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ENTREVISTA. Como tem sido a relação com o legislativo?

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Academic year: 2022

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Na edição de Natal da One Weekend o en- trevistado é o secretário de Governo Celso Donato (PSDB). Ele faz um balanço sobre seu trabalho nos últimos cinco anos à frente da secretaria, fala sobre o projeto do Hospi- tal do Câncer e confirma sua pré-candidatu- ra a Deputado Federal. Confira!

Qual o balanço que você faz sobre os seus cinco anos à frente da secretaria de gover- no?

Um balanço de muito aprendizado por mais que a gente já tem experiência ba- gagem política. Eu tive a oportunidade de

participar de administrações anteriores, não como secretário, claro. São estágios que você vai fazer na vida e vai evoluindo profissionalmente, uma verdadeira escola de administração pública é a prática. A mi- nha área de formação é a administração.

Acabei me especializando em administra- ção pública exercendo ela no dia a dia. Isso desde a época que participei do gover-

no Sebastião Navarro atuando na área da educação e depois no governo do Pauli- nho Courominas trabalhando na saúde. Já em Belo Horizonte tive a oportunidade de trabalhar com o Doutor Mosconi enquan- to Anastasia era governador. Durante esse período pude vivenciar uma esfera gover- namental diferente, convivendo com depu- tados e também dentro do governo de Mi- nas. Tudo isso me credenciou para que eu tivesse a confiança do prefeito Sérgio Aze- vedo e assumisse a secretaria de Governo.

Como tem sido a relação com o legislati- vo?

A gente vai aprendendo com os erros.

Você vai tendo mais experiência também no trato da relação executivo-legislativo.

São duas vezes legislaturas totalmente diferentes. Tanto que só quatro são rema- nescentes da legislatura anterior. Eu acre- dito desde o primeiro dia nessa legislatura.

Procurei manter um contato mais próximo com os vereadores. Com muito diálogo.

Cito, por exemplo, o projeto do ISSQN do esporte. É um projeto que ficou na Câmara na legislatura passada por muito tempo e

ENTREVISTA

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que não foi aprovado não por falta de re- lacionamento do Executivo com o Legisla- tivo, mas pelo fato dos vereadores serem outros. Nós temos um vereador do esporte que defende a categoria lá dentro, o Pau- lista. Ás vezes é preciso ter o timming cor- reto. Além disso, importante ressaltar que a secretaria de governo vai fechar esse ano com mais de 1200 pedidos de informação respondidos, o que representa um valor

30% maior do que o primeiro ano de 2017 e o dobro em relação ao primeiro ano do ex- -prefeito Eloísio. Isso é produtividade. Para justamente ter um bom relacionamento com o legislativo de responder os pedidos de informação no prazo. Ao mesmo tempo um recorde de leis sancionadas. Até o pre- sente momento são 108.

Entre elas o Plano Diretor?

O Plano Diretor é a cereja do bolo. Ape- sar de todas as polêmicas e discussões eu desconheço locais que a votação do o Plano Diretor não tenha sido polêmica. Em Belo Horizonte mesmo, nós temos a Maria Caldas, ex-secretária do prefeito Luiz Antô- nio Batista que foi a mãe do Plano Diretor do governo Kalil e que sofreu muito para conseguir sua aprovação na Câmara dos Vereadores da capital. Por aqui, a polêmi- ca foi por conta das emendas. O texto-ba- se em si do projeto enviado pelo executi- vo foi aprovado. A essência do projeto do texto-base não teve polêmica. Essa apro- vação é muito boa para Poços de Caldas.

Essa legislatura deixa um legado pois ela

está fazendo diferente das últimas três le- gislaturas que tentaram aprovar o plano diretor e não conseguiram. Carregar um plano diretor debaixo do braço do ano de 2006 depõe muito contra a cidade. Agora você consegue ter uma revisão plano di- retor que não é ideal, que não é perfeito e que precisa ainda de muitos estudos para a gente chegar num ponto ideal. Claro, é muito difícil agradar a todos. De um lado você tem construtores e ambientalistas. No meio você tem os agentes políticos que

querem buscar o equilíbrio daquilo que é o melhor para a cidade. O aprovado é melhor do que aquele que nós temos hoje. Acho que foi um avanço para a cidade. Ele não é de autoria só nossa. Foi construído na ges- tão do Paulinho, lapidado no governo Elo- ísio, também lapidado na primeira gestão do Sérgio e agora aprovado. Passou não mão de diversos secretários, com a partici- pação ativa, inclusive, do Tiago Cavelagna como vereador e depois como secretário.

