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45º Encontro Anual da Anpocs; SPG25. Migrações e a produção de fronteiras

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Academic year: 2022

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45º Encontro Anual da Anpocs;

SPG25. Migrações e a produção de fronteiras

Soy gente: o fluxo migratório de venezuelanos em território brasileiro na contemporaneidade.

Daniel Italo Alencar Barros – Doutorando em Sociologia - PPGS/UFC

1. INTRODUÇÃO

A América Latina vive um momento migratório intenso. Perante a realidade vivenciada na em relação a esses fluxos, a Venezuela é um caso primordial a ser estudado, tanto pela quantidade de migrantes, pelo seu número crescente, pela quantidade de rotas adotadas pelos venezuelanos e a crise econômica, social e política pela qual vem passando.

O cálculo aproximado de venezuelanos que saíram de seu território e vivem no exterior em 2015 era de um número aproximado de 700.000, realidade bem distinta da vivenciada e exposta nos números de 2018, em que se afere um número de 3.000.000, apresentando uma inclinação para a migração na direção sul de seu território. Deste último número, 2.700.000 se deslocaram e encontram-se na América do Sul. Como mencionado no início, em 2015 o número de venezuelanos migrantes na região beirava os 89.000. Em uma apuração de dois anos, a soma de migrantes venezuelanos se multiplica em uma cifra de 27 vezes na região1.

Defronte deste contexto e cenário crescente de migração venezuelana, o presente trabalho tem como objetivo a realização de uma etnografia dos fluxos migratórios existentes na América Latina em sua contemporaneidade, especificamente os ocorridos a partir de 2015 – com mais intensidade – entre venezuelanos que migram para demais territórios de países vizinhos ou próximos como Peru, Equador Argentina, Chile, Brasil e Caribe. O escopo de nossa pesquisa se concentra na migração de Venezuelanos para o Brasil, principalmente pela rota Santa Elena de Uiarén – Pacaraima, essa última localizada no estado de Roraima.

1 IOM: Migration Trends in the Americas – Bolivarian Republic of Venezuela. Buenos Aires: International Organization for Migration, 2018.

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1 O que procuramos analisar em nosso estudo são questões que perpassam as temáticas migratórias atuais problematizadas pela sociologia e antropologia das migrações:

a migração forçada por crises econômicas, insegurança social, questões trabalhistas, perseguição política e violações dos direitos humanos. O trabalho se debruçará nas motivações supracitadas e na entrada de venezuelanos em território nacional e sua permanência (e/ou tentativas de sucessos na empreitada – políticas de interiorização).

Perante o que já foi descrito, as problemáticas e análises são concentradas na compreensão de temáticas que englobam o perfil sociodemográfico dos migrantes venezuelanos, suas motivações, compreensão do governo Maduro (impressões, discursos) e perspectivas futuras em seu processo de migração e no seu decorrer.

A pesquisa ao buscar uma maior compreensão, não apenas sobre os processos migratórios, trata das materias que englobaram parte da América Latina no começo da décadas da centúria passada, especialmente na Venezuela: a chamada Revolução Bolivariana, o governo Chavista, Socialismo do Século XXI, e a transição para o governo Maduro a partir de 2013. O escopo final do trabalho tem como intuito apresentar uma os contatos iniciais realizados entre o pesquisador e os migrantes venezuelanos em outurbo de 2019 durante a pandemia de COVID 19 e tratar sucintamente dos realtos apresentados pelos protagonistas desse fenômeno.

2. METODOLOGIA

O campo de estudo das migrações internacionais é o norte de nossa pesquisa como supracitado e delimitado. Ao nos dedicarmos a análise da temática é notável uma variedade de estudos que se encurvam para perspectivas demográficas, sociológicas, econômicas, de direito, internacional/nacional, todas abraçando múltiplas interpretações. Cremos que a escrita sociológica acerca dos fenômenos migratórios demanda uma complexidade exercida nas dissertações, teses e artigos desenvolvidos.

Se partimos de uma premissa única de compreensão individual das inúmeras razões alocadas pelos migrantes para seu deslocamento acabaríamos pela não apreensão de questões macro que envolvem a tomada de decisão de sair de seu país de origem para outro.

Em nosso caso, dos diversos tipos que envolvem os processos migratórios, quem irá classificar sua situação serão nossos entrevistados: os venezuelanos que diariamente atravessam a fronteira entre Santa Elena de Uiarén e Pacaraima.

