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Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

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Academic year: 2022

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Universidade de São Paulo

Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

Compostos bioativos em acessos de cambuci (Campomanesia phaea O. Berg Landrum) e uvaia (Eugenia pyriformis Cambess) – frutas nativas da Mata Atlântica

Isabela Barroso Taver

Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestra em Ciências. Área de concentração: Ciência e Tecnologia de Alimentos

Piracicaba

2020

(2)

Isabela Barroso Taver

Bacharela em Ciências dos Alimentos

Compostos bioativos em acessos de cambuci (Campomanesia phaea O. Berg Landrum) e uvaia (Eugenia pyriformis Cambess) – frutas nativas da Mata Atlântica

Orientador:

Prof. Dr. ANGELO PEDRO JACOMINO

Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestra em Ciências. Área de concentração: Ciência e Tecnologia de Alimentos

Piracicaba 2020

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação DIVISÃO DE BIBLIOTECA – DIBD/ESALQ/USP

Taver, Isabela Barroso

Compostos bioativos em acessos de cambuci (Campomanesia phea O.

Berg Landrum) e uvaia (Eugenia pyriformis Cambess) – frutas nativas da mata atlântica / Isabela Barroso Taver. - - Piracicaba, 2020.

63 p.

Dissertação (Mestrado) - - USP / Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”.

1. Myrtaceae 2. Capacidade antioxidante 3. Carotenoides totais 4.

Proantocianidinas I. Título

(4)

DEDICATÓRIA

Aos amantes da ciência.

(5)

AGRADECIMENTOS

À Deus, por reger o mundo com maestria, garantindo que tudo aconteça como deve acontecer.

À minha família, meu pai Márcio, minha mãe Quézia, Manuela, Luna, Tia Quel, Vó Dora e Vô Agenor, por toda paciência e incondicional suporte, amor e carinho de sempre.

Aos meus amigos. Não somos nada sem amigos. Em especial a Gabi, por dividir a vida comigo e a Grazi, por mesmo à distância se fazer presente. A República Gaia PQP, aos “Migos” e as “Minas que admiro”. À Fernanda, pela participação especial em minha vida.

À Universidade de São Paulo, à Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, ao Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologia de Alimentos, pela oportunidade em desenvolver minha pesquisa.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES, pela concessão da bolsa de mestrado (Fevereiro/2019 a Setembro/2019).

À FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) pela concessão da bolsa de mestrado no período de Outubro/2019 a Jan/2021, através do processo 2019/13853-8 e pelo fomento ao Projeto Temático “Frutas da Mata Atlântica potencialmente funcionais:

caracterização, multiplocação de plantas e conservação pós-colheita” – processo 2014/12606-3.

Ao Professor Doutor Angelo Jacomino, pela orientação, disponibilidade e confiança em meu trabalho.

À pesquisadora Doutora Poliana Spricigo, por toda disponibilidade, correções e orientação ao longo do desenvolvimento da pesquisa.

Ao Laboratório de Pós-Colheita de Produtos Hortícolas, pela oportunidade em fazer ciência ao lado de pessoas incríveis: Thais Pádua, Fernanda Pazin, Bárbara Della Antonia e Jackeline Cintra. Ao técnico do laboratório, Marcos e aos alunos de iniciação científica que passaram por aqui: Ana Flávia, Marina e Carla.

Ao Laboratório de Microbiologia e Química Orgânica de Produtos Naturais, da Professora Doutora Simone Possedente de Lira e sua aluna de doutorado Lucianne Ferreira, pelo empréstimo do equipamento SpeedVac e auxílio durante o uso.

Ao Laboratório Multiusuário de Bioquímica e Análise Instrumental, do Professor Doutor Severino Matias de Alencar, sua técnica Doutora Adna Prado Massaroli e aluna de doutorado Pollyana Batista, pelo empréstimo de equipamentos, dicas e auxilio na execução de análises de capacidade antioxidante.

Obrigada!

(6)

“Quem procura ter sabedoria ama a sua vida, e quem age com inteligência encontra a felicidade”

Provérbios 19:8

(7)

SUMÁRIO

RESUMO ... 7

ABSTRACT ... 8

1. INTRODUÇÃO... 9

REFERÊNCIAS ... 11

2. OBJETIVOS ... 13

2.1.OBJETIVO GERAL ... 13

2.2.OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 13

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 15

3.1.O CAMBUCI ... 15

3.2.A UVAIA ... 16

3.3.COMPOSTOS BIOATIVOS ... 18

REFERÊNCIAS ... 21

4. CARACTERIZAÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS PRESENTES EM CAMBUCI E UVAIA ... 25

RESUMO ... 25

ABSTRACT ... 25

4.1.INTRODUÇÃO ... 26

4.2.MATERIAL E MÉTODOS ... 28

4.2.1. Material vegetal ... 28

4.2.2. Análises de compostos bioativos e capacidade antioxidante ... 29

4.2.3. Análise dos resultados ... 30

4.3.RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 31

4.3.1. Cambuci ... 31

4.3.2. Uvaia ... 36

4.4.CONCLUSÃO ... 42

REFERÊNCIAS ... 43

5. DESATIVAÇÃO DE ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO POR ACESSOS DE CAMBUCI E UVAIA ... 47

RESUMO ... 47

ABSTRACT ... 47

5.1.INTRODUÇÃO ... 48

5.2.MATERIAL E MÉTODOS ... 49

5.2.1. Seleção de acessos ... 49

5.2.2. Preparo dos extratos ... 50

5.2.3. Análise de capacidade antioxidante ... 50

5.2.4. Análise dos resultados ... 51

5.3.RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 51

5.3.1. Cambuci ... 51

5.3.2. Uvaia ... 54

5.4.CONCLUSÃO ... 57

REFERÊNCIAS ... 59

APENDICÊS ... 62

(8)

RESUMO

Compostos bioativos em acessos de cambuci (Campomanesia phaea O. Berg Landrum) e uvaia (Eugenia pyriformis Cambess) – frutas nativas da Mata Atlântica