Inclusive, o plano aprovado foi protocolado por ele quando era secretário e que fez a audiência pública.

É o primeiro governo reeleito em Poços de Caldas. As administrações anteriores sem- pre se comparavam com a que as antece- diam. À partir de agora vocês só poderão se comparar com vocês mesmos. É um de- safio se auto-comparar?

Sim, é mais desafiador. Ao mesmo tempo a gente conseguiu neste primeiro ano do segundo mandato colocá-lo como o me-

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lhor deste período de 5 anos. Não por es- tarmos aqui dentro , não, mas pelo que a gente sente do retorno da população. Pe- las obras estão sendo entregues agora, como por exemplo, no aniversário da cida- de, a ciclovia e o eletroposto. Cito também exemplos da Avenida Gentil Messias, uma obra planejada desde o segundo semestre do ano passado e que se tivesse tido uma alternância de poder, talvez o prefeito que entrasse não concordasse com a execu- ção, além da UBS São Jorge que está sen- do realizada com recursos da contrapartida do curso de medicina da PUC e já vai ser entregue em Março de 2022. Talvez um ou- tro governo não concordasse também com essa execução. Eu vejo que a alternância é salutar. Este governo de 8 anos que Po- ços está experimentando está sendo muito exitoso. Normalmente quando você assu- me uma gestão se gasta muito tempo fa- zendo um diagnóstico e planejando o que você vai fazer dentro do mandato. Por mais que você tenha um plano do governo, esse plano de governo se revela bem diferente da realidade daqui de dentro, daquilo que você levou para uma campanha eleitoral.

As dificuldade as vezes são muito maiores ou tem variantes que você desconhecia.

Hoje nós não tivemos que fazer uma tran- sição e ao mesmo tempo não precisamos fazer um diagnóstico da prefeitura. O plano de governo da última eleição era um con- tinuidade daquilo que nós não consegui- mos fazer no primeiro mandato por algu- ma razão ou por dificuldades financeiras e burocráticas. Além de novos projetos que

foram colocados no plano de governo para a reeleição e que já estamos conseguindo tirar do papel. Desde o primeiro dia de Ja- neiro 2021 tivemos um trabalho de entrega de sementes plantadas durante o primeiro mandato.

Um terreno será colocado a venda para a construção do Hospital do Câncer. Você garante que esse terreno será vendido e que não acontecerá algo semelhante ao que aconteceu com o Complexo Santa Cruz, por exemplo?

Ótima pergunta. O complexo Santa Cruz é um terreno muito valorizado na área cen- tral da cidade. Mas eu acho que ele tem algumas nuances diferentes desse terreno lá da Garagem Municipal, que na verdade não é sua garagem, é um terreno no en- torno da garagem de 38000 m2. O com- plexo Santa Cruz tem um acesso de certa maneira estrangulado. Fica no alto de um morro, existe necessidade de uma demo- lição, já existe uma construção precária no local, o reaproveitamento do que está ali é mínimo apesar da construção hoje ter muitas tecnologias capazes de reapro- veitar parte do que está ali. Mas lá existe esse gasto, diferentemente do terreno da garagem. Esse terreno está localizado em uma área nobre, com residências de mé- dio e alto padrão. Ele está no Jardim Euro- pa e Novo Mundo, de costas para os prin- cipais condomínios fechados, na zona da cidade que hoje é onde acontece a maior especulação imobiliária para novos em-

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preendimentos. Basta ir até os bairros Elvi- ra Dias, Country Club, Vila Toni, região em que toda semana há pedidos na secretaria do planejamento para aprovação de novas construções. Enfim, a especulação imo-

biliária é muito grande e também já há a escassez de terrenos nessa região. Enfim, existe ali um leque de empreendimentos imobiliários possíveis para o comprador. O mercado imobiliário está muito aquecido e isso nos faz ter um otimismo muito gran- de com a possibilidade de venda em um tempo breve a esse terreno da garagem e transformá-lo em seguida na construção do Hospital do Câncer.