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2 Seja por especificidades contemporâneas ou não, por conta dos processos de globalização, desemprego/precariedade laboral, instabilidade econômica/política, conflitos armados, temos como objetivo a narrativa dessas histórias, problematização e análise das mesmas em um campo de estudo da sociologia das migrações e suas ramificações e como esses “outros” passam pelo processo de contato e interiorização em um novo território.

Os fatores racionais não são os únicos que abordaremos em dada empreitada: o que levou o indivíduo ou grupo a sair de seu local de origem e quais os aspectos são responsáveis pela sua “recepção” em um novo país: fatores de ordem econômica e política, mas o que compreendemos como a formação de redes sociais que desempenham papel crucial para promoção crescente da migração entre os territórios de Brasil e Venezuela. O que se denomina como capital social é de suma relevância para o sucesso de comunidades de migrantes, ou seja, a estruturação de espaços de acolhida é um dos aspectos que pesam na tomada de decisão de “para onde irei/iramos” tanto quanto determinantes econômicos positivos do novo território.

Não consta nas Ciências Sociais a existência tradicional de abordagem dos fluxos migratórios em que levem em consideração o enfoque que os migrantes apresentam em relação ao processo. Na verdade, a maioria dos trabalhados sobre a temática não abordam questões de práticas e vivências de locomoção dos atores envolvidos que por vezes constituem um trabalho de fratura biográfica e remodelamento identitário. Se elaborarmos uma costumada pesquisa etnográfica nessa seara, os resultados das análises que recaem sobre a vida dos pesquisados, em nosso caso os migrantes, também se sobre um prejuízo.

O nosso escopo é realizar uma pesquisa junto com os migrantes, e não acerca dos migrantes. Esse ponto precisa ser destacado em nossa empreitada.

Almejamos uma pesquisa que tenha como escopo os estudos sobre as vivências desses migrantes em novo território, em uma relação de diálogo entre mim, venezuelanos e demais participantes nesse processo de recepção, acolhimento e interiorização dessa população. Com isso, ambicionamos um maior entendimento das mudanças biográficas ocorridas e seus resultados de emancipação.

A particularidade significativa do método que utilizaremos (qualitativo) reside na contrariedade de padrões, normas, de paradigmas, no exato instante em que nos debruçámos na análise de nossos dados. A gama de informações, material de campo, fontes escritas, entrevistas, que são obtidas qualitativamente demandam do pesquisador esforços

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3 e competências de análise e certo tino. Tino que pode aqui ser entendido como intuição, porém, não de forma ingênua. Aqui não nos referimos a uma faculdade inerente de genialidade ou algo que o valha, mas como produto de uma perícia de esforço e continua atividade do métier de pesquisador.

Estas serão baseadas nos dados observados e pontuados no momento da observação, aliando, quando possível, bases teóricas. Serão realizadas com o intuito de esclarecer determinados fatos já vistos e, por sua natureza semi- estruturada, possivelmente trará novos elementos para serem observados e comporem o campo descritivo e de representações adjacentes aos processos em andamento.

Com a entrevista aberta não se assume que as perguntas apropriadas e o estilo das respostas sejam previamente conhecidos, mas sim que são gerados na própria entrevista, na progressão de um processo de interação entre investigador e entrevistado. Ainda assim, o investigador deve está consciente das perguntas relevantes e significativas (Alonso, 1998: p.74).

Como bem observa Evans-Pritchard acerca da prática de pesquisa em campo,

Às vezes ouço dizer que qualquer pessoa pode estudar e escrever um livro sobre um povo primitivo. Talvez qualquer um possa, mas não vai estar necessariamente acrescentando algo à Antropologia. Na ciência, como na vida, só se acha o que se procura. Não se pode ter resposta se não se sabe quais são as perguntas. Por conseguinte, a primeira exigência para que se possa realizar uma pesquisa de campo é um treinamento rigoroso, para que se saiba como e o que observar, e o que é teoricamente significativo (Evans-Pritchard , 1978:

p.299).

Assim, a referida proposta corrobora para o que se entende enquanto intencionalidade do pesquisador, uma vez que é fundamental ter com clareza que tipos de informação serão úteis ao trabalho, tendo porém a ciência de que restringir a entrevista a um jogo de pergunta/resposta é direcionar em demasia o objeto, o que compromete a fidedignidade do processo. Uma entrevista nunca apresenta um condutor, mas condutores ou tentativas de, ao se iniciá-la, os rumos que irão tomar são totalmente imprevistos, mesmo lendo todos os manuais e códigos sobre metodologia em campo. O campo é o

“outro” e as coisas são “outras”.