O consumo diário de frutas vem sendo associado a redução de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como o câncer e a obesidade. Esses alimentos são fontes de compostos bioativos, moléculas capazes de combater radicais livres formados em processos metabólicos normais do corpo humano. Os radicais livres quando em excesso são responsáveis pelo estresse oxidativo, ponto de partida para desenvolvimento de diversas DCNT. Frutas nativas pouco consumidas e estudadas podem auxiliar na inserção de compostos bioativos e antioxidantes na dieta, além de diversificar a alimentação do brasileiro. O cambuci (Campomanesia phaea O. Berg Landrum) e a uvaia (Eugenia pyriformis Cambess), frutas nativas da Mata Atlântica, apresentam alto potencial de consumo, devido seu sabor e composição química. Dentre compostos de interesse são encontrados metabólitos secundários – que podem apresentar propriedades bioativas e alta capacidade antioxidante. O objetivo deste trabalho foi quantificar os compostos bioativos em acessos de cambuci e uvaia, além de verificar a sua capacidade antioxidante. Teores de vitamina C, compostos fenólicos e capacidade antioxidante pelo método ABTS•+ foram avaliados para as duas frutas e proantocianidinas e carotenoides totais foram avaliados para o cambuci e uvaia, respectivamente. Utilizando análise de variância (ANOVA), Teste de Scott-Knott e análise multivariada de componentes principais (ACP) foram selecionados os acessos que mais continham compostos fenólicos e apresentaram maior capacidade de desativação do radical sintético ABTS•+, para realização de outras análises antioxidantes, sendo elas sequestro do radical peroxila (ROO•) e sequestro do radical hipocloroso (HOCl) – ambos radicais livres gerados nos processos naturais do corpo humano. O teor máximo de vitamina C observado para o cambuci foi de 118,73 ± 7,16 mg 100 g -1 VIT.C enquanto para uvaia foi de 141,70 ± 16,66 mg 100 g -1 VIT.C, sendo possível inferir que são frutas fontes de vitamina C. O conteúdo de compostos fenólicos foi levemente maior para cambuci do que uvaia, sendo eles de 198,92 e 195,71 mg 100 g-1 GAE, respectivamente. O elevado teor de proantocianidinas (28,45 mg 100 g-1 CAT) limita o consumo do cambuci in natura, porém estimula seu processamento, enquanto os elevados teores de carotenoides totais na uvaia (44,14 mg g-1 carotenoides totais) sugerem que seu consumo auxiliará na ingestão mínima diária de carotenoides recomendado.

O cambuci apresentou maior capacidade antioxidante para desativação do radical ROO• (9,17 μmol g-1 trolox) do que a uvaia (5,92 μmol g-1 trolox), enquanto a uvaia apresentou maior capacidade de desativação do radical HOCl (EC50 7,82 mg mL-1) do que o cambuci (EC50 53,91 mg mL-1). Tanto o cambuci quanto a uvaia apresentaram quantidades de compostos bioativos e capacidade antioxidante superiores a frutas amplamente consumidas.

Palavras-chave: Myrtaceae; Capacidade antioxidante; Carotenoides totais;

Proantocianidinas

(9)

ABSTRACT

Bioactive compounds in cambuci (Campomanesia phea O. Berg Landrum) and uvaia (Eugenia pyriformis Cambess) accessions – native fruits of the Atlantic Forest

Daily fruit consumption has been associated with a reduction in chronic non- communicable diseases (NCDs), such as cancer and obesity. These foods are sources of bioactive compounds, molecules capable of controlling free radicals formed in normal metabolic processes in the human body. Free radicals when in excess are responsible for oxidative stress, the starting point for the development of various NCDs. Little consumed and studied native fruits can assist in the insertion of bioactive compounds and antioxidants in the diet, in addition to diversifying the Brazilian diet. Cambuci (Campomanesia phaea O. Berg Landrum) and uvaia (Eugenia pyriformis Cambess), fruits native to the Atlantic Forest, have high consumption potential due to their flavor and chemical composition. Among the compounds of interest, secondary metabolites are found – which may have bioactive properties and high antioxidant capacity. The aim of this work was to quantify the bioactive compounds in cambuci and uvaia accessions, besides verifying their antioxidant capacity. Vitamin C, phenolic compounds, and antioxidant capacity by the ABTS•+ method were evaluated for both fruits and total proanthocyanidins and carotenoids were evaluated for cambuci and uvaia, respectively. Using analysis of variance (ANOVA), Scott-Knott test and multivariate principal component analysis (PCA), the accessions that contained the most phenolic compounds and the greatest ability to deactivation the synthetic radical ABTS•+ were selected, to carry out other antioxidant analyzes: the sequestration of the peroxyl radical (ROO•) and sequestration of the hypochlorous radical (HOCl) – both free radicals generated in the natural processes of the human body. The maximum vitamin C content observed for cambuci was 118.73 ± 7.16 mg 100 g-1 VIT.C while for uvaia it was 141.70 ± 16.66 mg 100 g-1 VIT.C, being possible infer that they are fruits sources of vitamin C. The content of phenolic compounds was slightly higher for cambuci than uvaia, being 198.92 mg 100 g-1 and 195.71 mg 100 g-1 GAE, respectively. The high content of proanthocyanidins (28.45 mg 100 g-1 CAT) limits the consumption of fresh cambuci, but stimulates its processing, while the high levels of total carotenoids in uvaia (44.14 mg g-1 total carotenoids) suggest that its consumption can reach the recommended minimum daily intake of carotenoids. Cambuci had a higher antioxidant capacity to deactivation the ROO• radical (9.17 μmol g-1 trolox) than uvaia (5.92 μmol g-1 trolox), while uvaia had a greater capacity to deactivation the HOCl radical (EC50 7.82 mg mL-

1) than cambuci (EC50 53.91 mg mL-1). Both cambuci and uvaia presented higher amounts of bioactive compounds and antioxidant capacity than widely consumed fruits.

Keywords: Myrtaceae; Capacity activity; Total carotenoids; Proanthocyanidins

(10)

1. INTRODUÇÃO

A Organização Mundial da Saúde (OMS), recomenda o consumo mínimo diário de pelo menos 400 g de frutas e hortaliças, o que equivale ao consumo diário de 5 porções desses alimentos (WHO, 2002). No Brasil, em 2016, apenas 24,4% dos adultos com 18 anos ou mais, nas capitais brasileiras, seguia a recomendação da OMS (BRASIL, 2017) – o que contribui para o aumento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs).

Dietas ricas em consumo de frutas e hortaliças tem sido associada a diminuição do risco de DCNT, principalmente porque a sua ingestão insere nas dietas compostos benéficos, como compostos bioativos e antioxidantes – vitamina C, carotenoides e compostos fenólicos, que contribuem para a manutenção da saúde humana (DONADO-PESTANA et al., 2018).

Em 2017 o Brasil produziu cerca de 39 milhões de toneladas de frutas, ficando atrás apenas da China e Índia (FAO, 2020). Com cerca de 2,5 milhões de hectares cultivados, laranja, banana, uva, abacaxi e melão estão entre as mais produzidas no Brasil (ABAFRUTAS, 2019;

SEBRAE, 2015) – onde apenas o abacaxi é uma fruta nativa. Estima-se que existam pelo menos 312 frutas tipicamente brasileiras, onde poucas são cultivadas comercialmente e estão disponíveis a população (LORENZI et al., 2006). A maior parte dessa riqueza ainda não é estudada, causando a subutilização de seu potencial, como é o caso do cambuci e da uvaia.

Espécies nativas com grande potencial de crescimento são ainda pouco conhecidas e consumidas (INFANTE et al., 2016). Dentre as frutas nativas da Mata Atlântica, o cambuci (Campomanesia phea O. Berg Landrum) e a uvaia (Eugenia pyriformis Cambess) atendem a nova demanda de consumidores, que atualmente apresentam um perfil inclinados a questões relacionadas aos impactos das suas escolhas alimentares na saúde e no meio ambiente, além de exigirem compostos bioativos, sabor e aroma diferenciados (DONADIO, 2012; KOTLER;

KELLER, 2006; MADI; REGO, 2015).