Intervenção do secretário de comunicação Paulo Ney: Quando foi publicado o edital do Complexo Santa Cruz estávamos no auge da pandemia. Os investimentos es- tavam retraídos. Foi num momento ruim.

Você pode ter certeza que quando publi- carmos o próximo edital certamente tere- mos interessados também no Complexo Santa Cruz.

Em março de 2020 foi quando o complexo Santa Cruz teve a sua primeira tentativa de venda. Por mais que o mercado imobiliário tenha aquecido, com recorde de vendas, inclusive, com aumento de custos, é um investimento muito grande, da ordem de 15 a 16 milhões de reais pro investidor gas- tar só com o terreno e depois, em plena pandemia ter que viabilizar aquele empre- endimento. Agora, pós-pandemia, nós es- tamos muito otimistas também que o com-

plexo Santa Cruz conseguirá ser vendido por se tratar de um terreno na área central da cidade. Uma área em torno de 10.000 m2. Você não acha uma área de 10.000 m2 no centro, podendo receber a construção também localizada hoje uma vista privile- giada.

No Complexo Santa Cruz nunca apareceu um interessado sequer?

Só especulações. Apenas sondagens.

Efetivamente não?

Não. Até porque o pessoal evita de forma efetiva pois o interesse de um pode des- pertar o interesse de outros.

Quando falamos no Hospital do Câncer, automaticamente pensamos em pacientes fragilizados não apenas fisicamente como psicologicamente. Qual a garantia que o atual governo dá de que esse hospital sai- rá do papel e que não se trata de uma pro- messa de ano eleitoral ou uma outra pro- messa que não vai sair do papel como, por exemplo, a revitalização da Avenida João Pinheiro?

O Hospital do Câncer já foi alvo de muitas promessas. Se tem uma coisa que o prefei- to sempre tomou o cuidado foi de não ge- rar falsas expectativas quando você mexe com a saúde e a esperança das pessoas. O Hospital do Cãncer foi algo que muito ana- lisado momento a momento, algo conver-

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sado com a Santa Casa, com o Dr. Tobias, médico responsável pela oncologia e esti- vemos em Pouso Alegre acompanhando o lançamento do hospital que foi anunciado lá. Poços de Caldas, hoje, recebe pacientes de toda região. Até mesmo o ex vice-pre- feito de Pouso Alegre, hoje Deputado, Dr.

Paulo, falou da importância da nossa cida- de no setor oncológico. O hospital de Pou- so Alegre não concorre, os dois se com- plementam. O nosso Hospital do Câncer é um anúncio hospital é uma realidade, é um anúncio de realidade. Ele foge de questões eleitorais. Foi vítima de promessas por fal- ta de parlamentares. Enquanto Poços de Caldas teve o Doutor Mosconi como Depu- tado e Anastasia como governador ele era uma realidade. Mosconi deixou de ser De- putado e o Anastasia não fez um sucessor.

O governador Fernando Pimentel, então, revogou os dois convênios. Chegamos a ter ensaios, buscamos ajuda de parlamen- tares que não são da cidade, mas ficaram na promessa. O prefeito Sérgio sempre foi muito cobrado para vender alguns terre- nos. E por tudo isso que já expliquei, pelas características desse terreno que estamos colocando á venda, esse valor, sendo ven- dido, só pode ser utilizado para investi-

mentos. Não pode ser gasto com custeio.

À partir do momento que a Câmara de Ve- readores aprova a venda, ele tem que ser utilizado para a chamada despesa de ca- pital. É para investimento. Então não tem porque ser uma promessa. Nós estamos em 2021, que não é ano eleitoral, mas an- tecedente um ano eleitoral. Se o anúncio

fosse feito 2022, poderiam falar que se tra- ta de promessa eleitoral por ser um ano

eleitoral. Se anunciado em 2023 diriam que está faltando um ano para a eleição 2024.

