor não condutor de corrente elétrica

Fonte: Freepik

Camilo Junior (2019) explica que o primeiro passo a ser tomado na situação de uma ocorrência de um incêndio na Classe C é desligar o quadro de força, pois, assim, ele se transformará em um incêndio Classe A ou B, não apresentando risco ao operador do equipamento de extinção no que diz respeito à descarga elétrica. O autor ainda lembra que não se deve cortar a energia de todo o prédio, mas apenas do andar ou da sala onde estiver ocorrendo o incêndio, visto que esse desligamento total faz parar os elevadores (frequentemente com pessoas dentro), assim como deixa tudo no escuro, dificultando o abandono da área pelas pessoas,

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caso seja necessário. O corte da energia elétrica deverá ser feito caso haja necessidade, devendo o corte geral ser realizado depois do cumprimento das exigências cabíveis, como quando os elevadores estiverem vazios no térreo.

Classe D

De acordo com Brentano (2007), fazem parte dessa classe os fogos em metais combustíveis chamados de pirofóricos, como magnésio, titânio, zircônio, lítio, alumínio etc. Esses metais queimam de forma mais rápida e reagem com o oxigênio atmosférico, atingindo temperaturas mais altas do que outros materiais combustíveis.

Camilo Junior (2019) afirma que os metais pirofóricos são caracterizados por possuírem oxigênio em sua formação molecular e reagirem a baixas temperaturas.

Exemplo: Os exemplos mais comuns são o antimônio e o magnésio, encontrados em motores e rodas de liga leve de veículos, e a pedra de isqueiro (a liga de ferro-cério), que solta faísca quando atritadas, exemplifica Camilo Junior (2019).

Os fogos da classe D demonstram comportamentos diferentes das demais classes, visto que se transformam rapidamente em autossustentáveis e atrapalham a operação de extinção, expõe Carvalho Junior (2019).

O combate exige equipamentos, técnicas e agentes extintores especiais, que formam uma capa protetora isolando o metal combustível do ar atmosférico, esclarece Brentano (2007).

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Classe K

São produtos destinados a formas de cocção em cozinhas (Figura 10) industriais e comerciais e possuem a característica de serem resistentes aos meios normais de combate a incêndio, informa Carvalho Junior (2019).

Figura 10: Cocção em cozinhas:

Fonte: Freepik

A extinção jamais deverá ser feita com água, pois essa classe reage de forma perigosa com a água, causando explosões e ferindo quem estiver por perto. O método mais indicado de combater o incêndio nessa classe é por meio do abafamento (Manual de Prevenção e Combate a Princípios de Incêndio do Paraná de 2013).

Exemplo: São os fogos em óleos e gorduras em cozinhas, exemplifica Brentano (2007).

Esta é uma classe considerada de muita periculosidade, pois o trato com banha, óleos e gordura é muito comum nas cozinhas residenciais

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e industriais, cita o Manual de Prevenção e Combate a Princípios de Incêndio do Paraná (2013).

Causas de incêndio

Para se fazer um projeto de prevenção e combate ao fogo é fundamental que se conheça as causas originárias de um incêndio.

Segundo Brentano (2007), para que se inicie um incêndio em uma edificação, deve-se ter a concorrência essencial de uma fonte de calor, de um combustível e um componente humano, este por meio de falhas no projeto e/ou execução da instalação ou negligência comportamental na ocupação da edificação. Além desses, os outros dois elementos, oxigênio e reação química em cadeia, são imprescindíveis, sobretudo para a manutenção do fogo, e pontos importantes que devem ser atacados para a sua extinção.

Rosa (2015) considera as seguintes causas de incêndios:

• Naturais – ocorre quando o incêndio se origina por causa de fenômenos da natureza, que atuam por si só, de forma independente da vontade humana;

• Artificiais (acidentais e propositais) – acontece quando o incêndio aparece pela atuação direta do homem, ou poderia ser por ele evitado ao tomar as medidas necessárias de precaução;

• Acidental – quando o incêndio é derivado da falta de cuidado do homem, ainda que ele não tenha o propósito de causar o acidente, sendo este o motivo da maioria dos incêndios;

• Proposital – quando o incêndio é gerado de forma criminosa, isto é, existiu o propósito alguém em causar o incêndio (Figura 11).