De formato ovoide-romboidal e sabor ácido e adstringente, o cambuci tem evidenciada a presença de ácidos orgânicos e compostos fenólicos, como os taninos, na polpa da fruta. Por esse motivo, é consumido quase que exclusivamente na forma processada, como doces, geleias, cachaças. Além disso, apresenta grande potencial para industrialização, por apresentar alto rendimento em polpa, ácido ascórbico, fibras e minerais. Sua ocorrência é notória principalmente na Serra do Mar paulista (ANDRADE; FONSECA; LEMOS, 2011; TOKAIRIN, 2017).

Já a uvaia, de sabor doce acidulado e formatos variando entre oval, redondo ou piriforme, pode ser encontrada com maior frequência nas regiões sul e sudeste do Brasil, sendo consumida tanto na forma in natura como processada, em polpa congelada, sucos e geleias (FREITAS, 2017).

(11)

Sua coloração indica a presença de carotenoides enquanto seu sabor revela presença de ácidos orgânicos, como o ácido ascórbico.

Assim como a maioria das frutas tropicais pertencentes a família Myrtaceae, o cambuci e a uvaia crescem sob diversas condições ambientais e climáticas. Essas condições são responsáveis por estimular a produção de metabólitos secundários da fruta, como por exemplo os compostos fenólicos, bastante conhecido por seu poder antioxidante (ANGELO; JORGE, 2007; DONADO- PESTANA et al., 2018).

O aumento do interesse da população em dietas cada vez mais balanceadas e saudáveis, revela a necessidade de pesquisas na área, a fim de conhecer a composição nutricional, química e de compostos bioativos do fruto. A caracterização físico-química e de compostos bioativos destacam-se como o estágio inicial para conhecimento do fruto e seu material genético, que auxiliará em posteriores estudos sobre multiplicação. Ainda, serve como ferramenta para determinar o potencial uso do fruto, seja para consumo in natura ou processado, afim de garantir sua comercialização (DA SILVA et al., 2018, 2019).

Apesar das informações disponíveis na literatura, o assunto que compreende compostos bioativos e capacidade antioxidantes dessas frutas, carece de mais conhecimento. Estudos sobre quantificação de compostos bioativos são necessários, servindo como nova informação a sociedade e também ponto de partida para outras pesquisas, que vão desde a área genética, agronômica, alimentar e farmacológica. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi quantificar compostos bioativos e a capacidade antioxidante dessas frutas, em 51 acessos de cambuci e 71 acessos de uvaia.

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REFERÊNCIAS

ABAFRUTAS, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS PRODUTORES EXPORTADORES DE FRUTAS E DERIVADOS. Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, diz Abrafrutas. Disponível em: <http://abrafrutas.org/2019/03/07/brasil-e-o-terceiro-maior- produtor-de-frutas-do-mundo-diz-abrafrutas/>. Acesso em: 23 jun. 2020.

ANDRADE, B. A. G. DE F.; FONSECA, P. Y. G. DA; LEMOS, F. Cambuci – o fruto, o bairro, a rota: história, cultura, sustentabilidade e gastronomia. 1. ed. São Paulo: Ourivesaria da Palavra, 2011.

ANGELO, P. M.; JORGE, N. Compostos fenólicos em alimentos - Uma breve revisão. Rev. Inst.

Adolfo Lutz, v. 66, n. 1, p. 1–9, 2007.

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Disponível em:

<http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/junho/07/vigitel_2016_jun17.pdf>

. Acesso em: 23 jun. 2020.

DA SILVA, A. P. G. et al. Characteristics of the fruits of two uvaia populations grown in Salesópolis, SP, Brazil. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 40, n. 2, 2018.

DA SILVA, A. P. G. et al. Chemical composition, nutritional value and bioactive compounds in six uvaia accessions. Food Chemistry, v. 294. April, p. 547–556, 2019.

DONADIO, L. C. Frutas nativas do Brasil: como despertar o interesse pela produção e comercialização. VI Encontro sobre Pequenas Frutas e Frutas Nativas do Mercosul, p.

181–182, 2012.

DONADO-PESTANA, C. M. et al. Polyphenols from Brazilian native Myrtaceae fruits and their potential health benefits against obesity and its associated complications. Current Opinion in Food Science, v. 19, p. 42–49, 1 fev. 2018.

FAO, FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION. FAOSTAT. Disponível em:

<http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC>. Acesso em: 23 jun. 2020.

FREITAS, T. DE P. Pós-colheita de uvaia: caracterização de acessos e estádios de maturação. [s.l.] USP/ Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, 2017.

INFANTE, J. et al. Antioxidant and anti-inflammatory activities of unexplored Brazilian native fruits. PLoS ONE, v. 11, n. 4, 2016.

KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing - Teoria e História. 12. ed. São Paulo: PRENTICE HALL BRASIL, 2006.

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LORENZI, H. et al. Frutas brasileiras e exóticas cultivadas: de consumo in natura. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2006.

MADI, L.; REGO, R. A. Publicações da Série ITAL Trends 2020: incentivo à inovação e ao empreendedorismo no setor de alimentação. Brazilian Journal of Food Technology, v. 18, n. 3, p. 258–261, 2015.

SEBRAE, SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS.

Agronegócio - Fruticultura. Disponível em: <http://www.sebraemercados.com.br/wp- content/uploads/2015/11/Panorama-do-mercado-de-fruticultura-no-Brasil.pdf>. Acesso em:

23 jun. 2020.

TOKAIRIN, T. DE O. Caracterização e conservação pós-colheita de cambuci, fruto nativo da Mata Atlântica. [s.l.] USP / Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, 2017.

WHO, WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global strategy on diet, physical activity and

healt. Disponível em:

<https://www.who.int/dietphysicalactivity/publications/releases/pr84/en/>. Acesso em: 23 jun. 2020.

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Quantificar compostos bioativos e capacidade antioxidante em acessos de cambuci (Campomanesia phaea O. Berg Landrum) e uvaia (Eugenia pyriformis Cambess).

2.2. Objetivos Específicos

Quantificar teores de carotenoides totais em acessos de uvaias.

Quantificar teores de proantocianidinas em acessos de cambucis.

Quantificar teores de vitamina C, compostos fenólicos e capacidade antioxidante em acessos de cambucis e uvaias

.

(15)
(16)

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. O cambuci

Nativo da Mata Atlântica, bioma brasileiro que se estende de forma fragmentada ao longo da costa leste brasileira, o cambuci (Campomanesia phaea O. Berg Ladrum) pertence ao gênero Campomanesia, à família da Myrtaceae e tem como sinônimos botânicos as designações Abbvillea phaea O.Berg ou Paivaea langsdorffii O.Berg.. Encontrado principalmente no Sudeste, na região da Serra do Mar, está sob influência climática que varia de tropical a subtropical úmido, com precipitação média anual que vai de 1500 a 4000 mm. (ANDRADE; FONSECA; LEMOS, 2011;

TOKAIRIN; NETO; JACOMINO, 2018).