É nessa seara que reside o heterodoxo dos procedimentos metodológicos qualitativos. O que se objetiva é o oposto: refrear e monitorar o ofício do tino, do imaginário, do que pode ser chamado de intuição, pela priorização de estratégicas e

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4 técnicas que proporcionem a delimitação de intromissões subjetivas exteriorizadas pelo pesquisador. Preocupação frequentemente estampada pela crítica às metodologias qualitativas é o avizinhamento entre sujeito e objeto empírico do conhecimento e a ser conhecido.

A verificação e sondagem dessas questões nos conduzem a reflexões sobre a ética de uma pesquisa qualitativa as suas metodologias, coletas, técnicas e análises de dados.

Apesar de que, especialmente sociólogos, tenham se debruçado e dedicado a tais questões nas últimas décadas, perdura como mais afinco um arquitetado debate entre antropólogos que tem como objetivo discutir as questões éticas sobre alteridade(s) entres as duas pontas:

antes, durante e após o ato de pesquisa.

Bourdieu (1999) aponta que a eleição do método de pesquisa não deve ter a pretensão de rigidez, mas de rigorosidade. Com o objetivo de se alcançar uma pesquisa válida é necessário é imprescindível a escolha das pessoas que serão investigadas, a expressão de língua, de postura e condutas para a maior diminuição possível da violência simbólica que separa pesquisador e pesquisado. Traçadas as perspectivas, os procedimentos metodológicos serão realizados com os critérios adiante.

O levantamento bibliográfico é intrínseco ao início de qualquer pesquisa e produto da escrita ao realizarmos um compêndio sobre a temática escolhida e os problemas levantados em seu prelúdio. Publicações acadêmicas, livros, reportagens, entrevistas, documentos oficiais constituem um levantamento sobre o que já foi construído sobre o tema, tanto em estudos e análise obtidas em pesquisas de campo quanto em demais documentos (LUNA, 1999).

A observação participante em campo será o instrumental que possibilitará o pesquisador a reconhecer e lograr informações sobre objetos pelos quais os indivíduos não tenham consciência, mas que orientem seus comportamentos (LAKATOS, 1996).

Distinguindo-se da observação informal, acreditamos que a opção pela observação participante é significativa, ao partimos do pressuposto de maior integração entre o pesquisador e campo a ser investigado, objetivando se retirar de um olhar externo perante os acontecimentos para exercer presença constituinte neles.

Nortearemos nossa pesquisa empírica nos escritos de Schwartz e Schwartz (1969) ao tencionarmos não só a presença do pesquisador continuamente no quadro a ser observado, mas o fato de que a observação participante tem como pressuposto a coleta de dados, os esclarecimentos acerca do papel do observador, os parâmetros do tempo

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5 demandado para que a observação se efetue com vencimento e, por fim, a participação ativa do observador como modificador de contexto e concomitantemente receptáculo de influências do cenário observado (SCHWARTZ e SCHWARTZ, 1969).

Elegemos, identicamente, o uso de entrevistas como parte dos procedimentos metodológicos em nossa investigação ao acreditarmos serem imprescindíveis ao aspirarmos o mapeamento de convenções, hábitos, condutas, regras e opiniões sobre determinados campos sociais parcialmente circunscritos em que dissidências e contestações não se encontrem notoriamente expostos e/ou explícitos. Empreender entrevistas, especialmente se forem semi-estruturadas ou entrevistas abertas, não é tarefa de fácil realização ao propiciar situações formais e informais. Com o intuito de gerar um discurso que posso ser sensivelmente livre, que tenha por pressuposto o alcance dos objetivos da pesquisa, que possua significância dentro do cenário que será investigado e que seja significativo dentro da seara acadêmica.

As entrevistas abertas serão realizadas em caráter exploratório, empregadas na pesquisa para um aprofundamento de particularidades e elaborações mais distintas dos conceitos abordados. Ao introduzirmos a temática o entrevistado terá plena liberdade para dissertar sobre, no qual teremos maiores possibilidades de sondar e analisar questões pontuais. Utilizaremos as entrevistas abertas quando necessário para a obtenção significativa acerca de determinada temática, em casos individuais, objetivando os entrelaçamentos criados e recriados dentro das redes de relações comerciais e afetivas criadas pelos atores das tramas comerciais e suas áreas de atuação.