Portanto, não se trata de uma promessa eleitoral. Se trata e um compromisso que será cumprido dentro do mandato do pre- feito Sérgio até 2024.

O Sérgio foi eleito com uma base vitorio- sa na Câmara. Tanto PSDB quanto DEM, Progressistas e PSC fizeram vereadores. O NOVO, no entanto, tem acompanhado a base do governo nas votações. O NOVO é considerado um partido de situação?

O NOVO é tratado como um partido que segue a sua cartilha. Ele não entra nem na questão de situação e nem na questão de oposição. Nós temos muita simpatia com seu conteúdo programático. Podemos per- ceber que o NOVO, dentro da postura dos seus parlamentares, tanto no Congresso Nacional quanto nas Assembléias Legislati- vas, ele tem uma agenda programática. Ele defende, por exemplo, a desestatização.

Então, você sabe que, se você colocar ali, qualquer proposta de desestatização, que o NOVO vai aprovar. Ele tem uma agen-

da liberal, uma agenda progressista e os projetos que estão dentro do nosso plano de governo são comungados muito pelo partido NOVO. Nós temos um ótimo rela- cionamento não só com vereador Kleber Silva mas com as pessoas que fundaram o NOVO em Poços de Caldas. Uma relação de conteúdo programático mesmo. Até

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mesmo durante a campanha do ano pas- sado, o partido não teve candidato a pre- feito, mas nós sentamos num sábado para discutir assuntos comuns do plano de go- verno. A gente sabe o posicionamento do partido em relação ao DMAE, em relação a estrutura administrativa da prefeitura como um todo, em relação ao DME e as autar-

quias. Dentro dessa agenda Llberal que o partido defende nós temos vários pontos em comum. Eu vejo que o NOVO quando acompanha a maioria das votações é mais seguindo a sua cartilha Nós temos uma enorme simpatia pelo governador Zema e um desejo de apoiar sua reeleição. Tenho certeza de que o Zema tem interesse em ter o apoio do prefeito Sérgio e vice-versa.

Enfim, esses pontos nos unem ao NOVO.

Você vai permanecer na presidência do PSDB Municipal durante o processo eleito- ral do ano que vem?

Eu estou presidente do PSDB até a próxi- ma convenção. Inclusive, já era pra termos realizado esse processo, o partido em todo o país, por conta da pandemia acabou jo- gando a convenção para o ano que vem.

Por questão de estatuto eu não posso per- manecer na eleição no ano que vem. O

partido permite uma eleição de dois anos com reeleição para mais dois anos, o que já aconteceu. Cumpro o meu ciclo, sou a favor da alternância de poder. Já são cinco anos no comando. Serei o presidente que ficou mais tempo à frente do PSDB e isso é motivo de orgulho. Trata-se de um partido

plural, com diretório na cidade, com histó- ria e que já fez muito por Poços de Caldas Portanto, não permanecerei como presi- dente do PSDB por questão estatutária e mesmo que pudesse não seria esse o meu objetivo.

Meses atrás houve uma polêmica com o vereador do PSDB Claudiney Marques. O partido se posicionou junto ao parlamen- tar, houve algum tipo de conversa? No caso, você como presidente do partido.

O vereador Claudiney veio para o partido com nosso apoio. Ele teve vários convites de outras legendas e fizemos questão de trazê-lo para o PSDB. Ele tem um grande trabalho social na cidade com muitos anos de dedicação. Chegou a ser eleito em 2016 mas uma questão jurídica, de não descom- patibilização, acabou não assumindo. In- dependentemente de eu estar presidente do partido ou secretário de governo: cada agente político seja secretario ou também vereador tem as sua convicções pessoais, as suas idéias. Não é pelas pessoas se-

rem do mesmo partido que todos tem que pensar igual e concordar. Pelo contrário. O respeito existe entre todos e são nas idéias divergentes que todos os partidos cres-

cem. Se todos falarem igual ao amém para o líder não haverá evolução. Nesse aspec- to, o vereador Claudiney tem uma linha de trabalho que é respeitada pelo PSDB. As- sim como também vereador Flávio. E assim como o vereador Ricardo que, por exem- plo, tem uma ligação muito forte com a