Em municípios localizados no estado de São Paulo, cambucizeiros crescem em quintais de propriedades particulares, pomares pequenos e reservas naturais (TOKAIRIN; NETO;

JACOMINO, 2018). Estabelecidos a partir de plantas multiplicadas por sementes, as pequenas plantações são irregulares, a produtividade das árvores é baixa e a qualidade do fruto não é padronizada. Características genéticas, práticas de cultivo, clima, fatores pré e pós-colheita podem ser responsáveis por essa variação e a grande diversidade de fruto (TOKAIRIN et al., 2018).

Os frutos medem geralmente de 5 a 6 cm de diâmetro na região mediana, por 3 a 5 cm de altura, sua casca é fina e de coloração verde, com poucas sementes (figura 1A) (KAWASAKI;

LANDRUM, 1997). Em estudo de caracterização físico-química de cambucis oriundos de Natividade da Serra – SP, Tokairin et al. (2018) obtiveram valores entre 43,80 e 62,54 mm para o diâmetro na região mediana e 30,85 - 44,37 mm para altura, demonstrando a grande variação no tamanho dos frutos. Sua polpa é carnosa e suculenta (figura 1B), com forte acidez, adstringência e aroma intenso adocicado.

Figura 1. A) Cambuci (Campomanesia phea O. Berg Ladrum); B) Cambuci em corte longitudinal. (FONTE:

TOKAIRIN, 2017)

(17)

Devido sua adstringência e elevada acidez, seu consumo in natura torna-se limitado, tendo maior aceitabilidade com produtos processados (polpa congelada, sucos, geleias, licores e doces) (ANDRADE; FONSECA; LEMOS, 2011). O elevado teor de taninos é responsável pela adstringência do cambuci, uma vez que possui a capacidade de precipitar as glucoproteínas salivares. Quando as moléculas se ligam através de ligações de hidrogênio são precipitadas, unem- se aos receptores de sabor da boca e causam a sensação de secura no palato (HE et al., 2015;

MONTEIRO; ALBUQUERQUE; ARAÚJO, 2005).

O fruto apresenta rendimento em polpa e teor de umidade em torno de 80% e cerca de 35,53 kcal 100 g-1, valor energético composto por seus lipídios, carboidratos e proteínas. Os valores de acidez titulável podem variar entre 0,65 a 4,50% de ácido cítrico e os principais ácidos orgânicos são o ácido málico (25 mg g-1) seguido do ácido cítrico (38 mg g-1) e ácido succínico (67 mg g-1). O conteúdo de sólidos solúveis do fruto está entre 5,10 a 13,30 °Brix, que assim como a acidez titulável, reforçam a variedade de qualidade existente no cambuci (BIANCHINI et al., 2016;

TOKAIRIN; NETO; JACOMINO, 2018; VALLILO et al., 2005). Seu alto rendimento em polpa juntamente com seus atributos de qualidade que restringem seu consumo in natura, podem proporcionar cambuci um grande potencial para a industrialização, buscando sempre aproveitamento máximo dos produtos (ANDRADE; FONSECA; LEMOS, 2011).

Sabe-se também que o fruto possui compostos funcionais como vitamina C, compostos fenólicos e taninos (GONÇALVES; LAJOLO; GENOVESE, 2010; VALLILO et al., 2005).

Foram observadores teores médios de vitamina C entre 25,62 a 127,40 mg 100 g-1, teores médios de compostos fenólicos entre 429,51 a 558,53 mg 100 g-1 de ácido gálico e teores médios de taninos totais entre 48,41 a 63,06 mg 100 g-1 de ácido gálico (BIANCHINI et al., 2016; TOKAIRIN, 2017).

Donaldo-Pestana et al. (2015), evidenciaram em estudos com camundongos, que os compostos fenólicos presentes no cambuci exibem ações potencialmente benéficas contra distúrbios metabólicos e obesidade.

Através das informações relatadas na literatura, torna-se possível concluir que as características nutricionais e bioativas do cambuci – além de seu sabor diferenciado - podem propiciar sua penetração em diversos segmentos do mercado, inclusive na inserção de consumo regular pela população (TOKAIRIN et al., 2018).

3.2. A uvaia

A uvaia (Eugenia pyriformis Cambess) – popularmente conhecida como uvaieira, uvalha e uvalhaeira, tem como sinônimo botânico Eugenia uvalha, pertence ao gênero Eugenia e família da Myrtaceae. Trata-se de uma planta nativa da Mata Atlântica, localizada nas regiões centro-oeste,

(18)

nordeste, sul e sudeste, principalmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Pode ser encontrada especificamente em remanescentes da Mata Atlântica, pomares domésticos e propriedades de colecionadores (FREITAS, 2017; JACOMINO et al., 2018). São relatados na literatura a existência de seis acessos de E. pyriformis, sendo elas, Comum, Doce, Doce de Pato de Minas, Pêra, Rugosa e Rugosa Doce (SARTORI et al., 2010).

Os frutos são do tipo baga oval, redonda ou piriforme e a coloração da casca varia entre amarelado e alaranjado (figura 2A). A polpa é carnosa e suculenta com sabor doce acidulada, contendo de 1 a 3 sementes (figura 2B), com tegumento de coloração castanha e que se oxidam rapidamente (ANDERSEN; ANDERSE, 1989; OLIVEIRA et al., 2010; SUGUINO et al., 2006).

Figura 2. A) Uvaia (Eugenia pyriformis Cambess); B) Uvaia em corte longitudinal. (FONTE: FREITAS et al., 2019)

Seu tamanho, forma e coloração são atrativos para o consumidor, que juntamente ao seu aroma e composição química proporcionam a qualidade organoléptica e nutricional a uvaia. Todos esses fatores são responsáveis pelo potencial econômico de consumo da fruta. Apesar de seu sabor levemente ácido, pode ser consumida na forma in natura ou processada, como polpa congelada, sucos, geleias, compotas, licores e sorvetes, além de servir de matéria prima para produtos cosméticos, como shampoo, sabonetes e cremes hidratantes (DA SILVA et al., 2019; DA SILVA, 2012; DE PAULO FARIAS et al., 2020; SARTORI et al., 2010; SLOWFOODBRASIL, 2016).

Com rendimento em polpa superior a 90%, 91,73% de umidade e 3,75% de cinzas, a uvaia proporciona uma energia de 19,37 kcal 100 g-1. O teor de sólidos solúveis da fruta pode atingir valores de até 10,50 °Brix, contendo cerca 14,0 g 100 g-1 de açúcares totais, sendo estes compostos por sacarose, frutose e glicose. Possui acidez titulável inferior ao cambuci (em média 1,67% de ácido cítrico) e os ácidos orgânicos que o compõe, são: ácido succínico (0,75 g 100 g-1), ácido málico (0,44 g 100 g-1), ácido cítrico (0,09 g 100-1) e o ácido tartárico (0,06 g 100 g-1) (DA SILVA et al., 2018, 2019).

(19)

. Sabe-se que possui capacidade antioxidante (16,77 a 17,84 mmol 100 g-1 Trolox), compostos fenólicos (402,69 a 483,25 mg 100 g-1 de ácido gálico) e carotenoides (20,70 a 25,60 μg g-1 carotenoides totais), sendo os dois últimos importantes compostos capazes de exercer efeitos protetores contra as DCNT e processos inflamatórios (CORBELINI et al., 2009; DA SILVA et al., 2018; LOPES et al., 2018). Lopes et al. (2018) obteveram resultados satisfatórios em estudos sobre o consumo de suco de uvaia por camundongos alimentados com uma dieta rica em gordura.