3. ANÁLISE DAS ENTREVISTAS

Pelas incontáveis vezes, a pandemia impossibilitava minha pesquisa em campo. A ideia preliminar seria pesquisar dentro dos abrigos, entrevistar aqueles e aquelas que já estavam devidamente “acolhidos”, registrados e instalados em suas acomodações. Mas não seria tão cedo. Resolvi, mesmo diante das vicissitudes impostas, ir até o abrigo e conversar com o coordenador Arnon Pereira. Cheguei ao abrigo em um sábado de 19/09/2020 às 9h, pois sabia que até às 8h todos estariam tomando seus cafés da manhã. RONDON 3 juntamente com RONDON 1 e RONDON 2 não se encontram tão distantes do centro da cidade e seu acesso é de fácil chegada.

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6 RONDON 3 conta com o perfil mais variado diante dos abrigos pesquisados preliminarmente, possuindo capacidade para 1386 pessoas. Foi inaugurado em outubro de 2018, configurando-se como o maior da Operação Acolhida e o também o maior da América Latina. O abrigo é coordenador pela ACNUR e seu gerenciamento está a cargo da AVIS (Associação Voluntária para o Serviço Internacional) e da Força Tarefa Logística Humanitária das Forças Armadas – FT. O primeiro contato foi com o coordenador do abrigo, Arnon Pereira, vinculado à AVIS e posteriormente com Thaís Menezes, pertencente a ACNUR.

Grandes muros de ferro são construídos para delimitar o acesso aos abrigos e sua devida proteção. Ao adentramos, é possível vislumbrar barras de contenção em zigue- zague para a identificação facilitada de quem entra e quem sai. Todos que vivem nos abrigos precisam apresentar um cartão magnético na recepção quando saem e quando entram. O serviço de recepção não é realizado nem pela ACNUR, AVIS ou Força Tarefa, o serviço é terceirizado. Assim como a própria coordenação do abrigo. A ACNUR terceiriza para a AVIS toda a logística de infraestrutura de administração.

Não poderia permanecer dentro de RONDON 3, por enquanto, devido a pandemia. Havia me programa para ficar o mínimo de 18 dias em Boa Vista para começar a pesquisa de campo introdutória com previsão de retorno no final de outubro. Porém, não teria acesso aos meus interlocutores por um bom tempo, para não afirmarmos tempo indeterminado.

Fui para fora do abrigo e me sentei no meio fio que divide a Av. General Sampaio. Percebi desde minha chegada que o fluxo de saída e entrada de venezuelanos era constante. Havia uma esquina à direita da entrada que dava ao abrigo em que todos passavam, pois iriam ou estavam voltando em direção ao centro de Boa Vista. A minha viagem não poderia ser em vão, muito menos a perspectiva de mais um entrave a tentativa de realizar minha pesquisa me deixar não somente ansioso, mas com uma grande irritação por toda a burocracia que ali se instalava para a efetivação de meu trabalho. A negativa que foi me dada não expressava uma lógica racional em que todos e todas os venezuelanos saiam e entrevam sem máscara. Olhei fixamente em direção à esquina e pensei: é ali que irei ficar, não tenho outra saída. E foi exatamente ali que fiquei por 7 dias, realizando um total de 9 entrevistas semiestruturadas com aqueles que ali passavam para adentrar o abrigo.

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7 Escolhi as pessoas que voltavam do abrigo e não interpelei nenhuma daquelas que saiam pela minha simples lógica – que poderia ser falha – de que aqueles que retornavam já haviam resolvido suas questões que eram necessárias fora do acampamento, por isso, não se mostrariam tão apressadas. Segui essa linha de raciocínio e indagava somente as pessoas que estavam a pé (um número significativo de migrantes se deslocavam por bicicleta). O contato inicial com a língua falada é extremamente complicado, para mim e para os entrevistados. Tinha que falar bem devagar com eles, preocupação com o tom de voz e como abordá-los sem exercer nenhum medo ou recuo que o valha. Confeccionei, antes da viagem, um crachá de identificação com o nome da instituição em que estou vinculado, o programa de pós-graduação, nome completo, matrícula e foto, como se fosse um cabeçalho que a princípio tinha como função adotar o mínimo de confiança entre mim e meus interlocutores. Garanto que estando fora do abrigo e sem o aval o amparo da ACNUR os contatos iniciais foram bem difíceis.