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Igreja Católica, dentro dos seus princípios e valores. O Flavio tem uma linha mais mo- derada e o Claudiney uma linha mais con- servadora dentro do que ele acredita e o PSDB respeita. É um vereador muito leal, um parlamentar que tem uma forma de se relacionar com as pessoas buscando o diá- logo, buscando o consenso e, de certa ma- neira, a polêmica, que envolveu seu nome, sim, nós o procuramos no sentido de que estávamos com ele. Que respeitamos o posicionamento dele, não que necessaria- mente o PSDB apoiasse o que foi falado.

Agora, na minha opinião, e eu não tenho dificuldade em dizer isso, o vereador Clau- diney não fez apologia ao nazismo ou ao fascismo. Ele criou o enredo de uma his- tória que estava acontecendo e uma com- paração que cabe interpretações. Mas eu prefiro não entrar nessa polêmica.

Seu nome surge agora como pré-candi- dato a Deputado Federal. Já há uma data pra se bater o martelo se sairá de fato

candidato?

Tucano tem fama de sempre estar em cima do muro. Mas minha resposta é afir- mativa. Eu estou pré-candidato a Deputa- do Federal. Essa situação nasceu não do Celso. Uma das coisas que aprendi na po- lítica é que qualquer candidatura não pode nascer de si própria. Lembro bem, inclusi- ve, da Tereza Navarro, falar isso por mais de uma vez, uma pessoa, aliás, que par- ticipou da minha entrada na política. Mas eu me lembro bem que, no domingo da

eleição do ano passado, o jornalista José Carlos Polli, por quem tenho muito respei- to, lançou nessa ocasião que se o prefeito Sérgio fosse reeleito que meu nome ficaria muito fortalecido para ser candidato a De- putado pelo fato de eu ter trabalhado na Assembléia. Esse movimento foi crescen- do de forma espontânea dentro do grupo.

Eu tenho muita ligação com o Dr. Mosconi.

Trabalhei com ele, inclusive na distribuição de emendas junto aos prefeitos, o que me tornou conhecido e fez com que eu tivesse muitos amigos na região. Mesmo ele não tendo sido eleito nas duas últimas elei- ções, sua votação foi de Deputado eleito.

O problema é que o PSDB não elegeu o Dr.

Mosconi por conta do quociente eleitoral. A partir do momento que meu nome foi lem- brado para Deputado eu consultei alguns amigos. A maioria já tem compromissos para Estadual e estavam esperando uma eventual candidatura dele a qualquer mo- mento. Eu senti, portanto, que havia mais campo para trabalhar numa eleição para Deputado Federal. Hoje eu vejo dentro do grupo, de forma pacificada, que não tenho adversários internos. Já para Deputado Es- tadual temos 4 pré-candidatos: Flavio Tog- ni de Lima e Silva (PSDB), Dra. Regina Cioffi (Progressistas), Marcelo Heitor (PSC) e o vi- ce-prefeito Tio Julio (DEM). Já o NOVO, um partido independente, com quem mante- nho conversas através do André Vilas Boas, lançou seu nome para Deputado Federal.

O respeito muito e o vejo como um político de futuro. No momento oportuno batere- mos o martelo sobre essa possível candi-

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datura. Mas reafirmo sim minha condição de pré-candidato.

Esse discurso de que a cidade precisa ter apenas uma única candidatura a Depu- tado Estadual e Federal não nos remete ao passado quando um grupo político do- minante definia quem poderia ou não ser candidato?

Cada um tem o seu jeito de pensar. Hoje eu tenho a percepção de que Poços só voltará a ter Deputado com os candida-

tos que tem o apoio do prefeito. Vou te dar um exemplo na prática: vamos supor que o Eduardo Junqueira, a Yula ou o Eloisio tivesse ganho a eleição do ano passado.