Eles sugerem que os compostos bioativos da fruta e suas propriedades antioxidantes podem modular estresses oxidativos. Através de efeitos protetores em proteínas contra danos causados por espécies reativas de oxigênio (EROS), supõe-se que o consumo da fruta pode diminuir os riscos de doenças cardiovasculares.

A manutenção de compostos bioativos em uvaia foi observada após seu processamento.

A polpa congelada manteve a mesma qualidade físico-química do que a fruta fresca, incluindo o teor de compostos fenólicos e ácido ascórbico, enquanto a polpa pasteurizada manteve a mesma qualidade sensorial e físico-química quando comparada com a polpa não pasteurizada, incluindo os teores de compostos fenólicos, carotenoides totais e ácido ascórbico (ZILLO et al., 2015, 2013).

O processamento da fruta atrelado a manutenção da sua qualidade físico-química e sensorial viabiliza maior alcance da uvaia no mercado, uma vez que o seu período de vida útil é estendido por mais tempo do que o da fruta in natura. Ainda, pode se tornar uma alternativa para inserção na dieta alimentar da população, como fonte de compostos benéficos ao organismo e sabor diferenciado a gastronomia (FREITAS, 2017; ZILLO et al., 2015, 2013).

3.3. Compostos bioativos

A OMS recomenda a ingestão diária de no mínimo 400 g de frutas e hortaliças, isso porque o consumo adequado desses produtos garante ao corpo humano a obtenção de energia, proteína, vitaminas, minerais, fibras e compostos bioativos (BASTOS; ROGERO; ARÊAS, 2009; WHO, 2002). Uma dieta equilibrada e saudável ao longo da vida não está relacionada somente ao bem- estar e boa nutrição do organismo, mas também na redução de risco de DCNT. Consideradas um dos maiores problemas globais de saúde pública da atualidade, as DCNT foram responsáveis por 56,9% das mortes no Brasil entre pessoas na faixa etária de 30 a 69 anos, em 2017 (MS, 2019;

OPAS, 2019).

Estratégias conjuntas entre a OMS e a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) buscam estimular o consumo de frutas e hortaliças em todo mundo, pois as evidências de que o consumo suficiente previne doenças cardiovasculares, câncer, diabetes

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mellitus, obesidade, doenças neurodegenerativas, é forte e crescente (CORBELINI et al., 2009;

SCHIAVON et al., 2015; WHO, 2002).

Resultado do metabolismo secundário das plantas e relacionados aos mecanismos de defesa contra patógenos, insetos e radiação ultravioleta, os compostos bioativos desempenham papéis importantes na saúde humana, responsáveis pela prevenção das DCNT, por meio da sua alta atividade biológica. Exemplos desses compostos são terpenoides, compostos fenólicos e ácido ascórbico (OLIVEIRA et al., 2018).

São variados os mecanismos de ação dos compostos bioativos e também seus alvos fisiológicos, estando relacionados com capacidade antioxidante, modulação de enzimas de desintoxicação, estimulação do sistema imune, modulação do metabolismo hormonal, redução da pressão sanguínea e agregação plaquetária e atividade antibacteriana e antiviral (MATTOS, 2013).

Um dos mecanismos mais conhecidos, a capacidade antioxidante, se deve a capacidade de óxido- redução das moléculas, que estabilizam ou desativam os radicais livres, protegendo o organismo contra o estresse oxidativo, evitando danos as estruturas celulares e uma série de distúrbios crônico- degenerativos (OLIVEIRA et al., 2018).

Estudos epidemiológicos realizados ao redor mundo demonstram que o consumo de frutas e hortaliças tem correlação direta com a proteção e menor incidência de DCNT. Vegetais de folhas verdes, ricos em luteína e vitamina C exibiram efeitos cardioprotetores e proteção contra degeneração macular relacionada à idade (JOSHIPURA et al., 2001). Enquanto alimentos de cor branca, como maçã e pera, ricos em fibra e quercetina, foram relacionados com menor risco de acidente vascular cerebral (AVC) (GRIEP et al., 2011).

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4. CARACTERIZAÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS PRESENTES EM CAMBUCI E UVAIA

RESUMO

O cambuci (Campomanesia phaea O. Berg Landrum) e a uvaia (Eugenia pyriformis Cambess) são frutas nativas da Mata Atlântica ricas em metabólitos secundários, os quais podem propiciar benefícios para a saúde humana. Compostos fenólicos – como a proantocianidina, carotenoides e a vitamina C são alguns dos exemplos. Além de análises para quantificar esses compostos, análises de capacidade antioxidante fornecem informações a respeito da ação desses compostos diante de um radical livre. O objetivo deste trabalho foi quantificar compostos bioativos de 51 acessos de cambuci e 71 de uvaia, além da sua capacidade antioxidante. Foram realizadas análises de proantocianidinas em cambuci e carotenoides totais em uvaia, enquanto análises de vitamina C, compostos fenólicos e capacidade antioxidante pelo método ABTS•+ foram realizadas nas duas frutas. Foi observada grande variação para os teores de vitamina C (média de 50,92 e 80,92 mg 100 g-1 VIT.C, para cambuci e uvaia, respectivamente), elevados teores de proantocianidinas para cambuci (média de 28,45 mg 100 g-1 CAT) e elevados teores de carotenoides totais na uvaia (média de 44,14 mg g-1 carotenoides totais). Os resultados de compostos fenólicos (teor médio de 198,92 mg 100 g-1 GAE e 195,71 mg 100 g-1 GAE, para cambuci e uvaia respectivamente) e capacidade antioxidante pelo método ABTS•+ (capacidade média de 8,69 µmol trolox g-1 e 5,13 µmol trolox g-1, para cambuci e uvaia respectivamente), apresentaram correlação positiva, indicando a importância dos compostos no mecanismo de desativação dos radicais livres.

Palavras-chave: Frutas nativas; Capacidade antioxidante pelo método ABTS•+; Vitamina C;

Compostos fenólicos

ABSTRACT

Cambuci (Campomanesia phaea O. Berg Landrum) and uvaia (Eugenia pyriformis Cambess) are native fruits from the Atlantic Forest rich in secondary metabolites, which can provide benefits for human health. Phenolic compounds – such as proanthocyanidins, carotenoids and vitamin C are some examples. In addition, analyzes of antioxidant capacity provide information about the action of these compounds against a free radical. The aim of this work was to quantify bioactive compounds from 51 cambuci accessions and 71 uvaia, in addition to their antioxidant capacity. Analyzes of proanthocyanidins in cambuci and total carotenoids in uvaia were performed, while analyzes of vitamin C, phenolic compounds, and antioxidant capacity by the ABTS•+ method were performed on both fruits. Great variation were observed for vitamin C levels (mean of 50.92 and 80.92 mg 100 g-1 VIT.C, for cambuci and uvaia, respectively), high proanthocyanidins levels for cambuci (mean of 28.45 mg 100 g-

1 CAT) and high levels of total carotenoids in uvaia (mean of 44.14 mg g-1 total carotenoids). The results of phenolic compounds (mean of 198.92 mg 100 g-1 GAE and 195.71 mg 100 g-1 GAE for cambuci and uvaia respectively) and antioxidant capacity by ABTS•+

(mean capacity of 8.69 µmol trolox g-1 and 5.13 µmol trolox g-1 for cambuci and uvaia, respectively) were positively correlated, indicating the importance of this compounds in the mechanism of elimination of free radicals.