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Figura 11: Causar o incêndio

Fonte: Pixabay

Para Brentano (2007), o incêndio pode se originar de várias formas, merecendo destaque as seguintes:

• Cigarros e assemelhados – ocorrem mais por imprudência, principalmente com cigarros e fósforos;

• Forno e fogão – o mau uso desses equipamentos e o manuseio sem ser adequado de produtos inflamáveis, como o GLP;

• Eletricidade – o uso inadequado de equipamentos elétricos, isto é, instalações elétricas com dimensão inferior ao que deveria, gambiarras, falta de proteção nos circuitos, tomadas elétricas sobrecarregadas, equipamentos elétricos funcionando de forma irregular, apresentando faíscas, superaquecimento etc.;

• Atrito – acontece em máquinas e equipamentos com defeitos de arrefecimento;

• Líquidos inflamáveis – acontecem principalmente em indústrias por meio de vazamentos acidentais;

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• Raios – além da onda de choque, causam incêndios, principalmente em lugares de armazenamento de líquidos inflamáveis;

• Criminal – são os incêndios criminosos causados para esconder homicídios ou outros crimes, como receber dinheiro de seguros.

Para que se tenha um ambiente seguro, sem riscos de incêndios, faz-se necessário observar todas essas causas de incêndios, fazendo vistorias frequentes e orientações adequadas com o propósito de evitá- las.

RESUMINDO:

Neste capítulo, você deve ter compreendido que existem temperaturas diferentes de acordo com o avanço do aquecimento do calor, sendo: primeiro, o Ponto do Fulgor;

segundo, o Ponto de Combustão; e, terceiro, o Ponto de Ignição. Conheceu também os principais pontos de temperaturas de alguns combustíveis. Além disso, viu que as classes de incêndios que se dividem em: Classe A, que são os fogos que queimam em profundidade e deixam resíduos após a combustão; Classe B, que queimam apenas em superfície e não deixam resíduos; Classe C, que são os fogos em equipamentos elétricos energizados; Classe D, os fogos em metais chamados de pirofóricos; e, Classe K, que são produtos destinados a formas de cocção em cozinhas industriais e comerciais. Por fim, você conheceu as causas de incêndios que poderão ser naturais ou artificiais (acidentais ou propositais), podendo se originar através de cigarros e assemelhados, forno e fogão, eletricidade, atrito, líquidos inflamáveis, raios ou criminal.

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Métodos de extinção, resistência dos materiais ao fogo e a explosividade

INTRODUÇÃO:

Neste capítulo, iremos analisar os métodos de extinção do fogo, conhecendo os agentes extintores, bem como compreender a resistência dos materiais ao fogo e a explosividade como causa de incêndios.

Métodos de extinção

Consoante Barsano e Barbosa (2018), para que o fogo não alcance o nível de um incêndio difundido por todo o ambiente, no decurso da sua propagação sem controle, devem ser empregados procedimentos e equipamentos apropriados para a extinção das chamas. Deste modo, é essencial que um ou mais elementos que constituem o Tetraedro de Fogo sejam anulados, rompendo o seu ciclo de alimentação.

O Tetraedro do Fogo é aquele que, em cada face dele, além do comburente, do calor e do combustível, é necessária a reação química.

O procedimento adequado para a interrupção desse ciclo contínuo é o emprego dos métodos de extinção de incêndio, com a utilização de agentes extintores apropriados, cumprindo as características de cada classe de incêndio e, dessa maneira, proporcionando um combate com maior eficiência e sem riscos adicionais ao combatente na hora do acontecimento, explica Barsano e Barbosa (2018).

Brentano (2007) destaca que os métodos de extinção do fogo (Figura 12) acontecem segundo o elemento componente que se pretende neutralizar, podendo ocorrer por isolamento (retirada do material), por abafamento (retirada do comburente), por resfriamento (retirada do calor) e pela extinção química (quebra da cadeia de reação química).

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Figura 12: Métodos de extinção do fogo

Fonte: Elaborado pela autora com informações de Brentano (2007).

Vejamos as características de cada um desses métodos de extinção:

• Isolamento – existem situações em que se pode remover o material, como no caso de tanques de combustível, pois o fogo é retirado pelo fundo e transferido para outro lugar por meio de drenos, explana Brentano (2007). Uanderley (2019) lembra, ainda, que esse procedimento age na base do fogo, pois um dos elementos é removido, de modo que a chama se elimina, assim, pode ser retirado o combustível (que queima) ou os combustíveis próximos ao fogo (e que ainda não queimaram).

NOTA:

Retira-se o material combustível que ainda não foi atingido, impedindo, assim, a ampliação do espaço incendiado, cita Barsano e Barbosa (2018).

