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Sustentabilidade dos conjuntos habitacionais do
Programa Minha Casa Minha Vida – inserção
urbana e qualidade arquitetônica
Prof. João Sette Whitaker Ferreira
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Cidades brasileiras vivem um momento especial, marcado por dois cenários:
- Grande passivo urbano e habitacional decorrente de um modelo econômico de
concentração da renda (especialmente nas grandes metrópoles) > Grande
injustiça social e marcada segregação espacial.
- Momento de crescimento econômico e expansão da base assalariada >
desenvolvimento urbano, em especial nas cidades médias (Tânia Bacelar e IPEA).
DESAFIO
:
a)
Responder ao passivo histórico enfrentando o déficit habitacional
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Qual é a matriz urbana brasileira?
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São Paulo - Sistema viário e de transportes principal:
r. Jo ão S ett e Whi tak er Fe rr eir a % de Pobres 0.13 - 9.69 9.69 - 19.81 19.81 - 30.88 30.88 - 58.63
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Informalidade urbana afeta cerca de 40% da população das grandes
metrópoles
População morando em favelas em algumas metrópoles brasileiras
Rio de Janeiro . .
~20%
(LABHAB, 1999)
Fortaleza . . .
~28%
(SEPLAN, 1994)
Belo Horizonte . .
~20%
(LABHAB, 1999)
Salvador . . . .
~33%
(Souza, 1990)
Porto Alegre . . . .
~20%
(LABHAB, 1999)
Recife . . . .
~40%
(IBGE, 1991)
São Paulo . . . .
~12%
(SEHAB-SP, 2004)
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Impactos ambientais: ocupação de áreas ambientalmente frágeis, altos custos
urbanísticos do distanciamento gerado pelo “exílio na periferia”, ausência de
saneamento ambiental, alta vulnerabilidade a riscos, etc.
TRAGÉDIAS ANUNCIADAS
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A “cara” das grandes cidades brasileiras:
autoconstrução
São Paulo
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Brasil vive uma herança do autoritarismo: a divisão entre
“política urbana”
e
“Política Habitacional”
Santa Etelvina – COHAB-SP - Acervo LabHab FAUUSP
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Mas....atentar para o risco de achar que à uma urbanização “ruim” da
pobreza, se opõe um modelo “bom” da urbanização formal nos bairros
mais ricos.
A matriz da urbanização “formal” é também uma tragédia ambiental
• movida pelo padrão de consumo excessivo > ideais de países ricos
• individualista: condomínios fechados – cidades segmentadas
• matriz automotiva em detrimento do transporte público de massa
(embora 70% andem de ônibus, a pé ou bicicleta)
• impermeabilização do solo – tamponamento dos rios
•Ação sem controle da atividade imobiliária: verticalização sem
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• Problema é que, nas cidades pequenas e médias, nos novos
empreendimentos, na produção de habitação social:
Reproduz-se a matriz urbana “insustentável”
Entre 2000 e 2010, cidades con pp. entre 100 mil e 2 milhões passaram a
representar de 36,1% para 40,3% do total da população brasileira (Ibge,
2010)
Pessoas economicamente ativas com renda mensal entre R$ 500 e 2000
passaram de 65,9 milhões em 2003 a 105,4 milhões em 2011.
• Há leis para mudar essa matriz?
Estatuto da Cidade:
uma
década depois, pouca aplicação – Há vontade efetiva de
promover a justiça urbana e socioambiental?
• O Estatuto é um paliativo à separação da questão
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Momento atual:
Cenário de crescimento econômico e de novas demandas
habitacionais
além
do déficit histórico.
Como responder? Equação possível para o desafio da
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Programa Minha Casa Minha Vida
Responde à pressão do novo “segmento econômico”, por um
lado
Por outro,
grande volume de subsídios para as faixas de renda
muito baixa
– inédito.
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Na faixa 1, há exemplos de melhoria, mas ainda impera um
padrão de grande impacto e pouca qualidade.