Hoje, dentro do nosso grupo, nós teríamos que reconhecer, de certa maneira, que o novo prefeito ou a nova prefeita seriam os únicos capazes de eleger seus candida- tos a Deputado. Basta pegar a história. Em 2018, o Ulisses Borges, que teve apoio da administração municipal, ex-prefeito de uma cidade vizinha e que não era de Po- ços de Caldas apesar de ter nascido aqui.

Ele conseguiu o apoio do prefeito Sérgio Azevedo naquela ocasião. Dentro da cam- panha dele que, inclusive, eu coordenei na cidade, pude acompanhar seu crescimento eleitoral. Tal crescimento se deu, principal- mente após uma mala direta enviada para todas as residências da nossa cidade com uma declaração de apoio do prefeito a ele.

Foi quando o Ulisses saltou de cinco para vinte mil votos apenas em Poços.

Mas a transferência de votos foi do Sérgio para o Ulisses ou do Mosconi para o Ulis- ses?

O Dr. Mosconi é uma candidatura forte. Mas foi o conjunto da obra. Em 2018 nós não ti- vemos o fator Fernando Pimentel. O Sérgio chegou naquela eleição com uma imagem positiva, de pulso firme. Logicamente a do- bradinha do Dr. Mosconi com o Ulisses o favoreceu. O material de campanha todo do Ulisses contava com a foto do Dr. Mos- coni e eu posso te dizer, por ter dados de monitoramento da época, que o Ulisses, uma semana antes da eleição, contava com cinco mil votos em Poços de Caldas.

Esses números, repito, com a imagem já colada ao Dr. Mosconi. Na ocasião, o Mau- ro Tramonte era o primeiro colocado na cidade, com vinte mil votos. Alem da mala direta, junto com o Paulo Ney, produzimos um vídeo do Sérgio entre os dois candida- tos, pedindo voto para ambos, também na última semana, período em que a grande maioria dos eleitores decide o voto. A es- tratégia deu certo. Eu, sem o apoio do pre- feito, não seria candidato. Mas enxergo que temos que ter sim candidaturas diferentes.

Que a cidade tem que ter uma candidatu- ra de esquerda, por exemplo. Sempre com respeito e sem ataques. E conscientizar a população para votar em candidatos de Poços de Caldas.

Em uma eleição o apoio da família é fun- damental. A sua te apóia nessa decisão?

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Sim. É lógico que pesa muito a decisão fa- miliar. Eu jamais iria para uma empreitada dessas sem o apoio da família. Eu tenho uma filha de dez meses, algo que sempre foi um sonho pra mim. Mesmo com toda vida atribulada gosto de me fazer presen- te. Uma amiga me disse outro dia que vai ser muito difícil ficar longe da minha filha durante a campanha. Mas que devo pen- sar que tenho que ser referência para ela e que posso ter certeza de que se for preciso ficar longe momentaneamente para alcan- çar um objetivo, no futuro ela terá muito

orgulho de mim e esse esforço será válido.

Celso Donato por Celso Donato?

A política muitas das vezes exige muito tato em relação ao que se fala. Mas quem convive comigo sabe que sou uma pessoa transparente, alegre, de bem com e alegre.

Transparente não apenas por falar o que pensa. Mas se eu estiver chateado com al- guém, vou falar. Gosto de manifestar meus sentimentos pelas pessoas. Gosto de falar o que sinto. Um cara otimista e sonhador.

Somos tão Jovens, por João Gabriel Pinheiro Chagas

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CLIMA DE NATAL

A sessão ordinária da Câmara desta ter- ça-feira ditará o tom que os parlamenta- res da casa devem adotar em 2022. Para alguns, a análise é de que os aconteci- mentos da última terça-feira devem ficar marcados e influenciar nas discussões de pautas importantes que acontecerão em breve. Amizade rompida entre parlamenta- res, promessa de guerra por um vereador e café da tarde com indireta de resistência à intimidação fazem parte do pacote de

emoções dos últimos dias. O clima de natal apaziguará os ânimos? A conferir.

MIMIMI

Democracia não pode ficar apenas no dis- curso. Os extremistas, sejam de esquerda ou de direita, devem abrir espaço para o contraditório e a imprensa local tem que cumprir esse papel. Jornalista que não

questiona, não relata os fatos como de fato acontecem e “passa pano” seja para a situ- ação ou a oposição, está mais para publi- citário do que para jornalista. Como bem disse uma atenta observadora da política local a este colunista na semana passada,

“político não recebe aplausos, só palhaço de circo”. Pois é.