Keywords: Native fruits; Radical ABTS•+ assay; Vitamin C; Phenolic compounds

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4.1. Introdução

A produção de metabólitos secundários em plantas e frutos depende de fatores genotípicos e da interação com o meio ambiente. Sua biossíntese tem como força motriz as condições climáticas, radiação ultravioleta, ameaças patogênicas e de herbívoros, sendo essenciais para sobrevivência da planta (MAHAJAN; KUIRY; PAL, 2020; VUOLO; LIMA; MARÓSTICA JUNIOR, 2018).

O cambuci e a uvaia são frutas tropicais, que crescem sob diversas condições ambientais e climáticas. Como esperado, essas condições estimulam a produção de metabólitos secundários, que são matérias-primas na área da farmacologia, devido seus efeitos biológicos sobre a saúde humana (DONADO-PESTANA et al., 2018). As duas frutas apresentam metabólitos secundários de interesse para a saúde, como terpenos – carotenoides, vitamina C e compostos fenólicos – taninos (PEREIRA; CARDOSO, 2012).

Os compostos fenólicos são uma grande classe de metabólitos secundários, originados da via do chiquimato e fenilpropanoide. Consistem em moléculas com um anel aromático, contendo um ou mais substituintes hidroxílicos, incluindo seus grupos funcionais. Apresentam uma diversidade estrutural, que vão desde moléculas simples, como a vanilina e o ácido gálico, até moléculas com alto grau de polimerização, como os taninos. Presentes tanto no cambuci quanto na uvaia, possuem poder antioxidante, ligados à sua capacidade de sequestrar radicais livres e quelar metais. A atividade anticarcinogênica dos compostos fenólicos pode ser relacionada a inibição de diversos cânceres, como de cólon, pulmão e esôfago (ANGELO; JORGE, 2007; CHEYNIER, 2012; VUOLO; LIMA; MARÓSTICA JUNIOR, 2018).

Os taninos, presentes no cambuci, são biomoléculas polifenólicas de alto peso molecular, divididas entre taninos hidrolisáveis e condensados ou proantocianidinas – capazes de se ligar e precipitar proteínas e outros compostos orgânicos, como ácidos e alcaloides. Recebem grande atenção devido a benefícios associados à suas propriedades antioxidantes, poder anti-inflamatório, antiviral, antidiabético, anti-hipercolesterolêmicos e atividade anticancerígenas (LADDHA;

KULKARNI, 2019).

A vitamina C é uma pequena molécula solúvel em água, facilmente transportada e distribuída por todo corpo humano. Apresenta grande capacidade antioxidante, já que reduz espécies reativas de oxigênio, gerando radicais relativamente estáveis e que são eliminados do corpo pelos rins. Através desse processo, a vitamina C desempenha um papel fundamental no bloqueio da carcinogênese, principalmente porque protege as células de danos oxidativos no DNA (NARITA et al., 2018; VISSERS; DAS, 2018).

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Os carotenoides, são compostos isoprenoides lipofílicos responsáveis pela pigmentação natural encontrada em frutas e vegetais, entre as faixas de cor amarela e vermelha. As principais funções dos carotenoides na saúde humana estão relacionadas com seu potencial antioxidante, pois sua molécula apresenta dez ou mais ligações duplas conjugadas com a capacidade de eliminar espécies reativas de oxigênio (EROS). Porém, sua ação não se restringe ao seu potencial antioxidante. Apresenta também função provitamina A, atuam na saúde dos olhos, do coração, dos ossos e tem efeitos positivos no funcionamento cognitivo humano (EGGERSDORFER; WYSS, 2018).

Os principais carotenoides detectados na uvaia são criptoxantina, β-caroteno, α-caroteno luteína e zeaaxantina. O β-caroteno é considerado o carotenoide com maior potencial para ser clivado em vitamina A, enquanto a luteína é um dos pigmentos amarelos da mácula da retina humana, responsáveis pelo efeito oftalmológico protetor do olhos (DA SILVA et al., 2014;

PEREIRA et al., 2012).

Além das análises específicas para a quantificação dos compostos bioativos, existem diversos métodos para análise da capacidade antioxidante. Os métodos podem ser classificados como in vivo ou in vitro, sendo necessárias análises por mais de um método para afirmar se a amostra analisada exibe ou não capacidade antioxidante (ROJAS; BUITRAGO, 2018).

Métodos in vitro com radicais livres sintéticos costumam ser empregados em pesquisas científicas fornecendo resultados preliminares sobre o assunto, como é o caso do ABTS•+ (ácido 2,2'-azinobis-3-etilbenzotiazolina-6-sulfónico). Por se tratar de um método barato, rápido e simples, permite análise de uma grande quantidade de amostras com repetibilidade aceitável, sendo relevante devido sua aplicabilidade para antioxidantes hidrofílicos e lipofílicos (NENADIS;

TSIMIDOU, 2010; ROJAS; BUITRAGO, 2018).

Comprovar a presença de compostos bioativos e capacidade antioxidante em espécies nativas através da sua quantificação poderá aumentar o estímulo ao consumo das frutas pela população, que poderão ser considerados frutas fontes naturais desses compostos. Além disso, esses resultados podem servir de base para outros estudos, como biodisponibilidade e bioacessibilidade desses compostos. O objetivo deste trabalho foi quantificar compostos bioativos e capacidade antioxidante em acessos de cambuci e em acessos de uvaia.

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4.2. Material e métodos 4.2.1. Material vegetal

As análises foram realizadas em acessos de cambucis e uvaias da coleção de caracterização do Laboratório de Pós-Colheita de Produtos Hortícolas. Os cambucis foram provenientes da safra de 2019 – março a junho e foram coletados nos municípios de Juquitiba, Mogi das Cruzes, Paraibuna, distrito de Paranapiacaba – Santo André, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Salesópolis, todos localizados no estado de São Paulo (figura 3). As uvaias foram provenientes da safra de 2018 – outubro e novembro, dos municípios de Cabo Verde e Inconfidentes, localizados no estado de Minas Gerais (figura 4).

Figura 3.Mapa do estado de São Paulo, destacando os municípios de Juquitiba, Mogi das Cruzes, Paraibuna, Paranapiacaba, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Salesópolis, envolvidos no projeto.

Figura 4. Mapa do estado de Minas Gerais, destacando os municípios de Cabo Verde e Inconfidentes, envolvidos no projeto.

Ao todo, foram coletados 51 acessos de cambuci e 71 de uvaia (tabela 1, apêndice A e B).