• Abafamento – procura-se impedir que o material em combustão seja sustentado por mais oxigênio do ar, diminuindo a sua concentração na mistura inflamável, descreve Brentano (2007). Barsano e Barbosa (2018) complementam lembrando que a remoção do comburente (oxigênio) extingue o elemento que acentua a propagação do fogo,

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fazendo uso de agentes extintores naturais (areia ou terra) ou químicas (bicarbonato de sódio, sulfato de alumínio, grafite em pó etc.).

NOTA:

Sem o comburente não existe chama, dessa forma, no abafamento, o contato do oxigênio com o combustível é diminuído ao mínimo ou impedido totalmente, informa Uanderley (2019).

• Resfriamento – baseia-se na eliminação do calor do material combustível, reduzindo a sua temperatura com o emprego de água, demonstra Barsano e Barbosa (2018). Brentano (2007) explica que, quando o material em combustão não tem mais capacidade de produzir gases e vapores em quantidade considerável para se misturar com o oxigênio do ar e sustentar a mistura combustível indispensável para conservar a reação química em cadeia, porque a perda de calor para o agente extintor é maior que o auferido do fogo, este começa a ser controlado até a sua completa extinção.

NOTA:

É a maneira mais usual de acabar com o fogo em imóveis.

• Extinção química – esse procedimento de extinção utiliza produtos externos à combustão que, ao serem jogados no fogo, tem suas moléculas desassociadas pela ação do calor, explicita Uanderley (2019). Barsano e Barbosa (2018) esclarecem que esse método se baseia na interrupção da reação em cadeia, dificultando seu ciclo constante diretamente na área das chamas, com agentes extintores que reajam ao contato com o fogo e extingam o comburente.

Agentes extintores

Cada material combustível possui características de combustão próprias, demandando, com isso, maneiras particulares para que o fogo

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seja extinto. O agente extintor a ser empregado deve ser adequado para que a sua ação seja rápida e eficiente, ocasionando o mínimo de danos à vida das pessoas, ao conteúdo e à edificação (BRENTANO, 2007).

Os principais agentes extintores utilizados são a água (Figura 13), a espuma aquosa ou mecânica, os gases inertes e os pós químicos secos.

Figura 13: A água

Fonte: Freepik

Vejamos cada um deles:

A água, para Brentano (2007), é a substância mais utilizada como agente extintor por diversos motivos, tais como: por ser a mais divulgada e, logo, a que possui maior disponibilidade, abundância e a mais barata;

por ser a mais efetiva no combate ao fogo, porque tem grande poder de absorção do calor e por ser um agente extintor seguro, não-tóxico, não- corrosivo e estável. Ela atua, quando em estado líquido, sobre o fogo por resfriamento, absorvendo calor e se aquecendo até modificar-se em vapor que, então, opera por abafamento, diminuindo o percentual de oxigênio e, por conseguinte, sua inflamabilidade, menciona Brentano (2007).

NOTA:

O vapor é empregado como agente extintor de indústrias onde ele já é usado continuamente nos processos produtivos, relata Brentano (2007).

A espuma aquosa ou mecânica é formada por bolhas de gás, geralmente o ar, constituída a partir de uma solução aquosa de um

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agente concentrado líquido especial gerador de espuma (extrato) e é feita com a agitação de uma mistura de água com o extrato em determinadas proporções com a aspiração concomitante de ar atmosférico, esclarece Brentano (2007), que informa, ainda, que as edificações que processam, condicionam ou manuseiam combustíveis ou líquidos inflamáveis, devem ser protegidos por sistemas de chuveiros automáticos abertos ou projetores que espalham espuma.

NOTA:

Ela é utilizada na extinção do fogo em líquidos derramados ou contidos em tanques combustíveis (BRENTANO, 2007).

Os gases inertes mais usados nas composições são o dióxido de carbono, nitrogênio, argônio e outros, porém, o mais utilizado, mais barato e um dos mais efetivos é o dióxido de carbono. Eles são utilizados em equipamentos energizados eletricamente, arquivos, bibliotecas, cozinhas e em quase todos os materiais combustíveis, descreve Brentano (2007).

Para Brentano (2007), os pós químicos possuem como bases químicas principais o bicarbonato de sódio, o bicarbonato de potássio e o monofosfato de amônia, misturados com aditivos que oferecem estabilidade ao pó frente à umidade.