E POR FALAR NISSO...

A EPTV Sul, emissora afiliada da Rede Glo- bo no sul de Minas, publicou em seu site uma reportagem elogiosa à Poços de Cal- das. Os leitores mais atentos podem notar no topo da página que se trata de um in- forme publicitário, geralmente disponibili-

zado para prefeituras que fecham pacotes de anúncios ao longo do ano. Uma espé- cie de bonificação, com material enviado pela própria assessoria de comunicação do município. É o famoso “jabá”. Na região, outro caso tem chamado a atenção. Uma emissora local tem veiculado comercial em que mostra a alta aprovação da atual administração. No canto da tela a também informação de que se trata de um informe publicitário. Ou seja, a emissora contra-

ta a pesquisa e a divulga ao longo da sua programação. Em ambos os casos, quem paga é o cidadão.

CESTINHA

O vice-prefeito Tio Julio (DEM) voltou a comparecer aos amistosos do time de basquete feminino da Caldense, onde é professor. Palanque eleitoral? O tempo irá responder. Um importante empresário da cidade, que finge brigar com o prefeito mas está sempre bem próximo dele, ga- rante, no entanto, que o vice não será can- didato a nada.

QUER PAGAR QUANTO?

Para quem não conseguiu vender até hoje o Complexo Santa Cruz, será que vender um terreno caríssimo para construir o Hos- pital do Câncer é das tarefas mais fáceis?

SUBSIDIO REPROVADO

Choro e ranger de dentes na Casa Amarela.

A Câmara de Poços de Caldas em sessão extraordinária realizada ontem, quinta-fei- ra, reprovou o projeto de lei que autorizaria

BASTIDORES

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o pagamento de subsídio à Circulare em novo contrato emergencial para o trans- porte público. As surpresas foram os vo- tos contrários de Douglas Souza (DEM) e Kleber Silva (Novo). Ricardo Sabino (PSDB), que esteve na Câmara, mas fugiu da ses- são, teve sua ausência registrada no pla- car. O secretário de Governo Celso Dona- to (PSDB) chegou a se dirigir até a Câmara mas já era tarde demais.

TORTA DE CLIMAO

Aparentemente a ceia de natal de Flávio Cançado não será com o tradicional re-

quinte daqueles que passam com o trator por cima de tudo e todos para que seus interesses sejam alcançados. O peru quei- mou, o arroz pegou no fundo da panela, a farofa ficou pior do que de despacho de encruzilhada e a maionese azedou. Torta de climão também na ceia da secretária de Administração Ana Alice de Souza, tia de Douglas Souza, o Dofu, que votou contrário ao subsídio.

COINCIDÊNCIAS

Curiosamente, quem confraternizou um dia antes da votação do subsídio ao lado de Douglas Souza e da galera do Novo, o partido de Kleber Silva, dois dos carrascos da Casa Amarela, foi o jornalista e assessor

de comunicação da Circulare e do DMAE, William de Oliveira. Este, por sua vez, até tenta fazer malabarismo nas redes sociais para disfarçar seu bolsonarismo. Sem su- cesso.

JOÃO BIDU

O vereador Tiago Braz (Rede) fez um

exercício de futurologia também na ses- são extraordinária. Por conta das ações e omissões do prefeito Sérgio Azevedo, o vereador acredita que quando ele deixar a Prefeitura, vai responder processos “para o resto da vida”, por conta de problemas na licitação do transporte coletivo, da situação do resíduos sólidos, “e sabe-se lá mais o que ele vai fazer de errado neste restante de mandato”.

SEM ABONO

Além da derrota na votação do subsídio, o prefeito Sergio Azevedo teve que retirar o projeto de abono para os servidores. Ten- tou jogar a responsabilidade para os vere- adores. Mas no fim das contas foi obrigado a recuar. Quem esteve presente na sessão, garante que Celso Donato teve seu rosto desfigurado. Os servidores acabaram fican- do sem o abono. Pode botar na conta do prefeito.