O primeiro passo era de forma mais simpática e acolhedora possível (interpretando um papel, já que estava em pé em “derretendo” aos 38º graus em uma esquina no Estado mais setentrional do país) abordar meus entrevistados e transmitir a confiança que era necessária para a sucesso das entrevistas. A preocupação na estreia do diálogo era compreender os motivos que levaram meu entrevistado a saírem de seu território e migraram para o Brasil, obviamente perpassando questões sociais, políticas, econômicas e profundamente emocionais. A partir de informações introdutórias era construído um diálogo em que podíamos nos aprofundar no entendimento do perfil social dos migrantes, os inúmeros motivos que levaram aos deslocamentos e as impressões que detinham ao chegar ao Brasil (como eram antes, ao estar em nosso território e suas futuras pretensões).

Nos primeiros contatos, antes da efetiva entrevista, era explicado de forma calma e devagar quem eu era, de onde vinha, o que pesquisa, qual era o objetivo de meu estudo, a qual instituição eu pertencia e a garantia do anonimato. O último item foi escolhido pela situação sui generis em a qual me encontrava: sem autorização para adentrar no abrigo, tirar fotos, realizar a pesquisa em seu interior e resguardar qualquer dissenso que poderia ocorrer entre os administradores de RONDON 3 e os refugiados. Um total de 4 adolescentes e 5 adultos. Os entrevistados foram identificados por ordem alfabética. Nem todas estaram no presente texto.

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8 Os adolescentes entrevistados apresentavam maior dificuldade para se comunicar a princípio, e obviamente eu também. A fala é bastante rápida e pelo que percebi com muitas gírias. Um dos entrevistados relata sua trajetória até Boa Vista.

“Saímos de San Francisco de Yuruani e fomos em direção a Santa Elena de Uiarén. Eu, papai, mamãe e meu irmão menor. Foi uma tarde de viagem e logo depois para Pacaraima. Ficamos dois dias por lá e pegamos um ônibus para cá (Boa Vista). Nunca estivemos por aqui (...) e ficamos um mês morando nas ruas. Ficava com minha mamãe, e meu irmão perto da rodoviária e meu papai ia em busca de emprego pela cidade.

Conseguiu um trabalho pra pintar um muro e um outro para deixar um terreno limpo, depois disso ficamos vivendo de esmolas até a Operação Acolhida nós achar (...) eu e meu irmão estávamos na escola, mas meus pais eram ‘camisas brancas’ (educação básica do 1º ao 6º ano) e não ganhavam tanto. Meu papai pedreiro e minha mamãe costureira, mas não tinha mais trabalho pro papai, ninguém construía mais nada e com o preço da comida começou a aumentar. Ficamos 7 meses para decidir se íamos embora (...) muita gente começou a ir para o Brasil para melhorar sua vida e papai ficou empolgado no final com a ideia de mudança. Desde abril de 2019 estamos no Brasil (...) o que eu desejo é continuar a estudar e fazer uma faculdade para ajudar minha família (...) conseguir emprego aqui é difícil, mas estamos esperando. Ainda não decidimos sobre a interiorização”.

(ENTREVISTADO A, 16 ANOS).

O processo de interiorização é uma estratégia coordenada pelo Governo Federal. Somente os migrantes cadastrados, vacinados e que passaram por uma consulta médica pela Operação Acolhida podem participar do projeto. O acordo de interiorização é voluntário e abrange diferentes categorias como transferência entre abrigos de outras cidades que não se encontram em Roraima, reunificação familiar e com vagas de trabalho previamente consolidada. Os abrigos podem pertencer a sociedade civil ou organizações religiosas que tenham acordo firmado com os trabalhos de interiorização realizados pelo exército.

“Sai da Venezuela por conta de uma perseguição política que enfrentava em minha escola e logo depois em todos os aspectos da minha vida (...) não concordava como Maduro estava governando o país, mas Deus sabe o quanto eu fui um chavista ferrenho (...) de

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9 Chávez não tenho o que falar, sempre foi um combatente do povo (...) chorei muito a sua morte e fiquei com receio do que iria acontecer daqui pra frente (...) eu vim de Maturín para o Brasil porque perdi meu emprego e não tinha nenhuma esperança de manter eu e minha esposa na Venezuela. O preço dos alimentos praticamente subia todo dia e faltavam, como que iria comprar nos ‘bodegones’? (comércios onde os produtos que normalmente estavam em falta nos supermercados eram vendidos em dólares). Não sou rico, não dava. Diante do medo do futuro resolvi me aventurar no Brasil (...) hoje sou educador social aqui do abrigo e dou aulas de Educação Física para as crianças. Temos esse espaço, e umas bolas, faço isso para manter a mente deles ocupada e a minha.”

