CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA
Bruxelas, 15 de Maio de 2006 (16.05) (OR. fr)
9375/06
PESC 445 COAFR 89 ACP 77
RESULTADOS DOS TRABALHOS
Assunto: República Democrática do Congo – Conclusões do Conselho
Na sessão de 15 de Maio de 2006, o Conselho (Assuntos Gerais e Relações Externas) aprovou as conclusões sobre a República Democrática do Congo que constam em anexo.
ANEXO Conclusões do Conselho sobre a República Democrática do Congo
1. Ao aproximarem-se as eleições na RDC, o Conselho procedeu a uma análise global da acção externa da UE na RDC. O Conselho reafirma o seu empenhamento e a importância que atribui ao bom desenrolar das eleições. Uma transição bem conseguida na RDC terá um impacto fundamental sobre a paz e o desenvolvimento da região dos Grandes Lagos e em todo o continente africano.
2. O Conselho saúda o trabalho efectuado pela Comissão Eleitoral Independente (CEI) e o apoio oferecido pela Missão da Organização das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUC). O Conselho toma nota da data de 30 de Julho para as eleições legislativas e presidenciais, fixada pela CEI. O Conselho exorta as autoridades do Congo a assegurar que a data das eleições seja respeitada. Será igualmente necessário que a CEI fixe, logo que possível, a data de uma eventual segunda volta das eleições presidenciais, bem como a data das eleições provinciais e das eleições indirectas para o Senado. Por outro lado, deverá ser confirmada a realização de eleições municipais e locais.
3. O Conselho congratula-se com a realização de eleições que deverão dar resposta à profunda aspiração do povo congolês de eleger aqueles que o irão representar nos diversos níveis das instituições democráticas e de exprimir o seu voto sobre programas e projectos de sociedade relativos ao futuro do país: paz, desenvolvimento, segurança, boa governação, fim da
impunidade. Exorta todos os partidos e intervenientes políticos a levar a cabo uma campanha eleitoral positiva e geradora de esperança e a manterem um discurso responsável, evitando atiçar as divisões e mostrando-se preocupados com a manutenção da ordem pública e do
4. O Conselho considerou sempre que a realização de eleições tão inclusivas quanto possível constituiria a melhor garantia de estabilidade pós-eleitoral. Estão reunidas as condições para que todos aqueles que o desejem possam nelas participar. Todavia, deverá ainda ser votada uma lei sobre o financiamento dos partidos políticos. O Conselho apela a todos os partidos políticos, inclusive àqueles que optaram por não participar nas eleições, para que se
comprometam a respeitar o veredicto das urnas. Além disso, todos deverão encarar o futuro num espírito de reconciliação e de consenso nacional, espírito esse no qual todas as forças políticas deverão participar na reconstrução do país.
5. O Conselho insta os países da região a fazerem uso da sua influência para contribuírem para o bom desenrolar das eleições. O êxito da transição na RDC é do interesse de toda a região. A este respeito, o Conselho congratula-se com a acção contínua dos Estados Unidos da América, no âmbito da sua promoção da "comissão tripartida mais um".
6. O Conselho recorda que a responsabilidade pela segurança das eleições cabe em primeiro lugar ao Governo nacional de transição, auxiliado pela MONUC. O Conselho continua preocupado, apesar dos progressos alcançados na reforma do sector da segurança, com a situação em várias zonas do leste do país, nomeadamente no Ituri, nos Kivus e no Catanga do Norte, bem como com a ausência de certos grupos no processo de integração do exército. O Conselho exorta as autoridades congolesas a prosseguirem a integração do exército e a sanarem os problemas de comando, de disciplina e de impunidade, bem como os que se referem à gestão das finanças e ao enquadramento social. Recorda igualmente a necessidade de zelar estritamente pelo respeito do embargo às armas com destino a grupos armados na RDC, supervisado pelo comité do Conselho de Segurança criado pela Resolução 1533 (2004).
O Conselho saúda a acção determinada do Tribunal Penal Internacional na luta contra a impunidade na RDC.
7. O Conselho congratula-se com a adopção da Resolução 1671 pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, em 25 de Abril de 2006, que autoriza a realização da operação EUFOR RD Congo durante o período das eleições na RDC. Recorda a sua decisão de lançar esta operação em resposta ao pedido das Nações Unidas. Esta operação tem por objecto prestar apoio à MONUC quando esta última não disponha de capacidades para fazer face a determinadas situações. A operação será dirigida a partir do quartel-general posto à disposição da UE pela Alemanha, em Potsdam. Além disso, a missão EUPOL Kinshasa será reforçada durante o período das eleições a fim de ajudar a polícia congolesa na coordenação das actividades das suas unidades durante o processo eleitoral. A UE estará assim em condições de prestar um contributo importante para um ambiente mais estável e mais seguro durante o período eleitoral.
8. A operação EUFOR RD Congo inscreve-se na continuidade do empenhamento da UE no apoio ao processo de transição na RDC (assim, a UE forneceu mais de metade do
financiamento necessário ao processo eleitoral) e no domínio da segurança. O Conselho recorda a acção levada a cabo e os resultados obtidos pelas missões EUSEC RD Congo no domínio da reforma do sector da segurança, nomeadamente através do projecto da cadeia de pagamento, e pela EUPOL Kinshasa para a formação da Unidade de Polícia Integrada em Kinshasa.
9. O Conselho salienta que é importante que a comunidade internacional prossiga a acção em que está empenhada na RDC para além do período eleitoral , a fim de continuar a acompanhar a população congolesa na reconstrução do país e no domínio da segurança. A União Europeia
está decidida a manter o seu esforço de acompanhamento em apoio das autoridades que resultarem das eleições. A reforma do sector da segurança deve ser prosseguida com a maior determinação; em especial, serão analisadas opções que permitam uma abordagem global na
11. O Conselho observa que a realização da segunda cimeira da região dos Grandes Lagos, bem como as decisões que essa cimeira for chamada a tomar, deverão conferir um ímpeto
adicional à reconstrução da RDC e à cooperação regional.