Rodrigo Costa é jornalista e presta consultoria em Marketing Político.

Fez parte de equipes de campanhas eleitorais em São Paulo e coorde- nou campanhas eleitorais em Poços de Caldas.

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Filé de Avestruz ao molho de frutas ver- melhas

Ingredientes

4 Filés de Avestruz (cerca de 300gr) | 300 gr de Frutas Vermelhas | Uma taça de Vinho Tinto Merlot | Sal | Pimen- ta do Reino | Açúcar

| Azeite Receita

Coloque as frutas vermelhas em uma pa- nela junto a uma colher de açúcar e um copo de água filtrada. Mexa e deixe redu- zir em fogo baixo. Enquanto isso, separe os filés de avestruz e tempere com sal e pimenta. Reserve. Quando notar que o mo- lho está reduzindo, acrescente uma taça de vinho seco Merlot, de boa qualidade.

Mexa bem. Deixe reduzir até o molho ficar espesso e com um tom vermelho escuro.

O álcool vai evaporar. Nessa hora, colo-

que uma pitada de sal no molho. Mantenha o fogo baixo. Em uma frigideira, coloque um fio de azeite. Após este esquentar, dis- ponha os filés da ave, um a um, cuidando para que a frigideira não esfrie e faça a car- ne soltar líquido. Sele os dois lados (cerca de 2 minutos de cada lado, dependendo da grossura do filé). Após prontos, reser- ve-os em uma tábua. Coe o molho. Assen- te os filés em um prato e banhe-os com o molho. Decore com algumas frutas. Sirva com um Carménère.

Para ter acesso às receitas e à carta de vi- nhos da Adega, aponte a câmera do celu- lar para o QR Code abaixo:

Marcelo Leme é realizador e curador cinematográfico. Enófilo apai- xonado e cozinheiro aventureiro, adora cozinhar para amigos e

acredita muito nos brindes que os encontros proporcionam.

VINHOS & GASTRONOMIA

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Legados de 2021: Um Natal com inflação e fome

Em 2019, 650 milhões de pessoas em todo o mundo já passavam fome, um ce- nário bem desanimador. Em 2020, com a eclosão da pandemia, a falta de comida na mesa virou realidade e a fome aumentou tanto em termos absolutos como relativos, superando o crescimento da população.

De acordo com o último relatório da ONU sobre Segurança Alimentar, indicam que 10% dos habitantes do planeta passam fome. E não podemos culpar somente a

pandemia como responsável, isto também é causado por um sistema alimentar dis- funcional e desigual na distribuição de ali- mentos.

E no Brasil, cerca de 60 milhões de bra- sileiros em 2021, dependeram de doações para sobreviver e a insegurança alimentar grave (fome) atingiu 9% da população bra- sileira em 2020. O relatório mais recente da própria FAO apontou que 23,5% da popu- lação brasileira, entre 2018 e 2020, deixou de comer por falta de dinheiro ou precisou reduzir a quantidade e qualidade dos ali- mentos ingeridos.

E qual é a perspectiva para 2022? Nada animador. Com o fechamento de postos de trabalho, a crise que se abateu sobre pe- quenas e médias empresas que são aque- las que mais empregam, e a total ausência de coordenação e iniciativas do governo federal, seja no enfrentamento da crise sanitária, seja na proposição de medidas econômico-sociais efetivas conduz o Brasil a um quadro de pobreza e fome de imen- sas proporções.

Para os especialistas existem seis cami- nhos para a mudança deste cenário: im- plementar políticas de consolidação da paz em zonas afetadas por conflitos que possibilitem ajuda humanitária; aumentar a resiliência climática; fortalecer a econo- mia dos mais vulneráveis; intervir e baixar o custo dos alimentos nutritivos; abordar a pobreza e as desigualdades estruturais;

e mudar o comportamento do consumi- dor para promover padrões dietéticos com impactos positivos na saúde humana e no meio ambiente.

Farmacêutica-Bioquímica e Pesquisadora da UNIFAL.

CIDADES & SOLUÇÕES

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Referências

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