(ENTREVISTADO B, 36 ANOS, EDUCADOR FÍSICO).

O educador físico me relatou que o número grande de migrantes no Estado de Roraima dificulta a tentativa de conseguir algum emprego. O entrevistado afirmou que gostaria de trabalhar em sua área de atuação, mas que tal empreitada só teria sucesso com o processo de interiorização. Anseia ir para São Paulo, em breve, mesmo tendo Manaus como seu plano principal pela proximidade com a Venezuela. Afirma que planeja ficar mais poucos meses em Boa Vista, mas a ideia de deixar seus alunos é um empecilho na decisão concreta.

“Na Venezuela eu conseguia comer duas vezes por dia, imagina quem não tinha nenhuma formação, quem havia perdido seus empregos ou simplesmente quem passou a vida toda na miséria?” – afirma a venezuelana que trabalhava como gerente em uma loja de tecidos.

“Eu sou formada em administração e trabalhei como gerente por mais de 4 anos. Meu marido trabalhava na prefeitura, nós vivíamos em Guayana, uma cidade bem maior que Boa Vista, uma população de 1,000,000 de habitantes. Mas chegou um momento em que tínhamos emprego, mas não tínhamos comida. Comer uma galinha era praticamente impossível e nossa ideia de ter filhos foi cancelada. Se não tínhamos nem pra nós comermos! Chegamos aqui em janeiro de 2020 e já pensávamos em ir pelo menos para São Paulo quando soubemos do processo de interiorização. Só que esse trabalho já andava lento, agora com esse vírus nossos planos foram adiados (...) aqui temos 3 refeições garantidas e a esperança de irmos para outra cidade. Aqui é impossível emprego (...) cidade pequena e lotada de pessoas como nós (...) pretendo um dia voltar pra

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10 Venezuela, mas só se o governo for mudado e a economia voltar ao normal, ninguém quer ficar longe de sua casa.” (ENTREVISTADA C, 27 ANOS).

Patarra (2006) realizava uma divisão didática entre as teorias migratórias que detém uma análise sociológica, delimitando dois paradigmas analíticos: aquelas pesquisas com o escopo de compreender quais as particularidades migratórias na contemporaneidade e seus esquemas explicativos de tal fenômeno: sua continuação ou não e os desafios de migração em relação à securitização e intensificação de políticas de antimigratórias. Em outra linha Sasaki e Assis (2000) desenvolvem uma divisão paradigmática entre os que objetivam um a análise dos processos de integração do migrante socialmente em sua nova localidade – ou de desintegração – e como de desenrola as vicissitudes da assimilação cultural dos migrantes. Nesse aspecto, a Escola de Chicago foi de grande importância para a produção de pesquisas nessa perspectiva teórica.

Ao que apresentamos a cisão clássica entre micro e macro referente aos estudos migratórios, é necessário o entendimento que os aspectos concernentes à divisão na verdade se entremeiam e intercalam durante o processo dos grupos e indivíduos nos seus deslocamentos. Castles e Miller (2003) nos lembram que os sujeitos participantes dessa lógica apresentam as mais variadas razões para seu ato: trabalhadores, refugiados, exilados, união com familiares que migraram anteriormente. Transformando de forma decisiva não só suas vidas, mas também os países de novo destino como o país que deixa para trás – permanentemente ou não.

Peixoto (2004) nos demonstra uma divisão compreensiva entre fatores individuais e holísticos e entre objetivos econômicos e socias. Os fatores individuais poderiam ser esmiuçados em

• Individuais Econômicos: Racionalidade Instrumentalizada, Investimento em Capital Humano.

• Individuais Sociais: Mobilidade Social, Ações Não Instrumentalizadas.

• Holística Econômica: Mercado de Trabalho, Sistemas Migratórios.

• Holística Social: Redes Migratórias, Família, Instituições.

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11 Os movimentos de ordem macrossocial, qualificados como historicamente estruturados, são os responsáveis por apontar os aspectos coletivos determinantes na opção de deslocamento dos indivíduos e grupos migratórios. Sinalizam um paralelo com as teorias estruturais do social como moduladores das ações individuais. A mirada compreensiva nos mercados de trabalho e no binômio trabalho/economia se debruça nos estudos objetivos da década de 1970 e na clivagem do trabalho em seu entendimento sociológico. Consonantes com as reestruturações que passam o mundo do trabalho com a crise fordista e o alvorecer do Toyotismo, a necessidade de flexibilização laboral e consequente precarização do trabalho engendram em uma operação dual do mercado primário e do mercado secundário.