Os acessos de cambuci foram coletados, congelados e transportados para o laboratório de

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Laboratório de Pós-Colheita de Produtos Hortícolas, em caixas térmicas com placas de gelo. Já os acessos de uvaia foram coletados e acondicionados in natura em caixas térmicas com placas de gelo, transportados para o laboratório e posteriormente congelados. Para ambos os casos o delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com 51 e 71 tratamentos (acessos) para cambuci e uvaia, respectivamente, e três repetições, com em média, cinco frutos em cada acesso – a variação se deve a disponibilidade de frutos.

Tanto para o cambuci quanto para a uvaia, foram obtidas amostras homogeneizadas, contendo polpa e casca, que foram imediatamente congeladas com nitrogênio líquido e armazenadas em ultra freezer a -80 °C.

Tabela 1.Municípios de coleta de cambuci e uvaia.

Município Fruto Coordenadas geográficas Quantidade

de acessos Latitude Longitude Altitude

Cabo Verde – MG Uvaia 21° 28' 10" S 46° 22' 54" O 836 m 56 Inconfidentes – MG Uvaia 22° 19' 2" S 46° 19' 42" O 864 m 15 Juquitiba – SP Cambuci 23° 55' 57" S 47° 4' 1" O 685 m 10 Mogi das Cruzes – SP Cambuci 23° 31' 29" S 46° 11' 14" O 746 m 7

Paraibuna – SP Cambuci 23° 22' 53" S 45° 39' 45" O 624 m 25 Paranapiacaba – SP Cambuci 23° 30' 21,9" S 46° 18' 15" O 750 m 2 Ribeirão Pires – SP Cambuci 23° 42' 51" S 46° 24' 49" O 761 m 3 Rio Grande da Serra - SP Cambuci 23° 44' 43" S 46° 24' 8" O 775 m 3 Salesópolis – SP Cambuci 23° 31' 57" S 45° 50' 47" O 812 m 1 4.2.2. Análises de compostos bioativos e capacidade antioxidante

Foram realizadas análises em todos os acessos de cambuci e uvaia, visando a caracterização dos principais compostos bioativos e de sua capacidade antioxidante. Essas análises incluem: carotenoides totais, para os acessos de uvaia, proantocianidinas para os acessos de cambuci e vitamina C, compostos fenólicos totais e ABTS•+ para ambos os acessos.

Carotenoides totais: o teor de carotenoides totais para uvaia foi determinado por método espectrofotométrico de acordo com Lichtenthaler (1987). O extrato de concentração 0,1 g mL-1 foi obtido através da centrifugação da amostra com acetona 100%, a 7.168 g por 20 minutos a 4 °C.

A absorbância do sobrenadante foi medida em 663 nm (clorofila A), 646 nm (clorofila B) e 470 nm (carotenoides). O teor de carotenoides totais foi expresso em μg g-1 de massa fresca.

Proantocianidinas: o teor de proantocianidinas ou taninos condensados para cambuci foi determinado de acordo com Sun; Silva; Spranger (1998). O extrato na concentração de 0,1 g mL-1 foi obtido por centrifugação (1.000 g por 15 minutos a 15 °C) da amostra com metanol 80%.

Tomou-se 1 mL do sobrenadante do extrato e adicionou-se 2,5 mL de vanilina 1% e 2,5 mL de ácido sulfúrico 2,5 M. Após 15 minutos em banho maria a 30 °C foi realizada a leitura no

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comprimento de onda de 500 nm. Os resultados foram expressos em mg 100 g-1 catequina (CAT), com base em massa fresca, de acordo com a curva de calibração.

Vitamina C: o teor de vitamina C para cambuci e uvaia foi determinado de acordo com Pasternak et al. (2005). A amostra (concentração de 0,07 g mL-1) foi extraída com ácido metafosfórico 3% em centrífuga a 7.168 g por 20 minutos a 4°C e filtrada em filtro PTFE de 0,45 μm seguido da adição de ditiotreitol (DTT), para a redução do ácido dehidroascórbico. A identificação e quantificação foi realizada por cromatografia liquida de alta eficiência (HPLC) em coluna Atlantis dC18 5 μm (150mm x 4,6 mm i.d., Waters, Ireland). A fase móvel foi constituída de solução de KCl (2 mM, pH 2,5) com fluxo de 0,8 mL min-1 e a detecção realizada em comprimento de onda 254 nm. A vitamina C foi identificada a partir do tempo de retenção e identificação de espectro. Os resultados foram expressos em mg 100 g-1 de vitamina C, com base em massa fresca.

Compostos Fenólicos Totais: a quantificação dos compostos fenólicos totais em cambuci e uvaia foi feita após a reação de oxidação com o reagente Folin-Ciocalteou (WOISKY; SALATINO, 1998). Após centrifugação do extrato a 7.168 g por 5 minutos a 4 °C com metanol 80%, retirou-se uma alíquota de 0,5 mL do sobrenadante (concentração 0,1 g mL-1) e adicionou-se com 2,5 mL de solução Folin-Ciocalteou (diluição 1:10) e 2 mL de carbonato de sódio a 4%. A leitura foi feita em espectrofotômetro na absorbância de 740 nm. Os resultados foram expressos em equivalentes de ácido gálico (EAG; mg 100 g-1 de massa fresca), de acordo com a curva de calibração.

Capacidade antioxidante pelo método ABTS•+: os extratos de cambuci e uvaia foram preparados na concentração 0,1 g mL-1 através da centrifugação das amostras a 7.168 g por 5 minutos a 4 °C com metanol 80%. A quantificação da capacidade antioxidante foi realizada pela redução do radical livre sintético ABTS•+ a ABTS [2,2’-azino-bis (3-etilbenzotiazolin) 6-ácido sulfônico], adaptado de Al-Duais et al. (2009). Tomou-se uma alíquota de 0,3 mL do sobrenadante do extrato e adicionou- se 3,0 mL do radical ABTS•+ 7mM. A leitura foi feita após 6 minutos de reação em espectrofotômetro na absorbância de 534 nm. Os resultados foram expressos em μmol g-1 trolox, com base em massa fresca e de acordo com a curva de calibração.

4.2.3. Análise dos resultados

Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e Teste de Scott-Knott, através do software Sisvar, visando a classificação dos acessos; seguidos da análise multivariada de componentes principais (ACP), utilizando o software Statistica 13.5, visando agrupamento dos acessos de acordo com as análises realizadas.

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4.3. Resultados e Discussão 4.3.1. Cambuci

A tabela 2 contém os resultados obtidos nas análises de vitamina C, proantocianidinas, compostos fenólicos totais e capacidade antioxidante pelo método ABTS•+, para os acessos de cambuci.

Tabela 2.Teor de vitamina C, proantocianidinas, compostos fenólicos totais e capacidade antioxidante pelo método ABTS•+ de 51 acessos de cambuci (médias seguidas de desvio padrão).