Maiores problemas:
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•A falta de compreensão da dimensão sistêmica do problema urbanístico e
arquitetônico, por parte de muitos dos atores, levando a que se trabalhem aspectos
de qualidade isoladamente: fundiário, urbano, jurídico, ambiental, desempenho, são
aspectos de
UM MESMO PROBLEMA – O da qualidade ambiental dos conjuntos
A BOA QUALIDADE DA POLÍTICA HABITACIONAL É FRUTO DA BOA QUALIDADE
URBANA
•A correta equação entre as necessidades de qualidade x quantidade x celeridade:
Como conseguir ganho de escala sem comprometer a diversidade do conjunto?
Como fazer para produzir rapidamente, porém garantindo a qualidade construtiva?
RECUPERAR O LUGAR DO PROJETO DE ARQUITETURA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
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•A definição do terreno e boa localização para o empreendimento: distância em relação
ao centro ou centro de bairro, inserção na cidade e nos bairros do entorno, mas
também adequadas condições topográficas do terreno e seu porte, condições de
construtibilidade, situação legal e ambiental.
•Uma equação fundiária e financeira adequada – geralmente a partir da iniciativa da
Prefeitura ou do Estado – para a obtenção da gleba destinada ao empreendimento e o
preço decorrente, de tal forma que não comprometa os custos e o preço final da
unidade.
•A capacidade de indução ou potencialização de atividades econômicas locais,
adequadas à demanda gerada pelo empreendimento, potencialização da cadeia
produtiva com uso de mão-de-obra local e materiais com oferta e fornecimento
regionais, incentivo à inovação tecnológica.
•Celeridade, mas com elevado nível de exigência e adequação da cadeia local de
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incidir sobre as seguintes escalas:
- Adequada
inserção na malha urbana e no bairro
, no que diz respeito à
oferta de equipamentos, ao uso comum desses equipamentos por todo o
bairro (e não só pelos moradores do empreendimento), à acessibilidade e à
infraestrutura de mobilidade, à relação entre o tamanho do empreendimento
e o da cidade onde se situa.
-
Projeto de implantação
que considere adequação à topografia do terreno,
minimizando movimentos de terra e configurando boas soluções de
paisagismo e de espaços livres coletivos, correta orientação dos conjuntos
de unidades para melhor insolação e ventilação, variedade de tipologias dos
conjuntos (evitando a repetição exagerada), fluidez urbana (ausência de
muros e grades e viário público e aberto), iluminação pública adequada,
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- Projeto arquitetônico da unidade habitacional
, variedade de
tipologias (não apenas através de diferenças nas fachadas, mas
efetivamente com diversidade de programas
— 1, 2, 3
dormitórios
— e arranjos da unidade) que evite a repetição, uso
de materiais com boa performance energética e sustentáveis e
de sistemas de racionalização energética (aquecedor solar, por
exemplo), dimensionamento adequado da unidade, valorização
da
tecnologia
construtiva,
uso
de
sistemas
modulados,
industrialização
da
construção
visando
celeridade
com
qualidade.
- Diversidade da política habitacional: não só provisão
(apesar do advento positivo do PMCMV), mas soluções para
todas as problemáticas: urbanização de favelas, melhoria
habitacional, assistência técnica, regularização fundiária e
edilícia, ocupação dos vazios urbanos.
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MOMENTO DE GRANDE OPORTUNIDADE
• Grande responsabilidade dos municípios e das COHABS, já que o Faixa 1 é o que
mais efeito tem sobre a construção da justiça socioambiental.
• Possibilidade de fazer valer a função social da propriedade e o Estatuto da
Cidade, escolher terrenos melhor localizados, e de regular projetos e exigir boas
soluções.
• Enorme potencial ao juntar Subsídios + autonomia municipal + preocupação
pública com a reforma urbana e a criação de uma nova matriz
A EXPERIÊNCIA ADQUIRIDA FAZ COM QUE HOJE OS PROJETOS DE FAIXA 1 MUITAS
VEZES SÃO OS QUE TRAZEM INOVAÇÕES E QUALIDADE
POSSIBILIDADE DE (RE)UNIFICAR POLÍTICA HABITACIONAL COM POLÍTICAURBANA
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