A primeira demanda é a maior qualificação do trabalhador e como consequência de tal maior estabilidade laboral e proteções para o empregado – leis trabalhistas, existências de sindicatos. Já o mercado secundário engloba atividades laborais precárias que não atraem trabalhadores qualificados, são trabalhos temporários, sem estabilidade, ou proteções legais/trabalhistas e salários nada atrativos. É esse mercado que acaba por atrair um maior número de migrantes na contemporaneidade. Essa é uma das questões levantadas por Sayad (1998) em seu estudo sobre trabalho e migração de Argelinos para a França durante e pós-colonização. O autor afirma que em sua essência um migrante é uma força de trabalho, seja ela permanente ou não. Porém sua permanência em dado território está sujeitada as suas condições laborais: a autorização de sua condição é intrínseca a estar trabalhando e não desempregado.

Foi o trabalho que fez “nascer” o imigrante, que o fez existir, é ele, quando termina, que faz “morrer” o imigrante, que decreta sua negação ou que o empurra para o não-ser. E esse trabalho condiciona toda sua existência do imigrante, não é qualquer trabalho, não se encontra em qualquer lugar, ele é o trabalho que o “mercado do trabalho para imigrantes” lhe atribui e no lugar em que lhe é atribuído: trabalhos para imigrantes requerem, pois, imigrantes;

imigrantes para trabalhos que se tornam, dessa forma, trabalhos para imigrantes (SAYAD, 1998: pp. 55).

Sassen (2010) ao desenvolver seus estudos referente as relações econômicas apresentadas nos processos de globalização e fluxos migratórios, versa sobre o aumento significativo da produção offshore e consequente incremento do fluxo migratório entre

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12 países, dos com menor desenvolvimento para os de maior desenvolvimento, o que pode criar uma demanda por trabalhadores que sejam necessariamente migrantes pela sujeição a salários de menor renda, elevando o lucro ao diminuir os custos operacionais totais.

Portes (1999) anuncia que perante os escritos que se debruçam nas instituições como formadoras e propagadoras dos descolamentos migratórios, uma observação deve ser realizada relativas aos tipos específicos de instituições que podem ser tanto privadas quantos públicas, legais ou ilegais. Obviamente, quando tratamos de organizações legais de empregabilidade estamos dialogando com órgãos que atendem migrantes com uma classe econômica/social média ou elevada – normalmente pesquisadores ou profissionais qualificados com um curso superior a procura de melhores condições profissionais, a chamada “fuga de cérebros”.

Quanto tratamos do que é conhecido como instituições ou órgãos de acompanhamento, estamos lidando com migrantes em condições econômicas e sociais de vulnerabilidade. Nestas condições as políticas adotadas pelos países receptores são completamente distintas: políticas de securitização, hostilidade e policiamento de fronteira são intensificadas, surgindo dessas organizações ilegais que ajudam na passagem desse migrante para um novo território: os chamados “coiotes” e o desenvolvimento do tráfico humano global. Portes nos atenta ainda para um ocorrido contemporâneo que se refere ao denominado transnacionalismo, prática adotada por indivíduos que assuem uma práticas de vida binacionais ou biculturais (PORTES, 1999), repartindo suas atividades laborais entre dois países (ou mais): o de origem e o receptor(es).

Consoante as classificas como redes migratórias se forma e se estruturam na solidificação de redes de contatos entre os países de origem e os receptores estabelecida por familiares, amigos, conhecidos, agentes geradores de migração, que proporcionam nessa teia informações, esclarecimentos, comunicações sobre logística, viagem, emprego, ou seja, as possibilidades fundamentais para o descolamentos desses sujeitos. Porém, existe nessa rede uma gama de conhecimento que não necessariamente são confiáveis ou seguros, não sendo, pois, as condições econômicas os determinantes na escolha dos migrantes, demonstrando uma logicidade não racionalizada (PEIXOTO 2004).

As mais diversas formas de migração que ocorrem em nossa contemporaneidade deslocam grupos e indivíduos de não só de seu território de origem, mas de uma proteção jurídica que seja efetiva em sua concretude. Política de securitização, reforços de monitoramento de fronteiras, dificuldades crescentes para pedidos de refugio

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13 e asilo são casos não isolados, principalmente na comunidade europeia em relação ao número progressivo de pedidos de asilo ou refúgio por perseguidos políticos ou por guerras como a Guerra Civil Síria. Decorrem desse processo a contraposição da ideia do Estado como defensor de direitos e garantias de quaisquer cidadãos (MATIAZZI, 2001).