IMPORTANTE:

Deve-se evitar sua utilização em equipamentos eletrônicos, pois o pó químico em contato com a umidade do ar desgasta as placas dos circuitos alcançados (BRENTANO, 2007).

Os pós químicos são eficientes em acabar com o fogo em líquidos inflamáveis, podendo ser usados no combate a fogos em alguns equipamentos elétricos energizados, assim como são uma opção ao dióxido de carbono na extinção dos fogos sem uso da água, elucida Brentano (2007).

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Resistência dos materiais ao fogo

De acordo com Bertolini (2016), no decurso de um incêndio, os danos aos materiais (Figura 14) podem ocasionar uma alteração estrutural ou permitir a propagação do fogo. Desse modo, a estabilidade de um elemento construtivo ou estrutural específico, em razão do tempo de exposição ao fogo, é uma propriedade importante tanto para os materiais estruturais quanto para os materiais que separam os ambientes.

Figura 14: Danos aos materiais

Fonte:Pixabay

Silva (2018) destaca que a temperatura dos gases quentes em um incêndio sofre variação com o tempo e precisa de algumas variáveis, como a carga de incêndio e o grau de ventilação. O autor define a carga de incêndio como a reunião dos possíveis caloríficos de todos os materiais internos ao compartimento, compreendendo mobiliário, revestimentos e outros materiais combustíveis e, possivelmente, até a estrutura (madeira);

já o grau de ventilação do compartimento é verificado em função da área

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de aberturas para o exterior do compartimento, podendo ser a área total de janelas direcionadas para o exterior do compartimento.

Para Silva (2018, p. 89), “a resistência ao fogo é a propriedade de um elemento construtivo de resistir à ação do fogo, mantendo sua segurança estrutural, seu isolamento e sua estanqueidade”.

Já Bertolini (2016) define a resistência do fogo como a conduta de um componente de construção que preserva, por um tempo determinado durante um incêndio, a estabilidade, a capacidade resistente ou a vedação e o isolamento térmico.

SAIBA MAIS:

Aprofunde-se mais nesse tema lendo o artigo “Materiais de construção resistentes ao fogo”. Disponível em: https://bit.

ly/3497YPM

Para garantir a estabilidade, é indispensável que as variações das propriedades do material e a alteração das divisões conservadas sejam capazes de manter a resistência mecânica e prevenir o colapso. A vedação é garantida se as chamas, vapores ou gases quentes não alcançarem o lado não exposto ao fogo, seja porque não podem transpassar o elemento construtivo, seja porque são emitidas pelos materiais que o compõem. O isolamento térmico é importante para assegurar que o calor gerado na zona de incêndio não seja difundido aos ambientes presentes, esclarece Bertolini (2016).

IMPORTANTE:

As estruturas devem ser calculadas para que se tenha uma resistência mínima ao fogo, denominada tempo requerido de resistência ao fogo, e são fornecidos pelas Instruções Técnicas dos Corpos de Bombeiros de cada Estado ou, na ausência delas, pela ABNT 14432:2001 – Exigências de resistência ao fogo dos elementos construtivos das edificações, cita Silva (2018).

Bertolini (2016) explica que determinados materiais de construção, além de suportar as consequências de incêndio, podem acabar

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promovendo-o, pois, com a alta temperatura, podem transformar-se em combustíveis, o que ocorre geralmente com a madeira (Figura 15) e as matérias plásticas, as quais, por degradação térmica, emitem substâncias voláteis combustíveis.

Figura 15: Madeira

Fonte: Pixabay

Vejamos dois exemplos de como os materiais se comportam durante um incêndio:

• Os materiais metálicos não manifestam nenhuma reação ao fogo, não colaborando, assim, para o aumento de calor e de chamas, contudo, os elementos construtivos produzidos em materiais metálicos, quando entram em contato com o fogo, conseguem espalhar o calor rapidamente, explicita Bertolini (2016).

• O gesso e uma grande quantidade de produtos comerciais que resultam dele possuem um bom comportamento ao fogo e são muitas vezes empregados para realizar elementos de suporte (paredes, forros etc.). Os elementos em gesso não queimam e não são deteriorados de forma substancial pelo fogo, assim como a

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microestrutura e a composição química do gesso permitem impedir a propagação do calor, descreve Bertolini (2016).

VOCÊ SABIA?