Acesso Variáveis

VIT.C PA CF ABTS

1 37,50±7,96 d 26,89±6,12 d 217,25±145,90 a 4,86±4,30 c 2 98,49±6,78 b 25,38±6,43 d 258,07±48,10 a 10,82±2,28 a 3 110,61±36,31 a 14,00±2,19 e 271,71±55,94 a 8,94±0,59 a 4 73,24±13,87 c 11,30±2,92 e 126,12±40,10 b 6,91±4,48 b 5 78,08±6,70 c 18,83±3,74 e 136,78±86,16 b 10,07±2,33 a 6 96,28±17,76 b 31,04±8,03 d 151,03±47,84 b 10,38±0,82 a 7 11,03±1,85 e 17,45±7,64 e 85,64±37,64 b 11,29±1,24 a 8 14,71±9,57 e 79,42±3,59 b 112,16±51,81 b 3,51±1,14 c 9 24,10±5,11 e 24,19±8,59 d 160,12±108,93 b 7,35±3,19 b 10 23,64±7,01 e 83,14±2,07 b 302,80±56,83 a 9,57±2,35 a 11 118,07±27,22 a 33,64±6,94 d 236,71±13,29 a 10,65±1,86 a 12 23,27±11,94 e 40,92±5,45 d 116,96±53,20 b 7,11±4,15 b 13 21,50±15,57 e 30,01±6,59 d 223,86±58,07 a 6,77±4,42 b 14 23,73±12,13 e 31,83±8,24 d 80,64±48,39 b 3,88±3,98 c 15 78,68±8,42 c 54,28±8,67 c 72,34±33,81 b 4,27±3,02 c 16 45,46±12,63 d 112,06±0,20 a 148,72±39,42 b 8,02±4,53 b 17 17,14±3,96 e 33,08±8,16 d 180,87±97,54 b 8,12±5,25 b 18 64,21±12,43 c 18,58±1,44 e 209,64±99,15 a 11,05±2,66 a 19 73,31±5,37 c 20,03±3,84 e 189,08±117,30 b 8,04±3,86 b 20 51,68±32,21 d 13,60±2,91 e 184,27±70,96 b 8,62±3,41 a 21 61,97±19,06 c 26,28±4,17 d 221,32±40,50 a 12,17±0,53 a 22 51,16±23,62 d 22,72±12,89 d 96,96±37,91 b 9,70±1,31 a 23 25,97±4,95 e 17,75±3,45 e 314,91±14,34 a 9,42±0,59 a 24 29,06±11,10 e 54,51±10,28 c 236,66±93,97 a 8,92±2,51 a 25 47,62±6,55 d 15,36±3,81 e 207,31±102,30 a 10,57±2,45 a 26 32,01±17,19 e 23,05±9,74 d 119,22±57,50 b 5,24±2,68 c 27 80,36±35,56 c 22,78±1,65 d 268,83±67,78 a 10,13±1,66 a 28 74,78±14,59 c 52,21±29,55 c 244,06±134,83 a 9,27±0,97 a 29 97,33±8,26 b 15,92±1,17 e 135,78±53,94 b 8,53±2,69 a 30 81,82±11,34 c 10,50±1,46 e 138,95±56,23 b 11,42±0,88 a 31 50,28±6,77 d 56,75±25,91 c 183,30±103,46 b 10,69±0,85 a 32 25,74±9,77 e 31,32±22,82 d 137,61±41,27 b 7,13±4,64 b 33 38,59±3,36 d 5,72±1,33 e 122,45±46,00 b 10,07±2,36 a 34 28,62±6,74 e 31,27±17,50 d 192,37±97,99 b 9,08±2,58 a

(33)

35 118,73±7,16 a 29,13±4,28 d 221,79±75,59 a 11,34±1,81 a 36 84,70±14,56 c 13,05±4,93 e 220,13±82,71 a 9,03±3,14 a 37 44,32±1,65 d 11,50±2,19 e 276,19±58,35 a 11,96±0,45 a 38 6,06±3,25 e 16,52±7,65 e 118,86±46,13 b 7,55±1,97 b 39 16,61±11,00 e 35,00±19,07 d 193,78±44,95 b 8,40±3,64 a 40 52,31±8,47 d 21,44±4,28 e 253,40±63,09 a 9,74±2,43 a 41 49,73±5,67 d 15,39±1,15 e 311,05±52,60 a 11,41±1,30 a 42 32,37±7,67 e 14,18±2,59 e 314,82±57,24 a 9,23±2,72 a 43 35,87±5,96 d 12,89±3,06 e 346,25±28,69 a 11,16±1,26 a 44 86,10±11,03 c 10,10±3,10 e 255,54±139,04 a 10,31±1,74 a 45 36,61±17,04 d 12,67±3,95 e 318,21±90,68 a 11,76±0,67 a 46 43,91±18,49 d 26,72±1,65 d 228,14±84,28 a 7,74±1,38 b 47 33,41±18,40 d 26,16±5,96 d 200,42±68,02 a 7,46±1,33 b 48 15,49±1,79 e 47,78±4,00 c 216,70±117,22 a 2,79±1,82 c 49 24,80±4,10 e 26,65±9,14 d 271,83±106,12 a 9,67±0,86 a 50 67,89±18,21 c 10,06±6,11 e 138,68±82,20 b 6,53±2,58 b 51 37,92±8,09 d 15,98±6,34 e 174,90±106,09 b 4,86±1,98 c

Média geral 50,92 28,45 198,92 8,69

CV (%) 26,12 31,66 38,61 28,66

Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si. Vitamina C (VIT.C): mg 100 g -1 VIT.C;

proantocianidina (PA): mg 100 g -1 CAT; compostos fenólicos (CF): mg 100 g -1 GAE; capacidade antioxidante (ABTS•+):

µmol g-1 de trolox; CV (%): coeficiente de variação. Todos os dados apresentados foram significativos ao nível de 5%

de probabilidade (p < .05) (one-way ANOVA e teste Scott-Knott ao nível de 5%).

A fim de facilitar a compreensão dos dados, foram calculadas as médias das variáveis dos acessos classificados com a mesma letra, de acordo com o teste de Scott-Knott (tabela 3).

Tabela 3. Médias seguidas de desvio padrão dos teores de vitamina C, proantocianidina, compostos fenólicos totais e capacidade antioxidante pelo método ABTS•+ de acordo com o grupo de classificação da análise de Scott-Knott.

Vitamina C (VIT.C): mg 100 g -1 VIT.C; proantocianidina (PA): mg 100 g -1 CAT; compostos fenólicos (CF): mg 100 g -1 GAE; capacidade antioxidante (ABTS•+): µmol g-1 de trolox.

Segundo a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO), o teor de vitamina C na laranja pêra é de 53,70 mg 100 g-1 VIT.C (NEPA, 2011). Dos 51 acessos de cambuci analisados, 18 foram classificados entre o grupo a e c (tabela 3), apresentando valores superiores ao teor da laranja pêra. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) recomenda a ingestão diária de

Grupos Scott-Knott

Variáveis

VIT.C PA CF ABTS

Médias

a 115,80±4,51 112,06±0,00 255,68±41,11 10,13±1,06 b 97,37±1,11 81,28±2,63 139,90±35,94 7,39±0,52

c 75,43±7,72 53,11±3,38 - 4,20±0,87

d 43,76±6,59 28,90±4,70 - -

e 21,99±7,17 14,51±3,87 - -

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