Os governos que resistem às políticas de estabelecimento migratório, também são os mesmo que refutam a ideia de pluralismo cultural, lendo tais medidas como uma ameaça a unidade e identidades nacionais. Diante desse cenário os migrantes conduzem- se para grupos minoritários marginalizados, ou como na França, que reconhecem a realidade dos fluxos migratórios em seu território e o estabelecimento de grupos e indivíduos não originários de seu país, mas que exigem uma assimilação cultural em contraponto, com a ameaça de não reconhecimento de direitos e cidadania para os “outros”.

Durante muito tempo discutiu-se o significado da palavra temor constante da expressão bem fundado temor de perseguição, com o intuito de estabelecer qual o grau necessário de medo que um indivíduo deveria possuir para deixar o Estado em que se encontrava e solicitar proteção internacional. Falava-se do temor subjetivo, enquanto sentimento de cada indivíduo e que, portanto, variava consideravelmente de uma pessoa para outra impossibilitando a aplicação homogênea do instituto. Em função dessa impossibilidade de tratamento equitativo a todos os solicitantes de refúgio, passou-se a utilizar o temor objetivo como meio de verificação da condição de refugiado. Assim, adotou-se a posição de que o temor subjetivo deve ser presumido (no sentido de que todos os solicitantes gozam dele a priori somente por terem solicitado refúgio) e que se deve proceder à verificação das condições objetivas do Estado do qual provém o solicitante em relação a ele para se chegar à conclusão de que esse temor é fundado - no sentido de comprovar que o temor subjetivo daquele individuo deve realmente existir (JUBILUT, 2007).

O que se apresentou como recorrente nas entrevistas realizadas nesses 7 dias iniciais em que me instalei na “esquina” de RONDON 3 foi a diversidade laboral das atividades que eram exercidas pelos venezuelanos antes de migrarem para o Brasil: pessoas com cursos superiores, estudantes, autônomos, o perfil social e econômico não se apresenta apenas entre sujeitos que não detêm uma escolaridade mais avançada.

Outro aspecto costumaz nos relatos é a crise econômica que se agravou durante o governo de Maduro em que todas a classe média e menos abastados foram prejudicados

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14 seriamente, principalmente pela inflação galopante que acabou por retirar o poder de comprar da maioria dos venezuelanos, compras essas não de bens materiais, mas principalmente de alimentos básicos para a sobrevivência das famílias. Somente o professor de educação físicas salientou a perseguição política como um dos motivos determinantes para sua saída do território venezuelano, enquanto a maioria traçava duas linhas de argumentação: emprego e salário. Com uma segunda ida a campo em 2021 à cidade de Boa Vista, pretendemos nos focar nos moradores de rua e nos pedintes de sinais:

traçar minimamente seu perfil socioeconômico, os motivos que levaram a sua saída da Venezuela e os motivos que o fazem escolher viver fora dos 13 abrigos existentes em Boa Vista.

Segundo os dados da Operação Acolhida - nascida em 2018 com o objetivo de realizar o ordenamento da fronteira entre Brasil e Venezuela, o acolhimento (disponibilidade de abrigo, documentos, vacinas, demais tratamentos básicos de sáude) e interiorização – de 27/05/2021, mais de 265.000 migrantes venezuelanos solicitaram a sua regularização migratória em nosso território. Desse número, 51.735 já participaram do processo de interiorização que nem sempre é bem sucedido por uma série de fatores que não são apenas ecnômicos como a distância de outros membros da família, a dificuldade em aprender uma nova língua, a precarização laboral em que grande parte dos migrantes interiorizados é obrigada a se submeter e demais fatores estruturais que não escapam de uma mirada de contigências micro relacionais. A condição do migrante normalmente é demarcada por duas características: a de ser estrangeiro e de ser não-cidadão. As diferenças amiúde se transformam em conceitos de etnicidade e raça, tendo em várias vezes acentuando os conflitos existente nas sociedades com uma minoria étnica. Esse sentido social de diversidade étnica resulta do grau de significação que a população dos países receptores lhe atribui.

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15 Área interna do abrigo RONDON 3 – Entrada e Saída.

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16 Placa de identificação na entrada do abrigo RONDON 3.

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17 Estrada entre a Av. General Sampaio e a entrada principal do abrigo RONDON 3.

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”Esquina” onde foram realizadas as entrevistas. Av. General Sampaio.

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19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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