Em um incêndio ocorrido em uma casa de shows em Santa Maria – RS, no ano de 2013, considerada a segunda maior tragédia no Brasil em número de óbitos ocasionados por um incêndio, o parecer técnico emitido pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul – CREA/RS (2013) determinou que as prováveis causas para que o incêndio tenha ocorrido foram a combinação do uso de material de revestimento acústico inflamável, exposto na zona do palco, associado à realização de um show com componentes pirotécnicos, descreve Mohamad (2015).

Dessa forma, a situação ideal para planejar um edifício que possua resistência ao fogo é retratada pelo uso de materiais não combustíveis, que tenham capacidade de aquecer-se de forma lenta e de manter, mesmo em altas temperaturas, uma alíquota sólida de sua resistência, explana Bertolini (2016).

A explosividade

Outro tema de grande relevância para o nosso estudo trata da explosividade.

De acordo com Barsano e Barbosa (2013), os incêndios motivados por explosões originadas de armazenamento impróprio de produtos perigosos causam preocupação, dessa forma, faz-se fundamental conhecer as características e os perigos dos produtos usados nos ambientes físicos de cada área de atuação, para servir como critério na adoção de medidas de prevenção.

Um dos casos em que se deve ter muito cuidado é com o gás GLP (o gás de cozinha), pois ele é um líquido inflamável derivado do petróleo, confinado em um botijão (Figura 16), composto por propano e butano, que são materiais mais pesados que o ar e inodoro, assim, nesses casos,

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algumas medidas de segurança devem ser tomadas, como a instalação de detectores desses gases em cozinhas industriais e em estabelecimentos que se façam necessários, assim como armazenar esses produtos em locais externos, demonstra Barsano e Barbosa (2013).

Figura 16: Botijão

Fonte: Freepik

Qualquer método de prevenção deve ter como centro medidas técnicas, organizadas por profissionais com conhecimento em segurança do trabalho, prevenção em combate a incêndios, profissionais da área ambiental, assim como as normas regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho; as normas brasileiras da ABNT; as instruções

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técnicas dos Corpos de Bombeiros; as legislações ambientais; e, outras leis e normas regulamentadas, explicitam Barsano e Barbosa (2013).

RESUMINDO:

Neste capítulo, você deve ter compreendido que deve existir o emprego de procedimentos e equipamentos apropriados para se fazer a extinção das chamas, que os métodos de extinção do fogo podem ocorrer: por isolamento, com a retirada do material; por abafamento, com a retirada do comburente; por resfriamento, com a retirada do calor; e, pela reação química, com a quebra da cadeia da reação química. Além disso, conheceu os principais agentes extintores, que são a água, a espuma aquosa, os gases inertes e os pós químicos secos. Viu também: a resistência dos materiais ao fogo, que se trata da conduta de um componente de construção que preserva por um tempo determinado durante o incêndio; a estabilidade;

a capacidade resistente ou a vedação; e, o isolamento térmico. Por fim, você conheceu a explosividade que pode ocorrer por armazenamento impróprio de produtos perigosos e que devem ser observadas as medidas de prevenção corretas para essas situações.

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REFERÊNCIAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR – 13860: Glossário de termos relacionados com a segurança contra incêndio.

Rio de Janeiro. 1997. Disponível em: https://bit.ly/37nmLsa Acesso em: 18 jul. 2020.

BARSANO, Paulo Roberto; BARBOSA, Rildo Pereira. Segurança do trabalho: guia prático e didático. 2. ed. São Paulo: Érica, 2018.

BARSANO, Paulo Roberto; BARBOSA, Rildo Pereira. Controle De Riscos: prevenção de acidentes no ambiente ocupacional. São Paulo:

Érica, 2013

BERTOLINI, Luca. Materiais de construção: patologia, reabilitação, prevenção. São Paulo: Editora Oficina de textos, 2016.

BRENTANO, Telmo. Instalações hidráulicas de combate a incêndios nas edificações. 3. ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007.

CAMILO JUNIOR. Abel Batista. Manual de Prevenção e Combate a Incêndios. São Paulo: Editora Senac, 2019.

CARVALHO JUNIOR, Roberto de. Interfaces prediais: hidráulica, gás, segurança contra incêndio, elétrica, telefonia, NBR 15575 - Norma de Desempenho. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2019.

CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DE SÃO PAULO. Manual de Segurança contra incêndio nas edificações e áreas de risco. Coletânea de manuais técnicos de bombeiros. 1. ed. 2006.

DICIONÁRIO ON-LINE DE PORTUGUÊS. Incêndio. Disponível em:

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Referências

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